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Circuitos de Gravidade Universal | ||
Criador Divino | circuito | criatura humana |
Pai Universal | pessoalidade | pessoalidade e |
espírito pré-pessoal | ||
Filho Eterno | espírito | alma filha do espírito |
Espírito Infinito | mente | mente humana |
Ilha do Paraíso | matéria-energia | corpo material |
pessoalidade humana unificada | ||
religião | valores espirituais | espírito e alma |
filosofia | significados intelectuais | mente |
ciência | fatos materiais | corpo |
Os Sete Absolutos da Infinitude | |||
Pai Universal | pessoa | absoluto dos Absolutos | |
Factual | Circuito | Potencial | Realidade |
Filho Eterno | espírito | Abs. da Deidade | Deificada |
Espírito Infinito | mente | Absoluto Universal | Interassociada |
Ilha do Paraíso | cosmo | Abs. Inqualificável | Não-deificada |
O livro de urantia revela que a pessoalidade infinita de Deus, O Pai Universal, envia com amor um fragmento pré-pessoal individualizado de Si mesmo para viver na mente do ser humano e para assisti-lo na evolução da sua alma imortal e na sobrevivência eterna. O Pai Universal doa a pessoalidade a inúmeras ordens de seres. A pessoalidade unifica todos os outros fatores associados da individualidade: corpo, mente, alma e espírito. Assim, um espírito divino, outorgado pela pessoalidade infinita de Deus, está presente nas criaturas pessoais humanas. Em outras palavras, um fragmento da infinitude do Criador Divino reside no centro da criatura humana finita. É importante compreender o natural paradoxo no nosso entendimento finito, quando buscamos amar e conhecer nosso Criador Infinito.
O Pai Universal é o Pai do espírito, é Ele quem outorga o Seu espírito para viver e trabalhar nas mentes das criaturas humanas. Além disso, Deus é o Pai Absoluto de todas as pessoalidades no universo dos universos. Não há pessoalidade fora de Deus, o Pai. Ele é quem nos outorga os atributos fundamentais do eu humano, bem como o núcleo absoluto do Ajustador da pessoalidade humana. De acordo com a revelação no:
"Livro de Urantia", parágrafo 5.6_4: A outorga da pessoalidade é função exclusiva do Pai Universal, é a pessoalização dos sistemas vivos de energia, aos quais Ele dota com os atributos de relativa consciência criadora e com o correspondente controle de livre-arbítrio. Não há pessoalidade fora de Deus, o Pai, e nenhuma pessoalidade existe senão para Deus, o Pai. Os atributos fundamentais do eu humano, bem como o núcleo absoluto do Ajustador da pessoalidade humana, são outorgas feitas pelo Pai Universal, atuando em Seu domínio exclusivamente pessoal de ministração cósmica.
Individualmente, a pessoalidade unifica o corpo, a mente, a alma e o espírito. O eu pessoal coordena os fatos conhecidos pelos sentidos físicos, os valores espirituais da vida interior, e os significados intelectuais verdadeiros aprendidos pela mente. Culturalmente, a revelação nos Documentos de Urantia integra religião, filosofia e ciência em um todo coerente, e assim, compensa a falta de desenvolvimento da mota - a sabedoria moroncial. Esta sabedoria da mente espiritualizada se desenvolve com o crescimento da alma, filha do espírito. Nas palavras reveladas do:
Livro de Urantia, parágrafo 102.3_5: A ciência, o conhecimento, conduz à consciência do fato; a religião, a experiência, conduz à consciência de valor; a filosofia, a sabedoria, leva à consciência coordenada; a revelação (a substituta da mota moroncial) leva à consciência da verdadeira realidade; enquanto a coordenação da consciência do fato, do valor, e da verdadeira realidade constitui a consciência da realidade da pessoalidade, do máximo do ser, junto com a crença na possibilidade da sobrevivência daquela mesma pessoalidade.
"Livro de Urantia", parágrafo 101.2_2: A razão é o método da ciência; a fé o método da religião; a lógica é a técnica com que a filosofia tenta lidar. A revelação compensa a ausência do ponto de vista moroncial1, fornecendo uma técnica para alcançar a unidade na compreensão da realidade e relações entre a matéria e o espírito, pela mediação da mente. E a verdadeira revelação jamais afasta a ciência da natureza, nem a religião da razão ou a filosofia da lógica.
Neste contexto, a pessoalidade é a personalidade revelada no livro de urantia. A pessoalidade infinita do Pai Universal é o único eu auto-existente em si. A Primeira Fonte e Centro é a única Causa não-causada em todo o universo. Nosso eu mortal é também um eu pessoal pela graça Dele. Deus é a pessoalidade-pai, a fonte da pessoalidade, o outorgador da pessoalidade e a causa da pessoalidade. Todas as criaturas, antes de ser um eu livre, são pessoas em relação à Primeira Pessoa da Deidade. A outorga da pessoalidade à criatura que confere relativa liberação da reação escravizada à causação anterior. É pela graça de Deus que nós existimos e somos livres.
Após muita reflexão, o filósofo afirmou: penso, logo existo. Ao pensar e refletir podemos ter certeza da existência de duas coisas: do eu que pensa e do pensamento. Um compadre sábio disse: "eu existo e eu sou mais do que o corpo onde estou. Se eu existo então alguém me criou. Eu sei que não fui eu que criou a mim mesmo. Então, Deus existe e criou o meu eu." A autoconsciência humana implica o reconhecimento da realidade de outros eus. Implica que o eu seja conhecido, tanto quanto conhece. Assim, de forma inalienável, podemos estar certos da realidade da presença de Deus, que vive dentro de nós. Conforme a revelação original expressa no:
"Livro de Urantia", parágrafo 16.9_4: A autoconsciência humana implica o reconhecimento da realidade de outros eus, que não o eu consciente, e implica, ulteriormente, que tal consciência seja mútua: que o eu seja conhecido, tanto quanto conhece. Isto é mostrado de uma maneira puramente humana na vida social do homem. Contudo, vós não podeis estar tão absolutamente certos da realidade do ser de um semelhante, tanto quanto da realidade da presença de Deus, que vive dentro de vós. A consciência social não é inalienável, como o é a consciência de Deus; é um desenvolvimento cultural e depende do conhecimento, símbolos e contribuições dos dons que constituem o homem - ciência, moralidade e religião. E essas dádivas cósmicas, quando socializadas, formam a civilização.
Nos antigos teatros, persona era o meio por onde passava o som, o sona, a fala dos atores que se comunicavam. A personalidade, a pessoalidade de acordo com a revelação no livro de urantia, implica em comunicação e comunhão de amizade com outras pessoalidades. O Pai Infinito é uma pessoalidade perfeita de Criador, uma pessoa que pode "conhecer e ser conhecida", que pode "amar e ser amada", e que pode demonstrar amizade por nós. Como revelado no:
"Livro de Urantia", parágrafo 1.7_6: Os conceitos mais elevados de pessoalidade, no universo, implicam: identidade, autoconsciência, vontade própria e possibilidade de auto-revelação. E essas características implicam, ainda, uma comunhão de amizade com pessoalidades outras, iguais e diferentes, tal como existe nas associações das pessoalidades das Deidades do Paraíso. ...
Interpretamos esta revelação inferindo que a dádiva da pessoalidade implica na possibilidade de associação, comunicação e comunhão respeitosa com outras pessoalidades inteiras, sejam humanas ou divinas. O livro de urantia revela que até mesmo a Deidade Total é funcional, no nível associativo, como sendo a Deidade pessoalizada em si própria e divinamente fraternal. Revela também que o infinito EU SOU alcançou a realização da pessoalidade, ao converter-se no Pai Eterno do Filho Original.
No nível humano, concebemos uma pessoa se associando, se comunicando com outras pessoas. Assim, persona contém sona, o som das palavras, um meio de comunicação das pessoas que podem se comunicar, se conhecer mutuamente, serem amigas e se amarem. O diálogo, o conhecimento mútuo e o amor florescem da comunicação, realidade e afinidade entre as pessoas. Podemos atribuir um significado a palavra comunicação como sendo o de uma ação comum da mente de duas pessoas.
O circuito da mente universal é dominado e controlado irrestritamente pelo Agente Conjunto. Este Deus da Ação foi concebido conjuntamente pelo Deus-Pensamento e o Deus-Palavra. Ele é um agente universal e infinito de expressão mútua e de ação combinada de Seus Pais divinos. Essas são as Três Pessoas da Deidade: o Pai Universal, o Filho Eterno e o Espírito Infinito. É revelado no:
"Livro de Urantia", parágrafos 118_1-4: A respeito das várias naturezas da Deidade, pode ser dito que:
- O Pai é o eu auto-existente em si.
- O Filho é o eu coexistente.
- O Espírito é o eu existente-conjuntamente.
Reafirmamos que dentre todas as pessoas, Deus-Pai é o único eu auto-existente em si. Todos os outros "eus", antes de serem um "eu" isolado, são pessoas em relação à Deus. Concluímos dizendo que o que caracteriza uma pessoa é a sua relação com outras pessoalidades, principalmente com a Primeira Pessoa da Deidade, o Pai de todos.
A Bíblia da Terra2 nos revela o alto valor que o Pai Universal dá a cada um dos seus filhos. A pessoalidade é uma dádiva do Pai. Assim, pela graça de Deus, uma pessoa pode viver eternamente, uma vida sem fim, não finita, infinita. O conceito de pessoalidade tem muito valor na revelação. Ela nos ensina que a realidade deificada abrange o domínio de tudo o que é pessoalizável. Assim, a realidade do universo factualiza-se em três níveis:
"Livro de Urantia", Item 0.4: Realidade do Universo ... 1. Realidade não-deificada, que vai desde os domínios da energia do não pessoal até os reinos da realidade dos valores não pessoalizáveis da existência universal, chegando mesmo à presença do Absoluto Inqualificável.
2. Realidade deificada abrange todos os potenciais infinitos da Deidade, indo de baixo para cima, por todos os domínios da pessoalidade, do finito menos elevado ao mais alto infinito, abrangendo, assim, o domínio de tudo o que é pessoalizável, e mais, indo até mesmo à presença do Absoluto da Deidade.
3. Realidade interassociada. A realidade do Universo é supostamente deificada ou não-deificada; mas, para os seres subdeificados, existe um vasto domínio de realidade interassociada, em potencial ou em factualização, que é de identificação difícil. Grande parte dessa realidade coordenada está englobada nos domínios do Absoluto Universal.
Do ponto de vista do tempo e do espaço, a realidade é também divisível em factual e potencial. As realidades factuais são as que existem na plenitude de expressão. As realidades potenciais são aquelas que têm uma capacidade desconhecida de crescimento.
Somos criaturas finitas. Contudo, a revelação nos ensina sobre os sete absolutos da infinitude. Dentre os sete, o Pai Universal é o absoluto dos Absolutos, o outorgador da pessoalidade, o Pai das pessoas. Os outros seis absolutos compõe as triodidades da factualidade e da potencialidade. A triodidade da factualidade é composta pelo Filho Eterno, pelo Espírito Infinito e pela Ilha do Paraíso os quais são respectivamente os absolutos factuais da realidade do espírito, da mente, e do cosmo. A triodidade da potencialidade é composta pelo Absoluto da Deidade, o Absoluto Universal e o Absoluto Inqualificável nos quais estão interassociados os reservatórios da infinitude de toda realidade de energia latente - do espírito, da mente e do cosmo. Podemos organizar estes ensinamentos, enfatizando os sete absolutos, na seguinte forma:
Os Sete Absolutos da Infinitude | |||
Pai Universal | pessoa | absoluto dos Absolutos | |
Factual | Circuito | Potencial | Realidade |
Filho Eterno | espírito | Abs. da Deidade | Deificada |
Espírito Infinito | mente | Absoluto Universal | Interassociada |
Ilha do Paraíso | cosmo | Abs. Inqualificável | Não-deificada |
Podemos também visualizar estes símbolos verbais dos sete Absolutos, escritos sobre um desenho com três círculos concêntricos simbolizando a Trindade do Paraíso.
Uma questão, sobre a pessoalidade de Deus, surgiu entre dois apóstolos de Jesus e um filósofo grego, Rodam de Alexandria. Rodam, argumentava, que o Pai no céu não é, nem pode ser, uma pessoa como o humano concebe a pessoalidade. Este filósofo grego sustentava que o fato da pessoalidade consiste na coexistência de uma comunicação plena e mútua entre seres iguais, seres que são capazes de uma simpática compreensão. Disse Rodam:
"Livro de Urantia", parágrafo 161.1_2: ... "Para que seja uma pessoa, Deus deveria ter símbolos de comunicação espiritual que O capacitassem a tornar-Se plenamente compreendido por aqueles que fazem contato com Ele. Mas, posto que Deus, o Criador de todos os outros seres, é infinito e eterno, a consequência, no que diz respeito à igualdade de seres, é que Deus está só no universo. Não há iguais a Ele; não há nenhum ser com quem ele possa comunicar-se como um igual. Deus, de fato, pode ser a Fonte de toda a pessoalidade, mas, como tal, Ele transcende à pessoalidade, do mesmo modo que o Criador está acima e além da criatura".
O Mestre negou-se a entrar em tais discussões. Jesus havia dito a Tomé:
"Livro de Urantia", parágrafo 161.1_3: ... A idéia que tu tens do Pai não importa muito, desde que tu sejas sabedor do ideal da natureza infinita e eterna Dele.
Após dias dialogando, Natanael levou Rodam a acreditar na pessoalidade do Pai. Ele ponderou que O Pai no Paraíso desfruta da igualdade de comunicação, pelo menos com dois outros seres, que são plenamente iguais e semelhantes a Ele próprio - o Filho Eterno e o Espírito Infinito. Em vista da doutrina da Trindade, o grego foi obrigado a conceder na possibilidade da pessoalidade do Pai Universal. Como revelado no esclarecedor:
"Livro de Urantia", parágrafo 161.1_11: Ao ouvir esses argumentos, Rodam replicou: "Estou convencido. Reconhecerei Deus como uma pessoa se me permitirdes atribuir qualificações, à minha confissão dessa crença, acrescentando ao significado da pessoalidade um conjunto de valores mais amplos, tais como supra-humano, transcendente, supremo, infinito, eterno, final e universal. Eu estou convencido agora de que, ao mesmo tempo em que Deus deve ser infinitamente mais do que uma pessoalidade, Ele não pode ser nada menos. Dou-me por satisfeito ao terminar aqui o debate; e aceito Jesus como a revelação pessoal do Pai, dando também por compensados todos os fatores não satisfeitos da lógica, da razão e da filosofia".
Estas ponderações humanas sobre O Pai Universal, Primeira Pessoa da Deidade, são também explicadas, de um ponto de vista supra-humano, pela seguinte revelação no:
"Livro de Urantia", parágrafo 1.5_2: Deus é muito mais do que uma pessoalidade, do modo como a pessoalidade é entendida pela mente humana. Ele é mais ainda do que qualquer conceito possível de uma superpessoalidade. Contudo, é totalmente inútil discutir um conceito tão incompreensível como o da pessoalidade divina com as mentes das criaturas materiais, para quem o máximo, em matéria de entendimento da realidade do ser, consiste na idéia e no ideal de pessoalidade. O mais elevado conceito que a criatura material possui do Criador Universal está englobado nos ideais espirituais de uma idéia elevada, que ela pode ter da pessoalidade divina. Portanto, se bem que possais saber que a pessoalidade de Deus deve ser mais do que pode alcançar uma concepção humana de pessoalidade, igualmente, bem sabeis que o Pai Universal não pode, certamente, ser nada menos do que uma pessoalidade eterna, infinita, verdadeira, boa e bela.
Jesus amou tanto os humanos porque atribuía a eles um valor muito elevado, e, ele deixou claro o grande valor da pessoalidade humana. O Papa João Paulo II também enfatizou o valor da pessoa humana:
Pessoalismo [Personalism - Wikipedia (2013)] Pessoalismo é uma escola filosófica de pensamento que procura descrever a unicidade de uma pessoa humana ... Um dos principais pontos de interesse do pessoalismo é o subjetivismo humano ou auto-consciência, experimentada nos próprios atos e na felicidade interior de uma pessoa em ...
... tudo aquilo no ser humano que é interno, através do qual cada ser humano é a testemunha auto-consciente do seu próprio ser.
- Pessoas tem valor único, e,
- Somente as pessoas tem livre arbítrio.
De acordo com o idealismo [idealism] existe mais um princípio:
- Somente as pessoas são reais (no sentido ontológico [ontology]).
Pessoalismo de João Paulo II [Roman Catholic personalism] Um pessoalismo Cristão distinto se desenvolveu no século 20. Seu principal teórico foi o filósofo Polonês Karol Wojtyla (Mais tarde Papa João Paulo II). Em seu trabalho, "Amor e Responsabilidade" [Love and Responsibility], primeiramente publicado em 1960, Wojtyla propôs o que ele chamou `a norma da pessoalidade':
"Esta norma, em seus aspecto negativo, afirma que uma pessoa é um tipo de bom3 o qual não admite ser usada e não pode ser tratada como um objeto de uso e tal como um meio para um fim. Em sua forma positiva a norma pessoalista confirma que: a pessoa é um bom ao qual a única atitude própria e adequada é o amor" [11].
Este é o primeiro princípio do pessoalismo Cristão: pessoas não são para serem usadas, mas para serem respeitadas e amadas. Em Gaudium et spes, o Segundo Concílio do Vaticano [Second Vatican Council] formulou o que veio à ser considerado a expressão chave deste pessoalismo:
"o humano ... não pode encontrar plenamente a si mesmo exceto através da dádiva sincera de si mesmo" [2].
A busca da verdade, na unidade da fé e da razão, une os religiosos e os cientistas. A Deidade absoluta é unificada e indivisível, o que resulta na transcendência, tanto do tempo quanto do espaço. A verdade é uma mesma ao longo do tempo, ela é inteira por todo espaço. O religioso valoriza a comunhão com a Pessoa Eterna e imutável. O cientista pesquisa os fatos buscando conhecer as leis do mundo material. A Pessoa Divina, a lei universal, é uma verdade eterna. A ciência é a fonte dos fatos, a religião busca o amor de Deus.
LU: 111.6_6 ... O humano pode alcançar o amor de Deus sem fatos, e pode descobrir as leis de Deus sem amor; mas o humano não pode começar a apreciar a simetria infinita, a harmonia superna, a excelsa plenitude da natureza todo-inclusiva da Primeira Fonte e Centro, sem antes haver encontrado a lei divina e o amor divino e sem antes havê-los experiencialmente unificado na sua própria filosofia evolutiva cósmica.
Nós somos um grupo de aprendizes e buscadores da verdade. Este trabalho é dedicado à busca da verdade, a verdade eterna que fundamenta a experiência interior e exterior de todas as pessoas da nossa família universal, pela graça de Deus. É relativo, o nosso conhecimento finito de criatura. É sábio entender que nós, criaturas finitas incompletas, podemos estar tecnicamente certos quanto ao fato e eternamente errados quanto à verdade.
Com comentários intercalados, a seguir transcrevemos, nos parágrafos 1, 4, 7, 11 e 12 do Item 2.7 do "livro da terra", a apresentação de um Conselheiro Divino, atuando com a autoridade dos Anciães dos Dias em Uversa.
"Livro de Urantia", parágrafos 1 e 4 do Item 2.7 : A Verdade e a Beleza Divinas Todo conhecimento finito e todo entendimento da criatura são relativos. A informação e os ensinamentos, ainda que colhidos de fontes elevadas, são apenas relativamente completos: precisos apenas em relação ao local e verdadeiros para a pessoa.
... A falsa ciência do materialismo sentenciaria o humano mortal a reduzir-se a um marginal no universo. Tal conhecimento parcial é potencialmente um mal; é conhecimento que se compõe, tanto do bem, quanto do mal. A verdade é bela, porque é tanto completa quanto simétrica. Quando o humano busca a verdade, ele está buscando o divinamente real.
Lembremos que a verdade é eterna. Logo, aquilo que é verdade não muda de uma geração para outra. A verdade está fora do tempo. Podemos perguntar: Qual a ligação da verdade absoluta e eterna do Criador com a experiência factual da criatura humana finita e temporal? E o livro de urantia [1] nos responde: é o Ajustador do Pensamento residente. O Ajustador do humano é um fragmento de Deus.
"Livro de Urantia", parágrafo 2.7_7 : A busca eterna é de unificação, de coerência divina. O vasto universo físico faz-se coerente na Ilha do Paraíso; o universo intelectual faz-se coerente no Deus da mente, o Agente Conjunto; o universo espiritual faz-se coerente na pessoalidade do Filho Eterno. Mas o mortal isolado, do tempo e do espaço, faz-se coerente em Deus, o Pai, mediante a ligação direta entre o Ajustador do Pensamento residente e o Pai Universal. O Ajustador do humano é um fragmento de Deus e, para sempre, procura a unificação divina e se faz coerente com a Deidade do Paraíso da Primeira Fonte e Centro, e Nesta.
A verdade - material, filosófica ou espiritual - é coerente. Fazemos uma prece para que a nossa religião aumente a nossa apreciação da verdade, da beleza e da bondade. Pois afinal, todos nós almejamos a saúde, a sanidade e a felicidade, e esses níveis de uma vida eficaz são integrações da beleza, da verdade, e da bondade, e advêm da unificação de sistemas de energia, de sistemas de idéias e de sistemas espirituais. Como revelado no:
"Livro de Urantia", parágrafos 2.7_11 e 12 : Toda a verdade - material, filosófica ou espiritual - é tanto bela, quanto boa. Toda a beleza real - a arte material ou a simetria espiritual - é tanto verdadeira, quanto boa. Toda a bondade genuína - seja a moralidade pessoal, a equidade social ou o ministério divino - é igualmente verdadeira e bela. A saúde, a sanidade e a felicidade são integrações da verdade, da beleza e da bondade, ao misturarem-se na experiência humana. Esses níveis de uma vida eficaz advêm da unificação de sistemas de energia, de sistemas de idéias e de sistemas espirituais.
A verdade é coerente, a beleza é atraente e a bondade estabilizadora. E quando esses valores, naquilo que é real, são coordenados na experiência da pessoalidade, o resultado é uma ordem elevada de amor, condicionado pela sabedoria e qualificado pela lealdade. O propósito real de toda a educação, no universo, é tornar efetiva a melhor coordenação do filho isolado dos mundos com as realidades mais amplas da sua experiência em expansão. A realidade é finita no nível humano: e é infinita e eterna nos níveis mais elevados e divinos.
A fragrância da beleza exala da unificação harmoniosa de fatores variados. Na música as notas harmônicas são vibrações sonoras com frequências múltiplas de um tom fundamental. Assim matematicamente o conjunto de notas de diversificadas frequências ressoam unidas em uma forma de onda harmônica. Divindade é a qualidade característica, unificadora e coordenadora da Deidade. O que é divino é unificado e íntegro. A unidade na diversidade compõe a bela obra da criação. Almejamos a verdade, a beleza e a bondade. Buscamos a verdade filosófica capaz de unificar a beleza do universo descoberto pela ciência e a bondade do Pai Espiritual amado na verdadeira religião. Em harmonia com este contexto, citamos com gratidão a mais recente apresentação da verdade, a quinta revelação epocal para o planeta terra:
"Livro de Urantia", parágrafos 56.10_3 e 4: De alguma forma vós entendeis a filosofia; a divindade, vós a compreendeis na adoração, no serviço social e na experiência espiritual pessoal, mas a busca da beleza - a cosmologia - muito freqüentemente vós a limitais ao estudo das tentativas rudes da arte dos humanos. A beleza e a arte são, em grande parte, uma questão de unificação de contrastes. A variedade é essencial ao conceito de beleza. A suprema beleza, o ponto culminante da arte finita, é o drama de unificação na vastidão dos extremos cósmicos: Criador e criatura. O homem encontrando Deus e Deus encontrando o homem - a criatura tornando-se perfeita como o Criador o é - , essa é a conquista superna do supremamente belo, o atingir do ápice da arte cósmica.
Daí, materialismo e ateísmo serem a maximização da fealdade, o clímax da antítese finita do belo. A mais elevada beleza consiste no panorama da unificação das variações que surgiram da realidade harmoniosa preexistente.
Em uma reportagem de 2013 [8] é relatado que o Papa Francisco respondeu, em uma carta pública, ao seguinte questionamento de Eugenio Scalfari, um "não crente interessado e fascinado pela pregação de Jesus de Nazaré":
A Igreja, que acredita na verdade revelada, considera erro ou pecado o fato de alguém não crer em nenhuma verdade absoluta, mas só em verdades relativas e subjetivas?
Após ressaltar a importância do diálogo na vida do crente, o Papa respondeu:
... eu não falaria, nem mesmo para aqueles que acreditam, de verdade `absoluta'. (...) Para fé cristã, a verdade é o amor de Deus por nós em Jesus Cristo. Portanto, a verdade é uma relação! (...) Isso não quer dizer que a verdade é variável e subjetiva, muito pelo contrário. Significa que ela se nos dá sempre como um caminho de vida. ...
... no caminho de vida do religioso, a verdade é uma relação de amor com a pessoa verdadeira que Deus É. Em adição à esta verdade do amor, o cristão confia na pessoa divina de JeSuis Cristo e em suas palavras quando ele disse ao apóstolo Tomé: "Eu Sou o caminho, a verdade e a vida". "Nenhum humano vai ao Pai a não ser por meu intermédio".
A Bíblia da Terra, ou seja, o Livro de Urantia, revela que de fato nosso caminho de ascenção ao Paraíso, eterna morada do Pai Universal, passa por seu Filho Criador, Cristo Michael, que criou este universo local de Nébadon, e que esteve pessoalmente neste planeta na forma humana de Jesus.
Podemos falar sobre a verdade do amor eterno do nosso Pai, lembrando que esta verdade é sempre a mesma. Melquisedeque ensinou a Abraão sobre a verdade do Criador eterno. O Pai Universal é a primeira verdade e, portanto, toda a verdade tem origem Nele. Deus é a verdade absoluta.
A fé religiosa viva é mais do que uma associação de crenças nobres. Na medida que temos fé e escolhemos "cumprir a vontade do Pai dos céus", nossa alma imortal cresce. Cada vez mais estamos de acordo com o espírito eterno que o Pai Universal envia para viver em nossa mente e nos guiar no caminho ascendente até o Paraíso. Cada vez mais nosso eu humano experimenta uma relação de amor com com nosso eu divino que se cristaliza no desenvolvimento do nosso eu moroncial, a alma imortal. Descobrimos o Pai no centro que originou nossa própria pessoa e passamos a valorizar as pessoas por termos encontrado dentro de nós o ser verdadeiro, eterno e de valor sem fim. Vivendo com fé e amor a Deus, nos sentimos filhos do Pai divino na vida eterna.
Assim, nos sentimos parte de uma família universal e passamos a amar ao próximo como à um irmão, uma irmã na eternidade. E o Espírito da Verdade, que Cristo nos outorga, vai nos guiando em cada passo da nossa vida. Deus infinito e eterno se comunicando conosco, criaturas pequenas e mortais. Assim, amando à Deus e ao próximo cumprimos a lei divina, vivemos a verdade do amor no caminho da vida humana com destino a vida eterna e verdadeira. E o plano de ação do mestre Jesus é, nas palavras da urantiana Rosey Lieske, adoração e serviço. Adoramos ao pai de nossa própria alma no sacrário de nossos corações e somos guiados por ele no serviço pleno de amor aos irmãos e irmãs da família de Deus da qual somos todos parte.
O Papa Francisco viajou para XXVIII Jornada Mundial da Juventude no dia 22 de julho de 2013. Durante a viagem ele se encontrou com os jornalistas e dentre outras coisas disse:
... Esta primeira viajem tem em vista encontrar os jovens, mas não isolados da sua vida; eu quereria encontrá-los precisamente no tecido social, em sociedade. Porque, quando isolamos os jovens, praticamos uma injustiça: despojamo-los da sua pertença. Os jovens têm uma pertença: pertença a uma família, a uma pátria, a uma cultura, a uma fé ... Eles têm uma pertença, e não devemos isolá-los! Sobretudo não devemos isolá-los inteiramente da sociedade! Eles são verdadeiramente o futuro de um povo! Isso é verdade; mas não o são somente eles: eles são o futuro, porque têm a força, são jovens, continuarão para adiante. Mas também, no outro extremo da vida, os idosos são o futuro de um povo. Um povo tem futuro se vai em frente com ambos os pontos: com os jovens, com a força, porque o levam para diante; e com os idosos, porque são eles que oferecem a sabedoria da vida. E muitas vezes penso que fazemos uma injustiça aos idosos, pondo-os de lado como se eles não tivessem nada para nos dar; eles têm a sabedoria, a sabedoria da vida, a sabedoria da história, a sabedoria da pátria, a sabedoria da família. E nós precisamos disso! Por isso, digo que vou encontrar os jovens, mas no tecido social, principalmente com os idosos ... [9]
Para que frutifique a sabedoria dos idosos e a força dos jovens de uma forma que estimule à salvaguarda da instituição do lar, propomos que os idosos junto com os jovens trabalhem na educação das crianças da família, até a idade que Jesus começou sua instrução formal na escola em Nazaré. Concordamos que na tarefa de passar o archote cultural para a próxima geração, o lar será sempre a instituição básica. Esta é a proposta de uma educação no seio da família na qual os avós, pais e mães ministrem valores, ensinamentos e práticas aos filhos e netos até a idade da criança na qual comumente os espíritos Ajustadores chegam aos seus sujeitos humanos neste planeta. Se planejarmos e ministrarmos esta educação em casa, nossas famílias e comunidades serão abençoadas pela sabedoria dos idosos e a força dos jovens na profissão de professores das crianças da família em idade pré-escolar. O lar é a instituição mais útil e sublime da civilização. Por isso, a edificação do lar deve, então, ser o centro e a essência de todo esforço educacional.
Estes são ideais que podem vivificar aquela sabedoria social superior que nasce do desejo sincero de amar a Deus acima de tudo e amar a cada ser humano como a um irmão no Reino celeste. Uma ordem social ideal é aquela na qual todo humano ama seu semelhante como a si próprio.
Por outro lado, estamos muito distantes desta fraternidade fascinante, e da excelência, na realização espiritual. A sociedade titubeia sob a culpa de tolerar uma ciência sem idealismo, uma política sem princípios, uma riqueza sem trabalho, um prazer sem restrições, um conhecimento sem caráter, um poder sem consciência e uma indústria sem moralidade. Diante desta adversidade humana, o Papa Francisco declarou:
"Uma árvore que cai faz mais barulho que uma floresta que cresce."
Sabemos que, por não terem tido uma experiência de amor pessoal com Deus, alguns irmãos e irmãs ignorantes e imaturos cometem erros, como uma árvore que cai e faz barulho, que as vezes prejudicam outras pessoas de nossa grande família. Enquanto isso, o espírito Ajustador de Pensamentos, residindo na mente mortal, comunica-se constantemente com o seu sujeito humano, especialmente durante as experiências sublimes de contato adorador, da mente para com o espírito, na supraconsciência. É como uma floresta que cresce. O que dizer aos jovens de boa fé ungidos pelo Espírito Santo, mas que vivem em meio à circunstâncias barulhentas da adversidade humana? Recorremos à Jesus revelado no:
"Livro de Urantia", parágrafo 100.2_7: Jesus retratou a profunda segurança do mortal sabedor de Deus ao dizer: "Para um crente do Reino, que conhece Deus, que importa se todas as coisas terrenas entrarem em colapso?" As seguranças temporais são vulneráveis, enquanto as seguranças espirituais são inexpugnáveis. Quando as torrentes da adversidade humana, do egoísmo, da crueldade, do ódio, da malícia e da inveja afluírem à porta da alma humana, podeis manter-vos na certeza de que há um bastião interior, a cidadela do espírito, que permanece absolutamente inatingível; e isso é verdadeiro, ao menos, para todo aquele ser humano que tenha entregado a guarda da sua alma ao espírito residente do Deus eterno.
A visita de Francisco ao Brasil foi de uma alegria animadora para o país, especialmente para os jovens cristãos. No domingo do dia 28/07/2013, na 28a Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco iniciou a missa dizendo:
" Ide e fazei discípulos entre todas as nações." Com estas palavras, Jesus se dirige a cada um de vocês, dizendo: "Foi bom participar desta Jornada Mundial da Juventude, vivenciar a fé junto com jovens vindos dos quatro cantos do mundo, mas agora você deve ir e transmitir esta experiência aos demais." Jesus o chama a ser um discípulo em missão! Hoje, à luz da Palavra de Deus que acabamos de ouvir, o que nos diz o Senhor? Que nos diz o Senhor? Três palavras: Ide, destemido, servir. [10]
O Pai Universal é quem outorga pessoalidade aos seres humanos da terra. O tipo de pessoalidade à nós conferida, tem uma potencialidade de sete dimensões de auto-expressão e de relacionamento com outras pessoas. Dessas sete dimensões da pessoalidade humana, três são compreensíveis-realizáveis no nível finito, três no nível absonito e um no nível absoluto. Como revelado no:
"Livro de Urantia", parágrafo 112.1_9: O tipo de pessoalidade conferido aos mortais de Urantia tem uma potencialidade de sete dimensões de auto-expressão ou de realização pessoal. Desses fenômenos dimensionais, três são compreensíveis-realizáveis no nível finito, três no nível absonito e um no nível absoluto. Em níveis subabsolutos, essa sétima dimensão, ou a da totalidade, é experienciável como fato da pessoalidade. Essa suprema dimensão é um absoluto associável e, ainda que não infinito, é dimensionalmente um potencial que permite uma penetração subinfinita do absoluto.
Os reveladores da verdade para Urantia (Terra) introduziram termos novos quando necessário. Por exemplo, o termo absonito e o termo moroncial surgiram pela primeira vez no livro de urantia. O nível absoluto de realidade está fora do tempo e do espaço. O nível absonito transcende o tempo e o espaço. O nível finito de realidade existe nas limitações do tempo e do espaço. As realidades absolutas são existências na eternidade. As realidades absonitas são relativas com respeito ao tempo e à eternidade. As realidades finitas são projetadas no espaço e factualizadas no tempo. O absonito corresponde aqueles níveis de existência que são mais do que finitos, mas menos do que absolutos.
Analogamente, os reinos moronciais ligam os níveis materiais e espirituais da existência da criatura. Morôncia é um termo que designa um vasto nível que se interpola entre o material e o espiritual. Por exemplo, a alma moroncial é filha do espírito divino e da mente mortal e material. A substância da alma não é nem material, nem espiritual - é moroncial. Fazemos estas considerações para ajudar na compreensão do que nos foi revelado no:
"Livro de Urantia", Item 112.1: A Pessoalidade e a Realidade A pessoalidade é outorgada pelo Pai Universal às Suas criaturas como um dom potencialmente eterno. Essa dádiva divina destina-se a funcionar em inúmeros níveis e em situações sucessivas no universo, que variam do finito mais baixo ao mais alto absonito, indo mesmo aos limites do absoluto. A pessoalidade, assim, atua em três planos cósmicos, ou em três fases do universo:
- Estado de posição. A pessoalidade funciona com igual eficiência, seja no universo local, seja no superuniverso, seja no universo central.
- Estado de significação. A pessoalidade atua efetivamente nos níveis do finito e do absonito, e mesmo naquilo que se impinge ao absoluto.
- Estado de valor. A pessoalidade pode realizar-se experiencialmente nos reinos progressivos do material, do moroncial e do espiritual.
A pessoalidade tem um campo perfeccionado de atuação cósmica dimensional. As dimensões da pessoalidade finita são três e, grosso modo, funcionam como é colocado a seguir:
- O comprimento representa a direção e a natureza da progressão - o movimento no espaço e de acordo com o tempo - , a evolução.
- A profundidade vertical abrange os impulsos e atitudes do organismo, os vários níveis de auto-realização e o fenômeno geral de reação ao meio ambiente.
- A largura abrange o domínio da coordenação, da associação e da organização do eu.
... As dimensões finitas da pessoalidade têm a ver com as dimensões cósmicas do comprimento, da profundidade e da largura. O comprimento corresponde ao significado; a profundidade significa valor; a largura abrange o discernimento interior - a capacidade de experimentar uma consciência indubitável da realidade cósmica.
Ainda que seja presunçoso ensaiar uma definição de pessoalidade, acredito que estes ensinamentos, sobre as três dimensões da pessoalidade finita e as sete dimensões de auto-expressão potenciais na pessoa humana, podem ser organizados no seguinte quadro:
valor | pessoalidade | significado | ||
espírito | espiritual | unificada | absoluto | perfeito |
alma | moroncial | coordenada | absonito | relativo |
mente | material | e organizada | finito | imperfeito |
profundidade | largura | comprimento |
Esta é apenas uma possível interpretação dos ensinamentos da "Bíblia da Terra" (Livro de Urantia). Peço ajuda aos irmãos e irmãs de boa fé que buscam a ascenção ao Paraíso, para entender os ensinamentos sobre a sobrevivência da pessoalidade no:
"Livro de Urantia", parágrafo 112.1_12: Muitos dos problemas experienciados pelos mortais no seu estudo da pessoalidade humana poderiam ser evitados, se a criatura finita se lembrasse de que os níveis dimensionais e os níveis espirituais não estão coordenados na compreensão-realização experiencial da pessoalidade.
Os documentos de urantia revelam quatro circuitos de gravidade universal absoluta no universo-mestre. Os circuitos são: 1 - pessoalidade4, 2 - espírito, 3 - mente e 4 - matéria-energia5. Também é revelado que em níveis absolutos estes quatro circuitos estão centrados respectivamente na atrativa gravidade 1 - dO Pai Universal, 2 - dO Filho Eterno, 3 - dO Espírito Infinito e 4 - dA Ilha do Paraíso. Estas realidades universais estão manifestadas na experiência humana respectivamente: 1 - na pessoalidade e no espírito pré-pessoal, 2 - na alma filha do espírito, 3 - na mente humana e 4 - no corpo material. Esquematicamente:
Circuitos de Gravidade Universal | ||
Criador Divino | circuito | criatura humana |
Pai Universal | pessoalidade | pessoalidade e |
espírito pré-pessoal | ||
Filho Eterno | espírito | alma filha do espírito |
Espírito Infinito | mente | mente humana |
Ilha do Paraíso | matéria-energia | corpo material |
"Livro de Urantia", Item 0.6: Energia e Modelo Original A toda e qualquer coisa que é sensível ao circuito da pessoalidade do Pai, chamamos pessoal. A toda e qualquer coisa que é sensível ao circuito espiritual do Filho, chamamos espírito. A toda e qualquer coisa que é sensível ao circuito da mente do Agente Conjunto, chamamos mente; mente, como um atributo do Espírito Infinito - e mente, em todas as suas fases. A toda e qualquer coisa que é sensível ao circuito material da gravidade, centrado no Paraíso inferior, chamamos matéria - matéria-energia, em todos os seus estados metamórficos.
Este trabalho é uma interpretação dos fatos científicos, dos significados filosóficos e dos valores espirituais revelados de forma integrada no livro de urantia, publicado em 1955 pela primeira vez. Considerando a ciência, filosofia e religião reveladas neste livro, buscaremos ao longo deste trabalho, ressaltar paralelos com o conhecimento humano evolucionário deste início de milênio. Enfatizamos desde já que, de acordo com o livro de urantia, é a pessoalidade que unifica os fatores de individualidade da criatura humana: corpo, mente, alma e espírito. Ressaltamos a associação: 4 - entre a ciência e os corpos materiais; 3 - entre a filosofia e os significados intelectuais; 2 - entre a religião e os valores espirituais. Almejamos desenvolver uma 1 - pessoalidade íntegra que unifique todos estes fatores, circuitos e níveis da realidade. Vivemos buscando a união, a fusão do espírito Ajustador e a alma que cresce no ventre de nossa mente moral. Temos fé em Deus, e que por Sua graça poderemos experimentar a sobrevivência da pessoalidade, e, um dia nos tornarmos Seus filhos ascendentes ao Paraíso onde Ele habita. Convivemos na Fraternidade dos Estudantes do Livro de Urantia: FELU. Concordamos com Rudolf Steiner, o elaborador da antroposofia, e suas idéias6 expressas no livro: "Truth and Knowledge [Verdade e Ciência]" [15]. Através de nosso pensar, nós também estamos buscando o conhecimento cognitivo verdadeiro. Buscamos integrar, pela mediação da mente e cognição, as coisas objetivas da ciência dos objetos exteriores, e a relação com os sujeitos espirituais no nosso centro interior subjetivo. Regozijamos com revelações tais como:
"Livro de Urantia", parágrafo 196.3_2: Há apenas três elementos na realidade universal: o fato, a idéia e a relação. A consciência religiosa identifica essas realidades como ciência, filosofia e verdade. A consciência filosófica estaria inclinada a ver essas atividades como razão, sabedoria e fé - a realidade física, a realidade intelectual e a realidade espiritual. O nosso hábito é designar essas realidades como coisa, significado e valor.
O livro de Urantia revela que no Paraíso, as três energias, a física, a mental e a espiritual, são coordenadas. As realidades do espírito puro e da energia pura estão centradas na pessoa do Pai do Paraíso. E são unas Nele - devem estar unificadas - porque Deus é uno. A pessoalidade do Pai é absolutamente unificada. Os absolutos, tanto do espírito quanto do objeto (coisa), convergem na pessoa do Pai Universal. E, pela Graça deste Pai, também a pessoalidade mortal unifica a sua experiência humana com a matéria, a mente e o espírito.
Assim, o intelecto humano deve ser capaz de compreender muito do significado dos três níveis de funcionamento da realidade finita: matéria, mente e espírito. Com gratidão pela revelação, citamos o iluminador:
"Livro de Urantia", parágrafos 12.8_9-14: Embora dificilmente seja possível para a mente mortal compreender os sete níveis da realidade cósmica relativa, o intelecto humano deveria ser capaz de compreender muito do significado dos três níveis de funcionamento da realidade finita:
- A Matéria. A energia organizada, que está sujeita à gravidade linear, a não ser quando ela é modificada pelo movimento e condicionada pela mente.
- A Mente. A consciência organizada, que não está inteiramente sujeita à gravidade material e que se torna verdadeiramente liberada quando modificada pelo espírito.
- O Espírito. A realidade pessoal mais elevada. O verdadeiro espírito não está sujeito à gravidade física, mas acaba tornando-se a influência motivadora de todos os sistemas de energia em evolução, com dignidade de pessoalidade.
A meta da existência de todas as pessoalidades é o espírito; as manifestações materiais são relativas, e a mente cósmica atua entre esses opostos universais. A outorga da mente e a ministração do espírito são o trabalho das pessoas associadas da Deidade, o Espírito Infinito e o Filho Eterno. A realidade da Deidade total não é a mente, mas a mente-espírito - a mente-espírito unificada pela pessoalidade. Contudo, os absolutos, tanto do espírito quanto do objeto (coisa), convergem na pessoa do Pai Universal.
No Paraíso, as três energias, a física, a mental e a espiritual, são coordenadas. No cosmo evolucionário a matéria-energia é predominante em tudo, menos na pessoalidade; e nesta, e para a mestria desta, o espírito luta, com a mediação da mente. O espírito é a realidade fundamental da experiência da pessoalidade de todas as criaturas, pelo fato de que Deus é espírito. O espírito é imutável e, portanto, em todas as relações de pessoalidade, ele transcende tanto à matéria quanto à mente, que são variáveis experienciais de realização progressiva.
O livro de urantia revela a unidade da realidade e as relações entre a matéria e o espírito, pela mediação da mente. A mente faz a interface entre o espírito e a energia material. Por isso, é necessário uma coordenação filosófica da mente que busca integrar a religião do espírito interior com a ciência dos fatos materiais exteriores. O objetivo deste trabalho é uma integração filosófica capaz de interpolar ciência e religião. Esta busca de unidade se inspira nas magistrais palavras reveladas no:
"Livro de Urantia", parágrafos 103.6_3-6: A religião tem a ver com o ponto de vista espiritual, a consciência do lado interno da experiência humana. A natureza espiritual do humano proporciona-lhe a oportunidade de virar o universo de fora para dentro. E, consequentemente, é verdade que, vista exclusivamente do lado interno da experiência da pessoalidade, toda a criação parece ser espiritual na sua natureza.
Quando o humano inspeciona analiticamente o universo, por meio dos dons materiais dos seus sentidos físicos e da percepção mental a eles associada, o cosmo parece ser mecânico e composto de energias materiais. Tal técnica de estudar a realidade consiste em virar o universo de dentro para fora.
Um conceito filosoficamente lógico e consistente do universo não pode ser elaborado sobre os postulados, quer sejam do materialismo quer sejam do espiritualismo; pois esses dois sistemas de pensamento, quando aplicados universalmente, são ambos compelidos a ver o cosmo com distorção; o primeiro, contatando um universo virado de dentro para fora, e o último, compreendendo a natureza de um universo virado de fora para dentro. Nunca, então, nem a ciência nem a religião, em si e por si próprias, permanecendo sozinhas, podem esperar conquistar uma compreensão adequada das verdades universais e das relações, sem a orientação da filosofia humana e sem a iluminação da revelação divina.
O espírito interior do humano dependerá sempre, para a sua expressão e auto-realização, do mecanismo e da técnica da mente. Do mesmo modo, a experiência externa do humano com a realidade material, deve basear-se na consciência mental da pessoalidade que está experienciando. Portanto, as experiências humanas, a espiritual e a material, a interior e a exterior, estão sempre correlacionadas com a função da mente, e condicionadas, quanto à sua realização consciente, pela atividade da mente. O humano experimenta a matéria na sua mente; ele experiencia a realidade espiritual na alma, mas torna-se consciente dessa experiência na sua mente. O intelecto é o harmonizador, é o condicionador e o qualificador, sempre presentes, da soma total da experiência mortal. Ambos, as coisas da energia e os valores do espírito, quando passam ao âmbito da consciência mental, por meio da interpretação, são coloridos por esta.
Mostraremos ao longo deste trabalho que existe uma diferença qualitativa entre os fatos do corpo material e os significados da mente humana. Em certo sentido a mente é uma realidade de símbolos e informações, de signos e significados. Como a mente intermedia as relações entre o espírito e a matéria? A mente humana é sensível às realidades materiais e espirituais, desta forma ela realiza uma representação significativa com signos e símbolos informativos da matéria em seu exterior marginal e do espírito no seu centro causal. Provaremos cientificamente que os neurônios do cérebro, na base da mente, são sensíveis aos impulsos eletro-químicos abaixo e às ondas eletromagnéticas na velocidade da luz acima. Talvez a luz e a matéria, ou talvez a morôncia e a matéria, sejam duas "faces" da energia dual, chamada gravita na ciência revelada do livro de urantia. O cérebro, sensível à luz e à matéria, a mente sensível à alma moroncial e ao corpo físico, permitem o estímulo de signos mentais que simbolizam as energias espirituais e materiais. Este parágrafo aponta para uma possível explicação da afirmação revelada de que a consciência humana repousa gentilmente sobre o mecanismo eletroquímico abaixo; e delicadamente toca o sistema de energia espiritual-moroncial acima.
Como dissemos antes, ousamos associar a ciência com o conhecimento dos fatos materiais percebidos pelos sentidos. Ousamos associar a filosofia com a sabedoria dos significados intelectuais adquiridos pela mente. Ousamos associar a religião com a experiência de amor filial e dos valores espirituais do ser eterno e verdadeiro no centro paterno de nossa própria alma. Agora, estamos explicando como a mente faz a interface entre o espírito e a matéria, e como o cérebro é sensível à luz e às partículas materiais. Lembramos que é a pessoalidade que unifica os fatores de individualidade da criatura humana: corpo, mente, alma e espírito. O quadro a seguir resume estas associações e o assunto deste texto:
pessoalidade humana unificada | ||
religião | valores espirituais | espírito e alma |
filosofia | significados intelectuais | mente |
ciência | fatos materiais | corpo |
Antes de adentrar a filosofia integral e a idéia filosófica da Unidade Universal, quero ressaltar um aspecto fundamental da revelação urantiana, qual seja, a importância e a validade do conceito da pessoalidade de Deus. Apesar da erudição e complexidade de muitos livros, negar a pessoalidade da Primeira Fonte e Centro nos limita a dois dilemas filosóficos: o materialismo e o panteísmo. Estes dois extremos da filosofia humana mostram o engano da corporeidade. O livro de urantia revela que um corpo material não é indispensável à pessoalidade. Escrito nas palavras reveladas do:
"Livro de Urantia", parágrafos 1.5_11-12: A religião primitiva possuía muitos deuses pessoais, e eles eram moldados à imagem do homem. A revelação afirma e confirma a validade do conceito da pessoalidade de Deus; a qual não passa de uma mera possibilidade, segundo o postulado científico, de uma Causa Primeira, e, apenas provisoriamente, é sugerida na idéia filosófica da Unidade Universal. Apenas por meio da idéia da pessoalidade qualquer pessoa pode começar a compreender a unidade de Deus. Negar a pessoalidade da Primeira Fonte e Centro deixa-nos diante de uma escolha limitada a dois dilemas filosóficos: o materialismo e o panteísmo.
Para a contemplação da Deidade, o conceito da pessoalidade deve ser desprovido da idéia de corporalidade. Um corpo material não é indispensável à pessoalidade, seja no homem, seja em Deus. Esse engano, o da corporeidade, é mostrado nos dois extremos da filosofia humana. No materialismo, quando perde o seu corpo com a morte, o homem cessa de existir como pessoalidade; no panteísmo, desde que não tenha nenhum corpo, Deus não pode ser, portanto, uma pessoa. O tipo de pessoalidade progressiva supra-humana funciona em uma união de mente e espírito.
Feitas estas considerações, lembramos aqui o unificador trabalho de Ken Wilber, o filósofo integral. Sua obra visa integrar o conhecimento humano, apresentando uma visão coerente que interliga harmoniosamente ciência, filosofia, arte, ética e espiritualidade. Alguns de seus livros, já traduzidos para o Português, são: O Espectro da Consciência; A Consciência sem Fronteiras; O Paradigma Holográfico; O Olho do Espírito; A União da Alma e dos Sentidos; Psicologia Integral; Uma Teoria de Tudo; A Visão Integral.
Wilber inclui, a filosofia perene e a ciência moderna, em uma teoria integral que discerne e integra níveis da realidade experiencial humana: matéria, corpo, mente, alma e espírito. O livro de urantia também enaltece o ideal de desenvolver uma pessoalidade unificada que integre estes fatores associados da individualidade. Assim, é possível que o espírito do Criador Divino esteja unido a alma, mente e corpo vivo da criatura humana. Até mesmo Deus e o homem podem coexistir em uma pessoalidade unificada, como tão admiravelmente é demonstrado no status presente do Cristo Michael7 - Filho do Homem e Filho de Deus.
O corpo vivo, a mente, a alma e o espírito são fatores associados da individualidade. A pessoalidade, outorgada pelo Pai Universal, unifica estes níveis da experiência humana e funciona como um fator na situação total da realidade viva. Lembremos que nós somos criaturas finitas do tempo-espaço. Porém, o espírito residente é o núcleo absoluto do Ajustador da pessoalidade humana. Por isso, este espírito Ajustador integrado com a dimensão absoluta da pessolidade, transcende e inclui o finito, o tempo, o espaço, a alma, a mente e o corpo vivo das criaturas mortais. Como expresso na:
"Prática da Vida Integral, segundo Ken Wilber", parágrafo 3.1_6: Os estágios ou níveis precisam ser desenvolvidos; são potencialidades. Uma vez desenvolvidos, tornam-se permanentes; coexistem entre si (transcendem e incluem). No modelo de Ken Wilber, a consciência se organiza em esferas evolutivas que sucessivamente incluem e transcendem a camada anterior. A vida inclui e transcende a organização física e molecular onde ocorre; a mente, por sua vez, inclui e transcende a vida; a alma inclui e transcende a mente; e o espírito, a alma.
Ao elaborar sua filosofia integral, Ken Wilber amplia a abrangência da experiência científica, para incluir a experiência interior, no que ele chamou de ciência profunda e normalmente chamamos de religião. A essência do método científico é a experiência. Há uma prova factual, da realidade espiritual, na experiência da presença do Ajustador do Pensamento que reside na mente humana. Esta prova é uma experiência espiritual viva de unidade com nosso eu real, no centro criador da nossa alma, no ventre receptivo da nossa mente. Contudo, esta experiência interior não é demonstrável para o mundo externo, pois ela ocorre em nossa consciência profunda das fundações da pessoalidade inteira, ela é uma experiência da presença da residência de Deus. Parte deste parágrafo foi escrito depois da leitura da revelação original no:
"Livro de Urantia", parágrafo 103.7_14: Há uma prova factual da realidade espiritual, na presença do Ajustador do Pensamento, mas a validade dessa presença não é demonstrável para o mundo externo, apenas o é para aquele que tem essa experiência da presença da residência de Deus. A consciência da presença do Ajustador é baseada na recepção intelectual da verdade, na percepção supramental da bondade e na motivação da pessoalidade para amar.
Tenho a intuição que este amante da sabedoria8 ficará engrandecido com a leitura integral do livro de urantia. A filosofia da teoria integral, em certo sentido é como a revelação, unifica a lógica intelectual que reconhece a Primeira Causa Universal como sendo um Isso, de um lado, e aquelas afirmações efetivas da alma que declaram que essa Primeira Causa é a Primeira Pessoa, o Deus pessoal da salvação humana. Creio que o trabalho deste pensador poderá ser ampliado com revelações tais como:
"Livro de Urantia", parágrafo 196.3_1: ... A fé religiosa - o guiamento efetivo da presença divina residente - capacita, infalivelmente, o humano sabedor de Deus a lançar uma ponte sobre o abismo existente entre a lógica intelectual que reconhece a Primeira Causa Universal como sendo um Isso, de um lado, e aquelas afirmações efetivas da alma que declaram que essa Primeira Causa é Ele, o Pai Universal do evangelho de Jesus, o Deus pessoal da salvação humana.
O Pai Universal é também o Criador do Paraíso. Assim, temos de um lado os significados e os valores mente-espírito-pessoais e, de outro lado, aquelas coisas de matéria-energia. No nível finito da criatura, o lado interno da experiência humana tem a ver com o ponto de vista espiritual. Por outro lado, o universo exterior, visto com os sentidos físicos do ser humano, parece ser mecânico e composto de energias materiais. Repetimos aqui a citação do:
"Livro de Urantia", parágrafos 103.6_5 e 6: Um conceito filosoficamente lógico e consistente do universo não pode ser elaborado sobre os postulados, quer sejam do materialismo quer sejam do espiritualismo; ... Nunca, então, nem a ciência nem a religião, em si e por si próprias, permanecendo sozinhas, podem esperar conquistar uma compreensão adequada das verdades universais e das relações, sem a orientação da filosofia humana e sem a iluminação da revelação divina.
O espírito interior do homem dependerá sempre, para a sua expressão e auto-realização, do mecanismo e da técnica da mente. Do mesmo modo, a experiência externa do homem com a realidade material, deve basear-se na consciência mental da pessoalidade que está experienciando. Portanto, as experiências humanas, a espiritual e a material, a interior e a exterior, estão sempre correlacionadas com a função da mente ...
A filosofia integral busca incluir o lado interno e externo da experiência humana. Podemos mapear os quadrantes desta teoria traçando um eixo horizontal do interior para o exterior e cruzando com um eixo vertical do individual para o coletivo. Assim discernimos neste mapa integral os seguintes quadrantes: interior individual (eu), interior coletivo (nós), exterior individual (isto), exterior coletivo ("istos").
Esta abordagem integral e holística principia na idéia de que qualquer "todo" conhecido é apenas um "holon" (parte de um "todo maior"). Este princípio aplica-se também a átomos, moléculas e organismos; letras, palavras, frases, páginas, livros e idéias; e à própria consciência humana, um holon que se manifesta em quatro quadrantes: eu, isto, nós, "istos" (isto coletivo).
Traduzimos a seguir a explicação do próprio Ken Wilber sobre os quadrantes na teoria interal.
"Outline of an Integral Psychology", paragraphs 13_1-2 Quadrantes No início, a maioria das pessoas acham os quatro quadrantes difícil de compreender, mas a seguir acham simples de utilizar. Os quadrantes se referem ao fato de que qualquer coisa pode ser vista de quatro perspectivas, em outras palavras: nós podemos olhar para alguma coisa do lado interno ou externo, e no singular ou no plural. Por exemplo, minha própria consciência neste momento. Eu posso olhá-la do lado interno, neste caso eu vejo todos os meus vários sentimentos, esperanças, medos, sensações, e percepções que eu posso ter em dado instante. Isto é a primeira-pessoa ou visão fenomenológica, descrita na linguagem do "eu". Mas a consciência também pode ser vista de um modo objetivo, "científico", neste caso eu posso concluir que minha consciência é o produto de mecanismos cerebrais objetivos e sistemas neurofisiológicos. Isto é a terceira pessoa ou visão objetiva, descrita na linguagem do "isso". Estas são visões da consciência do lado interno e externo.
Mas minha consciência ou ser não existe no vácuo; ela existe em uma comunidade de outros seres. Assim em adição a uma visão singular da consciência, nós podemos olhar como a consciência existe no plural (como parte de um grupo, uma comunidade, uma coletividade). E assim como nós podemos olhar para o lado interno e externo do indivíduo, nós podemos olhar para o lado interno e o externo da coletividade. Nós podemos tentar entender qualquer grupo de pessoas a partir do lado interno, em uma simpática ressonância de compreensão mútua; ou nós podemos tentar olhar para eles do exterior, de uma maneira destacada e objetiva (ambas as visões podem ser úteis, na medida que nós honramos cada uma delas).
Transcrevemos à seguir um significativo trecho do livro "O Paradigma Holográfico" [18]. O livro citado é um trabalho colaborativo que agrega um diálogo com Ken Wilber publicado em 1981 no "ReVision Journal" com o título:
Reflexões sobre o Paradigma da Nova Era Uma conversa com Ken Wilber ... após 60 perguntas e respostas ... ReVision: Gostaria de saber se podíamos agora abordar a noção de epistemologia, pois você disse antes que a hierarquia evolucionária é também uma hierarquia de conhecimento. Você poderia elaborar essa idéia?
Ken Wilber: Cada nível do Grande Ninho do Ser9 é um nível de apreensão, como diria Whitehead. Cada nível apreende, ou de algum modo toca ou reconhece, seu ambiente. Como dissemos antes, cada nível é uma versão escalonada e descendente da consciência absoluta. De qualquer maneira, se usamos nossa hierarquia simples de três níveis, corpo, mente e espírito, então os três correspondentes modos de conhecimento são o sensorial, o simbólico e o intuitivo. Os místicos cristãos referem-se a eles como o olho da carne, o olho da razão e o olho da contemplação. Até mesmo Aristóteles estava perfeitamente ciente desses domínios - ele os chamava de tekné, praxis (ou phronesis) e theoria.
ReVision: E eles são hierárquicos?
Ken Wilber: Sim. Da mesma maneira que o olho da razão transcende mas inclui o olho da carne, o olho da contemplação transcende mas inclui o olho da razão.
ReVision: A ciência como nós a conhecemos não poderia ser estendida de maneira a abranger todos esses três domínios? Não poderíamos possuir uma ciência superior do ser? O novo paradigma parece dizer que sim.
Ken Wilber: Isso, a meu ver, depende do que você entende por ciência. Olhe desta maneira: possuímos pelo menos três modos de conhecimento - sensorial, simbólico e contemplativo. Esses modos correspondem ao corpo físico, à mente e ao espírito. Isso é bastante simples, mas fica um pouco mais complicado quando você compreende que a mente, por exemplo, pode olhar não apenas para o seu próprio nível mas também para os outros dois, e em cada caso você obtêm um tipo de conhecimento fundamentalmente diferente. Posso representar isso desta maneira:
ReVision: Temos portanto três modos básicos e três domínios de conhecimento: o físico-sensorial, o mental e o espiritual. (Eles são numerados de 1 a 3.) E então, no âmbito do próprio modo mental temos o quê? Três subconjuntos?
Ken Wilber: Subconjuntos está ótimo ... (Eles são indicados pelas letras a, b, c.)
ReVision: Que indica quais dos três domínios o modo mental toma como objeto?
Ken Wilber: Sim. Seguindo meu filósofo ortodoxo favorito, Jürgen Habermas, podemos caracterizar os três subconjuntos mentais da seguinte maneira: quando a mente se restringe ao conhecimento sensorial, o modo é denominado empírico-analítico, e seu interesse é técnico; quando a mente trabalha com outras mentes, o modo é hermenêutico, fenomenológico, racional ou histórico, e seu interesse é prático ou moral. Acrescentamos agora a visão mística, que Habermas não incluiu diretamente, e dizemos que quando a mente tenta reconhecer o domínio espiritual, seu modo é paradoxal ou radicalmente dialético, e seu interesse é soteriológico. Vou colocar isso num diagrama:
ReVision: O que é exatamente hermenêutica?
Ken Wilber: O estudo da interpretação e do significado simbólico. Nas mãos de filósofos sofisticados como Gadamer ou Ricoeur, ela realmente passa a significar mentalidade em geral, ou intencionalidade simbólica e significado e valor. Veja, a razão pela qual os estudos empírico-analíticos são tão limitados - limitados, de fato, ao domínio sensorial - é que eles não podem sequer exibir a natureza ou o significado das produções mentais. Por exemplo, não há teste empírico que possa revelar o significado de Macbeth, ou o significado do valor, o significado de sua vida, e assim por diante. O significado é uma produção mental e só pode ser determinado por interpretação, ou por aquilo que Heidegger denominava círculo hermenêutico.
ReVision: A maior parte das pessoas entende o que você quer dizer pela expressão empírico-analítico. Você poderia falar sobre o terceiro subconjunto, o paradoxal?
Ken Wilber: A idéia é simplesmente a de que, quando a mente tenta raciocinar sobre o absoluto, ela, de maneira inevitável, gerará paradoxos, exatamente pelas razões que já estivemos discutindo. Quando a mente opera neste modo, nós a chamamos de paradoxal. Também já ouvi a palavra "razão mandálica"10 ser usada, e eu gosto dela. Ambas são boas.
ReVision: Agora, você está dizendo que a razão paradoxal não é contemplação, mas tem os seus usos, corretos?
Ken Wilber: Sim, exatamente. Ambos os pontos deveriam ser enfatizados. O primeiro deles é que a razão paradoxal ou mandálica - que surge quando você tenta pensar sobre o Tao, ou o Espírito, ou a Natureza de Buda - não é espírito, nem revela, por si mesma, o espírito. Vamos voltar ao primeiro diagrama e numerar todos os cinco modos:
O número 5 é simples percepção sensorial-material. O número 4 é conhecimento mental empírico-analítico, ou as idéias da mente sobre o mundo sensorial-material. O número 3 é o conhecimento hermenêutico e introspectivo e fenomenológico, ou o conhecimento da mente a respeito da mente. O número 2 é a razão paradoxal ou mandálica, ou a tentativa da mente para pensar sobre o espírito. O número 1 é o conhecimento direto do espírito pelo espírito, que é um conhecimento não simbólico e sem mediação, intuitivo e contemplativo.
ReVision: E sua primeira observação é que o número 2 não deveria ser confundido com o número 1.
Ken Wilber: Sim, e esse é um ponto extremamente fundamental. Não há nenhuma maneira de compreender diretamente o espírito exceto por meio de uma transformação espiritual radical, ou pela abertura direta do olho da contemplação no seu próprio caso. Você pode ler, pensar e escrever sobre o Tao o dia todo, e nada disso é o Tao. Nenhuma teoria mental chega nem mesmo perto de Brahma.
Este discernimento filosófico sobre três níveis da realidade, esta sabedoria que explica como a mente intervém entre o espírito e a matéria, está também expressa no:
"Livro de Urantia", parágrafo 0.6_8: A Mente é um fenômeno que denota a presença-atividade do ministério vivo e também de sistemas variados de energia; e isso é verdadeiro para todos os níveis de inteligência. Na pessoalidade, a mente intervém continuamente, entre o espírito e a matéria; e desse modo, o universo é iluminado por três espécies de luz: a luz material, a luz do discernimento intuitivo-intelectual e a luminosidade do espírito.
No livro "Psicologia Integral" [22], Ken Wilber menciona a "planura" da ciência materialista superficial, que vê a realidade apenas com o olho da carne e frequentemente desconsidera a experiência interior de contemplação do ser humano. Por outro lado, com evolução da alma moroncial pela graça do espírito Ajustador, cresce no indivíduo a mota moroncial que coordena a experiência no ambiente material com a vivência espiritual interior da pessoa. A mota, a sabedoria moroncial, é mais que uma filosofia superior; ela está para a filosofia assim como dois olhos estão para um olho só; ela gera um efeito estereoscópico sobre os significados e valores. Precisamos de mais que um olho apenas para que possamos vizualizar a profundidade em perspectiva. Foi isso que Jesus, como tutor do filho de um rico viajante vindo da Índia, explicou para seu jovem aprendiz. Em acordo com a revelação no:
"Livro de Urantia", parágrafos 130.4_4 e 10: Uma pessoa, com um olho apenas, nunca pode esperar visualizar a profundidade em perspectiva. Nem pode o cientista materialista, de um único olho, nem o místico e o alegorista espirituais, também cegos de um lado, visualizar corretamente e adequadamente compreender a profundidade verdadeira da realidade do universo. Todos os valores verdadeiros da experiência da criatura estão ocultos na profundidade do reconhecimento.
O conhecimento é a esfera da mente material, ou discernidora dos fatos. A verdade é o domínio do intelecto espiritualmente dotado, que é cônscio de poder conhecer a Deus. O conhecimento é demonstrável; a verdade é experimentável. O conhecimento é uma posse da mente; a verdade uma experiência da alma, o eu em progresso. O conhecimento é uma função de nível não-espiritual; a verdade é uma fase do nível da mente-espírito dos universos. O olho da mente material percebe um mundo de conhecimento factual; o olho do intelecto espiritualizado discerne um mundo de valores verdadeiros. Esses dois pontos de vista, sincronizados e harmonizados, revelam o mundo da realidade, no qual a sabedoria interpreta os fenômenos do universo, nos termos da experiência pessoal progressiva.
O parágrafo anterior faz parte do discurso sobre a realidade que o Mestre Jesus fez para seu discípulo Ganid em Alexandria, após uma longa conversa com um dos professores reitores da universidade, que fazia conferências sobre a filosofia de Platão. Diante destes ensinamentos eu rejubilo de gratidão aos reveladores da verdade para Urantia, gratidão à Jesus Cristo, ao Pai Universal e ao espírito combinado Deles revelado como sendo: o Espírito da Verdade.
Rudolf Steiner, um filósofo de Cristo [Steiner and Christianity], vivenciou e ensinou a coordenação filosófica entre os dois polos da experiência humana: o espiritual e o material, o interior e o exterior. Partindo desta experiência, ele concebeu a antroposofia, uma sabedoria humana11 que promove a união da atitude científica e do discernimento religioso, pela intermediação da filosofia experiencial.
Segue, intercalado com comentários, a tradução de trechos da Wikipedia (2013) sobre a ciência espiritual de Rudolf Steiner:
Ciência Espiritual [Spiritual Science] Em seus trabalhos iniciais, Steiner já falava da unidade dos "mundos materiais e espirituais" [4]. De 1900 em diante, ele começou a palestrar sobre detalhes cristalinos do mundo espiritual, culminando com a publicação em 1904 da primeira de muitas apresentações sistemáticas, sua Theosophy: An Introduction to the Spiritual Processes in Human Life and in the Cosmos [Teosofia: Uma Introdução ao Processo Espiritual na Vida Humana e no Cosmos], foi sucedida pela publicação de How to Know Higher Worlds [Como Conhecer os Mundos Superiores] (1904-1905), e de Cosmic Memory [Memória Cósmica] (uma coleção de artigos escritos entre 1904 e 1908), e então Steiner publicou: An Outline of Esoteric Science [Um Delinhamento da Ciência Esotérica] (1910). Temas importantes incluídos:
- o ser humano: corpo, (mente) alma e espírito;
- o caminho do desenvolvimento espiritual;
- influências espirituais na evolução e história do mundo;
Steiner enfatizava que existe um mundo objetivo, material e espiritual, que pode ser conhecido, e que estas percepções do mundo espiritual e seres incorpóreos são, sob condições de treinamento, comparáveis aquelas requeridas para as ciências materiais incluindo: auto-disciplina e replicabilidade por múltiplos experimentadores. É nessa base que a ciência espiritual é possível, com fundações epistemológicas na experiência interior, diferentes dos fatos exteriores abordados pela ciência material.
Steiner ressaltou a importância da criatividade interior para o ser humano se tornar consciente dos processos e seres espirituais, e assim, transformar o cosmos pelo ministério da criatividade presente do eu interno. Ao atuar e re-atuar, no interior, discernimos as realidades espirituais. É ressonante lembrar que também Jesus, na religião, defendeu e seguiu o método da experiência, do mesmo modo que a ciência moderna busca a técnica pela experimentação. Novamente citamos a ciência espiritual:
Para Steiner, o cosmos é permeado e continuamente transformado pela atividade criativa de processos não físicos e seres espirituais. Para o ser humano se tornar consciente da realidade objetiva desses processos e seres, é necessário criativamente atuar e re-atuar, no interior, de sua atividade criativa. Assim, o conhecimento espiritual objetivo sempre advém desta atividade interior criativa [4].
A antroposofia é a sabedoria do ser humano que é livre para seguir o guiamento do espírito residente em sua própria mente. O elaborador da antroposofia enfatizou que este caminho espiritual se fundamenta na liberdade e julgamento do indivíduo. Quando o humano escolhe um julgamento moral certo, por um ato de livre-arbítrio, essa decisão constitui uma experiência religiosa e espiritual. A decisão moral e escolha espiritual indica, para os Portadores da Vida, que a evolução atingiu o nível humano de vontade moral.
Steiner articulou três estágios de qualquer feito criativo [13]:Pt. II, Cap. 1:
- Intuição moral
- - a abilidade de descobrir ou, preferencialmente, desenvolver princípios éticos válidos;
- Imaginação moral
- - a transformação imaginativa de tais princípios em intenção concreta aplicável à uma situação particular (ética circunstancial [situational ethics]); e
- Técnica moral
- - a realização da transformação intencionada, dependente de uma mestria de habilidades práticas.
O livre-arbítrio relativo, que caracteriza a autoconsciência da pessoalidade humana, está envolvido: 1. na decisão moral; 2. na escolha espiritual; 3. no amor altruísta. E as qualidades mutuamente interdependentes de amor e liberdade são o objetivo do treinamento espiritual proposto por Steiner. Continuando a citação traduzida de sua ciência espiritual:
Deste período em diante, Steiner chamou seu trabalho de Antroposofia [Anthroposophy]. Ele enfatizou que este caminho espiritual se fundamenta e sustenta a liberdade individual e o julgamento independente. Enfatizou também que para os resultados da busca espiritual serem apropriadamente apresentados, no contexto moderno, eles precisam estar em uma forma acessível ao entendimento lógico, para que aqueles que não tem acesso à experiência espiritual, implícita na busca antroposófica, possam fazer avaliações independentes dos resultados posteriores [13]. O treinamento espiritual é para sustentar o que Steiner considerava o propósito geral da evolução humana, qual seja, o desenvolvimento das qualidades mutuamente interdependentes de amor e liberdade [6].
Como podemos ler, no parágrafo anterior, Steiner enfatizou também a apresentação dos resultados da busca espiritual em uma forma acessível ao entendimento lógico. Este procedimento sensato está de acordo com o que é revelado no:
"Livro de Urantia", parágrafo 103.7_6: A lógica é a técnica da filosofia, o seu método de expressão. Dentro do domínio da verdadeira ciência, a razão é sempre acessível à lógica genuína; dentro do domínio da verdadeira religião, a fé é sempre lógica, se se tomar como base um ponto de vista interior, mesmo que tal fé possa parecer totalmente infundada, do ponto de vista de fora para dentro da abordagem científica. Do exterior, olhando para o interior, o universo pode parecer material; do interior, olhando para o exterior, o mesmo universo parece ser totalmente espiritual. A razão surge da consciência material, a fé, da consciência espiritual, no entanto, pela intermediação de uma filosofia fortalecida pela revelação, a lógica pode confirmar tanto a visão interior quanto a visão exterior, efetivando, por meio delas, a estabilização não apenas da ciência como da religião. Assim, por intermédio do contato comum com a lógica da filosofia, a ciência e a religião podem ambas vir a ser tolerantes uma com a outra, de um modo cada vez menos cético.
Há quem considere a explicação da natureza da alma, uma das revelações práticas mais importantes do livro de urantia. A alma é apresentada como sendo uma co-criação da mente humana e do espírito divino. Cada vez que nossa pessoa e mente escolhe pensar, falar e agir de acordo com a vontade do espírito divino, nossa alma cresce mais um pouco. Assim, cada momento da vida de uma pessoa humana é uma oportunidade de edificação da alma. Em todas as situações podemos agir sob guiamento do espírito divino em nós. Se fazemos assim, o espírito cria através de nós e com nossa concordância. O que Deus cria conosco é imortalizado em nossa alma que cresce mais um pouco. Quando o corpo físico falece, é a alma que ressucita pela graça do espírito. Uma alma engrandecida é o tesouro de uma pessoa humana que busca viver de acordo com a vontade de Deus. Afinal, como Jesus ponderou: "De que vale a um humano ganhar o mundo inteiro e perder a sua própria alma?"
A alma é filha do espírito divino e da mente humana. A mente é como o ventre de uma mãe na qual o espírito do Pai divino cria a alma. O livro de urantia revela que a substância da alma é moroncial. A alma moroncial é de uma natureza que faz a interface entre a mente material e o espírito divino. A nossa pessoa criada sobrevive para eternidade pela ressurreição de nossa alma nos mundos celestiais. É neste contexto que transcrevemos a importantíssima introdução sobre as realidades da pessoalidade de Deus, e dos seres humanos, reveladas no:
"Livro de Urantia", parágrafos 0.5_5-12: O Pai Universal é o segredo, tanto da realidade da pessoalidade quanto da outorga e destino da pessoalidade. O Filho Eterno é a pessoalidade absoluta, é o segredo da energia espiritual, dos espíritos moronciais e dos espíritos perfeccionados. O Agente Conjunto é a pessoalidade mente-espírito, a fonte da inteligência, da razão e da mente universal. A Ilha do Paraíso, porém, é não-pessoal e extra-espiritual, sendo a essência do corpo universal, fonte e centro da matéria física e arquétipo mestre absoluto da realidade material universal.
Essas qualidades da realidade universal estão manifestadas na experiência humana, em Urantia (Terra), nos níveis que se seguem:
- Corpo. O organismo material ou físico do humano. O mecanismo eletroquímico vivo de natureza e origem animal.
- Mente. O mecanismo de pensar, perceber e sentir do organismo humano. A experiência total, consciente e inconsciente. A inteligência associada à vida emocional, buscando, por meio da adoração e da sabedoria, alcançar o nível acima, do espírito.
- Espírito. O espírito divino que reside na mente do humano - o Ajustador do Pensamento. Este espírito imortal é pré-pessoal - não é uma pessoalidade, se bem que esteja destinado a transformar-se em uma parte da pessoalidade da criatura mortal, quando da sua sobrevivência.
- Alma. A alma do humano é uma aquisição experiencial. À medida que uma criatura mortal escolhe "cumprir a vontade do Pai dos céus", assim o espírito que reside no humano torna-se o pai de uma nova realidade na experiência humana. A mente mortal e material é a mãe dessa mesma realidade emergente. A substância dessa nova realidade não é nem material, nem espiritual - é moroncial. Essa é a alma emergente e imortal que está destinada a sobreviver à morte física e iniciar a ascensão ao Paraíso.
Pessoalidade. A pessoalidade do humano mortal não é corpo, nem mente, nem espírito; e também não é a alma. A pessoalidade é a única realidade invariável em meio a uma experiência constantemente mutável da criatura; e ela unifica todos os outros fatores associados da individualidade. A pessoalidade é o único dom que o Pai Universal confere às energias vivas e associadas de matéria, mente e espírito, e que sobrevive junto com a sobrevivência da alma moroncial.
Morôncia é um termo que designa um vasto nível que se interpola entre o material e o espiritual. Pode designar realidades pessoais ou impessoais, energias vivas ou não viventes. Os elos do tecido moroncial são espirituais, a sua trama é física.
A vida constitui a animação de um sistema de energias - material, mental ou espiritual. Quando termina a vida do corpo humano material, é a alma imortal que sobrevive, pela graça do espírito eterno. A alma é filha do espírito divino que Deus envia para viver na mente humana. Este espírito é chamado no livro de urantia de Ajustador de Pensamentos. Este espírito Ajustador é um fragmento de Deus em nós. Ele é um "eu12 divino" individualizado para cada ser humano. Ele é um espírito pré-pessoal no centro da nossa pessoa em perfeccionamento. Ele é uma dádiva de amor de Deus, O Pai Universal. O Ajustador de Pensamentos é a essência absoluta de um Ser infinito, atada à mente de uma criatura finita. Ele é o pai da nossa alma, ele é uma pré-pessoalidade espiritual, ele tem identidade eterna, e, um dia nós iremos nos fundir com este Ajustador divino eternamente.
Os seres vivos buscam sobreviver. Muitas pessoas buscam a vida eterna. O primeiro dito de Jesus, lembrado no "Evangelho de Tomé", basicamente afirma que não provarão a morte os que encontrarem a interpretação (ou o sentido "oculto") deste evangelho com alguns ensinamentos de Jesus, o vivo. Interpretamos que o apóstolo "Tomé Dídimo", em seu significativo evangelho, fala da possibilidade de não morrermos caso compreendamos Jesus vivo, "oculto" no centro de nossa alma imortal no ventre de nossa mente iluminada pelo espírito da verdade no interior causal de cada um de nós.
Os documentos de urantia revelam que reside em nossa mente o Ajustador de Pensamentos espiritual vindo do seio do Pai, a Primeira Fonte e Centro: Deus, O Qual é a fonte da vida eterna. Este espírito eterno cria nossa alma imortal no ventre de nossa mente aprendiz, com a concordância de nossa pessoa humana de boa fé. Assim, realmente Jesus é Filho do Deus Vivo, O Qual é a fonte criadora de nossa alma. E nossa alma pode ressucitar nos mundos celestiais imortalizando nossa pessoa criada.
Em certo sentido, o ensinamento contido no "Evangelho de Tomé", concorda com o livro de urantia. Temos fé que após nossa alma ressucitar nos celestiais mundos das mansões, um dia ela se fusionará com o espírito divino individualizado vindo do seio do Pai Universal. E então ascenderemos até o Paraíso com o status de filhos ascendentes de Deus. Além disso, acreditamos que esta fusão, de nossa alma com o espírito Ajustador em nós, pode ocorrer aqui na terra. É revelado que quando nosso "eu humano" funde com nosso "eu divino" na terra, somos transladados diretamente para os mundos celestiais, ascendemos aos céus unidos ao nosso "eu divino" sem provar a morte de nosso corpo físico. É isso que afirma o primeiro dito do "Evangelho de Tomé", de acordo com nossa interpretação.
Lembramos que a iminência de evitar a morte e sermos transladados, diretamente da vida na carne, para a existência moroncial nos mundos celestiais, é chamada no livro de urantia de status de fusionamento com o Ajustador. É revelado que Enoch e Elias fusionaram com o Ajustador do Pensamento durante a vida mortal na carne e foram transladados diretamente para os mundos celestiais sem experimentar a morte do corpo físico. Alguns consideram o status de fusionamento, com o Ajustador divino, como sendo a quarta dentre as cinco maiores realizações possíveis de um ser humano na terra.
Vimos até aqui, que as pessoas de boa fé caminham na vida humana em direção a sobrevivência e a vida eterna. O destino da alma é ressuscitar nos mundos celestiais, fusionar com o espírito Ajustador e iniciar a vida eterna ascendendo até o Paraíso aonde habita a "Única Fonte da Vida", O Pai Universal.
O livro de urantia revela que a vida flui do Pai, através do Filho e pelo Espírito. A concepção da vida é inerente ao Pai; a expressão, ao Filho; e a realização, ao Espírito. Como revelado no:
"Livro de Urantia", parágrafo 42.1: A base do universo é material, mas a essência da vida é espírito. O Pai dos espíritos é também o ancestral dos universos. O Pai eterno do Filho Original é também a fonte-eternidade do modelo original, a Ilha do Paraíso.
Concluímos então que a fonte da vida eterna é o Pai do espírito Ajustador, e este espírito eterno, que reside em nossa mente humana, é uma dádiva graciosa que cria nossa alma imortal. A vida nos dirige perguntas diariamente. Em todas as situações a resposta correta é a vontade do Pai deste espírito divino individualizado que vive no interior de cada um de nós. Ao agir assim, de acordo com a vontade de Deus, através da ação e da conduta correta, nós estamos arcando com a responsabilidade de responder adequadamente às perguntas da vida. Alguns imaturamente avaliam as experiências da vida de acordo com o seu conteúdo de prazer. Contudo, a satisfação profunda - a consciência da realização - frequentemente acontece se desapegados das coisas materiais, nós flutuarmos no "rio da vida" de acordo com a "vontade do todo divino". A rigor nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas sim exclusivamente o que a vida espera de nós. Como escreveu Viktor Frankl:
"Em Busca de Sentido", Item 3.28: Perguntar pelo sentido da vida O que se faz necessário aqui é uma viravolta em toda a colocação da pergunta pelo sentido da vida. Precisamos aprender e também ensinar às pessoas em desespero que a rigor nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas sim exclusivamente o que a vida espera de nós. Falando em termos filosóficos, se poderia dizer que se trata de fazer uma revolução copernicana. Não perguntamos mais pelo sentido da vida, mas nos experimentamos a nós mesmos como os indagados, como aqueles aos quais a vida dirige perguntas diariamente e a cada hora - perguntas que precisamos responder, dando a resposta adequada não através de elucubrações ou discursos, mas apenas através da ação, através da conduta correta. Em última análise, viver não significa outra coisa que arcar com a responsabilidade de responder adequadamente às perguntas da vida, pelo cumprimento das tarefas colocadas pela vida a cada indivíduo, pelo cumprimento da exigência do momento.
Ao responder as perguntas da vida fazendo a vontade do Pai Universal, estaremos dando um triplo sentido à nossa existência: 1. estaremos praticando um ato, trabalhando de acordo com a vontade do nosso Pai divino; 2. Estaremos experimentando um encontro com o Pai dos céus, amando-O com devoção, votando Nele para ser o Rei da nossa vida; 3. E, mesmo diante diante de um sofrimento inevitável, estaremos tomando a melhor atitude possível. Estaremos de acordo com a logoterapia de Viktor Frankl:
"Em Busca de Sentido", parágrafos 5.7_6: Até aqui mostramos que o sentido da vida sempre se modifica, mas jamais deixa de existir. De acordo com a logoterapia, podemos descobrir este sentido na vida de três diferentes formas: 1. criando um trabalho ou praticando um ato; 2. experimentando algo ou encontrando alguém; 3. pela atitude que tomamos em relação ao sofrimento inevitável. ...
De um ponto de vista humano, uma possível "teoria de tudo" é que a "semente paterna" do todo, cresce no "ventre materno" do todo. De fato, o Pai Universal é a fonte de uma "semente de pessoa", o doador da pessoalidade de criatura, o outorgador de um fragmento do Seu espírito pré-pessoal, para cada pessoa humana. Nesta visão de criatura, o pai é a semente central das pessoas. A mãe é a pessoa responsável pelo ventre espiritual, mental e material que envolve cada indivíduo potencialmente eterno.
A pessoalidade é supra-imposta à energia, ela é associada apenas a sistemas vivos de energia. Podemos ver o movimento da vida como as pulsações de um coração entre a semente paterna central e o ventre materno envolvente. Podemos acreditar que este pulsar da energia vital é uma sombra fugaz das pulsações sem fim do coração material do Paraíso do cosmo infinito. O livro de urantia nos revela que o grande universo é um organismo vivo e que há vida real pulsando em todo o mecanismo da vasta criação do cosmo vibrante.
Assim, a vida movimenta a "membrana do coração vivo" que delimita o interior e o exterior do ser vivente. Este movimento vital pulsante, harmoniza a semente paterna, que cresce em nosso interior, e o ambiente exterior, que como um ventre materno nos envolve. A vida realmente é um processo, um movimento que ocorre entre o eu individual no interior do organismo e o seu meio ambiente. É por meio da intermediação da mente que o eu e o ambiente estabelecem um contato significativo.
Concluímos que a vida, como tal, constitui a movimentação de um sistema de energias - material, mental ou espiritual. A mente faz a intermediação entre o espírito residente em seu interior e o corpo material, ambiente que a envolve. E a pessoalidade, outorgada por Deus, unifica todos os fatores associados da individualidade no eu total - material, intelectual e espiritual.
Verifico a revelação de que a essência da vida é espírito ao perceber que a vida pulsa e movimenta as energias materiais exteriores, as energias mentais intermediárias e as energias espirituais essenciais no centro dos seres vivos. Desta forma, a vida pulsante estimula as vivências dos organismos inerentemente ativos em meio aos mecanismos inatamente passivos. O Pai separou de um lado, os significados e os valores mente-espírito-pessoais e, de outro lado, aquelas coisas que estão centradas na eterna Ilha do Paraíso. A pessoalidade é associada apenas a sistemas vivos de energia e o pulsar vital estimula a relação entre os seres e a ação destes seres sobre as coisas. A dimensão suprema da pessoalidade, a da totalidade, é um absoluto associável. Por isso cada pessoa funciona como um fator na situação total da sua própria vida. É sábio buscar um altar de comunhão pessoal com o Pai Universal no núcleo absoluto do Ajustador da pessoalidade humana, o centro íntegro de nosso ser. Assim, sustentados pelo amor do Pai Universal no centro de nossa pessoa, interagimos com um amor crescente com respeito a todos os irmãos e irmãs da nossa família vasta e universal. De acordo com as pérolas de sabedoria que jorram do:
"Livro de Urantia", parágrafo 112.1_13: A vida realmente é um processo que ocorre entre o organismo (a individualidade) e o seu meio ambiente. A pessoalidade atribui valor de identidade e significados de continuidade a essa associação organismo-ambiente. Assim, será reconhecido que o fenômeno de estímulo-resposta não é um mero processo mecânico, pois a pessoalidade funciona como um fator na situação total. É sempre verdade que os mecanismos são inatamente passivos; e os organismos, inerentemente ativos.
Esse conhecimento corrige o ser imaturo e pretensioso que eu era, tentando realizar sistemas de inteligência artificial comparáveis à mente humana residida por um espírito divino. Assim, podemos prever que os físicos e os químicos deste planeta jamais serão capazes de produzir organismos vivos. Sinto uma alegria serena ao confirmar a revelação de que a vida brota apenas da vida. Com uma consciência normal de pequenez e de humildade, sigamos sabendo que a criatura pode produzir as formas da vida, mas só uma pessoalidade criadora ou uma força criativa podem proporcionar a centelha ativadora da vida.
"Livro de Urantia", parágrafos 36.6_1 e 2: As Forças Vivas A vida é tanto mecânica quanto vital - material e espiritualmente. Os físicos e os químicos de Urantia progredirão constantemente no seu entendimento das formas protoplasmáticas da vida vegetal e animal, sem no entanto jamais se tornarem capazes de produzir organismos vivos. A vida é algo diferente de todas as manifestações de energia; mesmo a vida material das criaturas físicas não é inerente à matéria.
As coisas materiais podem desfrutar de uma existência independente, mas a vida brota apenas da vida. A mente só pode ser derivada da mente preexistente. O espírito tem origem apenas em ancestrais espirituais. A criatura pode produzir as formas da vida, mas só uma pessoalidade criadora ou uma força criativa podem proporcionar a centelha ativadora da vida.
Pretendemos nas próximas versões deste trabalho, nos dedicarmos mais a parte sobre a ciência material e a filosofia intelectual. Abordaremos a religião pessoal com mais ênfase nos Diálogos Baseados no Livro de Urantia. Contudo antes de seguirmos, é importante compreender a revelação de que a pessoalidade, o espírito e a mente são dádivas outorgadas pelas Pessoas Divinas da Trindade no Paraíso. Compreender que a Ilha do Paraíso, não-pessoal, é a fonte e centro da matéria física e da Gravidade Cósmica. Compreender as relações entre a matéria e o espírito, pela mediação da mente. Compreender que a energia é uma realidade do universo não-deificada, e que são os domínios da pessoalidade que compõe a realidade deificada. É importante compreender que as pessoas, potencialmente eternas pela graça de Deus, valem muito mais que as coisas materiais mecânicas. Compreendamos que do ponto de vista do tempo e do espaço, a realidade é também divisível como:
"Livro de Urantia", parágrafo 0.4_10: Pessoal e Impessoal. A expansão da Deidade, a expressão da pessoalidade e a evolução do universo estão, para sempre, condicionadas pelo ato de livre-arbítrio do Pai, que separou, para sempre, de um lado, os significados e os valores mente-espírito-pessoais da realidade factual e da potencialidade, centrados no Filho Eterno e, de outro lado, aquelas coisas que estão centradas na eterna Ilha do Paraíso e que a ela são inerentes.
Com esta compreensão do valor das pessoas e do espírito, nós podemos com uma sabedoria equilibrada falar das coisas e da energia física não-pessoal. De acordo com a revelação nos documentos de urantia, existem sete sistemas universais de energia. À seguir organizamos estes sistemas na tabela:
monota energia viva | |||
potência de espaço | absoluta | tranosta | energia transcendental |
força primordial | segregata | triata | energia de Havona |
energias emergentes | ultimata | gravita | poder universal |
As energias emergentes passam por duas fases de transmutação e transforma-se no ancestral ativo de toda a matéria do universo. Assim, podemos dizer que toda materialização existe em potencial nas três manifestações sucessivas da energia: absoluta (potência do espaço); segregata (força primordial); ultimata (energia emergente). Então a energia física amadurece, até o aparecimento da sensibilidade a gravidade, até aquele ponto em que pode ser dirigida em canais de poder e servir aos propósitos múltiplos dos Criadores do universo. As três próximas formas de energia são factualmente existentes nos superuniversos, no universo central, e no nível superior do Paraíso e são denominadas respectivamente de gravita (poder universal); triata (energia de Havona); tranosta (energia transcendental). Além, destas seis formas de energia, existe também a monota, a energia viva, não-espiritual, do Paraíso. Embora a energia seja uma realidade não-deificada, não pessoal, existem níveis da energia que são absolutos. Assim, pode-se falar da absolutez da monota do Paraíso e da absolutez da potência do espaço. Como iluminadoramente revelado no:
"Livro de Urantia", parágrafo 42.10_1: O movimento sem fim da realidade cósmica relativa, fluindo desde a absolutez da monota do Paraíso, até a absolutez da potência do espaço, sugere certas evoluções de relacionamento entre as realidades não-espirituais da Primeira Fonte e Centro - aquelas realidades que estão ocultas na potência do espaço, reveladas na monota, e provisoriamente divulgadas em níveis cósmicos intermediários. Esse ciclo eterno de energia, estando ligado ao circuito do Pai dos Universos, é absoluto e, em sendo absoluto, não é expansível de nenhuma forma, nem em valor; o Pai Primordial, entretanto - agora e sempre - , realiza em Si uma arena de significados, sempre em expansão, de espaço-tempo, que transcende o espaço-tempo; uma arena de relações mutáveis, nas quais a matéria-energia está sendo progressivamente objeto do supercontrole do espírito vivo divino por intermédio de um esforço experiencial da mente viva e pessoal.
A próxima tabela apresenta mais características destes sete sistemas universais de energia:
Monota, energia viva e una do Paraíso | |
Absoluta (potência do espaço), presença no espaço livre do Absoluto Inqualificável | Tranosta (energia transcendental), opera no nível superior do Paraíso, existindo em relação aos povos absonitos |
Segregata (força primordial), energia pura, responde à movimentos iniciados pelo Deus da Ação e certos movimentos que emanam do Absoluto Universal | Triata (energia de Havona), sistema de energia trina, domínio da energia existencial do Agente Conjunto do Pai e do Filho, e, executivo da Trindade que atuou na criação tríplice das esferas perfeitas do universo central. As energias de Havona são tríplices |
Ultimata (energia emergente) que se manifesta em duas fases, energia de potência e energia de gravidade, sensível à atração da gravidade (absoluta) circular do Paraíso e com reconhecível ação inteligente do Último | Gravita (poder universal) sensível à gravidade linear. Sistema de energia dos superuniversos, organizações materiais duais que abrangem os universos locais de criação dupla, feitas por um Filho Criador e um Espírito Criativo Materno. A energia dual da gravita é o âmbito das atividades do Sétuplo funcionando sob o controle do Supremo |
Um dos sete sistemas de energia é chamado de gravita. É a gravita que compõe os sistemas físicos dos superuniversos nos quais vivemos. Em sua constituição, estes sistemas são organizações materiais duais. Uma hipótese é que talvez a dualidade da gravita corresponda à possibilidade de organização dos materiais moronciais. É revelado que é possível modificar a rotação das unidades primárias deste tipo de matéria para, ao mesmo tempo, transformar as associações de energia de modo a criar a substância moroncial, com exatamente o dobro do número de elementos dos planetas evoluídos. E assim, os Supervisores do Poder Moroncial são capazes de efetuar uma união das energias materiais e espirituais e, desse modo, organizar uma forma moroncial de materialização que seja receptiva à sobreposição do controle de um espírito. Desta maneira, a gravita pode ser reorganizada e se manifestar de uma forma dual nos materiais moronciais. É esta substância moroncial que compõe a alma, filha do espírito divino e da mente material.
Outra hipótese é que talvez a dualidade da gravita corresponda em parte às partículas materiais e aos fótons de luz, e em certo sentido a dualidade partícula-onda. As partículas materiais são mais nitidamente limitadas no espaço e no tempo. As ondas de energia, de uma forma mais holística, se distribuem pelo espaço e oscilam ao longo do tempo. Por isso acreditamos que as ondas e os campos de força possam refletir mais adequadamente as realidades espirituais que transcendem o espaço e o tempo. Desta forma a gravita pode ser um reflexo ou uma sombra, no tempo-espaço, do fenômeno dual, da energia pura e do puro espírito. Esta nossa crença nos ajuda a formar um quadro do universo dentro do qual pensar, embora esta moldura para o pensamento seja errônea num grau maior ou menor.
Com referência a dualidade partícula-onda, observamos que a matéria atômica e as partículas materiais são uma forma condensada de energia ocupando posições do espaço em dado instante do tempo. Einstein provou que o acréscimo de massa à matéria é igual ao acréscimo de energia, dividido pelo quadrado da velocidade da luz. As partículas que tem spin múltiplos de [1/2] são classificadas como fermions. Os fermions obedecem a estatística de Fermi-Dirac13 e podemos ter apenas um fermion-diron em um estado quântico. Um elétron, e a maioria das partículas materiais, são exemplos de fermions-dirons14. Do outro lado desta dualidade, as manifestações de energia ondulatória, e as ondas de probabilidade da física quântica, existem distruibuídas pelo espaço e oscilando no tempo. Esta manifestação mais holística da energia correponde aos bosons, como por exemplo os fótons de luz. Os bosons obedecem a estatística de Bose-Einstein15 e podemos encontrar infinitos bosons-einstons em um único estado quântico. Um fóton de luz, e a maioria dos mediadores dos campos de força, são exemplos de bosons-einstons16.
Fazemos aqui a hipótese de que todas as leis físicas da ciência humana contemporânea se referem à algumas das trinta fases da energia chamada gravita no livro de urantia. A ciência humana estabeleceu a velocidade da luz como limite de velocidade dos corpos físicos. A velocidade da luz é pouco menos de 300000 quilômetros por segundo. Contudo a revelação fala de seres, criaturas intermediárias e anjos serafins que respectivamente alcançam velocidades de até 299790, 599580 e 899370 quilômetros por segundo. Conciliamos esta revelação com a ciência humana, inferindo que os seres que viajam, com velocidades maiores que a da luz, possuem veículos de manifestação que interagem com outras formas de energia além da gravita.
Na próxima citação detalhamos os sete sistemas de matéria-energia revelados no:
"Livro de Urantia", Item 42.2: Sistemas Universais de Energia Não-Espiritual (Energias Físicas) De fato, é difícil encontrar as palavras adequadas, em qualquer língua de Urantia, por meio das quais designar e, portanto, descrever os vários níveis de força e de energia - física, mental ou espiritual. Essas narrativas não podem, de todo, ater-se às vossas definições de força, de energia, de poder e de potência. Há tanta pobreza, na vossa linguagem, que devemos usar tais termos com múltiplos significados. Neste documento, por exemplo, a palavra energia é usada para denotar todas as fases e formas de fenômenos de movimento, de ação e de potencial, enquanto força é usada para indicar os estágios da energia na pré-gravidade; e poder e potência, para os estágios da energia na pós-gravidade.
Contudo, tentarei minimizar a confusão conceptual, sugerindo a prudência recomendável de adotar a seguinte classificação para a força cósmica, para a energia emergente e para a potência-física da energia do universo - a energia física:
- absoluta (potência do espaço). Essa é a presença inquestionável, no espaço livre, do Absoluto Inqualificável. A extensão desse conceito denota o potencial de espaço-força do universo, inerente à totalidade funcional do Absoluto Inqualificável, enquanto a intenção desse conceito implica a totalidade da realidade cósmica - os universos - que emanou de modo eterno da Ilha do Paraíso, que é sem começo, sem fim, que nunca se move e que nunca muda.
- segregata (força primordial). Esta representa a primeira mudança básica na potência do espaço ... Sabemos que a presença do espaço que sai do baixo Paraíso é modificada, de alguma maneira, em relação àquela que está entrando. Independentemente, porém, de qualquer dessas possíveis relações, a transmutação, abertamente reconhecida, da potência do espaço em força primordial é uma função diferencial primária da presença-tensão dos organizadores da força viva do Paraíso.
- ultimata (energia emergente). A presença passiva dos organizadores da força primária é suficiente para transformar a potência do espaço em força primordial e é nesse campo espacial, assim ativado, que esses mesmos organizadores da força começam suas operações iniciais ativas. A força primordial está destinada a passar por duas fases distintas de transmutação, nos reinos da manifestação da energia, antes de surgir como uma força no universo. Esses dois níveis de energia emergente são:
- energia de potência. Essa é a energia poderosa-direcional, movimentadora de massa, poderosamente tensionada e de reações violentas - com sistemas gigantescos de energia, colocados em movimento pelas atividades dos organizadores da força primária. Essa energia primária, ou poderosa, não é sensível, inicialmente, de modo definido, à atração da gravidade do Paraíso; se bem que provavelmente produza uma massa agregada, ou uma sensibilidade espaço-direcional ao grupo coletivo de influências absolutas que operam a partir do lado baixo do Paraíso. Quando a energia emerge até o nível inicial de sensibilidade à atração circular e absoluta da gravidade do Paraíso, os organizadores da força primária cedem o seu lugar ao funcionamento dos seus colaboradores secundários.
- energia de gravidade. A energia que agora surge é sensível à gravidade, carrega o potencial do poder do universo e transforma-se no ancestral ativo de toda a matéria do universo. Essa energia secundária ou gravitacional é o produto da elaboração da energia, resultante da presença-pressão e das tendências-tensões, estabelecidas pelos Mestres Organizadores Associados Transcendentais da Força. Em resposta ao trabalho desses manipuladores da força, a energia-espaço passa rapidamente do estágio potencial ao estado gravitacional, tornando-se assim sensível, diretamente, à atração da gravidade (absoluta) circular do Paraíso que, ao mesmo tempo revela um certo potencial de sensibilidade à atração da gravidade linear, inerente à massa material, que logo surge dos estágios eletrônicos e pós-eletrônicos da energia e da matéria. Com o aparecimento da sensibilidade à gravidade, os Mestres Organizadores Associados da Força podem retirar-se da energia dos ciclones de espaço, contanto que os Diretores do Poder do Universo fiquem designados para esse campo de ação.
- gravita (poder universal). A força-espaço foi transformada em energia de espaço e, em seguida, na energia de controle da gravidade. Assim, a energia física amadureceu até aquele ponto em que pode ser dirigida em canais de poder e servir aos propósitos múltiplos dos Criadores do universo. Esse trabalho é feito pelos versáteis diretores, centros e controladores da energia física no grande universo - as criações habitadas e organizadas. Esses Diretores do Poder, no Universo, assumem o controle mais ou menos completo de vinte e uma das trinta fases da energia que constituem o presente sistema de energia dos sete superuniversos. Esse domínio da energia-poder da matéria é o âmbito das atividades inteligentes do Sétuplo, funcionando sob o controle tempo-espacial do Supremo.
- triata (energia de Havona). Os conceitos, nesta narrativa, deslocaram-se no sentido do Paraíso, à medida que a força-espaço transmutante foi seguida, nível a nível, até o nível de trabalhabilidade do poder-energia dos universos do tempo e do espaço. Continuando, no sentido do Paraíso, encontra-se em seguida uma fase preexistente de energia que é característica do universo central. Aqui o ciclo evolucionário parece voltar-se sobre si mesmo; a potência-energia agora parece começar a reverter-se na direção da força, mas uma força de natureza muito diferente daquela da potência do espaço e da força primordial. Os sistemas de energia de Havona não são duais; eles são trinos. É esse o domínio da energia existencial do Espírito Infinito, funcionando em nome da Trindade do Paraíso.
- tranosta (energia transcendental). Este sistema de energia opera no nível superior e vem de um nível superior do Paraíso, existindo apenas em relação aos povos absonitos.
- monota. Quando a energia vem do Paraíso, ela está próxima da divindade. Inclinamo-nos a acreditar que a monota é a energia viva, não-espiritual, do Paraíso - uma contraparte, na eternidade, da energia viva e espiritual do Filho Original - , sendo, portanto, o sistema de energia não-espiritual do Pai Universal.
Repetimos aqui a hipótese de que as leis físicas da ciência humana se referem a energia dual, dos superuniversos, chamada gravita. Por sua vez, a energia do universo central é chamada de triata e tem uma natureza trina. Talvez resquícios desta estrutura trina estejam nos três quarks que compõe os bárions, como por exemplo, os prótons e nêutrons nos núcleos dos átomos. Isso seria uma possível explicação da revelação de que, nos átomos, a unidade central é dotada de uma possibilidade tríplice de manifestação. Talvez os três quarks das partículas atômicas tenham a natureza física de ultímatons rotacionando em um anel com a métrica de Gödel e obedeçam um modelo matemático com dimensões ocultas compactadas, primeiramente propostas na teoria gravitacional de Kaluza & Klein e posteriormente ampliadas na teoria de supercordas. Talvez os ultímatons sejam esferas diminutas que pulsam como um coração vivo formando ondas com 860 vezes o seu diâmetro. Talvez o movimento de pulsar em diversas frequências, o movimento de externalizar-se como uma semente paterna e de internalizar-se como um ventre materno, seja a natureza da monota: a energia viva do Paraíso do Pai Universal.
Tudo isso são meras especulações humanas. Estes conhecimentos e formulação de sistemas mentais, sobre a ciência material da criação, nunca se elevarão mais alto do que a nossa fé, nossa esperança sublime na Pessoa do Criador. Com a fé nós transcendemos as realizações intelectuais da escola informativa e iniciamos uma vivência de amor na nossa família universal. Lembremos que JeSuis17 nos advertiu de que a mente do ser humano não deve ser subjugada apenas pelo peso da lógica. O mestre disse também que a idéia que temos do Pai Divino não importa muito, desde que sejamos sabedor do ideal da natureza infinita e eterna Dele.
O livro de urantia revela que os elétrons e átomos são afetados pela gravidade local ou linear a qual se torna plenamente operativa com o surgimento da organização atômica da matéria do sistema de energias da gravita que constitui os 700 000 Universos Locais nos 7 Superuniversos do tempo e espaço. A gravidade linear corresponde ao fato de existir, entre dois objetos com massa, uma força de atração gravitacional na linha que passa pelo centro de massa dos dois objetos. Nas palavras de Isaac Newton:
Wikipedia (fevereiro de 2014) Gravitação - Lei de Newton da gravitação (linear ou local) ... Newton explica, "Todos os objetos no Universo atraem todos os outros objetos com uma força direcionada ao longo da linha que passa pelos centros dos dois objetos, e que é proporcional ao produto das suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da separação entre os dois objetos."
Newton acabou por publicar a sua, ainda hoje famosa, lei da gravitação universal, no seu Principia Mathematica, como:
F= G m1 m2 r2
- F = força gravitacional entre dois objetos.
- m1 = massa do primeiro objeto.
- m2 = massa do segundo objeto.
- r = distância entre os centros de massa dos objetos.
- G = constante universal da gravitação.
Os elétrons e átomos da gravita estão sujeitos à gravidade linear. Vimos no item anterior que existe um outro sistema de energia chamado de ultimata, o qual antecede o surgimento da gravita. Na segunda fase de manifestação da ultimata surgem unidades de energia chamadas ultímatons respondendo apenas à atração circular da gravidade do Paraíso e sem reação à gravidade linear. Os ultímatons não estão sujeitos à gravidade local, à interação da atração material, mas eles são totalmente obedientes à gravidade do Paraíso, à tendência, ao impulso, do círculo universal e eterno do universo dos universos. A energia ultimatômica não obedece à atração da gravidade linear, ou direta, das massas materiais próximas ou distantes, mas ela sempre gira de acordo com o circuito da grande elipse da enorme criação. Como revelado no:
"Livro de Urantia", parágrafos 42.6_3-4: Os ultímatons funcionam por atração mútua, respondendo apenas à atração circular da gravidade do Paraíso. Sem a reação à gravidade linear, eles mantêm-se vagando assim em um espaço universal. Os ultímatons são capazes de acelerar a sua velocidade de revolução, a ponto de atingir o comportamento de uma antigravidade parcial, mas não podem, independentemente dos diretores organizadores da força ou poder, atingir a velocidade crítica, na qual escapam para a desindividualização, e retornam ao estado de energia potencial. Na natureza, os ultímatons escapam do status de existência física apenas quando participam da ruptura terminal de um sol resfriado que se extingue.
Os ultímatons, ainda desconhecidos em Urantia, desaceleram-se passando por muitas atividades físicas antes de atingirem os pré-requisitos da energia de revolução para a organização eletrônica. Os ultímatons têm três variedades de movimentos: a resistência mútua à força cósmica, as rotações individuais de potencial antigravitacional e, no interior do elétron, as posições intraeletrônicas daquela centena de ultímatons mutuamente interassociados.
Talvez a afirmação anterior, de que os ultímatons ainda são desconhecidos em Urantia, tenha hesitado a curiosidade, o espírito científico e do conhecimento de alguns leitores deste trabalho de harmonização da ciência humana contemporânea e da ciência revelada no "truth book". Assim, estimulando a aventura e a descoberta, cito também a revelação dos raios ultimatômicos com provavelmente uma frequência menor que 2100 ≈ 1030 [ciclos/(por segundo)] e maior que 264 ≈ 18 ×1018 [ciclos/(por segundo)]. Esta faixa de frequências das manifestações de energia ondulatória está entre as oitavas (2n) de número cem (2100) e de número sessenta e quatro (264). Esta é uma faixa de frequências maiores do que aquelas reconhecidas em nosso planeta, total ou parcialmente. E, muito antes que os físicos descubram o ultímatom, sem dúvida irão detectar os fenômenos causados pelos raios (ultimatômicos) lançados sobre Urantia (Terra). Buscando sintonizar com a revelação no:
"Livro de Urantia", parágrafo 42.5_4: Raios ultimatômicos. A reunião da energia na esfera diminuta dos ultímatons, ocasiona vibrações no conteúdo do espaço, as quais são discerníveis e mensuráveis. E, muito antes que os físicos descubram o ultímatom, sem dúvida irão detectar os fenômenos causados pelos raios lançados sobre Urantia. Esses raios curtos e poderosos representam a atividade inicial dos ultímatons à medida que se desaceleram até aquele ponto em que se voltam para organizarem eletronicamente a matéria. À medida que os ultímatons se aglomeram, formando elétrons, uma condensação ocorre com a conseqüente estocagem de energia.
Finalmente, neste exposição sobre os ultímatons, que emergem na segunda fase de transmutação da ultimata - energia de gravidade que reage à atração absoluta do Paraíso - , aprendemos que um elétron é constituído por cem ultímatons mantidos juntos, e nunca há mais nem menos do que cem ultímatons em um elétron típico. Além disso, a velocidade ultimatômica, de rotação axial, também determina as reações negativas ou positivas dos vários tipos de unidades eletrônicas.
"Livro de Urantia", parágrafos 42.6_5-6: A atração mútua mantém cem ultímatons juntos na constituição do elétron; e nunca há mais nem menos do que cem ultímatons em um elétron típico. A perda de um ou mais ultímatons destrói a identidade eletrônica típica, trazendo à existência, desse modo, uma das dez formas modificadas do elétron.
Os ultímatons não descrevem órbitas ou giros em torno dos circuitos dentro dos elétrons, mas espalham-se ou agrupam-se, de acordo com as suas velocidades de rotação axial, determinando assim as dimensões diferenciais eletrônicas. Essa mesma velocidade ultimatômica, de rotação axial, também determina as reações negativas ou positivas dos vários tipos de unidades eletrônicas. A segregação total e o agrupamento de matéria eletrônica, junto com a diferenciação elétrica, entre os corpos negativos e positivos de matéria-energia, resultam dessas funções várias das interassociações dos ultímatons componentes.
Concluiremos, este vôo intelectual, ponderando sobre uma possível interpretação da equação de onda probabilística da física quântica. Albert Einstein estava certo ao dizer que a probabilidade, nas equações da física, são uma expressão do nosso desconhecimento de alguns dos fatores causativos dos movimentos das partículas materiais. Amit Goswami [3] também está certo ao afirmar que a consciência está em um nível de causatividade acima da matéria. Contudo, acima da mente consciente está a alma e o espírito. L. Ron Hubbard chega a dizer que o espírito, chamado por ele de Thetan, é capaz de criar Matéria, Energia, eSpaço e Tempo (MEST). O livro de urantia revela que reside na mente mortal do ser humano um espírito divino chamado Ajustador do Pensamento. Este espírito Ajustador é uma dádiva de Deus: O Pai Universal. Realmente, Deus além de ser o Pai dos espíritos, é também o Criador da Ilha Eterna do Paraíso. Consideremos a revelação de que o espaço e o tempo, originam-se próximo ao Paraíso inferior e superior respectivamente. A ciência humana mostrou que a matéria é uma forma de energia condensada18. A ciência revelada ensina que todos os circuitos de energia física têm a sua origem no Paraíso inferior. Talvez isto seja suficiente para afirmarmos que é possível que a consciência espiritualizada, de um ser humano desperto, seja capaz de testemunhar o espírito interior atuar poderosamente na matéria, energia, espaço e tempo circundante. Afinal, vem de Deus esse espírito residente em nosso interior, e Deus também criou a Ilha do Paraíso na qual se originam todas estas realidades cósmicas de matéria-energia e de espaço-tempo.
É razoável concluir que o universo não é nem meramente mecânico, nem mágico; ele é uma criação da mente e um mecanismo com leis. E acima da mente criadora vive o espírito do criador. Estaremos sendo mecanicistas se insistirmos em ver como um acaso a criação material e a evolução humana. Não é racional esquecer a Mente Infinita do Criador caso não consigamos explicar deterministicamente os movimentos intra-atômicos que descrevemos parcialmente com as leis probabilísticas da física quântica. Tenho a intuição de que Albert Einstein ficaria feliz em saber da influência do Absoluto Inqualificável no movimento das partículas no interior dos átomos. Como revelado no supra-científico:
"Livro de Urantia", parágrafo 42.7_10: Os primeiros vinte e sete átomos, aqueles que contêm de um a vinte e sete elétrons em órbita, são mais fáceis de serem distinguidos do que os restantes. Do vigésimo-oitavo, em diante, encontramos cada vez mais a imprevisibilidade da presença suposta do Absoluto Inqualificável. Um pouco dessa imprevisibilidade eletrônica, todavia, é causada pelas velocidades axiais das rotações ultimatômicas diferenciais e pela propensão inexplicada dos ultímatons de "amontoarem-se". Outras influências - físicas, elétricas, magnéticas e gravitacionais - também colaboram para produzir comportamentos eletrônicos variáveis. Os átomos são, pois, semelhantes a pessoas quanto à previsibilidade. Os estatísticos podem anunciar leis que governam um grande número, seja de átomos, seja de pessoas; mas não individualmente para um único átomo, nem para uma única pessoa.
Um fato importante, sobre a ciência material, é a singularidade espaço-temporal, prevista pela teoria da relatividade, quando um observador inercial mede a velocidade da luz. Em outro trabalho mostramos que, de acordo com a ciência humana, o cérebro é sensível não apenas ao fluxo de partículas materiais ionizadas, como também às ondas eletromagnéticas na velocidade da luz. Mostramos que os neurônios são como fibras ópticas e guias de ondas de luz infra-vermelha. Estes fatos científicos sugerem uma explicação para os estados de consciência que transcendem o tempo e o espaço. O fato do cérebro ser sensível à energia material e luminosa, sugere uma possível explicação para possibilidade da mente fazer a mediação entre, o espírito transcendente, e a matéria limitada pelo tempo e pelo espaço. Sabendo que o cérebro é sensível a luz, torna-se importante entender a teoria da constância da velocidade da luz. A teoria da constância da relação entre as medidas de espaço e de tempo que resultam na velocidade da luz. A teoria da relatividade, do espaço e do tempo, elaborada por Albert Einstein, sugere uma explicação de como o cérebro, sensível a luz, possibilita estados da consciência humana que transcendem o tempo e o espaço e tocam o sistema de energia espiritual-moroncial acima.
Este trabalho é somente um humilde esforço para estimular os irmãos e irmãs cientistas a buscarem a experiência interior, adentrarem o portal que nos permite transcender o tempo e o espaço, e discernirem a presença amorosa do pai divino de nossas almas no centro espiritual-moroncial residente em nossa mente. Talvez estas considerações intelectuais e científicas não sejam necessárias diante do esforço valente de fé da parte do mais humilde e iletrado entre os filhos de Deus sobre a Terra. Os que confiam em Jesus podem regozijar com seus ensinamentos sobre o tempo e o espaço revelados no:
"Livro de Urantia", parágrafos 130.7_4-8: Em Cartago - o Discurso Sobre o Tempo e o Espaço ... disse Jesus: ... Nos mundos habitados, a pessoalidade humana (residida e orientada pelo espírito do Pai do Paraíso) é a única realidade, do mundo físico, que pode transcender à sequência material dos eventos temporais. ... Aquilo que, anteriormente, surgia como uma sucessão de eventos, então será visto como um círculo inteiro e perfeitamente relacionado; desse modo, a simultaneidade circular irá, de forma crescente, deslocar a consciência daquilo que se foi, na sequência linear de eventos. ... e a única coisa que o humano conhece e que, mesmo parcialmente, pode transcender o espaço é a sua mente. A mente pode funcionar independentemente do conceito de relação espacial dos objetos materiais.... O conceito de tempo-espaço, para uma mente de origem material, está destinado a passar por sucessivas ampliações, à medida que a pessoalidade consciente e pensante ascende nos níveis do universo. Quando o humano alcançar a mente que sabe intervir entre os planos material e espiritual da existência, as suas idéias sobre o tempo-espaço serão enormemente expandidas quanto à qualidade de percepção e quanto à quantidade da experiência. As concepções cósmicas, em expansão, de uma pessoalidade espiritual em avanço, são devidas ao aumento tanto da profundidade da visão interior quanto do escopo da consciência. E à medida que a pessoalidade continua, para cima e para dentro, e passa para os níveis transcendentais semelhantes ao da Deidade, o conceito de tempo-espaço, de modo crescente, irá aproximar-se dos conceitos, fora de tempo e de espaço, dos Absolutos. Relativamente e conforme se vai conseguindo alcançar o transcendental, esses conceitos no nível do absoluto hão de ser presenciados pelos filhos do destino último.