Livro de Urantia

Grupo de Aprendizes da Informação Aberta

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Capítulo 2
Espírito Divino na Mente Humana

Diálogos baseados no
Livro de Urantia

Livro Dois
uma apresentação de
religião, filosofia e ciência unificadas
de acordo com a revelação nos
Documentos de Urantia
Escrito a partir de 2012
Espírito Divino na Mente Humana
    2.1  Assunto deste diálogo
        2.1.1  Eckhart Tolle
        2.1.2  L. Ron Hubbard
        2.1.3  Cura psicológica
        2.1.4  Revelação espiritual para urantia
    2.2  A mente como mediadora entre o espírito e a matéria
        2.2.1  Informativos sobre os três aspectos da mente
    2.3  Espírito, alma, mente e ego
        2.3.1  O ego não altruísta na nossa mente não espiritualizada
            2.3.1.1  A espiritualização da mente e a resolução dos conflitos entre a carne e o espírito
        2.3.2  Discernindo o ego egoísta do eu divino
        2.3.3  G: amigo bem humorado e feliz
    2.4  Mensagens espirituais?
        2.4.1  A humildade diante do absoluto
        2.4.2  O espírito no interior da mente
    2.5  A materialização do livro de urantia
        2.5.1  Materializações, mestres de sabedoria e criaturas intermediárias
    2.6  Os sete Espíritos Ajudantes da mente
    2.7  Jesus explica a diferença do intelecto humano e animal
    2.8  Ensinamentos de Melquisedeque
    2.9  O espírito e a vida
    2.10  Corpo de origem animal e pessoa humana de destino divino
    2.11  Simples: presença de espírito
    2.12  Interpretações finitas da experiência com o Ser Infinito
    2.13  Conclusão prática deste triálogo
        2.13.1  Livro: "Dianética"
        2.13.2  Livro: "O Poder do Agora"
        2.13.3  Bíblia: "Livro de Urantia"
    2.14  Ensinamento equilibrado de Jesus

2.1  Assunto deste diálogo

     Amiga: Qual o assunto e os objetivos deste diálogo?

     Amigo: O objetivo é contribuir para o entendimento da natureza da mente, para a sanidade e cura psicológica, de acordo com os enfoques espiritualizados da mente humana, elaborados por Eckhart Tolle, L. Ron Hubbard, e principalmente de acordo com a revelação no livro de urantia, que posiciona a mente como arena de escolha e mediadora entre o espírito e a matéria.

2.1.1  Eckhart Tolle

     Amiga: Quem é Eckhart Tolle?

     Amigo: Eckhart Tolle é o autor dos livros "O Poder do Agora" e "Um Novo Mundo: O Despertar de Uma Nova Consciência". Ele chama de Ser ao Outorgador do espírito divino denominado Ajustador dos Pensamentos no livro de urantia. Tolle explica a importância de estarmos conscientes da presença deste espírito da vida no centro causal do nosso eu interior profundo, essencial e eterno. Ele compartilha conosco como a consciência deste eu espiritual eterno, anterior à mente, nos permite transcender nossa imatura identificação com o eu material temporário. Em suas próprias palavras:

     "O Poder do Agora", parágrafo 1.1_15:  ...  Ser é a eterna e sempre presente Vida Única, que existe além das inúmeras formas de vida sujeitas ao nascimento e à morte. Entretanto, o Ser não está apenas além, mas também dentro de todas as formas, como a mais profunda, invisível e indestrutível essência interior. Isso significa que ele está ao seu alcance agora, sob a forma de um eu interior mais profundo, que é a verdadeira natureza dentro de você. Mas não procure apreendê-lo com a mente. Não tente entendê-lo. Só é possível conhecê-lo quando a mente está serena. Se estiver alerta, com toda a sua atenção voltada para o Agora, você até poderá sentir o Ser, mas jamais conseguirá compreendê-lo mentalmente. Recuperar a consciência do Ser e submeter-se a esse estado de "percepção dos sentidos" é o que se chama iluminação. (Tolle [28])

2.1.2  L. Ron Hubbard

     Amiga: E quem é Ron Hubbard?

     Amigo: L. Ron Hubbard é o elaborador da psique-terapia chamada Dianética. Posteriormente, Ron Hubbard concebeu a Cientologia. Ele chamou de Thetan ao espírito que vive em nós, e chamou de Thetan Operante aos seres humanos que são guiados por este espírito. O conceito evolucionário de Thetan, elaborado por Hubbard, aponta algumas características do espírito divino pré-pessoal revelado no livro de urantia com o nome de Ajustador de Pensamentos.

2.1.3  Cura psicológica

     Amiga: O que Tolle e Hubbard sugerem para curar nossos traumas psicológicos?

     Amigo: Ambos autores, Eckhart Tolle, e Ron Hubbard, afirmam que o espírito antecede a mente, sendo mais central e superior a ela. Ambos sugerem algumas estratégias para curar os traumas e vivências de dor e inconsciência da mente sub-consciente reativa. Ambos indicam a possibilidade de uma elevação da nossa consciência. Eckhart Tolle fala da bem aventurança de estarmos conscientes do Ser Divino no Eterno Agora. Ron Hubbard fala da psique-terapia da Dianética para curar os traumas enclausurados no nosso subconsciente até nos tornarmos clareados destas aberrações. E então, libertos dos obstáculos psicológicos de inconsciência e dor, nos tornarmos cada vez mais conscientes e unidos ao espírito que ele chamou de Thetan, chegando ao feliz estado de Thetan Operante.

2.1.4  Revelação espiritual para urantia

     Amiga: O que o livro de urantia fala sobre estas coisas?

     Amigo: O livro de urantia revela que até mesmo Deus e o humano podem coexistir em uma pessoalidade unificada. Isto significa que a mente e corpo humano podem, pelo dom da pessoalidade, estarem unidos à alma e espírito divino. O livro revelado explica o desenvolvimento do ser divino que cria e faz evoluir nossa alma no ventre de nossa própria mente:

     "Livro de Urantia", parágrafo 107_7:  ...  Nos mundos evolucionários, as criaturas volitivas passam por três estágios de desenvolvimento do ser: em Urantia, desde a chegada do Ajustador até um crescimento relativamente completo, perto dos vinte anos de idade, quando os Monitores são algumas vezes designados Mutadores do Pensamento. Dessa idade, até atingir a idade do discernimento, que se dá aos quarenta anos, os Monitores Misteriosos são chamados de Ajustadores do Pensamento. Depois de atingir a idade do discernimento até a libertação da carne, eles são, muitas vezes, chamados de Controladores do Pensamento. Essas três fases da vida mortal não têm nenhum vínculo com os três estágios do progresso feito pelo Ajustador na duplicação da mente e na evolução da alma.

2.2  A mente como mediadora entre o espírito e a matéria

     Amiga: Você está dizendo que a revelação do livro de urantia, e o conhecimento evolucionário de Eckhart Tolle e Ron Hubbard, posicionam a mente como mediadora, como degrau para espiritualização das pessoas humanas e suas vidas?

     Amigo: Sim, exatamente. Por este motivo, a sanidade mental é importante para o desenvolvimento equilibrado da espiritualidade na fé, na esperança e na busca da vida eterna. Veja como a mente é crucial para recepção do Espírito Santo de acordo com a revelação do:

     "Livro de Urantia", parágrafo 111.1_5:  ...  A mente mortal é um sistema de intelecto temporário, cedido por empréstimo aos seres humanos, para uso durante o período da vida material; e, da forma pela qual usam essa mente, estão aceitando ou rejeitando o potencial de existência eterna. A mente é praticamente tudo o que vós tendes da realidade do universo, que é submissível à vossa vontade; e a alma - o eu moroncial - irá retratar fielmente a colheita das decisões temporais que o eu mortal está fazendo. A consciência humana repousa gentilmente sobre o mecanismo eletroquímico abaixo; e delicadamente toca o sistema de energia espiritual-moroncial acima. De nenhum desses dois sistemas, o ser humano encontra-se completamente consciente durante a sua vida mortal; portanto, ele deve trabalhar com a mente, da qual é consciente. E não é tanto o que a mente compreende, mas, sim, o que a mente deseja compreender, que assegura a sobrevivência; não é tanto o que a mente é que se constitui na identificação com o espírito, mas o que a mente está tentando ser. E não é tanto o fato de que o homem seja consciente de Deus que o leva a ascender no universo, mas o fato de que ele aspira a Deus. O que vós sois hoje não é tão importante quanto aquilo em que vos estais tornando dia a dia e na eternidade.

2.2.1  Informativos sobre os três aspectos da mente

     Amiga: É muito coerente a visão da mente como mediadora entre o espírito e a matéria.

     Amigo: Sim, o humano mortal tem um núcleo espiritual. A mente é um sistema de energia pessoal, que existe em torno de um núcleo espiritual divino e que funciona em um ambiente material. A mente é a nossa embarcação, o espírito Ajustador é o nosso piloto, a vontade humana é o capitão. Nossa mente é como um veículo intermediador de nossa pessoalidade integral. É a mente que faz a mediação entre nosso espírito-alma e nosso corpo material. Compreender a natureza da mente e defender a sua integridade é muito importante para os devotos sinceros do espírito e os jovens idealistas de nossa comunidade. É por isso que a proposta do trabalho informativo do GAIA em saúde mental começa assim:

Terapeutas da mente, psique e alma,

     Esta carta é uma proposta de editoração, estudo e trabalho curativo da mente, psique e alma. A mente é um dos sete pilares temáticos do Grupo de Aprendizes da Informação Aberta (GAIA).

     A mente está em uma esfera de (2) símbolos, signos e significados entre a (1) base dos fatos materiais e os (3) elevados valores do espírito. Por isso, esta proposta de estudo e trabalho terapêutico abrange (1) a base material do corpo, sistema nervoso e cérebro, (2) a sanidade psicológica e estrutura informacional da mente e (3) o conhecimento e sabedoria necessários para receber com devoção e engrandecer equilibradamente o espírito pré-pessoal residente, nosso eu divino eterno.

2.3  Espírito, alma, mente e ego

     Amiga: Eu me interesso mais sobre as coisas espirituais e sobre a possibilidade de discernirmos em nossa mente as pérolas de sabedoria do nosso próprio espírito e alma. Além disso, eu não estou muito familiarizada com a abordagem da Dianética e da Cientologia. Porém li e gostei do livro "Um Novo Mundo: O Despertar de Uma Nova Consciência". Sei que muitas vezes nós interpretamos de forma diferente os ensinamentos com os quais temos contato. Por isso, eu gostaria de lhe perguntar: qual a sua interpretação dos livros de Eckhart Tolle que você já leu?

     Amigo: Estou terminando de ler o livro que você citou sobre Uma Nova Consciência. Na minha leitura, interpreto o que Eckhart Tolle chama de Uma Nova Consciência, o correspondente ao que Jesus chama de a consciência da consciência na revelação do livro de urantia. Trata-se da presença do espírito divino, criando a alma humana, em um nível de realidade superior à nossa mente material, e ao nosso conceito próprio egoísta, o qual chamo de ego não altruísta.

     Amiga: Não entendi.

     Amigo: O espírito é anterior a alma que por sua vez é superior a mente. Quando vivemos conscientes do espírito divino no centro de nossa própria alma, estamos vivendo ligados à dádiva da Primeira Pessoa da Deidade, ao nosso eu superior, ao nosso próprio ser e essência atemporal. Por outro lado, antes deste estado de consciência, frequentemente vivemos identificados com o imaturo conceito superficial que temos de nós mesmos e assim acabamos vivendo uma espécie de papel egoísta.

2.3.1  O ego não altruísta na nossa mente não espiritualizada

     Amiga: Que papel?

     Amigo: O papel do conceito egoísta distorcido pela auto-admiração que a falsa liberdade do ego não altruísta encena em nossa mente humana não espiritualizada. Este papel é análogo aos papéis que as pessoas fazem no "teatro ateísta" porque é apenas uma superfície distorcida do nosso eu real e eterno. É importante perceber que nós não estamos em um teatro. O ideal na vida verdadeira do ser humano é que cada um seja guiado pelo espírito eterno residente e esteja consciente da própria alma imortal.

     Amiga: Isto é fácil de idealizar em teoria. É mais difícil de manter a prática desta consciência espiritualizada que vence o egoísmo do ego falso. Vejo o ego não altruísta como o conceito imaturo de nós mesmos degenerado pela ausência da autoconsciência da pessoalidade que somos pela graça da Primeira Pessoa da Deidade. Esta auto-imagem superficial de nosso intelecto imaturo é parcial, distorcida e imperfeita. Buscamos ser um com nosso eu total. Buscamos unificar nossa pessoalidade chegando à um estado e desenvolvimento do nosso eu total - espiritual, moroncial, mental e físico. Buscamos um estado e desenvolvimento de nosso espírito, alma, mente e corpo unificados em nossa pessoalidade integral. Contudo sei que precisamos ser pacientes com as pessoas e conosco mesmo quando nossa mente ainda não está suficientemente espiritualizada.

2.3.1.1  A espiritualização da mente e a resolução dos conflitos entre a carne e o espírito

     Amigo: Eu creio que é fácil entender isso. No início da vida humana, nossa mente ainda não é completamente reinada pelo nosso espírito eterno e nossa alma imortal. Nosso eu humano, composto por nossa mente e corpo físico, determinam nossa pessoalidade manifestada, mais do que o nosso eu divino, composto por nosso espírito e alma. É fácil entender isto porque todos nós quando crianças já estivemos desconectados do nosso eu real e agindo na vida como um personagem de uma história passageira.

     Amiga: Sim, eu também compreendo este estado de consciência. Creio que nossa auto-imagem intelectual inicial, a situação de nosso corpo material, os acontecimentos do tempo e as lutas da existência material não são senão um andaime transitório, a fazer uma ponte para a terra prometida da realidade espiritual e da existência superna. Por isso, é confortador o contato com nosso espírito eterno e nossa alma imortal. Quando nos identificamos com nosso corpo mortal e nosso conceito intelectual imaturo sobre nós mesmos, em geral ficamos ansiosos e preocupados com a situação tempo-espacial de nosso "ego temporal". Somente o contato interior com nosso "eu eterno" nos conforta definitivamente das atribulações naturais da vida no tempo finito e no espaço limitado. Atribulações naturais que ocorrem enquanto nos aperfeiçoamos e caminhamos para vida espiritualizada na eternidade infinita de Deus, a fonte de nossos espíritos que junto conosco cria nossas próprias almas em nossa mente fiel e moral.

     Amigo: Eu concordo. Adiciono uma observação prática: não é necessário ver o ego humano no sentido pejorativo e mal em si mesmo. Eu realmente acredito que, até despertarmos para uma nova consciência espiritualizada, é natural que nossa mente e corpo humano preponderem nas expressões da nossa pessoalidade, mais do que nossa alma e espírito divino. Neste caminho de espiritualizar mais completamente a vida, é importante previnir aos crentes a respeito do nível de conflito que deve ser enfrentado por todos aqueles que passam da vida, como é vivida na carne, para a vida mais elevada, como é vivida no espírito. Nas instrutivas palavras de Jesus Cristo reveladas no:

     "Livro de Urantia", parágrafo 159.3_7: Preveni a todos os crentes a respeito do nível de conflito que deve ser enfrentado por todos aqueles que passam da vida, como é vivida na carne, para a vida mais elevada, como é vivida no espírito. Para aqueles que vivem inteiramente dentro de qualquer dos reinos, há um pequeno conflito ou confusão, mas todos estão fadados a experimentar uma incerteza, maior ou menor, durante os tempos de transição entre os dois níveis de vida. Vós não podeis escapar das vossas responsabilidades, nem evitar as obrigações do Reino, ao entrardes nele, mas lembrai-vos: O jugo do evangelho é fácil de levar, e o fardo da verdade é leve.

     Assim, concluo dizendo que podemos ver com mais leveza os naturais conflitos entre o espírito e a carne. Uma criança avalia uma experiência de acordo com o seu conteúdo de prazer, a maturidade é proporcional à substituição do prazer pessoal pelos significados mais elevados. Percebo que o corpo de origem animal busca o prazer e foge da dor de forma que muitas vezes nos compele à comportamentos que não condiziam com o altruísmo de nosso eu espiritual. Creio que é natural que seja assim no início, o ser humano precisa viver a vida temporária na carne para que possa optar pela vida eterna no espírito. Eu refleti em uma oração que pudesse me ajudar a resolver esses conflitos desgastantes e enfraquecedores entre a natureza animal e a natureza espiritual. Eu orei para que Deus fosse a fonte de todo meu prazer e o alívio de toda minha dor. Isso me ajudou a vencer meus vícios promíscuos de uma maneira tortuosa. Se eu fosse recomeçar à vida com a sabedoria iluminadora que emana do livro de urantia, eu buscaria a vitória e o triunfo pelo amor à Deus e ao próximo. Este amor nos impede de explorar outros seres humanos e tratá-los como objetos de nosso prazer carnal. Peço perdão a todos que ofendi, entrego minha vida à Deus, e oro para que ele me guie para que eu possa reparar de maneira adequada as minhas faltas passadas antes do "despertar de uma nova consciência" espiritualizada na pessoa humana que sou pela graça da Pessoa Divina que Deus É.

2.3.2  Discernindo o ego egoísta do eu divino

     Amiga: "O Despertar de Uma Nova Consciência"! Este é o sub-título do livro escrito por Eckhart Tolle!?

     Amigo: Sim. Eu agradeço muito os ensinamentos deste livro. Com ele estou cada vez mais aprendendo à discernir o ego egoísta do eu divino, nos pensamentos da minha mente cada vez mais espiritualizada.

     Amiga: E o que este livro fala sobre os papéis temporários e o ego orgulhoso?

     Amigo: Antes de falar sobre isto, quero lembrar que temos amigos que valorizam o trabalho de Eckhart Tolle, autor deste livro sobre o qual estamos falando e também do livro "O Poder do Agora" (Tolle [28]). Podemos compartilhar este diálogo de "fique são" com eles, e especialmente com um amigo e irmão bem humorado.

     Amiga: É justo. Afinal se vamos discernir e harmonizar o eu humano e o eu divino, e se vamos expor e transcender nosso próprio ego, que é o conceito não espiritualizado do nosso "eu" na nossa mente carnal, é interessante que nosso amigo feliz receba, contribua e corriga este diálogo imaginário de ficção que pode ajudar-nos a ficar mais sãos.

2.3.3  G: amigo bem humorado e feliz

     G: Espera lá, se alguém deve falar pelo amigo bem humorado e feliz este alguém sou eu. Não creio que seja correto alguém falar por mim.

     Amigo: E você não acredita que nossos espíritos unidos possam inspirar palavras espirituais, traduzidas para linguagem humana pela nossa alma engrandecida na nossa própria mente?

     G: Você está dizendo da possibilidadade dos nossos eus divinos unidos em Deus, inspirarem pensamentos, palavras e ações através de nossa mente humana?

     Amigo: G ... eu acredito que o eu divino de todos os seres humanos procedem de Deus, O Pai Universal, e são nutridos pela Mãe Universal, O Ser Supremo nos universos do tempo e do espaço. Mas acredito também que os seres humanos despertos para consciência de seu próprio eu divino, do espírito Ajustador residente em sua mente, podem viver internamente uma unidade espiritual com todos os outros irmãos e irmãs humanos. Para sustentar esta crença me inspiro na revelação de que os espíritos Ajustadores possuem uma capacidade ilimitada de comunicar-se entre si.

2.4  Mensagens espirituais?

     G: Talvez seja pretensioso acreditar que estamos recebendo uma mensagem diretamente de nossos espíritos Ajustadores, nossos eus divinos unidos em Deus?

     Amigo: Certamente isto é pretensioso se não estivermos conscientes das distorções que nossa mente humana finita cria em uma possível mensagem que possamos receber do Ajustador dos Pensamentos em nós. Para mim, um dos melhores conselhos, para os que buscam ser mediadores de mensagens espirituais, está ressaltado no seguinte parágrafo revelado no:

     "Livro de Urantia", parágrafo 110.5_5:  ...  É extremamente perigoso postular qualquer coisa, quanto à participação do Ajustador, no conteúdo da vida nos sonhos. Os Ajustadores trabalham, sim, durante o sono; mas as vossas experiências no sonho, em geral, são fenômenos puramente fisiológicos e psicológicos. Da mesma forma, é arriscado tentar diferençar o registro dos conceitos dos Ajustadores, das recepções mais ou menos contínuas e conscientes, daquilo que é ditado a partir da consciência mortal. Tais problemas terão de ser solucionados por meio da discriminação individual e por meio da decisão pessoal. De qualquer modo é melhor, para o ser humano, errar, considerando uma expressão não como vinda do Ajustador, acreditando que se trata de uma experiência puramente humana, do que se precipitar no erro da exaltação de uma reação da mente mortal, considerando-a como sendo da esfera da dignidade divina. Lembrai-vos que a influência de um Ajustador do Pensamento é, em grande parte, se bem que não integralmente, uma experiência supraconsciente.

2.4.1  A humildade diante do absoluto

     G: Meu irmãozinho, é necessário sermos humildes diante do absoluto. Eu estou falando sobre algo além de nossas relatividades e palavras humanas. Deus, é absoluto e inefável. Talvez seja descabido acharmos que nós, criaturas relativas e imperfeitas, possamos falar pelo Criador Absoluto e Perfeito. Além disso, é revelado que Deus outorga aos seres humanos o Ajustador dos Pensamentos. Este espírito divino pré-pessoal já vive e cria a alma na mente de cada um de nós. Por isso, O Pai eterno de nossa pessoa, não precisa de intemediários. Nós é que precisamos desenvolver uma consciência normal de pequenez, de humildade. Como você, eu também creio que todos os que querem e buscam a verdade, frequentemente recebem introvisões verdadeiras do Ser amado e querido. Contudo, precisamos ser cuidadosos quando achamos que estamos sendo mensageiros dos seres celestiais, ou quando somos tentados a maximizar a nossa própria importância. A revelação nos lembra que uma das funções do humor é ajudar cada um a levar-se menos a sério. O humor é o antídoto divino para a exaltação do ego. Você deve admitir que estou em sintonia com o seguinte parágrafo do:

     "Livro de Urantia", parágrafo 100.1_1:  ...  Embora a religião produza um crescimento nos significados e o engrandecimento dos valores, o mal sempre surge quando avaliações puramente pessoais são elevadas ao nível do absoluto. Uma criança avalia uma experiência de acordo com o seu conteúdo de prazer; a maturidade é proporcional à substituição do prazer pessoal pelos significados mais elevados, e mesmo pela lealdade aos conceitos mais elevados das situações diversificadas da vida e das relações cósmicas.

2.4.2  O espírito no interior da mente

     Amigo: Você tem razão. Contudo, talvez seja possível receber introvisões inspiradoras, que iluminem nosso intelecto. Sempre com a prudência e compreensão que as introvisões, que vem do "alto", são aquelas que nós conseguimos captar com nossa mente, na nossa própria alma, centrada no nosso espírito. Dito de outra forma, o conhecimento exposto neste diálogo é um conhecimento evolucionário, pode até ser inspirado por Deus mas com certeza é interpretado, colorido e provavelmente distorcido pela mente humana finita do escritor. O conhecimento evolucionário alcançado pelos seres humanos é diferente do conhecimento revelado por pessoalidades supra-humanas. Estou me esforçando para explicar o que aprendi na mais recente das revelações da verdade para o nosso planeta. A terra é chamada de urantia no grande universo. Eis uma citação da sublime revelação original que é fonte do limitado conhecimento evolucionário destes diálogos:

     "Livro de Urantia", parágrafo 103.6_6:  ...  O espírito interior do homem dependerá sempre, para a sua expressão e auto-realização, do mecanismo e da técnica da mente. Do mesmo modo, a experiência externa do homem com a realidade material, deve basear-se na consciência mental da pessoalidade que está experienciando. Portanto, as experiências humanas, a espiritual e a material, a interior e a exterior, estão sempre correlacionadas com a função da mente, e condicionadas, quanto à sua realização consciente, pela atividade da mente. O homem experimenta a matéria na sua mente; ele experiencia a realidade espiritual na alma, mas torna-se consciente dessa experiência na sua mente. O intelecto é o harmonizador, é o condicionador e o qualificador, sempre presentes, da soma total da experiência mortal. Ambos, as coisas da energia e os valores do espírito, quando passam ao âmbito da consciência mental, por meio da interpretação, são coloridos por esta.

2.5  A materialização do livro de urantia

     Amiga: Estou engrandecida em participar deste triálogo10. Contudo certamente todas estas considerações prudentes sobre as inspirações espirituais também se aplicam ao livro de urantia. Certamente a mente dos escritores humanos deste livro que vocês tanto citam também "coloriram" sua menssagem espiritual.

     Amigo: Os documentos que compõe o livro de urantia não foram escritos por nenhum ser humano.

     Amiga: Como assim? De alguma forma estes escritos surgiram na terra. Como isto aconteceu?

     Amigo: Existe um livro que descreve a história dos documentos de urantia. Nele se conta que a revelação do "livro de urantia" ocorreu na primeira metade do século passado, com mensagens de várias pessoalidades supra-humanas, para um grupo de 7 pessoas, no núcleo de um fórum de cerca de 400 seres humanos. Conta-se que os manuscritos contendo o texto deste livro foram materializados.

     Amiga: Como foi isso?

     Amigo: Se isso for importante para você, confira a seguinte citação da:

"História dos Documentos de Urantia", Item 0.3:
Veracidade reconhecida dos envolvidos nesta revelação

     Passei mais de trinta anos estudando os Documentos de Urantia. Tenho tido dúzias de discussões com muitas pessoas que têm conhecimento pessoal acerca dos acontecimentos que culminaram na materialização dos Documentos. Como consequência, estou totalmente convencido de que, por volta de 1906 - 1955, seres não-materiais de maturidade e inteligência super-humanas tiveram regularmente intercurso com um grupo de (eventualmente) seis mortais, com o fim de proporcionar uma revelação religiosa para toda uma época.

2.5.1  Materializações, mestres de sabedoria e criaturas intermediárias

     Amiga: Manuscritos materializados! Já tinha ouvido falar em psicografia através de um médium humano, mas um texto materializado diretamente por pessoalidades supra-humanas é algo novo para mim.

     Amigo: Há outros casos. As cartas dos mestres de sabedoria são também exemplos de manuscritos materializados. Certa vez um teosofista, que na época era o presidente da Sociedade Teosófica no nosso país, disse que estas cartas até hoje existem.

     Amiga: Então os mestres de sabedoria provavelmente participaram da materialização do livro de urantia?

     Amigo: Sim. Alguns estudantes do livro de urantia partilham da opinião de que os mestres de sabedoria, guardiões e cidadões permanentes deste mundo, são as criaturas intermediárias reveladas no:

"Livro de Urantia", Capítulo 77:
As Criaturas Intermediárias

     A maioria dos mundos habitados de Nébadon abriga um ou mais grupos de seres únicos que existem em um nível de operação vital, que é intermediário entre o dos mortais dos reinos e o das ordens angélicas; e por isso eles são chamados de criaturas ou seres intermediários. Essas criaturas parecem ser um acidente do tempo, mas são encontradas em um âmbito tão vasto e são de uma ajuda tão preciosa que, há muito, nós as aceitamos como uma das ordens essenciais à nossa ministração planetária combinada.

     Amiga: Criaturas intermediárias! Intermediárias entre o que?

     Amigo: Intermediárias entre os anjos e os seres humanos. Mas eu gostaria de voltar ao assunto da mente humana. Gostaria de dialogar sobre a cura e o aspecto psicológico do intelecto. Já falamos bastante sobre a possibilidade da mente contatar nosso próprio espírito, e no Item 5.6 deste diálogo comentamos sobre a importância de defender a base material neurológica da mente.

2.6  Os sete Espíritos Ajudantes da mente

     Amiga: Por favor, não mude de assunto. Estou mais interessada nas criaturas intermediárias entre o reino humano e o reino angélico do que na resolução dos nossos traumas psicológicos.

     Amigo: Está bem, vou contornar nossa resistência à terapia psicológica falando de algo espiritual relacionado ao intelecto subhumano dos animais, ao intelecto moral dos seres humanos e ao intelecto supra-humano das criaturas intermediárias.

     Amiga: Eu vou ouvir isto com atenção!

     Amigo: O livro de urantia nos revela que dentre as influências espirituais do universo, estão os chamados:

Sete Espíritos Ajudantes da Mente:

     "Livro de Urantia", parágrafo 36.5_2:  ...  Os sete espíritos ajudantes da mente são chamados por nomes equivalentes às designações seguintes: intuição, compreensão, coragem, conhecimento, conselho, adoração e sabedoria. Esses espíritos-mente fazem sentir a sua influência em todos os mundos habitados na forma de impulsos diferenciais, cada um buscando a capacidade de receptividade para a sua manifestação em graus distintos e independentemente daquilo que os outros seis espíritos possam encontrar em termos de receptividade e oportunidade de atuação.

     Estes sete espíritos ajudantes da mente atuam nos seres humanos. Contudo, nos animais atuam somente os primeiros cinco, denominados: 1 - intuição, 2 - compreensão, 3 - coragem, 4 - conhecimento e 5 - conselho. Nas criaturas intermediárias atuam somente o sexto e o sétimo espírito ajudante da mente. Eles são denominados 6 - adoração e 7 - sabedoria. Este é mais um motivo que me faz associar os seres intermediários com os mestres de sabedoria. Veja como isto é revelado no:

     "Livro de Urantia", parágrafo 42.10_4:  ...  Espíritos ajudantes da mente. Esta é uma ministração do Espírito Materno do universo local, funcionando através dos seus sete espíritos ajudantes da mente, no nível ensinável (não-mecânico) da mente material. Nesse nível, a mente material está experienciando: como intelecto subhumano (animal) por meio dos primeiros cinco ajudantes; como intelecto humano (moral) por intermédio dos sete ajudantes; como intelecto supra-humano (nos seres intermediários) por meio dos dois últimos ajudantes.

2.7  Jesus explica a diferença do intelecto humano e animal

     Amiga: Isto significa que nos seres humanos atuam dois espíritos ajudantes da mente, da adoração e da sabedoria, que não atuam nos animais?

     Amigo: Exatamente. Veja como Jesus fala sobre isso em seu discurso sobre a realidade, feito para seu discípulo indiano Ganid, após assistirem em Alexandria as conferências sobre os ensinamentos de Platão:

     "Livro de Urantia", parágrafo 130.4_9:  ...  Apenas em grau o homem possui mente acima do nível animal, à parte as ministrações mais elevadas e quase espirituais de intelecto. Portanto os animais (não sabendo adorar nem possuindo sabedoria) não podem experimentar a supraconsciência, ou a consciência da consciência. A mente animal é consciente apenas do universo objetivo.

2.8  Ensinamentos de Melquisedeque

     Amiga: Isto está se tornando muito complexo. Você conseguiria me dizer com palavras simples os pontos mais importantes para os espiritualistas sinceros?

     Amigo: Minha irmã em espírito. Primeiramente tenha esperança e fé em Deus, o Pai Universal. O mais importante é a sobrevivência de nossas pessoas quando nossas almas humanas rescussitarem nos mundos celestiais. Há cerca de 4000 anos, Maquiventa Melquisedeque nos lembrou que Deus aceitaria o ser humano nos termos simples da fé pessoal. Veja como isso é revelado no:

     "Livro de Urantia", parágrafo 93.3_8:  ...  E assim Melquisedeque preparou o caminho, estabelecendo no mundo o estágio de tendência monoteísta, apropriado para a auto-outorga de um verdadeiro Filho do Paraíso do único Deus de fato, a quem ele tão vividamente retratou como sendo o Pai de todos, e a quem ele representou para Abraão como um Deus que aceitaria o homem nos termos simples da fé pessoal. E Michael (Jesus), quando apareceu na Terra, confirmou tudo o que Melquisedeque havia ensinado a respeito do Pai do Paraíso.

2.9  O espírito e a vida

     Amiga: Isto eu entendo. Fé e determinação não me faltam. Contudo, gostaria de compreender melhor os sete espíritos ajudantes da mente e como eles atuam nos seres vivos. Quero entender a relação do espírito com a vida.

     Amigo: Amante da vida. Além de estarmos caminhando em direção à Deus, ambos nos dedicamos à proteção da vida dos animais, dos seres humanos e do planeta. A revelação nos lembra que:

     "Livro de Urantia", parágrafo 42.1_1:  ...  A base do universo é material, mas a essência da vida é espírito. O Pai dos espíritos é também o ancestral dos universos. O Pai eterno do Filho Original é também a fonte-eternidade do modelo original, a Ilha do Paraíso.

     Repetindo: a essência da vida é espírito. Veja agora, de acordo com a revelação, como o Espírito Materno deste universo local, promove o início e a evolução da vida nos planetas habitados como urantia (terra):

     "Livro de Urantia", parágrafo 34.5_2:  ...  Nos mundos habitados, o Espírito inicia o trabalho da progressão evolucionária, começando com o material sem vida do reino, dotando-o primeiro com a vida vegetal, em seguida, com os organismos animais e, depois, com as primeiras ordens da existência humana; e cada concessão sucessiva contribui para o desdobramento posterior do potencial evolucionário da vida planetária, desde os estágios iniciais e primitivos até o surgimento das criaturas de vontade. Esse trabalho do Espírito Materno é efetuado grandemente por meio dos sete ajudantes, os espíritos da promessa, as mentes-espírito unificadoras e coordenadoras dos planetas em evolução, em união contínua, levando sempre as raças dos homens para idéias mais elevadas e ideais espirituais.

     Lembro que, de acordo com o livro de urantia, o Espírito Materno, também chamada de Ministra Divina, é a responsável pelo circuito espiritual do Espírito Santo e também pelos sete espíritos ajudantes da mente. Estes espíritos ajudantes crescem em experiência nos animais e assim podem atuar na nossa evolução intelectual. Desta forma a vida animal é indispensável para evolução física e intelectual dos seres humanos. Segundo a "bíblia da terra":

     "Livro de Urantia", parágrafo 36.5_13:  ...  Os espíritos ajudantes da mente crescem por meio da experiência, no entanto nunca se tornam pessoais. Eles evoluem em função; e as funções dos cinco primeiros, atuando nas ordens animais, em uma certa medida, se fazem essenciais para que todos sete funcionem no intelecto humano. Essa relação com os animais faz com que os ajudantes passem a ser mais eficazes na sua prática junto à mente humana; assim é que os animais tornam-se, de uma certa forma, indispensáveis à evolução intelectual do homem, bem como à sua evolução física.

2.10  Corpo de origem animal e pessoa humana de destino divino

     Amiga: Estou começando a entender melhor nossas semelhanças e diferenças com os animais.

     Amigo: Este é um ponto importante. O corpo mortal evoluiu de uma origem material, animal e mortal, por outro lado os humanos em perfeccionamento tem um destino espiritual, divino e eterno. Por isso, devemos entender os conflitos naturais que surgem neste caminho de espiritualização de nossas pessoas vivas. Meditemos no ponderado bom senso do:

     "Livro de Urantia", parágrafo 34.6_9:  ...  Em cada mortal existe uma natureza dual: a herança das tendências animais e o elevado impulso do dom do espírito. Durante o curto período em que viverdes em Urantia (Terra), esses dois impulsos diversos e opostos raramente poderão ser conciliados por completo, dificilmente poderão ser harmonizados e unificados; contudo, durante o vosso tempo de vida, o Espírito solidário e combinado está sempre ministrando, no sentido de ajudar-vos a submeter, mais e mais, a carne ao guiamento deste Espírito. Ainda que devais viver a vossa vida material até o fim, ainda que não possais escapar do corpo nem das necessidades dele, não obstante, estareis, em propósito e ideais, cada vez mais fortalecidos em poder para submeter a natureza animal ao domínio do Espírito. Existe, realmente, dentro de vós uma conspiração de forças espirituais, uma confederação de poderes divinos, cujo propósito exclusivo é efetivar a vossa libertação final da escravidão material e das limitações finitas.

2.11  Simples: presença de espírito

     G: Meus irmãos, creio que devemos voltar ao assunto inicial deste triálogo, esta conversa de três pessoas. Nós podemos falar e estudar sobre muitas coisas, contudo o mais importante é o que nós somos. Em termos práticos o mais importante agora e aqui é a nossa unidade com o Ser Eterno no íntimo de nossas almas. O Ser Divino em nós, vive em um nível interior mais real, central e profundo do que o nível da nossa mente humana. Devemos viver conscientes da presença do Ser Espiritual em nós, tudo mais será consequência. Não é necessário todo este falatório. Como escreveu Eckhart Tolle:

     "O Poder do Agora", parágrafo 1.1_21:  ...  O ruído mental incessante nos impede de encontrar a área de serenidade interior, que é inseparável do Ser ...

     Todos nós buscamos a paz e alegria. Muitos ainda não despertaram para o fato que isto está em seu próprio interior:

     "O Poder do Agora", parágrafo 1.1_11:  ...  Infelizmente, todos que ainda não encontraram a verdadeira riqueza - a radiante alegria do Ser e uma paz: inabalável - são mendigos, mesmo que possuam bens e riqueza material. Buscam, do lado de fora, migalhas de prazer, aprovação, segurança ou amor, embora tenham um tesouro guardado dentro de si, que não só contém tudo isso, como é infinitamente maior do que qualquer coisa oferecida pelo mundo.

2.12  Interpretações finitas da experiência com o Ser Infinito

     Amigo: Eu concordo. O Ser Infinito não cabe em nossas mentes finitas, quanto mais em nossas palavras limitadas. A experiência de unidade com nossa alma, centrada em nosso espírito, não é exprimível por palavras. Busquemos ser orientados e estar de mãos dadas com o criador divino em nós. Fazendo assim iremos seguir pelos caminhos que ele indicar. Lembremos que:

"Livro de Urantia", parágrafos 103.8_2 e 3:

     A confusão acerca da experiência com a certeza de Deus nasce das interpretações e das relações discordantes entre as experiências provenientes de indivíduos isolados e de raças diferentes de seres humanos. A experiência de Deus pode ser integralmente válida, mas os discursos sobre Deus são intelectuais e filosóficos, e por isso podem ser divergentes e, muitas vezes, confusamente falaciosos.

     Um homem bom e nobre pode amar de um modo consumado à sua esposa, mas pode ser totalmente incapaz de passar satisfatoriamente em um exame escrito sobre a psicologia do amor marital. Outro homem, tendo pouco ou nenhum amor pela sua esposa, poderia passar nesse exame de um modo bastante aceitável. A imperfeição do discernimento daquele que ama sobre a verdadeira natureza do ser amado em nada invalida, seja a realidade, seja a sinceridade do seu amor.

2.13  Conclusão prática deste triálogo

     G: Isto é importante: a experiência de unidade com o espírito divino em nós tem mais valor que nossas interpretações e verbalizações sobre a experiência em si. Feito esta ressalva, percebo que este triálogo se refere ao entendimento da mente como interface entre o espírito e a matéria. Conversamos bastante sobre o contato da mente com o espírito. Vamos ainda conversar sobre o contato da mente com a matéria. Assim, discernimos a atividade tripla de nossa consciência. Discernimos o supra-consciente na esfera do espírito e alma, discernimos o consciente, e também vamos mencionar o sub-consciente como sendo a interface da nossa mente com nossas emoções básicas, necessidades vitais e corpo material.

     Em termos práticos buscamos um discernimento interior maior que nos possibilite cada vez mais estarmos conscientes do divino e do humano que coexistem em nossa pessoalidade unificada. Além disso este triálogo pode contribuir para resolvermos nossos sofrimentos e dores submersos no nosso sub-consciente ...

2.13.1  Livro: "Dianética"

     Amigo: ... Ron Hubbard escreveu um livro chamado: Dianética: A Ciência da Saúde Mental. Ele explica que nossas vivências de inconsciência e dor ficam gravadas em uma parte irracional de nosso intelecto chamada mente reativa. Além disso, a dianética propõe uma psique-terapia para clarear estes traumas psicológicos, tornando-nos conscientes deles e trazendo-os para parte racional do intelecto chamada mente analítica. Com a dianética, Hubbard explica que os momentos passados de inconsciência e dor, quando restimulados, podem nos desequilibrar e nos colocar em um estado reativo inconsciente desconectados de nossa mente racional ...

2.13.2  Livro: "O Poder do Agora"

     G: ... e certamente desconectados de nossa alma e espírito. Por outro lado, quanto mais estivermos unidos ao nosso "verdadeiro eu eterno", mais espiritualizado seremos. Além disso esta unidade do divino e do humano em nossa pessoalidade também nos torna mais imunes aos rompantes sub-conscientes dos nossos traumas passados, dos nossos instintos animais e do nosso "falso eu efêmero". Cito neste contexto a experiência de Eckhart Tolle:

     "O Poder do Agora", parágrafo 0.1_8:  ...  Eu sabia que algo profundamente significativo tinha acontecido, mas não entendia exatamente o quê. Só compreendi mais tarde, depois de ler muito sobre espiritualidade e de conviver com mestres iluminados. Percebi que eu já tinha vivenciando a transformação que as pessoas tanto desejavam. A pressão intensa do sofrimento daquela noite forçou minha consciência a pôr um fim à sua identificação com a infelicidade e com o falso "eu interior" amedrontado que minha mente havia criado para me controlar. Foi uma transformação tão completa que esse "eu interior" sofredor murchou imediatamente, como quando se tira o pino de um brinquedo inflável. O que restou foi a minha verdadeira natureza, a minha presença, a consciência em seu estado puro, anterior à sua identificação com a forma. (Tolle [28])

2.13.3  Bíblia: "Livro de Urantia"

     Amigo: A presença de espírito e a consciência do nosso "eu divino" é a solução prática que buscamos. Mesmo os sofrimentos mais intensos e a inconsciência mais escura se dissolvem na presença deste nosso "eu perfeito" no centro de nossas almas engrandecidas, preenchendo e envolvendo-nos da luminosidade do espírito. Afinal, não adianta açoitar o escuro com uma espada, basta acender a luz!

     No livro de urantia isto equivaleria ao estado bem aventurado da pessoa consciente da presença do nosso espírito, tecendo nossa alma, no ventre de nossa mente fiel e moral. A revelação explica que nossa pessoalidade é quem unifica o corpo, mente, espírito e alma. Desenvolver uma pessoalidade unificada é a nossa meta. Caminhemos para o estado interior no qual o Criador Divino e a criatura humana coexistam unificados na nossa pessoa manifestada e centrada no nosso espírito. A importância da simetria, equilíbrio e unidade se revela na pessoalidade de Jesus:

"Livro de Urantia", Item 100.7:
O Apogeu da Vida Religiosa

     Embora o mortal comum de Urantia não possa esperar atingir a alta perfeição de caráter adquirida por Jesus de Nazaré, enquanto permaneceu na carne, é totalmente possível a todo mortal crente desenvolver uma pessoalidade forte e unificada, pautando-se pelas linhas perfeccionadas da pessoalidade de Jesus. O aspecto singular da pessoalidade do Mestre não era tanto a sua perfeição, quanto a sua simetria, a sua unificação extraordinária e equilibrada. ...

2.14  Ensinamento equilibrado de Jesus

     G: Nossa senhora, este livro de urantia fala sobre tudo que realmente importa!

     Amigo: Meu parceiro no caminho, anfitrião do viver de luz, irmão espiritual, se tu me pedistes para dizer uma virtude do livro de urantia eu diria: completo. A maioria dos ensinamentos espirituais, nos quais eu me aprofundei, apresentavam falhas e parcialidades que geravam desequilíbrios quando levados ao pé da letra. O livro de urantia revela uma realidade unificada que congrega de forma coerente as pérolas de verdade, sabedoria e conhecimento entesouradas na religião, filosofia e ciência da terra.

     O coroamente desta "bíblia da terra" é a revelação da vida e dos ensinamentos de Jesus. Repare como estes ensinamentos ponderados são um antídoto para a falta de integridade, os desequilíbrios e fanatismos:

"Livro de Urantia", parágrafos 196_6 e 7:

     Em um gênio religioso, uma fé espiritual muito forte, com frequência, leva diretamente ao fanatismo desastroso, ao exagero do ego religioso, mas não aconteceu assim com Jesus. Ele não foi afetado desfavoravelmente, na sua vida prática, pela sua extraordinária fé e pela realização espiritual, porque essa exaltação espiritual era uma expressão totalmente inconsciente e espontânea, na sua alma, da sua experiência pessoal com Deus.

     A fé espiritual ardente e indomável de Jesus nunca se tornou fanática, pois nunca chegou a afetar os seus julgamentos intelectuais equilibrados a respeito dos valores correspondentes das situações sociais, econômicas e morais, práticas e comuns da vida. O Filho do Homem foi uma pessoalidade humana esplendidamente unificada; foi um ser divino perfeitamente dotado; e era também magnificamente coordenado, como combinação de ser humano e divino, funcionando na Terra como uma pessoalidade única. O Mestre sempre coordenava a fé da alma com o juízo da sabedoria da experiência amadurecida. A fé pessoal, a esperança espiritual e a devoção moral foram sempre correlacionadas em uma unidade religiosa, sem par, de associação harmoniosa com a compreensão profunda da realidade e da sacralidade de todas as lealdades humanas - a honra pessoal, o amor familiar, a obrigação religiosa, o dever social e a necessidade econômica.

Referências Bibliográficas

[28]
Eckhart TOLLE - "O Poder do Agora". Um guia para a iluminação espiritual.

Notas de Rodapé:

10 Triálogo é uma conversa de três pessoas.