Índice Superior Vai para o próximo: Capítulo 4
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Filho: Qual o assunto deste diálogo?
Pai: Este diálogo é um esforço para responder a pergunta: "Como ser feliz?". Nesta busca da felicidade, abordaremos aspectos psicológicos, familiares e espirituais. Além disso, nós também explanaremos sobre duas outras perguntas fundamentais: "Quem eu sou?" e "Qual o sentido da vida?". Como um todo, nós estaremos contribuindo para elaboração de uma "psicologia da felicidade" e o que é necessário para satisfação no trabalho, na família e na vida.
Filho: Será que é importante saber quem eu sou, para ser feliz?
Pai: Sim. Neste diálogo nós aprenderemos que a felicidade está relacionada com a unificação do nosso ser integral e com um sentido da vida que nasce da compreensão da origem, natureza e destino do ser humano. A compreensão de quem nós somos nos ajuda a definir um sentido na vida. Quando nós temos uma missão, objetivos e metas, ficamos motivados em caminhar adiante. Nós precisamos ter motivação para movermos o "motor da vida" animada. É revelado que a mais alta felicidade está ligada à busca inteligente e entusiasta de metas dignas. Existe até uma psicoterapia consagrada a busca de metas, de motivos e de sentido na vida. Nas palavras do próprio fundador da logoterapia:
Quero explicar por que tomei o termo "logoterapia" para designar minha teoria. O termo "logos" é uma palavra grega, e significa "sentido"! A logoterapia, ou, como tem sido chamada por alguns autores, a "Terceira Escola Vienense de Psicoterapia", concentra-se no sentido da existência humana, bem como na busca da pessoa por este sentido. Para a logoterapia, a busca de sentido na vida da pessoa é a principal força motivadora no ser humano. Por esta razão costumo falar de uma vontade de sentido, a contrastar com o princípio do prazer (ou, como também poderíamos chamá-lo, a vontade de prazer) no qual repousa a psicanálise freudiana, e contrastando ainda com a vontade de poder, enfatizada pela psicologia adleriana através do uso do termo "busca de superioridade".
Fundamentos da Logoterapia, Viktor Emil Frankl.
Filho: Estou concordando contigo. Se a felicidade depende de unificar o ser e dar sentido a vida, então, para que eu seja feliz, é fundamental saber quem eu sou, de onde eu vim e para onde eu vou. Talvez seja melhor primeiro responder a pergunta: "Quem eu sou?", e depois respondemos "Como ser feliz?". Além disso se pretendemos elaborar uma "psicologia da felicidade" seria adequado responder estas perguntas utilizando-nos da linguagem da psicologia sempre que possível. O que você acha?
Pai: Eu acho bem razoável. Nestes informativos do grupo de aprendizes da informação aberta na Internet, existe um texto intitulado: "Neurologia, Psicologia e o Livro de Urantia". As duas primeiras subseções deste trabalho fazem uma explanação sobre a natureza do ser humano integral e um paralelo com as principais escolas de psicologia. Eu poderia transcrever estas explicações para este diálogo. Você concorda com esta sugestão?
Pai: Então transcrevo as explicações sobre:
Neste trabalho fazemos uma associação entre quatro fatores de individualidade unificados pela personalidade humana e quatro escolas de psicologia abrangidas na psicologia integral. A associação é feita entre: personalidade total e psicologia integral; espírito e psicologia espiritual; alma e psicologia existencial; mente e psicanálise; corpo e comportamentalismo. As seções sobre neurologia e psicologia se referem mais ao comportamentalismo e a psicanálise. Esta seção está mais focada na personalidade, espírito e alma.
O livro de urantia revela quatro circuitos da realidade universal. Os circuitos são: 1 - personalidade, 2 - espírito, 3 - mente e 4 - matéria-energia. Também é revelado que em níveis absolutos estes quatro circuitos estão centrados respectivamente na atrativa gravidade 1 - dO Pai Universal, 2 - dO Filho Eterno, 3 - dO Espírito Infinito e 4 - dA Ilha do Paraíso. Estas realidades universais estão manifestadas na experiência humana respectivamente: 1 - na personalidade e no espírito pré-pessoal, 2 - na alma filha do espírito, 3 - na mente humana e 4 - no corpo material. Este ensinamento está resumido na seguinte tabela:
Circuitos de Gravidade Universal | ||
Criador Divino | circuito | criatura humana |
Pai Universal | personalidade | personalidade e |
espírito pré-pessoal | ||
Filho Eterno | espírito | alma filha do espírito |
Espírito Infinito | mente | mente humana |
Ilha do Paraíso | matéria-energia | corpo material |
Os reveladores da verdade dão o testemunho de que O Único Deus é O Pai de todos. Eles revelam que o Pai Universal doa a personalidade a inúmeras ordens de seres, e que a personalidade unifica todos os outros fatores associados da individualidade: corpo, mente, alma e espírito. Como revelado no "Livro de Urantia", parágrafo 0.5_11:
Personalidade. A personalidade do humano mortal não é corpo, nem mente, nem espírito; e também não é a alma. A personalidade é a única realidade invariável em meio a uma experiência constantemente mutável da criatura; e ela unifica todos os outros fatores associados da individualidade. A personalidade é o único dom que o Pai Universal confere às energias vivas e associadas de matéria, mente e espírito, e que sobrevive junto com a sobrevivência da alma moroncial.
Estes são ensinamentos que nos levam a perceber o projeto de uma psicologia integral que busque compreender a personalidade humana como um todo. Inspirados no livro de Ken Wilber (2000 [8]) com este nome, idealizamos uma "Psicologia Integral" que inclua e transcenda todas as outras quatro "escolas da psicologia". A quarta escola é a psicologia espiritual ou transpessoal. Nosso grupo, GAIA, pode aprender da informação aberta na Internet que:
Transpersonal psychology - Origins, Wikipedia (2013): Psicologia transpessoal - Origens Psicologia transpessoal se desenvolveu de escolas de psicologia anteriores incluindo psicologia humanista, psicanálise e comportamentalismo. A disciplina busca descrever e integrar a experiência espiritual com a teoria psicológica moderna e formular uma nova teoria que englobe tal experiência ...
Nós podemos fazer paralelos entre este ensinamento evolucionário sobre a psique humana e o ensinamento urantiano revelado por personalidades supra-humanas. Algumas associações das escolas de psicologia e das partes do eu, unificadas na personalidade, estão sugerida na seguinte tabela:
eu total | personalidade | psicologia integral |
unificada | ||
eu espiritual | espírito | psicologia transpessoal |
ou espiritual | ||
eu moroncial | alma | psicologia humanista |
ou existencial | ||
eu intelectual | mente | psicanálise |
veículo vital | corpo | comportamentalismo |
Nas seções sobre neurologia e psicologia, apresentaremos um modelo neurológico do sistema nervoso que explica alguns fenômenos estudados na psicologia comportamentalista [Behaviorism] e alguns aspectos psicológicos abordados na psicanálise [Psychoanalysis].
Nesta seção nós faremos algumas considerações sobre a alma9 (eu moroncial10), o espírito Ajustador (eu espiritual11) e a personalidade unificada (eu total12). Nós buscamos um conhecimento íntegro sobre a origem, natureza e destino do ser humano. Neste conhecimento íntegro está a inspiração para elaborarmos uma psicologia integral (personalidade), espiritual (espírito) e humanista (alma). A religião revelada no Livro de Urantia (LU) é uma fonte deste conhecimento íntegro que buscamos. Afirmamos isto considerando que:
LU [102:4.6] (P. 1123) A religião revelada é o elemento unificador da existência humana. A revelação unifica a história, coordena a geologia, a astronomia, a física, a química, a biologia, a sociologia e a psicologia. A experiência espiritual é a alma real do cosmo do homem.
LU [101:2.1] (P. 1105) A realidade da religiosidade consiste inteiramente na experiência religiosa de seres humanos racionais e comuns. E é nesse sentido, unicamente, que a religião poderia ser considerada como científica ou mesmo psicológica. A prova de que a revelação é revelação, é esse mesmo fato na experiência humana: o fato de que a revelação sintetiza as ciências da natureza, aparentemente divergentes, bem como sintetiza a teologia da religião numa filosofia, consistente e lógica, do universo, uma explicação coordenada e contínua da ciência e da religiosidade, criando, assim, uma harmonia de mente e uma satisfação de espírito que respondem, na experiência humana, àqueles questionamentos da mente mortal a qual almeja saber como o Infinito opera a sua vontade e os seus planos na matéria, com as mentes e dentro do espírito.
Filho: Grato! É a primeira vez que leio um texto tão breve que consiga englobar tantos aspectos psicológicos e espirituais do ser humano. Estou começando a achar que responder a pergunta, sobre a natureza e essência do ser humano, é uma proposta muito abrangente. Eu sugiro que nós focalizemos na questão da felicidade.
Pai: A questão da busca da felicidade é abrangente em si mesma. A felicidade mais elevada acontece quando a personalidade consegue a unificação dos sistemas físicos, mentais e espirituais do ser humano. Como revelado com integridade no Livro de Urantia (LU):
... A saúde, a eficiência mental e a felicidade surgem da unificação dos sistemas físicos, mentais e espirituais. De saúde e sanidade o homem entende bastante, mas de felicidade ele só entendeu de fato pouquíssimo. A felicidade mais elevada está indissoluvelmente ligada ao progresso espiritual. O crescimento espiritual gera um júbilo duradouro, uma paz que ultrapassa qualquer entendimento. LU [100:4.3] (p.1097).
... A saúde, a sanidade e a felicidade são integrações da verdade, da beleza e da bondade, ao misturarem-se na experiência humana. Esses níveis de uma vida eficaz advêm da unificação de sistemas de energia, de sistemas de idéias e de sistemas espirituais. LU [2:7.11] (p.43).
Filho: Eu ainda estou amadurecendo na compreensão desta felicidade mais elevada da qual você fala. Eu me considero um iniciante em termos da minha vivência espiritual interior. Eu ouço você falando do espírito eterno e da alma imortal, mas creio que ainda não tenho consciência destas realidades do espírito divino que reside no centro da minha alma, no coração da minha mente.
Pai: A consciência de Deus requer maturidade espiritual. Esta consciência consiste em três fatores variáveis, em três níveis diferenciados de compreensão da realidade: a consciência da mente, a consciência da alma e a consciência do espírito. Por meio da unificação desses fatores na compreensão de Deus, a personalidade expande-se em todos os níveis de consciência. Um ensinamento coerente, sobre a consciência da realidade superior no ser humano, é revelado no seguinte parágrafo:
A consciência de Deus, da forma como é experienciada nos reinos por um mortal em evolução, deve consistir em três fatores variáveis, em três níveis diferenciados de compreensão da realidade. Primeiro há a consciência da mente - a realização-compreensão da idéia de Deus. Então se segue a consciência da alma - a compreensão do ideal de Deus. Por último, nasce a consciência do espírito - a compreensão da realidade espiritual de Deus. Por meio da unificação desses fatores na compreensão de Deus, não importando quão incompletos sejam, a personalidade mortal, todo o tempo, expande-se em todos os níveis de consciência, com uma compreensão da personalidade de Deus. ... LU [5:5.11] (p.69).
A consciência plena e a felicidade surge da unificação dos sistemas físicos, mentais e espirituais na personalidade. A felicidade, o amadurecimento e o crescimento real demanda um funcionamento harmonioso de toda a personalidade. A personalidade expande-se em todos os níveis de consciência. "O crescimento das partes não se iguala ao amadurecimento verdadeiro do todo; as partes realmente crescem, na proporção da expansão inteira do eu - do eu total - material, intelectual e espiritual." LU [110:6.3] (p.1209).
Filho: Eu sinceramente busco a vida e busco a felicidade, mas estou pensativo por que ainda não tenho consciência destas realidades transcendentes do eu divino no centro do meu ser. Mesmo tendo estudado psicologia com dedicação, não aprendi sobre espiritualidade na universidade.
Pai: O crescimento espiritual é supraconsciente. A espiritualidade está infundida na psicologia integral através de conceitos como o de supraconsciente, consciência central, inconsciente superior e inconsciente espiritual. A psicologia materialista fala sobre o inconsciente inferior, sobre o subconsciente, que está entre a mente material e o corpo que evoluiu dos animais. É importante distinguir o supraconsciente do subconsciente, distiguir o inconsciente superior do inconsciente inferior. Como revelado no ensinamento urantiano espiritualizador da mente:
A natureza inconsciente do crescimento religioso não significa, contudo, que seja uma atividade a operar nos domínios supostos do subconsciente do intelecto humano; significa, antes, atividades criativas nos níveis supraconscientes da mente mortal. A experiência da compreensão da realidade inconsciente do crescimento religioso é a comprovação mais positiva da existência funcional da supraconsciência. LU [100:1.9] (p.1095).
Filho: Você está sugerindo a importância de nos tornarmos conscientes da alma e nos aproximarmos do espírito Ajustador que atua no supraconsciente. Eu estou concluindo que a busca da felicidade conduz nossa personalidade a unificação dos fatores associados da individualidade: o corpo físico, a mente intelecutal, a alma e o espírito Ajustador.
Pai: Sim, a busca da felicidade é a busca de unificação. A felicidade surge da unificação dos sistemas físicos, mentais e espirituais. Nós devemos bucar desenvolver uma personalidade forte e unificada, na qual a mente e o corpo material estejam unificados com a alma e o espírito divino. É pertinente enfatizar a seguinte citação da revelação íntegra, coerente e unificada:
A busca eterna é de unificação, de coerência divina. O vasto universo físico faz-se coerente na Ilha do Paraíso; o universo intelectual faz-se coerente no Deus da mente, o Agente Conjunto; o universo espiritual faz-se coerente na personalidade do Filho Eterno. Mas o mortal isolado, do tempo e do espaço, faz-se coerente em Deus, o Pai, mediante a ligação direta entre o Ajustador do Pensamento residente e o Pai Universal de todas as pessoas. O Ajustador do homem é um fragmento de Deus e, para sempre, procura a unificação divina e se faz coerente com a Deidade do Paraíso da Primeira Fonte e Centro, e Nesta. LU [2:7.7] (p.42).
Filho: Eu continuo afirmando que, embora consiga entender intelectualmente suas palavras, sinto falta da experiência pessoal e da consciência da presença do espírito residente na minha própria alma.
Pai: Esta experiência interior, esta maturidade espiritual, virá com o tempo através da sua boa fé. Mantenha-se leal as pessoas da sua família humana e da nossa família universal. Mesmo que tu não vejas Deus com o olho da carne, mantenha a sua fé no Pai amantíssimo que Ele É, e um dia você O verá com o olho do espírito.
Filho: Vamos ser práticos. A questão é: Como estas realidades espirituais elevadas podem contribuir para solução das dificuldades da vida cotidiana?
Pai: A vida, os ensinamentos e a religião de Jesus, são uma solução eficiente para a maior parte das dificuldades mortais. A busca da felicidade é também a busca da unificação. Até mesmo Deus e o homem podem coexistir em uma personalidade unificada, como tão admiravelmente é demonstrado no status presente do JeSuis13 Cristo Michael - Filho do Homem e Filho de Deus. Todos que querem ser feliz e desenvolver uma personalidade forte e unificada devem considerar que o aspecto singular da personalidade do Mestre Jesus não era tanto a sua perfeição, quanto a sua simetria, a sua unificação extraordinária e equilibrada. A seguir cito mais um precioso ensinamento estimulador da alegria da fé que antecipa a salvação humana:
A experiência espiritual religiosa pessoal é uma solução eficiente para a maior parte das dificuldades mortais; ela seleciona, avalia e ajusta eficazmente todos os problemas humanos. A religião não remove, nem destrói os problemas humanos, mas dissolve-os, absorve-os, ilumina-os e transcende-os. A verdadeira religião unifica a personalidade, preparando-a para ajustar efetivamente todas as exigências mortais. A fé religiosa - o guiamento efetivo da presença divina residente - capacita, infalivelmente, o homem sabedor de Deus a lançar uma ponte sobre o abismo existente entre a lógica intelectual que reconhece a Primeira Causa Universal como sendo um Isso, de um lado, e aquelas afirmações efetivas da alma que declaram que essa Primeira Causa é Ele, o Pai Universal do evangelho de Jesus, o Deus pessoal da salvação humana. LU [196:3.1] (p.2093).
Filho: Isto tudo é muito desejável. Todo ser humano que eu conheço quer viver bem e ser feliz. Mas estes são ideais superiores, e o humano não pode esperar viver à altura dos seus ideais mais elevados, embora possa ser fiel ao seu propósito de buscar a Deus e tornar-se mais e mais como Ele.
Pai: Eu sugiro intensamente que você leia a vida e os ensinamentos de Jesus. Com quinze anos, ele havia assumido os cuidados de sua mãe viúva e de seus irmãos mais novos. Ele trabalhava na profissão que seu pai José lhe ensinou, e "o salário de um dia de trabalho de um carpinteiro comum estava diminuindo aos poucos. Ao fim desse ano Jesus podia ganhar, trabalhando desde cedo pela manhã e até o fim da tarde, apenas o equivalente a cerca de um quarto de dólar por dia. ... Mas ele não vacilou e não se desencorajou. Continuou a viver o dia a dia, fazendo bem os deveres do momento e fielmente desempenhando-se das responsabilidades imediatas daquele período da sua vida. A vida de Jesus é o consolo eterno de todos os idealistas desapontados." LU [126:5.4] (p.1393).
É importante lembrar que "Jesus não queria simplesmente produzir um homem religioso, um mortal ocupado integralmente com os sentimentos religiosos e movido apenas por impulsos espirituais. ... O que ele almejou, na sua vida, parece ter sido um auto-respeito magnífico. ... Ele dava grande valor à sinceridade - a um coração puro. A fidelidade era uma virtude cardinal segundo a sua avaliação do caráter, enquanto a coragem era a essência mesma dos seus ensinamentos." Como revelado no livro de urantia:
Jesus não atacou os ensinamentos dos profetas hebreus, nem os dos moralistas gregos. O Mestre reconheceu as muitas coisas boas que esses grandes instrutores representavam, mas ele havia vindo à Terra para ensinar algo mais: "A conformidade voluntária da vontade do homem à vontade de Deus". Jesus não queria simplesmente produzir um homem religioso, um mortal ocupado integralmente com os sentimentos religiosos e movido apenas por impulsos espirituais. Caso pudésseis apenas ter dado uma olhada nele, teríeis sabido que Jesus era realmente um homem de grande experiência nas coisas deste mundo. Os ensinamentos de Jesus, a esse respeito, têm sido deturpados grosseiramente e bastante adulterados, durante todos esses séculos da era cristã; vós também tendes mantido idéias deturpadas sobre a mansidão e a humildade do Mestre. O que ele almejou, na sua vida, parece ter sido um auto-respeito magnífico. Ele só aconselhou o homem a humilhar-se, para que ele pudesse ser verdadeiramente exaltado; o que ele realmente almejava era a verdadeira humildade para com Deus. Ele dava grande valor à sinceridade - a um coração puro. A fidelidade era uma virtude cardinal segundo a sua avaliação do caráter, enquanto a coragem era a essência mesma dos seus ensinamentos. "Não temais" era o seu lema; e a persistência paciente, o seu ideal de força de caráter. Os ensinamentos de Jesus constituem uma religião de valor, de coragem e de heroísmo. E é exatamente por isso que ele escolheu, para serem os seus representantes pessoais, doze homens comuns, a maioria dos quais era de pescadores rudes, viris e varonis. LU [140:8.20] (p.1582).
Filho: Quanto mais eu leio sobre Jesus, de acordo com a revelação urantiana, mais eu sinto vontade de ler sobre sua vida e seus ensinamentos. Embora eu me considere imaturo espiritualmente, imagino que seria receptivo a religião de Jesus na época que ele tinha minha idade. Você poderia me dizer algo sobre isso?
Pai: Sim. O livro de urantia revela que, aos 28 anos, Jesus conheceu um rico viajante, chamado Gonod, e o seu filho Ganid, um rapaz de dezessete anos. Esses viajantes vinham da Índia e Jesus concordou em viajar com eles trabalhando como intérprete para ambos e como tutor para o filho. Durante a permanência de Jesus, Gonod e Ganid na Alexandria, o jovem gastou boa parte do seu tempo e uma alta soma do dinheiro do seu pai fazendo uma coleção dos ensinamentos das religiões do mundo, sobre Deus e as suas relações com o homem mortal.
Dentre estes ensinamentos preciosos, Ganid falou sobre a religião que aprendeu com Jesus, a qual chamava de a "nossa religião". Repare como, com gratidão, e a pela fé em Deus, que é o Pai espiritual, poderemos alcançar a paz com Ele. Observe como essa nova religião gera uma felicidade perene e como, sendo fiel, nós poderemos receber a coroa da vida eterna.
"Eu agradecerei todos os dias a Deus pelas Suas dádivas inexprimíveis; eu O louvarei pelos Seus trabalhos maravilhosos para os filhos dos homens. Para mim Ele é o Todo-Poderoso, o Criador, o Poder e a Misericórdia, mas, melhor do que tudo, é o Pai espiritual e como seu filho terreno eu avançarei sempre para vê-lo. E o meu tutor me disse que ao procurá-Lo eu me tornarei como Ele. Pela fé em Deus, eu alcancei a paz com Ele. Essa nossa nova religião é bastante cheia de júbilo e gera uma felicidade perene. Estou confiante de que serei fiel até a morte e de que eu certamente receberei a coroa da vida eterna." LU [131:10.6] (p.1454)
Filho: Muito bom e simples também. Eu quero dar um conselho para os missionários da 5a revelação de época, o evangelho renovado de JeSuis Cristo Miguel. O meu conselho é um reforço do entendimento de Robert Sarmast: "... as pessoas apenas querem o básico - que a evolução faz parte do desígnio de Deus, de que não existe inferno, de que Deus é puro amor, que este lugar é uma escola. Apenas o básico. Isso é tudo o que elas precisam, é tudo o que elas querem. ..."
Pai: Muito grato. Eu estou aprendendo muito contigo ao Responder suas Perguntas. Eu estou cantando como um "Eterno Aprendiz"14. Vamos seguir neste grupo de aprendizes da escola da vida e da informação aberta na Internationalnet.
Filho: Estou alegre e calmo, creio que sinto a presença de Jesus. Então, vamos voltar ao assunto da felicidade! O que o Mestre da paz e da vida ensinou sobre a felicidade e o contentamento?
Pai: A seguir, eu transcrevo a lição de Jesus sobre o contentamento. Esta é a resposta do Mestre da alma dada a um discípulo quando, como você, ele perguntou sobre a felicidade:
"Livro de Urantia", Item 149.5: A Lição sobre o Contentamento Certo dia, quando Jesus estava dando palestra ao grupo de evangelistas, trabalhando sob a supervisão de Simão zelote, durante a conferência da tarde, Simão perguntou ao Mestre: "Por que algumas pessoas são muito mais contentes e felizes do que as outras? O contentamento é uma questão ligada à experiência religiosa?" Entre outras coisas, em resposta à pergunta dele, Jesus disse:
"Simão, algumas pessoas são naturalmente mais felizes do que outras. E tudo depende muito, bastante mesmo, da disposição do homem de ser conduzido e dirigido pelo espírito do Pai, residente dentro dele. Acaso não lestes nas escrituras as palavras do homem sábio: `O espírito do homem é a luz da vela do Senhor, perscrutando todas partes internas'? E, também, o que esses mortais guiados pelo espírito dizem: `Os desígnios caíram dentro de mim em lugares convenientes; sim, eu herdei uma boa coisa'. `O pouco que um homem reto tenha é melhor do que as riquezas de muitos homens maus', pois `um bom homem tirará a satisfação de dentro de si'. `Um coração feliz faz uma fisionomia alegre e é uma festa contínua. Melhor é ter só um pouco, fazendo reverência ao Senhor, do que ter um grande tesouro e complicações junto a Deus. Mais vale uma refeição de legumes e amor, do que um boi gordo e com ele o ódio. Melhor é o pouco, com justiça, do que grandes rendimentos, sem retidão'. `Um coração contente causa o bem, tanto quanto um medicamento.' `Melhor é o pouco cheio de serenidade do que a superabundância repleta de tristeza e vexação de espírito."'
Filho: Agora você acertou. Eu entendi a simplicidade e praticidade dos ensinamentos de Jesus. Você poderia tentar ser mais simples como ele. Eu fico perplexo com a forma de você ensinar, e eu sei o motivo. É muito difícil você comunicar o gosto de uma fruta para um indivíduo que nunca comeu frutas. Tudo o que você fala parece ser lógico e coerente, mas eu ainda preciso vivenciar a experiência espiritual de maneira mais consciente.
Embora eu não esteja consciente, na mente carnal, da presença do meu eu espiritual mais elevado, talvez no nível supraconsciente, o espírito Ajustador, que reside em mim, esteja atuando e edificando minha própria alma imortal.
Eu digo isso porque me sinto uma pessoa tranquila e em paz. Eu sou da paz. Não percebo grandes conflitos interiores em mim, sou tranquilo, amo a vida e busco ser bom com todas as pessoas. Para mim isto é um sinal da harmonia entre a minha alma espiritual e a minha mente material.
Pai: Eu concordo contigo. Pelo que conheço de ti tu tens sido uma pessoa de paz, um bom rapaz, um menino de ouro. A sua atitude pacificadora me faz pensar em ti quando leio o seguinte ensinamento de Jesus:
"Felizes são os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus." ... A paz de Jesus, contudo, não é da espécie pacífica e negativa. Em face das provações e das perseguições, ele disse: "A minha paz eu a deixo convosco". "Que o vosso coração não seja perturbado, e que não padeça de temores." Esta é a paz que evita conflitos danosos. A paz pessoal integra a personalidade. A paz social afasta o medo, a cobiça e a raiva. A paz política impede os antagonismos raciais, as suspeitas nacionais e a guerra. Buscar a paz é a cura para a desconfiança e a suspeita. [140:5.18] (p.1575)
Filho: Bem lembrado! Aliás, falando de Jesus, de paz e de felicidade eu faço uma citação do inspirador:
"Livro de Urantia", parágrafos 140.3_2-11: [Jesus disse:] Assim vos envio ao mundo para proclamardes a liberdade a todos que estiverem no cativeiro espiritual, para júbilo dos prisioneiros do medo e para curardes os doentes de acordo com a vontade do meu Pai nos céus. Quando virdes os meus filhos em angústia falai a eles encorajado-os, dizendo:
Felizes sejam os pobres em espírito, os humildes, pois deles são os tesouros do Reino do céu.
Felizes sejam aqueles que têm fome e sede de retidão, pois serão saciados.
Felizes sejam os mansos, pois herdarão a Terra.
Felizes sejam os puros de coração, pois verão a Deus.
E, deste mesmo modo, ireis falar aos meus filhos, com estas mesmas palavras de conforto espiritual e de promessa:
Felizes sejam aqueles que pranteiam, pois serão confortados. Felizes sejam os que choram, pois receberão o espírito do júbilo.
Felizes sejam os misericordiosos, pois receberão a misericórdia.
Felizes sejam os pacificadores, pois serão chamados de filhos de Deus.
Felizes os que forem perseguidos em nome da retidão, pois deles é o Reino do céu. Sede felizes quando os homens vos insultarem e vos perseguirem e contra vós lançarem falsamente todas as formas de mal. Jubilai em plena alegria, pois grande é a vossa recompensa nos céus.
Pai: A paz, a felicidade, e os valores genuínos, estão unificados no divino Doador dos Valores. A felicidade surge com a unificação de todas as partes do nosso eu: material, intelectual e espiritual. Isto resulta na ausência de conflitos interiores e nós alcançamos a paz.
A verdadeira religião do espírito religa a pessoa humana criada com a Pessoa Infinita Criadora, e unifica todas as partes do nosso eu na personalidade total. Esta é a religião de Jesus. Nós buscamos, com a religião, religar o divino e o humano. Nós buscamos unificar nosso eu espiritual (espírito), nosso eu moroncial (alma), nosso eu intelectual (mente) e nosso eu material (corpo), pela vontade unificada do nosso eu total (a personalidade integradora). Esta unificação da personalidade resulta na felicidade e na paz.
Filho: Eu concordo que devemos buscar nos centrar em nosso eu espiritual eterno. Porém, acredito que o fanatismo, o desequilíbrio e o ego religioso exagerado, podem gerar conflitos, tirar a nossa paz e impedir nossa felicidade. Embora eu não frequente uma igreja institucionalizada, eu tenho a consciência tranquila da minha sinceridade em agir de maneira moral e ética. Me sinto centrado no coração da minha mente, na fonte da minha vida, no pulsar vital no meu peito. Eu me respeito e cuido da vida.
Embora eu ainda não tenha consciência do amigo eterno no centro da minha alma, considerando a paz que sinto, creio que, como em Jesus e nas pessoas de boa fé, aconteça em mim um crescimento espiritual, uma expressão totalmente inconsciente e espontânea, na minha alma, da minha experiência pessoal supraconsciente com Deus da vida. Eu reforço esta minha crença citando o ensinamento, curador do fanatismo, revelado no livro de urantia:
Em um gênio religioso, uma fé espiritual muito forte, com freqüência, leva diretamente ao fanatismo desastroso, ao exagero do ego religioso, mas não aconteceu assim com Jesus. Ele não foi afetado desfavoravelmente, na sua vida prática, pela sua extraordinária fé e pela realização espiritual, porque essa exaltação espiritual era uma expressão totalmente inconsciente e espontânea, na sua alma, da sua experiência pessoal com Deus. LU [196:0.6] (p.2088).
Pai: Parabéns. Faço votos que você mantenha a paz e continue naturalmente crescendo de maneira simétrica e equilibrada. Eu concordo contigo que o desequilíbrio e os conflitos podem tirar a nossa paz. A paz interior vem da resolução dos conflitos internos. Todo conflito é em si um mal, pelo que inibe da função criadora da vida interior - é uma espécie de guerra civil na personalidade.
Por outro lado, talvez alguns conflitos sejam intevitáveis. Há uma luta, mesmo para aqueles que entram no Reino do céu, e esta é a boa batalha da fé. O crente tem uma batalha, e esta é contra a dúvida - a descrença. A semente precisa de romper para que a vida possa crescer. Analogamente, não pode haver nenhum crescimento sem conflito psíquico e sem agitação espiritual. Mesmo sabendo disso, o intelecto humano reluta contra ser desmamado da alimentação das energias não espirituais da existência temporal. Cito os guiamentos, para um crescimento mais equilibrado, que florescem na luz da revelação urantiana:
As perplexidades religiosas são inevitáveis; não pode haver nenhum crescimento sem conflito psíquico e sem agitação espiritual. A organização de um modelo filosófico de vida requer uma perturbação considerável nos domínios filosóficos da mente. A lealdade não é exercida em nome daquilo que é grande, bom, verdadeiro e nobre, sem uma batalha. O esforço é seguido do esclarecimento da visão espiritual e da ampliação do discernimento de visão cósmica. E o intelecto humano reluta contra ser desmamado da alimentação das energias não espirituais da existência temporal. A mente animal indolente rebela-se contra exercer o esforço exigido pela luta na solução dos problemas cósmicos. LU [100:4.2] (p.1097)
Filho: Fale mais sobre esta mente animal indolente.
Pai: Nós estamos sempre decidindo diante das questões que a vida nos coloca a cada momento e muitas vezes a dúvida nos inquieta. Ocorrem conflitos entre o espírito e a carne. Jesus nos alertou: "Preveni a todos os crentes a respeito do nível de conflito que deve ser enfrentado por todos aqueles que passam da vida, como é vivida na carne, para a vida mais elevada, como é vivida no espírito." LU [159:3.7] (p.1766).
O Princípe da Paz também fez recomendações para evitarmos esses conflitos desgastantes e enfraquecedores entre a natureza animal e a natureza espiritual:
... Sabeis que os homens, muito freqüentemente, são levados à tentação pelos desejos do seu próprio egoísmo e os impulsos da sua natureza animal. Quando sois tentados desse modo, eu vos recomendo que, ao mesmo tempo em que reconheçais a tentação, honesta e sinceramente, exatamente pelo que ela é, que redirijais inteligentemente as energias do espírito, da mente e do corpo, que estão buscando expressão, para canais mais elevados e para metas mais idealistas. Desse modo vós podeis transformar as vossas tentações nos tipos mais elevados de ministração mortal edificante, ao mesmo tempo em que evitais quase inteiramente esses conflitos desgastantes e enfraquecedores entre a natureza animal e a natureza espiritual. LU [156:5.4] (p.1738)
Filho: Eu não consigo enxergar a realidade da vida sem ser do ponto de vista do meu eu, do meu próprio ego. Onde está a tentação em buscar o prazer?
Pai: A fome da alma não pode ser satisfeita por meio dos prazeres físicos. Os animais também sentem prazer físico quando satisfazem os ciclos de vida do organismo biológico. Mas o prazer superior, a felicidade de alma, está em outro nível do nosso ser. Buscamos a vida e temos prazer em viver. Talvez seja correto em falar do prazer físico do corpo, da satisfação intelectual da mente, da felicidade de alma, da expanção jubilosa do espírito e do prazer pleno da personalidade unificada. Em busca da vida experimentamos o prazer material do corpo, intelectual da mente, moroncial da alma, espiritual do espírito e total da personalidade. Cuidar e engrandecer a vida resulta em prazer. Porém, se buscamos a vida eterna, devemos olhar para a felicidade da alma, que nasce no espírito eterno, no altar da vida, no núcleo absoluto do Ajustador da personalidade humana.
É natural que o eu carnal seja motivado por desejos egoístas. O altruísmo procede do espírito divino, pois nosso Pai espiritual vê todas as pessoas como filhos, e o guiamento do Seu espírito resulta no bem maior para todos da família universal. Nosso ego carnal enxerga a realidade do seu ponto de vista limitado e egocêntrico. Mas o espírito do Pai, que reside em nossa alma, é altruísta e guia todos para a sobrevivência e a eternidade de existência da personalidade. Se amamos a vida e buscamos a sobrevivência eterna, precisamos entender que:
Na experiência interior do homem, a mente encontra-se vinculada à matéria. E as mentes, vinculadas assim à matéria, não podem sobreviver ao perecimento mortal. Abraçar a técnica de sobrevivência é fazer as transformações na mente mortal e os ajustamentos da vontade humana, por meio dos quais tal intelecto, consciente de Deus, deixa-se gradualmente ensinar pelo espírito e, finalmente, deixa-se guiar por ele. Essa evolução da mente humana, a partir da associação material, até a união com o espírito, resulta na transmutação das fases, potencialmente espirituais, da mente mortal, nas realidades moronciais da alma imortal. A mente mortal se for subserviente à matéria, está destinada a tornar-se cada vez mais material e, conseqüentemente, a sofrer uma extinção final da personalidade; a mente entregue ao espírito está destinada a tornar-se cada vez mais espiritual e, finalmente, a realizar a unificação com o espírito divino, que é sobrevivente e que é o guia para, desse modo, conseguir-se a sobrevivência e a eternidade de existência da personalidade. LU [1:3.7] (p.26).
Filho: Isto me parece muito complicado. A felicidade e a sobrevivência devem ser alcançadas de maneira mais natural e simples.
Pai: Você tem razão. Peço perdão devido a minhas palavras complicadas. Vou ser simples no meu conselho para ser feliz: tenha fé que Deus é o Pai Universal de todas as pessoas. Lembre-se porém que, no caso dos seres humanos, Deus vivo está presente no espírito Ajustador dos Pensamentos. Permita-me concluir minha explicação, talvez mais complicada do que o desejável.
Filho: Sim. Conclua o que tu dizias antes de te interromper para lembrar-te da simplicidade.
Pai: Nós estamos buscando a felicidade humana e a vida eterna pela graça de nosso Pai espiritual. É necessário coordernar e reconciliar o desejo egoístico do eu carnal com o altruísmo do espírito divino, pela vontade unificada da personalidade integradora e supervisora. Isto gera paz e gera a felicidade que buscamos. Menciono estes ensinamentos, neste fala deste diálogo sobre "Psicologia da Felicidade", para finalmente concluir que:
A felicidade humana é alcançada apenas quando o desejo egoístico do eu e o impulso altruísta do eu mais elevado (o espírito divino) encontram-se coordenados e reconciliados pela vontade unificada da personalidade integradora e supervisora. A mente do homem evolucionário está sempre se confrontando com o problema intrincado que é ser o árbitro na disputa entre a expansão natural dos impulsos emocionais e o crescimento moral dos impulsos não-egoístas, baseados no discernimento espiritual - a reflexão religiosa genuína. [103:5.5] (p.1134)
Filho: Eu entendi o que você explicou e também as citações urantianas que você fez. Na minha percepção tu estais falando de realidades espirituais, da felicidade de alma, da unificação da personalidade, e da paz interior. Porém eu creio que este entendimento depurado não é necessário para que um ser humano seja feliz e realize esta felicidade de maneira natural, simples e alegre.
Eu vou lhe explicar com um exemplo prático o que quero dizer para ti. Independente dos meus conhecimentos psicológicos sobre minha realidade interior, o que me faz feliz é estar bem com as pessoas. Eu vivo a vida e fico feliz em conviver, aprender e trabalhar com as pessoas da minha família e da nossa comunidade. É simples.
Pai: Sim. Eu concordo que a felicidade tem a ver com as relações pessoais. Nós não podemos experimentar o regozijo verdadeiro completamente a sós. Uma vida solitária é fatal para a felicidade. Ao falar do espírito da vida residente em nossa mente, no coração de nossa alma, eu estou falando da nossa relação pessoal com a personalidade infinita de Deus. Você fala da felicidade que surge nas nossas relações com as pessoas humanas. Estas relações pessoais são muitíssimo importantes, pois tudo o que é não-espiritual na experiência humana, à exceção da personalidade, é um meio para um fim. E toda relação verdadeira do homem mortal com outras pessoas - humanas ou divinas - é um fim em si mesma.
Em outras palavras nossa felicidade cresce a medida que vivenciamos o amor com as pessoas divinas e humanos. Deduzimos esta verdade pois o amor, no relacionamento com as pessoas, promove a unificação da nossa personalidade, o que como vimos, frutifica na felicidade.
Filho: Porquê o amor promove a unificação da nossa personalidade?
Pai: Porque a nossa personalidade total, inteira e unificada, é quem vivencia a experiência de amar, sincera e altruisticamente, outra pessoa. Preste atenção pois talvez as próximas citações sejam as mais importantes deste diálogo sobre a felicidade do AMOR:
... Pelo verdadeiro significado da palavra, o amor denota respeito mútuo de personalidades inteiras, sejam humanas ou divinas, ou humanas e divinas. Partes do eu podem funcionar de inúmeros modos - pensando, sentindo, desejando - , mas apenas os atributos coordenados da personalidade total ficam focalizados na ação inteligente; e todos esses poderes ficam associados ao dom espiritual da mente mortal, quando, sincera e altruisticamente, um ser humano ama um outro ser humano ou divino. LU [112:2.7] (p.1228).
Entretanto, o grande problema do viver religioso consiste na tarefa de unificar os poderes da alma da pessoa, por meio da predominância do AMOR. A saúde, a eficiência mental e a felicidade surgem da unificação dos sistemas físicos, mentais e espirituais. ... LU [100:4.3] (p.1097).
A verdade, a beleza e a bondade abrangem, para o homem finito, toda a revelação da realidade divina. À medida que esse amor-compreensão da Deidade encontra expressão espiritual, nas vidas dos mortais cientes de Deus, os frutos da divindade são alcançados: paz intelectual, progresso social, satisfação moral, alegria espiritual e sabedoria cósmica. Os mortais avançados, em um mundo na sétima etapa de luz e vida, aprenderam que o amor é a maior de todas as coisas do universo - e sabem que Deus é amor. [56:10.20] (p.648).
Filho: Este ensinamento é coerente e bom! Se as relações pessoais de respeito mútuo e amor unificam nossa personalidade, e se a felicidade surge da unificação dos sistemas físicos, mentais e espirituais, então o respeito e o amor entre as pessoas promove a felicidade.
Pai: Sua conclusão é lógica e verdadeira. Por isso a boa família e a verdadeira religião são uma fonte de felicidade. Na família nós vivenciamos relações de amor e respeito com outras personalidades humanas, e na religião genuína nós prestamos devoção, nos dedicamos à adoração e amamos a personalidade incomparável do Pai Universal. Eu percebo que a essência da religião e da família são as relações pessoais com personalidades divinas e humanas respectivamente. Por isso as vezes falo da "religião da família universal" vivenciada no amor entre todas as personalidades pela graça de Deus, o Pai das pessoas.
Neste contexto, faço uma citação de outro volume destes diálogos onde explanamos sobre a família e os três pilares da felicidade humana:
Todos nós queremos amar e ser amados, ser felizes, e viver eternamente. A nossa sociedade e as instituições humanas objetivam três coisas: automanutenção, autoperpetuação e autogratificação. Nós primeiramente precisamos viver e garantir nossa manutenção, então podemos nos dedicar à nossa perpetuação através dos filhos e da família, e nesta base familiar, buscamos o prazer, a diversão e a própria gratificação. Estes três fatores constituem a base da felicidade humana sobre a qual estamos falando. Observe estas ponderações são reveladas no:
"Livro de Urantia", parágrafo 70.9_17: ... "É assunto e dever da sociedade prover, ao filho da natureza, uma oportunidade justa e pacífica de buscar a automanutenção, de participar da autoperpetuação e, ao mesmo tempo, de desfrutar, em alguma medida, da autogratificação; e a soma de todas essas três constitui a felicidade humana."
Filho: Eu acompanhei suas explicações sobre a felicidade que advém da unificação dos polos material e espiritual da personalidade humana. Eu entendo que ao nos esforçar para amar outra pessoa precisamos estar inteiros e isso contribui para nossa própria unificação, e consequentemente para nossa felicidade. Eu percebo as oportunidades de relações pessoais de amor na família e na religião. Na família amamos outras pessoas humanas. Eu vejo a religião como uma religação amorosa com a Pessoa divina. Assim, na religião da família universal, vivenciamos o amor que unifica nossa personalidade e promove a felicidade. Eu concluo que as relações pessoais com Deus e os humanos, a religião, a família e o lar são fundamentais para nossa felicidade.
Há pouco você citou as instituições humanas fundamentais de automanutenção, autoperpetuação e autogratificação. Como três funções essenciais da existência humana se relacionam com a instituição do lar, família e matrimônio e com a felicidade humana?
Pai: O leitor deste diálogo já deve ter percebido que na criação deste texto algumas respostas vieram primeiro do que a respectiva pergunta! Tudo bem, como nos diálogos platônicos, contornando a monotonia dos monólogos, eu lhe respondo fazendo mais uma citação da revelação urantiana:
O lar é, basicamente, uma instituição sociológica. O matrimônio cresceu da cooperação para a automanutenção e da associação para a autoperpetuação; nele, o elemento da autogratificação é bastante incidental. Entretanto, o lar abrange todas as três funções essenciais da existência humana; enquanto a propagação da vida faz dele a instituição humana fundamental, e o sexo torna-o distinto de todas as outras atividades sociais. [84:0.3] (p.931).
... O matrimônio sempre tem sido e ainda é o sonho supremo na idealidade temporal do humano. Embora esse belo sonho raramente seja realizado integralmente, permanece como um ideal glorioso, levando sempre a humanidade em progresso a esforços maiores na direção da felicidade humana. ... LU [83:8.6] (p.930).
Filho: Eu confesso a ti que este diálogo está me motivado a realizar algumas ações. O que foi dito aqui é suficiente para me convencer de que a felicidade humana e a vida eterna estão muito relacionadas com o lar da família e a religião do espírito. A minha família está desunida e eu estou determinado a fazer algo para modificar isto. Eu vou praticar estes ensinamentos e agir com amor e paciência para unir a minha família, unificar minha personalidade e ser feliz.