Índice Superior Vai para o próximo: Capítulo 3
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Filho: Sobre o que você quer falar neste diálogo?
Pai: Este diálogo é a primeira aula personalizada de uma série na qual pretendo explicar para ti o conteúdo escolar no nível fundamental e depois no nível do ensino médio.
Filho: Qual é o objetivo prático destas aulas em forma de diálogo?
Pai: O objetivo é te preparar para ingressar no nível superior do ensino universitário.
Filho: Qual o assunto desta primeira aula?
Pai: Primeiramente eu vou te explicar sobre dois aspectos da realidade: o qualitativo e o quantitativo. Depois vou definir duas classes de coisas quantitativas: as discretas e as contínuas. Quando eu falar das quantidades discretas darei o exemplo dos dez algarismos da nossa base decimal e explicarei um método visual para ensinar matemática aos bebês. Quando eu falar das quantidades contínuas mostrarei na prática como realizar as operações de soma e subtração utilizando uma fita métrica.
Filho: Que legal. Me interessei por este método de ensinar matemática para os bebês. Já estou imaginando que quando eu casar e tiver um bebê eu poderei lhe ensinar matemática!
Pai: Eu vou aproveitar este seu interesse pelos bebês e as pessoas da sua futura família e vou explicar para ti sobre o primeiro tópico da aula de hoje.
Filho: Eu tive a impressão que esta aula seria sobre matemática. O que as pessoas tem a ver com este assunto?
Pai: As pessoas estão além da matemática, pois elas são únicas e correspondem a um nível qualitativo da realidade. Não existem duas pessoas repetidas e por isso você nunca poderá quantificar ou contar duas pessoas iguais. A matemática é uma linguagem para falar das coisas que se repetem, do aspecto quantitativo da realidade.
Eu planejei que primeiramente iria te explicar sobre a qualidade e a quantidade. Com palavras mais elaboradas estou tentando te dizer que:
A matemática é uma linguagem exata que aborda as realidades quantitativas da energia física, das coisas que se repetem em quantidades mensuráveis e que são cópias de um modelo tipificado. ...
Existem outros níveis da realidade que não se repetem, que são singulares e que existem sem cópias. Por exemplo, a personalidade é única, absolutamente única, não há duplicatas. Não existem duas pessoas iguais e a realidade de cada pessoa não é quantificável. ...
Filho: Eu nunca vi isto ser ensinado na escola desta forma. Você pode me explicar qual a relação do que tu falastes com as aulas no colégio?
Pai: A qualidade única das pessoas humanas, e a quantidade repetível das coisas científicas, sugerem duas classes dos assuntos estudados na escola na época em que eu cursei o ensino médio. Uma classificação possível está na seguinte tabela:
humanidades | ciências |
português | matemática |
outras línguas | física |
geografia | química |
história | biologia |
Filho: Estou começando a entender o objetivo da sua explicação. Este diálogo é sobre os assuntos estudados na escola. Você está me mostrando dois tipos de estudos: 1 - humanidades: aqueles mais diretamente ligados às pessoas humanas; e 2 - ciências: os estudos dos fatos quantificáveis que podem ser reproduzidos em um laboratório científico.
Eu creio que faltou algumas disciplinas. Em algumas escolas é ministrado ensino religioso, educação artística, educação física e também filosofia.
Pai: Correto. Por isso, nestas aulas em forma de diálogo eu pretendo contribuir para sua educação integral, estimulando o desenvolvimento físico, intelectual e espiritual da totalidade da sua personalidade. Muitos ensinamentos se baseiam em um livro texto. Assim a "bíblia" desta educação integral é o livro de urantia que disserta sobre religião, filosofia e ciência de maneira coerente e unificada.
Este primeiro ensinamento é para te ajudar a discernir as pessoas dos objetos, discernir os seres e das coisas, perceber a diferença entre o qualitativo e o quantitativo. Entenda que a realidade pode ser divisível em pessoal e impessoal e que o Criador dos Universos separou, para sempre, de um lado, os significados e os valores mente-espírito-pessoais da realidade e, de outro lado, aquelas coisas da realidade não-deificada que não são pessoais.
Filho: Professor, estas explicações são muito avançadas para uma criança que ainda esteja cursando o ensino fundamental. Eu estou estudando no ensino médio e tenho muitas perguntas. Você pode me dar algumas explicações e depois reconduzir sua aula para os aprendizes infantis?
Pai: Eu posso fazer como tu pedes e também te peço para que você me ajude a desenvolver esta educação de crianças, jovens e adultos na escola da vida. Nós estamos constituindo uma comunidade de aprendizagem com pais e mães que ensinam com amor, com professores de fé no potencial humano, com jovens aprendizes de ideais elevados, e com crianças que aprendem brincando. Estamos almejando uma educação na qual a satisfação e a alegria de viver sejam plantadas pelos pais, professores e profissionais. Cuidamos para que estas sementes de vida feliz possam florescer na casa, colégio e cidade. Nós buscamos integrar as vivências pessoais da família, na escola e no trabalho. Nós somos um pai professor e um filho aprendiz da AMaProFiliA, uma organização de Avós, Mães, Pais, Professores, Filhos, Filhas e Aprendizes que trabalham por uma educação integral baseada na instituição da família.
Filho: Você conhece algum exemplo de uma escola na qual aprendizes de várias idades estão juntos no mesmo grupo de estudos?
Pai: A "Escola da Ponte" é um exemplo. Ela foi idealizada por José Pacheco. A respeito dela Rubem Alves escreveu um livro entitulado: A Escola com que Sempre Sonhei sem Imaginar que Pudesse Existir. Neste site da Internet nós estamos disseminando livros sobre esta escola. Enfatizando termos concebidos nesta "ponte escolar", eu posso dizer que me identifico com o serviço de orientador educativo. Nós podemos favorecer a autonomia dos aprendizes que escolhem o que querem trabalhar. Você pode se entusiasmar com o trabalho cooperativo dos alunos que dão apoio aos colegas e ensinam os menores, como esta criança do ensino fundamental que está aqui conosco. Vamos nos inspirar na Escola da Ponte ... para uma melhor educação:
Escola da Ponte, Parágrafo 3.14_5: Sobre a relação entre a linguagem e o pensamento e como essa questão é abordada na Escola da Ponte gostaria de acrescentar algumas idéias. Na Escola da Ponte, os conteúdos que os alunos estudam estão baseados no currículo nacional. Todavia, os alunos escolhem o que querem trabalhar, quando querem trabalhar e como querem trabalhar. Assim, logo na escolha do tópico a estudar há um processo em que o próprio aluno é levado a refletir sobre o que sabe sobre um dado tema, ou seja, sobre quais são os seus pré-conhecimentos. A partir desses conceitos (leia-se, linguagem), o aluno desenvolve o seu pensamento, relacionando os novos conceitos com os seus conceitos iniciais. Durante o seu estudo (seja este de pesquisa, trabalho de laboratório, ou outro) coloca em conflito os seus conhecimentos prévios com o conhecimento novo, reformulando as suas estruturas mentais. Um método de trabalho, em que as diferentes disciplinas não são percebidas como reservatórios estanques, potencia este conflito cognitivo, pois o aluno é levado a relacionar conceitos de diferentes áreas.
O orientador educativo tem um papel importante, colocando questões que põem em contradição os conhecimentos do aluno com o novo conhecimento. Não há turmas, nem professores de disciplinas. Os orientadores educativos apóiam o estudo de várias áreas, harmonizando idéias, conceitos, harmonizando a linguagem. Deste modo, evitam-se as aprendizagens mecânicas. O aluno interioriza os conceitos através de aprendizagens significativas. Estas aprendizagens têm a grande vantagem de serem muito mais duradouras. Os alunos não decoram matéria para despejar num exame, interiorizam conceitos que perduram, desenvolvem a linguagem e o pensamento.
Muito importante também no desenvolvimento do pensamento é o trabalho cooperativo. Este trabalho desenvolve, não só o aluno que beneficia do apoio, mas também o aluno que dá o apoio ao colega. Ao explicar algo, o aluno tem que dar exemplos, relacionar conceitos, explicar teorias. Ao fazê-lo, desenvolve a sua própria linguagem e pensamento. A interação social entre alunos é um aspecto fundamental do desenvolvimento do pensamento.
Filho: Como harmonizar os diferentes interesses que brotam em diferentes idades? Por exemplo, eu estou mais adiantado nos estudos do que esta criança ao nosso lado. Porém, sou mais jovem que você, não tenho sua idade e experiência de vida. Por isso, creio que não entendo plenamente o valor desta educação motivada pelo amor fraterno no seio deste grupo de aprendizes do qual estamos participando.
Pai: Podemos estar unidos nos mesmos ideais espirituais. Talvez possamos ver a vida humana na carne como uma escada ascendente para vida eterna no espírito. Os diferentes interesses, naturais de cada idade distinta, são como os diferentes degraus desta mesma escada ascendente da vida. Temos idades diferentes, interesses diferentes e somos pessoas distintas. Porém, é possível uma unidade espiritual em meio a diversidade de expressões pessoais. Os espíritos Ajustadores, em cada indivíduo, estão divinamente coordenados. Este eu divino em cada ser humano se origina de um só Deus. A esperança espiritual de todos nós é idêntica pela origem, natureza e destino. A seguir cito a revelação do início da explicação, sobre a unidade espiritual, que o Mestre Jesus deu:
Uma das palestras noturnas mais movimentadas de Amatos foi a reunião em que se discutiu sobre a unidade espiritual. Tiago Zebedeu havia perguntado: "Mestre, como aprenderemos a ver de um modo igual, para assim desfrutarmos de maior harmonia entre nós próprios?" Quando Jesus ouviu essa pergunta, ficou tão tocado, dentro do seu espírito, que respondeu: "Tiago, Tiago, quando foi que eu ensinei a vós que devêsseis ver tudo do mesmo modo? Eu vim ao mundo para proclamar a liberdade espiritual, com o fito de que os mortais pudessem ter o poder de viver vidas individuais de originalidade e de liberdade, diante de Deus. Eu não desejo que a harmonia social e a paz fraterna sejam compradas com o sacrifício da livre personalidade e da originalidade espiritual. O que eu vos peço, meus apóstolos, é a unidade espiritual - e isso vós podeis experimentar na alegria da vossa dedicação unida a fazer de todo o coração a vontade do meu Pai no céu. Vós não tendes que ver de um modo igual, nem tendes de sentir do mesmo modo, nem mesmo pensar da mesma maneira, para serdes espiritualmente iguais. A unidade espiritual deriva-se da consciência de que cada um de vós é residido, e crescentemente dominado, pela dádiva espiritual do Pai celeste. A vossa harmonia apostólica deve crescer do fato de que a esperança espiritual de todos vós é idêntica pela origem, natureza e destino." LU [141:5.1] (P. 1591)
Filho: Professor eu te confesso que ainda não compreendi bem o assunto que vamos estudar nem o propósito deste estudo. Estou ainda indeciso quanto a ingressar neste curso "fora de série".
Pai: Este curso em forma de diálogo vai acontecer, mas não precisamos "colocar a corroça na frente dos bois"4. No momento precisamos apenas de querer estarmos juntos neste caminho. Se cultivarmos a mesma vontade estaremos juntos caminhando neste percurso educativo.
Talvez o poder do agora resida em nos centrar no espírito que inspira a ação perfeita do presente, sem ressentimentos do passado, nem ansiedades quanto ao futuro. Na universidade, existe uma disciplina da engenharia mecatrônica chamada "controle óptimo". Este estudo nos ensina que se o movimento em cada instante for o melhor possível, a trajetória também será otimizada. Eu sei que o movimento mecânico de um robô projetado por engenheiros de controle é diferente do movimento de florescimento de pais, professores e aprendizes que estão evoluindo na escola da vida. Contudo podemos fazer uma analogia, do caso humano com outros seres vivos, ao entendermos que "a maneira mais rápida de um girino tornar-se uma rã é vivendo lealmente cada momento como um girino." LU [100:1.4] (P. 1094).
O futuro de uma pessoa existe em potencial na vontade que ela cultiva. Quando dois seres tem a mesma vontade eles poderão estar se desenvolvendo e caminhando na mesma direção. Em resumo, eu estou lhe dizendo que neste curso de aprendizagem o mais importante agora são nossos valores, ideais e propósitos comuns. O que eu estou tentando explicar sobre a relação entre educadores e aprendizes, se aplica em muitas relações pessoais, especialmente entre os religiosos. A seguir, eu cito novamente a "bíblia" da educação integral que estamos vivenciando: "Algum dia, os religiosos deixarão de tentar reunir-se baseados em opiniões psicológicas e crenças teológicas comuns, efetivando antes uma cooperação real, baseada na unidade de ideais e de propósitos. As metas, mais do que as crenças, é que devem unificar os religiosos." LU [99:5.7] (P. 1091).
Filho: Você me convenceu. Eu quero estar convosco neste curso de educação integral com o ideal e o propósito de crescimento harmonioso do eu total - material, intelectual e espiritual.
Pai: Este curso vai me alegrar pois eu fico feliz com a sua presença. Você vai perceber que não precisamos subtrair nada dos ensinamentos intelectuais da escola formal. Nós iremos somar valores espirituais e sempre que possível iremos desenvolver habilidades práticas. A educação pode ser infundida com espiritualidade. Rudolf Steiner, que escreveu um ensaio sobre "Educação na Luz da Ciência Espiritual", via "a educação como uma atividade que promove a conexão do ser humano com o divino, e sendo assim, a educação é inerentemente religiosa"5. Lembramos que a palavra religião vem de "religare" que significa religação, ou reconexão. Neste sentido tudo que promove a religação com o divino, é religioso.
Filho: Estou animado com este projeto educativo para o desenvolvimento integral do ser humano. Por onde começamos?
Pai: Vamos voltar ao nosso estudo escolar. Nós estavamos falando sobre os estudos de humanidades e de ciências, sobre as pessoas humanas e o conhecimento científico. Implicitamente nós distinguimos os sujeitos e os objetos. Nós discernimos o interior subjetivo e o exterior objetivo. Creio que ficou claro a diferença entre os seres e as coisas. Então, jovem aprendiz, você chegou e começou a participar conosco deste diálogo educativo. Você tem alguma pergunta?
Filho: Eu não sei o significado de algumas palavras que você utilizou.
Pai: Você pode me perguntar sobre estas palavras. Caso eu não esteja presente, tu podes consultar o dicionário. Lembre-se que o significado de certos símbolos verbais você encontrará no Livro de Urantia.
Filho: Eu tenho uma pergunta sobre as palavras e os significados.
Pai: Eu estou ouvindo sua pergunta jovem aprendiz.
Filho: As palavras são uma realidade quantitativa ou qualitativa? Eu quero explicar porque estou perguntando isso para você. Eu entendi que as coisas quantitativas se repetem em quantidades múltiplas, se repetem em cópias de um modelo original. Eu compreendi que as pessoas são qualitativamente únicas e que as realidades qualitativas existem singularmente e sem cópias. Porém eu posso utilizar uma palavra para falar sobre a qualidade ou sobre a quantidade. Por isso, eu não sei dizer se as palavras, e os significados em si, estão no nível qualitativo ou no nível quantitativo da realidade.
Pai: As palavras e significados estão em um nível intermediário da realidade. As palavras são símbolos informativos de uma linguagem. Os símbolos e informações, os signos e significados de uma linguagem podem ser utilizados para simbolizar aspectos qualitativos ou quantitativos da realidade.
Filho: Cada pergunta que você me responde me faz pensar em outras novas perguntas. Você disse que as palavras e símbolos de uma linguagem podem ser utilizadas para falar das realidades qualitativas, singulares e únicas como a personalidade, e também, para falar das coisas quantitativas e repetíveis como a energia física. Além disso, você classificou as disciplinas estudadas no ensino médio em duas classes: humanidades e ciências. Então você apresentou uma tabela com duas colunas e em uma delas você escreveu humanidades: português, outras línguas, geografia e história. Na outra coluna tu escrevestes ciências: matemática, física, química e biologia. Eu fiz uma associação entre as realidades qualitativas com as pessoas humanas, e com os assuntos estudados em humanidades. Eu percebi uma conexão entre as coisas quantificáveis com as matérias estudadas em ciências.
Este meu entendimento me leva a novas perguntas. Se a matemática é a linguagem das ciências, não sei dizer se ela se refere ao aspecto qualitativo ou quantitativo da realidade, pois você mesmo explicou que as palavras e símbolos de uma linguagem estão em um nível intermediário. Questões semelhantes se referem ao português e outras línguas humanas pois todas elas são linguagens com símbolos de níveis diversificados do universo. A biologia também não se encaixa nesta classificação binária, pois bio significa vida e a vida afeta ambos: os corpos vivos das pessoas qualitativamente únicas, e a química orgânica das substâncias que podem ser estudadas em experimentos reproduzíveis em quantidades múltiplas de um laboratório científico. Em minha mente surgem muitas perguntas, críticas a esta classificação dos assuntos estudados na escola, especialmente quando considero as possíveis classificações da educação religiosa, da filosofia, da arte e da educação física.
Pai: Você tem razão. Os ensinamentos intelectuais das escolas são parciais e segmentados, ensina-se pouco sobre os significados filosóficos, e quase nada dizem sobre os valores espirituais. O espírito, os atributos fundamentais do eu humano, bem como o núcleo absoluto do Ajustador da personalidade humana, são realidades que transcendem o intelecto, a mente e as linguagens. Por sua vez os significados da mente, e os símbolos de uma linguagem, existem em um nível supra-material, acima das coisas estudadas nas ciências físicas. Os ensinamentos de uma educação integral baseada no livro de urantia transcendem, abrangem e incluem aqueles que são ensinados nas escolas seculares.
Filho: Porque você está tentando fazer esta adaptação deste ensinamento urantiano integral com o currículo das escolas secularizadas?
Pai: Muitos jovens como você estão estudando e buscando ingressar em uma universidade para depois se profissionalizar e trabalhar servindo a comunidade. Eu estou buscando participar da sua educação de uma forma que se harmonize com suas metas e objetivos acadêmicos e profissionais. Daqui a alguns anos, quando você constituir uma família, talvez possamos revitalizar e perfeccionar estes diálogos educativos e os métodos de ensino para os filhos e aprendizes da próxima geração. Nossos ideais educativos são elevados. Buscamos inspiração no sistema educacional superior mantido e ampliado pelos Supervisores Celestes. É revelado que a técnica escolar nos mundos celestiais destina-se a efetuar o aperfeiçoamento da mente e a educação do espírito, das criaturas ascendentes, para qualificar as várias personalidades do universo para prestar um serviço avançado e aperfeiçoarem-se nas suas funções. Como expresso no educativo "Livro de Urantia", parágrafos 37.6_3 e 4:
Os métodos empregados em muitas das escolas superiores estão além dos conceitos humanos da arte de ensinar a verdade, mas tal é a tônica de todo o sistema de educação: o caráter adquirido pela experiência esclarecida. Os professores dão o esclarecimento; o posto ocupado no universo e o status do ser ascendente proporcionam a oportunidade para a experiência; a aplicação sábia nesses dois pontos aumenta o caráter.
Fundamentalmente, o sistema educacional de Nébadon6 vos proporciona certo empenho em uma tarefa e então vos dá a oportunidade de receber a instrução quanto ao método ideal e divino para melhor cumprir tal tarefa. É-vos dada uma tarefa definida a cumprir, e, ao mesmo tempo, é-vos proporcionado o acesso aos mestres qualificados para instruir-vos pelo melhor método de executar a tarefa, proposta no vosso compromisso. O plano divino de educação proporciona a associação íntima do trabalho e da instrução. Nós vos ensinamos como melhor executar as coisas que vos mandamos fazer.
Filho: Isto é perfeito, realmente celestial. Esta educação proporciona a associação íntima do trabalho e da instrução e aumenta o caráter adquirido pela experiência esclarecida. Mas repito minha pergunta, porque não realizar uma educação urantiana elevada e abrangente ao invés de tentar se encaixar nesta educação regionalista, militarista, exaltadora do ego e buscadora do sucesso? Talvez esta seja a atitude correta ao entendermos a revelação de que:
"Os urantianos podem e devem ter a visão de uma nova sociedade cultural bem mais elevada. A educação saltará para novos níveis de valor, quando ultrapassar o sistema da economia, baseado puramente na motivação do lucro. A educação tem sido, por muito tempo, regionalista, militarista, exaltadora do ego e buscadora do sucesso; ela deve finalmente ser aberta para o mundo, tornar-se idealista, auto-realizadora e abrangente do ponto de vista cósmico." LU [71:7.3] (P. 806)
Pai: Querido aprendiz da escola da vida, respondendo a sua pergunta, eu tento me adaptar ao currículo escolar e as técnicas de ensino do seu colégio porque este é o seu interesse e objetivo no momento. Você quer ingressar na universidade e para isso precisará ser bem sucedido nas provas de vestibular e exames nacionais do ensino médio. Talvez em algum momento os educadores do nosso país indiquem o livro de urantia na lista de livros requisitados nos concursos de admissão na universidade. Eu tenho uma forte intuição que se os pais, mães e educadores estimularem os jovens a ler este livro antes dos vinte e um anos, em duas gerações as pessoas serão mais espiritualizadas, as famílias serão mais unidas, a moral e a ética serão mais praticadas e a nação será mais justa e fraterna.
Filho: Eu entendi sua intenção benfeitora e seu método educativo inteligente. Você está buscando participar da minha educação em harmonia com as aulas e estudos da minha escola visando minha preparação para ingressar na universidade. Mas eu estou interessado também em saber como você ensinaria sobre a realidade universal se não estivesse preso a uma grade escolar do ensino secularizado.
Pai: Está bem, vou lhe dizer o que faria. Eu iniciaria o estudo sobre os circuitos e níveis desta realidade universal sobre a qual tu me perguntas. Eu começaria dizendo que este é um dos ensinamentos mais importantes, e unificadores, sobre a realidade revelada nos documentos de urantia. A seguir faço uma síntese sobre os quatro circuitos de gravidade universal absoluta no universo-mestre. Os circuitos dizem respeito a personalidade, espírito, mente e matéria física. Os três primeiros níveis da realidade estão centrados nas Três Pessoas da Deidade - Pai, Filho e Espírito - e a energia material está centrada na Ilha do Paraíso. Como coerentemente sintetizado no "Livro de Urantia", parágrafo 0.5_5:
O Pai Universal é o segredo, tanto da realidade da personalidade quanto da dádiva e destino da personalidade. O Filho Eterno é a personalidade absoluta, é o segredo da energia espiritual, dos espíritos moronciais e dos espíritos perfeccionados. O Espírito Infinito, o Agente Conjunto7, é a personalidade mente-espírito, a fonte da inteligência, da razão e da mente universal. A Ilha do Paraíso, porém, é não-pessoal e extra-espiritual, sendo a essência do corpo universal, fonte e centro da matéria física e arquétipo mestre absoluto da realidade material universal.
No nível humano, estas realidades estão manifestadas na personalidade, no espírito, na alma, na mente e no corpo vivo. É importante compreender estes fatores associados da individualidade para compreender a origem, natureza e destino do ser humano. Os quatro absolutos factuais, os quatro circuitos de gravidade universal, e a manifestação destas qualidades da realidade no ser humano, estão esquematizados na tabela a seguir:
Circuitos de Gravidade Universal | ||
Criador Divino | circuito | criatura humana |
Pai Universal | pessoalidade | personalidade e |
espírito pré-pessoal | ||
Filho Eterno | espírito | alma filha do espírito |
Espírito Infinito | mente | mente humana |
Ilha do Paraíso | matéria-energia | corpo material |
Você pode aprender mais sobre o centro, fonte, origem e circuitos da realidade universal. Eu sugiro que você assista o ciclo de palestras sobre o livro de urantia. O título da terceira palestra é Deus, sua natureza e manifestações. Eu selecionei um slide desta apresentação que mostra a origem absoluta destes níveis da realidade universal:
Filho: Estes ensinamentos são muito abrangentes. Tudo o que eu conheço pode ser classificado em um destes quatro circuitos da realidade. Eu agradeço também porque ao estudarmos o universo com esta amplitude, nós abordamos a natureza humana em sua integridade. Por isso, eu vejo que este estudo nos leva ao autoconhecimento. Ao refletir e conhecer nosso próprio ser, nós somos conduzidos para vida interior e para o espírito da vida no centro causal da nossa própria alma, no ventre interior da nossa mente. Por favor professor, fale mais sobre estas realidades universais no que se refere ao ser humano.
Pai: Eu agradeço seu interesse e a oportunidade de ensinar. Eu considero fundamentais estes princípios. Os próximos parágrafos que transcreverei sintetizam estes níveis da realidade universal que estão manifestadas na experiência humana. Como explicado no:
"Livro de Urantia", parágrafos 0.5_7-11: Corpo. O organismo material ou físico do humano. O mecanismo eletroquímico vivo de natureza e origem animal.
Mente. O mecanismo de pensar, perceber e sentir do organismo humano. A experiência total, consciente e inconsciente. A inteligência associada à vida emocional, buscando, por meio da adoração e da sabedoria, alcançar o nível acima, do espírito.
Espírito. O espírito divino que reside na mente do humano - o Ajustador do Pensamento. Este espírito imortal é pré-pessoal - não é uma personalidade, se bem que esteja destinado a transformar-se em uma parte da personalidade da criatura mortal, quando da sua sobrevivência.
Alma. A alma do humano é uma aquisição experiencial. À medida que uma criatura mortal escolhe "cumprir a vontade do Pai dos céus", assim o espírito que reside no humano torna-se o pai de uma nova realidade na experiência humana. A mente mortal e material é a mãe dessa mesma realidade emergente. A substância dessa nova realidade não é nem material, nem espiritual - é moroncial8. Essa é a alma emergente e imortal que está destinada a sobreviver à morte física e iniciar a ascensão ao Paraíso.
Personalidade. A personalidade do humano mortal não é corpo, nem mente, nem espírito; e também não é a alma. A personalidade é a única realidade invariável em meio a uma experiência constantemente mutável da criatura; e ela unifica todos os outros fatores associados da individualidade. A personalidade é o único dom que o Pai Universal confere às energias vivas e associadas de matéria, mente e espírito, e que sobrevive junto com a sobrevivência da alma moroncial.
Sobre este assunto, você pode aprender mais na oitava palestra sobre o livro de urantia. Esta apresentação se chama 08 - O Ser Humano, Mente, Alma, Espírito e Personalidade. O corpo humano tem uma origem nos animais que evoluiram. O espírito Ajustador é uma dádiva de Deus, o Pai Universal. A mente faz a intermediação entre o espírito divino e o corpo humano. A alma é filha do "pai espírito", ela cresce no ventre da mente humana toda vez que a pessoa decide cumprir a vontade do pai dos céus. A personalidade unifica a alma, o espírito divino, a mente e o corpo humano. A nossa fé é que nossa alma ressucitará nos mundos celestes e em algum momento se fusionará com o espírito Ajustador. Assim este espírito "ganhará" nossa personalidade, e nossa pessoa herdará dele a identidade eterna, quando ocorrer a nossa fusão com este Ajustador espiritual. Um "ensinamento visual" deste parágrafo está no seguinte slide da oitava apresentação do ciclo de palestras sobre o livro de urantia:
Filho: Muito bom, creio que tu fostes conciso e objetivo ao responder sobre a natureza do ser humano. Mas surgiram inúmeras novas perguntas. Parece que quanto mais aprendemos mais descobrimos a infinitude de novas realidades por serem aprendidas. Quanto mais conhecemos mais percebemos as limitações do nosso conhecimento e as inumeráveis novas descobertas possíveis. Nesta aula em forma de diálogo tu explicastes sobre os aspectos qualitativos e quantitativos da realidade. Depois você classificou as disciplinas estudadas na escola convencional em humanidades e ciências e sugeriu uma relação entre estas duas classes e os dois aspectos da realidade que mencionastes anteriormente. A minha próxima pergunta é: Como integrar as matérias científicas e humanas da escola e os quatro níveis da realidade sintetizados no ensinamento sobre as realidades universais?
Porém, antes de você responder esta pergunta eu quero te mostrar os resultados de uma pesquisa que fiz sobre a matéria, a mente e o espírito, integrados na personalidade. Tu falastes com tanto entusiasmo do livro de urantia que eu me senti estimulado a ir diretamente nele e encontrei o seguinte ensinamento:
"Livro de Urantia", Item 12.8, parágrafos 9 até 14: ... o intelecto humano deveria ser capaz de compreender muito do significado dos três níveis de funcionamento da realidade finita:
1. A Matéria. A energia organizada, que está sujeita à gravidade linear ...
2. A Mente. A consciência organizada, que não está inteiramente sujeita à gravidade material e que se torna verdadeiramente liberada quando modificada pelo espírito.
3. O Espírito. A realidade pessoal mais elevada. O verdadeiro espírito não está sujeito à gravidade física ...
A meta da existência de todas as personalidades é o espírito; as manifestações materiais são relativas, e a mente cósmica atua entre esses opostos universais. ...
No Paraíso, as três energias, a física, a mental e a espiritual, são coordenadas. No cosmo evolucionário a matéria-energia é predominante em tudo, menos na personalidade; e nesta, e para a mestria desta, o espírito luta, com a mediação da mente. O espírito é a realidade fundamental da experiência da personalidade de todas as criaturas, pelo fato de que Deus é espírito. O espírito é imutável e, portanto, em todas as relações de personalidade, ele transcende tanto à matéria quanto à mente, que são variáveis experienciais de realização progressiva.
Pai: Parabéns pesquisador da verdade. Repare que o último parágrafo, que você citou, explica sobre como estas realidades universais são funcionais no ser humano. Repito que embora neste mundo evolucionário a matéria-energia seja predominante, na personalidade o espírito luta, com a mediação da mente. Você pode idealizar o espírito como a realidade superior, perceba a matéria como a base inferior, entenda que a mente faz a mediação entre os dois, e vivencie a personalidade como sendo a unificadora destes níveis da realidade.
Filho: Professor, considerando estas realidades universais, creio que é possível uma classificação mais ampla que, além das ciências estudadas nas escolas padronizadas, inclua a filosofia e até mesmo a educação religiosa. Como você integraria todos estes ensinamentos?
Pai: Eu faço uma associação entre a personalidade e a totalidade do ser, vivencio os valores espirituais na verdadeira religião, pondero sobre os significados filosóficos na mente, e aprendo sobre os fatos e leis materiais nas ciências. O livro de urantia faz revelações sobre ciência, filosofia e religião coerentemente unificadas, estabelecendo uma imensa integração de três corpos de conhecimentos: 1. fatos científicos; 2. significados filosóficos; e 3. valores espirituais. Como revelado no parágrafo 196:3.2 do precioso livro de educação integral:
Há apenas três elementos na realidade universal: o fato, a idéia e a relação. A consciência religiosa identifica essas realidades como ciência, filosofia e verdade. A consciência filosófica estaria inclinada a ver estas atividades como razão, sabedoria e fé - a realidade física, a realidade intelectual e a realidade espiritual. O nosso hábito é designar essas realidades como coisa, significado e valor.
Filho: Grato por me explicar significados tão amplos e ao mesmo tempo tão harmonicamente integrados. Percebo cada vez mais que a revelação urantianta "sintetiza as ciências da natureza, aparentemente divergentes, bem como sintetiza a teologia da religião numa filosofia, consistente e lógica, do universo, uma explicação coordenada e contínua da ciência e da religiosidade, criando, assim, uma harmonia de mente e uma satisfação de espírito ..." LU [101:2.1] (P. 1105).
Porém, para não desviar o foco, eu gostaria de voltar ao assunto inicial desta aula personalizada em forma de diálogo. Você estava explicando sobre os aspectos qualitativos e quantitativos da realidade, quando apresentou uma classificação das matérias da escola nos assuntos de humanidades e de ciências. Agora que chegamos a estes novos esclarecimentos talvez tu possas explicar mais profundamente estes princípios. Como você organizaria conceitualmente a matéria, a mente, o espírito e a personalidade nos aspectos quantitativos e qualitativos da realidade?
Pai: Suas perguntas são estimulantes. Isso me faz lembrar o professor de Jesus de Nazaré que disse certa vez que temia que ele próprio "tivesse aprendido mais com a pesquisa para responder a Jesus" do que havia "tido a oportunidade de ensinar ao pequeno". Respondendo a sua pergunta, lembremos que a matéria, a mente e o espírito são unificados pela personalidade e isso é resumido na seguinte tabela:
totalidade | personalidade unificada | ||
qualidade | espírito | valores espirituais | religião |
mediação | mente | significados intelectuais | filosofia |
quantidade | matéria | fatos materiais | ciência |
A ciência busca conhecer as leis do nível quantitativo da realidade de coisas que se repetem e que são cópias de um modelo arquetípico. A religião lida com os valores qualitativos do espírito e o religioso busca uma experiência viva de amor com Deus. O ser humano pode alcançar o amor de Deus sem fatos, e pode descobrir as leis de Deus sem amor. Porém, para realizar uma coordenação filosófica entre ciência e religião, são necessários os corretos significados na mente. Portanto, as experiências humanas, a espiritual e a material, a interior e a exterior, estão sempre correlacionadas com a função da mente.
Em outras palavras, o espírito corresponde ao nível qualitativo da realidade. A matéria têm a ver com o nível quantitativo das coisas que se repetem em quantidades mensuráveis. A mente funciona na mediação entre a matéria e o espírito. E a personalidade funciona como um fator na situação total. Há um centro de gravidade destes níveis da realidade. Como revelado:
"As realidades espirituais são sensíveis, sim, ao poder de atração do centro de gravidade espiritual, de acordo com o seu valor qualitativo e com o grau real da sua natureza espiritual. A substância espiritual (a qualidade) é tão sensível à gravidade espiritual, quanto a energia organizada da matéria física (a quantidade) é sensível à gravidade física. Os valores espirituais e as forças do espírito são reais. Do ponto de vista da personalidade, o espírito é a alma da criação; a matéria é o corpo físico nebuloso." LU [7:1.3] (P. 82)
Pai: Agradeço também sua preciosa confiança e atenção.
Filho: Você quer explicar mais alguma coisa antes de irmos para próxima aula.
Pai: Sim. Quero transcrever um item do livro de urantia que revela uma discussão, sobre a ciência, entre Jesus e um filósofo grego. O Mestre explica que a ciência lida com as atividades da energia-física; a religião lida com os valores eternos. Explica também que a verdadeira filosofia surge da sabedoria que faz o seu melhor para correlacionar essas observações quantitativas e qualitativas. Jesus coloca a seguinte questão: "Como pode a mente finita do humano alcançar uma unidade de pensamento lógica e verdadeira?" E ele mesmo responde que esse estado mental de consciência do universo só pode ser alcançado concebendo-se que o fato quantitativo e o valor qualitativo têm uma causação comum, no Pai do Paraíso.
"Livro de Urantia", Item 133.5: Em Atenas - O Discurso sobre a Ciência Em breve eles chegaram ao velho centro grego de ciência e de educação ...
Uma grande universidade prosperava ainda em Atenas e os três fizeram visitas freqüentes às suas salas de ensino. Jesus e Ganid haviam já discutido em profundidade os ensinamentos de Platão, enquanto ouviam as conferências no museu em Alexandria. ...
Tanto o pai quanto o filho deleitaram-se com a discussão sobre a ciência, que se deu no albergue, certa noite, entre Jesus e um filósofo grego. Depois desse formalista ter falado por quase três horas e de haver terminado o seu discurso; eis, numa forma moderna, o que Jesus disse:
Os cientistas podem medir, algum dia, a energia ou as manifestações da força, da gravitação, da luz e da eletricidade; mas esses mesmos cientistas nunca poderão (cientificamente) dizer-vos o que são esses fenômenos do universo. A ciência lida com as atividades da energia-física; a religião lida com os valores eternos. A verdadeira filosofia surge da sabedoria que faz o seu melhor para correlacionar essas observações quantitativas e qualitativas. ...
A lógica é válida no mundo material, e a matemática é confiável quando limitada nas suas aplicações, às coisas físicas; mas nem uma nem a outra devem ser consideradas como totalmente dignas de confiança, nem infalíveis, quando aplicadas aos problemas da vida. A vida abrange fenômenos que não são integralmente materiais. ...
A quantidade pode ser identificada como um fato, transformando-se assim em uma uniformidade científica. A qualidade, sendo uma questão de interpretação mental, representa uma estimativa de valores e deve, por isso, permanecer como uma experiência do indivíduo. Quando tanto a ciência quanto a religião se tornarem menos dogmáticas e mais tolerantes quanto à crítica, a filosofia então começará a unificar-se para a compreensão inteligente do universo.
Haverá unidade no universo cósmico quando puderdes discernir apenas os seus efeitos nos fatos. O universo real é amigável para com todos os filhos do Deus eterno. O problema real é: como pode a mente finita do homem alcançar uma unidade de pensamento lógica, verdadeira e correspondente? Esse estado mental de consciência do universo só pode ser alcançado concebendo-se que o fato quantitativo e o valor qualitativo têm uma causação comum, no Pai do Paraíso. Tal concepção da realidade leva a discernimentos mais amplos quanto à unidade intencional dos fenômenos universais; e revela mesmo uma meta espiritual de realização progressiva da personalidade. E esse é um conceito de unidade que pode perceber o pano de fundo invariável para um universo vivo, de relações impessoais continuamente mutáveis e de relações pessoais que evoluem.
A matéria, o espírito e o estado intermediário entre os dois são três níveis inter-relacionados e interassociados da verdadeira unidade do universo real. Independentemente de quão divergentes sejam os fenômenos dos fatos e dos valores no universo, pode acontecer que eles estejam, afinal, unificados no Supremo.