Livro de Urantia

Grupo de Aprendizes da Informação Aberta

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Capítulo 1
Introdução


Teoria da Aprendizagem
Aprendizagem no ser humano
Aprendizagem na mente viva
Aspectos físicos, matemáticos e computacionais da aprendizagem

Um enfoque multidisciplinar
Introdução
    1.1  As três partes deste trabalho
        1.1.1  Ser humano aprendendo a fazer a vontade de Deus
        1.1.2  A diferença entre a mente humana e a dos animais
        1.1.3  A diferença entre a mente viva e os computadores
    1.2  Neurociência computacional e teoria da informação
        1.2.1  Redes neurais de informações simbólicas
        1.2.2  Neurociência, funcionamento e aprendizagem no sistema nervoso
    1.3  Espírito, mente e matéria
        1.3.1  A natureza do ser humano integral
        1.3.2  A pessoa humana, os animais e os computadores
        1.3.3  Os sete espíritos ajudantes da mente
        1.3.4  Aspectos simbólicos dos sistemas neurais
        1.3.5  Valores espirituais, significados intelectuais e fatos materiais
        1.3.6  Discernimento espiritual, filosofia intelectual e ciência material
        1.3.7  O buscador da verdade aprendendo com a revelação da verdade
        1.3.8  Os domínios espiritual, intelectual e físico se interelacionam na mente
            1.3.8.1  A filosofia integral de Ken Wilber
        1.3.9  O amor do espírito divino residente na mente humana
    1.4  Transcendendo a relatividade do espaço e do tempo
        1.4.1  Jesus ensina que o tempo-espaço pode ser transcendido pela personalidade e mente humana
        1.4.2  Perguntas, Einstein, teoria da relatividade, teoria do espaço e do tempo
        1.4.3  Por que o primeiro, dentre os sete sistemas de energia física, é chamado de potência de espaço?
        1.4.4  Espaço-tempo, geometria e relatividade geral
        1.4.5  O princípio da equivalência, relatividade geral e a solução de Schwarzschild
        1.4.6  A ciência e a revelação confirmam que a luz se curva devido à atração da gravidade
    1.5  Absonito transcendental, teoria unificada e gravita dual
        1.5.1  O finito, o absonito, o absoluto e a transcendência do tempo e do espaço
        1.5.2  Absoluto, indivisibilidade, unidade e transcendência tempo-espacial
        1.5.3  O humano pode alcançar o amor de Deus sem fatos, e pode descobrir as leis de Deus sem amor
        1.5.4  Boa fé, busca da verdade e uma nova filosofia de vida
        1.5.5  A unificação das teorias físicas em mais de 4 dimensões
        1.5.6  O Livro de Urantia e os circuitos da personalidade, espírito, mente e matéria
        1.5.7  Os sistemas universais de energia e a gravita
        1.5.8  Dualidade da gravita, materiais moronciais, luz-matéria, onda-partícula, boson-fermion
        1.5.9  Física teórica, relatividade, supersimetria, bosons e fermions, supergravidade, teoria-M
        1.5.10  Transcendência do espaço-tempo relativo e singularidades tempo-espaciais
    1.6  Mente, consciência e campos
        1.6.1  Mente entre espírito e corpo, cérebro entre luz e matéria
        1.6.2  A natureza da consciência associada aos campos eletromagnéticos na velocidade da luz
        1.6.3  Gravita dual, partículas e campos eletromagnéticos, de probabilidade e bosônicos
        1.6.4  Campos de luz espiritual e comunicação através da unidade de mentes
        1.6.5  Relatividade do quadro conceitual e erros da especulação religiosa
    1.7  Criador e criatura unidos no amor vivo
        1.7.1  O amor na família que motiva a busca de uma nova e atraente filosofia de vida
        1.7.2  Teoria de tudo, divindade e unidade de Deus
        1.7.3  O amor que unifica Criador e criatura
        1.7.4  A união do espírito Ajustador com a pessoa humana
        1.7.5  Fé espontânea, personalidade unificada e cinco possíveis realizações humanas na terra
        1.7.6  O plano de Deus é um propósito de oportunidades, de progresso e vida
        1.7.7  Movimento pulsante da vida, espírito e energia pura, monota do Paraíso
    1.8  Uma teoria unificada com simetria de escala
        1.8.1  Teoria física, simetria de escala, cinco dimensões inclusive a massa
        1.8.2  Gravita e ultimata, elétrons e ultímatons, gravidade linear e circular
        1.8.3  Ultímatons no elétron, "toróide ultimatômico" e encurvamento do espaço-tempo
        1.8.4  Solução de Gödel, curvas de tempo fechadas e simultaneidade circular
        1.8.5  Anel ultimatômico, métrica de Gödel e de Kerr, singularidades e buracos negros
        1.8.6  Ultímatons e singularidade em anel
        1.8.7  Superuniversos, círculo gigantesco, respiração do espaço e teoria unificada do tempo-espaço-massa

1.1  As três partes deste trabalho

1.1.1  Ser humano aprendendo a fazer a vontade de Deus

     A criatura humana de boa fé aprende a decidir e conduzir-se na vida de acordo com a vontade do Criador Divino. A Pessoa infinita e eterna de Deus tem uma vontade, uma volição, uma realidade potencial que já é real na eternidade. Os filhos da fé aprendem a fazer a vontade divina nas diversificadas situações da vida. Para nós, criaturas do tempo e do espaço, a realidade factual é a realidade presente já manifestada. A realidade potencial é aquela realizada à partir da vontade, da volição. Evoluir é factualizar a volição divina, é aprender a fazer a Vontade do Pai nas situações da vida. O ser humano evolui ao desenvolver, ao deixar de envolver1, ao permitir florescer o ser e a vontade divina latente no núcleo absoluto do Ajustador da personalidade humana. A vontade é aquela manifestação da mente humana que capacita a consciência subjetiva a expressar a si mesma objetivamente e a experimentar o fenômeno de aspirar a ser semelhante a Deus. A primeira parte deste trabalho é sobre a aprendizagem do ser humano como um todo, sobre o crescimento do eu total - material, intelectual e espiritual. Podemos aprender com outras pessoas e principalmente aprendemos com a experiência na "escola da vida". E na aprendizagem das lições da vida a personalidade funciona como um fator na situação total. Jesus nos inspira a fazer a vontade de Deus com seus ensinamentos revelados no "Livro de Urantia", parágrafo 130.2_7:

     Essa foi uma conversa que durou até tarde da noite, no curso da qual o jovem pediu a Jesus que lhe contasse sobre a diferença entre a vontade de Deus e o ato humano da escolha, que é também chamado de vontade. Em essência, Jesus disse: "A vontade de Deus é o caminho de Deus, é compartilhar da escolha de Deus em face de qualquer alternativa potencial. Fazer a vontade de Deus, portanto, é a experiência progressiva de tornar-se mais e mais como Deus; e Deus é a fonte e o destino de tudo o que é bom, belo e verdadeiro. A vontade do humano é o caminho do humano, a soma e a essência daquilo que o mortal escolhe ser e fazer. A vontade é a escolha deliberada de um ser autoconsciente, que toma a decisão-conduta baseada na reflexão inteligente".

1.1.2  A diferença entre a mente humana e a dos animais

     As criaturas animais também possuem uma vontade e uma mente. Contudo a mente animal não atingiu o ponto da evolução na qual ela é capaz de experimentar significativamente o seu próprio interior. A mente funciona aprendendo, através dos seus sentidos, e adequando as impressões sensoriais recebidas do mundo externo aos padrões de memória do indivíduo. A compreensão denota que essas impressões sensoriais reconhecidas e os seus padrões de memória associados tornaram-se integrados ou organizados numa rede dinâmica de princípios. Porém, os animais (não sabendo adorar nem possuindo sabedoria) não podem experimentar a supraconsciência, ou a consciência da consciência. A mente animal é consciente apenas do universo objetivo. Quando a mente evolui até o nível humano, ela pode se tornar reflexiva ao ponto de experimentar a consciência da própria consciência, ao ponto de realizar uma observação da observação do mundo material. Neste grau de evolução, se intensifica naturalmente uma experiência interior significativa e a mente se torna sensível à uma realidade que está em seu próprio centro causal. Assim, a criatura se torna apta a adorar o espírito divino que vive em seu interior, transcendendo o tempo e o espaço. Esta é uma das diferenças entre a mente humana e a mente animal. A segunda parte deste trabalho versa sobre a mente viva, de origem animal, que antecede a experiência interior de adoração ao espírito divino, o Ajustador de Pensamentos que reside na mente humana. Este trabalho é o resultado do esforço de interpretar em linguagem contemporânea um aspecto do ensinamento de Jesus que foi revelado no "Livro de Urantia", parágrafo 130.2_8:

     Naquela tarde, ambos, Jesus e Ganid, divertiram-se em brincar com um cão pastor muito inteligente; e Ganid quis saber se o cachorro tinha uma alma, se tinha vontade e, em resposta às suas perguntas, Jesus disse: "O cão tem uma mente que pode conhecer o humano material, o seu mestre, mas não pode conhecer a Deus, que é espírito; por isso o cão não possui uma natureza espiritual e não pode desfrutar de uma experiência espiritual. O cão pode ter uma vontade derivada da natureza e aumentada pelo aperfeiçoamento, contudo tal poder de mente não é uma força espiritual, nem pode ser comparada à vontade humana, porque não é reflexiva - não é resultado do discernimento entre os significados morais mais elevados, nem da escolha dos valores espirituais e eternos. É a posse de tais poderes, de discernir o que é espiritual e de escolher a verdade, que faz do humano mortal um ser moral, uma criatura dotada com os atributos de responsabilidade espiritual e com o potencial de sobrevivência eterna". Jesus continuou a explicar que é a ausência de tais poderes mentais que, para sempre, torna impossível, aos animais, desenvolver uma linguagem no tempo ou experimentar qualquer coisa equivalente à sobrevivência da personalidade na eternidade. Como resultado da instrução desse dia, Ganid nunca mais cultivou a crença na transmigração das almas dos homens para os corpos de animais.

 ...

     "Livro de Urantia", parágrafo 130.4_9 Apenas em grau o humano possui mente acima do nível animal, à parte as ministrações mais elevadas e quase espirituais de intelecto. Portanto os animais (não sabendo adorar nem possuindo sabedoria) não podem experimentar a supraconsciência, ou a consciência da consciência. A mente animal é consciente apenas do universo objetivo.

1.1.3  A diferença entre a mente viva e os computadores

     A terceira parte deste trabalho versa sobre os aspectos físicos, matemáticos e computacionais da aprendizagem. O Livro de Urantia revela que existem outros sistemas de energia física além da energia sensível à gravidade linear chamada de gravita. Por exemplo, os ultímatons não estão sujeitos à gravidade local ou linear. A vida constitui a animação de um sistema de energias - material, mental ou espiritual. Isto implica em uma diferença qualitativa entre uma mente viva e um sistema computacional mecânico, incapaz de interagir com as energias moronciais2 e espirituais. Podemos ver o computador como uma associação eletrônica capaz de recepção, processamento e produção de símbolos e informações.

     Na parte III deste livro em elaboração, abordaremos os aspectos computacionais das redes neurais artificiais. Na parte II faremos considerações sobre a mente viva que é sensível aos espíritos ajudantes da mente. Isto inclui o intelecto subhumano dos animais, que é receptivo aos cinco primeiros espíritos ajudantes, funcionando no nível ensinável (não mecânico) da mente material. Na parte I teceremos considerações da aprendizagem da pessoa humana como um todo, o que inclui não apenas a mente e o corpo, mas também a alma e o espírito. Assim as três partes deste trabalho versam sobre a aprendizagem no ser humano, o qual é capaz de discernir o que é espiritual, sobre a aprendizagem na mente viva dos animais, e sobre a otimização funcional dos sistemas computacionais de informação. Neste esforço de entendimento da aprendizagem é importante discernir os níveis qualitativos do espírito humano, da mente viva dos animais e dos fenômenos materialistas de energia do computador. Como revelado no original "Livro de Urantia", parágrafo 112.2_10:

     Existe um grande abismo cósmico entre a matéria e o pensamento, e esse abismo é incomensuravelmente maior entre a mente material e o amor espiritual. A consciência não pode ser explicada, e a consciência de si, menos ainda, por qualquer teoria de associação eletrônica mecanicista ou por fenômenos materialistas de energia.

     Da introdução de um livro sobre redes neurais artificiais, podemos traduzir:

     ... um outro exemplo, considere o sonar de um morcego3. Sonar é um sistema de localização pelo eco de um som emitido. Em adição à habilidade de prover informação sobre a distância de um alvo (exemplo, um inseto voador), um sonar de morcego carrega informação sobre a velocidade relativa do alvo, o tamanho do alvo, as medidas de várias características do alvo, e o azimute e elevação do alvo (Suga, 1990a,b [74][75]). As complexas neurocomputações, necessárias para extrair toda esta informação do eco do som no alvo, são realizadas em um cérebro do tamanho de uma ameixa. De fato, um morcego com localizador de eco sonoro pode perseguir e capturar seu alvo com uma facilidade e taxa de sucesso que pode dar inveja a um engenheiro de sonar ou radar.

Haykin, 1999 [39]

     O morcego é um mamífero voador, uma criatura viva com cérebro e mente. Fazemos os seguintes questionamentos: Será que o cérebro-mente das criaturas vivas e os padrões dos pulsos eletro-químicos de seus neurônios são totalmente determinados pelas leis da matéria-energia dual da gravita? Será que existem outros fatores causativos na mente viva, além das realidades não-deificáveis dos sete sistemas de energia-matéria que se originam no paraíso inferior? Será que existem influências de realidades espirituais advindas do Espírito Materno do universo local de Nébadon onde a terra se localiza? Mais especificamente, será que os espíritos ajudantes da mente também influenciam a mente de origem animal do ser vivo que busca sobreviver?

     De acordo com o Livro de Urantia, a resposta é sim. Existem influências espirituais na mente viva dos animais e dos humanos. A vida distingue os animais dos sistemas mecânicos computacionais de processamento de informações simbólicas. A personalidade distingue os seres humanos dos animais. A personalidade nunca é espontânea, é uma dádiva do Pai do Paraíso. A personalidade é supra-imposta à energia, e é associada apenas a sistemas vivos de energia. De acordo com a revelação no "Livro de Urantia", parágrafo 42.10_4:

     Espíritos ajudantes da mente. Esta é uma ministração do Espírito Materno do universo local, funcionando através dos seus sete espíritos ajudantes da mente, no nível ensinável (não-mecânico) da mente material. Nesse nível, a mente material está experienciando: como intelecto subhumano (animal) por meio dos primeiros cinco ajudantes; como intelecto humano (moral) por intermédio dos sete ajudantes; como intelecto supra-humano (nos seres intermediários) por meio dos dois últimos ajudantes.

     As três partes deste trabalho versam sobre aprendizagem no ser humano, na mente viva e nos sistemas computacionais mecânicos. Faremos a seguir um resumo destas partes, iniciando com alguns aspectos computacionais, matemáticos e físicos da aprendizagem. Porém antes, enfatizamos que por melhor que seja o sistema computacional que realizemos, ele continuará sendo um sistema mecânico sem vida. Um sistema morto não é capaz de animar as energias mentais ou espirituais. Esta é a diferença principal entre o computador e a mente dos seres vivos. Os seres vivos são sensíveis às influências espirituais do universo. A vida, como tal, constitui a animação de um sistema de energias - material, mental ou espiritual. Como revelado no "Livro de Urantia", parágrafo 36.6_6:

     Falamos da vida como "energia" e como "força", mas realmente ela não é nem uma nem a outra. A energia-força é sensível de modo variável à gravidade; a vida não o é. O modelo original também não é sensível à gravidade, sendo uma configuração de energias que já perfez ou cumpriu todas suas obrigações de resposta à gravidade. A vida, como tal, constitui a animação de um sistema de energias - material, mental ou espiritual - segundo algum modelo arquetípico configurado ou selecionado.

     Estas considerações discernem um sistema computacional morto da mente viva sensível ao espírito. Porém, nem todas as ordens de criaturas vivas são pessoas, no sentido de possuírem o poder individual da escolha. Citamos como exemplo, os frandalanques, uma ordem de criaturas dentre os controladores físicos. Estas criaturas vivas parecem ser seres totalmente automáticos e mecânicos nas respostas aos impulsos dos seus superiores espirituais, e nas reações a condições existentes de energia. À seguir, o autor de um dos documentos de urantia ajuda-nos a compreender esses mecanismos vivos comparando-os com os dispositivos mecânicos robóticos confeccionados pelos seres humanos, conforme vemos no "Livro de Urantia", parágrafo 29.4_38:

     Reconheço que os frandalanques são inteligentes, mas não posso classificá-los senão como máquinas vivas. O único modo pelo qual eu posso ajudar-vos a compreender esses mecanismos vivos é comparando-os aos vossos próprios dispositivos mecânicos que operam com uma precisão e uma exatidão quase inteligentes. E então, caso queirais conceber esses seres, fazei um apelo à vossa imaginação, indo a ponto de reconhecer que, no grande universo, de fato nós temos mecanismos vivos e inteligentes (entidades) capazes de efetuar as tarefas mais intrincadas possíveis envolvendo computações também prodigiosas e com uma delicadeza de precisão tão grande que chega mesmo à ultimidade da precisão.

1.2  Neurociência computacional e teoria da informação

     Um computador processa informações simbólicas. O conceito de símbolo é primordial na teoria da informação4, nos algorítimos computacionais e nas linguagens formais5. Os símbolos existem em um substrato físico; contudo, sua função simbólica transcende a energia material no qual eles se apoiam. Por exemplo, o que podemos falar sobre o "sol" analisando quimicamente a tinta utilizada para escrever a palavra "sol"? Os símbolos não informam sobre a natureza em si dos objetos simbolizados. Qual a essência da função dos símbolos utilizados na linguagem, nos modelos matemáticos e nos sistemas computacionais? Os objetos que existem no espaço físico podem se modificar e se movimentar com o passar do tempo. Muitos símbolos são nomes de objetos materiais que ocupam uma forma no espaço e se movimentam com o tempo. Um modelo da realidade material, exterior à mente modeladora, pode ser visto como um conjunto de símbolos dos objetos desta realidade que se modificam com o tempo de uma maneira correlacionada com os objetos simbolizados. Por exemplo, se com os símbolos da língua portuguesa dizemos "sol brilha", podemos inferir uma relação entre os entes simbolizados pela palavra "sol" e pela palavra "brilha". Os símbolos modelam os objetos simbolizados e podem informar sobre relações de causalidade, de proximidade espacial e de movimentos temporais destes objetos.

     Uma linguagem é composta por símbolos de um alfabeto que se concatenam para formar palavras que são utilizadas para compor sentenças da linguagem. O conceito de símbolo está na base das comunicações, informações e idéias que podem ser transmitidas utilizando-se uma linguagem. Sabemos que além das regras gramaticais que descrevem sintaxe de formação de palavras e sentenças, existe também os significados e a semântica do que é comunicado através de uma linguagem. Novamente enfatizamos que os símbolos abstratos, utilizados em uma linguagem, transcendem o substrato físico no qual se apoiam. Por exemplo, uma palavra escrita com caneta no papel existe sobre o substrato físico da tinta em uma folha de celulose. Se a mesma palavra for falada ela se apoiará nas ondas sonoras do ar. A mesma palavra armazenada em uma fita cassete consiste em diferentes imantações de uma fita magnética. Se esta palavra estiver gravada em um disco óptico compacto (CD)6 ela existirá nos diferentes estados de refringência óptica do disco. A mesma palavra, os mesmos símbolos, podem se apoiar em realidades físicas distintas como a tinta (palavra escrita), o som (palavra falada), imantações magnéticas (palavra gravada em fita cassete) e refringência óptica (palavra gravada em CD). Até mesmo os símbolos de palavras que representam um mesmo objeto físico serão distintos se utilizarmos diferentes línguas humanas. Por exemplo, as palavras "verdade, paz e amor" em português são traduzidas para "truth, peace and love" em inglês. Em certo sentido, as linguagens, os sistemas computacionais, e a face exterior da mente viva, são uma realidade de símbolos e informações, são uma realidade de signos e significados que é qualitativamente distinta da realidade física dos objetos materiais.

     Os computadores podem ser vistos como medidores, armazenadores, processadores e controladores de informações simbólicas. Na memória de um computador existem dispositivos físico-eletrônicos com diferentes estados possíveis. Um bit7 de informação é um dígito binário que pode existir em um dentre dois estados. Estes estados físicos da memória de um computador são símbolos representativos que podem estar ativos ou não e que existem em um "espaço simbólico" de possibilidades na memória do sistema computacional. Os objetos distribuídos no espaço podem ser simbolizados por elementos de conjuntos matemáticos e por bits de informação na memória de um computador. O tempo e os movimentos destes objetos físicos podem ser modelados por funções matemáticas e podem ser simulados por algorítimos, processamentos e computações automáticas pautadas pelo "relógio de máquina"8 de um computador. A teoria dos automatos9 é o estudo destas máquinas capazes de reconhecer símbolos, palavras e sentenças de uma linguagem formal. Uma linguagem utiliza símbolos para comunicação. Os computadores mensuram, memorizam, computam, processam e apresentam informações simbólicas.

1.2.1  Redes neurais de informações simbólicas

     Podemos conceber uma rede neural composta por neurônios que podem pulsar com uma dada frequência em uma unidade de tempo da rede. Neste sistema, cada elemento neural é um símbolo dos eventos que causaram sua atividade e dos eventos que ele causará. De fato, no sistema nervoso de um ser vivo estima-se que cada neurônio pode pulsar, despolarizando e polarizando a membrana celular, com até cerca de 1000 ciclos por segundo. Podemos atribuir um significado à esta atividade pulsante dos elementos neurais deste modelo. A frequência de um neurônio é a frequência de existência de um símbolo no sistema de informações10 simbólicas da rede neural aqui proposta.

     Neste modelo, as conexões entre os neurônios são estimativas do coeficiente de correlação, entre os dois neurônios, funcionando como expresso na equação da aprendizagem no parágrafo 1.2.1_11. Desta forma, as relações de causalidade tempo-espaciais dos objetos exteriores, modelados nesta rede neural, são captadas pelas conexões entre os neurônios da rede. Estas conexões cristalizam estimativas da correlação e probabilidade condicionada de existência dos objetos simbolizados pelos elementos neurais da rede.

     Podemos lapidar este modelo de rede neural estipulando quantidades numéricas aos elementos da rede. Novamente citamos o instrutivo livro de Simon Haykin [39] sobre redes neurais artificiais. Traduzimos à seguir o início de um item da introdução de seu livro:

Modelos de um neurônio

     Um neurônio é uma unidade de processamento de informação que é fundamental para a operação da rede neural. O diagrama de bloco, na próxima figura, mostra o modelo de um neurônio, o qual forma a base para projetar redes neurais (artificiais). Aqui nós identificamos três elementos básicos do modelo neural:

  1. Um conjunto de sinapses ou ligações conectivas, cada uma das quais sendo caracterizada por um peso ou força própria. Especificamente, um sinal xj em uma sinapse de entrada j conectada ao neurônio k é multiplicado pelo peso da sinapse wkj11. É importante fazer uma nota da maneira na qual os subscritos dos pesos sinápticos wkj são escritos. O primeiro subscrito se refere ao neurônio em questão e o segundo subscrito ao terminal de entrada da sinapse ao qual o peso corresponde.
  2. Um somador para somar os sinais de entrada, ponderados pelos pesos das respectivas sinapses do neurônio; a operação descrita aqui constitui um combinador linear.
  3. Uma função de ativação para limitar a amplitude da saída de um neurônio. A função de ativação é também referida como uma função compressora no que ela comprime (limita) a faixa de amplitude permitida, do sinal de saída, à algum número finito.
 ...

     Em termos matemáticos, nós podemos descrever um neurônio k escrevendo o seguinte par de equações:

    

uk = m

j=1 
wkj xj

e a função de ativação,

    

yk = ϕ(uk + bk)

onde x1, x2, ..., xm são os sinais de entrada; wk1, wk2, ..., wkm são os pesos das sinapses do neurônio k; uk é a saída do combinador linear devido aos sinais de entrada; bk é o limiar (bias em inglês); ϕ(·) é a função de ativação; e yk é o sinal de saída do neurônio. ...

Haykin, 1999 [39]

    

Figura 1.1: Modelo não-linear de um neurônio k

     Um possível modelamento de uma rede neural artificial seria o seguinte:

  1. Cada neurônio pode apresentar uma frequência de ciclos de atividade em cada unidade de tempo da rede neural artificial. Esta frequência é um número positivo na faixa de 0 até uma quantidade máxima. Interpretamos esta quantidade como sendo a frequência de existência de um símbolo dos eventos que causaram esta atividade do neurônio.
  2. Os neurônios se interconectam por sinapses e a intensidade das conexões é uma estimativa da correlação causal da atividade dos neurônios que se conectam. Uma sinapse propaga a atividade pulsante do neurônio pré-sináptico, antes da sinapse, para o neurônio pós-sináptico, após a sinapse. A frequência de pulsos do neurônio pré-sináptico, ponderada pelo "peso" ou "força" da sinapse, é integrada com outras sinapses convergentes para o neurônio pós-sináptico.
    Neste modelo, a aprendizagem se realiza na modificação da "força" de conexão entre dois neurônios. Cada conexão sináptica capta, aprende e integra, na rede neural, as relações tempo-espaciais entre os eventos simbolizados pela atividade pulsante dos neurônios que se conectam. A modificação da "força" de conexão entre dois neurônios, expressa nas conexões sinápticas, ocorre em função da correlação tempo-espacial entre a atividade pulsante do neurônio pós-sináptico e a atividade do neurônio pré-sináptico.
    A aprendizagem consiste na adaptação, das respostas do sistema, ao ambiente no qual ele está inserido. Assim, além das relações causais do sistema, aprendidas na correlação da atividade pulsante entre dois neurônios conectados por uma sinapse, concebemos um termo que expressa o grau de acerto, das respostas do sistema neural como um todo, definido em relação à melhor resposta concebida pelo criador da rede neural. Antecipamos a seguir, neste contexto neural artificial, a equação da aprendizagem inspirada nas ciências neurobiológicas.

    −1 ≤ sinapse = acerto ×correlação ≤ 1
    onde:
    as variáveis sinapse, acerto e correlação são números entre - 1 e 1 definidas como:
  3. Por fim, a frequência de pulsos do neurônio pós-sináptico é calculada somando-se a frequência dos neurônios pré-sinápticos convergentes ponderadas pela "força" das respectivas sinapses, com o limite inferior de zero quando a soma for negativa. O resultado desta soma integrativa é o argumento matemático (uk na figura anterior) de uma função de ativação logarítimica, correspondendo à frequência de saída (yk) do neurônio pós-sináptico k representado na figura referida. Antecipamos a seguir, neste contexto neural artificial, a equação de funcionamento inspirada na mensuração da informação com o logarítimo e comprovada na lei de Fechner derivada da lei de Weber:
    lei de Fechner

    Frequência = constante ·log(Intensidade + 1)
    onde:

     Neste modelo proposto, interpretamos as quantidades positivas, atribuídas em dado instante a cada neurônio de uma rede neural artificial, como sendo a frequência de existência de um símbolo informativo conectado por sinapses com outras unidades neurais da rede que apresentem uma atividade pulsande correlacionada probabilisticamente. Esta interpretação simbólica, da quantidade de pulsos de um neurônio artificial em uma rede de conexões, tem potencial para unificar o modelo conexionista12 da neurociência e o enfoque simbolista13 da inteligência artificial. Este modelo de "redes neurais simbólicas", com conexões sinápticas estimadoras de relações interneurais probabilísticas, pode ser implementado em computador e contribuir para o debate do conexionismo versus o computacionismo14.

1.2.2  Neurociência, funcionamento e aprendizagem no sistema nervoso

     As considerações da subseção anterior são estudadas na área de pesquisa chamada neurociência computacional. Ressaltamos a modelagem e interpretação dos sistemas neurais com uma abordagem da teoria da informação. Neste enfoque a atividade eletro química pulsante dos neurônios é vista como a frequência de símbolos informativos, de signos significativos na rede neural como um todo. Este estudo pode ser feito enfatizando-se descrições funcionais e biológicas realistas dos neurônios. Como explicado na:

Computational neuroscience (Wikipedia 2013):
Neurociência computacional

     Neurociência computacional é um estudo da função cerebral em termos das propriedades do processamento de informação das estruturas que compõe o sistema nervoso (Churchland, 1993 [13]). É uma ciência interdisciplinar que conecta os campos diversos da neurociência, ciência cognitiva, e psicologia com engenharia elétrica, ciência da computação, matemática, e física.

     Neurosciência computacional é distinta do conexionismo psicológico e das teorias de aprendizagem das disciplinas tais como aprendizagem de máquinas, redes neurais, e teoria de aprendizagem computacional, já que ela enfatiza descrições funcionais e biológicas realistas de neurônios (e sistemas neurais), sua fisiologia e dinâmica. Estes modelos captam as características essênciais dos sistemas biológicos em múltiplas escalas tempo-espaciais, desde as correntes em membranas, proteínas, e acoplamento químico até oscilações de rede, arquitetura topográfica e colunar, aprendizagem e memória.

     Muitos conceitos da neurociência estão embasados em experimentos sobre o sistema nervoso, cérebro, neurônios, e outros fatores biológicos, químicos e físicos. Funcionalmente um neurônio é composto de um corpo celular, axônios e sinapses que o conecta com outros neurônios. Do ponto de vista informacional o corpo celular integra os sinais informativos vindos de outras células neuronais e transmite o resultado desta integração pelo "fio axonal" até as conexões sinápticas com outros neurônios. Podemos aprender sobre esta estrutura celular na:

Brain - Cellular structure (Wikipedia 2013):
Cérebro - Estrutura celular

    

     Neurônios geram sinais elétricos que viajam ao longo de seus axônios. Quando um pulso de eletricidade alcança uma junção chamada de sinapse, ele causa a liberação de um neurotransmissor químico, que se acolpla a receptores em outras células e assim altera suas atividades elétricas.

     Os cérebros de todas as espécies são compostos primariamente por duas amplas classes de células: neurônios e células glias. Células glias (também conhecidas por glia ou neuroglia) aparecem em vários tipos, e perfazem um número de funções críticas, incluindo suporte estrutural, suporte metabólico, ilhamento, e guia de desenvolvimento. Neurônios, contudo, são usualmente considerados as células mais importantes do cérebro (Kandel, 2000 [43]). A propriedade que torna os neurônios únicos é sua habilidade de enviar sinais para alvos celulares específicos por longas distâncias [43]. Eles enviam estes sinais por meio de um axônio, que é uma fibra protoplasmática fina que se extende do corpo celular e projeta-se, usualmente com inúmeras ramificações, para outras áreas, algumas vezes próximas, algumas vezes em partes distantes do cérebro e corpo. O comprimento de um axônio pode ser extraordinário: por exemplo, se uma célula piramidal, (um neurônio excitatório) do córtex cerebral fosse ampliado de forma que seu corpo celular se tornasse do tamanho de um corpo humano, seu axônio, igualmente ampliado, se tornaria um cabo de poucos centímetros de diâmetro, se extendendo por mais de um kilômetro (Douglas, 2004 [21]). Estes axônios transmitem sinais na forma de pulsos eletro-químicos chamados potenciais de ação, os quais duram menos do que um milésimo de segundo e viajam ao longo do axônio com velocidades de 1-100 metros por segundo. Alguns neurônios emitem potenciais de ação constantemente, em taxas de 10-100 ciclos por segundo, usualmente em padrões irregulares; outros neurônios ficam quietos a maioria do tempo, mas ocasionalmente emitem uma sequência de potenciais de ação (Barnett, 2007 [4]).

     Axônios transmitem sinais para outros neurônios por meio de junções especializadas chamadas sinapses. Um único axônio pode ter milhares de conexões sinápticas com outras células [43]. Quando um potencial de ação, viajando ao longo de um axônio, chega em uma sinapse, ele causa a liberação de substâncias químicas chamadas neurotransmissores. O neurotransmissor se acopla ao receptor molecular na membrana da célula alvo (Kandel, 2000 [43]).

     O estudo de um sistema neuronal pode ser feito observando o funcionamento e a aprendizagem do sistema. Os neurônios funcionam recebendo, integrando e transmitindo informações. A aprendizagem do sistema neuronal se cristaliza na formação, modificação e retirada das conexões sinápticas entre os neurônios. Eric Kandel, prêmio nobel de medicina em 2000, pequisou os mecanismos moleculares de plasticidade sináptica que inspira muitos modelos sobre a aprendizagem no sistema nervoso. As sinapses conectam a atividade eletro-química dos neurônios. A modificação da intensidade das conexões sinápticas se traduz na reformulação das funções de correlação causal entre a atividade pulsante informativa dos neurônios. Mesmo sendo leigo nesta área, em reconhecimento ao trabalho na neurociência, traduzi as explicações sobre o mecanismo bioquímico das modificações sinápticas, publicadas na:

Synaptic plasticity - Biochemical mechanisms (Wikipedia 2014):
Plasticidade sináptica - mecanismo bioquímico

     Dois mecanismos moleculares de plasticidade sináptica (pesquisados pelos laboratórios de Eric Kandel) envolvem os receptores de glutamato AMPA e NMDA. A abertura dos canais NMDA (o que está relacionado com o nível de despolarização celular) leva à uma elevação na concentração de Ca2+ pós-sináptico e isto tem sido associado a potenciação de longo-termo, LTP (bem como com a ativação da proteína-cinase); a despolarização forte da célula pós-sináptica desloca completamente os íons de magnésio que bloqueiam os canais iônicos NMDA e permite que íons de cálcio entrem na célula - provavelmente causando LTP, enquanto uma despolarização mais fraca somente parcialmente desloca os íons de Mg2+, resultando em menos Ca2+ entrando no neurônio pós-sináptico e diminuindo as concentrações de Ca2+ intracelular (o que ativa a proteína-fosfatase e induz depressão de longo-termo, LTD) (Bear, 2007 [6]).

1.3  Espírito, mente e matéria

1.3.1  A natureza do ser humano integral

     Embora estas idéias sintetizadoras possam estimular os pesquisadores das redes neurais artificiais de processamento mecânico de símbolos, as revelações sobre a mente viva e sobre o intelecto humano indicam outras prioridades de pesquisa para os que buscam uma convivência mais harmônica com os seres vivos e uma vida mais sábia e feliz dos seres humanos. Neste estudo da mente viva e do "eu humano" é lembrado no "Livro de Urantia", parágrafos 112.2_2-5:

  1. Que os sistemas físicos são subordinados.
  2. Que os sistemas intelectuais são coordenadores.
  3. Que a personalidade é supra-ordenadora.
  4. Que a força espiritual residente é potencialmente diretiva.

     Isto significa que as coisas mortas, as máquinas, o computador e os sistemas físicos são subordinados. Ressaltamos aqui que sub-ordenado significa em baixo (sub) na escala de ordenação. Ou seja, a matéria e energia física está em um nível inferior de causatividade e ordenação em relação à mente, ao espírito e às pessoas.

     A mente viva e os sistemas intelectuais são coordenadores. Neste contexto, isto significa que a mente e o intelecto co-ordenador, conjuntamente com outros fatores espirituais e pessoais, ordena e organiza o meio material no qual está inserido. Esta revelação nos permite alcançar a unidade na compreensão da realidade e relações entre a matéria e o espírito, pela mediação da mente.

     A personalidade é supra-ordenadora, pois Deus é quem outorga a personalidade e ao fazê-lo o Pai divino dota seus filhos com os atributos de relativa consciência criadora e com o correspondente controle de livre-arbítrio. Os atributos fundamentais do eu humano, bem como o núcleo absoluto do Ajustador da personalidade humana, são outorgas feitas pelo Pai Universal. Por isso, somos livres para nos submetermos ao guiamento do espírito residente. Isso ajuda a compreender a revelação de que na personalidade, e para a mestria desta, o espírito trabalha, com a coordenação e mediação da mente.

     Assim, pela dedicação afetuosa da vontade humana de fazer a vontade do Pai, a força espiritual residente é potencialmente diretiva. Nós, enquanto criaturas pessoais, temos mente e vontade. Se nós nos conformarmos à mente do espírito Ajustador, então, as nossas mentes, espiritual e material, tornar-se-ão uma. Subseqüentemente, a nossa vontade pode ordenar e reforçar a execução das decisões dessa nova mente, ou dessa combinação de mentes. E em cada decisão unificada da pessoa humana dirigida pelo espírito divino, a nossa mente terá atingido a sintonização com a divindade, e a vontade do Ajustador terá alcançado uma expressão de personalidade. Como revelado no "Livro de Urantia", parágrafo 110.2_5:

     Vós, enquanto criaturas pessoais, tendes mente e vontade. O Ajustador, como uma criatura pré-pessoal, tem pré-mente e pré-vontade. Se vós vos conformardes, tão plenamente, à mente do Ajustador, a ponto de verdes juntos, por meio de um olho só, então, as vossas mentes tornar-se-ão uma; e vós recebereis o reforço da mente do Ajustador. Subseqüentemente, se a vossa vontade ordenar e reforçar a execução das decisões dessa nova mente, ou dessa combinação de mentes, a vontade pré-pessoal do Ajustador ater-se-á à expressão da personalidade por meio da vossa decisão, e, no que concerne a esse projeto em particular, vós e o vosso Ajustador estareis unificados. A vossa mente terá atingido a sintonização com a divindade; e a vontade do Ajustador terá alcançado uma expressão de personalidade.

     Neste ponto deste trabalho sobre aprendizagem reafirmamos, o que foi dito no início desta introdução, a primeira frase sobre a aprendizagem do ser humano que caminha em direção à vida eterna: A criatura humana de boa fé aprende a decidir e conduzir-se na vida de acordo com a vontade do Criador Divino.

1.3.2  A pessoa humana, os animais e os computadores

     O ser humano se distingue qualitativamente dos animais devido a duas dádivas de Deus: a personalidade que somos para o Pai Universal e o espírito divino que Ele envia para residir em nossa mente. Estas dádivas divinas são possíveis após haver surgido nas criaturas evolucionárias do planeta, a vontade, a capacidade de escolher o poder de adorar e ascender até o Paraíso.

     Os animais se distinguem qualitativamente do computador devido às influências espirituais características dos seres vivos. Os computadores e redes neurais artificiais são sistemas mecânicos de energia material para processamento de informações. A vida é algo diferente de todas as manifestações de energia; mesmo a vida material das criaturas físicas não é inerente à matéria. Repetimos que a vida constitui a animação de um sistema de energias - material, mental ou espiritual.

1.3.3  Os sete espíritos ajudantes da mente

     O Livro de Urantia revela que existem sete espíritos ajudantes da mente. Estes espíritos ajudantes são chamados por nomes equivalentes às designações seguintes: intuição, compreensão, coragem, conhecimento, conselho, adoração e sabedoria. Os primeiros cinco espíritos ajudantes atuam na mente dos animais. Quando a evolução atinge o patamar em que a mente se torna reflexiva, auto-consciente e capaz de adorar o espírito residente em seu próprio interior, então isto é um sinal de que estão atuando os dois últimos espíritos ajudantes: da adoração e da sabedoria.

     Em resumo o computador é mecânico, sem influências espirituais. A mente viva dos animais é sensível aos cinco primeiros espíritos ajudantes, mas não de uma forma consciente. A mente humana é capaz de se tornar consciente das realidade espirituais focalizadas em seu próprio interior. Isso permite ao ser humano ter uma experiência espiritual. A pessoa humana pode conhecer e ser conhecida, pode amar e ser amada pela pessoa espiritual de Deus. A evolução da mente animal até a mente humana é descrita vividamente nos próximos parágrafos transcritos do "Livro de Urantia", parágrafos 62.6_3-5:

     A princípio, apenas o espírito da intuição podia funcionar no comportamento, de instintos e reflexos, da vida animal primordial. Com a diferenciação dos tipos mais elevados, o espírito da compreensão tornou-se capaz de dotar tais criaturas com a dádiva da associação espontânea de idéias. Mais tarde, observamos o espírito da coragem entrar em ação; os animais em evolução realmente desenvolviam uma forma incipiente de autoconsciência de proteção. Depois do aparecimento dos grupos de mamíferos, nós observamos o espírito do conhecimento manifestando-se em medida crescente. E a evolução dos mamíferos mais elevados trouxe à função o espírito do conselho, com o crescimento resultante do instinto de grupo e com os começos do desenvolvimento social primitivo.

     Progressivamente, com o desenvolvimento dos mamíferos precursores e, em seguida, com o dos mamíferos intermediários e dos primatas, tínhamos observado o serviço implementado dos primeiros cinco ajudantes. Mas nunca os dois espíritos ajudantes restantes, os mais elevados ministradores da mente, haviam sido capazes de entrar em função no tipo de mente evolucionária de Urantia.

     Imaginai o nosso júbilo, um dia - os dois gêmeos estavam com cerca de dez anos de idade - quando o espírito da adoração fez o seu primeiro contato com a mente da gêmea fêmea e pouco depois com a do macho. Sabíamos que algo muito próximo da mente humana aproximava-se da culminância; e quando, cerca de um ano depois, eles finalmente resolveram, em conseqüência do pensamento meditativo e de decisão propositada, partir de casa e viajar para o norte, então o espírito da sabedoria começou a atuar em Urantia, nessas duas que são reconhecidas, agora, como mentes humanas.

1.3.4  Aspectos simbólicos dos sistemas neurais

     Após fazer estas observações, sobre a personalidade e o espírito pré-pessoal que reside na mente humana, e sobre a influência dos cinco primeiros espíritos ajudantes da mente nos animais, continuaremos analisando os aspectos matemáticos e computacionais dos sistemas neurais de símbolos e informações, de signos e significados. Lembramos que interpretamos a atividade pulsante de um neurônio como a frequência de existência de um símbolo informativo, como a frequência de um sinal, de um signo significante integrado ou organizado na rede dinâmica de princípios do sistema neuronal como um todo. Além disso, interpretamos as conexões sinápticas entre os neurônios como uma medida estatística que é função do coeficiente de correlação da atividade pulsante destes neurônios, ponderada por um "fator de acerto", um "valor de sobrevivência" do sistema neuronal no momento em que os neurônios que se conectam estão em atividade.

     Se estivermos certos, nesta interpretação simbólica informacional da atividade pulsante dos neurônios, então fica claro que os sistemas neurais funcionam em um plano da realidade qualitativamente distinto da matéria e energia. O conhecimento físico sobre o hardware de um computador, no qual implementamos uma rede neural artificial, não é suficiente para explicar os símbolos e informações do software que computa a atividade desta rede neural. Os fatos e leis que observamos nos sistemas universais de energia não explicam os signos e significados funcionais da mente viva. Assim, a mente é uma esfera de signos e significados, e de acordo com o "Livro de Urantia", parágrafo 111.4_2:

     Os significados são derivados de uma combinação de reconhecimento e de compreensão. Os significados são inexistentes, num mundo unicamente sensorial ou material. Os significados e os valores são percebidos apenas nas esferas internas ou supramateriais da experiência humana.

1.3.5  Valores espirituais, significados intelectuais e fatos materiais

     Devemos ser capazes de compreender que existem três níveis de funcionamento da realidade finita: a matéria, a mente e o espírito. Por isso, é importante discernir e integrar os fatos da matéria-energia, os significados da mente, e os valores do espírito. Em um sistema de símbolos e informações podemos discernir os signos e significados. E quanto aos valores? Os valores de sobrevivência na vida mental de um ser humano ficam guardados no espírito Ajustador e se tornam parte da memória pessoal do indivíduo sobrevivente.

     Para clarear um aspecto destes conceitos, analisemos um sistema computacional. Na análise do hardware e software de um computador, percebemos a distinção da matéria energética do hardware e dos símbolos informacionais do software. Um bit de informação é armazenado em um dispositivo que pode estar em um dentre dois estados e desta maneira implementar um símbolo de uma dentre duas possibilidades. Em um canal de comunicação, a quantidade de informação transmitida por um símbolo é igual ao logarítimo do inverso da probabilidade do evento do símbolo transmitido. O conceito de símbolo é fundamental nos sistemas de comunicação, de informação e de computação. Embora fique claro, neste exemplo, a diferença entre energia material e símbolos informacionais, perguntamos: Onde está o valor? Os símbolos que representam uma pessoa e uma pedra não possuem diferentes valores em si mesmo. Os símbolos não são inerentes à matéria, e o valor não é inerente aos símbolos.

     Prosseguindo com esta analogia computacional observamos que, embora o computador possa mimetizar um aspecto simbólico e informacional da mente, não há nada inerente à estes dispositivos mecânicos que seja análogo aos valores experimentados pelas pessoas humanas. Uma rede neural artificial que aprende, quando exposta à uma série de estímulos de entrada e respostas desejadas, necessita de um ser humano que transcende ao sistema computacional e que estipule qual a resposta correta e de valor ótimo para cada entrada na rede neural. Estes são argumentos que reforçam uma distinção qualitativa entre as coisas materiais, os símbolos com significado e os valores da vida.

1.3.6  Discernimento espiritual, filosofia intelectual e ciência material

     À medida que expande nossa consciência dos fatos materiais, dos significados intelectuais e dos valores espirituais, percebemos o inter-relacionamento entre tudo o que encontramos por meio da ciência material, da filosofia intelectual e do discernimento espiritual. Na sequência destas considerações lógicas unificadoras, transcrevemos um sub-item da:

Religião, Filosofia e Ciência Integradas no Livro de Urantia, item 2.3
A mente intermedia as relações entre o espírito e a matéria

     ... existe uma diferença qualitativa entre os fatos do corpo material e os significados da mente humana. Em certo sentido a mente é uma realidade de símbolos e informações, de signos e significados. Como a mente intermedia as relações entre o espírito e a matéria? A mente humana é sensível às realidades materiais e espirituais, desta forma ela realiza uma representação significativa com signos e símbolos informativos da matéria em seu exterior marginal e do espírito no seu centro causal. Provaremos cientificamente que os neurônios do cérebro, na base da mente, são sensíveis aos impulsos eletro-químicos abaixo e às ondas eletromagnéticas na velocidade da luz acima. Talvez a luz e a matéria, ou talvez a morôncia e a matéria, sejam duas "faces" da energia dual, chamada gravita na ciência revelada do Livro de Urantia. O cérebro, sensível à luz e à matéria, a mente sensível à alma moroncial e ao corpo físico, permitem o estímulo de signos mentais que simbolizam as energias espirituais e materiais. Este parágrafo aponta para uma possível explicação da afirmação revelada de que a consciência humana repousa gentilmente sobre o mecanismo eletroquímico abaixo; e delicadamente toca o sistema de energia espiritual-moroncial acima.

     Ousamos associar a ciência com o conhecimento dos fatos materiais percebidos pelos sentidos. Ousamos associar a filosofia com a sabedoria dos significados intelectuais adquiridos pela mente. Ousamos associar a religião com a experiência de amor filial e dos valores espirituais do ser eterno e verdadeiro no centro paterno de nossa própria alma. Agora, estamos explicando como a mente faz a interface entre o espírito e a matéria, e como o cérebro é sensível à luz e às partículas materiais. Lembramos que é a personalidade que unifica os fatores de individualidade da criatura humana: corpo, mente, alma e espírito. O quadro a seguir resume estas associações:

personalidade humana unificada
religião valores espirituais espírito e alma
filosofia significados intelectuais mente
ciência fatos materiais corpo

1.3.7  O buscador da verdade aprendendo com a revelação da verdade

     Este é um trabalho sobre a aprendizagem no ser humano, na mente viva e nas redes neurais. Por isso, é pertinente considerar a enorme aprendizagem de um buscador da verdade que lê o Livro de Urantia e pratica os seus ensinamentos. A compreensão da aprendizagem e do desenvolvimento da mente contribui para o autoconhecimento. Esperamos que este trabalho colabore com a revelação urantiana sobre a origem, natureza e destino do ser humano. Almejamos uma compreensão mais unificada da realidade considerando que na personalidade, a mente intervém continuamente, entre o espírito e a matéria.

     Os documentos de urantia constituem a mais recente revelação da verdade aos seres humanos deste planeta. A revelação unifica ciência, filosofia e religião. Todas as pessoas que eu conheço, que leram o Livro de Urantia inteiro, são unânimes em dizer que este livro contêm o ensinamento mais completo que conheceram. A prova de que a revelação é revelação, é esse mesmo fato na experiência humana: o fato de que a revelação sintetiza as ciências da natureza, aparentemente divergentes, bem como sintetiza a teologia da religião numa filosofia, consistente e lógica, do universo, uma explicação coordenada e contínua da ciência e da religiosidade.

1.3.8  Os domínios espiritual, intelectual e físico se interelacionam na mente

     Consideremos novamente a importância de diferenciar as atividades espirituais dos domínios da reação física (eletroquímica) de resposta mental aos estímulos ambientais. Os domínios da gravidade física, mental e espiritual são reinos distintos de realidades cósmicas, não obstante as estreitas inter-relações e a constante intermediação da mente entre os reinos espirituais e materiais. Portanto, as experiências humanas, a espiritual e a material, a interior e a exterior, estão sempre correlacionadas com a função da mente, e condicionadas, quanto à sua realização consciente, pela atividade da mente.

     Em certo aspecto, a mente é uma esfera de símbolos informativos, de estímulos, sinais e signos significativos da realidade interior e exterior à própria mente. Neste sentido, a atividade eletroquímica dos neurônios são símbolos estimulados pelas energias físicas, intelectuais e espirituais que se inter-relacionam. Porém, um símbolo não é a realidade simbolizada em si. Como observou Commins:

     Temos duas espécies de conhecimento, que chamo de conhecimento simbólico e conhecimento íntimo ... [As] formas mais costumeiras de raciocínio foram desenvolvidas apenas para o conhecimento simbólico. O conhecimento íntimo não se sujeita à codificação e à análise; ou, melhor, quando tentamos analisá-lo, perde-se a intimidade, que é substituída pelo simbolismo.

Commins [16],
citado por Ken Wilber [87]:p. 35.

     De fato, os símbolos de linguagem utilizados nas análises e a própria estrutura representativa da mente são um nível de conhecimento da realidade que é menor do que o conhecimento que surge da unidade amorosa com o espírito Ajustador residente. Este espírito é quem tece, no tear cósmico da mente material do ser humano, os tecidos moronciais da alma sobrevivente. Assim, é possível conhecer a realidade diretamente, de maneira não simbólica. É possível um conhecimento íntimo que ocorre quando nosso eu humano adora, ama e experimenta uma unidade com o nosso eu divino, o Ajustador. O amor unificador possibilita ao espírito divino, o Ajustador dos Pensamentos, descartar os símbolos e outros métodos indiretos, e poder comunicar as suas mensagens diretamente aos intelectos dos seus parceiros humanos. Como revelado, e com alegria lido no "Livro de Urantia", parágrafo 108.6_7:

     Os Ajustadores são os ancestrais eternos, os originais divinos das vossas almas imortais evolucionárias; eles são o impulso incessante, que conduz o humano a conquistar a mestria material e presente da existência, à luz da carreira espiritual e futura. Esses Monitores são os reféns da esperança que não morre, são as fontes da progressão infindável. E como ficam felizes ao comunicarem-se com os seus sujeitos, por canais mais ou menos diretos! Como eles se regozijam, quando podem descartar os símbolos e outros métodos indiretos, e passam a poder comunicar as suas mensagens diretamente aos intelectos dos seus parceiros humanos!

1.3.8.1  A filosofia integral de Ken Wilber

     Esta possibilidade de contemplação, adoração e unidade com o espírito, é indicada pelo filósofo integral Ken Wilber na seguinte citação [88]:p. 248:

Epistemologia, conhecimento, sabedoria e verdade

     Ken Wilber: ... Olhe desta maneira: possuímos pelo menos três modos de conhecimento - sensorial, simbólico e contemplativo. Esses modos correspondem ao corpo físico, à mente e ao espírito. Isso é bastante simples, mas fica um pouco mais complicado quando você compreende que a mente, por exemplo, pode olhar não apenas para o seu próprio nível mas também para os outros dois, e em cada caso você obtêm um tipo de conhecimento fundamentalmente diferente. Posso representar isso desta maneira:

    

     ReVision: Temos portanto três modos básicos e três domínios de conhecimento: o físico-sensorial, o mental e o espiritual. (Eles são numerados de 1 a 3.) E então, no âmbito do próprio modo mental temos o quê? Três subconjuntos?

     Ken Wilber: Subconjuntos está ótimo ... (Eles são indicados pelas letras a, b, c.)

     ReVision: Que indica quais dos três domínios o modo mental toma como objeto?

     Ken Wilber: Sim. Seguindo meu filósofo ortodoxo favorito, Jürgen Habermas, podemos caracterizar os três subconjuntos mentais da seguinte maneira: quando a mente se restringe ao conhecimento sensorial, o modo é denominado empírico-analítico, e seu interesse é técnico15; quando a mente trabalha com outras mentes, o modo é hermenêutico, fenomenológico, racional ou histórico, e seu interesse é prático ou moral. Acrescentamos agora a visão mística, que Habermas não incluiu diretamente, e dizemos que quando a mente tenta reconhecer o domínio espiritual, seu modo é paradoxal ou radicalmente dialético, e seu interesse é soteriológico. Vou colocar isso num diagrama:

    

     ReVision: O que é exatamente hermenêutica?

     Ken Wilber: O estudo da interpretação e do significado simbólico. Nas mãos de filósofos sofisticados como Gadamer ou Ricoeur, ela realmente passa a significar mentalidade em geral, ou intencionalidade simbólica e significado e valor. Veja, a razão pela qual os estudos empírico-analíticos são tão limitados - limitados, de fato, ao domínio sensorial - é que eles não podem sequer exibir a natureza ou o significado das produções mentais. Por exemplo, não há teste empírico que possa revelar o significado de Macbeth, ou o significado do valor, o significado de sua vida, e assim por diante. O significado é uma produção mental e só pode ser determinado por interpretação, ou por aquilo que Heidegger denominava círculo hermenêutico.

     ReVision: A maior parte das pessoas entende o que você quer dizer pela expressão empírico-analítico. Você poderia falar sobre o terceiro subconjunto, o paradoxal?

     Ken Wilber: A idéia é simplesmente a de que, quando a mente tenta raciocinar sobre o absoluto, ela, de maneira inevitável, gerará paradoxos, exatamente pelas razões que já estivemos discutindo. Quando a mente opera neste modo, nós a chamamos de paradoxal. Também já ouvi a palavra "razão mandálica"16 ser usada, e eu gosto dela. Ambas são boas.

Wilber, 1981 [88]:p. 248

1.3.9  O amor do espírito divino residente na mente humana

     Assim, existe um espírito Ajustador residindo na mente mortal do ser humano. E este Ajustador do Pensamento, indiretamente e sem ser reconhecido, comunica-se constantemente com o seu sujeito humano, especialmente durante as experiências sublimes de contato adorador, da mente para com o espírito, na supraconsciência. A comunicação simbólica é indireta e pequena quando comparada a unidade - de mente, vontade e ser - do humano com o divino. Quando a mobilização mental é absolutamente total, em qualquer nível psíquico de expansão na direção da realização espiritual, quando é perfeita a motivação humana de lealdade à idéia divina, então, muito freqüentemente, ocorre que o espírito residente sincroniza-se subitamente abaixo, com o propósito concentrado e consagrado da mente supraconsciente do mortal crente.

     Existe um grande abismo cósmico entre a matéria e o pensamento, e esse abismo é incomensuravelmente maior entre a mente material e o amor espiritual. A união da mente do ser humano com a supramente do espírito divino é uma experiência sublime de amor que não cabe nas palavras de uma linguagem simbólica.

     O Ajustador dos Pensamentos é um ser espiritual, um fragmento da infinitude que vive dentro de cada ser humano que é moral e possui um discernimento interior crescente. O espírito é causativamente anterior, e atua em um circuito de gravidade que antecede ao circuito da mente. Isso é ilustrado talvez de um modo melhor pela pré-mente do Ajustador do Pensamento, pois, embora esses fragmentos de Deus, O Pai Universal, estejam inteiramente fora dos circuitos da mente do Agente Conjunto, eles têm alguma forma de pré-mente; eles conhecem, são conhecidos e desfrutam de um equivalente do pensamento humano.

     Conclamamos aos cientistas e amantes da verdade, que estão despertando para as realidades espirituais interiores, a ponderar, pensar e meditar nos três próximos parágrafos transcritos do Livro de Urantia. Nós estamos diante da possibilidade de sentir - literalmente experimentar - o impacto pleno e não amortecido de um AMOR tão infinito quanto o do Pai. Faço uma prece para que nosso êxtase religioso seja um êxtase espiritual genuíno, associado a uma grande calma externa e a um controle emocional quase perfeito. E assim, entre preces e meditações, vamos internalizar os iluminadores ensinamentos do "Livro de Urantia", parágrafo 112.2_11-13:

     Enquanto a mente persegue a realidade até a sua análise última, a matéria escapa aos sentidos materiais, mas pode ainda permanecer real para a mente. Quando o discernimento espiritual persegue essa realidade que permanece depois do desaparecimento da matéria, e a persegue até uma última análise, ela desaparece para a mente, mas o discernimento do espírito pode ainda perceber as realidades cósmicas e os valores supremos de uma natureza espiritual. Da mesma forma, a ciência dá lugar à filosofia, enquanto a filosofia deve render-se às conclusões inerentes à genuína experiência espiritual. O pensar rende-se à sabedoria, e a sabedoria dissolve-se na adoração iluminada e reflexiva.

     Na ciência, o eu humano observa o mundo material; a filosofia é a observação dessa observação do mundo material; a religião, a verdadeira experiência espiritual, é a compreensão experiencial da realidade cósmica dessa observação da observação de toda essa síntese relativa dos materiais energéticos do tempo e do espaço. Construir uma filosofia do universo na base exclusiva do materialismo é ignorar o fato de que todas as coisas materiais são inicialmente concebidas como reais na experiência da consciência humana. O observador não pode ser a coisa observada; a avaliação demanda algum grau de transcendência em relação à coisa que está sendo avaliada.

     No tempo, o pensar conduz à sabedoria, e a sabedoria leva à adoração; na eternidade, a adoração conduz à sabedoria, e a sabedoria manifesta-se gerando a finalidade de pensamento.

1.4  Transcendendo a relatividade do espaço e do tempo

     O ser humano é uma criatura finita. As realidades finitas são projetadas no espaço e factualizadas no tempo. Assim, entender a natureza do espaço e do tempo ajuda a compreender as dimensões da personalidade finita do ser humano.

1.4.1  Jesus ensina que o tempo-espaço pode ser transcendido pela personalidade e mente humana

     Jesus ensinou que nos mundos habitados, a personalidade humana (residida e orientada pelo espírito do Pai do Paraíso) é a única realidade, do mundo físico, que pode transcender à seqüência material dos eventos temporais. Ensinou também que a única coisa que o humano conhece e que, mesmo parcialmente, pode transcender o espaço é a sua mente. De acordo com o "Livro de Urantia", parágrafos 130.7_4-6:

     O tempo é a corrente, que flui, dos eventos temporais percebidos pela consciência da criatura. Tempo é um nome dado ao arranjo-sucessão por meio do qual os eventos são reconhecidos e diferenciados. O universo do espaço é um fenômeno relacionado ao tempo, como é visto de qualquer posição interior, fora da morada fixa do Paraíso. O movimento do tempo é revelado apenas em relação a algo que, como um fenômeno no tempo, não se move no espaço. No universo dos universos, o Paraíso e as suas Deidades transcendem a ambos, ao tempo e ao espaço. Nos mundos habitados, a personalidade humana (residida e orientada pelo espírito do Pai do Paraíso) é a única realidade, do mundo físico, que pode transcender à seqüência material dos eventos temporais.

     Os animais não percebem o tempo como o humano o sente; e, mesmo para o humano, em função da sua visão seccional e circunscrita, o tempo surge como uma sucessão de eventos17; mas à medida que o humano ascende e progride interiormente, a visão amplificada dessa sucessão de eventos é tal que ele pode discerni-la, cada vez mais, na sua totalidade. Aquilo que, anteriormente, surgia como uma sucessão de eventos, então será visto como um círculo inteiro e perfeitamente relacionado; desse modo, a simultaneidade circular irá, de forma crescente, deslocar a consciência daquilo que se foi, na seqüência linear de eventos.

     Há sete diferentes concepções de espaço, enquanto ele é condicionado pelo tempo. O espaço é medido pelo tempo; não o tempo pelo espaço. A confusão do cientista cresce a partir do fracasso em reconhecer a realidade do espaço. O espaço não é meramente um conceito intelectual da variação na relação entre os objetos do universo. O espaço não é vazio; e a única coisa que o humano conhece e que, mesmo parcialmente, pode transcender o espaço é a sua mente. A mente pode funcionar independentemente do conceito de relação espacial dos objetos materiais. O espaço é relativa e comparativamente finito, para todos os seres cujo status é o de criatura. Quanto mais a consciência aproxima-se do conhecimento das sete dimensões cósmicas, tanto mais o conceito de espaço potencial aproxima-se da ultimidade. Mas o potencial do espaço é uma ultimidade verdadeiramente, apenas no nível absoluto.

1.4.2  Perguntas, Einstein, teoria da relatividade, teoria do espaço e do tempo

     O que significa o ensinamento de que o potencial do espaço é uma ultimidade? Porque o primeiro, dentre os sete sistemas de energia física, é chamado potência de espaço? Qual a natureza do nível absonito da realidade, caracterizado pela transcendência do tempo e do espaço?

     Foi dito que a pergunta correta é metade da resposta. E para responder estas perguntas recorremos à teoria da relatividade, intimamente conectada com a teoria do espaço e do tempo:

O Significado da Relatividade
Espaço e Tempo na Física Pré-Relativística (página 1)

     A teoria da relatividade está intimamente conectada com a teoria do espaço e tempo. Eu devo por tanto, iniciar com uma breve investigação sobre as origens de nossas idéias sobre espaço e tempo, embora ao fazer isso eu sei que vou introduzir um assunto controverso. O objeto de toda ciência, seja ciência natural ou psicologia, é de co-ordenar nossa experiência e trazê-las para um sistema lógico. Como as nossas idéias costumeiras do espaço e tempo se relacionam com o caráter de nossas experiências?

Albert Einstein [25], 1922.

     Vamos então recorrer à supra-ciência revelada no Livro de Urantia, e a ciência humana da relatividade do espaço e do tempo, para elaborar uma possível resposta à algumas das perguntas feitas anteriormente e repetidas nos próximos itens.

1.4.3  Por que o primeiro, dentre os sete sistemas de energia física, é chamado de potência de espaço?

     Por que a revelação chama de potência de espaço um dos sete sistemas de energia física?

     Talvez porque o espaço e a energia tenham ambos emanados de modo eterno da Ilha do Paraíso. A potência de espaço é a presença do Absoluto Inqualificável, é uma pré-realidade, e é sensível apenas à atração pessoal do Pai Universal. Em outras palavras, a fonte de toda energia é também a fonte de todo espaço, ou seja, o potencial que antecede a materialização da energia é também a potência de espaço. Todos os circuitos de energia física têm a sua origem no Paraíso inferior. Também, aparentemente, o espaço origina-se logo abaixo do Paraíso inferior. Fique claro, que esta é apenas uma interpretação humana do que foi revelado no original "Livro de Urantia", parágrafos 42.2_3-6:

     Potência de espaço. Essa é a presença inquestionável, no espaço livre, do Absoluto Inqualificável. A extensão desse conceito denota o potencial de espaço-força do universo, inerente à totalidade funcional do Absoluto Inqualificável, enquanto a intenção desse conceito implica a totalidade da realidade cósmica - os universos - que emanou de modo eterno da Ilha do Paraíso, que é sem começo, sem fim, que nunca se move e que nunca muda.

     Os fenômenos específicos da parte inferior do Paraíso provavelmente abrangem três zonas de presença e de atuação da força absoluta: a zona de ponto de apoio fulcral do Absoluto Inqualificável, a zona da própria Ilha do Paraíso e a zona intermediária de algumas agências ou funções não identificadas, que se equalizam e se compensam. Essas zonas triconcêntricas são o centro do ciclo da realidade cósmica do Paraíso.

     A potência do espaço é uma pré-realidade; é o domínio do Absoluto Inqualificável e é sensível apenas à atração pessoal do Pai Universal, não obstante o fato de ela ser aparentemente modificável pela presença dos Mestres Organizadores Primários da Força.

     Em Uversa, faz-se referência à potência do espaço como absoluta.

1.4.4  Espaço-tempo, geometria e relatividade geral

     As teorias físicas da ciência humana também descobriram a relação entre a energia-matéria e o tempo-espaço. Talvez este fato seja mais uma explicação dos motivos que levaram os reveladores a chamar os antecedentes iniciais, da realidade da energia, pelo nome de potência de espaço. Em sinergia com estes conceitos, a teoria da relatividade geral é também uma teoria geométrica da gravitação que apresenta uma profunda relação causal entre a energia e massa gravitacional, e o encurvamento geométrico do espaço-tempo. Esta curvatura espaço-temporal, formalizada nas equações de campo de Einstein, determina as trajetórias geodésicas percorridas pelas massas inerciais de forma coerente com a lei de Newton da gravitação. Em outras palavras, a geometria e densidade das linhas geodésicas do espaço são moldadas e determinadas pela matéria sensível a gravidade linear, chamada no Livro de Urantia de gravita (poder universal). Em ressonância com Sean Carroll:

Espaço-tempo e Geometria
Uma Introdução para Relatividade Geral
2.1 - Gravidade como Geometria (página 48)18

     Gravidade é especial. No contexto da teoria da relatividade geral, nós atribuímos esta especificidade ao fato de que o campo dinâmico que origina a gravitação é o tensor métrico que descreve a curvatura do espaço-tempo em si mesmo, ao invés de algum campo adicional se propagando através do espaço-tempo; esta foi a profunda introvisão de Einstein. O princípio físico que o levou até esta idéia foi a universalidade da interação gravitacional, como formalizada pelo Princípio da Equivalência. Vamos ver como este princípio físico nos conduz para a estratégia matemática de descrever a gravidade como a geometria de um manifold19 curvado [um espaço matemático com curvaturas].

Sean M. Carroll [10], 2004.
University of Chicago

    

Figura 1.2: Wikipedia 2012 - General relativity (Spacetime curvature)

1.4.5  O princípio da equivalência, relatividade geral e a solução de Schwarzschild

     Albert Einstein ressaltou a igualdade quantitativa, a equivalência universal, entre a massa inercial e a massa gravitacional passiva; e este fato, comprovado experimentalmente, consiste no princípio da equivalência. Este princípio foi concebido por Einstein em 1907/190820 quando ele argumentou que a queda livre (massa gravitacional) é realmente movimento inercial (massa inercial). Esta equivalência o levou a analisar a possibilidade do campo gravitacional ser uma curvatura do espaço gerado pela própria massa dos corpos materiais. Esta foi uma das idéias seminais da teoria da relatividade geral do espaço e do tempo. Uma solução das equações desta teoria foi obtida por Schwarzschild. Ele calculou a curvatura do espaço-tempo provocada pela presença de um corpo de massa M em um ponto localizado no raio r de distância ao corpo. Devido à simetria desta situação, adota-se um sistema de coordenadas esféricas associando-se cada evento a um tempo t, raio r, ângulo polar θ, e ângulo azimutal φ. E também associamos a cada movimento infinitesimal no espaço-tempo, ds, a um deslocamento infinitesimal das coordenadas esféricas do evento (dt, dr, dθ, dφ) no qual a letra "d" representa uma diferença infinitesimal. Representando a constante gravitacional por G e a velocidade da luz por c podemos mostrar matematicamente que ...

     ... a métrica de Schwarzschild tem a forma:

    

ds2 = c2
1 − 2MG

c2r

dt2 dr2


1 − 2MG

c2r

r2 (dθ2 + sin2θ dφ2)
(1.1)

Introdução à Relatividade Geral
4.2 - A Métrica de Schwarzschild (página 104)21
H. A. Atwater [3], 1974.

     Mais adiante neste trabalho, explicaremos com mais detalhes esta métrica do espaço-tempo prevista pela teoria da relatividade geral. O importante agora é perceber a íntima relação entre a matéria-energia e o espaço-tempo de acordo com a ciência humana. Assim, podemos entender mais um dos possíveis motivos que levaram os reveladores do Livro de Urantia a adotarem uma classificação da energia física que denomine de potência do espaço, ao fenômeno que antecede toda energia e matéria do universo no qual vivemos.

1.4.6  A ciência e a revelação confirmam que a luz se curva devido à atração da gravidade

     Em sintonia com a ciência humana, a revelação confirma que a energia em forma de luz, ou de matéria, viaja pelo espaço em linha reta como previsto pela lei da inércia. Este movimento inercial pode ser alterado por forças superiores (pessoais, espirituais, mentais, vivas) e também pela gravidade linear inerente à massa material. Assim, em acordo com a teoria da relatividade geral, o "truth book" afirma que a luz obedece também à atração da gravidade. O fato da luz percorrer trajetórias curvas na presença da gravidade, foi previsto pela teoria da relatividade do tempo-espaço curvado pela energia-matéria. Um livro coerente e elegante, gerando um sentimento de segurança de quem descobriu o ensinamento correto, é o que encontramos no "Livro de Urantia", parágrafo 41.5_6:

     A energia em forma de luz, ou sob outras formas, move-se em linha reta no seu vôo através do espaço. Essas partículas reais de existência material atravessam o espaço como um projétil, indo em linha reta e ininterrupta ou em procissão, exceto quando sobre elas atuam forças superiores, e exceto quando têm de obedecer à atração da gravidade linear inerente à massa material e à presença da gravidade circular da Ilha do Paraíso.

1.5  Absonito transcendental, teoria unificada e gravita dual

1.5.1  O finito, o absonito, o absoluto e a transcendência do tempo e do espaço

     Qual a natureza do nível absonito da realidade, caracterizado pela transcendência do tempo e do espaço?

     Este estudo da mente, do tempo e do espaço pode nos ajudar a compreender a análise da realidade nos termos do "Livro de Urantia", parágrafo 0.4_8:

     Absoluta e Subabsoluta. As realidades absolutas são existências na eternidade. As realidades subabsolutas são projetadas em dois níveis: Absonitas - realidades que são relativas com respeito ao tempo e à eternidade. Finitas - realidades que são projetadas no espaço e factualizadas no tempo.

     Assim, para entendermos o processo de aprendizagem do humano que vive e que perfecciona os modelos de reação do organismo ao ambiente físico, mental e espiritual, devemos compreender a natureza finita da criatura humana e entender que a transcendência do tempo e do espaço é o que caracteriza o nível absonito da realidade. As definições do nível absoluto, do nível absonito e do nível finito foram transcritas a seguir com gratidão e reconhecimento ao "Livro de Urantia", parágrafos 0.1_11-13:

     O nível finito de realidade caracteriza-se pela vida da criatura nas limitações do tempo e do espaço. As realidades finitas podem não ter fim, mas têm sempre um começo - elas são criadas. O nível da Supremacia da Deidade pode ser concebido como uma função relacionada com as existências finitas.

     O nível absonito de realidade é caracterizado por coisas e seres sem começo nem fim; e pela transcendência do tempo e do espaço. Os seres absonitos não são criados; são derivados - simplesmente são. O nível de Ultimidade da Deidade conota uma função relacionada às realidades absonitas. Sempre que o tempo e o espaço são transcendidos, não importando em que parte do universo-mestre, esse fenômeno do absonito é um ato da Ultimidade da Deidade.

     O nível absoluto não tem começo nem fim, é fora do tempo e do espaço. Por exemplo: no Paraíso, o tempo e o espaço não existem; assim, o status tempo-espacial do Paraíso é absoluto. As Deidades do Paraíso alcançam esse nível, existencialmente, por meio da Trindade; mas esse terceiro nível de expressão unificadora da Deidade não está plenamente unificado experiencialmente. Quaisquer que sejam o momento, o local e o modo como funcione o nível absoluto da Deidade, os valores e significados Paraíso-absolutos são manifestados.

     As criaturas humanas são finitas. A Trindade do Paraíso é absoluta. O absonito é entre o absoluto e o finito. O absonito corresponde aqueles níveis de existência que são mais do que finitos, mas menos do que absolutos. Nós, criaturas mortais da terra, vivemos em Orvônton, um dos sete superuniversos que giram em torno do universo central de Havona, localizado ao redor do Paraíso. É revelado que no Paraíso, a mente é absoluta; em Havona, absonita; em Orvônton, finita.

1.5.2  Absoluto, indivisibilidade, unidade e transcendência tempo-espacial

     Concluímos que o absonito é caracterizado pela transcendência, tanto do tempo quanto do espaço. Com uma interpretação humana, finita e limitada, diriamos que o absoluto não se divide no espaço nem se modifica com o tempo. E assim, nem o espaço nem o tempo podem ser absolutos, nem infinitos, pois como explicado no "Livro de Urantia", parágrafo 1.7_7:

     Esse conceito de indivisibilidade, associado ao conceito de unidade, resulta na transcendência, tanto do tempo quanto do espaço, feita pela Ultimidade da Deidade; portanto, nem o espaço nem o tempo podem ser absolutos, nem infinitos. A Primeira Fonte e Centro22 é a infinitude, que transcende, de modo inqualificável, a toda mente, a toda matéria e a todo espírito.

1.5.3  O humano pode alcançar o amor de Deus sem fatos, e pode descobrir as leis de Deus sem amor

     Esmiuçar os aspectos físicos, matemáticos e computacionais do tempo e do espaço é desenecessário para vivenciarmos uma comunhão de amor com Deus. O humano pode alcançar o amor de Deus sem fatos, e pode descobrir as leis de Deus sem amor. Os fatos científicos sobre as leis físicas do cosmo material podem ajudar na compreensão do substrato físico do cérebro. Contudo, pode ser impertinente nos aprofundarmos em excesso nestas considerações da ciência analítica. Existe sempre o perigo de que o cientista puramente físico possa ser afligido pelo orgulho matemático e o egocentrismo estatístico, sem mencionar a cegueira espiritual. Imagine que estejamos nos comunicando por telefone, com uma pessoa que nos ama muito, e que fiquemos discutindo os aspectos técnicos do sistema de comunicação. A revelação nos lembra que - "Livro de Urantia", parágrafo 1.2_7:

     A existência de Deus não pode jamais ser comprovada pela experiência científica, nem pela razão pura em uma dedução lógica. Deus só pode ser compreendido no âmbito da experiência humana; contudo, o verdadeiro conceito da realidade de Deus é razoável para a lógica, plausível para a filosofia, essencial para a religião e indispensável a qualquer esperança de sobrevivência da personalidade.

1.5.4  Boa fé, busca da verdade e uma nova filosofia de vida

     Na realidade, a verdadeira religião não irá envolver-se em nenhuma controvérsia com a ciência, pois não se ocupa em absoluto com as coisas materiais. Para a religião a ciência é simplesmente indiferente, apesar de ter uma simpatia por ela, enquanto se preocupa supremamente com o cientista. E por isso, ao nos aprofundarmos nos aspectos físicos e matemáticos da realidade física, nosso principal objetivo é unir os cientistas e religiosos em torno da boa fé, da busca da verdade e de uma nova e atraente filosofia de vida.

     Com esta motivação, particularmente acreditamos que grandes avanços na física, na matemática, na psicologia e na teologia, serão realizados pelos cientistas, filósofos e religiosos que lerem o Livro de Urantia com a mente receptiva, e, inspirados pela revelação, contribuirem para a formulação de sistemas mentais coerentes com a ciência e a cultura humana contemporânea deste início do terceiro milênio depois da unção crística do menino Jesus23.

1.5.5  A unificação das teorias físicas em mais de 4 dimensões

     Na física estamos atualmente buscando uma teoria que unifique a relatividade geral e a física quântica dos campos. Enquanto trabalhamos pelo desenvolvimento de uma linguagem comum em urantia (terra), tenhamos gratidão aos indivíduos multilíngües que traduzem informações abertas na Internet tais como:

Theory of everything, Wikipedia, 2013:

     A Theory of Everything (ToE) or final theory is any theory in the realm of theoretical physics that fully explains and links together all known physical phenomena, and predicts the outcome of any experiment that could be carried out in principle [81]. The term mainly refers to the desire to reconcile the two main successful physical frameworks, general relativity which describes gravity and the large-scale structure of spacetime, and quantum field theory, particularly as implemented in the standard model, which describes the small-scale structure of matter while incorporating the other three non-gravitational forces, the weak, strong and electromagnetic interactions.

Teoria de todas as coisas

     Uma Teoria de todas as coisas ou teoria final é qualquer teoria no reino da física teórica que explique completamente e conecte juntos todos fenômenos físicos conhecidos, e prediga o resultado de qualquer experimento que possa ser realizado em princípio [81]. O termo se refere principalmente ao reconciliamento desejável dos dois pincipais quadros conceituais da física que foram bem sucedidos, a relatividade geral que descreve a gravidade e as estruturas de larga escala do espaço-tempo, e a teoria quântica dos campos, particularmente como implementada no modelo padrão, que descreve a estrutura em pequena escala da matéria enquanto incorpora as outras três forças não gravitacionais, as interações fraca, forte e eletromagnética.

     O Livro de Urantia revela sete sistemas universais de energia sendo que um deles, a gravita, é o sistema que constitui a estrutura física do universo no qual vivemos. Isso explica a possibilidade de outras variáveis dimensionais influenciarem o tempo, o espaço e a energia material estudada pela ciência humana contemporânea. De fato, a teoria da gravidade de Kaluza-Klein é uma tentativa de unificar gravidade com eletromagnetismo em uma teoria de cinco dimensões. As seguintes citações traduzidas objetivam fornecer uma noção desta busca estimulante, sugiro ao leitor que leia, no nível de sua compreensão, que:

"Kaluza-Klein Gravity" [Gravidade de Kaluza-Klein]
Kaluza-Klein Theory [Teoria de Kaluza-Klein]

     Inspirado pelos laços próximos entre o espaço-tempo tetra-dimensional de Minkowski e a unificação da eletricidade e magnetismo formulada por Maxwell, Nordström [57] em 1914 e (independentemente) Kaluza [42] em 1921 foram os primeiros a tentar unificar gravidade com eletromagnetismo em uma teoria de cinco dimensões (x0 até x4). Ambos os autores encararam a questão: porque nenhuma quinta dimensão foi observada na natureza? No tempo de Minkowski, já tinha havido fenômenos experimentais (nomeadamente, os eletromagnéticos) cuja invariância com respeito às transformações de Lorentz podia ser interpretada como uma invariância em coordenadas tetra-dimensionais. Nenhuma destas observações apontou para uma quinta dimensão. Nordström e Kaluza, por isso, evitaram a questão e simplesmente demandaram que todas as derivadas com respeito a x4 se anulassem. Em outras palavras, a física deveria ter lugar - por razões ainda desconhecidas - em uma hiper-superfície tetra-dimensional em um universo penta-dimensional ("condição cilíndrica" de Kaluza).

1.5.6  O Livro de Urantia e os circuitos da personalidade, espírito, mente e matéria

     "O Livro de Urantia" pode contribuir muito neste estudo sobre o tempo, o espaço, a energia, a matéria, a gravidade, a mente, o espírito e a possibilidade da pessoa humana de se comunicar, conhecer e amar personalidades que existem no nível de realidade finito, absonito e até mesmo absoluto. É revelado que isto é possível em potencial através da suprema dimensão de auto-expressão, a da totalidade, a sétima dentre as dimensões da personalidade humana em nosso planeta.

     "O Livro" revela quatro circuitos de gravidade universal, constituindo-se em uma tentativa sem precedentes de estabelecer uma imensa integração de três corpos de conhecimentos:

Religião, Filosofia e Ciência:

     Os documentos de urantia revelam quatro circuitos de gravidade universal absoluta no universo-mestre. Os circuitos são: 1 - personalidade24, 2 - espírito, 3 - mente e 4 - matéria-energia25. Também é revelado que em níveis absolutos estes quatro circuitos estão centrados respectivamente na atrativa gravidade 1 - dO Pai Universal, 2 - dO Filho Eterno, 3 - dO Espírito Infinito e 4 - dA Ilha do Paraíso. Estas realidades universais estão manifestadas na experiência humana respectivamente: 1 - na personalidade e no espírito pré-pessoal, 2 - na alma filha do espírito, 3 - na mente humana e 4 - no corpo material. Esquematicamente:

Circuitos de Gravidade Universal
Criador Divino circuito criatura humana
Pai Universal pessoalidade personalidade e
espírito pré-pessoal
Filho Eterno espírito alma filha do espírito
Espírito Infinito mente mente humana
Ilha do Paraíso matéria-energia corpo material
"Livro de Urantia", Item 0.6: Energia e Modelo Original - A toda e qualquer coisa que é sensível ao circuito da personalidade do Pai, chamamos pessoal. A toda e qualquer coisa que é sensível ao circuito espiritual do Filho, chamamos espírito. A toda e qualquer coisa que é sensível ao circuito da mente do Agente Conjunto, chamamos mente; mente, como um atributo do Espírito Infinito - e mente, em todas as suas fases. A toda e qualquer coisa que é sensível ao circuito material da gravidade, centrado no Paraíso inferior, chamamos matéria - matéria-energia, em todos os seus estados metamórficos.

1.5.7  Os sistemas universais de energia e a gravita

     Dentre estes ensinamentos revelados talvez os mais inspiradores para a ciência física sejam aqueles sobre outros sistemas de energia e matéria. Isso implica na possibilidade de outras variáveis e dimensões físicas interagirem com a sistema de energia que conhecemos, chamado de gravita na revelação. Neste contexto lógico e coerente sucede a citação sobre:

A gravita e os sistemas universais de energia:

     De acordo com a revelação nos documentos de urantia, existem sete sistemas universais de energia. À seguir organizamos estes sistemas na tabela:

monota energia viva
potência de espaço absoluta tranosta energia transcendental
força primordial segregata triata energia de Havona
energias emergentes ultimata gravita poder universal
As energias emergentes passam por duas fases de transmutação e transforma-se no ancestral ativo de toda a matéria do universo. Assim, podemos dizer que toda materialização existe em potencial nas três manifestações sucessivas da energia: absoluta (potência do espaço); segregata (força primordial); ultimata (energia emergente). Então a energia física amadurece, até o aparecimento da sensibilidade a gravidade, até aquele ponto em que pode ser dirigida em canais de poder e servir aos propósitos múltiplos dos Criadores do universo. As três próximas formas de energia são factualmente existentes nos superuniversos, no universo central, e no nível superior do Paraíso e são denominadas respectivamente de gravita (poder universal); triata (energia de Havona); tranosta (energia transcendental). Além, destas seis formas de energia, existe também a monota, a energia viva, não-espiritual, do Paraíso.

1.5.8  Dualidade da gravita, materiais moronciais, luz-matéria, onda-partícula, boson-fermion

     Nosso universo é constituído pela gravita (poder universal), a qual é sensível à gravidade linear. Ela é o sistema de energia dos superuniversos, organizações materiais duais que abrangem os universos locais de criação dupla, feitas por um Filho Criador e um Espírito Criativo Materno. Sobre a dualidade da gravita, podemos ler em:

Religião, Filosofia e Ciência Integradas no Livro de Urantia, parágrafos 4.1_5-7:

     Um dos sete sistemas de energia é chamado de gravita. É a gravita que compõe os sistemas físicos dos superuniversos nos quais vivemos. Em sua constituição, estes sistemas são organizações materiais duais. Uma hipótese é que talvez a dualidade da gravita corresponda à possibilidade de organização dos materiais moronciais. É revelado que é possível modificar a rotação das unidades primárias deste tipo de matéria para, ao mesmo tempo, transformar as associações de energia de modo a criar a substância moroncial, com exatamente o dobro do número de elementos dos planetas evoluídos. E assim, os Supervisores do Poder Moroncial são capazes de efetuar uma união das energias materiais e espirituais e, desse modo, organizar uma forma moroncial de materialização que seja receptiva à sobreposição do controle de um espírito. Desta maneira, a gravita pode ser reorganizada e se manifestar de uma forma dual nos materiais moronciais. É esta substância moroncial que compõe a alma, filha do espírito divino e da mente material.

     Outra hipótese é que talvez a dualidade da gravita corresponda em parte às partículas materiais e aos fótons de luz, e em certo sentido a dualidade partícula-onda. As partículas materiais são mais nitidamente limitadas no espaço e no tempo. As ondas de energia, de uma forma mais holística, se distribuem pelo espaço e oscilam ao longo do tempo. Por isso acreditamos que as ondas e os campos de força possam refletir mais adequadamente as realidades espirituais que transcendem o espaço e o tempo. Desta forma, a gravita pode ser um reflexo ou uma sombra, no tempo-espaço, do fenômeno dual, da energia pura e do puro espírito. Esta nossa crença nos ajuda a formar um quadro do universo dentro do qual pensar, embora esta moldura para o pensamento seja errônea num grau maior ou menor.

     Com referência a dualidade partícula-onda, observamos que a matéria atômica e as partículas materiais são uma forma condensada de energia ocupando posições do espaço em dado instante do tempo. Einstein provou que o acréscimo de massa à matéria é igual ao acréscimo de energia, dividido pelo quadrado da velocidade da luz. As partículas que têm spin múltiplos de [1/2] são classificadas como fermions. Os fermions obedecem à estatística de Fermi-Dirac26 e podemos ter apenas um fermion-diron em um estado quântico. Um elétron, e a maioria das partículas materiais, são exemplos de fermions-dirons. Do outro lado desta dualidade, as manifestações de energia ondulatória, e as ondas de probabilidade da física quântica, existem distruibuídas pelo espaço e oscilando no tempo. Esta manifestação mais holística da energia correponde aos bosons, como por exemplo os fótons de luz. Os bosons obedecem à estatística de Bose-Einstein27 e podemos encontrar infinitos bosons-einstons em um único estado quântico. Um fóton de luz, e a maioria dos mediadores dos campos de força, são exemplos de bosons-einstons.

1.5.9  Física teórica, relatividade, supersimetria, bosons e fermions, supergravidade, teoria-M

     Na física teórica, a teoria da SUperGRAvidade (SUGRA abreviadamente) é uma teoria de campo que combina os princípios da supersimetria e a teoria da relatividade geral. Os físicos chamam de teoria supersimétrica aquela que associa a cada boson com um "super-parceiro" fermiônico e vice versa. A teoria da supergravidade inicialmente se inspirou na teoria de Kaluza-Klein e na teoria da relatividade geral. A idéia de Einstein é de que a força da gravidade decorre da curvatura do espaço devido a presença de massa-energia. Por isso, ela é uma teoria geométrica da gravitação. Ao combinarmos a teoria da gravitação de Einstein, com a supersimetria dos bosons pareados com os fermions, formulamos a teoria da supergravidade:

D = 11 Supergravity (D = 11 Supergravidade)

     Uma forma mais natural, de fazer a adição "na mão" de campos extras de matéria, era fazer a teoria supersimétrica (ex., associar a todo boson com um, ainda não detectado, "super-parceiro" fermiônico e vice versa). A razão para isso é que o programa (compactação) de Kaluza-Klein para "explicar" as simetrias de gauge como simetrias espaço-temporais (restritas) de dimensões superiores pode apenas explicar o aparecimento de bosons de gauge tetra-dimensionais. Se a teoria pretender incluir campos fermiônicos, como requerido pela super-simetria, então pelo menos estes campos tem que ser colocados manualmente. (Esta limitação não se aplica necessariamente às teorias de Kaluza-Klein não-compactadas, nas quais a modesta dependência das coordenadas extras - sujeitas a limitações experimentais - fornece às equações de Einstein uma estrutura rica o suficiente para que matéria de um tipo bastante geral possa ser "induzida" em um universo tetra-dimensional por geometria pura em dimensões superiores. Em cinco dimensões, por exemplo, podemos obter não apenas fótons, os bosons de gauge do eletromagnetismo, mas também matéria densa, matéria do tipo poeira, ou vácuo.)

     A gravidade supersimétrica ("supergravidade") começou a vida como uma teoria tetra-dimensional em 1976 [30],[18], mas rapidamente deu um salto para dimensões superiores ("supergravidade de Kaluza-Klein"). Ela foi particularmente bem sucedida em D = 11, por três razões principais. Primeiro, Nahm [55] mostrou que onze era o número máximo de dimensões consistente com um graviton singular (e um limite superior para dois spins de partículas). Isto foi seguido da prova de Witten [94] que onze era também o número mínimo de dimensões requerido para uma teoria Kaluza-Klein unificar todas as forças no modelo padrão da física de partículas (ex., para conter o grupo de gauge das interações forte (SU(3)) e eletro-fraca (SU(2) ×U(1))). A combinação da supersimetria com a teoria de Kaluza-Klein pareceu de uma forma única corrigir a dimensionalidade do espaço-tempo. Segundo, quando em dimensões menores tem-se que escolher entre várias configurações possíveis para os campos de matéria extras, Cremmer, Julia & Scherk [17] demonstraram em 1978 que em D = 11 exatamente uma escolha era consistente com o requerimento da supersimetria (em particular, que haja um número igual de graus de liberdade de Bose e Fermi). Em outras palavras, enquanto um tensor de energia-momentum de dimensões superiores era ainda requerido, sua forma pelo menos parecia menos limitada. Finalmente, Freund & Rubin [33] mostraram em 1980 que a compactação do modelo com D = 11 poderia ocorrer somente de duas maneiras: com sete ou quatro dimensões compactadas, deixando quatro (ou sete, respectivamente) dimensões macroscópicas. Não apenas o espaço-tempo de onze dimensões parecia ser o único favorecido para unificação, mas também ele se separava perfeitamente para produzir o mundo tetra-dimensional observável. (A outra possibilidade, de um mundo macroscópico com sete dimensões, desafortunadamente não podia ser descartada, e de fato ao menos um modelo deste tipo foi explicitamente construído também [63].) Salva por este sucesso, a supergravidade com onze dimensões parecia estabelicida em meados dos anos 80 como uma candidata líder para esperada "teoria de todas as coisas" (veja [15],[22],[86] para revisões, e [67] para uma extensa coleção de artigos. Uma introdução não-técnica é dada em [31].)

     Leio sobre o modelo com onze dimensões (D = 11), sendo quatro macroscópicas e sete compactadas (11=4+7). Com um sentimento de menino que ouviu música bonita, mais do que de um matemático após um cálculo lógico e exato, penso nos ensinamentos de Jesus sobre as sete diferentes concepções de espaço, sobre a consciência que se aproxima do conhecimento das sete dimensões cósmicas, sobre os mortais sobreviventes que realizam a sua identidade em um universo de sete dimensões. Sei que o Mestre está se referindo a realidades mais espirituais, as possibilidades matemáticas de combinação, inerentes à existência real das três pessoas da Deidade. Há justamente sete possibilidades de associações inerentes às três Deidades, e apenas sete. As sete associações possíveis das três pessoas da Deidade são: 1 Pai; 2 Filho; 3 Espírito; 4 Pai e Filho; 5 Pai e Espírito; 6 Filho e Espírito; 7 Pai, Filho e Espírito. Isso explica por que o universo funciona em sete grandes divisões; e por que o número sete é básico e fundamental na organização e na administração do universo. Apesar de saber desta interpretação espiritual, fico intrigado ao ler que:

M-theory (Wikipedia, 2013)

     In theoretical physics, M-theory is an extension of string theory in which 11 dimensions of spacetime are identified as 7 higher-dimensions plus the 4 common dimensions (11D st = 7 hd + 4D). Proponents believe that the 11-dimensional theory unites all five 10 dimensional string theories (10D st = 6 hd + 4D) and supersedes them. Though a full description of the theory is not known, the low-entropy dynamics are known to be supergravity interacting with 2- and 5-dimensional membranes.

Teoria-M

     Na física teórica, a teoria-M é uma extensão da teoria das cordas na qual 11 dimensões do espaço-tempo são identificadas como 7 dimensões superiores e 4 dimensões comuns (11D et = 7 ds + 4D). Os proponentes acreditam que a teoria 11-dimensional une todas as 5 teorias das cordas com 10 dimensões (10D et = 6 ds + 4D) e supera elas. Apesar de uma descrição completa da teoria não ser conhecida, as dinâmicas de baixa entropia são conhecidas por serem interações de supergravidade com membranas 2- e 5-dimensionais.

     Mesmo com intuições interiores e motivos elevados, precisamos corrigir nossas teorias pela experiência factual. A ciência estabiliza a filosofia por meio da eliminação do erro, e purifica a religião ao exterminar a superstição. O número sete é básico para o universo central, mas ao explicar sobre a realidade da organização eletrônica sétupla da pré-matéria, a revelação nos alerta que a filosofia natural também pode dogmatizar - "Livro de Urantia", parágrafos 42.9_1-2:

     A religião não é a única a ser dogmática; a filosofia natural tende igualmente a dogmatizar. Um renomado educador religioso chegou à conclusão de que o número sete era fundamental à natureza, porque há sete aberturas na cabeça humana; mas se ele tivesse sabido mais sobre a química, ele poderia ter advogado tal crença fundamentado em um fenômeno verdadeiro do mundo físico. Em todos os universos físicos do tempo e do espaço, apesar da manifestação universal da constituição decimal da energia, há uma reminiscência, sempre presente, da realidade da organização eletrônica sétupla da pré-matéria.

     O número sete é básico para o universo central e para o sistema espiritual de transmissões inerentes de caráter; mas o número dez, o sistema decimal, é inerente à energia, à matéria e à criação material. O mundo atômico, contudo, apresenta uma certa caracterização periódica que é recorrente em grupos de sete - uma marca de nascença que o mundo material carrega e que indica a sua longínqua origem espiritual.

1.5.10  Transcendência do espaço-tempo relativo e singularidades tempo-espaciais

     Destas considerações o que é importante ressaltar é que de acordo com o Livro de Urantia e de acordo com a teoria da relatividade do espaço e do tempo existem possíveis explicações para possibilidade do ser humano de contactar realidades absonitas que transcendem o espaço e o tempo. A teoria da relatividade prevê singularidades tempo-espaciais quando nos aproximamos da velocidade da luz, e na presença de campos gravitacionais acima de certos limites nos quais a velocidade de escape é maior que a da luz. Duas soluções das equações de campo de Einstein prevêem singularidades em uma massa estática, solução de Schwarzschild, e em uma massa girando, solução de Kerr. Inspirados pela informação aberta na Internet no site da Wikipedia (2013), podemos aprender que:

General relativity (Relatividade Geral),
Advanced concepts (Conceitos Avançados),
Singularities (Singularidades)

     Outra característica geral - e bem perturbadora - da teoria da relatividade é o aparecimento de limites espaço-temporais conhecidos como singularidades. O espaço-tempo pode ser explorado seguindo-se em geodésicas do tipo temporais e do tipo percorridas pela luz - todos os possíveis caminhos pelos quais a luz e as partículas em queda livre podem viajar. Mas algumas soluções das equações de Einstein possuem "bordas bruscas" - regiões conhecidas como singularidades espaço-temporais, nas quais os caminhos da luz e das partículas em queda terminam de maneira abrupta, e a geometria se torna mal definida. Nos casos mais interessantes, estas são "singularidades de curvaturas", nos quais as quantidades geométricas que caracterizam a curvatura do espaço-tempo, tais como o escalar de Ricci, resultam em quantidades infinitas (Townsend (1997) [77]:chapter 2 e Chandrasekhar (1983) [12]:chapter 3). Exemplos bem conhecidos de singularidades espaço-temporais futuras - nas quais as linhas dos eventos termina - são a solução de Schwarzschild, a qual descreve singularidades dentro de um buraco negro estático ( [77]:chapter 4 e [12]:chapter 6), ou a solução de Kerr com sua singularidade na forma de anel dentro de um buraco negro girante [27]. As soluções de Friedmann-Lemaître-Robertson-Walker e outros tempo-espaços que descrevem universos, possuem singularidades passadas nas quais as linhas dos eventos começam, nominadamente a singularidade do "Big Bang", e também algumas singularidades futuras (Big Crush)28.

     As singularidades do espaço-tempo, previstas pelas teorias físicas, podem confirmar a possibilidade da mente viva contactar níveis absonitos da realidade, que transcendem o espaço e o tempo, e fazem a interface entre os níveis absoluto e finito. Assim, temos uma justificativa nobre de estudar as teorias físicas e compreender as possibilidades transcendentes latentes no ser humano. Com esta motivação observamos que:

     "A Ciência Revelada e Evolucionária sobre a Mente Humana", parágrafo 10.1_2: A teoria da relatividade restrita conclui que existem diferenças, nas medidas espaço-temporais de um observador parado em relação ao evento observado, e, nas medidas espaço-temporais de um observador que se move, com velocidade constante (v), em relação ao evento observado. De acordo com a teoria da relatividade, a medida do comprimento de uma régua diminui, quanto maior for a velocidade relativa entre a régua medida e o observador que mede o seu comprimento espacial. Esta teoria prevê que no limite, quando a velocidade relativa, entre o observador e a régua, cujo comprimento se mede, for igual a velocidade da luz (c), o comprimento medido tende à zero! De maneira similar, de acordo com esta teoria, também diminui a medida do ritmo de andamento de um relógio e o tempo se dilata, quanto maior for a velocidade relativa entre o relógio que marca o tempo e o observador que mede estes intervalos de tempo. A teoria da relatividade prevê que quando a velocidade relativa, entre o observador e o relógio cujo tempo se mede, for igual a velocidade da luz (c), o intervalo de tempo medido se dilata tendendo ao infinito!

     A velocidade da luz e o limite de Schwarzschild implicam em singularidades do tempo e espaço de acordo com a teoria da relatividade restrita e geral respectivamente. A contração do espaço e a dilatação do tempo podem ser deduzidas à partir das transformações de Lorentz.

     Quando a velocidade do observador v for igual a da luz c as equações de transformação dos comprimentos espaciais e dos intervalos de tempo entre, um observador parado em relação ao evento medido, e um observador com velocidade relativa igual a da luz, são dadas por equações que resultam em singularidades do espaço-tempo.

     A contração do espaço e a dilatação do tempo são duas das consequências da teoria da relatividade no limite da velocidade da luz. Na teoria da relatividade geral Einstein formalizou o modelo que explica como a gravidade consiste em um encurvamento do espaço-tempo provocado pela massa gravitacional. Quando este encurvamento transpassa um certo limiar ocorre uma singularidade tempo-espacial. Isto foi previsto na solução expressa na equação 1.1 com a métrica do tempo e do espaço de uma massa gravitacional com simetria esférica.

1.6  Mente, consciência e campos

1.6.1  Mente entre espírito e corpo, cérebro entre luz e matéria

     Qual a relação destas teorias com nosso estudo sobre aprendizagem e sobre a mente viva? Nosso objetivo é respaldar cientificamente a afirmação de que a mente viva pode ser sensível a energias e estados absonitos, que transcendem o espaço e o tempo finito, e desta forma "modelar" com símbolos e informações, signos e significados, diferentes níveis da realidade da energia-matéria, da mente, do espírito e da personalidade.

     Os neurônios do cérebro, na base material na qual a mente se apoia, possuem axônios com a geometria de guias de ondas de infravermelho na velocidade da luz, e a natureza de fibras ópticas. Isto é suficiente para afirmar que os axônios dos neurônios têm a capacidade de transmitir informação na luz infravermelho que emitimos naturalmente por termos um corpo quente. Anteriormente mostramos que a velocidade da luz implica em uma singularidade tempo-espacial. Se entendermos que os símbolos, informações, signos e significados da mente se apoiam não apenas nas partículas materiais do cérebro, mas também nos campos luminosos associados da consciência, poderemos inferir que o cérebro é sensível à luz e a matéria, e a mente pode mediar as relações entre o espírito e o corpo.

     A luz é uma onda eletromagnética. Ondas eletromagnéticas são produzidas toda vez que os íons se aceleram e transpassam a membrana celular dos neurônios do cérebro. Podemos afirmar cientificamente que toda atividade eletro-química dos neurônios, na qual íons eletricamente carregados são acelerados, está associada a um campo ondulatório eletromagnético na velocidade da luz. Por outro lado, a teoria da relatividade prevê singularidades de tempo e espaço quando observamos um evento com velocidade relativa que se aproxima da velocidade da luz. Estes fatos científicos sugerem a possibilidade do "coração vivo de uma mente iluminada" funcionar como um meio de "comunicação significativa" que intermedia as realidades finitas, limitadas no tempo e espaço, com as realidades absonitas, que transcendem o tempo e o espaço, em busca das realidades absolutas que existem na eternidade.

1.6.2  A natureza da consciência associada aos campos eletromagnéticos na velocidade da luz

     Esta idéia, de que a consciência está associada aos campos eletromagnéticos na velocidade da luz, foi analisada detalhadamente no livro de Susan Pockett publicado no ano 2000, no alvorescer do terceiro milênio depois de Cristo. Susan ousou sugerir que: O campo eletromagnético como um todo pode então ser pensado como uma vasta mente. Nas palavras desta pesquisadora independente:

     "A Natureza da Consciência", parágrafo 9_6: Se a consciência comum é de fato idêntica à certas configurações localizadas do campo eletromagnético, então o campo eletromagnético como um todo (o qual permeia o universo inteiro de acordo com o mais distante alcance do nosso conhecimento) inclui todas as configurações conscientes que existem correntemente no universo. O campo eletromagnético como um todo pode então ser pensado como uma vasta mente. Este conceito repousa no entendimento de que o fenômeno eletromagnético que é produzido por objetos materiais simples tais como magnetos (ou aqueles mais complicados tais como cérebros) não são campos individuais isolados gerados novamente pelos objetos, como os textos de física básica tendem à sugerir, mas perturbações localizadas em um campo universal, que tudo permeia, o qual é presentemente conhecido como O Campo Eletromagnético. A teoria presente é de que a consciência comum é idêntica com certos padrões localizados de perturbação neste campo, os quais são produzidos pela ação dos cérebros. Assim, de acordo com a presente teoria, O Campo Eletromagnético contêm um arranjo de "luminárias"29 localizadas de consciência que são espacialmente coincidentes com um arranjo de cérebros, com largas áreas de não-consciência entre as "luminárias" de consciência. Quando estas "luminárias" de experiência consciente são coincidentes com um cérebro humano (ou provavelmente com o de qualquer primata superior), elas são integradas em um sistema localizado similar, que sente a si mesmo como sendo o experienciador individual de todas as experiências conscientes geradas por aquele cérebro em particular (ou talvez simplesmente em proximidade sinérgica com este). ...

1.6.3  Gravita dual, partículas e campos eletromagnéticos, de probabilidade e bosônicos

     A gravita é dual. Talvez esta dualidade corresponda a matéria e a morôncia. Talvez esta dualidade corresponda às partículas e aos campos. Conjecturamos que este segundo aspecto, os campos físicos da gravita dual, se referem possivelmente aos seguintes fenômenos:

  1. Os campos associados aos fenômenos eletro-magnéticos, na velocidade da luz, que hipoteticamente constituem a consciência humana. Uma versão desta hipótese foi elaborada por Susan Pockett na teoria da consciência constituída pelo campo eletromagnético. Mencionamos também o trabalho de Johnjoe McFadden [51] sobre a física da consciência - "Teoria do Campo Eletro-Magnético da Consciência: Sete Chaves para a Natureza da Consciência" [Conscious Electro-Magnetic Information (CEMI) Field Theory: Seven Clues to the Nature of Consciousness].
  2. Os campos de probabilidade teorizados na física quântica que, de acordo com Amit Goswami em seu livro "Universo Autoconsciente" [38], assumem quantidades determinadas influenciadas pelo observador consciente que decide realizar uma "medição quântica".
  3. Os campos bosônicos compostos pelas entidades físicas que denominamos aqui de bosons-einstons. Os bosons são "pacotes de energia" que obedecem a estatística de Bose-Einstein. Podemos encontrar inumeráveis bosons em um único estado quântico. Um fóton de luz, e a maioria dos mediadores dos campos de força, são exemplos de bosons-einstons. Neste contexto chamamos os bosons de einstons pelo seguinte motivo: os bosons-einstons possuem spin múltiplo de um, e, em alemão eins significa um.

     O que é importante salientar nos campos de força, nos campos eletromagnéticos, nos campos de probabilidade, nos campos bosônicos e nos campos de maneira geral, é sua disseminação radiante pelo espaço. Uma partícula material se caracteriza dentre outras coisas por uma posição no espaço. Um campo é frequentemente uma onda que se espalha no espaço. Por exemplo, o som é uma onda que se propaga no ar. Podemos falar em campo sonoro. Imagine que estejamos partilhando alegremente o alimento com nossos familiares. O corpo das pessoas tem uma posição no espaço, porém onde está o som da fala das pessoas? O som está nas ondas sonoras que preenchem o ar durante a refeição da família neste exemplo.

     Um outro exemplo são as ondas eletro-magnéticas, na velocidade da luz, que emanam de uma estação de rádio, de TV, ou de telefone celular. Os campos gerados pelas estações transmissoras se irradiam pelo espaço circundante. Os aparelho receptores sintonizam com aquela frequência. Assim, talvez a natureza dual da gravita seja a natureza da dualidade de campo e partícula. Campos ondulatórios e partículas materiais são fenômenos físicos duais. Os campos são gerados e recebidos nas partículas, e estas se movimentam influenciadas pelos campos de força. As partículas são condensações da energia em uma coordenada espacial, e, muitos campos são ondas transmitindo energia irradiada no espaço.

1.6.4  Campos de luz espiritual e comunicação através da unidade de mentes

     Creio que a mente é uma realidade de significados e signos, de símbolos e informações. A mente viva é potencialmente sensível aos diversificados sistemas de energia. Assim a vida movimenta os sistemas de energia material, intelectual e espiritual. Graças a este movimento vital, a mente humana é capaz de receber, interpretar e enviar informações, se tornar consciente, e se comunicar com outras mentes e seres que existem em níveis de realidade finito, absonito e até absoluto. Neste quadro conceitual os campos, formas de energia mais holísticas, são mais adequados para as teledifusões e comunicados dos circuitos universais.

     As estações emissoras, de um sistema de comunicação de rádio e TV, emitem um campo ondulatório eletromagnético, modulado por uma frequência portadora, que cobre uma área ao redor da antena emissora. Os aparelhos receptores podem sintonizar nas distintas frequências das diversas estações emissoras locais. Esta sintonização, entre o aparelho receptor e a estação emissora, ocorre quando o circuito oscilador do aparelho ressoa com a frequência da estação desejada. Dentro da área de cobertura da emissora de rádio e TV, a distância física, entre o aparelho e a estação, é menos importante que a sintonização entre a frequência portadora da emissora e a frequência de recepção do aparelho. Um engenheiro de comunicações pode explicar como os campos ondulatórios estabelecem um domínio espectral de frequências que, dentro da área de cobertura da estação emissora, transcende as distâncias espaciais.

     Uma situação análoga ocorre quando várias pessoas estão se comunicando pela fala em uma mesma sala. Dentro de certos limites podemos prestar atenção a fala de diferentes pessoas como que sintonizando com o indivíduo com o qual queremos nos comunicar. Podemos conceber outras dimensões, campos e canais de comunicação. As dimensões cósmicas do comprimento e da profundidade tem a ver respectivamente com os significados (finitos, absonitos e absolutos) e os valores (material, moroncial e espiritual). Isto é suficiente para compreender que as pessoas podem, através da mente, estabelecer uma comunicação significativa com seres em níveis de realidade diversificados.

     O controle da gravidade das coisas espirituais atua independentemente do tempo e do espaço. Ainda assim, concebo um campo transcendente de luz espiritual envolvendo toda criação. Como uma semente causal, um fragmento do espírito do Pai reside dentro de nós. Como um ventre transcendental, a presença espiritual do Filho nos envolve. Para mim, isso significa que é possível um ser humano, através da dimensão de auto-expressão no nível absoluto, comunicar, conhecer e amar os progenitores divinos da nossa família universal.

     Contudo, enquanto a comunicação linguística ocorre através de símbolos, concebo uma comunicação direta que ocorre pela unidade de mente e espírito. Uma comunicação indireta, através de símbolos discretos finitos, possui uma capacidade informativa muito menor que uma comunicação direta, através da unidade de mentes, considerando que a mente é uma dotação do Espírito Infinito. Eu entendo que partículas materiais possam servir como um meio físico em um canal de comunicação discreto. Porém, quando imagino uma unidade de mente, a introvisão que me vem é a de superposição de campos de luz espiritual que impregnam todo o espaço.

     O Espírito Infinito impregna todo o espaço e habita o círculo da eternidade. Ele domina e controla irrestritamente o circuito da mente universal. Muitas das ministrações da mente ignoram o espaço. Cada universo local é criado por um Filho Criador e um Espírito Criativo Materno. Cristo Michael, que viveu entre nós na forma humana de Jesus, é o Filho Criador deste universo local aonde a terra se localiza. O Espírito Materno do universo local é uma Filha Criativa do Espírito Infinito do Paraíso. Este Espírito Criativo é, total e completamente, independente do espaço. Ela está presente, igual e difusamente, em todo o seu universo local e, portanto, está tão literal e pessoalmente presente em um mundo como em outro qualquer. Estou transcrevendo o ensinamento confiável do "Livro de Urantia", parágrafos 34.3_2-3:

     O Espírito Infinito impregna todo o espaço e habita o círculo da eternidade. Contudo, no seu contato pessoal com os filhos do tempo, as personalidades do Espírito Infinito devem lidar freqüentemente com os elementos temporais, embora nem tanto com o espaço. Muitas das ministrações da mente ignoram o espaço, mas sofrem um retardamento, no tempo, ao efetuar a coordenação dos diversos níveis de realidade do universo. Um Mensageiro Solitário é virtualmente independente do espaço, exceto pelo tempo que é realmente necessário para ele transportar-se de uma localização até outra; e há entidades similares desconhecidas para vós.

     Nas suas prerrogativas pessoais, um Espírito Criativo é, total e completamente, independente do espaço, mas não do tempo. Não há nenhuma presença pessoal especializada desse Espírito do Universo, nas sedes-centrais das constelações nem dos sistemas. Ela está presente, igual e difusamente, em todo o seu universo local e, portanto, está tão literal e pessoalmente presente em um mundo como em outro qualquer.

1.6.5  Relatividade do quadro conceitual e erros da especulação religiosa

     Antes de seguirmos é preciso humildemente ressaltar as limitações das hipóteses e postulados criados pela mente. Buscamos formar um quadro do universo dentro do qual pensar. Porém, conquanto essas molduras do universo para o pensamento humano sejam indispensáveis à operação intelectual racional, elas são, sem exceção, errôneas num grau maior ou menor. Sinto gratidão em pautar minhas ousadias intelectuais ao alerta gentil revelado no "Livro de Urantia", Item 115.1:

A Relatividade do Quadro Conceitual

     Os intelectos parciais, incompletos e em evolução estariam desamparados no universo-mestre, seriam incapazes de formar o primeiro modelo de pensamento racional, não fosse pela capacidade inata de toda mente, mais elevada ou mais baixa, de formar um quadro do universo dentro do qual pensar. Se a mente não pode estabelecer conclusões, se não pode penetrar as verdadeiras origens, então essa mente irá, infalivelmente, postular conclusões e inventar origens para que possa ter um meio de pensar logicamente dentro da moldura desses postulados criados pela mente. E, conquanto essas molduras do universo para o pensamento da criatura sejam indispensáveis à operação intelectual racional, elas são, sem exceção, errôneas num grau maior ou menor.

     Vamos continuar a buscar os tesouros de sabedoria, encontradas na mais recente apresentação da verdade aos humanos deste planeta. Sigamos para a vida eterna com amor e gratidão aos nossos irmãos e irmãs supra-humanos que pacientemente iluminam as mentes dos cientistas, filósofos e religiosos contribuindo para conduzir todos nos caminhos do progresso eterno em direção ao Paraíso. Com alegria, podemos aprender no auto-sustentado e íntegro ensinamento do "Livro de Urantia", Item 102.3:

Conhecimento, Sabedoria e Discernimento Interior

     A deficiência intelectual, ou a pobreza educacional, inevitavelmente é um obstáculo para o acesso a níveis religiosos mais elevados, porque o ambiente da natureza religiosa, empobrecido assim, retira a religião do seu canal principal de contato filosófico com o mundo do conhecimento científico. Os fatores intelectuais da religião são importantes, mas, igualmente, o hiper-desenvolvimento deles transforma-se, algumas vezes, em um empecilho e em um embaraço. Uma religião deve trabalhar continuamente sob uma necessidade paradoxal: a necessidade de fazer uso efetivo do pensamento e, ao mesmo tempo, dando o desconto devido à inutilidade que é utilizar o pensamento para o fim espiritual.

     A especulação religiosa é inevitável, mas é sempre nociva; a especulação invariavelmente falsifica o seu objeto. A especulação tende a transformar a religião em algo material ou humanista e, assim, ao interferir diretamente, usando a clareza do pensamento lógico a especulação leva, indiretamente, a religião a assemelhar-se a uma função do mundo temporal, aquele mesmo mundo com o qual ela deveria manter-se em perene contraste. E, portanto, a religião será sempre caracterizada por paradoxos, os paradoxos que resultam da ausência da ligação experiencial entre o nível material e o nível espiritual do universo - a mota moroncial, a sensibilidade supra-filosófica para o discernimento da verdade e para a percepção da unidade.

1.7  Criador e criatura unidos no amor vivo

1.7.1  O amor na família que motiva a busca de uma nova e atraente filosofia de vida

     Após ressaltar este alerta aos leitores deste trabalho, prosseguiremos nestas hipóteses intelectuais em busca de uma teo-ria, de uma theo-ry, de um theo-ray, de um teo-raio, de uma luz de Teo30 (Deus) que nos guie na busca do Eterno. Uma das pessoas, deste grupo de aprendizes, pensa que talvez suas motivações inconscientes sejam inusitadas, como a lembrança de sua mãe lhe aconselhando à desenvolver o talento da matemática, ou, talvez o desejo de unir a mente científica do seu pai humano com seu coração preenchido pela devoção religiosa ao nosso Pai divino. Certamente nossos motivos inconscientes foram engrandecidos pelo desafio religioso de constuir uma nova e atraente filosofia de vida que integre conceitos modernos da verdade cósmica, da beleza universal e da bondade divina. Vamos buscar juntos inspiração no inefável amor-sabedoria que gerou a finalidade do pensamento que se revelou nas palavras idealizadoras do "Livro de Urantia", parágrafo 2.7_10:

     O desafio religioso desta época é dirigido àqueles homens e àquelas mulheres que, pela sua visão ampla e voltada para o futuro, e, pelo discernimento da sua luz interna, ousarão construir uma nova e atraente filosofia de vida, partindo dos conceitos modernos, sutilmente integrados, da verdade cósmica, da beleza universal e da bondade divina. Uma tal visão, nova e reta, da moralidade, atrairá tudo o que existir de bom na mente do humano e convocará o que houver de melhor na alma humana. A verdade, a beleza e a bondade são realidades divinas, e à medida que o humano ascende na escala da vida espiritual, essas qualidades supremas do Eterno tornam-se cada vez mais coordenadas e unificadas em Deus, que é amor.

1.7.2  Teoria de tudo, divindade e unidade de Deus

     Após estas ponderações, estimulamos o pensamento com a afirmação de que uma possível teoria de tudo é análoga ao fato biológico de que o gen do corpo inteiro está no núcleo de cada célula do corpo. A semente criadora do todo está no centro causal de cada parte da criação. A fonte e centro de todos, e de tudo, vive no centro de cada criatura pessoal. A pessoa infinita e eterna de Deus é quem outorga a personalidade às criaturas. E assim, a Pessoa Criadora é o outorgador e sustentador de cada pessoa criada. Lembramos que nas criaturas humanas, a personalidade outorgada por Deus é quem unifica os fatores associados de individualidade: espírito, alma, mente e corpo. Assim, existe um núcleo de integridade em cada pessoa, um centro causal em cada criatura, uma realidade deificável em cada ser vivo para o qual Deus outorgou a dádiva da personalidade e que existem como uma pessoa para Ele, o Pai de todos. Esta é a teoria de todos e de tudo: O Criador de todos os seres, e de todas as coisas, vive na fonte e centro de cada pessoa criada no "ventre cósmico" da criação universal.

     Deus é o único ser estacionário, autocontido e imutável em todo o universo dos universos e para quem não há um lado exterior além, nem passado, nem futuro. Talvez ele nos perceba como células vivas do seu organismo universal que abarca toda criação. Buscamos uma unificação da religião do espírito, da filosofia da mente e da ciência da energia-matéria. Lembramos que DEUS é unidade e que DIVINDADE é a qualidade característica, unificadora e coordenadora da Deidade.

     A energia pura e o espírito puro são unas no Pai do Paraíso porque a personalidade do Pai é absolutamente unificada. Na natureza infinita de Deus não existe uma dualidade de realidade, física e espiritual. Contudo, no momento em que deixamos para trás o conceito inqualificável da personalidade infinita do Pai do Paraíso, devemos postular a MENTE como a técnica inevitável de unificação das divergências. Este parágrafo foi escrito baseado no original "Livro de Urantia", parágrafos 56.1_4-6:

     A energia pura é o ancestral de toda a realidade relativa funcional não-espiritual, enquanto o espírito puro é o potencial de supercontrole divino e diretivo de todos os sistemas básicos de energia. E tais realidades, tão diversas quando manifestadas pelo espaço e quando observadas nos movimentos do tempo, estão ambas centradas na pessoa do Pai do Paraíso. E são unas Nele - devem estar unificadas - porque Deus é uno. A personalidade do Pai é absolutamente unificada.

     Na natureza infinita de Deus, o Pai, não poderia, de nenhuma forma, existir uma dualidade de realidade, física e espiritual; mas, no instante em que desviamos nosso olhar dos níveis infinitos e da realidade absoluta dos valores pessoais do Pai do Paraíso, observamos a existência dessas duas realidades e reconhecemos que as mesmas respondem absolutamente à Sua presença pessoal; Nele todas as coisas consistem.

     No momento em que deixardes para trás o conceito inqualificável da personalidade infinita do Pai do Paraíso, devereis postular a MENTE como a técnica inevitável de unificação das divergências, cada vez mais amplificadas, entre essas manifestações duais da personalidade monotéica original do Criador, a Primeira Fonte e Centro - o EU SOU.

1.7.3  O amor que unifica Criador e criatura

     Alguns consideram o mais importante dentre estes ensinamentos, a possibilidade do amor espiritual, da contemplação da Deidade, da adoração que é o ato de uma parte identificando-se com o Todo. Jesus ensina que a adoração é o ato da comunhão pessoal do filho com o Pai divino. A busca eterna é de unificação, de coerência divina. O mortal isolado, do tempo e do espaço, faz-se coerente em Deus, o Pai, mediante a ligação direta entre o Ajustador do Pensamento residente e o Pai Universal. O Ajustador do humano é um fragmento de Deus e, para sempre, procura a unificação divina e se faz coerente com a Deidade do Paraíso da Primeira Fonte e Centro, e Nesta.

     Na experiência viva de amor, religação e união com o ser divino, as dualidades desaparecem e podemos vivenciar a unidade do nosso eu divino. Nas palavras paradoxais de Ken Wilber:

O Espectro da Consciência [87]
IV. Tempo/Eternidade, Espaço/Infinito

     (página 83) ... Em suma, existe "dentro" de nós aquele que conhece, a Testemunha, a Subjetividade Absoluta, que outra não é senão a Mente, a própria Divindade. Mas essa Subjetividade Absoluta não é o sujeito separado que normalmente conhecemos e que nos sentimos ser, pois o sentido de sujeito separado é uma ilusão, demonstrada pelo fato de que, onde quer que o busquemos, só encontramos objetos de percepção. Desse modo, o verdadeiro Conhecedor está em comunhão com o seu universo de conhecimento: tudo quanto observamos outra coisa não é senão nós, que o estamos observando. Quando descemos à própria base da nossa consciência, encontramos o universo - não o falso universo de objetos que estão lá, mas o verdadeiro universo que já não é imaginado como se estivesse dividido em sujeito e objeto. Em nosso âmago, caímos fora de nós e vamos dar na Realidade. Como disse Monoimus, "E se investigares com cuidado todas as coisas, encontrarás Deus em ti mesmo, um e muitos; encontrando, dessa maneira, em ti um modo de saíres de ti".

     (página 84) Caindo no mundo real, onde o observador é o observado, torna-se evidente que nós e o universo não somos, não fomos e nunca seremos entidades separadas. "Assim", para repetir as palavras de Schroedinger, e garanto que ele acredita no que diz, "podemos jogar-nos ao solo, estender-nos sobre a Mãe Terra, com a convicção certa de que estamos em comunhão com ela e ela conosco". Em outras palavras o espaço entre nós como sujeitos observadores "aqui" e os objetos observados "ali" está ausente na Subjetividade Absoluta - e o que não tem espaço é Infinito. De idêntica maneira, o tempo entre o passado e o futuro simplesmente não se encontra na Subjetividade Absoluta, pois não existe tempo senão o agora - e o que é intemporal é Eterno. Em resumo, a Subjetividade Absoluta conhece o seu universo simultaneamente, não numa sequência chamada "tempo" nem através de uma distância chamada "espaço". E este é o estado atual das coisas, quer o compreendamos, quer não. Eis aí porque os budistas sustentam que a Mente é o "Inatingível", pois não podemos atingir o que já temos, do mesmo modo que não podemos sair para comprar nossos pés.

     Transcreveremos mais uma citação sobre a união com Deus pelo amor: a bhakti-yoga, termo que pode ser traduzido como a união (yoga) pela devoção (bhakti). Antes de citarmos um parágrafo do livro "Bhakti-Yoga: o caminho do amor", lembramos que seu autor, Swami Vivekananda, além de discípulo de Sri Ramakrishna, de alguma forma participou da conversão da política para espiritualidade de Sri Aurobindo, autor do livro "The Life Divine [A Vida Divina]". Citamos então os escritos de Swami Vivekananda na conclusão de seu livro [78]:p. 123 "Bhakti-Yoga - O caminho do Amor":

     Na religião do amor temos todos que começar como dualistas. Deus é para nós um Ser separado, e nós também nos sentimos como seres separados. O amor então intervém e o humano começa a se aproximar de Deus, e Deus também se aproxima cada vez mais do humano. O humano projeta em seu ideal de amor, em seu Deus, todos os variados relacionamentos da vida - como pai, como mãe, como filho, como amigo, como senhor, como amante. Para ele, Deus existe em todas aquelas formas, e a última etapa do seu progresso é alcançada quando sente que se tornou absolutamente fundido no ser de sua adoração. Todos começamos com amor por nós mesmos, e as exigências desleais do pequeno eu faz com que até mesmo o amor se torne egoísta. Finalmente, porém, vem o total esplendor da luz, sob o qual se vê que esse pequeno eu se tornou uno com o Infinito. O próprio humano se transfigura na presença desta Luz de Amor e, por fim, realiza a bela e inspiradora verdade de que o Amor, o Amante e o Bem-Amado são Um.

1.7.4  A união do espírito Ajustador com a pessoa humana

     Motivado por este ideal de amor, é possível a pessoa humana experimentar uma união com o espírito Ajustador pré-pessoal. Desta forma, a mente do Ajustador espiritual torna-se unida com a nossa mente humana material. Subseqüentemente, se a nossa vontade ordenar e reforçar a execução das decisões dessa nova mente, ou dessa combinação de mentes, a nossa mente terá atingido a sintonização com a divindade, e a vontade do Ajustador terá alcançado uma expressão de personalidade. Citamos novamente o ensinamento, sobre a união do humano com o divino, revelado no "Livro de Urantia", parágrafos 110.2_5-6:

     Vós, enquanto criaturas pessoais, tendes mente e vontade. O Ajustador, como uma criatura pré-pessoal, tem pré-mente e pré-vontade. Se vós vos conformardes, tão plenamente, à mente do Ajustador, a ponto de verdes juntos, por meio de um olho só, então, as vossas mentes tornar-se-ão uma; e vós recebereis o reforço da mente do Ajustador. Subseqüentemente, se a vossa vontade ordenar e reforçar a execução das decisões dessa nova mente, ou dessa combinação de mentes, a vontade pré-pessoal do Ajustador ater-se-á à expressão da personalidade por meio da vossa decisão, e, no que concerne a esse projeto em particular, vós e o vosso Ajustador estareis unificados. A vossa mente terá atingido a sintonização com a divindade; e a vontade do Ajustador terá alcançado uma expressão de personalidade.

     À medida que essa identidade for realizando-se, estareis mentalmente aproximando-vos da ordem moroncial de existência. A mente moroncial é uma expressão que significa a essência e a soma total da cooperação plena entre mentes de naturezas diversas, a espiritual e a material. O intelecto moroncial, contudo, tem a conotação de uma mente dual, no universo local, dominada por uma vontade. E, no caso dos mortais, essa é uma vontade de origem humana, que se está tornando divina por meio da identificação da mente humana com o dom mental de Deus.

     A identificação da mente humana com o dom mental de Deus gera a mente moroncial da alma. O pai da alma é o espírito Ajustador dos Pensamentos e a mãe da alma é a mente humana material. A alma é a essência e a soma total da cooperação plena entre o espírito divino e a criatura humana. A substância da alma não é nem material, nem espiritual é moroncial. Morôncia é um termo que designa um vasto nível que se interpola entre o material e o espiritual. Considero uma das revelações mais importantes do Livro de Urantia a de que:

     Alma - A alma do humano é uma aquisição experiencial. À medida que uma criatura mortal escolhe "cumprir a vontade do Pai dos céus", assim o espírito que reside no humano torna-se o pai de uma nova realidade na experiência humana. A mente mortal e material é a mãe dessa mesma realidade emergente. A substância dessa nova realidade não é nem material, nem espiritual - é moroncial. Essa é a alma emergente e imortal que está destinada a sobreviver à morte física e iniciar a ascensão ao Paraíso.

     Lembramos que a primeira parte deste trabalho é sobre a aprendizagem no ser humano como um todo. A educação integral da pessoa inteira: corpo, mente, alma e espírito. É pertinente lembrar que o humano consegue a união, a religação31 com Deus, mas não como uma gota de água poderia encontrar a unidade com o oceano. A união entre Deus e o humano é uma experiência de amor e devoção entre a pessoa criadora de Deus e a pessoa humana criada. Nas insubstituíveis palavras da "Bíblia da Terra (Livro de Urantia)", parágrafo 1.7_2:

     O humano consegue a união com Deus, mas não como uma gota de água poderia encontrar a unidade com o oceano. O humano consegue a união divina por meio de uma comunhão recíproca espiritual progressiva, pelo relacionamento da personalidade com o Deus pessoal, ao atingir, de um modo crescente, a natureza divina, por meio de uma conformidade inteligente, buscada com todo o seu coração, à vontade divina. Uma relação tão sublime só pode existir entre personalidades.

     A espiritualização da mente humana, a sintonização com o Ajustador espiritual, o surgimento e crescimento da alma moroncial, a expansão inteira do eu total e real, são reflexos do progresso humano coroados com o resultado final da realização da personalidade, no mundo material. Esta realização está contida na conquista sucessiva dos sete círculos psíquicos da potencialidade mortal. O Ajustador ascende, nos círculos, conosco, do sétimo ao primeiro. No que concerne à mente, às emoções e ao discernimento cósmico, essa realização do primeiro círculo psíquico significa a maior aproximação possível entre a mente material e o espírito Ajustador. Continuamos inspirados pelo ensinamento salvador do "Livro de Urantia", parágrafo 110.6_15:

     O primeiro círculo. O Ajustador não pode, comumente, falar direta e imediatamente convosco, antes que vós atinjais o primeiro círculo, que é a etapa final do progresso de realização mortal. Esse nível representa a mais alta realização possível, na relação da mente com o Ajustador, dentro da experiência humana, anterior à liberação da alma moroncial das cadeias do corpo material. No que concerne à mente, às emoções e ao discernimento cósmico, essa realização do primeiro círculo psíquico significa a maior aproximação possível entre a mente material e o espírito Ajustador, na experiência humana.

     Repetimos que o ingresso no primeiro círculo psíquico significa a maior aproximação possível entre a mente material e o espírito Ajustador. Porém, a realização dos sete círculos cósmicos não equivale à fusão com o Ajustador. Há muitos mortais em Urantia que realizaram os seus círculos; mas a fusão depende ainda de outras realizações espirituais maiores e mais sublimes; depende de uma sintonização final e completa da vontade mortal com a vontade de Deus, tal como esta se manifesta no Ajustador do Pensamento residente.

1.7.5  Fé espontânea, personalidade unificada e cinco possíveis realizações humanas na terra

     Uma fé espontânea da alma e uma personalidade unificada são antecedentes sadios para as experiências religiosas. O teste prático dessas experiências é o de observar se esses fenômenos levam um indivíduo a gozar de uma saúde física melhor, a funcionar mais eficiente na sua vida mental, a socializar mais alegremente a sua experiência religiosa, a espiritualizar mais completamente a sua vida no cotidiano, a aumentar a sua apreciação da verdade, da beleza e da bondade, a conservar os valores sociais, morais, éticos e espirituais normalmente reconhecidos, e, a ter mais discernimento espiritual interior - a consciência de Deus.

     Assim, com um caráter bem equilibrado, conquistamos os sete círculos psíquicos e alcançamos a maior aproximação possível entre a mente material e o espírito Ajustador. Então, caminhamos para fusão com o Ajustador através de uma sintonização final e completa da vontade mortal com a vontade de Deus. O principal objetivo deste trabalho é estimular o ser humano à aprender a fazer a vontade de Deus com sinceridade em todas as situações de sua vida. Buscamos a vivência do ensinamento revelado no "Livro de Urantia", parágrafo 39.4_14:

     As chaves do Reino dos céus são: sinceridade, e mais sinceridade; e mais sinceridade ainda. Todos os homens têm o alcance dessas chaves. Os homens usam-nas - avançando em status espiritual - por meio de decisões, de mais decisões e outras decisões mais, ainda. A escolha moral mais elevada é a escolha do valor mais elevado possível e - em toda e qualquer esfera - , isso sempre significa escolher fazer a vontade de Deus. Se o humano escolhe assim, ele é grande, ainda que seja o mais humilde cidadão de Jerusém ou mesmo o menor dos mortais de Urantia.

     Estas ponderações sobre os discípulos da vontade de Deus, e sobre as possíveis realizações humanas, em parte respaldam os seguintes ideais espirituais:

"Diálogos Baseados no Livro de Urantia", Volume 2, parágrafo 4.2.4_3:

     Visualizo a sequência das cinco maiores realizações possíveis de um ser humano na terra:

  1. Cultivar uma fé como a de Jesus, sublime e equilibrada, evitando o fanatismo.
  2. Desenvolver uma personalidade forte e unificada na qual o Criador e a criatura estejam unidos harmonicamente na pessoa humana centrada na Pessoa Divina.
  3. Conquistar sucessivamente os sete círculos psíquicos com o desenvolvimento do eu total - espiritual-moroncial, intelectual e físico. E assim, alcançar a maior aproximação possível entre a mente material e o espírito Ajustador.
  4. Chegar ao status de fusionamento com o espírito Ajustador em nós, à possibilidade de fusão da nossa própria alma com este espírito divino, ainda na terra, sendo assim transladados diretamente para os mundos celestiais. Esta realização acontece quando alcançamos uma sintonização final e completa da vontade mortal com a vontade de Deus. E assim, chegamos ao status de ser transladado diretamente da terra para o céu, "ascendendo na luz" de nosso espírito divino, comprovando que a morte natural não é uma inevitabilidade.
  5. Fazer uma petição para permanecer temporariamente isento de translado, servindo na terra enquanto for da Vontade de Deus.

1.7.6  O plano de Deus é um propósito de oportunidades, de progresso e vida

     Isto é o que podemos realizar aqui na terra. Além disso, o Livro de Urantia revela que há, na mente de Deus, um plano que abraça cada criatura de todos os seus imensos domínios; e esse plano é um propósito eterno de oportunidades sem fronteiras, de progresso ilimitado e vida eterna. E os tesouros infinitos dessa carreira sem par lá estão, para recompensar a nossa luta! Sim, somos filhos da fé, e quando estivermos fusionados com os Ajustadores do pensamento seremos considerados filhos ascendentes de Deus. Então, por meio da graça, ascenderemos até nos tornarmos finalitores do Paraíso. E para vivificar nossos ideais, recebemos a revelação de que - "Livro de Urantia", parágrafos 112.7_17-19:

     Acreditamos que os mortais fusionados com os Ajustadores, junto com os seus companheiros finalitores, estejam destinados a funcionar de alguma maneira na administração dos universos do primeiro nível do espaço exterior. Não temos a menor dúvida de que, no tempo devido, essas enormes galáxias transformar-se-ão em universos habitados. E estamos igualmente convencidos de que, entre os administradores daqueles universos, estarão os finalitores do Paraíso, cujas naturezas são uma conseqüência cósmica da combinação de criatura e Criador.

     Que aventura! Que epopéia romanesca! Uma criação gigantesca a ser administrada pelos filhos do Supremo, esses Ajustadores personalizados e humanizados, esses mortais Ajustadorizados e eternizados, essas misteriosas combinações e essas eternas associações entre a mais alta manifestação conhecida da essência da Primeira Fonte e Centro e a mais baixa forma de vida inteligente, capaz de compreender e alcançar o Pai Universal. Nós acreditamos que tais seres amalgamados, tais uniões entre Criador e criatura tornar-se-ão governantes extraordinários, administradores incomparáveis, diretores compassivos e compreensivos de toda e qualquer forma de vida inteligente que possa vir a existir, espalhada por esses futuros universos do primeiro nível do espaço exterior.

     Verdade, sim, é que vós mortais sois de origem terrena animal; a vossa estrutura é realmente o pó. Contudo, se realmente desejardes e se o quiserdes realmente, certamente a herança das idades será vossa e ireis, algum dia, servir aos universos no vosso verdadeiro caráter - de filhos do Deus Supremo da experiência: filhos divinos do Pai no Paraíso, Pai de todas as personalidades.

1.7.7  Movimento pulsante da vida, espírito e energia pura, monota do Paraíso

     Após esta revelação de ideais para humanidade, voltemos a considerar a aprendizagem na mente viva e os aspectos físicos, matemáticos, computacionais da aprendizagem. Existem quatro circuitos de gravidade universal e absoluta no universo mestre: personalidade, espírito, mente e energia-matéria. No grande universo, há vida real pulsando em todo o mecanismo da vasta criação do cosmo vibrante. A vida, como tal, constitui a animação de um sistema de energias - material, mental ou espiritual. A personalidade é supra-imposta à energia, e é associada apenas a sistemas vivos de energia. A vida realmente é um processo que ocorre entre o organismo e o seu meio ambiente.

     Talvez a vida seja caracterizada pelo movimento pulsante que harmoniza a semente causal e o ventre envolvente de cada organismo vivo do universo. De fato, os ciclos vitais do ser humano são pulsações em diferentes frequências. Talvez seja este o movimento do Tao, expansão-contração, um processo entre a semente do pai que cresce e o ventre da mãe que alimenta. Uma semente causal e um ventre universal que movimenta o tempo no ventre do espaço e transcende a ambos fluindo para eternidade e expandindo na infinitude.

     Existem sete sistemas universais de energia. A energia dual que conhecemos, sensível à gravidade linear, é chamada no Livro de Urantia de gravita ou poder universal. A gravita é uma forma de energia dual, é ela que compõe os corpos físicos e o cérebro humano. Por outro lado, não existem dualidades em Deus. Na presença do Pai Universal existe uma coerência absoluta da energia pura e do espírito puro. A monota é a energia viva do Paraíso, e alguns acreditam que ela também é a energia dos Ajustadores divinos, pois o Pai do Paraíso aparece pessoalmente nos universos, fora de Havona, apenas como energia pura e espírito puro - como o Ajustador do Pensamento e outros fragmentos semelhantes. Na próxima citação os reveladores dizem que não conseguem discernir a diferença da natureza do espírito do Paraíso e a da monota do Paraíso. Talvez possamos dizer que, por ser viva, a monota pulsa como um coração, e ao pulsar anima as energias espirituais, mentais e materiais. Nas palavras da nossa fonte de inspiração - "Livro de Urantia", parágrafos 42.2_19-20:

     Monota: Quando a energia vem do Paraíso, ela está próxima da divindade. Inclinamo-nos a acreditar que a monota é a energia viva, não-espiritual, do Paraíso - uma contraparte, na eternidade, da energia viva e espiritual do Filho Original - , sendo, portanto, o sistema de energia não-espiritual do Pai Universal.

     Não conseguimos diferençar a natureza do espírito do Paraíso e a da monota do Paraíso; são aparentemente semelhantes. Têm nomes diferentes, mas dificilmente vos poderá ser dito muito a respeito de uma realidade cujas manifestações espirituais e não-espirituais sejam diferenciáveis apenas por um nome.

     Estes ensinamentos me inspiram à crer que o espírito puro e a energia pura, unificados na monádica presença do núcleo absoluto do Ajustador da personalidade humana, pulsa como um coração em nosso centro mais íntimo, e, vitaliza todos os níveis da realidade pessoal, espiritual-moroncial, mental e material do ser humano. E este pulsar vital tece a substância moroncial da alma que cresce entre este espírito Ajustador do pai divino e a mente da criatura humana moral. Assim, o humano é feito à imagem de Deus, pois vive dentro dele um fragmento da infinitude: o Ajustador de Pensamentos. Este espírito pré-pessoal é como uma "semente" de Deus no centro criador da alma humana. Isso nos faz lembrar da analogia biológica na qual o "gen-semente" do corpo inteiro está no centro de cada célula microscópica deste corpo vivo pluricelular.

1.8  Uma teoria unificada com simetria de escala

1.8.1  Teoria física, simetria de escala, cinco dimensões inclusive a massa

     Nos domínios da energia do não pessoal, da realidade não-deificada, existe também um conceito análogo chamado invariância de escala, ou simetria de escala. Uma teoria física, invariante em relação à escala, é uma teoria na qual o microcosmo é a imagem e semelhança do macrocosmo. A simetria de escala implica em algo como uma semente do "grande" no centro do "pequeno". Em uma teoria invariante quanto a escala existe uma simetria matemática quando mudamos o tamanho, a escala, as unidades das dimensões físicas. Ressaltamos os conceitos de simetria de escala na próxima citação sobre a teoria da relatividade geral em cinco dimensões - x0 (tempo), x1, x2 e x3 (três dimensões de espaço) e a quinta dimensão x4 ≡ ψ (massa):

"Kaluza-Klein Gravity", paragraphs 6.10_1-3:
Significado Físico da Quinta Coordenada

     Nós temos notado que a carga de uma partícula de teste pode ser prontamente identificada no limite como ψ ≡ x4 = constante. Nós também descobrimos que uma variedade de modelos cosmológicos tetra-dimensionais realísticos, e métrica de corpo singular, podem ser identificados com hipersuperfícies de ψ-constante em um espaço de Minkowski plano com cinco dimensões. Então, parece que sistemas de coordenadas úteis podem ser especificados pela condição u4 ≡ dψ/ ds = 0. (Isto é perfeitamente legítimo de um ponto de vista matemático na medida que a introdução de uma quinta coordenada na relatividade geral significa um grau extra de liberdade que pode sempre ser utilizado se o indivíduo deseja estabelecer uma condição sobre u4.) Contudo, nós não melhoraremos a condição cilíndrica de Kaluza à não ser que nós confrontemos a questão: existe alguma razão física de porque nós devemos esperar que dψ/ds = 0?

     Ao responder isso o indivíduo é obrigado à interpretar ψ fisicamente. Nós revisamos aqui uma de tais interpretações, que recebeu avanços graças à Wesson e seus colaboradores [84],[85],[82],[83]. A teoria não-compactada em geral (e em outros lugares nesta revisão, incluindo as próximas duas partes sobre fatos experimentais que implicam em limitações na teoria) se mantêm, ou caem, independentemente deste trabalho adicional. A proposta que nós consideramos é que a quinta dimensão ψ deve estar relacionada com a massa de repouso. O sistema de coordenadas implicado por u4 = 0 é então justamente aquele no qual as massas de repouso das partículas são constantes. Existem pelo menos três peças independentes de evidência (além do fato empírico de que as massas de repouso são conservadas!) que suportam esta conjectura: (1) Toda a mecânica depende das unidades básicas de comprimento, tempo e massa. Assim, se as duas primeiras podem ser tratadas como coordenadas, então talvez a última também deva ser. Dimensionalmente, x4 = Gm/c2 nos permite tratar a massa de repouso m de uma partícula como uma coordenada de comprimento, em analogia com x0 = ct. ...

     Há várias outras razões mais filosóficas [84],[85] para considerar hipóteses STM ("eSpaço-Tempo-Matéria") nas quais ψ deva estar relacionada com m. Talvez estas razões possam ser mencionadas aqui: (4) Uma teoria na qual massa é colocada no mesmo pé de igualdade que espaço e tempo será naturalmente invariante em relação à escala, simplesmente pela virtude de ser invariante em relação às coordenadas (porque massas de partículas são uma parte necessária de qualquer sistema de unidades, ou "escalas"). A idéia de que a natureza deva ser invariante em relação à escala tem sido considerada de tempos em tempos por cientistas eminentes tais como Dirac, Hoyle e outros [84],[19]. (Contudo, o enfoque STM é bem distinto destas teorias, não menos pelo fato de que ele prediz uma variação na massa de repouso m ao invés da constante G de transposição de dimensão.) (5) Existe também uma simetria agradável na elevação de G ao mesmo status de c: na medida em que a última põe distâncias nas unidades temporais, assim a primeira faz o mesmo pelas massas. Os fatores de conversão de fato são 1/c e G/c3 respectivamente, e isto ajuda a explicar porque qualquer mudança na massa com o tempo - uma característica genérica das teorias invariantes quanto à escala - ter sido tão pequena que tem escapado a detecção até aqui: o último fator é umas 43 ordens de magnitude menor do que o primeiro, e o primeiro já é pequeno o suficiente para ter feito os efeitos da relatividade especial não notados até a segunda metade deste século. (6) Finalmente, nós notamos que x4 não está restrito à ser do tipo-comprimento (ou do tipo-tempo) na natureza, assim a parte extra da métrica pode ter qualquer um dos sinais sem correr tolamente em curvas do tipo-tempo e problemas de causalidade (§ 6.1). ...

     Na citação anterior aprendemos que a extensão da teoria da relatividade geral em cinco dimensões, com a massa de repouso sendo a quinta, configura uma teoria invariante quanto a escala. Embora eu seja um leigo, me parece que na teoria-M a dualidade-T é também, em certo sentido, uma simetria de escala. Ela prevê as mesmas descrições em um raio R e um raio [(lP)/R] em duas teorias de cordas conectadas por esta dualidade. Na fração anterior, lP corresponde ao comprimento de Planck. Fico a pensar se o raio médio R do grande círculo percorrido pelos sete superuniversos, corresponderia à uma estrutura simétrica com uma diminuta escala de dimensão [(lP)/R] no interior das partículas subatômicas. Assim, podemos ler na Wikipedia (2013):

Teoria-M

     A teoria-M tenta unificar as cinco teorias de cordas pelo exame de certas identidades e dualidades. Assim cada uma das cinco teorias físicas se tornam casos especiais da teoria-M.

     Como os nomes sugerem, algumas destas teorias de cordas estão relacionadas umas com as outras. No início dos anos 90, os teóricos das cordas descobriram que algumas relações eram tão fortes que elas poderiam ser vistas como idênticas.

Tipo IIA e Tipo IIB

     A teoria de cordas Tipo IIA e a teoria Tipo IIB são conhecidas por estarem conectadas pela dualidade-T; isso essencialmente significa que a descrição da teoria de cordas IIA de um círculo de raio R é exatamente a mesma da descrição da IIB de um círculo de raio [(lP)/R], no qual lP é o comprimento de Planck.

1.8.2  Gravita e ultimata, elétrons e ultímatons, gravidade linear e circular

     Ouso fazer a hipótese de que o todo e a parte se refletem nos campos e nas partículas da energia-matéria estudada pela ciência humana e chamada na revelação de gravita. Porém, existem outros sete sistemas de energia, por exemplo a ultimata e os ultímatons não são sensíveis a gravidade linear como a gravita. Conforme elaborado em um trabalho preliminar à este:

     Religião, Filosofia e Ciência Integradas no Livro de Urantia, parágrafos 4.2_6 à 8 e 11 à 13:

     Os elétrons e átomos da gravita estão sujeitos à gravidade linear. Vimos no item anterior que existe um outro sistema de energia chamado de ultimata (Energias emergentes), o qual antecede o surgimento da gravita. Na segunda fase de manifestação da ultimata surgem unidades de energia chamadas ultímatons respondendo apenas à atração circular da gravidade do Paraíso e sem reação à gravidade linear. Os ultímatons não estão sujeitos à gravidade local, à interação da atração material, mas eles são totalmente obedientes à gravidade do Paraíso, à tendência, ao impulso, do círculo universal e eterno do universo dos universos. A energia ultimatômica não obedece à atração da gravidade linear, ou direta, das massas materiais próximas ou distantes, mas ela sempre gira de acordo com o circuito da grande elipse da enorme criação. Como revelado no "Livro de Urantia", parágrafos 42.6_3-4:

     Os ultímatons funcionam por atração mútua, respondendo apenas à atração circular da gravidade do Paraíso. Sem a reação à gravidade linear, eles mantêm-se vagando assim em um espaço universal. Os ultímatons são capazes de acelerar a sua velocidade de revolução, a ponto de atingir o comportamento de uma antigravidade parcial, mas não podem, independentemente dos diretores organizadores da força ou poder, atingir a velocidade crítica, na qual escapam para a desindividualização, e retornam ao estado de energia potencial. Na natureza, os ultímatons escapam do status de existência física apenas quando participam da ruptura terminal de um sol resfriado que se extingue.

     Os ultímatons, ainda desconhecidos em Urantia (Terra), desaceleram-se passando por muitas atividades físicas antes de atingirem os pré-requisitos da energia de revolução para a organização eletrônica. Os ultímatons têm três variedades de movimentos: a resistência mútua à força cósmica, as rotações individuais de potencial antigravitacional e, no interior do elétron, as posições intraeletrônicas daquela centena de ultímatons mutuamente interassociados.

...

     Finalmente, neste exposição sobre os ultímatons, que emergem na segunda fase de transmutação da ultimata - energia de gravidade que reage à atração absoluta do Paraíso - , aprendemos que um elétron é constituído por cem ultímatons mantidos juntos, e nunca há mais nem menos do que cem ultímatons em um elétron típico. Além disso, a velocidade ultimatômica, de rotação axial, também determina as reações negativas ou positivas dos vários tipos de unidades eletrônicas. "Livro de Urantia", parágrafos 42.6_5-6:

     A atração mútua mantém cem ultímatons juntos na constituição do elétron; e nunca há mais nem menos do que cem ultímatons em um elétron típico. A perda de um ou mais ultímatons destrói a identidade eletrônica típica, trazendo à existência, desse modo, uma das dez formas modificadas do elétron.

     Os ultímatons não descrevem órbitas ou giros em torno dos circuitos dentro dos elétrons, mas espalham-se ou agrupam-se, de acordo com as suas velocidades de rotação axial, determinando assim as dimensões diferenciais eletrônicas. Essa mesma velocidade ultimatômica, de rotação axial, também determina as reações negativas ou positivas dos vários tipos de unidades eletrônicas. A segregação total e o agrupamento de matéria eletrônica, junto com a diferenciação elétrica, entre os corpos negativos e positivos de matéria-energia, resultam dessas funções várias das interassociações dos ultímatons componentes.

1.8.3  Ultímatons no elétron, "toróide ultimatômico" e encurvamento do espaço-tempo

     Será que os cem ultímatons que compõe um elétron se distribuem em um circuito ultimatômico do "éter quiescente" sensível a gravidade absoluta do Paraíso, mas não sensível à gravidade linear da gravita? Será que as linhas de tempo e espaço, nas quais os ultímatons não descrevem órbitas ou giros, estão como que fluindo por dentro de um "toróide de ultímatons"? Se as linhas de espaço encurvado, ao redor do hipotético "toróide ultimatômico", descrevem a gravidade linear conforme a teoria da relatividade, então isto talvez explicasse a idéia de "perpendicularidade à massa" na afirmação revelada de que a gravidade sempre age preferencialmente no "plano perpendicular à massa". Lembramos que o conceito de gravidade absoluta ou circular, e, de gravidade local ou linear, são originários do Livro de Urantia. Este tesouro de sabedoria em forma de livro revela que: a gravidade absoluta é a gravidade do Paraíso, e, a gravidade local ou linear pertence ao estágio elétrico da energia ou da matéria, e opera onde quer que tenha havido alguma materialização adequada.

     J. M. Overduin e P. S. Wesson explicaram uma extensão da teoria da relatividade geral em cinco dimensões sendo 1 dimensão temporal, 3 dimensões espaciais e 1 dimensão correspondendo à massa de repouso (1+3+1=5). Tenho ponderado na possibilidade das materializações da gravita, sensíveis à gravidade linear, consistirem em um "toróide de ultímatons" em um espaço de cinco dimensões. A quinta dimensão é a massa de repouso e ela seria constante em um sistema de coordenadas "montado" na partícula que se move ao longo do eixo espaço-temporal do "toróide ultimatômico", composto de ultímatons que transcendem a gravidade linear associada ao conteúdo de espaço da matéria.

1.8.4  Solução de Gödel, curvas de tempo fechadas e simultaneidade circular

     Talvez o modelo matemático que se deriva desta intuição física, à respeito das partículas materiais da gravita, tenha alguma semelhança com a métrica de Gödel das equações de campo de Einstein que fundamentam a teoria da relatividade do espaço e do tempo finito. Veja com atenção o parágrafo traduzido da Wikipedia (2013) sobre:

Gödel metric [métrica de Gödel]
Closed timelike curves [Curvas de tempo fechadas]

     Devido à homogeneidade do espaço-tempo e as voltas mútuas de nossa família de geodésicas, é mais ou menos inevitável que o espaço-tempo de Gödel deva ter curvas de tempo fechadas (Closed Timelike Curves CTC's). De fato, existem CTCs através de todo evento no espaço-tempo de Gödel. Esta anomalidade causal parece ter sido considerada pelo próprio Gödel, como o ponto principal do modelo, o qual aparentemente se esforçou em provar, e persuasivamente conseguiu provar, que as equações de Einstein do espaço-tempo não são consistentes com o que nós intuitivamente entendemos que o tempo seja (i.e. que o passar do tempo e o passado não existem mais, posicionamento que os filósofos chamam presencialismo, enquanto Gödel parecia ter estado argumentando sobre alguma coisa mais parecida com a filosofia do eternalismo). Gödel argumentou sobre isso de uma maneira similar que à de seus Teoremas da Incompletude que demonstram que conceitos matemáticos intuitivos não podem ser completamente descritos por sistemas matemáticos formais de prova. Veja o livro A World Without Time [Um Mundo sem Tempo] (ISBN 0465092942).

     A revelação esclarece que há três níveis diferentes de conhecimento do tempo: o percebido pela mente, o tempo percebido pelo espírito e o senso de tempo da personalidade. Creio que o tempo analisado pela ciência se refere ao tempo percebido pela mente: a consciência da seqüência do movimento e a noção de duração. Talvez Gödel estivesse estado argumentando, em parte, sobre o tempo percebido pelo espírito e pela personalidade: o discernimento interior no sentido da realidade. As curvas de tempo fechadas, e a filosofia do eternalismo, são conceitos que me fazem lembrar dos ensinamentos de Jesus sobre o tempo e a simultaneidade circular, especificamente que - "Livro de Urantia", parágrafo 130.7_5:

     "... à medida que o humano ascende e progride interiormente, a visão amplificada dessa sucessão de eventos é tal que ele pode discerni-la, cada vez mais, na sua totalidade. Aquilo que, anteriormente, surgia como uma sucessão de eventos, então será visto como um círculo inteiro e perfeitamente relacionado; desse modo, a simultaneidade circular irá, de forma crescente, deslocar a consciência daquilo que se foi, na seqüência linear de eventos."

1.8.5  Anel ultimatômico, métrica de Gödel e de Kerr, singularidades e buracos negros

     Chegamos ao contexto de propor o hipotético "anel ultimatômico de Gödel". Trata-se de uma singularidade em um anel de ultímatons, na qual as linhas geodésicas de espaço se curvam ao redor de um "toróide utimatômico" de forma semelhante ao "anel de Kerr". A métrica de Gödel é uma solução das equações relativísticas para partículas de poeira rodando em torno de um eixo axial. A métrica de Kerr é também uma solução destas equações que descrevem a geometria do espaço-tempo vazio ao redor de um buraco negro rodando com simetria axial e sem carga elétrica. Uma singularidade em anel é uma singularidade gravitacional de um buraco negro rodando, ou um buraco negro de Kerr que tem a forma de um anel [76].

     Como aprendizes da informação aberta na Internet, podemos estudar que a solução de Kerr, das equações de campo de Einstein, corresponde à um buraco negro rodando (J ≠ 0) sem carga elétrica (Q = 0). Com gratidão ao trabalho dos Internautas dispomos deste conhecimento resumido na seguinte tabela:

Kerr metric [métrica de Kerr] (Wikipédia 2013)
Sem rotação (J = 0) Rodando (J ≠ 0)
Sem carga (Q = 0) Schwarzschild Kerr
Carregado (Q ≠ 0) Reissner-Nordström Kerr-Newman

1.8.6  Ultímatons e singularidade em anel

     Antes de continuar estas especulações sobre "anéis ultimatômicos", quero admitir que são grandes as chances de estar escrevendo tolices matemáticas. Por isso, humildemente peço tolerância aos cientistas profissionais, peço ajuda aos físicos e matemáticos neste esforço de tentar interpretar a revelação no Livro de Urantia fazendo paralelos com a ciência, filosofia e religião deste alvorecer do terceiro milênio. Minha esperança é que ao menos os jovens cientistas, os jovens religiosos, e todas as pessoas que buscam a verdade com sinceridade e boa fé, leiam com honestidade os documentos urantianos. Sugiro que mesmo os descrentes leiam como um romance a quarta parte do livro sobre a vida e os ensinamentos de Jesus. Se cuidarmos para que os jovens de nossa família humana leiam a revelação supra-humana antes da maioridade, acredito que em duas gerações nosso mundo estará muito melhor.

     Após admitir minha ausência de credenciais acadêmicas, e minhas motivações espirituais, externalizo uma questão físico-matemática que tem me intrigado. Creio que um buraco negro se forma teoricamente no limite, de um campo gravitacional muito forte, no qual a velocidade de escape é igual a velocidade da luz. Porém se houver uma rotação mínima, um momento angular pequeno, à medida que o corpo material se contrai, devido a força da gravidade linear, a velocidade angular aumentará. Contudo, o aumento de velocidade implica em um aumento da massa relativística total. Este aumento de massa relativística corresponde somente a massa inercial, ou também aumenta a massa gravitacional? Se a massa aumenta com a velocidade em um raio cada vez menor do "buraco negro em formação", então a aceleração centrífuga será cada vez maior e finalmente a estrutura convergirá teoricamente para um "anel transcendente de Gödel-Kerr" e não para um "ponto negro de um buraco". Em outra linha de raciocínio, chegamos à mesma conclusão de que não se formam buracos negros se aceitarmos o princípio físico revelado de que nenhum empuxo de atração da gravidade linear mensurável é exercido sobre os ultímatons não agrupados - "Livro de Urantia", parágrafo 42.6_2:

     A gravidade local ou linear torna-se plenamente operativa com o surgimento da organização atômica da matéria. A matéria pré-atômica torna-se ligeiramente sensível à gravidade quando ativada por raios X e outras energias similares, mas nenhum empuxo de atração da gravidade linear mensurável é exercido sobre as partículas livres, desagregadas e sem carga de energia-eletrônica, ou sobre os ultímatons não agrupados.

1.8.7  Superuniversos, círculo gigantesco, respiração do espaço e teoria unificada do tempo-espaço-massa

     Talvez daqui a algum tempo eu descubra erros vergonhosos nestas especulações atrevidas, contudo sei que estou escrevendo com a minha mais elevada consciência da verdade. Assim, continuo sendo assediado por um turbilhão de pensamentos que necessito expressar. Por isso, compartilho a introvisão de que a descrição física do grande universo, no qual os sete superuniversos percorrem um círculo gigantesco, se assemelha à interpretação cosmológica32 da solução de Gödel das equações de campo da teoria da relatividade elaborada por Einstein. Por outro lado é revelado que o espaço como um todo está em uma fase de expansão no ciclo de dois bilhões de anos de expansão-contração da respiração do espaço. Isto talvez explique em parte a constante de Hubble e a constatação experimental de que as estrelas estão se afastando em uma espécie de "Big Bang" que será sucedido por um "Big Crush", e ambos, fases do pulsar vital do "Big Tao"33.

     Neste quadro cósmico, o Paraíso existe fora do tempo e não tem localização no espaço. Aparentemente, o espaço origina-se logo abaixo do Paraíso inferior e, como um todo, o espaço pulsa em um ciclo de 2 bilhões de anos. As esferas do universo central giram no sentido horário ao redor da Ilha do Paraíso. Os sete superuniversos giram em torno do Paraíso em uma direção anti-horária. As miríades de nebulosas, sóis e esferas do primeiro nível do espaço exterior giram em sentido horário. Assim, se configura um fluir no sentido horário e no anti-horário, alternadamente, das galáxias do universo-mestre. Isto me faz pensar em uma simetria de escala na qual, de maneira análoga ao grande universo, os diminutos três quarks, partículas subatômicas que formam os prótons e neutrons, sejam "anéis ultimatômicos" concêntricos girando em sentidos alternados no "éter quiescente de ultímatons" que transcende, a gravidade linear da gravita, e talvez alguns aspectos do espaço-tempo finito transcendido por Deus, o Último.

     Além de todas estas especulações descabidas, que não cabem na minha mente finita, eu fico pensando se a infinitude dinâmica da Deidade Total, o Absoluto Universal unificador, e a infinitude estática do Absoluto Inqualificável, de alguma forma projetam sua sombra nas realidades finitas do tempo, do espaço e da matéria respectivamente. Assim talvez as dimensões físicas de tempo, espaço e matéria sejam realidades finitas que refletem os circuitos do espírito, da mente e da energia centrados nos três absolutos da triodidades da factualidade (Filho Eterno, Agente Conjunto e a Ilha do Paraíso) que se expandem na infinitude da triodidade da potencialidade (Absoluto da Deidade, Absoluto Universal e Absoluto Inqualificável). Por uma forte intuição eu proponho que chamemos de teoria unificada do tempo-espaço-matéria, ou teoria de Einstein-Gödel34, a teoria que explique a geometria do tempo-espaço encurvado pelas partículas, de energia-matéria da gravita, sensíveis a gravidade linear, em meio à anéis e ultímatons desagregados que não estão sujeitos à gravidade local embora sejam totalmente obedientes à gravidade absoluta ou circular do Paraíso. Se tu discernires algum projeto de estudo interessante em meio a estas especulações apressadas, peço-te que leia os documentos de urantia, se inspire e elabore sua própria interpretação nesta venturosa escola da vida, iluminada pela quinta revelção de época para nosso planeta querido.

Referências Bibliográficas

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Notas de Rodapé:

1 Nesta frase expressamos uma hipótese lingüística que atribui ao termo desenvolver o significado de deixar de envolver. Em outras palavras, ao nos desenvolvermos deixamos de envolver, externalizamos, permitimos florescer o espírito divino que reside em nossa mente pela graça de Deus.
2 Moroncial vem de morôncia e de acordo com o "Livro de Urantia", parágrafo 0.5_12: Morôncia é um termo que designa um vasto nível que se interpola entre o material e o espiritual. Pode designar realidades pessoais ou impessoais, energias vivas ou não viventes. Os elos do tecido moroncial são espirituais, a sua trama é física.
3 Nota do tradutor: O morcego emite um sinal sonoro e este sinal reflete no ambiente. O morcego então ouve o eco do som que ele mesmo emitiu e obtêm informações sobre a distância, tamanho, forma e velocidade de objetos do ambiente circundante.
4 Alguns consideram que o pai da teoria da informação é Claude Elwood Shannon. Em 1948 foi publicado um artigo de sua autoria intitulado: A Mathematical Theory of Communication [Uma Teoria Matemática da Comunicação]. Do início da Parte I deste artigo podemos traduzir:
Teletipo e telegrafia são dois exemplos simples de canais discretos para transmissão de informação. Geralmente, um canal discreto significa um sistema no qual uma sequência de escolhas, dentre um conjunto finito de símbolos elementares S1 ... Sn, podem ser transmitidos de um ponto para outro. ... A questão que agora nós consideramos é como podemos medir a capacidade de um tal canal para transmitir informação.
5 Linguagens Formais. Traduzido de Formal language, Wikipedia (2013):
Na matemática, ciência da computação, e linguística, uma linguagem formal é um conjunto de sequências de símbolos que podem ser construídas por regras específicas da linguagem.
O alfabeto de uma linguagem formal é o conjunto de símbolos, letras, ou sinais dos quais as sequências da linguagem podem ser formadas; frequentemente é requerido que elas sejam finitas. As sequências de símbolos formadas a partir do alfabeto são chamadas palavras, e as palavras que pertencem a uma linguagem formal particular são algumas vezes chamadas de palavras bem formadas ou fórmulas bem formadas. ...
6 CD é a abreviação de Compact Disk.
7 Bit é a contração de binary digit que significa dígito binário.
8 Nos computadores existe um temporizador chamado relógio de máquina, um "clock" que determina a velocidade de processamento dos bits de informação simbólica.
9 Teoria da computação - Teoria dos Automatos. Traduzido da Wikipedia (2013) em inglês, Theory of computation - Automata theory:
A teoria dos automatos é o estudo de máquinas abstratas (ou mais apropriadamente, máquinas ou sistemas 'matemáticos' abstratos) e os problemas computacionais que podem ser resolvidos utilizando estas máquinas. Estas máquinas abstratas são chamadas de automato. Automato vem da palavra Grega (A υτó ματα) a qual significa que alguma coisa está fazendo algo por si mesmo. A teoria dos automatos está intimamente relacionada com a teoria das linguagens formais, pois os automatos são frequentemente classificados pela classe de linguagens formais que eles são capazes de reconhecer. Um automato pode ser uma representação finita de uma linguagem formal que pode ser um conjunto infinito.
10 Cérebro - processamento de informação. Traduzido da Wikipedia (2013) em inglês, Brain - Information processing:
A invenção dos computadores eletrônicos na década de 1940-1949, concomitantemente com o desenvolvimento da teoria da informação matemática, levou a compreensão de que os cérebros podem potencialmente ser entendidos como sistemas de processamento de informação. Este conceito formou a base do campo da cibernética, e eventualmente se desenvolveu para o campo agora conhecido como neurociência computacional (Churchland, 1993 [13]). A tentaiva inicial da cibernética foi de alguma forma crua pois eles tratavam o cérebro como essencialmente um computador digital disfarçado, como por exemplo no livro de 1958 de John von Neumann, The Computer and the Brain [O Computador e o Cérebro] [56]. Porém, com o passar dos anos, informações acumuladas sobre as respostas elétricas registradas das células cerebrais de animais em movimento, foi deslocando de forma estável os conceitos teóricos em uma direção de realismo crescente [13].
11 Peso em inglês se escreve weight e por isso Haykin escolheu a letra w para representar o "peso" de uma sinapse, na soma total da entrada, do modelo de neurônio artificial que ele está definindo.
12 Conexionismo, traduzido do artigo em inglês na Wikipedia (2013): Connectionism.
Conexionismo é um conjunto de enfoques nos campos da inteligência artificial, psicologia cognitiva, ciência cognitiva, neurociência, e filosofia da mente, que modela o fenômeno mental ou comportamental como o processo emergente de redes interconectadas de unidades simples. Existem muitas formas de conexicionismo, porém as formas mais comuns usam modelos de redes neurais.
13 Inteligência artificial - enfoque simbólico, traduzido do artigo em inglês na Wikipedia (2013): Artificial intelligence - Symbolic.
Quando o acesso aos computadores digitais se tornou possível em meados da década de 1950, os pesquisadores de AI começaram a explorar a possibilidade de que a inteligência humana pudesse ser reduzida à manipulação de símbolos. ... Pesquisadores nos anos de 1960s e 1970s estavam convencidos que o enfoque simbólico iria eventualmente ter sucesso em criar uma máquina com uma inteligência artificial geral e consideravam este o objetivo de sua área de pesquisa.
14 Conexionismo - debate do conexionismo versus o computacionismo, traduzido do artigo em inglês na Wikipedia (2013): Connectionism - Connectionism vs. computationalism debate.
... Computacionismo é uma forma específica de cognitivismo que argumenta que a atividade mental é computacional, isto é, que a mente opera realizando operações formais puras em símbolos, como uma máquina de Turing. Alguns pesquisadores argumentam que a tendência no conexionismo foi uma reversão em direção ao associacionismo e o abandono da idéia de uma linguagem do pensamento, algo que eles sentem que foi um erro. ...
Conexionismo e computacionismo não necessitam estar desemparelhados, mas o debate no final dos anos 1980s e início da década de 1990 levou a uma oposição entre os dois enfoques. Durante o debate, alguns pesquisadores argumentaram que conexionismo e computacionismo são plenamente compatíveis, embora o consenso pleno deste assunto não tenha sido alcançado. As diferenças entre os dois enfoques usualmente citadas são as seguintes:
15 Técnica, prática e teoria - tekné, praxis (ou phronesis) e theoria - era como Aristóteles chamava esses modos de conhecimento, de acordo com Ken Wilber.
16 De acordo com o dicionário Aurélio, a palavra mandala vêm do sânscrito e em algumas práticas religiosas se refere à um diagrama composto de círculos e figuras concêntricas, uma imagem do mundo, um instrumento que serve à meditação. Na forma de uma mandala, os três círculos concêntricos da bandeira de Cristo Michael são um emblema material do governo da Trindade do Paraíso. Esta mandala de três círculos concêntricos nos faz lembrar que a Primeira Pessoa da Deidade, o absoluto dos Absolutos, está relacionado com os outros seis Absolutos coordenados, e assim todos os sete abrangem o círculo da infinitude, por intermédio dos ciclos infindáveis da eternidade.
17 A experiência de um indivíduo aparece para nós arranjadas em uma série de eventos; nesta série os eventos singulares que nós lembramos parecem estar ordenados de acordo com o critério de "antes" e "depois", sem maiores análises. Por tanto, existe para o indivíduo, um "tempo do eu", ou tempo subjetivo. Isto não é mensurável em si. Eu posso, de fato, associar números aos eventos, de tal forma que um número maior está associado com um evento posterior à um acontecimento antecedente; mas a natureza desta associação pode ser arbitrária. ... (Albert Einstein, 1922 [25])
18 Título original em inglês: "Spacetime and Geometry - An Introduction to General Relativity". Seção 2.1 - "Gravity as Geometry" (p. 48)
19 Wikipedia (2013), Manifold: Na matemática, um manifold é um espaço topológico que se assemelha à um espaço Euclidiano nas proximidades de cada ponto. Mais precisamente, cada ponto de um manifold n-dimensional tem uma vizinhança que é homeomórfica ao espaço Euclidiano de dimensão n. Linhas e círculos, mas não figuras de oito, são manifolds com uma dimensão. Os manifolds de duas dimensões são também chamados de superfícies. Exemplos incluem o plano, a esfera, e o toróide, os quais podem todos serem realizados em três dimensões, mas também incluem a garrafa de Klein e o plano projetivo real ...
20 História da relatividade geral - Investigações iniciais [History of general relativity - Early investigations], Wikipedia (2013):
... Consequentemente, em 1907 (publicado em 1908) ele (Einstein) escreveu um artigo sobre aceleração na relatividade especial [24]. Neste artigo, ele argumentou que queda livre é realmente movimento inercial, e que para um observador em queda livre as regras da relatividade restrita devem se aplicar. Este argumento é chamado de princípio da Equivalência. No mesmo artigo, Einstein também predisse o fenômeno da dilatação do tempo gravitacional.
21 Título original: "Introduction to General Relativity". Seção 4.2 - "The Schwarzschild Metric" (p. 104)
22 A Primeira Fonte e Centro é Deus, o Pai Universal, a Primeira Pessoa da Deidade; Ele é o absoluto dos Absolutos
23 Poderia-se perguntar se estamos no início do terceiro milênio depois de Cristo, porque o Livro de Urantia revela que Jesus nasceu no dia 21 de agosto do ano 7 antes de Cristo? Talvez porque a vinda do Ajustador de Pensamentos, outorgado pelo Pai Universal para o menino Jesus, estava prevista para acontecer em meados do ano 1 antes de Cristo, de forma que em meados do ano 1 depois de Cristo contaria-se um ano que o espírito Ajustador residia no menino Jesus. Cristo é o ungido do Senhor. Estamos conjecturando que a unção crística corresponde à vinda do espírito divino, enviado do Paraíso para viver na mente do ser humano e para assisti-lo na evolução da sua alma imortal e na sobrevivência eterna. Talvez possamos dizer que ocorre uma unção crística no momento da vinda deste espírito Ajustador, um fragmento real do Deus vivo que reside no intelecto de cada ser humano de mente normal e com uma consciência moral. Os Ajustadores chegam aos seus sujeitos humanos em Urantia, comumente, um pouco antes do sexto aniversário deles. Na geração atual, transcorrem cinco anos, dez meses e quatro dias; isto significa o dia 2 134 da sua vida terrestre. Isto aconteceu um pouco mais cedo no caso do precoce menino Jesus, quando ele chegou à idade da sua primeira decisão moral pessoal sincera, e um Ajustador do Pensamento veio residir nele, uma dádiva divina do Pai do Paraíso.
24 Pessoalidade é sinônimo de personalidade com ênfase no ser espiritual da pessoa.
25 A matéria é uma forma de energia.
26 O nome da estatística de Fermi-Dirac é uma referência aos cientistas: Enrico Fermi & Paul Adrien Maurice Dirac. Neste contexto, chamamos os fermions de dirons por dois motivos: 1 - Diron é uma referência ao cientista Dirac assim como Fermion é uma referência à Enrico Fermi; 2 - os fermions-dirons possuem spin múltiplo de um dividido por dois, e, em algumas palavras o prefixo di significa dois.
27 O nome da estatística de Bose-Einstein é uma referência à dois cientistas: Satyendra Nath Bose & Albert Einstein. Neste contexto, algumas vezes chamamos os bosons de einstons por dois motivos: 1 - Einston é uma referência à Einstein assim como Boson é uma referência ao cientista S. N. Bose; 2 - os bosons-einstons possuem spin múltiplo de um, e, em alemão eins significa um.
28 Aqui deve-se lembrar o fato bem conhecido de que as importantes singularidades "quase-ópticas" das assim chamadas aproximações eikonais de muitas equações de onda, nominadamente as "cáusticas", são resolvidas em picos finitos além desta aproximação.
29 Nota dos tradutores: "spot" foi a palavra original no inglês a qual traduzimos para "luminária".
30 Theo em grego significa Deus. Ray no inglês significa raio. Fizemos aqui uma hipótese linguística associando a palavra theory (teoria) com Theo ray (raio de Deus).
31 Religião vem do latim e significa religar. Yoga vem do sânscrito e significa unir.
32 Interpretação cosmológica [Cosmological interpretation - Wikipedia 2014]:
Seguindo Gödel, nós podemos interpretar as partículas de poeira como galáxias, de forma que a solução de Gödel se torne um modelo cosmológico de um universo rodando. Além da rotação, este modelo não exibe a expansão de Hubble, assim ele não é um modelo realístico do universo no qual nós vivemos, mas pode ser tomado como uma ilustração de um universo alternativo o qual em princípio seria permitido pela relatividade geral (se for admitido a legitimidade de uma constante cosmológica diferente de zero). Uma solução de Gödel menos conhecida exibe ambas rotação e expansão de Hubble, e tem outras qualidades do seu primeiro modelo, ...
33 Big Tao neste contexto significa o movimento vital pulsante do coração gigantesco do todo. A expansão-contração do grande universo, um organismo vivo que vitaliza, movimenta e harmoniza o centro interior e o meio ambiente que envolve cada criatura viva do todo criado. Repare como esta interpretação do Tao, como sendo o movimento pulsante do "coração entre a semente e o ventre" de um organismo vivo, se harmoniza com as emanações verbais do Tao segundo o Taoísmo [Taoism - Tao - Wikipédia (2013)]:
Tao literalmente significa "caminho", mas também pode ser interpretado como via, canal, senda, doutrina, ou linha. No Taoísmo, Tao é "o Um, que é natural, espontâneo, eterno, não nominável, e indescritível. Ele é ao mesmo tempo o início de todas as coisas e o caminho na qual todas as coisas buscam seu curso." [11]:p. 136 Ele tem sido variadamente denotado como o "fluxo do universo" [9]:p. 13, um "fundamento ontológico conceptualmente necessário" [46]:p. 20, ou uma demonstração da natureza [50]:pp. 168−169. O Tao é também algo que os indivíduos podem achar imanente neles próprios [47]:p. 283.
34 Sobre a iluminada amizade, que uniu Einstein e Gödel, podemos ler na Wikipedia (2013): Kurt Gödel - Relocação para Princeton, Einstein e cidadania nos Estados Unidos [Kurt Gödel - Relocation to Princeton, Einstein and US citizenship]:
... Albert Einstein também estava vivendo em Princeton durante este tempo. Gödel e Einstein subsequentemente desenvolveram uma forte amizade, e eram conhecidos por fazerem longas caminhadas juntos indo e vindo aos Institutos de Estudos Avançados. A natureza de suas conversas era um mistério para os outros membros do Instituto. O economista Oskar Morgenstern reconta que chegando ao fim de sua vida Einstein confidenciou que seu "próprio trabalho não mais significava muito, que ele vinha ao Instituto meramente ... para ter o privilégio de caminhar para casa com Gödel" [37].