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Capítulo 4
Efeitos Adversos de Drogas Psiquiátricas Específicas


A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema
Como e Por Que Parar de Tomar
Medicamentos Psiquiátricos
Edição revista e atualizada, 2007

Peter R. Breggin, M.D.
David Cohen, Ph.D.

Veja este livro em inglês-português
Efeitos Adversos de Drogas Psiquiátricas Específicas
    4.1  Reconhecimento crescente dos perigos das drogas psiquiátricas
    4.2  Psicoses tóxicas e delírio tóxico induzidos por drogas psiquiátricas
    4.3  "Mania" induzida por drogas psiquiátricas
    4.4  Crianças em grave risco devido a "mania" induzida por antidepressivos
    4.5  Taxas estimadas de desordens mentais e neurológicas induzidas por drogas psiquiátricas
        4.5.1  Agentes anti-maníacos: Lítio
        4.5.2  Estimulantes
        4.5.3  Tranquilizantes benzodiazepínicos: Xanax, Valium, Ativan, Klonopin, e outros
        4.5.4  Antidepressivos tricíclicos: Elavil
        4.5.5  Antidepressivos do tipo prozac: Prozac
        4.5.6  Antidepressivos Inibidor da Monoamina Oxidase (IMAO [MAOI]): Parnato
        4.5.7  Antipsicóticos ou neurolépticos
    4.6  Efeitos adversos causados por drogas psiquiátricas específicas
        4.6.1  Estimulantes
        4.6.2  Antidepressivos que especificamente estimulam a serotonina
        4.6.3  Antidepressivos tricíclicos
        4.6.4  Antidepressivos atípicos
        4.6.5  Antidepressivos Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO [MAOI])
        4.6.6  Benzodiazepinas prescritas para ansiedade e insônia
        4.6.7  Drogas não-benzodiazepínicas prescritas para ansiedade e insônia
        4.6.8  Lítio, anticonvulsivos e outros "estabilizadores de humor"
        4.6.9  Drogas antipsicóticas (neurolépticos)
    4.7  Discinesia tardia causada por antipsicóticos
    4.8  Síndrome neuroléptica maligna
    4.9  Psicoses induzidas pela abstinência de antipsicóticos
    4.10  Outros efeitos nocivos dos antipsicóticos
    4.11  Medicamentos usados para tratar movimentos anormais induzidos por drogas psiquiátricas
    4.12  Drogas psiquiátricas durante a gravidez e amamentação

     Drogas psicoativas - aquelas que afetam o cérebro e a mente - podem causar dano de duas maneiras diferentes59 Obviamente, elas causam efeitos nocivos diretos, ao alterar a função do cérebro ou do corpo. Beber álcool, por exemplo, pode resultar em uma intoxicação caracterizada por fala arrastada, incoordenação e processos mentais desequilibrados. Muitas drogas psiquiátricas, especialmente tranquilizantes sedativos, têm efeitos semelhantes.

     Drogas psicoativas podem ter igualmente efeitos indiretos prejudiciais que usualmente começam a se desenvolver após dias ou semanas de exposição a elas. Estes efeitos indiretos e retardados são causados pela tentativa do cérebro de superar o efeito original da droga psiquiátrica. Em essência, quando realiza uma "contra-ação", o cérebro cria seus próprios problemas. Por exemplo, quando uma pessoa está bebendo, o cérebro fica mais animado ou energético, a fim de superar os efeitos do álcool. Se um alcoólatra, de repente para de beber, ele ou ela pode entrar em um estado de abstinência envolvendo agitação, ansiedade, tremores e, em casos extremos, psicose e convulsões. Novamente, muitas drogas psiquiátricas produzem efeitos semelhantes de abstinência.

     Todas as drogas psiquiátricas produzem ambos efeitos adversos: diretos e indiretos. Este capítulo enfoca os efeitos diretos, enquanto o Capítulo 9 se concentra nos efeitos indiretos, que muitas vezes se manifestam entre as doses ou durante e após a abstinência.

4.1  Reconhecimento crescente dos perigos das drogas psiquiátricas

     O uso de drogas psiquiátricas, especialmente estimulantes, antipsicóticos, anticonvulsivantes para crianças e antidepressivos e para todas as faixas etárias, tem sido crescente nos últimos anos (Bender, 1998b [35]). Ao mesmo tempo, tem havido crescente preocupação sobre os efeitos adversos dos medicamentos prescritos em geral.

     Um estudo recente no Journal of the American Medical Association [Jornal da Associação Médica Americana] (JAMA), concluiu que a frequência de reações severas e fatais as drogas psiquiátricas prescritas nos Estados Unidos é "extremamente alta" (Lazarou, 1998 [247]). Se estima que mais de 100.000 pessoas por ano morrem em hospitais devido as reações a drogas de drogaria, implicando os medicamentos como um dos maiores assassinos da nação. Dependendo da estimativa específica, reações a drogas farmacêuticas em hospitais podem constituir a quarta ou a sexta maior causa de morte atrás da doença cardíaca, câncer e derrame cerebral.

     Os números reais de mortes devido a drogas farmacêuticas são muito mais elevados do que as estimativas reportadas no JAMA, em parte porque o estudo foi limitado a pacientes hospitalizados. Muitos pacientes morrem, de causas relacionadas com as drogas, fora dos hospitais, por meio de suicídio, acidentes causados por desequilíbrio mental, e reações agudas fatais tais como: ataques cardíacos e derrames cerebrais. O estudo do JAMA também excluiu os pacientes que receberam prescrições inadequadas, tais como: doses inusualmente elevadas e combinações destas drogas fora do comum. No entanto, prescrições inapropriadas são uma causa muito comum de danos sérios aos pacientes. Dado o grande número de pacientes que foram excluídos pelos investigadores do JAMA, é provável que muito mais do que sua estimativa de 100.000 americanos morrem, a cada ano, devido reações as drogas farmacêuticas.

     Os dados reportados no JAMA vem como um choque para os médicos que, como grupo, tendem a minimizar os perigos dos medicamentos que eles prescrevem. Morte e outros resultados trágicos do tratamento com drogas farmacêuticas, muitas vezes não são notificados, a fim de proteger os médicos e hospitais da culpa e ações judiciais. O relatório do JAMA descobriu que apenas a doença cardíaca, câncer e derrame provavelmente causam mais mortes do que as reações adversas a drogas de drogaria. Há, é claro, famosas associações nacionais dedicadas à redução do risco de dano e morte devido a estas três doenças, bem como de doenças pulmonares, diabetes, e outras desordens que podem produzir menos mortes do que medicamentos. Mas não existem associações nacionais para previnir a morte de medicamentos prescritos. Motivados pelo auto-interesse, os fabricantes de drogas e os estabelecimentos médicos têm pouco desejo de aumentar a conscientização do público sobre este problema.

     Fiel ao praxe, quando o relatório do JAMA saiu em 1988, a Pharmaceutical Research and Manufacturers Association [Associação de Fabricantes e Pesquisa Farmacêutica] - um grupo de lobby da indústria - alertou o público para não fazer muito caso destes achados sinistros. Ao invés de mostrar preocupação com a segurança dos pacientes, alguns médicos expressaram preocupação de que os pacientes ficariam com medo de tomar estas drogas farmacêuticas60.

4.2  Psicoses tóxicas e delírio tóxico induzidos por drogas psiquiátricas

     Nós já descrevemos como as drogas psiquiátricas em geral produzem graus variados de psicoses tóxicas e outras anormalidades mentais severas, incluindo ansiedade, depressão e mania (ver especialmente o Capítulo 3). Confirmando a frequência das reações adversas as drogas psiquiátricas, um estudo alemão descobriu que 11 por cento dos pacientes psiquiátricos hospitalizados desenvolvem sintomas adversos, induzidos por estas drogas, que foram suficientemente severos para justificar a descontinuação (Spieb-Kiefer et al., 1998 [349]). Os pesquisadores observaram que as reações com risco de vida foram relativamente comuns, ocorrendo em 1,8 por cento dos pacientes. De longe, a reação severa mais comum foi o "delírio tóxico", um estado, induzido por estas drogas, de confusão, desorientação e desequilíbrio mental generalizado.

     Os pacientes idosos são especialmente propensos as psicoses tóxicas, bem como aos desequilíbrios mentais menos intensos devido a quase todas as drogas psiquiátricas que alteram a mente. Efeitos típicos sobre os idosos incluem estimulação, excitação, insônia, depressão e problemas de memória.

     Psicoses tóxicas, que ocorrem em variados graus de severidade, também são diagnosticadas como delírio, síndrome cerebral orgânica, confusão, ou mania. Às vezes, um médico, membro da família ou paciente pode notar um ou dois possíveis sintomas de psicose tóxica - tais como agitação, desorientação, incoerência, distúrbio de concentração, dificuldades de memória, ou alucinações - sem reconhecer a severidade da disfunção mental global.

     Ansiedade e depressão são frequentemente causadas por drogas psiquiátricas. Elas podem aparecer na presença ou ausência da psicose tóxica.

4.3  "Mania" induzida por drogas psiquiátricas

     Mania é uma psicose tóxica específica frequentemente causada por drogas psiquiátricas. Baseado em dados coletados de todos os testes clínicos nos EUA para a aprovação do Prozac, pela FDA, o fabricante informou uma taxa de 0,7 por cento de hipomania / mania entre os pacientes que consumiram Prozac61. Documentos internos da FDA, contudo, mostram uma taxa de mania um pouco acima de 1 por cento - uma taxa muito mais elevada do que para os outros antidepressivos utilizados para a comparação nos testes62.

     Lembre-se que mania induzida por drogas psiquiátricas é uma desordem psicótica severa cujos sintomas incluem: a hiperatividade extrema, insônia, pensamentos acelerados, explosões frenéticas e desgastantes de grandiosidade energética e fantasias de onipotência, que podem levar a ações bizarras e destrutivas, paranóia, e algumas vezes até suicídio (ver Capítulo 3). Pessoas submetidas a mania induzida por drogas de drogaria têm sido conhecidas por jogar fora suas economias de vida em projetos irrealistas, ou por arruinar ou terminar empregos e casamentos que foram anteriormente bem sucedidos. Algumas acabam em hospitais psiquiátricos ou nas prisões. Outras cometem violência63.

     Se nós aceitarmos a estimativa de que aproximadamente 1 por cento dos pacientes deprimidos tratados com Prozac irão desenvolver reações maníacas potencialmente devastadoras, isso implica mil pessoas afetadas em cada milhão. Estes números são desastrosas em si, mas na prática clínica rotineira as reações costumam ser muito mais frequentes e severas. Nos testes clínicos usados para a aprovação do Prozac, pela FDA, os indivíduos com história de mania foram excluídos, enquanto na prática clínica o antidepressivo é frequentemente prescrito para pessoas com história, e predisposição potencial, de mania. Nos testes clínicos, Prozac não foi usado em combinação com estimulantes e outros antidepressivos, enquanto na prática clínica, essas outras drogas psiquiátricas são comumente dadas junto com Prozac, aumentando enormemente o risco de mania psicótica. E finalmente, nos testes clínicos, os pacientes foram tipicamente avaliados uma vez por semana por meio de listas de verificação e entrevistas, enquanto na prática clínica, os pacientes frequentemente passam muitas semanas ou meses sem serem vistos por um médico. Com menor monitoramento na prática clínica, os pacientes tendem a se tornar muito mais psicóticos antes disso ser detectado e a medicação ser removida64.

4.4  Crianças em grave risco devido a "mania" induzida por antidepressivos

     Prozac, ainda mais comumente, induz mania em crianças. Em um estudo destinado a testar a segurança e eficácia de drogas psiquiátricas, 6 por cento das crianças foram forçadas a abandonar os testes devido a mania induzida pelo Prozac65. Nenhum dos indivíduos, de controle nos testes, tornou-se psicótico. Uma droga similar, Luvox, produziu uma taxa de 4 por cento de "reações maníacas" em crianças, de acordo com a Referência de Mesa dos Médicos [Physicians' Desk Reference]66.

     Sem dúvida, Prozac e outros antidepressivos estão causando dezenas de milhares de reações psicóticas que podem arruinar a vida não só dos indivíduos aflingidos, mas também de seus familiares. Com o aumento das prescrições de tais drogas psiquiátricas para crianças, nós esperamos a devastação aumentar.

4.5  Taxas estimadas de desordens mentais e neurológicas induzidas por drogas psiquiátricas

     Em seu manual sobre drogas farmacêuticas, amplamente usado por médicos, J.S. Maxmen e M.G. Ward (1995) [267] resumiram os dados disponíveis sobre as taxas estimadas de vários efeitos adversos destas drogas67. Nas seções que se seguem, as nossas referências a estas taxas de desordens psiquiátricas e neurológicas, induzidas por drogas farmacêuticas, têm a intenção de ilustrar a frequência com que tais desordens são causados por drogas psiquiátricas68. Mesmo que nossas próprias estimativas sejam, por vezes mais elevadas, as taxas relatadas no manual de Maxmen e Ward são susceptíveis de sobressaltar e preocupar o leitor.

4.5.1  Agentes anti-maníacos: Lítio

     Confusão e desorientação (22,8 por cento dos pacientes, com alguns estudos que relatam quase 40 por cento) e perda de memória (32,5 por cento).

4.5.2  Estimulantes

     Ritalina. Psicose (menos de 1 por cento em doses normais), confusão ou dopamento (2-10 por cento), agitação e inquietação (6,7 por cento), irritabilidade e estimulação (17,3 por cento) e depressão (8,7 por cento).

     Anfetaminas. Esta categoria inclui Dexedrine e Adderall, entre outras drogas psiquiátricas. Psicose (menos de 1 por cento em doses normais), confusão ou dopamento (10,3 por cento), agitação e inquietação (mais de 10 por cento), irritabilidade e estimulação (25 por cento) e depressão (39 por cento!).

4.5.3  Tranquilizantes benzodiazepínicos: Xanax, Valium, Ativan, Klonopin, e outros

     Confusão e desorientação (6,9 por cento), alucinações (5,5 por cento), ansiedade e nervosismo (4,1 por cento), depressão (8,3 por cento), e irritabilidade, hostilidade e raiva (5,5 por cento). De acordo com a Maxmen e Ward, a mania é particularmente associada com Xanax (Maxmen e Ward, 1995 [267], p. 287).

4.5.4  Antidepressivos tricíclicos: Elavil

     Confusão e desorientação (11,3 por cento), excitação e hipomania (5,7 por cento). Contudo, evidências de outras fontes sugerem taxas ainda mais elevadas69.

4.5.5  Antidepressivos do tipo prozac: Prozac

     Confusão e desorientação (1,5 por cento), excitação e hipomania (7,3 por cento; Maxmen e Ward também observaram taxas elevadas de até 30 por cento). Como já mencionado, 6 por cento dos participantes num recente teste clínico controlado, envolvendo Prozac para crianças deprimidas, foram forçados a abandonar o tratamento devido a mania induzida pelo Prozac (Emslie et al., 1997 [142]).

4.5.6  Antidepressivos Inibidor da Monoamina Oxidase (IMAO [MAOI]): Parnato

     Confusão e desorientação (6,2 por cento), ansiedade, nervosismo mental e (2 por cento), agitação e inquietação física (5 por cento), excitação e hipomania (17,1 por cento, com uma gama de 10-30 por cento), mioclonias (ie, espasmos musculares) (7 por cento).

4.5.7  Antipsicóticos ou neurolépticos

     Thorazine. Confusão e desorientação (6,8 por cento) e depressão (13,9 por cento).

     Haldol. Confusão e desorientação (4 por cento), desassossego e agitação mental (24 por cento), inquietação e agitação física (24 por cento), e excitação (12 por cento). Rigidez e distonia aguda - espasmos musculares dolorosos e incapacitantes - ocorrem em taxas muito elevadas (30 por cento). As taxas extraordinariamente altas de discinesia tardia (DT), bem como o perigo da síndrome neuroléptica maligna (SNM), são discutidas mais tarde neste capítulo.

4.6  Efeitos adversos causados por drogas psiquiátricas específicas

     Nossa revisão dos efeitos adversos das drogas farmacêuticas, em todo o espectro de medicamentos psiquiátricos, se concentra nas disfunções neurológicas e mentais - isto é, disfunções do cérebro e da mente - uma vez que esses efeitos são mais susceptíveis de confundir os pacientes, suas famílias e seus médicos. Muitas vezes, estes efeitos são erroneamente atribuídos à "doença mental" do paciente.

4.6.1  Estimulantes

     Esta categoria compreende Ritalina e Metilina (metilfenidato), bem como Ritalina SR, Ritalina LA, Concerta, Metadate CD e ER, Metilina ER, e Daytrana (longa duração), Dexedrine e DextroStat (dextroamfetamina ou d-anfetamina), Adderall e Adderall XR (mistura dexanfetamina e anfetaminas), Vyvanse (lisdexamfetamina), Desoxyn e Gradumet (metanfetamina)70. Ambos Cylert (pemoline) e, no Canadá, Adderall XR, foram suspensos ou retirados do mercado em fevereiro de 2005. Para obter uma lista de estimulantes, consulte o Apêndice A.

     Nós estamos horrorizados com o uso, amplamente divulgado, de estimulantes para controlar e suprimir o comportamento das crianças diagnosticadas com DHDA (TDAH) (Desordem de Hiperatividade e Déficit de Atenção)71 O objetivo é corrigir o comportamento descrito nos termos hiperatividade, impulsividade e desatenção. De fato, contudo, estimulantes subjugam o comportamento, ao alterar a função mental; Eles muitas vezes causam muitos dos problemas que supostamente deveriam corrigir.

     A Ritalina e as anfetaminas têm efeitos adversos quase idênticos. Cylert é menos viciante, mas ele tem a extrema desvantagem de ter causado a morte, devido à insuficiência hepática, em um pequeno número de casos relatados.

     Os estimulantes tem um poderoso impacto sobre o funcionamento do cérebro e da mente. Eles podem levar ao vício e abuso. As crianças podem doar ou vender os seus estimulantes para crianças mais velhas, que os utilizam para obter um "pico de altitude". Os pais podem usar ou vender ilegalmente Ritalina ou anfetamina para suas crianças.

     Em muitas ou na maioria das crianças, os estimulantes rotineiramente causam "efeito rebote", envolvendo uma piora dos sintomas comportamentais algumas horas após a última dose. E, especialmente, com uma dosagem maior ou mais prolongada, eles podem levar a reações de abstinência severas, tais como "falência", que é caracterizada por extrema fadiga, depressão e até mesmo sentimentos suicidas (ver Capítulo 9).

     Estimulantes também podem causar os seguintes sintomas: estimulação excessiva do cérebro, incluindo insônia e convulsões; agitação, irritabilidade e nervosismo; confusão e desorientação; alterações de personalidade; isolamento social apático, tristeza e, muito comumente, depressão. A psicose tóxica mais característica dos estimulantes é a mania. Além disso, os estimulantes podem causar paranóia, envolvendo sentimentos de medo e até violentos para com os outros. Estimulantes, tais como a Ritalina, foram usados em experimentos para piorar os sintomas de pacientes rotulados esquizofrênicos - uma prática que deve ser considerada antiética72

     Além disso, os estimulantes podem causar uma variedade de distúrbios emocionais que são erroneamente considerados "terapêuticos", incluindo achatamento das emoções e comportamento robótico. As crianças que tomam essas drogas psiquiátricas frequentemente perdem o brilho em seus olhos. O colorido e os contornos desaparecem da sua criatividade e vitalidade. Algumas se tornam como zumbis. Estas crianças ficam mais fáceis de administrar quando os estimulantes causam complacência, obediência, iniciativa e autonomia reduzidas. Mas estes efeitos "terapêuticos", tais como complacência ou maior obediência, devem ser vistos como efeitos adversos da droga psiquiátrica.

     Todos os estimulantes podem causar os mesmos sintomas que eles supostamente deveriam tratar: hiperatividade, perda de controle dos impulsos, e diminuição da concentração e foco. Eles podem piorar as reações, de uma criança ou adulto, ao estresse ou ansiedade.

     Estimulantes também causam tontura, dor de cabeça, insônia, palpitações, frequência cardíaca anormalmente aumentada, aumento da pressão arterial, arritmias cardíacas (ataques cardíacos devido a arritmias têm sido relatadas à FDA); perda de apetite, perda de peso, náusea, vômitos, constipação e dor de estômago; boca seca, visão turva, função hepática anormal; cãibras musculares; tremor; queda de cabelo; irritação e arranhões; erupções cutâneas severas e com risco de vida, problemas de sangramento; imunidade enfraquecida; desequilíbrios do hormônio do crescimento e do hormônio prolactina. Em 2006, após uma série de relatos de mortes súbitas de crianças e adultos que estavam tomando estimulantes, a FDA ordenou um alerta, em todos os rótulos de estimulantes, para que os médicos não prescrevam essas drogas psiquiátricas para pessoas com problemas cardíacos. A Ritalina causa câncer de fígado em ratos, mas este resultado não foi relatado em seres humanos. Um estudo publicado em 2004 achou evidências de danos genéticos, utilizando três medidas diferentes, em cada uma de dez crianças, imediatamente após um tratamento de três meses com Ritalina. Todas as crianças tinham apresentado testes normais dessas medidas antes do tratamento, e não tinham se submetido a nenhuma mudança, de dieta, peso ou ambiente, que podesse ter causado estas alterações cromossômicas (El-Zein et al., 2004 e 2006 [140]).

     Tiques permanentes, às vezes classificados como síndrome de Tourette, são uma complicação séria. Eles geralmente começam no rosto e no pescoço.

     Os estimulantes suprimem o crescimento do corpo, incluindo a altura e o peso. Este efeito não é devido prioritariamente à supressão do apetite, mas a uma interrupção da produção do hormônio do crescimento, causada pela interferência das drogas psiquiátricas com a função da glândula pituitária. O hormônio de crescimento afeta todos os órgãos do corpo, por isso, sobretudo o crescimento é suprimido, incluindo o da cabeça e do seu conteúdo, o cérebro.

     Desde que os estimulantes interrompem o hormônio do crescimento e suprimem o crescimento durante a infância, além de causarem vários desequilíbrios bioquímicos no cérebro em crescimento, nós acreditamos que eles nunca devem ser administrados a crianças73.

     Recentemente um dos autores teve a oportunidade de rever a literatura, de estudos em animais, sobre os danos cerebrais e disfunções causadas por drogas estimulantes74. Todas as drogas estimulantes podem produzir anormalidades duradouras no cérebro. A pesquisa com animais mais extensa foi realizada utilizando as anfetaminas (Dexedrine, Adderall), as quais se demonstrou que causam desequilíbrios bioquímicos permanentes e morte celular, mesmo em doses moderadas de curto prazo. O alto risco de danos permanentes ao cérebro é mais uma razão para não prescrever essas drogas psiquiátricas para as crianças.

4.6.2  Antidepressivos que especificamente estimulam a serotonina

     Esta categoria inclui Prozac e Sarafem (fluoxetina), Zoloft (sertralina), Paxil e Paxil CR (paroxetina), Celexa (citalopram), Lexapro (escitalopram), Luvox (fluvoxamina) e Effexor (venlafaxina). Veja o Apêndice A para uma lista completa de antidepressivos.

     Prozac foi o primeiro inibidor de reabsorção seletivo da serotonina (IRSS [SSRI]) aprovado para uso nos Estados Unidos. Ele foi seguido pelo Zoloft, Paxil, e Luvox. Luvox foi aprovado para desordem obsessiva-compulsiva. Effexor não é um IRSS [SSRI]; seu impacto direto não está limitado a serotonina. No entanto, seus efeitos adversos são semelhantes aos do Prozac.

     Críticas sérias destas drogas psiquiátricas têm sido publicadas há quase 15 anos75. Apesar do grande "grito eufórico" em torno dessas drogas, e apesar do seu uso difundido, há pouca evidência científica que confirme sua eficácia como antidepressivos. A promessa de que eles teriam poucos efeitos prejudiciais não foi cumprida. Durante os primeiros 12 anos após a sua comercialização inicial, mais de 40.000 relatos de efeitos adversos do Prozac foram submetidos à FDA. Nenhuma outra droga psiquiátrica chegou perto.

     Os IsRSS [SSRIs] foram adaptados para bloquear a remoção do neurotransmissor serotonina da sinapse, a fim de causar um aumento da frequência de disparos eletro químicos dos nervos da serotonina. Contudo, o cérebro é muito mais complexo do que essa descrição implica. Quando os nervos serotoninérgicos são superestimulados, eles tendem a se tornar menos sensíveis. Esta "regulação diminutiva" não retorna ao normal imediatamente depois que a droga psiquiátrica é interrompida. Não foi estudado, se regulação diminutiva pode se tornar permanente neste sistema em particular, mas nós acreditamos que isto representa um risco sério para o cérebro.

     Estas drogas psiquiátricas são capazes de produzir efeitos muito semelhantes aos da anfetamina ou metanfetamina, incluindo um sentimento artificial de bem-estar ou energia, agitação ansiosa, e insônia. Prozac e Efexor são especialmente estimulantes. Os outros podem causar sonolência ou insônia. Como as anfetaminas e todos os antidepressivos, essas drogas causam psicoses maníacas. Como notado anteriormente, o primeiro estudo controlado randomizado publicado sobre o Prozac em crianças descobriu que 6 por cento das crianças consumindo esta substância se tornou maníaca e teve que parar de tomar esta droga (Emslie et al., 1997 [142]). Após a abstinência, alguns pacientes podem "desfalecer" em depressão e experimentar pensamentos suicidas ou cometer ações semelhantes às associadas com estimulantes (ver Capítulo 9) 76.

     Nós temos visto pacientes tornarem-se muito perturbados e violentos, especialmente quando a dose está mudando (como quando um paciente começa, aumenta, reduz ou interrompe a droga psiquiátrica). A perda de controle dos impulsos, bem como agitação e mania, induzidas por estas drogas, estão entre as causas possíveis disto. Prozac também pode produzir akatisia - caracterizada por um sentimento de ser torturado por dentro - o que é provavelmente um dos mecanismos pelos quais ele causa comportamento auto-destrutivo ou violento. Jonathan O. Cole, professor de psiquiatria em Harvard e um dos participantes nos estudos do Prozac, tem visto casos de "pensamentos suicidas obsessivos" relacionados a esta substância77. Cole acredita que a reação adversa é "rara", mas acrescenta: "Contudo, alguns psiquiatras alertam os pacientes de conferir ou interromper a medicação se ocorrer uma nova e bizarra ideação suicida".

     Numerosos casos de suicídio e assassinato envolveram pacientes que tomaram IsRSS [SSRIs] por alguns dias ou mais. O primeiro caso que foi a tribunal contra Eli Lilly, o fabricante do Prozac, foi secretamente resolvido pela empresa durante o julgamento, a fim de enganar o juiz e o júri induzindo-os a fornecer um veredito a seu favor. Embora o juiz tenha mudado o veredito do júri para "resolvido com prejuízo", Lilly ainda afirma publicamente ter ganho o veredito do júri78.

     O primeiro caso a ir a julgamento contra a GlaxoSmithKline e Paxil envolveu um homem de sessenta anos de idade que sofria de depressão, mas nunca tinha antes sido violento ou suicida. Depois de sua segunda dose de Paxil, ele matou sua esposa, filha e sua neta antes de se matar. O juiz achou que havia base científica para permitir o testemunho de especialistas implicando Paxil em assassinato e suicídio, e o júri retornou um veredito de 6,4 milhões de dólares contra a GlaxoSmithKline.

     Conforme documentado na introdução de Peter Breggin, a FDA finalmente admitiu que todos os novos antidepressivos - incluindo os IsRSS [SSRIs], Wellbutrin, Effexor e Cymbalta - aumentam o comportamento suicida em crianças e adultos. O comitê consultivo da FDA sugeriu limitar o aviso sobre suicídio de adulto para "jovens adultos", mas a distinção é absurdamente artificial. Os dados foram gerados por testes clínicos controlados muito limitados e as descobertas devem ser levadas a sério para todas as idades.

     Em alguns aspectos mais importantes, a FDA exige agora um aviso sobre a síndrome, de ativação ou estimulante, induzida por todos os antidepressivos mais novos. Consistente com as observações publicado pela primeira vez por Breggin em uma série de livros e artigos científicos a partir de 1991, este grupo específico de sintomas induzidos por drogas psiquiátricas inclui agressão e hostilidade. Especificamente, os rótulos de antidepressivos são agora obrigados a avisar que as drogas estão associadas com a produção de "agitação ansiosa, ataques de pânico, insônia, irritabilidade, hostilidade, agressividade, impulsividade, akatisia (inquietação psicomotora), hipomania e mania".

     Como notado na Introdução, a FDA também acrescentou uma seção intitulada "ALERTAS - Piora Clínica e Risco de Suicídio", afirmando que os adultos "similarmente devem ser observados quanto a piora da situação clínica e comportamento suicida, especialmente durante os primeiros meses de uma terapia com drogas psiquiátricas ou nos momentos de mudança de dose, aumento ou diminuição".

     Não deve haver mais nenhuma dúvida de que os antidepressivos causam um aumento do comportamento suicida e violento, bem como mania, e que estas substâncias muitas vezes levam a uma piora geral da condição mental dos pacientes. Mudanças drásticas conduzindo a um comportamento destrutivo e criminoso, muitas vezes acontecem logo após o início do consumo da droga psiquiátrica ou em torno das mudanças de dose, aumento ou diminuição; mas eles podem ocorrer a qualquer momento.

     Reações de abstinência também podem ocorrer com estas drogas psiquiátricas e podem ser muito severas (Capítulo 9). Muitos pacientes tornam-se desanimados, chorosos, emocionalmente instáveis e suicida durante a tentativa de se abster dessas drogas. Um grande número sofre de distúrbios neurológicos bizarros como: dores "tipo choque" na cabeça, e sensações estranhas na pele. Um número significativo decide retomar o consumo, destas drogas de drogaria, porque o processo de abstinência provoca sentimentos dolorosos demais para suportar.

     Este grupo de drogas psiquiátricas pode levar ao aumento do uso de álcool e outras drogas calmantes, porque elas podem causar agitação e ansiedade. Nós temos vistos alcólatras recuperados recomeçarem a beber depois de iniciar o consumo do Prozac.

     Pacientes que tomam estas drogas psiquiátricas muitas vezes experimentam sentimentos achatados ou embotados. Famílias relatam que eles ficam menos atentos, cuidadosos, ou amorosos. Disfunções sexuais são comuns. Alguns pacientes tornam-se cansados e até mesmo sonolentos, em vez de agitados, particularmente se estiverem tomando Paxil e Zoloft.

     Especialmente quando combinada com outras drogas psiquiátricas que estimulam a serotonina, essas drogas podem produzir crises serotoninérgicas envolvendo agitação, delírio, espasmos musculares (mioclonia), várias anormalidades neurológicas, e temperatura corporal elevada. Alguns relatórios apresentados à FDA preocupavam-se com a discinesia tardia induzida pelo Prozac.

     Muitos pacientes inicialmente experimentam perda de peso ao consumir IsRSS [SSRIs]. Enquanto algumas pessoas podem considerar bem-vindo este efeito, ele pode ser prejudicial para aqueles que já sofrem de falta de apetite e perda de peso excessiva. Além disso, durante um período de meses, este efeito da droga psiquiátrica tende a reverter, e muitas pessoas experimentam ganho de peso que leva à obesidade.

     Os efeitos, dos IRSS [SSRI], de embotamento da libido e da função sexual, estão agora bem estabelecidos. Em amplas pesquisas, com milhares de pacientes nos Estados Unidos e no exterior, as taxas de disfunções sexuais induzidas por IRSS [SSRI] atingem mais de 40 por cento (Clayton et al, 2002 [91]; Williams et al, 2006 [390]), e em estudos menores, até 70 por cento dos doentes consumindo Paxil e Zoloft relataram disfunções sexuais (Kennedy et al., 2000 [225]). No entanto, os autores de tal revisão concluiram que: "os médicos subestimaram a prevalência de disfunção sexual associada a antidepressivos" (Clayton et al., 2002 [91]). Recentemente, relatos de efeitos sexuais adversos - perda de libido total, perda de sensibilidade genital e anestesia genital - persistindo por meses e anos após a cessação dos IRSS [SSRI], começam vir a superfície, o que levou alguns a sugerir que essas drogas psiquiátricas podem alterar permanentemente a expressão do gene79.

4.6.3  Antidepressivos tricíclicos

     Esta categoria compreende a imipramina (Tofranil, Imavate, Presamine, SK-Pramine, Janimine), desipramina (Pertofrane, Norpramin), amitriptilina (Elavil), nortriptilina (Aventyl, Pamelor), protriptilina (Vivactil), doxepin (Sinequan, Adapin), trimipramina (Surmontil), e Anafranil (clomipramina).

     Provavelmente todos os antidepressivos são capazes de causar convulsões e psicoses maníacas. Mesmo doses relativamente pequenas podem resultar em sentimentos entorpecidos e achatados, ou em sentimentos agitados e confusos. A maioria dos antidepressivos tricíclicos tem uma variedade de efeitos anticolinérgicos, incluindo visão turva, boca seca, constipação, dificuldade para urinar, e arritmias cardíacas que, por vezes provaram ser fatais, especialmente entre os adultos com problemas cardíacos e entre as crianças e os idosos. Eles frequentemente causam sérias reações de abstinência (ver Capítulo 9).

4.6.4  Antidepressivos atípicos

     Esta categoria compreende Asendin (amoxapina), Desyrel (trazodona), Effexor (venlafaxina), Ludiomil (maprotilina), Remeron, Remeron Sol Tab, Remeron RD, Cymbalta (duloxetina), e Wellbutrin, Wellbutrin SR, Wellbutrin XL ou Zyban (bupropiona). Consulte o Apêndice A para uma lista completa. Após um número inesperadamente elevado de relatórios de lesões hepáticas severas, Serzone foi retirado do mercado canadense em novembro de 2003 e dos Estados Unidos em maio de 2004.

     De extrema importância é o fato de que o antidepressivo Asendin é convertido em um neuroléptico, dentro do corpo, produzindo os mesmos problemas que aqueles associados com outros neurolépticos, incluindo discinesia tardia [Tardive Dyskinesia - TD] e síndrome neuroléptica maligna [Neuroleptic Malignant Syndrome - NMS] (veja abaixo). Para esta classe de droga psiquiátrica, a FDA requer avisos sobre TD e NMS.

     Ludiomil e Remeron são classificados juntamente com Asendin como compostos tetracíclicos. Convulsões e movimentos involuntários anormais (sintomas extrapiramidais) foram relatados em associação com Ludiomil. Remeron é relativamente novo, daí o seu perfil de efeitos adversos ser menos compreendido. Muitos dos efeitos adversos de outros antidepressivos, incluindo os tricíclicos, devem ser considerados em relação a essas três drogas psiquiátricas. Remeron, em particular, tende a induzir sedação, assim como tonturas, ganho de peso e pressão arterial baixa. Problemas cardiovasculares têm sido relatados em conexão com ambas estas drogas. Como todos os antidepressivos, eles podem causar psicoses tóxicas, incluindo mania e delírio.

     Effexor (venlafaxina), já mencionada como uma droga psiquiátrica que estimula a serotonina, também estimula a neurotransmissão da noradrenalina no cérebro. Contudo, seus efeitos são muito semelhantes aos do Prozac, incluindo estimulação, nervosismo ansioso, insônia, perda de apetite e perda de peso. Além disso, pode causar agitação e mania, reações paranóicas de hostilidade, depressão psicótica, psicose tóxica, e hipertensão.

     Serzone (nefazodona) também estimula a serotonina e a noradrenalina, mas tem outros efeitos também. É mais provável de causar sonolência do que a insônia. Ele pode produzir tontura, confusão, perda de memória, e hipotensão. E pode levar à hostilidade, reação paranóica, ideação ou tentativas de suicídio, desrealização e despersonalização, e alucinações. T. Moore (1997) [286], como fez em relação ao Effexor, reviu os dados da FDA gerados durante o processo de aprovação do Serzone. Ele descobriu que os suicídios e as tentativas de suicídio foram várias vezes mais frequentes entre os pacientes que consumiram Serzone do que os que consumiram placebos.

     Desyrel (trazodona) tende a causar sedação, tonturas e desmaios. Ela pode levar a problemas de coração em pacientes cardíacos. E entre os homens, pode causar uma reação adversa potencialmente séria chamada priapismo - ereção peniana não controlada, irreversível e que às vezes exige a correção cirúrgica.

     Wellbutrin (bupropiona) produz uma taxa anormalmente elevada de convulsões. É conhecida por ser muito estimulante e agitadora, causando ansiedade, pesadelos e psicoses maníacas. Em 1997, essa mesma droga psiquiátrica, comercializada com o nome de Zyban, foi aprovada pela FDA como uma ajuda para se parar de fumar.

     Duloxetina (Cymbalta) chegou ao mercado de antidepressivos em agosto de 2004, quando também foi aprovada para o tratamento da dor neuropática diabética. Uma revisão recente resumiu os seus efeitos adversos mais frequentemente observados tais como: "náuseas, boca seca, constipação, diarréia, diminuição do apetite, perda de peso, sensação de fadiga, tonturas, sonolência, hipoidrose [falta de sudorese], diminuição da libido e disfunção erétil" (Balhara et al., 2007 [26]). Uma revisão sistemática de seus testes clínicos, feita pelo jornal médico independente Prescrire Internacional [Prescrição Internacional] concluiu que "Na prática, a duloxetina atualmente não tem lugar no tratamento de depressão ou neuropatia diabética. Ainda não se demonstrou que a sua eficácia seja equivalente ao de outras drogas psiquiátricas disponíveis, e ela tem muitos efeitos adversos, dado este grau de incerteza."80 Outro boletim independente, observando que o fabricante Eli Lilly afirma que Cymbalta tem valor especial na gestão dos sintomas dolorosos da depressão, concluiu: "Neste momento, qualquer afirmação, de que a duloxetina é útil para controlar a dor, é infundada" (Wolfe, 2005 [393], p. 3). Ainda mais sinistro, em 2004-2005 Cymbalta recebeu consideráveis reportagens negativas em torno do suicídio do rapaz de dezenove anos, Tracy Johnson, e vários outros voluntários que tomaram esta droga psiquiátrica nos testes clínicos iniciais para a depressão (Lenzer, 2005 [250]). Apesar disso, sem dúvida, como resultado do vigoroso marketing e campanha publicitária, de Eli Lilly, para médicos e para o público, as vendas de Cymbalta saltaram 85 por cento em 2006 (Russell, 2007 [327]).

4.6.5  Antidepressivos Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO [MAOI])

     Esta categoria compreende Parnato (tranilcipromina), Marplan (isocarboxazid), Nardil (fenelzina), Eldepryl (selegilina), e Manerix (moclobemida, disponível no Canadá).

     Parnato é quimicamente semelhante à anfetamina e é muito estimulante. Eldepryl foi aprovado para o tratamento da doença de Parkinson, e não para a depressão.

     Embora todos os antidepressivos possam causar psicoses tóxicas, incluindo mania, os IsMAO [MAOIs] são particularmente propensos a essas reações adversas potencialmente arruinadoras de vida. Eles frequentemente produzem anomalias mentais, tais como embotamento de sentimentos ou delírio. Especialmente quando combinados com certos alimentos e drogas, eles também podem causar crises hipertensivas com risco de vida (envolvendo violentas dores de cabeça e possíveis ataques), bem como crises serotoninérgicas (envolvendo agitação, delírio, espasmos musculares, várias anormalidades neurológicas, e temperatura corporal elevada). Estas reações à alimentos e drogas psiquiátricas podem levar ao coma ou morte. Pacientes e seus familiares devem ser avisados sobre tais problemas com antecedência81. IsMAO [MAOIs] interagem especialmente de forma perigosa com estimulantes e antidepressivos.

     IsMAO [MAOIs] possuem muitos dos mesmos efeitos colaterais que aqueles tipicamente associados com outros antidepressivos, mas eles também incluem crises hipertensivas, baixa pressão sanguínea, febres extremas (reações hiperpiréticas), disfunção sexual, sedação diurna, insônia noturna, estimulação excessiva, dores musculares e espasmos musculares.

     Anos atrás, essas drogas psiquiátricas caíram em desfavor por causa de seus perigos e eficácia questionável. Com o ressurgimento da psiquiatria materialista e os resultados decepcionantes obtidos com outros antidepressivos, elas estão novamente em voga.

     Manerix está disponível atualmente no Canadá, mas não nos Estados Unidos. Apesar de não suprimir a monoamina oxidase, como as outras drogas psiquiátricas nesta classe, e apesar de ser considerada menos arriscada para a produção de crises hipertensivas quando combinadas com certos alimentos, Manerix compartilha um perfil de reações adversas semelhantes com os IsMAO [MAOIs], incluindo estimulação, insônia, ansiedade e agitação e, ocasionalmente, o comportamento agressivo. Problemas hepáticos têm sido relatados em uma pequena porcentagem de pacientes.

4.6.6  Benzodiazepinas prescritas para ansiedade e insônia

     Esta categoria compreende Ativan (lorazepam); Klonopin (clonazepam); Librium, Librax e Limbitrol (clordiazepóxido); Paxipam (halazepam), Serax (oxazepam), Tranxene (clorazepato), Valium (diazepam) e Xanax (alprazolam)82.

     Estas drogas psiquiátricas são prescritas para ansiedade, ataques de pânico e problemas relacionados. Elas também são prescritas para insônia. Os benzodiazepínicos mais comumente prescritos para insônia são Halcion (triazolam), que é proibido na Inglaterra; Dalmane (flurazepam), Doral (quazepam); Prosom (estazolam); e Restoril (temazepam). Versed (midazolam) é usado também em forma injetável para anestesia.

     Quando surgiu pela primeira vez na década de 1960, as benzodiazepinas foram promovidas como relativamente seguras e livres dos problemas de vício, bem conhecidos, associados com os barbitúricos. Nada poderia estar mais longe da verdade. Considere Xanax, por exemplo. A maioria dos pacientes que tomam esta droga psiquiátrica, mesmo por algumas semanas, irá desenvolver problemas sérios de abstinência, e muitos, se não a maioria, terão problemas para suspender a medicação. De fato, pode ser perigoso parar de consumir, qualquer benzodiazepínico, muito abruptamente (ver Capítulo 9).

     Especialmente no caso dos agentes de curta duração, tais como Xanax ou Halcion, sintomas de abstinência podem ocorrer, em uma base diária, entre as doses. Estes sintomas muitas vezes se manifestam como um rebote piorando os sintomas de ansiedade original. O indivíduo pode acabar andando em círculos entre a abstinência e a intoxicação, de dose para a dose, ao longo do dia.

     Em adição a dependência e reações de abstinência, os pacientes tomando benzodiazepínicos enfrentam perigos semelhantes aos dos que abusam do álcool. A intoxicação pode ocorrer sorrateiramente com os usuários, sem que eles percebam. Eles podem ficar com o raciocínio lento, fala arrastada, falta de coordenação, falta de jeito e andar prejudicado (ataxia), tremor, julgamento fraco e sonolência. Sentimentos dopados, e ressacas com amnésia, não são incomuns.

     Benzodiazepinas atuam produzindo uma contínua supressão do cérebro. Inicialmente, para algumas pessoas, essa supressão é experimentada como relaxamento ou uma redução da ansiedade e tensão, um efeito semelhante ao do álcool. Com o aumento da dose, sono e eventualmente coma são produzidos. As drogas psiquiátricas atuam prejudicando a função cerebral, o que às vezes é experimentado como alívio da tensão ou ansiedade.

     Porque elas suprimem o funcionamento do cérebro em geral, todas as drogas psiquiátricas, que são usadas para reduzir a ansiedade ou para induzir o sono, também irão prejudicar as funções mentais superiores, incluindo o pensamento e a memória. Embora somente uns poucos estudos tentaram examinar este perigo, o uso a longo prazo de qualquer uma destas drogas, especialmente em doses mais elevadas, deve ser visto como causador de um risco de disfunção mental irreversível. Uma revisão de vários estudos descobriu que após a interrupção do uso, de longo prazo, de benzodiazepínicos, "continua a haver uma piora significativa na maioria das áreas da cognição, em comparação com controles ou dados normativos". Os autores concluíram, "pode haver algum déficit permanente ou déficits dos quais se demora mais de seis meses para se recuperar completamente" (Barker et al., 2004 [28]).

     Benzodiazepínicos podem causar amnésia severa. Estudantes consumindo-os para dormir podem perder uma parte substancial da sua memória sobre o material que eles estudaram na mesma noite. As drogas psiquiátricas podem causar confusão, paranóia e reações paradoxais como excitação, agitação, raiva e violência. Elas podem causar psicose tóxica. (Xanax é especialmente conhecido por causar mania). Elas comumente pioram a depressão e podem levar ao suicídio. Como o álcool, muitas vezes elas tornam as pessoas irritáveis e impulsivas. Nós sabemos de pessoas que cometeram violência depois de tomar apenas algumas doses dessas drogas. Nos casos de toxicidade de longo prazo com benzodiazepínicos, os usuários podem perder o seu juízo e realizar atos sem sentido, fora de caráter, de roubo ou outras atividades criminosas83.

     Halcion, um benzodiazepínico usado para indução do sono, foi proibido na Inglaterra porque ele causa muitas anormalidades mentais, incluindo depressão e paranóia84. Versed, um benzodiazepínico de ação muito curta, usado para anestesia, comumente causa anormalidades comportamentais seguidas do seu uso para anestesia. Nós vimos um caso em que os efeitos, de distúrbio emocional do Versed, pareceram ter sido de longa duração. Versed deve ser considerada uma droga psiquiátrica muito perigosa.

     Benzodiazepínicos podem causar contrações musculares e outros movimentos anormais que são tão severos a ponto de serem confundidos com convulsões. Como muitas drogas psiquiátricas, os benzodiazepínicos também podem causar dor de cabeça, problemas visuais, e uma variedade de distúrbios gastrintestinais.

4.6.7  Drogas não-benzodiazepínicas prescritas para ansiedade e insônia

     Esta categoria inclui novas drogas psiquiátricas como o Ambien (zolpidem), Lunesta (zopiclone), Sonata (zaleplon), bem como drogas no mercado há décadas, tais como Atarax ou Vistaril (hidroxizina), bloqueadores beta-adrenérgicos (beta-bloqueadores), incluindo Inderal (propranolol) e Tenormin (atenolol), BuSpar (buspirona), Miltown (meprobamato), e Trancopel (Clormezanona).

     Drogas psiquiátricas tais como Lunesta, Sonata, e Ambien foram amplamente propagadas, para o público e para os médicos, como pílulas para dormir seguras e magicamente eficazes. Amostras grátis são rotineiramente oferecidas aos pacientes em várias estratégias promocionais, e, como esperado, estas drogas têm se tornado cada vez mais populares, mesmo entre pessoas jovens. Desafortunadamente, praticamente todas as revisões das evidências disponíveis, concluem que seus benefícios podem ser ilusórios, mas que seus riscos são bastante reais. Em testes clínicos, fortemente tendenciosos em favor destas drogas, elas têm sucesso em adicionar uns poucos minutos de sono, em comparação com placebo, enquanto que apresentam muito mais riscos de fadiga diurna, perda de memória e outras deficiências cognitivas, bem como dificuldades de coordenação motora no dia seguinte (Glass et al., 2005 [177]). Pessoas mais idosas, especialmente aquelas com mais de 70 e 80 anos de idade, continuam a ser os usuários mais frequentes e de longo prazo de sedativos e hipnóticos, mas métodos sem estas drogas, para induzir e manter o sono em pessoas mais velhas, são consistentemente considerados superiores, mais seguros, e mais duráveis (Sivertsen et al., 2006 [346]).

     Uma variedade de não-benzodiazepínicos são usados para dormir e para controlar a ansiedade. Miltown é viciante e sujeito a abusos, e é muito parecido com os benzodiazepínicos em seu perfil de reações adversas. Trancopel pode causar muitos dos efeitos adversos associados com outras drogas sedativas, incluindo confusão e depressão. Erupções cutâneas severas também foram relatadas.

     Ambien, como os benzodiazepínicos, pode causar sonolência, confusão, andar desajeitado, fadiga, dor de cabeça, náuseas e problemas de memória. Ela também pode causar tonturas e incoordenação, resultando em quedas, psicose tóxica, alucinações e pesadelos; vários distúrbios sensoriais, e desinibição (comportamento bizarro ou perigoso). Relatos ocasionais e nossa própria experiência clínica, sugerem que ela pode produzir dependência. Em 2003, Ambien apareceu na lista, de drogas psicotrópicas viciantes, da Convenção de Viena das Nações Unidas.

     Atarax ou Vistaril é um anti-histamínico com qualidades sedativas. Nós temos visto casos de abuso desta droga psiquiátrica, geralmente em combinação com vícios múltiplos.

     BuSpar pode causar dores de cabeça, tontura e náusea. Ele também pode produzir tensão ou ansiedade, sonhos anormais, delírio e mania psicótica.

     Barbitúricos, que são prescritos para induzir o sono e, às vezes, para reduzir a ansiedade, incluem Amytal (amobarbital), Butisol (butabarbital), Mebaral (mefobarbital), Nembutal (pentobarbital), fenobarbital (genérico), e Seconal (secobarbital).

     Os barbitúricos são altamente viciantes e produzem sintomas tóxicos semelhantes aos do álcool e aos dos benzodiazepínicos, incluindo sedação, falta de jeito, fala arrastada, e pouco juízo. Eles também produzem uma síndrome de abstinência semelhante à do álcool e à das benzodiazepinas. Eles podem causar reações paradoxais, tais como excitação, hiperatividade, e agressão. Eles também podem causar alucinações e depressão. Comportamentos anormais extremos são especialmente comuns entre as crianças e os idosos.

     Outros problemas comuns associados com o uso de barbitúricos incluem tonturas ou vertigens, náuseas e vômitos, diarréia, cãibras musculares, e ressacas. De acordo com um dos poucos estudos sobre os efeitos adversos de longo prazo na função mental, doses relativamente pequenas de fenobarbital em crianças resultaram em uma redução mensurável do QI (Coeficiente de Inteligência). A droga psiquiátrica tinha sido administrada durante longo prazo para a prevenção de convulsões induzidas por febres altas. Como enfatizado em capítulos anteriores, todas estas drogas que suprimem a ansiedade ou induzem sono devem ser suspeitas de causar disfunção mental irreversível, quando utilizadas à longo prazo.

     Qualquer droga psiquiátrica, associada à redução da ansiedade ou aumento do sono, também deve ser suspeita de causar tolerância - uma necessidade crescente de doses maiores - assim como dependência. Isto é especialmente verdadeiro para os benzodiazepínicos e os barbitúricos, mas sugere-se cuidado em casos de quase todas as drogas que induzem sedação ou tranquilização. Não há "pedágio livre". Se a droga psiquiátrica tem um impacto significativo, o cérebro, provavelmente, tentará compensar, produzindo o potencial de sintomas de rebote e de abstinência.

     Beta-bloqueadores suprimem a frequência cardíaca, reduzindo assim um dos sintomas mais perturbadores associados com ansiedade aguda - o "coração batendo em pancadas". Eles também são usados na medicina para reduzir a frequência cardíaca.

     Beta-bloqueadores têm efeitos mais negativos sobre a função cerebral do que muitos médicos percebem. Drogas de drogaria, como Inderal, podem causar depressão séria em alguns pacientes (Bender, 1998 [34]). Mais comumente, podem causar sedação e retardar o processo de pensamento de uma maneira que os médicos descrevem como "turvação sensorial". Elas podem trazer um sentimento de estar letárgico ou "fora de si". Elas podem causar hiperestimulação, delírio, ansiedade, pesadelos, e os sintomas psicóticos mais extremos, tais como alucinações. Elas também podem produzir impotência, problemas gastrointestinais, pressão sanguínea baixa, e diminuição da frequência cardíaca. Uma possibilidade perigosa é a constrição das vias respiratórias (broncoespasmo). Abstinência pode ser um problema também, na medida em que pode resultar em rebote ou aumento da frequência cardíaca e pressão arterial.

4.6.8  Lítio, anticonvulsivos e outros "estabilizadores de humor"

     Esta categoria inclui vários distintas drogas psiquiátricas de diferentes classes. Elas incluem lítio (Eskalith, Lithane, Lithobid, Lithotabs) e os medicamentos anti-epilépticos ou anticonvulsivantes, incluindo Tegretol (carbamazepina), Depakene (ácido valpróico) e Depakote (divalproato de sódio), Neurontin (gabapentina), Lamictal (lamotrigina), Topamax (topiramato), e Trileptal (oxcarbazepina). Outras, destas drogas prescritas como estabilizadores de humor, incluem Klonopin (clonazepam), Calan (verapamil), e Catapres (clonidina). Consulte o Apêndice A para uma lista completa.

     Estas drogas psiquiátricas são supostamente para controlar a mania, ou para reduzir as oscilações de humor, que os psiquiatras comumente chamam de "desordem bipolar". Confrontados com os resultados desapontadores do uso de lítio, a psiquiatria se voltou para o uso de anticonvulsivantes, três dos quais, mais novos, foram aprovados pela FDA para o tratamento da mania aguda e desordem bipolar entre 1994 e 2000. Provavelmente todas estas drogas, têm o efeito de causar sedação e sobretudo depressão do sistema nervoso central. Em 2006, contudo, como discutido na Introdução de David Cohen, apareceram vários relatos sobre o maior estudo já feito (cerca de 1.500 pacientes) do tratamento da desordem bipolar com drogas psiquiátricas. O estudo foi incomum, pois não foi financiada pela indústria de drogas farmacêuticas, e ele envolveu uma amostra amplamente representativa dos pacientes, diagnosticados com desordem bipolar, de todo o país. Os pacientes foram atendidos tão frequentemente quanto clinicamente desejado, e o estudo afirmou usar o "melhor" tratamento disponível com drogas psiquiátricas (principalmente anticonvulsivantes, antipsicóticos, lítio e clonazepam), além de uma intervenção psicossocial padrão. Os resultados: apenas 28 por cento dos indivíduos tratados atingiram remissão, sem experimentar uma recorrência dos sintomas principais, durante os dois anos que se seguiram (Perlis et al, 2006 [304]).

     Lítio achata as emoções, através do embotamento ou constrição da faixa de sentimentos, resultando em diferentes graus de apatia e indiferença. Ele também retarda os processos de pensamento. Esta lentidão mental e emocional, induzida pela droga psiquiátrica, deve ser considerada o principal efeito "terapêutico" do lítio. Lítio, por vezes, reduz a probabilidade de que um paciente se torne "alto" ou maníaco - mas à custa da disfunção cerebral85.

     Muitas pessoas experimentam cada vez mais problemas de memória depois de tomar o lítio por meses ou anos. Sua capacidade de trabalho pode tornar-se prejudicada.

     Médicos e pacientes, muitas vezes erroneamente atribuem estes problemas à outras causas tais como: a síndrome de fadiga crônica, depressão, ou "idade avançada". Quando o lítio é reduzido ou interrompido, muitas pessoas experimentam um renascimento de suas capacidades cognitivas e emocionais. Alguns pacientes, contudo, descobrem que suas faculdades mentais não se recuperam totalmente após anos de tratamento com lítio.

     O lítio pode causar hipotiroidismo, arritmias cardíacas, ganho de peso, desconforto no estômago e diarréia, doenças de pele como acne e erupções cutâneas severas, perda de cabelo, tremores, um andar desajeitado, e desordens sérias nos rins. Ele pode causar problemas sérios, toxicidade do cérebro ameaçadoras da vida, que podem se "arrastar" até os usuários cujo juízo tornou-se prejudicado pelo mesmo processo tóxico. Por estas razões, os exames de sangue de rotina são necessários para manter o monitoramento de uma potencial intoxicação. O lítio pode causar um aumento da contagem de glóbulos brancos; manifestou-se preocupação sobre ele possivelmente causar leucemia. E, finalmente, o lítio é conhecido por causar defeitos congênitos, incluindo malformações cardíacas, e de suprimir o cérebro do feto ou bebê em fase de amamentamento; levando a flacidez e letargia. Abstinência de lítio comumente resulta em mania (ver Capítulo 9).

     Depakote (Depakene) é um pouco semelhante aos benzodiazepínicos e álcool, uma vez que ele pode causar tremor, sedação, e dificuldade para caminhar. Ele também pode causar anormalidades comportamentais, incluindo confusão ou delírio. A longo prazo isso pode prejudicar as habilidades mentais, e em raras ocasiões, esta droga psiquiátrica tem sido conhecida por causar insuficiência hepática. Ela também pode causar ganho de peso, dores de estômago, perda de cabelo, erupção cutânea, pancreatite e problemas de coagulação do sangue.

     Clonidina (Catapres) é uma droga de drogaria anti-hipertensiva que pode causar sedação e, assim, encontrou um lugar no uso psiquiátrico. Se o consumo for interrompido muito rapidamente, ela pode produzir crises rebote hipertensivas. Ela também pode causar muitos problemas psiquiátricos, incluindo insônia, pesadelos, agitação ansiosa, depressão, e, mais raramente, alucinações.

     Klonopin, um benzodiazepínico, pode causar todos os problemas associados a esta classe de drogas psiquiátricas, incluindo a dependência (veja acima). Ela foi aprovada pela FDA para ambos: as convulsões, e os ataques de pânico.

     Tegretol está intimamente relacionado com os antidepressivos tricíclicos e pode causar todos os problemas que lhes estão associados (veja acima). Ele representa um perigo especial de supressão da medula óssea, envolvendo perda de células do sangue. Pacientes e suas famílias precisam estar alertas a sinais precoces da doença, incluindo febre, dor de garganta, sangramento e manchas pequenas (petéquias) na pele. Outros efeitos colaterais incluem sedação, fadiga, náusea e tontura. Doses mais elevadas podem produzir sinais de intoxicação neurológica, incluindo a falta de coordenação dos músculos. Quando os músculos dos olhos são afetados, visão dupla pode resultar. Funções do fígado podem aparecer anormais em testes, e, mais raramente toxicidade hepática pode desenvolver. A função cardíaca também pode ser prejudicada. Erupções na pele são comuns.

     Calan, um bloqueador dos canais de cálcio, é um agente usado para tratar doenças cardíacas, mas pode causar uma variedade de problemas cardiovasculares. Tonturas, dor de cabeça, e náuseas são comuns; altas doses podem resultar em sedação e letargia. Mais raros são efeitos adversos tão sérios como arritmias cardíacas que não respondem bem à tratamento, toxicidade hepática e pressão arterial baixa severa, com desmaio. O coração e o estado de pressão arterial dos pacientes que consomem esta droga psiquiátrica deve ser verificado basicamente, em seguida, os deve-se verificar os potenciais efeitos adversos dela.

     Muitos benzodiazepínicos, medicamentos anti-convulsivantes e drogas anti-hipertensivas, são utilizadas como estabilizadores de humor por causa de seus efeitos sedativos. Os benzodiazepínicos e drogas anti-convulsivantes devem ser gradualmente reduzidas para evitar crises de abstinência, e as drogas anti-hipertensivas devem ser gradualmente reduzidas para evitar o rebote de picos de pressão do sangue. Um profissional de saúde experiente deve ser consultado, sobre o cronograma com o tempo de duração e a dose necessária, para redução do consumo dessas drogas psiquiátricas, muitas das quais estão listadas no Apêndice A.

4.6.9  Drogas antipsicóticas (neurolépticos)

     Os neurolépticos ou antipsicóticos disponíveis - anteriormente chamados de tranquilizantes maiores - incluem fenotiazinas e outras drogas psiquiátricas86. As fenotiazinas incluem Compazina (proclorperazina), Etrafon (antidepressivo mais Trilafon), Mellaril (tioridazina), Permitil (flufenazina), Serentil (mesoridazine), Stelazine (trifluoperazina), Thorazine (clorpromazina), Tindal (acetophenazine), Trilafon (perfenazina), e Vesprin (triflupromazina).

     Outros neurolépticos incluem Haldol (haloperidol), Inapsine (droperidol), Loxitane (loxapina), Moban (molindona), Navane (tiotixeno), e Taractan (clorprotixeno).

     As drogas antipsicóticas "atípicas" ou "de segunda ou terceira geração", atualmente incluem Leponex (clozapina), Risperdal e Risperdal Consta (risperidona), Seroquel (quetiapina), Zyprexa (olanzapina), Geodon (ziprasidona), Abilify (aripriprazole), e Invega (paliperidona, aprovado pela FDA em dezembro de 2006). Serlect (sertindol) foi aprovado pela FDA em 1996, mas nunca foi realmente comercializada nos Estados Unidos devido a preocupações posteriores sobre efeitos cardíacos maiores. Consulte o Apêndice A para uma lista da maioria das drogas antipsicóticas.

     Orap (pimozida) é um neuroléptico que provoca uma taxa especialmente alta de efeitos adversos. Em um teste clínico que envolveu vinte pacientes, informou em 1998 a Referência de Mesa dos Médicos [Physicians' Desk Reference [307]], muitos dos pacientes sofreram sérias deficiências neurológicas, incluindo sedação (quatorze pacientes), akatisia ou agitação interna causando movimentos hiperativos (oito pacientes), acinesia ou movimentos lentos (oito pacientes), efeitos adversos de comportamento (cinco pacientes) e impotência (três pacientes). Orap foi aprovado pela FDA para o tratamento de tiques associados a Síndrome de Tourette, mas não para o tratamento da psicose. No entanto, o fabricante, no rótulo da droga psiquiátrica, refere-se várias vezes ao Orap como um "antipsicótico", e alguns médicos usam-no para esse fim.

     Sertindol e a ziprasidona são outros neurolépticos atípicos atualmente em curso ou tendo recentemente passado pelo processo de aprovação da FDA. Estas drogas psiquiátricas são destinadas ao uso no controle de pacientes psicóticos, usualmente aqueles diagnosticados com esquizofrenia ou mania aguda.

     Neurolépticos têm o seu principal impacto embotando as funções superiores do cérebro nos lobos frontais e nos gânglios basais estreitamente ligados a estes lobos. Esta classe de drogas psiquiátricas também pode prejudicar o sistema reticular de ativação ou "energização" do cérebro. Este prejuízo resulta em graus relativos de apatia, indiferença, suavização emocional, conformidade e submissão, bem como uma redução de todas as verbalizações, incluindo reclamações ou protestos. Não é exagero chamar este efeito de uma lobotomia química.

     Contrariamente às alegações, neurolépticos não têm efeitos específicos sobre idéias irracionais (delírios) ou percepções (alucinações). Como todos as outras drogas psiquiátricas, eles têm o mesmo impacto em animais saudáveis, voluntários saudáveis, e os pacientes - nomeadamente, a produção da apatia e de indiferença. Eles ainda são usados na medicina veterinária para controlar animais violentos. A maioria dos veterinários, contudo, não os usam por longos períodos de tempo, porque eles são considerados muito perigosos.

     Todos os neurolépticos produzem uma enorme variedade de potencialmente severos prejuízos neurológicos desabilitantes em taxas extraordinariamente altas de ocorrência; eles estão entre os agentes mais tóxicos já administrados às pessoas.

4.7  Discinesia tardia causada por antipsicóticos

     Discinesia Tardia (DT) é uma reação adversa comum, porém potencialmente desastrosa, de todas as drogas antipsicóticas ou neurolépticas. DT envolve movimentos anormais irreversíveis de qualquer um dos músculos voluntários do corpo. Ela comumente aflige a face, olhos, boca e língua, bem como as mãos e braços, pés e pernas, e o tronco. Ela também pode afetar a respiração, deglutição e fala. Em alguns casos, os espasmos dos olhos são tão severos que a pessoa não pode ver.

     Uma variante da discinesia tardia é a distonia tardia, que envolve espasmos dolorosos, muitas vezes, da face e do pescoço. Distonia tardia pode ser desfigurante e desabilitadora, potencialmente prejudicando até mesmo a habilidade de andar.

     Outra variante da discinesia tardia é a akatisia tardia. O indivíduo é virtualmente torturado de dentro de seu próprio corpo com sentimentos de irritabilidade e ansiedade, compelindo a pessoa a constantes movimentos, às vezes ao ponto de sofrimento contínuo. Nós concordamos com T. van Putten e S. Marder os quais observaram que a akatisia, "nos casos extremos, pode conduzir as pessoas ao suicídio ou ao homicídio"87.

     Neurolépticos realmente suprimem os sintomas da discinesia tardia, enquanto a doença está se desenvolvendo. Como resultado, o indivíduo afetado, a família ou o médico podem não reconhecer o dano até que os sintomas irrompem, ou até que a dosagem da droga psiquiátrica seja reduzida.

     As taxas de discinesia tardia são extremamente elevadas. Muitos livros-texto padrão estimam uma taxa de 5 por cento até 7 por cento ao ano, em adultos jovens saudáveis. A taxa é cumulativa, de forma que 25 por cento até 35 por cento dos pacientes irão desenvolver a desordem em cinco anos de tratamento. Entre os idosos as taxas de discinesia tardia chegam a 20 por cento ou mais por ano88. Por várias razões, incluindo a falha de incluir akatisia tardia nas estimativas, as taxas de fato são provavelmente muito maiores para todos os pacientes89.

     Vimos a vida de numerosos indivíduos, e suas famílias, destruídas pela discinesia tardia. Em muitos casos, os pacientes e suas famílias não foram informados pelos médicos sobre os perigos da discinesia tardia90. Em outras instâncias, vários médicos - um após o outro - ignoraram os sintomas óbvios da desordem. Muitas vezes a dose da droga psiquiátrica foi erroneamente aumentada em vez de ser reduzida ou interrompida. A falha de parar o consumo destas drogas, ao primeiro sinal da desordem, resultou nestes casos, em dolorosos, altamente incapacitantes e desfigurantes, espasmos e contrações musculares. Os indivíduos aflingidos ficaram inaptos de trabalhar ou conduzir uma vida familiar ou social normal. Muitas vezes, eles tornaram-se deprimidos, sentiram-se humilhados por sua aparência física, e afastaram-se dos entes queridos.

4.8  Síndrome neuroléptica maligna

     Outra reação desastrosa causada pelas drogas neurolépticas é a síndrome neuroléptica maligna (SNM). Semelhante a inflamação cerebral viral (encefalite), SNM é caracterizada por movimentos anormais severos, febre, sudorese, pressão arterial e pulso instável, e funcionamento mental prejudicado. Delírio e coma também podem se desenvolver. A síndrome neuroléptica maligna (SNM) pode ser fatal, especialmente quando os médicos não conseguem reconhecê-la à tempo. Pacientes que se recuperam podem ficar com graus variados de deficiência mental irreversível, bem como movimentos anormais permanentes91. Esta reação a droga psiquiátrica parece tão "bizarra" que muitos médicos inicialmente, e até mesmo persistentemente, atribuem-na à "doença mental" do paciente. Em tais casos, é claro, esta síndrome iatrogênica vai ficar sem tratamento - com resultados trágicos.

     Embora muitos médicos e até mesmo alguns livros digam que a síndrome neuroléptica maligna é "rara", outros, como A.F. Schatzberg, Cole J.O., e C. de Battista (1997) [331] dão uma estimativa mais realista de 0,7 a 2,4 por cento das internações hospitalares tratadas com neurolépticos. A taxa maior, de 2,4 por cento, é provavelmente a mais acurada92. A FDA considera uma taxa de 1 por cento, como sendo "comum" ou "frequente". Como a discinesia tardia, a síndrome neuroléptica maligna pode ser causada por antipsicóticos atípicos. Uma revisão realizada em janeiro de 2003 localizou 68 casos publicados, a maioria dos quais foram causados por Leponex, Risperdal, e Zyprexa (Ananth et al., 2004 [10]).

     Usando uma taxa inferior de 1 por cento, Maxmen e Ward (1995 [267], p. 33) estimaram que 1.000 até 4.000 mortes ocorrem nos Estados Unidos, a cada ano, como resultado da síndrome neuroléptica maligna. O número de fato é provavelmente muito maior.

     Se tais taxas elevadas, de uma reação adversa perigosa e desabilitadora, fossem relatadas em relação às drogas farmacêuticas usadas na medicina em geral, como os antibióticos ou medicação para pressão alta, elas provavelmente seriam retiradas do mercado. Pacientes mentais vulneráveis, pelo contrário, são propositadamente expostas à tratamentos mentais danosos como eletrochoque, psicocirurgia, e neurolépticos.

4.9  Psicoses induzidas pela abstinência de antipsicóticos

     Um número de relatórios confirmam que essas drogas psiquiátricas podem causar reações de abstinência muito desabilitadoras, incluindo psicose irreversível (psicose tardia) e deterioração irreversível dos processos mentais (demência tardia) (ver Capítulo 9). Tragicamente indivíduos tratados por um distúrbio emocional agudo, e talvez de curta duração, podem acabar com uma psicose crônica induzida por estas drogas antipsicóticas.

4.10  Outros efeitos nocivos dos antipsicóticos

     Morte súbita inexplicada é outro efeito adverso das drogas neurolépticas, especialmente entre pacientes hospitalizados cronicamente. Pode ser devido a um aumento da taxa de convulsões, reflexo de deglutição prejudicado, ou ataques cardíacos causados por arritmias. Estes medicamentos também reduzem a capacidade de lidar com o calor, resultando em várias mortes nos centros urbanos durante as ondas de calor. Isso ocorre porque as pessoas que consomem neurolépticos são menos sensíveis aos sinais do seu corpo, eles podem tornar-se perigosamente doentes antes de perceber isto.

     Todos os antipsicóticos podem causar uma síndrome de Parkinson, envolvendo o achatamento das emoções, características faciais endurecidas, tremores, e um andar característico interrompido e arrastado. O termo acinesia, referindo-se a desaceleração das emoções e movimentos, é usado para descrever um aspecto dessa síndrome. Antipsicóticos também podem produzir espasmos musculares dolorosos e agudos (distonias) e agitação emocional muito perturbadora acompanhada por uma necessidade compulsiva de circular (akatisia). Estudos indicam taxas muito altas - às vezes superiores a 50 por cento - dessas reações adversas agudas. Como nós já descrevemos, tais reações podem se tornar permanentes em uma grande porcentagem de pacientes.

     Embora haja alguma variação entre os medicamentos desta classe, todos eles podem causar psicoses tóxicas com delírio, confusão, desorientação, alucinações e delusões. Os antipsicóticos atípicos não são exceção. Um artigo publicado na época que Abilify (aripiprazol) apareceu pela primeira vez no mercado dos Estados Unidos, em 2004, descreveu quatro casos de exacerbação de psicose depois de começar o consumo dessa droga psiquiátrica. O relatório tem um título incomumente informativo: "Aripiprazole possivelmente piora a psicose" (Ramaswamy et al., 2004 [314]). Invega (paliperidona) foi recentemente aprovada pela FDA. A agência descreveu a droga como uma nova entidade molecular, significando que a sua substância ativa nunca tinha sido aprovada para comercialização nos Estados Unidos. No entanto, toda pessoa que tenha tomado Risperdal teve Invega percorrendo seu corpo - porque Invega é simplesmente o principal metabólito ativo de Risperdal, no mercado desde 1994. Invega é agora descrita em algumas publicações como um antipsicótico único, mas muitos, se não todos os efeitos adversos de Risperdal, podem esperadamente ocorrer com Invega.

     Provavelmente todos os antipsicóticos também podem causar depressão; Permitil, na forma intramuscular de longa ação, parece ser um ofensor especial a esse respeito. A maioria deles podem causar sedação e fadiga, convulsões, ganho de peso, perigosos problemas cardíacos, hipotensão (especialmente quando o paciente tenta se levantar), uma variedade de problemas gastrointestinais, como paralisia dos intestinos, anormalidades hormonais, incluindo inchaço dos seios e mesmo lactação, disfunções sexuais, crescimento desfigurado do cabelo da face, erupções na pele e sensibilidade à luz solar, distúrbios oculares, reações alérgicas que podem se tornar sérias e desordens da regulação da temperatura corporal que podem levar a fatalidades em dias quentes.

     A maioria dos neurolépticos também podem causar supressão da medula óssea (agranulocitose ou anemia aplástica), envolvendo a supressão imunológica e o risco de infecções sérias e intratáveis. Embora aparentemente rara, exceto no caso de Leponex, essas desordens do sangue são potencialmente letais. As famílias necessitam estar alertas aos primeiros sinais, tais como temperatura elevada, e imediatamente procurar uma avaliação médica, incluindo uma contagem dos glóbulos do sangue. Desafortunadamente, muitos tipos diferentes de drogas psiquiátricas podem causar supressão da medula óssea.

     Embora o leitor possa estar se sentindo sobrecarregado pelos dados apresentados até aqui, este sumário apenas tocou a enorme gama dos efeitos adversos sérios, muitas vezes associados com neurolépticos. Estas drogas psiquiátricas sujeitam à deficiência quase todos os sistemas do corpo. Pesquisas, incluindo um estudo recente, indicam que essas drogas são tóxicas para as células em geral93.

     Qualquer pessoa, bem como seus parentes e amigos, que esteja tomando estas drogas psiquiátricas deve rever os efeitos adversos listados na Referência de Mesa dos Médicos [Physicians' Desk Reference] e outras fontes.

     Loxitane, Moban, Navane, Orap e Haldol, essencialmente, apresentam os mesmos perigos que as fenotiazinas, especialmente em relação à discinesia tardia e a síndrome neuroléptica maligna. Haldol e Orap são especialmente propensos a causar severos e dolorosos problemas neurológicos.

     Os antipsicóticos atípicos, elogiados durante a última década como drogas psiquiátricas inovadoras em termos de melhora da eficácia e segurança superior, não são tão atípicos, afinal. Têm sido demostrado que todas estas drogas causam uma gama de desordens neurológicas e psicológicas associadas com os outros neurolépticos (antipsicóticos), incluindo discinesia tardia e síndrome neuroléptica maligna (ver Capítulo 9). Uma cuidadosa revisão conclui que "antipsicóticos atípicos continuam a ter riscos notáveis de [desordens de movimentos anormais], particularmente akatisia" (Shirzadi e Ghaemi, 2006 [344]). Um de seus mais bem documentados efeitos adversos é comumente chamado de "síndrome metabólica", que consiste no metabolismo de açúcar e/ou de insulina anormal, ganho de peso, níveis elevados de colesterol e pressão arterial elevada. Aproximadamente 50 por cento dos pacientes consumindo atípicos ganham uma média de 20 por cento do seu peso (principalmente gordura), e alguns ganham muito mais. Ganho de peso pode predispor indivíduos a vários problemas, incluindo a doença arterial coronariana, açúcar elevado no sangue, e apnéia do sono. Em adição a isso, drogas psiquiátricas atípicas são relativamente estimulantes com uma tendência a provocar agitação e outras anormalidades comportamentais.

     Leponex (clozapina) é uma droga psiquiátrica mais sedativa do que a maioria desta classe. Muitos pacientes que a consomem podem esperadamente se tornar letárgicos, subjugados, e sonolentos. Alguns relatos indicam que ela pode causar desordem obsessiva-compulsiva (DOC). Entre os antipsicóticos ela também tem uma reputação especial por causar problemas de abstinência, incluindo agitação, ansiedade e psicose tóxica (ver Capítulo 9).

     Leponex tem muitos efeitos adversos, incluindo pressão arterial baixa e uma taxa de 4 até 5 por cento de convulsões, sobretudo em doses elevadas. Embora não tenhamos encontrado nenhum caso publicado de discinesia tardia devido à Leponex, a FDA exige que a droga carregue o aviso padrão para discinesia tardia desta classe de neurolépticos. As ações farmacológicas desta droga psiquiátrica são consistentes com a produção desta desordem. Em adição a isso, Leponex é conhecido por causar síndrome neuroléptica maligna, o mais drástico e potencialmente letal prejuízo neurológico agudo, associado com neurolépticos.

     Leponex também representa um perigo especial de supressão da medula óssea, que é potencialmente fatal. Em tais casos, o sistema imunológico fica comprometido, levando a infecções fatais. As taxas se aproximam de 1 em cada 100 pacientes. Há anos, essa droga psiquiátrica foi proibida em alguns países europeus porque causou muitas fatalidades (mortes), mas o poder crescente das empresas de drogas farmacêuticas posteriormente levou à sua aprovação pela FDA. Pacientes e famílias devem procurar atendimento médico imediato, se uma febre, ou outros sinais de infecção, se desenvolverem durante a administração de qualquer droga neuroléptica, especialmente Leponex.

     Os neurolépticos ou antipsicóticos são drogas psiquiátricas extremamente perigosas. Se elas não fossem drogas de drogaria altamente rentáveis, usadas para controlar uma população indefesa, estigmatizada, ou perturbada, muitas vezes incluindo pacientes involuntários, essas drogas não seriam tão livremente prescritas. Elas podem até ser retiradas do mercado.

4.11  Medicamentos usados para tratar movimentos anormais induzidos por drogas psiquiátricas

     Esta categoria compreende Symmetrel (amantadina), Sinemet (carbidopalevodopa), Cogentin (benztropina), Akineton (biperideno), Kemadrin (prociclidina), Artane (triexifenidila), e Parsidol (etopropazine).

     Aqui nós descrevemos várias drogas psiquiátricas usadas para tratar os movimentos anormais que são produzidos durante o tratamento com os neurolépticos. Apesar de muitas vezes, elas serem eficazes na redução de algumas dessas reações neurológicas agudas antes que se tornem permanentes, elas podem aumentar a probabilidade de que o comprometimento neurológico irá tornar-se permanente na forma de discinesia tardia. Uma vez que a discinesia tardia se desenvolve, estas drogas podem piorá-la.

     Todos essas drogas psiquiátricas também podem causar uma gama de efeitos descritos como anticolinérgicos, porque elas suprimem a função do neurotransmissor acetilcolina. Efeitos anticolinérgicos incluem constipação potencialmente severa com obstrução intestinal e dificuldade para urinar, boca seca, visão turva, vertigens sensibilizadas pela luz, e dor de estômago. Estas drogas também podem piorar o glaucoma.

     O uso dessas drogas de drogaria é perigoso na psiquiatria, porque elas podem imitar os sintomas de desordens psiquiátricas severas, incluindo psicose tóxica, delírio, confusão, excitação, euforia ou tontura, alucinações e delírios, insônia, paranóia, agitação, depressão, apatia ou insensibilidade auditiva, e comportamento bizarro. Elas também podem causar interferência mais sutil, nos processos de memória e pensamento. Embora nenhum estudo desse fenômeno tenha sido conduzido, nós concordamos com outros médicos que acreditam que essas drogas podem causar deterioração mental irreversível, quando utilizadas a longo prazo.

     A síndrome neuroléptica maligna tem sido relatada em conexão com Symmetrel e Sinemet. Estas drogas psiquiátricas também podem causar contrações musculares, espasmos, e outros movimentos involuntários (discinesias), porque ambas produzem o seu efeito estimulando a dopamina.

     Embora seja comum a prática de combinar estas drogas anticolinérgicas com neurolépticos e antidepressivos, as quais geralmente compartilham sua ação anticolinérgica, nós temos visto severas psicoses tóxicas se desenvolverem nestas condições. Os neurolépticos, especialmente com fortes tendências anticolinérgicas, incluem Thorazine e Leponex, seguido por Serentil, Mellaril e Orap. Antidepressivos tricíclicos, com fortes efeitos anticolinérgicos, incluem Elavil e Vivactil, seguidos por Anafranil, Trazodone, Surmontil e Tofranil.

4.12  Drogas psiquiátricas durante a gravidez e amamentação

     Agora que revimos muitos dos perigos associados ao consumo de drogas psiquiátricas, deve ser aparente que o feto ou criança necessita da máxima proteção contra estes agentes. Lítio, como já notado, causa má formações cardíacas. Ele é contra-indicado na gravidez. Mas os pais devem ser muito cautelosos ao expor o feto ou o recém-nascido a qualquer medicamento psicoativo.

     Todas as drogas psiquiátricas atravessam a placenta e entram na corrente sanguínea fetal. Elas fazem isso "prontamente, rapidamente, e sem qualquer limitação"94. Uma vez que a droga entrou na corrente sanguínea fetal, ela tem fácil acesso para o cérebro. Além disso, depois que a criança nasce, o fígado da criança terá menos capacidade que o das mães, de metabolizar ou quebrar a droga, aumentando a duração do tempo que permanecerá presente e ativa no corpo dos recém-nascidos95.

     As substâncias psicoativas também podem passar para o bebê através do leite materno, embora as concentrações possam ser maiores ou menores do que aquelas no sangue das mães. Por exemplo, o nível plasmático da clozapina no sangue fetal, excede o da mãe. Mas, independentemente da tendência relativa das drogas psiquiátricas de cruzarem a corrente sanguínea fetal, mães grávidas ou em amamentação devem evitar a exposição dos bebês a tais substâncias tóxicas, com os seus efeitos nocivos sobre os múltiplos sistemas do organismo. Em adição a isso, após o nascimento, o fígado imaturo das crianças será menos capaz de metabolizar ou quebrar qualquer quantidade, destas drogas, que tenha permanecido em seu corpo. Algumas drogas de drogaria, ingeridas por uma mãe que esteja amamentando, como o lítio, podem fazer a criança tornar-se flácida. Outras drogas, tais como o ácido valpróico (Depakene), podem tornar a criança hiper-excitada e podem causar disfunção cerebral detectável até seis anos mais tarde (Koch et al., 1996 [234]). Cuidado especial deve ser mostrado no primeiro trimestre, quando as má formações são mais comumente causadas por agentes tóxicos. O uso de todas as drogas psiquiátricas deve ser evitado durante a gravidez96. Veja o Capítulo 9 para uma discussão sobre as reações de abstinência destas drogas em recém-nascidos cujas mães consumiram antidepressivos durante a gravidez.

     Até agora, a FDA não aprovou nenhuma droga psiquiátrica para uso durante a gravidez ou a lactação. Alguns médicos tentam tranquilizar as mães grávidas, ou amamentando, sobre a segurança do seu bebê enquanto elas estão consumindo drogas psiquiátricas. Mas não há base científica, que justifique oferecer essa garantia, em relação a qualquer droga farmacêutica que afete o cérebro.

     Há muitas razões para não começar a tomar drogas psiquiátricas e muitas razões para parar de tomá-las depois de ter começado. A escolha, de reduzir ou parar de consumir estas drogas, é uma questão pessoal, mas idealmente ela deve ser feita com a ajuda de um médico experiente, que possa fornecer conselhos sobre estratégias para reduzir o consumo da forma mais segura possível. Infelizmente muitas vezes é difícil encontrar profissionais de saúde que não defendam tais drogas farmacêuticas e que sabem como retirar os pacientes delas. Nós sabemos que este livro tem ajudado a informar muitas pessoas e os profissionais de saúde com os quais elas estão trabalhando.

     Nossa abordagem é baseada no princípio de que os indivíduos e as famílias têm o direito de fazer suas próprias decisões sobre o uso de drogas psiquiátricas. Mas, igualmente importante, acreditamos que decisões informadas podem ser feitas apenas com base na plena abertura, incluindo pontos de vista críticos de especialistas que não defendem estas drogas. Nos capítulos 3 e 4 nós examinamos alguns dos perigos físicos das drogas psiquiátricas. No capítulo seguinte, veremos os perigos, psicológicos e morais, de confiar em tais agentes que alteram a mente.

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Notas de Rodapé:

59 Nenhum capítulo sozinho pode cobrir todos os perigos dos medicamentos psiquiátricos. Mesmo neste livro, os efeitos colaterais, sérios ou com risco de vida, podem algumas vezes serem omitidos. Para um quadro mais completo, o leitor deve consultar diversas fontes médicas a respeito de qualquer droga psiquiátrica em particular. A maioria dos efeitos adversos, destas drogas, listados neste capítulo, são descritos em uma variedade de fontes médicas prontamente disponíveis (ver Apêndice A). Portanto, citações específicas serão dadas apenas nos casos em que informações adicionais ou confirmações parecerem úteis.
60 Grady (1998) [186] e Weis (1998) [385]. Estes relatórios de jornal contêm comentários sobre a publicação do JAMA.
61 Referência de Mesa dos Médicos [Physicians' Desk Reference] (1998) [307], p. 860, coluna 3, linha 10.
62 Ao avaliar os estudos utilizados na aprovação do Prozac para depressão, o revisor médico dos efeitos adversos, pela FDA, Richard Kapit, M.D. (1986 [219], p. 18), informou que a taxa de mania psicótica, induzida pelo Prozac, foi três vezes maior do que em comparação com antidepressivos tricíclicos. Dos 33 casos relatados de mania, 23 ocorreram em pacientes sem história de mania. Veja também a discussão relacionada a isso em Breggin (1997a [55]), p. 86.
63 Associação de Psiquiatria Americana [American Psychiatric Association] (1994) [6], p. 330, ver também p. 329. Peter Breggin tem sido um médico especialista em casos de mania induzida por drogas psiquiátricas que resultaram em homicídio.
64 Os testes clínicos do Prozac são discutidos detalhadamente em Breggin e Breggin (1994 [53]).
65 Emslie et al. (1997) [142]. Breggin (1995 [54]) notou pela primeira vez esta descoberta sinistra, de uma taxa de 6 por cento de mania induzida em crianças pelo Prozac, quando ele leu uma pré-publicação do relatório, sobre a pesquisa de Emslie, em um jornal de psiquiatria. Em uma carta para o jornal, Breggin alertou sobre os altos índices de mania. O jornal notificou que Emslie declinou-se de responder.
66 Luvox estava sendo consumido por Eric Harris, no momento que ele cometeu os assassinatos na Escola Superior de Columbine [Columbine High School], em Littleton, Colorado, no dia 20 de abril de 1999.
67 R.W. Pies (1998) [309], por exemplo, extraiu os seus dados básicos de Maxmen e Ward [267], que por sua vez obtiveram seus dados a partir de uma revisão da literatura.
68 Maxmen e Ward [267] não fornecem taxas para "psicoses tóxicas". As mais próximas síndromes relacionadas são "hipomania e mania", "confusão e desorientação", e os sintomas de alucinações e delírios. Conforme descrito no Capítulo 3 do presente volume, os médicos às vezes especificam tais sintomas como deficiência de memória, agitação e excitação quando, de fato, o paciente está sofrendo de uma psicose tóxica mais global.
69 Especificamente, após rever prontuários de hospitais, Davies et al. (1971) [128] encontraram taxas ainda mais elevadas de: "esquecimento, agitação, pensamentos ilógicos, desorientação, aumento de insônia, e, às vezes, pensamentos delirantes", entre os pacientes que estavam tomando antidepressivos tricíclicos.
70 Uma análise detalhada dos riscos desses medicamentos - incluindo documentação detalhada desta seção - pode ser encontrada em Breggin "Talking Back to Ritalin [Falando em Retrospectiva da Ritalina]" (1998a) [57]. Veja também Breggin (1999a [61], 1999b [62], 1999c [63]).
71 Ver Breggin "Talking Back to Ritalin [Falando em Retrospectiva da Ritalina]". (1998a) [57]. Veja também Breggin (1999a [61], 1999b [62], 1999c [63]).
72 As psicoses induzidas pela Ritalina são discutidas, com citações da literatura, em Breggin (1998a [57]), pp 14-20.
73 A inibição do crescimento é revista em Breggin (1998a [57]), pp 25-28 e Breggin (1999a [61], 1999b [62], 1999c [63]). Existem muitos estudos confirmando a supressão do crescimento (por exemplo, Safer et al., 1975 [330]) e a perturbação dos ciclos do hormônio de crescimento (revisto em Jacobovitz et al., 1990 [210]).
74 Breggin (1998d [60], 1999a [61], 1999b [62], 1999c [63]) reviu, para a comunidade científica, os efeitos adversos de estimulantes, incluindo mudanças no cérebro persistentes e irreversíveis, tais como morte celular.
75 Dukes (1997) [137], Medawar (1997) [272], e Moore (1997) [286]. As críticas mais abrangentes podem ser encontradas em Breggin e Breggin (1994 [53]), com uma atualização em Breggin (1997a [55]).
76 Breggin (1992a [50]) relatou um caso de depressão na abstinência do Prozac.
77 Schatzberg, Cole, e DeBattista (1997) [331], p. 77. Cole cita Fisher et al. (1992), que demonstraram um aumento da taxa de suicídio entre os pacientes consumindo Prozac em comparação com aqueles que consumiam trazodona.
78 Breggin e Breggin (1994 [53]) e Breggin (1997a [55]) revisaram as evidências de suicídio e assassinato cometidos por indivíduos que tomam IsRSS [SSRIs]. Peter Breggin tem sido um médico especialista em alguns dos casos, de responsabilidade iatrogênica de produtos, de processos contra Eli Lilly, fabricante do Prozac. Entre estes estava o caso Wesbecker, o único até agora que chegou a ir ao tribunal superior. (Para testemunho, veja Breggin, 1994 [53]). Wesbecker atirou em doze pessoas, matando oito, e depois atirou em si mesmo se matando. Seu psiquiatra suspeitava que Wesbecker havia se tornado psicótico devido ao Prozac e parou de prescrevê-lo pouco antes da trágica violência ocorrer. Como notado, este caso particular foi secretamente resolvido, pela empresa de drogas farmacêuticas, durante o julgamento. Contudo, a notícia do acordo foi suprimida do juiz e do júri e os autores do processo contra a empresa apresentaram um caso diluída para o júri, a fim de trazer uma vitória mais certa para Lilly. Em suma, os autores secretamente receberam dinheiro em troca de que, em cooperação com Lilly eles manipulassem o julgamento. Após o julgamento, o juiz, John Potter, ficou indignado quando descobriu essas manipulações. Ele mudou o veredito de "extinto pelo júri sem prejuízo" para "resolvido com prejuízo". O Supremo Tribunal do Kentucky considerou que Lilly tinha manipulado o sistema legal e possivelmente até mesmo cometido "fraude". (Veja autoridades dos julgamentos nos tribunais [trial courts authority] 1996 [371]; Gibeaut, 1996 [174], e Varchaver, 1995 [379]. Discutidos em mais detalhes, e com citações adicionais, em Breggin, 1997a [55]). Lilly continuou a fazer afirmações falsas de que ganhou um veredito do júri no caso Wesbecker. Em resposta à notícia em 1998 que um jovem estava tomando Prozac na época que ele supostamente matou seus pais e atirou em vários colegas, Lilly emitiu uma declaração em defesa do Prozac através da Imprensa Associada I.A. [Associated Press] (1998) [23]. De acordo com esta versão da I.A., no caso Wesbecker "as famílias das vítimas processaram Lilly, mas o júri considerou que o Prozac não foi responsável". De fato, Lilly pagou as famílias antes do julgamento terminar em troca de sua cooperação na apresentação de um caso "mais fraco" para o júri. Ainda, de acordo com a versão da Imprensa Associada, Lilly "argumentou com sucesso" em "dezenas de casos em tribunais" de que a causa da violência não era o Prozac. De fato, nenhum outro caso, de responsabilidade iatrogênica de produto relativo ao Prozac, foi ao tribunal. Desde então, em abril de 1999, Eli Lilly finalmente ganhou um julgamento com júri, nos EUA, no Tribunal Distrital do Havaí, no caso de Forsyth v. Eli Lilly (Civil no 95-00185ACK). Peter Breggin, que não estava envolvido no caso Forsyth, também foi especialista médico em vários casos do Prozac relacionados com suicídio ou violência, que foram discretamente resolvidos.
79 Bolton et al. (2006) [43]; Csoka e Susko. (2006) [125].
80 Duloxetine; Nova indicação (2006) [138].
81 Instruções dietéticas podem ser encontradas em Bezchlibnyk-Butler e Jeffries (2005) [38].
82 Uma análise detalhada dos riscos destas drogas psiquiátricas - incluindo a documentação das observações nesta seção - pode ser encontrada em Breggin (1997a [55], 1998b [58]).
83 Ver Breggin (1997a [55], 1998b [58]) para uma análise detalhada dos efeitos adversos comportamentais e mentais dos benzodiazepínicos.
84 Para obter a documentação da proibição de Halcion na Inglaterra, veja Asscher (1991) [22] e Brahams (1991) [44].
85 Uma extensa revisão, dos efeitos adversos do lítio, é encontrado em Breggin (1983 [46], 1997a [55]).
86 Os efeitos adversos dos neurolépticos sobre o sistema nervoso central (SNC) são discutidos extensivamente em Breggin (1983a [46], 1990 [48], 1991 [49], 1993 [52], 1997a [55]).
87 Ver também Breggin e Breggin (1994 [53]) e Breggin (1997a [55]) para discussões sobre a violência contra si mesmo ou outras pessoas devido a akatisia induzida por drogas psiquiátricas.
88 Pies (1998 [309], p. 117) cita uma incidência anual cumulativa de 4 até 5 por cento por ano, para a maioria dos pacientes, e 20 por cento cumulativa por ano, no caso dos idosos. Estes números são consistentes com os relatórios, da força-tarefa sobre discinesia tardia, da Associação de Psiquiatria Americana [American Psychiatric Association] (1980, 1992 [5]). Bezchlibnyk-Butler e Jeffries (1996) [37] estimam que 37 por cento dos pacientes irão desenvolver discinesia tardia nos primeiros cinco anos, e 56 por cento desenvolverão esta doença iatrogênica depois de dez anos consumindo estas drogas psiquiátricas neurolépticas. Breggin (1991 [49], 1997a [55]) discute a natureza e incidência da discinesia tardia em muito mais detalhes.
89 Muitos estudos de discinesia tardia são conduzidos, enquanto o paciente permanece medicado, suprimindo as manifestações dos sintomas. Casos menores, ou até mesmo leves, às vezes são excluídos dos estudos de discinesia tardia (como discutido em Breggin, 1991 [49]). E, como notado, os estudos muitas vezes não incluem dados sobre akatisia tardia, que por si só podem ocorrer a um ritmo elevado. Gualtieri e Sovner (1989) [191] estimam a prevalência da akatisia tardia em 13 até 18 por cento dos casos e chamam a isso de "um problema de saúde significativo". No entanto, as empresas de drogas farmacêuticas não incluiram referências a essa desordem nos rótulos das drogas neurolépticas, e a FDA não mostra sinais de exigir tal inclusão.
90 Muitos destes casos foram cuidadosamente investigados como parte do trabalho forense de Peter Breggin sobre negligência médica e ações legais de responsabilidade iatrogênica de produto.
91 Discutido em Breggin (1997a [55]), pp 49-51. Veja também Rosebush e Stewart (1989) [322].
92 Addonizio et al. (1986) [2] revisaram os prontuários de 82 pacientes do sexo masculino internados em uma unidade psiquiátrica e encontraram uma taxa de 2,4 por cento de síndrome neuroléptica maligna diagnosticada.
93 Discutido em Breggin (1997a [55]), p. 67. A pesquisa recente inclui Inuwa et al. (1994) [209].
94 A citação é de Julien (1997) [218], p. 16.
95 Julien (1997) [218], p. 21. Veja também Stowe, Strader, e Nemeroff (1998) [355], p. 981.
96 Os perigos, de várias drogas psiquiátricas para o feto, são discutidos em Stowe, Strader, e Nemeroff (1998) [355].