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Capítulo 7
Experiência Pré-Natal e Nascimento


Dianética:
A Ciência da Saúde Mental

Livro Dois
A Fonte das Doenças Mentais

L. Ron Hubbard
Ponte para liberdade dos engramas da mente reativa
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Experiência Pré-Natal e Nascimento

     As anciãs, há menos de cem anos, falavam sabiamente sobre a "influência pré-natal" e o modo como uma mulher marcava o seu filho. Muitos desses pensamentos intuitivos são baseados, de fato, em dados observados. Pode ser observado que a criança nascida fora do casamento é, muitas vezes, uma criatura infeliz (numa sociedade que não veja tais comportamentos com bons olhos). Há muitos milênios que essas crenças são mantidas no mundo quotidiano. Só porque se têm mantido não é razão para que sejam verdadeiras, mas fornecem um excelente início para um capítulo sobre a experiência pré-natal e o nascimento.

     Se Dianética tivesse trabalhado com teorias obscuras, tais como as das anciãs ou dos místicos, que acreditam que as "delusões infantis" são capazes de aberrar uma criança, Dianética não seria uma ciência da mente. Mas não foi uma teoria obscura que proporcionou a descoberta do papel exato que a experiência pré-natal e o nascimento desempenham na aberração e nas doenças psicossomáticas.

     Muitas escolas de cura mental, desde o Asclépiade até ao hipnotizador moderno, foram estudadas depois da filosofia básica de Dianética ter sido postulada. Muitos dados foram acumulados, muitas experiências foram feitas. Os fundamentos sobre os engramas já tinham sido formulados e já se tinha descoberto que a "inconsciência" era um período de gravação real quando a teoria começou a predizer novos fenômenos que, até então, não tinham sido observados.

     Nos últimos anos, tem havido uma prática chamada "narcossíntese". Isto era, na realidade, um ramo da "hipnoanálise" e da "análise profunda". Não produziu Clears e nem sequer produziu alívio na maioria dos casos, mas descobriu-se que essa mesma prática era um fator aberrativo. Uma coisa que aberra poderá muito bem levar a uma coisa que remove aberrações, se for estudada cientificamente. Por esse motivo, a narcossíntese foi estudada. Examinaram-se vários casos em que a narcossíntese tinha sido empregada. Alguns destes casos tinham experimentado alívio com a narcossíntese. Outros tinham ficado muito pior.

     Trabalhando com a hipnoanálise, descobriu-se que se podia modificar a técnica até que ela realmente removesse a carga aberrativa contida em locks. No tratamento de esquizofrênicos com narcossíntese, descobriu-se que os locks (períodos de angustia mental que não incluem dor física nem "inconsciência") às vezes se soltavam (apagavam-se) e outras vezes não.

     Narcossíntese é um nome complicado para um processo muito antigo, bastante conhecido na Grécia e na Índia. É o hipnotismo através de drogas. É geralmente empregada pelos praticantes que não conhecem a hipnose ou nos pacientes que não cedem ao hipnotismo normal. Uma injeção intravenosa de pentotal sódico é dada ao paciente e pede-se-lhe que conte para trás. Ele em breve para de contar e, então, para-se também a injeção. O paciente está agora em um estado de "sono profundo". Que isto não é sono parece ter escapado tanto àqueles que aplicam a narcossíntese como aos hipnotizadores. Trata-se, na realidade, de um depressivo que atua sobre a consciência do indivíduo, para que aquelas unidades de atenção que permanecem atrás da cortina do seu banco reativo possam ser alcançadas diretamente. Essas unidades de atenção estão em contato com os bancos padrão. Os circuitos de derivação (circuitos demônio) que estão entre esses bancos e o "Eu' também foram contornados. Por outras palavras, foi exposta uma seção da mente analítica que não está aberrada. Não é muito poderosa nem muito inteligente, mas tem a vantagem de estar em contato direto com os bancos padrão. Esta é a personalidade básica. A intenção, propósito e persistência dessas poucas unidades de atenção têm a mesma qualidade e direção que teria toda a mente analítica, se esta fosse Clear. É um grupo cooperativo de unidades de atenção muito bom e é muito útil, pois a personalidade básica tem todas as recordações: sônico, áudio, táctil, cheiro, dor, etc. Pode alcançar qualquer coisa que esteja nos bancos, e isso inclui tudo o que foi percepcionado ou pensado no período de uma vida, minuto por minuto. Estas qualidades da personalidade básica têm sido muito mal descritas no hipnotismo e de fato é duvidoso, mesmo se fosse geralmente conhecido, que a percepção sônica fizesse parte do sistema de recordação revelado pelo hipnotismo profundo ou pelo hipnotismo por droga, chamado narcossíntese.

     Um estudo da personalidade básica em um sujeito multivalente que tinha uma péssima memória, que não tinha boas recordações e que tinha uma imaginação fraca, revelou a informação de que a PB (as unidades de atenção chamadas personalidade básica) era mais capaz de selecionar dados do que a (personalidade básica representada pelo sujeito acordado). Descobriu-se, além disso, que a PA normalmente podia retornar melhor do que a PB no que respeita ao tempo-distância, mas que, quando a PA chegava ao ponto mais antigo, esta era incapaz de conseguir recordar. Mas se a PA fosse lá atrás e estabelecesse um contato vago com um incidente, o hipnotismo por droga ou o hipnotismo comum, usado no indivíduo quando ele estava em tempo presente (já não retornado), permitiria então que a PB retornasse. O hipnotismo por droga raramente foi capaz de abrir caminho muito para trás na vida do paciente. Mas ao fazer com que a força da PA fosse para trás e então usar a PB para recordar, foi possível alcançar alguns incidentes muito antigos. Este truque foi inventado para superar algumas das dificuldades que tornavam os resultados da hipnose por droga relativamente incertos.

     Descobriu-se, então, outro fator. Todos os pacientes que tinham sido tratados com narcossíntese tinham piorado todas as vezes que as pessoas que estavam a fazer o trabalho tinham tocado, mas deixado intacto (porque "toda a gente sabia" que uma pessoa "inconsciente" não gravava), um período de "inconsciência". Quando um desses períodos "inconscientes" era sondado desta maneira - por meio da hipnose por droga chamada narcossíntese - o paciente normalmente ficava pior, e não melhor. Sondando um pouco mais do que os praticantes usuais haviam sondado, a pesquisa de Dianética penetrou em alguns dos períodos "inconscientes" da vida mais recente e, com muito trabalho, pô-los a nu.

     Entretanto, toda a hipnose por droga, quer se chame narcossíntese ou uma visita do deus Asclépio, ainda é hipnose. Tudo o que for dito a um sujeito hipnotizado permanece como uma sugestão positiva, e estas sugestões positivas são simplesmente engramas com um efeito um pouco mais leve e de menor duração. Quando uma droga está presente, o hipnotismo é complicado pelo fato das drogas hipnóticas serem, afinal de contas, venenos; então, o corpo passa a possuir um somático permanente (pelo menos até à descoberta de Dianética) que acompanha a sugestão. O hipnotismo por droga cria invariavelmente um engrama. Qualquer coisa que o praticante diga a um sujeito narcotizado torna-se, até certo grau, engrâmica. Durante a pesquisa de Dianética supôs-se inicialmente, ao encontrar na mente dos pacientes a tagarelice descuidada dos clínicos, que estes pacientes tinham sido submetidos a hipnose por droga, que este descuido dos clínicos de dizerem tantas coisas aberrativas era responsável por alguns dos fracassos. Mas descobriu-se que isto era verdade em um sentido muito limitado. Depois verificou-se que quando se alcançavam os períodos "inconscientes" obtidos através da hipnose por droga, estes recusavam-se a levantar, mesmo quando o paciente os recontava dezenas de vezes. Culpou-se o caráter narcótico da hipnose por isso.

     Usou-se, então, o hipnotismo direto para alcançar esses períodos de "inconsciência" recentes e mesmo assim estes não se levantavam. Julgou-se, portanto, ser seguro continuar o uso de drogas nos paciente que recusavam a hipnose. Começou-se a empregar o truque da PA-PB alternadas.

     Descobriu-se, pela hipnose por droga, quando esta era necessária, e pela hipnose direta, quando esta era possível, que se podia fazer o "esquizofrênico" (o aberrado multivalente) alcançar períodos muito antigos em todos os casos. Descobriu-se, além disso, que um período antigo de "inconsciência" muitas vezes se levantava. As experiência ocasionaram um axioma científico:

Quanto mais antigo for o período de "inconsciência", mais provável será que este se levante.

     Esse é um axioma fundamental da terapia de Dianética.

     Trabalhou-se com maníaco-depressivos que possuíam recordação sônica, a maioria por hipnose direta, e descobriu-se que eles também seguiam esta regra. Mas isto foi mais dramático no aberrado multivalente: pois quando um engrama não se levantava, este colidia com a sua mente analítica quando ele estava desperto e criava uma variação nas suas psicoses, trazendo também consigo as doenças psicossomáticas.

     Isto permitiu compreender a razão por que o aberrado multivalente, sob narcossíntese, piorava sempre que algum praticante deslizava (sem entrar, naturalmente) sobre um período de "inconsciência" mais recente. Agora surgira o problema de aplicar o axioma. Postulou-se que o engrama primário devia, de algum modo, suprimir engramas posteriores. Tomando em consideração os outros dados e postulados, esta era uma suposição inteiramente razoável. Quanto mais para trás se recuava na vida de um aberrado multivalente, menos probabilidades haviam de o restimular artificialmente. Muitas vezes, um engrama situado por volta dos dois ou três anos de idade levantava-se inteiramente, dando-lhe um grande alívio.

     O problema desta pesquisa estava muito longe de ser o mesmo problema enfrentado por aqueles que, desconhecendo a mente reativa e a "inconsciência", tentavam simplesmente encontrar fatores de computação em um nível racional, ou em incidentes da vida quotidiana, como fatores aberrativos em um paciente.

     Quando se toca um engrama, este oferece muita resistência, sobretudo acima da idade de dois anos. Além disso, todo o banco reativo estava profundamente enterrado sob camadas nebulosas de "inconsciência" e, além disso, este era salvaguardado por um mecanismo da mente analítica que tendia a proibi-la de tocar em dor ou em emoção dolorosa. O banco reativo esteve a proteger-se durante toda a pesquisa, mas este era obviamente a resposta. O problema era como conseguir o seu alívio, se é que este podia ser aliviado.

     Tendo provocado um enorme desconforto em várias personalidades multivalentes, atingiu-se um novo nível de necessidade que nos obrigava a fazer alguma coisa para resolver o problema. Mas havia esta esperança brilhante: o axioma mencionado acima. Era preciso construir uma ponte entre a insanidade e a sanidade, e ali, no axioma, tinha-se pelo menos o vislumbre de um plano. Quanto mais cedo a pessoa tinha experimentado essa névoa e dor, mais leves esses engramas pareciam ser.

     Então um dia, um paciente multivalente sob drogas retrocedeu ao nascimento. Ele sofreu a dor - e isso foi muito doloroso com esta técnica rude, pois Dianética ainda não se tinha aperfeiçoado até ser uma peça de maquinaria bem lubrificada - e ele debateu-se através do período de "inconsciência", lutou contra o médico que tinha tentado pôr-lhe gotas nos olhos e, de um modo geral, ressentiu-se com todo o procedimento. Primeiro, mandou-se a PA recuar no tempo e depois, sob drogas, a PB tinha contatado o incidente.

     Este pareceu ser um dia extraordinário para Dianética. Depois de vinte repasses através do nascimento, o paciente experimentou uma recessão de todos os somáticos, "inconsciência" e conteúdo aberrativo. Ele tinha tido asma. Parecia que esta asma tinha sido causada pelo entusiasmo do médico ao puxá-lo da mesa justamente quando ele lutava pela sua primeira respiração. Tinha tido conjuntivite. Essa veio das gotas para os olhos. Ele tinha tido sinusite. Essa veio das cotonetes para o nariz usadas pela enfermeira bonita.

     Houve regozijo, porque ele parecia um novo homem. Uma psicose primária acerca de ser "empurrado de um lado para o outro" tinha desaparecido. A realidade subjetiva deste incidente era intensa. A realidade objetiva não tinha importância, mas a mãe desse paciente estava por perto e a realidade objetiva foi estabelecida simplesmente ao retorná-la, em terapia, até ao nascimento dele. Eles não tinham comunicado a respeito do assunto em pormenor. O registro da sequência dela concordava com a do paciente, palavra por palavra, pormenor por pormenor, nome por nome. Mesmo que eles tivessem comunicado, a possibilidade de uma tal duplicação, fora da situação de Dianética, era matematicamente impossível. Ela tinha estado "inconsciente" durante o nascimento do paciente e sempre tinha suposto que as coisas tinham sido muito diferentes, e os dados do retorno deitaram abaixo a descrição que ela fazia da ocorrência, quando desperta, como sendo uma pura fábula.

     Para garantir que isto não era uma casualidade (pois o pesquisador que baseia as suas conclusões numa única experiência é bastante medíocre), dois maníaco-depressivos foram retornados aos seus nascimentos e ambos completaram a experiência. Mas um desses dois engramas de nascimento não queria levantar-se!

     O axioma postulado foi novamente posto em campo. Se fosse possível encontrar o engrama mais antigo, então os outros levantar-se-iam, cada um por sua vez. Esta era a esperança.

     O maníaco-depressivo, cujo nascimento não se tinha levantado, foi retornado a um período anterior ao nascimento, em um esforço para encontrar um engrama anterior.

     As teorias estruturais, carinhosamente mantidas durante séculos, já se tinham desmoronado completamente quando se penetrou na névoa "inconsciente" e na dor para descobrir o engrama como uma unidade aberrativa. Testes feitos tinham apoiado a descoberta de que todos os dados, com a pessoa desperta ou adormecida e "inconsciente", a partir do momento da concepção, eram sempre gravados em alguma parte da mente ou do corpo. A pequena questão da bainha de mielina foi descartada, uma vez que já tinha sido refutada pela pesquisa de laboratório que incluía alcançar o nascimento. A teoria de que não pode ocorrer nenhuma gravação na mente, até que os nervos estejam protegidos pela bainha, depende de um postulado teórico, nunca foi submetida à pesquisa científica e a sua existência depende unicamente da Autoridade - e uma "ciência" que depende apenas da Autoridade é um sopro na ventania da verdade e não é, portanto, uma ciência. Que os bebês não podem gravar até que a bainha de mielina esteja formada é, com base na investigação, tão verdade quanto o fato de que a inveja do pênis é a causa da homossexualidade feminina. Nenhuma dessas teorias, quando aplicada, funciona. Porque o bebê, afinal de contas, é composto de células e está agora provado por muita pesquisa que é a célula, não o órgão, que grava o engrama.

     Assim, não havia qualquer inibição quanto a procurar antes do nascimento por aquilo que Dianética já tinha começado a chamar básico-básico (o primeiro engrama da primeira cadeia de engramas). E alcançou-se um engrama anterior.

     Descobriu-se, desde então, que a criança faz uma grande quantidade de registros, enquanto no útero, que não são engrâmicos. Durante algum tempo, pensou-se que a criança no útero gravava com base no princípio do "ouvido amplificado", em que o ouvido afina-se na presença de perigo e particularmente durante a "inconsciência". Mas a primeira pesquisa descobriu que os engramas pré-natais são mais fáceis de alcançar quando contêm uma grande quantidade de dor. Há provas de que as células, não o indivíduo, registram a dor. E o banco reativo de engramas é composto apenas de células.

     Recorrer à natureza em vez de recorrer à Autoridade é a pedra angular da ciência moderna. Enquanto Galeno permaneceu como a Autoridade sobre o sangue, ninguém senão "loucos" como da Vinci, Shakespeare e William Harvey pensaram sequer em fazer experiências para descobrir qual era a verdadeira ação do sangue! Enquanto Aristóteles permaneceu como a Autoridade para Tudo, reinou a Idade das Trevas. O avanço surge das perguntas que uma mente livre faz à natureza, não de citar as obras e de pensar os pensamentos de tempos idos. O recurso ao precedente é uma asserção de que os mentores de ontem estavam mais bem informados do que os de hoje: uma asserção que se esvai perante a verdade de que o conhecimento é composto pelas experiências passadas, das quais temos, com toda a certeza, um maior número do que os mentores mais bem informados de outrora.

     Considerando que Dianética se baseava numa filosofia que usava a célula como o elemento construtivo básico, o fato de que a gravação dos engramas era feita pelas células foi recebido com menos surpresa do que poderia ter sido. O engrama não é uma memória; é um traço celular de gravações, profundamente impressas na própria estrutura do corpo.

     Já se tinha testado qual era a experiência de que as próprias células eram capazes. Já se tinha descoberto que uma monocélula não só dividia a sua substância, mas também dava toda a sua experiência às células que produzia, como um disco-mestre fará duplicatas. Esta é uma peculiaridade das monocélulas: elas sobrevivem como identidades. Cada uma é pessoalmente o seu antepassado. A Célula A divide-se numa primeira geração; esta geração também é a Célula A; a segunda geração, a segunda divisão, cria uma entidade que ainda é a Célula A. Faltando-lhe a necessidade de processos tão laboriosos como a construção, o nascimento e o crescimento antes da reprodução, a monocélula simplesmente divide-se. E pode-se postular que tudo o que ela aprendeu está contido na nova geração. A Célula A morre mas, através de gerações que partiram dela, a geração mais recente ainda é Célula A. A crença do ser humano de que ele viverá na sua progênie deriva possivelmente dessa identidade celular de procriação. Outra possibilidade interessante reside no fato de que até mesmo os neurônios existem em embrião no zigoto e os neurônios não se dividem, mas são como organismos (e poderão ter o vírus como o seu elemento construtivo básico).

     Contudo, Dianética, como um estudo da função e ciência da mente, não necessita de nenhum postulado relativo à estrutura. A única prova é se um fato funciona ou não. Se funciona e pode ser usado, é um fato científico. O engrama pré-natal é um fato científico. Foi testado e examinado quanto a realidade objetiva, e ainda permanece firme. Mas quanto à realidade subjetiva, somente a aceitação do engrama pré-natal como um fato funcional torna possível o Clear.

     Ao fim de uma série de 270 Clears e casos aliviados, escolheu-se uma curta série de cinco casos para finalmente arrumar o argumento. Não se permitiu que nenhum desses cinco casos admitisse algo antes do nascimento. Foram tratados com tudo o que Dianética, hipnotismo e outras terapêuticas podiam oferecer, e não se obteve nenhum Clear. Isto excluiu a "personalidade do operador" ou a "sugestão" ou a "fé" como fatores em Dianética. Esses cinco casos nunca tinham sido informados sobre engramas pré-natais. Cada um deles se desviou na direção desses engramas pré-natais, mas foram refreados sem serem informados de que havia engramas tão cedo. Os cinco foram aliviados quanto a algumas variedades de doenças psicossomáticas, mas estas foram apenas aliviadas, não se curaram completamente. As aberrações permaneceram sem grandes mudanças. Eles ficaram extremamente desapontados, uma vez que cada um deles tinha ouvido alguma coisa acerca dos "milagres que Dianética podia fazer". Antes deles, 270 casos tinham sido trabalhados e 270 casos tinham alcançado os engramas pré-natais. E 270 casos tinham sido Clareados ou aliviados, conforme a escolha do Dianeticista ou o tempo disponível. Todos poderiam ter sido Clareados com uma média de mais ou menos 100 horas, para cada uma das pessoas que foram aliviadas. Em suma, em casos escolhidos aleatoriamente - e em casos selecionados de modo a incluir no clareamento pelo menos dois de cada classificação de neurose ou psicose - foram obtidos resultados quando os engramas pré-natais e do nascimento foram considerados e usados em terapia. Quando esses fatores não foram tomados em consideração, os resultados não foram mais favoráveis do que aqueles conseguidos nos maiores sucessos das escolas passadas - o que não é suficientemente bom para uma ciência da mente.

     Os engramas pré-natais e de nascimento foram impostos a Dianética como fatos existentes na natureza das coisas. Que as escolas anteriores tenham passado por cima desses engramas e entrado na área pré-natal sem resultado, não significa que não se pudesse encontrar os pré-natais, nem significa que essas escolas anteriores dessem muito valor à experiência pré-natal quando chegavam sequer a considerá-la. O problema é um pouco mais complexo: a dificuldade residia em encontrar o banco reativo que estava ocluído pela "inconsciência", a qual nunca antes havia sido penetrada deliberadamente como "inconsciência". A descoberta desse banco reativo levou à descoberta dos engramas pré-natais, que são muito diferentes da "memória pré-natal".

     Depois de se ter examinado alguns casos quanto à sua realidade objetiva e subjetiva, Dianética foi obrigada a aceitar, se desejava um Clear, o fato de que as células do feto fazem registros. Mais alguns casos e um pouco mais de experiência descobriram que as células do embrião registram. E subitamente descobriu-se que a gravação começa nas células do zigoto, isto é, com a concepção. O fato de o corpo recordar a concepção, que é uma atividade de elevado nível de sobrevivência, tem pouco a ver com engramas. A maioria dos pacientes que tivemos até agora, mais cedo ou mais tarde, espanta-se quando dá por si a nadar por um canal acima ou à espera de ser conectado com algo. A gravação está ali. E de pouco serve discutir com um preclear que ele não pode recordar ser um espermatozóide, engrâmico ou não, conforme poderá ser o caso. Isto precisa de ser comentado, porque qualquer Dianeticista irá encontrá-lo.

     Qualquer pessoa que postule que "voltar ao útero" era uma ambição, devia ter examinado a vida no útero com um pouco mais de cuidado. Mesmo um cientista medíocre teria, pelo menos, tentado descobrir se alguém podia recordar-se dessa vida, antes de afirmar que havia uma memória desta. Mas a vida no útero não parece ser o Paraíso que tem sido poeticamente, se não cientificamente, representado. A realidade revela que três humanos e um cavalo dentro de uma cabina telefônica teriam só um pouco menos de espaço que um bebê que ainda não nasceu. O útero é húmido, desconfortável e desprotegido.

     A Mamã espirra e o bebê fica "inconsciente". A Mamã esbarra leve e descuidadamente numa mesa, e o bebê fica com a cabeça metida para dentro. A Mamã tem prisão de ventre e o bebê, no esforço ansioso, é espremido. O Papá torna-se apaixonado e o bebê tem a sensação de que foi metido numa máquina de lavar roupa em funcionamento. A Mamã fica histérica, o bebê recebe um engrama. O Papá bate na Mamã, o bebê recebe um engrama. O filho mais novo salta no colo da Mamã e o bebê recebe um engrama. E assim por diante.

     As pessoas têm dúzias de engramas pré-natais quando são normais. Podem ter mais de duzentos. Cada um deles é aberrativo. Cada engrama contêm dor e "inconsciência".

     Os engramas recebidos como zigoto são potencialmente os mais aberrativos, por serem totalmente reativos. Os que são recebidos como embrião são intensamente aberrativos. Os recebidos como feto são, por si sós, o suficiente para levarem as pessoas para os manicômios.

     Zigoto, embrião, feto, infante, criança, adulto: estes são todos a mesma pessoa. O tempo tem sido considerado como o Grande Curador. Isso pode ser arquivado com as coisas que "toda a gente sabia". Em um nível consciente, poderá ser verdade. Mas em um nível reativo, o tempo não é nada. O engrama, quando recebido, tem força em proporção com o grau em que é restimulado.

     O mecanismo de um engrama tem uma característica interessante. Este não é "raciocinado" ou analisado, nem tem significado algum até que lhe seja feito o key-in. Um bebê, antes de aprender a falar, pode ter um engrama em restimulação, mas o key-in desse engrama deve ter sido feito pelos dados analíticos que o bebê possui.

     A mente reativa rouba o significado à mente analítica. Um engrama é apenas um número de ondas gravadas até que faça key-in e essas gravações, através dessa restimulação, passam a agir sobre a mente analítica. Poderá ser que o engrama nunca tenha qualquer razão ou significado dentro de si, mas que apenas envie as suas ondas como coisas impensadas para o corpo e o analisador, e que o corpo e o analisador, através de mecanismos, lhes dêem significado. Por outras palavras, o engrama não é uma gravação senciente que contêm significados. É apenas uma série de impressões como as que uma agulha poderá fazer sobre a cera. Essas impressões não têm significado para o corpo até que o engrama faça key-in, e nessa altura ocorrem as aberrações e os psicossomáticos.

     Assim, pode-se compreender que a criança pré-natal não tem a menor idéia do que está a ser dito, em termos de palavras. Aprende, sendo um organismo, que certas coisas poderão significar certos perigos. Mas isto é o mais longe que ela vai com a gravação. A mente precisa ser mais ou menos formada por completo, antes que um engrama possa impor-se ao nível analítico.

     A criança pré-natal pode, naturalmente, experimentar terror. Quando os pais ou a abortadeira profissional começam a procurá-la e a enchem de buracos, ela conhece o medo e a dor.

     Essa criança pré-natal tem, contudo, uma vantagem na sua situação. Por estar rodeada de fluido amniótico e dependente da mãe para a nutrição, por estar em um estado de crescimento em que facilmente se recompõe fisicamente, ela pode reparar uma grande quantidade de danos, e assim faz. As qualidades de recuperação do corpo humano nunca são tão elevadas como antes do nascimento. Danos que aleijariam um bebê para o resto da vida ou que matariam um adulto podem ser facilmente resolvidos por uma criança pré-natal. Não é que esse dano não faça um engrama - pois com certeza que faz, completo com todos os dados, discurso e emoção - o importante aqui é que esse dano não mata com facilidade.

     A razão por que as pessoas tentam abortar filhos é um problema que só tem resposta na aberração, pois é muito difícil abortar uma criança Pode-se dizer que na tentativa, a própria mãe está em maior perigo de morte do que a criança, seja qual for o método usado.

     Uma sociedade que suprime o sexo como algo mau e que seja tão aberrada que qualquer um dos seus membros tentará um aborto, é uma sociedade que se está a condenar a uma insanidade crescente. Porque é um fato científico que as tentativas de aborto são o fator mais importante na aberração. A criança cujo aborto foi tentado está condenada a viver com assassinos, sabendo reativamente durante toda a sua infância, fraca e desprotegida, que eles são assassinos! Ela apega-se irracionalmente aos avós, tem reações de terror a qualquer punição, adoece facilmente e sofre durante muito tempo. E não há nenhum modo garantido de se abortar uma criança. Use anticoncepcionais, não uma agulha de tricô ou um irrigador, para controlar a população. Uma vez concebida a criança, por mais "vergonhosas" que sejam as circunstâncias, sejam quais forem os costumes, seja qual for o rendimento, o homem ou mulher que tente um aborto está a tentar um assassínio que raramente será bem-sucedido e está a lançar as bases de uma infância de doenças e desgostos. Qualquer pessoa que tente um aborto está a cometer um ato contra toda a sociedade e o futuro; qualquer juiz ou médico que recomende um aborto deve ser instantaneamente privado da sua posição e profissão, quaisquer que sejam as suas "razões".

     Se uma pessoa sabe que cometeu este crime contra uma criança que nasceu, ela deve fazer o possível por Aclará-la tão cedo quanto possível após a idade de oito anos e, entretanto, tratá-la com toda a decência e cortesia possíveis, para evitar a restimulação do engrama. Porque, caso contrário, ela poderá mandar essa criança para um manicômio.

     Uma grande proporção das crianças que são, alegadamente, débeis mentais são de fato casos de tentativa de aborto cujos engramas as colocam numa paralisia de medo ou numa paralisia regressiva e lhes ordenam que não cresçam, mas que fiquem onde estão para sempre.

     Os muitos milhares de milhões que os Estados Unidos gastam anualmente em manicômios para os loucos e em cadeias para os criminosos, são gastos sobretudo devido a tentativas de aborto feitas por alguma mãe com bloqueios sexuais, para quem as crianças são uma maldição e não uma bênção de Deus.

     A antipatia para com as crianças significa uma Segunda Dinâmica bloqueada. O exame fisiológico de qualquer pessoa com esse bloqueio mostrará uma perturbação física dos órgãos genitais ou das glândulas. A terapia de Dianética demonstraria uma tentativa de aborto ou uma existência pré-natal igualmente abominável e Clarearia o indivíduo.

     O caso da criança que, enquanto isto está a ser lido, ainda não nasceu, mas que sofreu uma tentativa de aborto, não está perdido. Se for tratada com decência depois de nascer e se não for restimulada ao presenciar discussões, ela crescerá e engordará até à idade dos oito anos, altura em que pode ser Clareada e provavelmente ficará muito espantada por saber a verdade. Mas esse espanto e qualquer antagonismo incluído nisso desaparecerá ao tornar-se Clear e o seu amor pelos pais será maior do que antes.

     Todas estas coisas são fatos científicos, testados e reexaminados repetidamente. E com eles pode-se produzir um Clear, de quem depende o futuro da nossa raça.