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Bem-vindos. Meu nome é Robert Sarmast. Já há cerca de 20 anos que estudo o Livro de Urântia. E estou aqui hoje para apresentar um tópico muito interessante que é a religião do Livro de Urântia.
Nestes últimos, digamos, cerca de 7 anos venho trabalhando num tópico muito interessante, que é tentar entender por que esta revelação não está realmente tendo qualquer evolução, ou pelo menos relativamente à que deveria ter quando nós pensamos no que é este documento de fato e o que ele significa para o mundo. E por anos e anos discuti isto com inúmeras pessoas, e cheguei a certas conclusões. Penso que encontrei a razão pela qual estamos como que atolados na lama no que respeita à disseminação destas notícias.
Começarei por contar-lhes uma história. Diz-se que quando Deus criou a humanidade e a alma humana chamou todos os anjos para irem vê-la. E para surpresa dos anjos, eles viram que a alma humana estava envolvida num corpo de carne e osso. Ficaram surpreendidos e perguntaram a Deus: "Tu nos pediste para cuidar desta alma, mas por que a envolveste neste corpo de carne e osso? Isto é algo que pode ser danificado, pode causar dano, eles até podem ser mortos, têm um cheiro estranho, até podem ficar doentes, podem pecar, e até podem nem considerar nosso conselho, nem todos os Teus mandamentos, e simplesmente mergulharem de cabeça num esquecimento espiritual."
E a resposta de Deus foi muito interessante. Ele disse assim: "Sabem, o que vocês dizem do corpo é verdade. Ele pode fazer essas coisas todas, e pode causar muitos problemas, e com certeza causará. Mas vocês têm que considerar a realidade da situação. A alma humana não pode se mover sem um corpo; ela precisa de uma estrutura de esqueleto, precisa da carne e do sangue para sentir, saborear, etc., dos sentidos. E, portanto, sem um corpo a alma não pode experienciar, e sem experiência nada pode crescer. Então, vejam, a alma não pode esperar crescer sem um corpo, e crescimento é o lema da minha criação. Portanto, a alma deve entrar no corpo apesar de todo e qualquer risco."
Então, como isso está relacionado ao tópico de hoje é o que vou apresentar durante os próximos minutos. Vejam, penso que o movimento urantiano é muito parecido com esses anjos. A religião em si é vista como este ensinamento muito puro ao qual não pode ser dada uma forma. Caso contrário, isso pode causar dano.
Aquilo que realmente me iniciou neste tópico é uma seção do Livro de Urântia muito interessante chamada "A Natureza dos Cultos". Tem cerca de apenas meia página, mas ... Sou escritor, e como escritor, esta meia página em particular pareceu muito diferente do resto do livro, pelo fato de que os termos, a maneira como as palavras estavam estruturadas - e vocês sabem que nós, escritores, gostamos de jogar com as palavras, jogar com frases, parágrafos - e simplesmente parecia que eles estavam tentando dizer algo mas não conseguiam. Ou que estavam divagando em redor do assunto, estavam caminhando em seu redor nas pontas dos pés. O que foi muito interessante para mim, por isso me demorei nele e o li não sei quantas centenas de vezes, e simplesmente eu não conseguia entender aquilo. Por que eles estavam sendo tão cuidadosos em torno do assunto? Por que eles simplesmente não se assumiam e diziam claramente o que estavam tentando dizer?
Então, vou lhes mostrar uma pequena resenha de parte desta seção chamada "A Natureza dos Cultos". Então vamos começar pelo princípio, de forma que vocês consigam perceber o que quero dizer. Ali diz:
87:7.2 "Desde o alvorecer da civilização, todo movimento atraente na cultura social ou no progresso religioso desenvolveu um ritual, um cerimonial simbólico. [...] O culto preservou o sentimento e satisfez às emoções, mas ele tem sido sempre o maior obstáculo à reconstrução social e ao progresso espiritual."
Portanto, o culto - como vocês sabem, o Livro de Urântia usa o termo alternadamente com várias religiões organizadas pelo mundo, cristianismo, islamismo, judaísmo, todas. E realmente não são poucos, digamos, os termos depreciadores na maneira como ele discute os problemas dentro destas religiões organizadas e o caos que elas criaram ao longo do tempo.
Evidentemente, ele também fala sobre todas as boas coisas que vieram delas. Mas eu diria que há bastantes informações algo alarmantes nele sobre estas religiões organizadas, o que causou este problema dentro da comunidade urantiana onde apenas a menção da palavra religião já assusta muita gente. Então, como podem ver, ali diz "O culto preservou o sentimento e satisfez às emoções, mas ele tem sido sempre o maior obstáculo à reconstrução social e ao progresso espiritual".
Bom, isso não soa muito bem. Parece que a religião organizada não é algo que eles recomendariam. Mas então o parágrafo seguinte se contradiz da maneira mais espantosa:
87:7.3 "Não obstante o culto haver sempre retardado o progresso social, é lamentável que tantos crentes modernos nos padrões morais e ideais espirituais não tenham nenhum simbolismo adequado - nenhum culto de suporte mútuo - nada a que possam pertencer."
Espera aí! Primeiro diz que é realmente "o maior obstáculo à reconstrução social e ao progresso espiritual", e depois, logo no parágrafo seguinte, diz que é lamentável que vocês todos não tenham um culto. Então o que eles estão tentando dizer? Esta é uma das razões porque para mim se tornou tão fascinante esta seção e por que mergulhei tão profundamente nela. Então vamos para a próxima parte. Diz assim:
160:5.1 [...] "a religião SIMBOLIZA a nossa suprema devoção àquilo que representa o nosso conceito mais elevado dos ideais de realidade e de alcance mais profundo da nossa mente, na direção das possibilidades eternas de realização espiritual."
87:7.4 "O culto cristão inicial foi o mais eficaz, atraente e duradouro entre todos os RITUAIS jamais concebidos ou legados, mas muito do seu valor foi destruído em uma idade científica pela aniquilação de muitos dos seus princípios originais subjacentes."
Bom, estes não estão nessa seção da "Natureza dos Cultos" mas os trago à sua atenção porque, por exemplo, nesta seção "o culto cristão inicial" - eles comumente chamam de novo ao cristianismo um culto - "foi o mais eficaz, atraente e duradouro entre todos os RITUAIS".
Quero que vocês prestem atenção aos termos usados aqui: uma religião foi chamada de ritual. E isto é visto ao longo do livro inteiro, onde parece que simbolismo, religião, simbolismo religioso, rituais, são todos usados alternadamente nessas frases. Portanto, aparentemente, os seres celestiais os veem como um único. Vamos para a seção seguinte. Voltamos à seção da "Natureza dos Cultos".
87:7.6 "A despeito dos inconvenientes e desvantagens, cada nova revelação da verdade tem dado surgimento a um novo culto, e mesmo o pronunciamento novo da religião de Jesus TEM que desenvolver um simbolismo novo e apropriado. O homem moderno TEM que encontrar algum simbolismo adequado para as suas ideias, ideais e lealdades, novos e expandidos. Esse símbolo mais elevado deve surgir da vida religiosa, da experiência espiritual. E esse simbolismo mais enaltecido de uma civilização mais elevada TEM que ser pregado sobre o conceito da Paternidade de Deus e deve estar impregnado do poderoso ideal da irmandade dos homens."
Novamente, "a despeito dos inconvenientes e desvantagens" da religião organizada, "cada nova revelação da verdade tem dado surgimento a um novo culto, e mesmo o pronunciamento novo da religião de Jesus" - a qual evidentemente é o próprio Livro de Urântia - "TEM que desenvolver um simbolismo novo e apropriado". Então, simbolismo foi a palavra que eles usaram antes quando se referiram a religião. E por que eles simplesmente não vêm dizer ... quero dizer, eles estão claramente dizendo que "mesmo o pronunciamento novo da religião de Jesus TEM que desenvolver um simbolismo novo e apropriado".
O que eles de fato estão dizendo é que mesmo a revelação urantiana TEM que desenvolver uma nova religião. Isso chega para deixar algumas pessoas por aí apavoradas, mas é o que está aí. É bem claro. E cá está o que acho ser interessante: é que isto começa a descrever qual deveria ser o formato desta nova religião. Primeiro eles dizem que ela tem que ser desenvolvida. E eles começam a estabelecer os fundamentos para o que é suposto esta nova religião ser, como é suposto se comportar, aquilo de que supostamente nos devemos manter afastados, e aquilo que deveremos adotar.
87:7.7 "Os velhos cultos foram demasiado egocêntricos; o novo culto deve ser fruto da aplicação do amor. O novo culto tem que, como os antigos, dar força ao sentimento, satisfazer à emoção e promover a lealdade; mas deve fazer mais: deve facilitar o progresso espiritual, enaltecer os significados cósmicos, elevar os valores morais, encorajar o desenvolvimento social e estimular um tipo elevado de vida pessoal religiosa. O novo culto deve estabelecer metas supremas de vida que sejam tanto temporais quanto eternas - sociais e espirituais."
87:7.10 [...] "E tem que haver a exigência por devoção, a resposta da lealdade. Cada religião eficaz desenvolve, infalivelmente, um simbolismo condigno, e os seus devotos fariam bem em impedir a cristalização de tal ritual em cerimônias estereotipadas, entorpecedoras, paralisadoras e sufocantes, que apenas podem impedir e retardar todo progresso social, moral e espiritual. Nenhum culto pode sobreviver se retardar o crescimento moral e deixar de fomentar o progresso espiritual."
Quero que prestem atenção a esta última frase: "O culto é o esqueleto estrutural em torno do qual cresce o corpo vivo e dinâmico da experiência espiritual pessoal - a verdadeira religião."
O que é para nós a religião verdadeira? A religião verdadeira é a religião da experiência espiritual pessoal, é o relacionamento interior que temos com o nosso Criador, com o Pai Universal. Então, o que vou trazer à sua atenção aqui são estes dois aspectos: Um é a forma externa, à qual chamamos de religião organizada. O outro é a religião verdadeira, a qual é o relacionamento interno: a "experiência espiritual pessoal - a verdadeira religião".
Muita gente tem realmente um problema com o Livro de Urântia desenvolver uma igreja, uma religião, ou algo assim, mas os seres celestiais não têm. Prestem atenção:
103:5.11 [...] "O homem desenvolve-se melhor quando as pressões do lar, comunidade, igreja e estado estão minimizadas. Mas isso não pode ser tomado como significando que em uma sociedade progressista não haja lugar para o lar, instituições sociais, igreja e estado."
103:5.12 [...] "Há grande esperança para qualquer igreja que cultue o Deus vivo, valide a irmandade do homem e ouse retirar de cima dos seus membros toda a pressão de crenças."
"Há grande esperança ..." Então, por um lado, eles estão nos falando sobre os perigos; e por outro lado estão dizendo que se fizermos as coisas bem há grandes esperanças para o que podemos alcançar. Como veem, é uma espada de dois gumes. Voltarei a isso mais tarde.
2:7.10 "O desafio religioso desta época é para aqueles homens e mulheres de visão ampla e progressista de discernimento espiritual que OUSARÃO CONSTRUIR uma nova e atraente filosofia de vida a partir dos conceitos modernos ampliados e sutilmente integrados de verdade cósmica, beleza universal e bondade divina. Uma tal visão nova e reta da moralidade atrairá tudo o que é bom na mente do homem e desafiará o que há de melhor na alma humana."
"OUSARÃO CONSTRUIR uma nova e atraente filosofia de vida" a partir da verdade, beleza e bondade. O que é isso? O que é uma "filosofia de vida" que está focada na espiritualidade de significado verdadeiro? Isso se chama uma religião, e eles estão nos DESAFIANDO A CONSTRUÍ-LA. Bom, sigamos adiante.
Por que é tão necessária esta organização, esta forma, esta tão temida religião organizada sobre os Documentos de Urântia? Aqui entraremos nesse aspecto:
97:10.7 "É difícil uma religião sobreviver como a prática particular de indivíduos isolados. Esse tem sido sempre o erro dos líderes religiosos: apercebendo-se dos males da religião institucionalizada, eles buscam destruir a técnica de funcionamento em grupo. Em lugar de destruir todo ritual, eles fariam melhor se o reformassem."
E não é esse o caso com o nosso movimento? Não tem sido esse o caso desde o primeiro momento? "É difícil uma religião sobreviver como a prática particular de indivíduos isolados." Não é isso que nós temos? "A prática particular de indivíduos isolados"? É exatamente isso que nós temos.
98:6.1 [...] "Conquanto seja verdade que a institucionalização da religião haja habitualmente depreciado a sua qualidade espiritual, é também fato que nenhuma religião teve até agora êxito em sobreviver sem a ajuda de uma organização institucional de alguma monta, maior ou menor."
Cá vamos outra vez. Não está claro? Conquanto que tenha se depreciado porque se tornou organizada, foi moldada pelas obras de homens e mulheres que têm outras motivações, "é também fato que nenhuma religião teve até agora êxito em sobreviver sem" isso. É necessária! Não é do tipo de "isto seria uma coisa boa!" É absolutamente essencial para sobreviver.
Esta é uma citação muito boa do começo do livro:
0:2:1 "As criaturas mortais em evolução experimentam um anseio irresistível de simbolizar seus conceitos finitos de Deus."
Lembrem-se, simbolismo no Livro de Urântia, quando falamos de simbolismo é religião. Eles veem a religião como um tipo de simbolismo. Eles dizem que "experimentam um anseio irresistível" por ela, que precisam dela. E em outra seção:
92:1.3 "A religião surge como uma reação biológica da mente às crenças espirituais e ao meio ambiente; é a última coisa a perecer ou a mudar em uma raça."
"Uma reação biológica"? É intrínseco ao nosso sistema. É uma reação biológica! Com "um anseio irresistível"! As pessoas precisam do simbolismo, elas precisam da religião. Não somente o que vocês e eu experienciamos pessoalmente com o Pai. Eles precisam disso simbolizado.
Sigamos adiante. Agora é aqui que começamos a ver a diferença entre a religião verdadeira, que é a experiência interna, e a forma exterior:
195:10.11 [...] "A verdadeira igreja - a fraternidade de Jesus - é invisível, espiritual e é caracterizada pela unidade, não necessariamente pela uniformidade. [...] E essa fraternidade está destinada a tornar-se um organismo vivo, em contraste com uma organização social institucionalizada. Ela pode muito bem servir-se dessas organizações sociais, mas não deve ser suplantada por elas."
De novo, eles estão nos dizendo a mesma coisa, repetidamente. A religião verdadeira "é invisível, espiritual e é caracterizada pela unidade", e "está destinada a tornar-se um organismo vivo, em contraste com uma organização social institucionalizada. Ela pode muito bem servir-se dessas organizações sociais, mas não deve ser suplantada por elas". Novamente, eles insistem na mesma coisa. Ambas são necessárias.
85:3.5 "Na religião, o simbolismo pode ser bom ou mau simplesmente na medida em que o símbolo substitui ou não a ideia original de adoração."
155:3.8 "(Jesus) nunca se cansou de apontar aos doze o grande perigo de se aceitar símbolos e cerimônias religiosas em lugar da experiência religiosa."
Portanto, o que aconteceu? O que aconteceu foi que fomos ensinados pelos profetas, pelas revelações, sobre o que é a religião verdadeira, a qual é a experiência espiritual pessoal. E isso, porque eles não sabem o que fazer com isso, porque são homens de tempos pré-históricos, relativamente ao que somos hoje, eles simbolizam isso até um ponto em que o símbolo se torna mais importante do que aquilo que realmente importa, que é a experiência espiritual interior. E em algum momento a experiência espiritual interior é completamente varrida para debaixo do tapete. Fica-se sem sequer se precisar dela! Tudo o que tem que se fazer é ir à igreja uma vez por dia, entendem, ou uma vez por semana, fazer o rosário, rezar, ir falar com aquele padre aqui que vai ser o intermediário entre você e Deus. Você não tem que passar pessoalmente por experiências espirituais. Eles ficam excessivamente institucionalizados. Vamos prosseguir.
91:5.7 [...] "Aqueles que são cientes de Deus, sem simbolismos ... " Esses são todos os leitores do Livro de Urântia que eu conheço ... "não devem negar a ministração da graça do símbolo ... "
Cá está o símbolo outra vez, eles chamam isso de símbolo, que é simplesmente a forma, o "esqueleto estrutural", a religião socializada organizada ... "não devem negar a ministração da graça do símbolo àqueles que encontram dificuldade em adorar a Deidade e em reverenciar a verdade, a beleza e a bondade, sem formas nem rituais. Na prece de adoração, a maioria dos mortais visualiza algum símbolo da meta-objeto das suas devoções." Portanto, aqueles de nós que não precisamos de simbolismo não devemos negá-lo àqueles que precisam. E quem são essas pessoas? "A maioria dos mortais"! A maioria dos mortais precisa disso. Eles não querem simplesmente poder ter uma religião interior, sem quaisquer símbolos, sem uma igreja, sem nada, apenas se sentando em casa sozinho e você mesmo falando com Deus, e fica por isso mesmo. Isso não vai funcionar. Isso não é o que eles querem, não é o que eles exigem. Lembrem-se, há um "anseio irresistível", uma "reação biológica" intrínseca ao seu sistema. E se não estamos relacionando isso, não é culpa deles, não é culpa do mundo que esta revelação não esteja crescendo. É culpa nossa.
Vamos continuar. Estou escolhendo estas duas citações para lhes mostrar de novo como os seres celestiais veem de uma maneira alegórica a diferença entre religião verdadeira - que é a experiência espiritual - e uma forma.
87:7.10 [...] "O culto é o esqueleto estrutural em torno do qual cresce o corpo vivo e dinâmico da experiência espiritual pessoal - a verdadeira religião."
O que quero que vocês prestem atenção é na analogia usada aqui. Eles chamaram isso de "esqueleto estrutural", o culto, ou a religião organizada, ou a religião socializada sejam palavras melhores. Nos dias atuais, "religião organizada" tornou-se um palavrão ofensivo. Vamos chamá-la de religião socializada. Por que a chamaram de "esqueleto estrutural"? Por que usar essa analogia? O esqueleto é importante para um corpo porque sem um esqueleto o corpo não consegue se mover. E se não se mover, ele não pode ter experiências, e se não pode ter experiências não pode crescer. É este esqueleto estrutural que permite o movimento. Agora, vamos ver isso usado de outra forma:
100:5.1 [...] "Os símbolos da religião socializada não são para serem desprezados como canais de crescimento, ainda que o leito do rio não seja o rio."
Poderiam ser mais diretos do que isso? A "religião socializada", a religião organizada, "não é para ser desprezada como canal de crescimento, ainda que o leito do rio não seja o rio". O "leito do rio" seria a religião socializada, e o "rio" é a religião da experiência pessoal. Portanto, de novo eles usam uma analogia de que a religião socializada é algo que possibilita o movimento da religião verdadeira - a experiência pessoal. O "esqueleto estrutural" permite o movimento. O "leito do rio" possibilita que o "rio" se mova. Sem um esqueleto, a religião verdadeira não pode mexer-se, não pode crescer. Sem o leito do rio, o rio não consegue correr, não pode fazer o que precisa fazer, ir até onde precisa ir.
Então, temos este livro que constantemente fala dos problemas das religiões organizadas e todos os problemas que elas causaram. Por outro lado, ele fala sobre todas as coisas boas que estão adiante, todas as grandes coisas com que elas contribuem para a sociedade e onde nós estaríamos sem elas. Contudo, este é um assunto muito melindroso porque é muito perigoso, não é assim?
Aquilo que estamos expressando é sobre socializar esta religião, é criar uma religião que pode ser disseminada para as pessoas que podem nem sequer entender o livro, ou podem não ser capazes, ou nem ter tempo ou nem sequer quererem ler o livro inteiro. E isso é tudo o que fizemos até agora, não é? Simplesmente distribuímos livros. E quanto a criar uma religião a partir dele? Não é isso que nos está sendo pedido? Termos que criar um novo simbolismo. Quantas vezes eles têm que nos dizer isso? A razão pela qual eles não vêm dizer isso expressamente, na minha humilde opinião, é porque se eles simplesmente dissessem isso de modo óbvio e sem rodeios, simplesmente "Hei, toda revelação criou uma religião, e também esta tem que criar uma religião". Por quê? Porque há 70 anos, quando isto surgiu, assim que alguém lesse isso todos iriam correr por aí dizendo: ah, precisamos criar uma religião. E isso teria sido demasiado prematuro.
O Livro de Urântia não se teria disseminado pelo mundo, essas pessoas não haveriam tido tempo para assimilá-lo, o mundo não teria estado exposto a ele, e isso teria causado uma situação em que todos haveriam criado uma religião deles mesmos, o que teria sido um desastre. Portanto, a razão por que eles andaram nas pontas dos pés foi porque não querem que isso aconteça. Mas é a nossa geração, e é o nosso entendimento que tem que chegar num ponto em que vejamos que isto é algo necessário e que é algo que tem que acontecer. Se a "maioria dos mortais" precisa disso, se eles exigem isso, se eles estão biologicamente ajustados para isso e nós não providenciamos isso, então de quem é a culpa? Quem falhou aqui? Nós falhamos!
O primeiro instinto para a maioria das pessoas é: "Ei, isto é perigoso demais. Organizar isto como uma religião é simplesmente perigoso demais. Quem sabe a que ponto isto vai chegar? Vai aparecer algum guru do culto, vai aparecer algum louco, vão acontecer suicídios, vão aparecer malucos, quem sabe o que vai acontecer? É melhor não fazer ondas." E essa tem sido a atitude prevalecente nesta comunidade por muito tempo. Mas é aqui que a coisa fica interessante. Não é que não me irrite um pouco, mas temos duas opções aqui: ou se faz isso, ou não se faz ondas e nada acontece.
Bem, como mostrei ao longo desta apresentação, o livro claramente está apelando para isso de modo muito óbvio, muito evidente para quem tenha ouvidos de ouvir. Mesmo que a nossa reação seja nada fazer, para evitar isso, para ignorar aquilo a que fomos chamados como uma forma de ficarmos seguros, o que é compreensível, também há um perigo por não fazer nada. E o perigo de nada fazer é pior do que o perigo de criar isto ou socializar esta religião. Por quê? Vejamos:
176:3.7 [...] "A verdade não lhes foi dada para que vós a cristalizásseis em formas estabelecidas, seguras e honradas. [...]"
Isto surge imediatamente depois da parábola sobre os talentos, sobre como Deus, o dono do campo, dá cinco talentos a um servo, dois talentos a outro, e um talento ao último. Um deles multiplicou o dinheiro que lhe foi dado, devolveu-o ao dono com juros. Este disse: "Muito bem!" O outro multiplicou o que lhe foi dado. O último diz: "Aqui está o talento que me deste. Tive medo do que poderias fazer se eu cometesse algum erro. Por isso o enterrei. Portanto, agora o desenterro e cá está ele, estou te devolvendo o mesmo dinheiro que me deste." É isto que se segue:
176:3.7 [...] "Que triste visão, para gerações sucessivas dos seguidores professos de Jesus dizerem, a respeito da administração que fizeram da verdade divina: `Aqui, Mestre, está a verdade que colocaste em nossas mãos há cem ou mil anos. Nada perdemos; preservamos fielmente tudo o que nos deste; não permitimos qualquer mudança naquilo que nos ensinaste; aqui está a verdade que nos deste'. Mas um tal pretexto relativamente à indolência espiritual não justificará o administrador improdutivo da verdade na presença do Mestre. De acordo com a verdade entregue nas vossas mãos é que o Mestre da verdade irá exigir uma prestação de contas."
Isso deveria assustá-los muito mais do que criar uma religião socializada. De quem eles estão falando nesta citação? "Gerações sucessivas dos seguidores professos de Jesus." Eles estão falando de nós! Esta revelação surgiu há quanto tempo? Sessenta anos? Sessenta e cinco anos? "Seguidores professos", isso é exatamente o que temos sido. Aqui está, preservamos o livro, não permitimos que lhe fossem feitas quaisquer alterações, nada fizemos, nada criamos com ele. Aqui está, tal como tu o deste a nós, Deus, este livro sagrado. Isso não é o que eles querem. Eles querem que façamos alguma coisa com ele. Vocês têm que pegar nesse talento e fazê-lo render. E eles estão nos dizendo como fazer isso.
Eles nos estão dizendo que estes seres mortais estão ajustados para querer, para aceitar. Vocês não podem cegá-los com a luz ofuscante de uma revelação de época e simplesmente jogar este livro no seu colo. É preciso que lhes chegue por meio de um ser humano que vai ensinar-lhes. Ministros, instrutores que trabalhem em conjunto nesta religião socializada, com uma religião distinta, uma cerimônia que possa ser adotada, em que se será iniciado nesta religião.
Todas as coisas que qualquer ser humano neste planeta esperaria. Uma religião que possa ser sua. Eles estão ajustados para ela. Nós não conseguiremos mudar isso. Se tudo o que queremos é ensinar este livro às outras pessoas que conseguem entendê-lo, para gritá-lo ao mundo, bem, isso é tudo o que temos feito. Grande obra. Mas se queremos que isto cresça, se queremos que isto faça uma mudança no mundo, isso vai acontecer por intermédio das massas, não apenas com alguns pastores isolados neste planeta. E a maneira como essas massas adotarão isto, a única maneira, é que lhes demos da maneira que elas esperam. Elas precisam algo para serem iniciadas. Um batismo, ou seja o que for. Elas precisam de uma religião distinta. Elas precisam de ministros que pegarão nesta revelação de época gigantesca, que é mais complicada do que 99% deste mundo consegue entender, e ela precisa ser descrita para eles, precisa ser-lhes ensinada por ministros.
Agora não temos que seguir as mesmas vias que todas as outras religiões socializadas. Nós não temos que cometer os erros que elas cometeram. Temos esta espantosa revelação que expõe todo qualquer possível erro. E é por causa de toda essa exposição de erros que ela deixou todas estas pessoas aterrorizadas quanto a socializar esta religião. Mas o que o Livro de Urântia realmente está fazendo, em essência, é ser um manual para criar esta religião. Acredito que seja exatamente por isso que ele nos foi dado, para se criar esta religião. Ele lhe diz tudo o que pode sair errado, e lhe diz tudo o que pode correr bem.
É uma espada de dois gumes, como eu disse antes. Se a usar de modo errado, a religião socializada pode tornar-se uma fonte de problemas. Se a usar corretamente, ela pode penetrar a ignorância e tornar-se uma fonte de luz maravilhosa, de mudança drástica no nosso mundo.
Quando as pessoas apenas querem o básico - que a evolução faz parte do desígnio de Deus, de que não existe inferno, de que Deus é puro amor, que este lugar é uma escola. Apenas o básico. Isso é tudo o que elas precisam, é tudo o que elas querem. Elas estão exigindo isso, e nós não o estamos dando. Foi-nos dito que é isso exatamente o que os celestiais querem.
Bem, estas pessoas que nada irão fazer estão satisfeitas com não fazer nada. - supostos líderes religiosos que estão contra o funcionamento em grupo. Aqueles entre vocês que entendem, ouçam: Essas pessoas estão aí. Elas não irão embora. Algumas pessoas serão dessa maneira, e tudo bem. Elas são os freios, nós somos a aceleração. Elas são necessárias tanto quanto nós. Mas elas têm posições rígidas. Elas são uma força da natureza. Não podemos permitir-lhes que impeçam o que precisa ser feito, o que o próprio Livro de Urântia está pedindo. O que o nosso Pai Universal está nos ordenando seja feito.
Venham ao site www.urantiareligion.com, sintonizem-se, chegou a hora. Eu sinto isso, sei que muita mais gente sente isso. Este mundo precisa de nós, e nós precisamos muito mais do que apenas jogar o livro no seu colo. Em breve nos veremos. Deus os abençoe.