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Capítulo 2
Os Limites das Drogas Psiquiátricas


A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema
Como e Por Que Parar de Tomar
Medicamentos Psiquiátricos
Edição revista e atualizada, 2007

Peter R. Breggin, M.D.
David Cohen, Ph.D.

Veja este livro em inglês-português
Os Limites das Drogas Psiquiátricas
    2.1  Como aprendemos o que as drogas psiquiátricas fazem
    2.2  Como as drogas psiquiátricas atuais afetam animais e pessoas
    2.3  Podemos comprovar os desequilíbrios bioquímicos?
    2.4  Causando desequilíbrios bioquímicos ao invés de curá-los
    2.5  Mais falhas no mito dos desequilíbrios bioquímicos
    2.6  Anestesia da alma
    2.7  O que significa "melhora" no contexto das drogas psiquiátricas?
    2.8  Os limites das drogas psiquiátricas em geral
    2.9  Os limites das drogas psiquiátricas para ajudar em crises emocionais
    2.10  Pessoas são melhores que pílulas - mesmo para os pacientes mais perturbados
    2.11  Conclusão

     As empresas de drogas farmacêuticas e a psiquiatria organizada têm conduzido uma campanha mundial para convencer, um número cada vez maior de pessoas, a tomar drogas psiquiátricas. Na reunião anual de 1998 da Associação de Psiquiatria Americana [American Psychiatric Association], uma aliança de "defensores da doença mental", anunciou os resultados da sua pesquisa internacional: Dois terços das pessoas "com desordens psiquiátricas", muitas vezes esperam de dois até cinco anos, ou mais, antes de procurar tratamento. Esta pesquisa foi financiada por uma doação da Bristol-Myers Squibb Company, que fabrica tanto uma droga antidepressiva quanto um ansiolítico16. Os resultados foram apresentados e discutidos na reunião psiquiátrica de maior prestígio do mundo por professores da Escola Médica de Harvard, da Escola Médica da Universidade de Nova York, e da Universidade de Toronto.

     O levantamento involuntariamente confirmou, uma das principais razões devido a qual, muitas pessoas não procuram tratamento: O tratamento frequentemente faz mais mal do que bem. Mais de 50 por cento dos pacientes abandonam o tratamento com drogas psiquiátricas "devido aos efeitos colaterais", induzidos por drogas, incluindo "problemas de sono, ansiedade e agitação, e disfunção sexual". Estes resultados confirmam as evidentes limitações do tratamento com drogas; contudo o diretor da pesquisa anunciou a necessidade de uma campanha "mundial" para incentivar mais pessoas a procurar tratamento psiquiátrico. Uma pesquisa mais recente mostrou que 42 por cento dos adultos norte-americanos, que receberam uma receita médica de um antidepressivo entre 1996 e 2001, pararam de tomá-lo dentro de um mês; somente 28 por cento permaneceram com a droga após três meses (Olfson et al., 2006 [295]).

     O Instituto Nacional de Saúde Mental [National Institute of Mental Health (NIMH)] e as empresas de drogas farmacêuticas tem colocado uma ênfase crescente no marketing de drogas psiquiátricas para crianças17. Consistente com esta estratégia, a pesquisa demandou "tratamento agressivo na infância e adolescência". Crianças, é claro, têm menos poder do que os adultos de rejeitar as drogas, não importa o quão ruim os efeitos adversos se tornem.

     Afirmar que "doença mental" é causado por "desequilíbrios bioquímicos" é a maior investida de relações públicas atualmente, na promoção de drogas. Em anúncios de revista e durante as consultas com os médicos em seus consultórios, os pacientes em potencial estão repetidamente ouvindo que as drogas psiquiátricas "trabalham", corrigindo conhecidos "desequilíbrios bioquímicos" nos cérebros (Lacasse & Leo, 2005 [237]). Relatos da mídia tratam essas reivindicações como o evangelho da verdade, e a Associação de Psiquiatria Americana [American Psychiatric Association] relata que 75 por cento dos americanos acreditam nelas (APA, 2005 [7]). Qual é a base para estas afirmações?

2.1  Como aprendemos o que as drogas psiquiátricas fazem

     Durante o processo de aprovação da FDA, as novas drogas psiquiátricas são primeiramente testadas em animais saudáveis para ver se elas têm efeitos semelhantes às já utilizadas, tais como outros antidepressivos ou estimulantes. Elas são escolhidas para testes futuros em seres humanos com base em seus efeitos em animais. Assim, se elas causam perda de apetite, perda de peso, e hiperatividade em animais, eles serão testados em pessoas como "estimulantes" ou talvez como "antidepressivos", e se elas produzem um efeito calmante, reflexos lentos, e sono em animais, elas serão testadas em pessoas como pílulas para dormir ou tranquilizantes.

     Depois de ser analisados os efeitos em animais, as drogas psiquiátricas são testadas em voluntários saudáveis para fazer uma estimativa grosseira da segurança e para determinar as doses necessárias para alcançar um impacto terapêutico. Só então elas são testadas em grupos diagnosticados específicos de pacientes. Os efeitos da droga psíquica, que sejam os mesmos em animais e voluntários saudáveis, e em pacientes psiquiátricos diagnosticados, são o resultado das drogas, e geram um impacto nestes animais, voluntários e pacientes.

     O processo de teste das drogas para a aprovação da FDA confirma assim, passo a passo, que as drogas psiquiátricas têm os mesmos efeitos em animais saudáveis, pessoas saudáveis e pacientes com diagnósticos psiquiátricos.

2.2  Como as drogas psiquiátricas atuais afetam animais e pessoas

     Nem todas as drogas psiquiátricas foram descobertas através do processo de análise dos seus efeitos em animais. Às vezes, os efeitos foram descobertos nas pessoas acidentalmente. No entanto, verifica-se que as drogas têm os mesmos efeitos em animais e voluntários saudáveis bem como em pacientes.

     Por exemplo, os chamados ansiolíticos como Xanax, Ativan, e Klonopin tem os mesmos efeitos calmantes em animais e voluntários saudáveis bem como em pessoas ansiosas. Com o aumento da dose, essas drogas vão colocar todas as criaturas para dormir e, eventualmente, em coma, potencialmente fatal. As drogas também trazem os mesmos efeitos adversos, como perda de memória, em animais e voluntários saudáveis, e nos pacientes diagnosticados.

     Estimulantes também afetam os animais e as pessoas da mesma forma característica. Eles produzem "ratos enjaulados bonzinhos" tanto quanto "crianças quietas na escola"18. Os animais drogados, como crianças censuradas na escola, perdem a motivação para explorar, inovar, socializar, e escapar. Ao invés disso, eles se sentam em suas jaulas executando tarefas, sem sentido, tais como arrumar-se repetitivamente ou morder as barras.

     Mesmo agentes antipsicóticos têm os mesmos efeitos em animais bem como em pessoas, produzindo distúrbios de apatia, indiferença, docilidade, e movimento, em todas as criaturas19.

2.3  Podemos comprovar os desequilíbrios bioquímicos?

     Devido a restrições éticas e legais, os pesquisadores não podem realizar estudos que certamente causarão danos cerebrais em sujeitos humanos. Por exemplo, eles não estão autorizados a implantar eletrodos ou injetar pequenas quantidades de drogas no tecido cerebral de pacientes vivos para testar os efeitos destas drogas experimentais. Como não há outra maneira de fazê-lo, a pesquisa básica sobre os efeitos bioquímicos das drogas é realizada em animais, em vez de humanos. A maioria das informações, sobre um efeito bioquímico de drogas psiquiátricas, é deduzida a partir da realização de testes em cérebros de animais vivos ou, mais frequentemente, matando os animais, a fim de estudar os seus tecidos cerebrais após a exposição às drogas. Além disso, os animais quase nunca tem nada de errado com eles, os efeitos de drogas estão sendo estudadas em cérebros de mamíferos saudáveis.

     Em resumo, ao explicar como uma droga psiquiátrica como o Prozac ou lítio afeta a bioquímica do cérebro humano, os pesquisadores estão se baseando quase que inteiramente em pesquisas com animais realizadas em cérebros normais de mamíferos, em vez de a partir de estudos que envolvam pessoas com supostos desequilíbrios bioquímicos no cérebro!

     O conceito de desequilíbrios bioquímicos em pessoas diagnosticadas com depressão, ansiedade, ou outros "distúrbios" permanece altamente especulativo e até mesmo suspeito. Embora tenhamos muitas razões para duvidar da validade deste conceito, não há no presente nenhuma maneira de provar sua validade. Especificamente, nos falta a capacidade técnica para medir as concentrações bioquímicas nas sinapses, entre as células nervosas. Embora os defensores de medicamentos muitas vezes falem com aparente confiança sobre como as drogas psiquiátricas podem corrigir os desequilíbrios bioquímicos no cérebro, eles estão apenas sendo indulgentes com pura especulação ou utilizando figuras de linguagem que eles sabem que vão ressoar com suas audiências. Existem poucas evidências da existência de qualquer um desses tais desequilíbrios e absolutamente nenhuma maneira de demonstrar como as drogas iriam afetá-los caso eles existissem.

2.4  Causando desequilíbrios bioquímicos ao invés de curá-los

     Tal como confirmado na pesquisa com animais, todas as drogas psiquiátricas afetam diretamente a química normal do cérebro, interrompendo-a. Ritalina, por exemplo, é conhecida por produzir hiperatividade em três sistemas de neurotransmissores do cérebro: dopamina, norepinefrina e serotonina. Contudo, o fato de que uma droga aumente a atividade das células do cérebro de modo algum indica que ela vá aumentar a atividade comportamental.

     No caso de estimulantes como a Ritalina ou anfetaminas, os efeitos sobre as pessoas são muito complexos, variáveis, mesmo em um mesmo usuário em momentos diferentes, e por vezes de forma inconsistente. Muitas vezes, essas drogas subjugam ou entorpercem aqueles que as tomam, tornando-os mais dóceis e manipuláveis. Este é precisamente o motivo pelo qual elas são usadas para tratar problemas de comportamento em crianças. Em outras ocasiões, contudo, os estimulantes produzem efeitos opostos, tornando algumas crianças e adultos hiperativos e impulsivos.

     Prozac, Zoloft, Paxil, e Luvox produzem hiperatividade no sistema da serotonina, mas como os nervos serotonérgicos se ramificam por todo o cérebro, os efeitos são generalizados e, finalmente, envolvem outros sistemas de neurotransmissores tais como o da dopamina. Os tranquilizantes menores, tais como Xanax, Valium, Klonopina e Ativan, ainda produzem hiperatividade em outro sistema neurotransmissor, GABA; mas a ativação do GABA produz um efeito inibitório sobre o funcionamento global do cérebro.

     É importante manter isso em mente: O cérebro é sempre prejudicado por drogas psiquiátricas20. Se uma droga é forte o suficiente para ter um efeito supostamente positivo, então ela está interrompendo a função normal do cérebro. Embora esta conclusão possa parecer controversa, ela é suportada pelo senso comum e por uma enorme quantidade de pesquisa científica detalhando os desequilíbrios bioquímicos, no cérebro, criados pela medicação psiquiátrica21. Estes desequilíbrios bioquímicos induzidos por drogas comumente causam distúrbios psiquiátricos na prática clínica rotineira. Um exemplo notório do quão longe os pesquisadores podem ir para negar os danos causados pelas drogas psicotrópicas é ilustrado por um relatório no qual os pesquisadores descobriram gliose - tecido cicatrizante ao redor dos neurônios o que é um sinal típico de morte celular e degeneração - em macacos rhesus saudáveis depois que receberam drogas antipsicóticas. Os pesquisadores, no entanto propuseram que a gliose "pode ser benéfica para a função cortical, apesar da conotação negativa do termo `gliose', devido à longamente estabelecida associação com os processos neurodegenerativos" (Selemon et al., 1999 [338])!

2.5  Mais falhas no mito dos desequilíbrios bioquímicos

     Mesmo que se descubra que alguns problemas emocionais são causados por desequilíbrios bioquímicos sutis, ainda que não detectados, estes achados não serão uma justificativa racional para a utilização de qualquer uma das drogas psiquiátricas que estão atualmente disponíveis. Devido ao fato que elas impedem o funcionamento normal do cérebro, tais drogas somente aumentam qualquer disfunção cerebral existente. Quando as drogas psiquiátricas são dadas aos pacientes que possuem disfunções cerebrais conhecidos como traumatismo craniano ou distúrbio hormonal, estas drogas aumentam a sua disfunção cerebral, frequentemente causando deterioração mental adicional. Clínicos experientes que trabalham com pacientes com lesões cerebrais, por exemplo, evitam prescrever para eles químicos que alterem o funcionamento do cérebro. E os endocrinologistas tentam corrigir problemas hormonais reais em vez de suprimir seus sintomas com drogas psiquiátricas. Infelizmente, a literatura psiquiátrica também está repleta de exemplos da prática oposta; prescrições de várias drogas psiquiátricas para pessoas com lesões cerebrais traumáticas, apesar da falta de evidências de que esses tratamentos reduzem os problemas de comportamento em tais pacientes.

     Se as drogas psiquiátricas podessem corrigir desequilíbrios bioquímicos específicos, tipos específicos de drogas, para desordens específicas, estariam disponíveis. Mas este não é o caso. Por exemplo, mesmo que Prozac afete principalmente apenas um sistema neurotransmissor, ele é usado com um suposto sucesso para uma faixa ampla de dificuldades, da ansiedade à depressão até problemas de comportamento em crianças. O mesmo tem sido verdadeiro para outras drogas psiquiátricas. Mesmo os primeiros "antipsicóticos", tais como Thorazina, foram originalmente comercializados para quase todos os problemas humanos possíveis, desde dificuldades comportamentais em crianças até insônia e ansiedade em adultos, bem como para uma variedade de supostos distúrbios psicossomáticos, incluindo problemas digestivos e de pele. Similarmente, os estimulantes, tais como Ritalina e anfetamina, foram originalmente anunciados em propagandas, não só para controle comportamental de crianças mas também para estresse e depressão - e até mesmo para energizar as pessoas de idade.

     Além disso, muitos distúrbios psiquiátricos são tratados com uma variedade de drogas de ampla variação de efeitos bioquímicos. O tratamento para a depressão, por exemplo, envolve drogas que afetam os sistemas da serotonina, noradrenalina, acetilcolina, dopamina e GABA.

     Nenhuma droga psiquiátrica jamais foi adaptada à uma desordem bioquímica conhecida. Em vez disso, estas drogas são comercializadas com base naquilo que elas "funcionam" em testes clínicos breves de um grupo de diagnóstico particular - embora os sujeitos neste grupo, tipicamente, têm outros diagnósticos também e podem ter pouco em comum uns com os outros (Cohen e Jacobs, 2007 [113]). As empresas de drogas psiquiátricas, são seguidas pelos defensores de droga, então constroem um argumento sugerindo que os medicamentos devem estar corrigindo um desequilíbrio bioquímico neste grupo de pacientes.

     Ao mesmo tempo, nenhum desequilíbrio bioquímico foi jamais documentado, com certeza, em associação com qualquer diagnóstico psiquiátrico. Continua a caçada por estes desequilíbrios elusivos; mas sua existência é pura especulação, inspirada por aqueles que defendem as drogas22

2.6  Anestesia da alma

     Argumentar que as drogas psiquiátricas "funcionam", corrigindo um desequilíbrio bioquímico, em pacientes, é semelhante ao argumento de que a anestesia cirúrgica torna pacientes inconscientes, corrigindo um desequilíbrio bioquímico neles. A comparação não é absurda. Algumas drogas psiquiátricas, como os benzodiazepínicos, podem e são dadas em doses mais elevadas para produzir anestesia cirúrgica. E a droga "antipsicótica" original, Thorazine, foi usada pela primeira vez por um cirurgião francês que notou que ela era útil para fazer os pacientes cirúrgicos indiferentes ou apáticos em relação à dor que eles estavam passando23. Há também evidências de que os Inibidores de Reabsorção Seletivos de Serotonina (IsRSS [SSRIs]) podem produzir uma determinada espécie de embotamento emocional, apatia e indiferença (Barnhart et al., 2004 [29]; Garland e Baerg, 2005; Hoehn-Saric et al., 1990 [203]; Obproek et al., 2002). Uma evidência científica pode ser defendida para apoiar a hipótese de que a maioria das drogas psiquiátricas "funcionam" produzindo uma espécie de anestesia da mente, espírito, ou sentimentos (Breggin, 1991 [49], 1997a [55]).

2.7  O que significa "melhora" no contexto das drogas psiquiátricas?

     Se uma pessoa cai no sono mais rapidamente, devido aos efeitos químicos de um comprimido para dormir, como Ambien, ou torna-se mais calma depois de tomar um calmante, como Valium, o efeito é devido a uma supressão da função cerebral. O impacto das drogas, de fato, é muito semelhante ao do álcool. Todos os três agentes - Ambien, Valium e álcool - ativam um sistema inibitório no cérebro chamado GABA. Este sistema inibitório, quando fica hiperativado por uma droga, causa diferentes graus de supressão do cérebro que, após doses altas o suficiente, vão produzir sono e depois coma. As anormalidades causadas, no sistema GABA, podem ser estudadas em cérebros de animais. Várias anormalidades nas ondas cerebrais em humanos demonstram como as drogas perturbam os padrões normais de vigília/sono das pessoas, independentemente delas terem ou não um problema de sono ou ansiedade.

     Similarmente, nos casos em que as oscilações de humor de um indivíduos parecem ter sido "suavizadas" pelo lítio, a droga suprimiu a transmissão bioelétrica normal das células cerebrais, limitando a capacidade dos indivíduos de sentir ou reagir. O lítio literalmente substitui os elementos básicos no sistema de transmissão elétrica no cérebro, incluindo os íons de sódio e potássio, atrasando assim a condução nervosa. Esta intrusão, produz uma condição anormal grosseira em qualquer animal ou pessoa, independentemente de qualquer suposto desequilíbrio bioquímico.

     Quando as emoções de uma pessoa são alteradas por drogas psiquiátricas, o efeito não se limita aos centros do cérebro reguladores de emoções. De fato, uma vez que o cérebro é um órgão altamente integrado, e uma vez que estas drogas causam rupturas generalizadas dentro dele, o sofrimento emocional não pode ser diluído sem prejudicar outras funções, como a concentração, atenção, sensibilidade, e auto-consciência24.

2.8  Os limites das drogas psiquiátricas em geral

     Apesar de uma campanha promocional de enorme sucesso por parte das empresas de drogas psiquiátricas e da psiquiatria materialista, a eficácia da maioria ou todas estas drogas permanece difícil de se demonstrar. Frequentemente se prova que estas drogas são inúteis e menos eficazes do que pílulas de açúcar, ou placebos25 - e para realizar até mesmo esses resultados positivos limitados, os testes clínicos e os dados que eles geram normalmente têm de ser estatisticamente manipulados. Além disso, não se demonstrou consistentemente a eficácia de nenhuma destas drogas psiquiátricas em estudos com duração superior a algumas semanas ou meses26.

     Em relação aos antidepressivos, por exemplo, meta-análises (súmulas) de centenas de testes clínicos publicados estão desafiando a idéia de que essas drogas, incluindo o Prozac, têm qualquer efeito antidepressivo genuíno (Horgan, 1999 [204]). Estudos mostram que pelo menos 80 por cento do efeito antidepressivo é um efeito placebo - a resposta positiva que as pessoas têm com qualquer tratamento que eles esperam, ou pensam que vai funcionar. Mas os restantes 20 por cento, do resultado positivo, podem ser causados pelo efeito "placebo ativo" - o que se relaciona com o fato de que os antidepressivos, ao contrário dos placebos, têm efeitos colaterais perceptíveis que convencem os sujeitos de que eles estão recebendo medicamentos "fortes" ou "reais".

     Idealmente, os testes clínicos envolvendo drogas psiquiátricas são "duplo-cego", de modo que ambos, os investigadores e os pacientes, não têm conhecimento de quem está recebendo a droga real e quem está recebendo o placebo. Se supõe que esta forma de pesquisa mantêm a objetividade de ambos, os investigadores e os pacientes. Caso contrário, ambos são susceptíveis à dar maiores notas de melhoria para a "droga milagrosa" nova do que para a pílula de açúcar.

     Infelizmente, o ideal de "duplo-cego", é raramente atingido. Os efeitos colaterais das drogas psiquiátricas - incluindo os antidepressivos, estimulantes e tranquilizantes - são geralmente muito perceptíveis. Em resumo, eles permitem que os investigadores e os pacientes saibam quem está tomando uma droga real ao invés de uma pílula de açúcar. Este conhecimento destrói o "duplo-cego" da pesquisa e permite um viés em favor da droga afetar o resultado dos estudos sobre elas27. Ainda assim, apesar destas vantagens em favor destas drogas, os recentes testes clínicos de IsRSS [SSRIs] e antidepressivos mostram consistentemente como elas apresentam resultados igualados ou superados por placebos (Cohen e Jacobs, 2007 [113]).

     Em relação às drogas ansiolíticas tais como Xanax, os pesquisadores têm dificuldades ainda maiores de estabelecer qualquer eficácia, porque os efeitos rebote e de abstinência muitas vezes deixam os pacientes piores do que antes de começarem à tomar as drogas. Resultados positivos marginais são apagados por volta da oitava semana, nesta altura muitos ou a maioria dos pacientes experimentam mais ansiedade do que antes de começarem à tomar estas drogas28.

     Psicoestimulantes, tais como Ritalina e Adderall, também podem deixar as crianças piores do que antes delas começarem à receber estas drogas. Adicionalmente, nunca foi demostrado que elas tenham qualquer efeito positivo de longo prazo no todo. Seu impacto se limita à controlar o comportamento das crianças por um período que varia entre sete à doze semanas. Mesmo no curto prazo, não se mostrou que os estimulantes melhorem o estado mental, desempenho acadêmico, ou aprendizagem de uma criança. A prescrição dessas drogas é estritamente um método para inibição comportamental de curto prazo29.

2.9  Os limites das drogas psiquiátricas para ajudar em crises emocionais

     Apesar de seu uso quase universal como um primeiro recurso, muitas vezes o uso de drogas psiquiátricas é justificado como um "último recurso" ou como um meio de "salvar uma vida" do suicídio ou violência. Ainda não há nenhuma evidência científica de que estas drogas sejam úteis para as pessoas durante crises emocionais agudas. Os testes empregados para a aprovação de drogas psiquiátricas pela FDA, geralmente exclui pessoas que são suicidas ou violentas30. E, em qualquer caso, a FDA nunca aprovou uma droga especificamente para a prevenção ou controle de suicídio ou violência.

     Geralmente não há nenhuma evidência convincente de que qualquer medicação psiquiátrica possa reduzir a taxa de suicídio ou diminuir a violência. Mas há provas substanciais de que muitas classes de drogas psiquiátricas - incluindo neurolépticos (antipsicóticos), antidepressivos, estimulantes e tranquilizantes menores - podem causar ou agravar depressão, suicídio, paranóia e violência.

     A maioria das pessoas estão cientes de que os psiquiatras comumente dizem aos seus pacientes, "Pode levar oito semanas ou mais para a droga psiquiátrica fazer efeito integral". No entanto, há pouca evidência para apoiar esta afirmação, dado que os testes clínicos raramente duram além de quatro à seis semanas. Devido ao fato do cérebro compensar os efeitos destas drogas, elas, muitas vezes param de apresentar seus efeitos esperados após quatro à seis semanas. Além disso, muitos pacientes abandonam o tratamento após algumas semanas, por causa da diminuição dos efeitos positivos e aumento dos efeitos adversos, assim, não restam dados o suficiente para se tirar conclusões estatísticas além do curto prazo. Por isso é muito difícil conduzir a um teste clínico que dure mais de algumas semanas31.

     Também é difícil demostrar qualquer efeito bom das drogas psiquiátricas durante as primeiras semanas. Esta é outra razão pela qual estas drogas não devem ser fornecidas para prover alívio imediato às pessoas que estão em crise ou aflição aguda. Por exemplo, a FDA exige que os antidepressivos contenham na bula uma advertência sobre o perigo de suicídio durante as primeiras semanas antes do efeito inicial da droga. Contudo, a advertência é enganosa, uma vez que não há evidências de que os antidepressivos reduzem a taxa de suicídio, mesmo depois de chegar ao seu efeito máximo.

     Filmes sobre hospitais ou tratamentos psiquiátricos, algumas vezes, retratam acuradamente como as drogas psiquiátricas podem transformar as pessoas em zumbis. Em "The Dream Team (O Time dos Sonhos", uma comédia estrelando Michael Keaton, pacientes psiquiátricos conseguem se fazer passar por médicos. Os pacientes articulam sua fuga, prescrevendo medicação reforçada para os próprios psiquiatras, que são vistos pela última vez olhando a TV com um estupor de drogados em uma ala de hospital.

     Até certo ponto, pelo menos, este efeito zumbi pode tornar as pessoas temporariamente incapazes de prejudicar a si mesmas ou aos outros. Por exemplo, drogas "antipsicóticas", que podem ser injetadas nos músculos para rapidamente subjugar pacientes resistentes, são utilizadas desta forma em salas de emergência, hospitais e prisões. Os pacientes resistentes são quimicamente controlados pelo efeito paralisante sobre o cérebro. Este procedimento tem sido chamado, com precisão, de "lobotomia química". Drogas "antipsicóticas" também suprimem os centros do cérebro que controlam o movimento voluntário, tornando a pessoa incapaz de responder com velocidade, agilidade ou determinação, portanto, justificando sua alusão descritiva: "camisa de força farmacológica"32.

     O uso de tais drogas deve ser visto não como "terapia", mas como contenção química - como uma forma aparentemente fácil, barata e eficiente de subjugar temporariamente uma pessoa. Infelizmente os médicos muitas vezes não conseguem implementar a melhor maneira de acalmar indivíduos perturbados e perturbadores - passando algum tempo com eles de uma maneira confidencial, cuidadosa e habilidosa (Breggin, 1997b [56]).

     Força química é por vezes utilizada como um método de polícia para controlar as pessoas, da mesma forma que camisas de força, algemas e "quartos tranquilos" são utilizados com o mesmo propósito. De fato, uma boa questão é se não é mais seguro a contenção física em comparação com contenção química; a primeira restringe os membros, esta última pode danificar o cérebro. Além disso, o uso de drogas para controle, no curto prazo, não habilita o paciente a lidar com suas próprias emoções e as suas vidas de forma mais eficaz. Ao contrário manter as pessoas por baixo, a fim de injetar nelas drogas paralisantes, aumenta o seu sentimento de vergonha pessoal, ressentimento e impotência. Em qualquer caso, os indivíduos habilidosos, usando as abordagens terapêuticas significativas, são quase sempre capazes de acalmar os pacientes chateados e ameaçados, sem o uso de drogas psiquiátricas.

2.10  Pessoas são melhores que pílulas - mesmo para os pacientes mais perturbados

     Há uma grande discussão na mídia e em revistas profissionais sobre os méritos relativos da medicação e da psicoterapia. Reivindicações são feitas geralmente para a superioridade do medicamento; ele é supostamente mais rápido, mais econômico e mais eficaz. Na realidade, porém, a eficácia comparável ou superior de intervenções psicoterapêuticas, mesmo para as pessoas severamente perturbadas, é muito melhor documentada do que a maioria dos terapeutas ou o público percebe33.

     Também é enganoso e fútil comparar drogas com terapia de conversa. Drogas psiquiátricas e psicoterapia não tem os mesmos efeitos. Ambos, os seus efeitos imediatos e seus resultados, são diferentes. Suas "eficácias" não podem ser medidas pelos mesmos padrões. Estas drogas podem suprimir "sintomas", tais como emoções intensas, mas também podem desequilibrar a função cerebral em geral. A psicoterapia pode fortalecer e liberar os indivíduos para responder às suas emoções de uma forma racional para viverem melhor, vidas mais plenas.

     Indivíduos dentro de uma instituição, mesmo que emocionalmente inaptos, respondem melhor à atenção personalizada do que às drogas. A experiência "clínica" de Peter Breggin começou na década de 1950 quando, como um estudante de faculdade voluntário, ele trabalhou com internos muito perturbados e perturbadores em um hospital psiquiátrico dilapidado do estado34. Enquanto ainda era um estudante universitário de graduação, ele se tornou diretor do Programa de Voluntariado do Hospital Mental de Harvard-Radcliffe35. Breggin e seus colegas estudantes, desenvolveram um projeto especial que permitiu que mais de uma dúzia deles trabalhassem com seus próprios pacientes individuais tendo um terapeuta supervisionando o grupo. À cada um dos estudantes foi confiado um "interno crônico", que tinha pouca esperança de liberação do hospital. Eles foram capazes de ajudar quase todos os pacientes à deixar o hospital.

     Não houve necessidade de um grupo de controle especial, de pacientes não tratados, para mostrar o que teria acontecido sem a intervenção, em suas vidas, dos estudantes voluntários do Harvard-Radcliffe. O hospital inteiro foi o grupo controle! Em meados dos anos de 1950, os pacientes das "alas dos que retornaram" nunca foram liberados. Mesmo após a introdução das "drogas psiquiátricas milagrosas", não ocorreu nenhum aumento em larga escala nas liberações até uma década mais tarde, quando as regras de admissão e liberação hospitalar foram alteradas por razões políticas e econômicas36. Sem a ajuda dos voluntários como terapeutas cuidadosos e auxiliares de caso, poucos ou nenhum dos pacientes teria saído do hospital estatal por muitos anos, ou talvez nunca.

     Também tem se mostrado que a terapia é mais efetiva, para ajudar os pacientes diagnosticados com sua primeira crise "esquizofrênica", do que as drogas psiquiátricas. Hoje em dia, se argumenta que essas pessoas devem tomar estas drogas e que a psicoterapia é inútil; contudo nada poderia estar mais longe da verdade. Em estudos controlados os terapeutas não treinados provaram ser mais bem sucedidos, em um ambiente caseiro, do que estas drogas e os hospitais psiquiátricos, no tratamento de pacientes diagnosticados com o primeiro episódio de esquizofrenia37. Um fator-chave desses terapeutas foi a sua abordagem não coerciva e cuidadosa.

     De acordo com um estudo internacional da Organização Mundial de Saúde (OMS), as culturas menos industrializadas caracterizadas por famílias extensas têm um efeito muito positivo na recuperação de indivíduos que são diagnosticados como esquizofrênicos - em contraste com suas contrapartes nas culturas ocidentais, onde famílias isoladas são mais comuns, em culturas com famílias extensas, uma grande proporção de indivíduos muito perturbados rotulados de esquizofrênicos teve uma recuperação completa. Tragicamente, este estudo também mostrarou que a disponibilidade de tratamento psiquiátrico moderno, com suas drogas, tem um efeito resultante negativo sobre as pessoas diagnosticadas como esquizofrênicas (Veja de Girolamo, 1996 [130]). Esses achados corroboram nossa própria afirmação de que a psiquiatria materialista faz mais mal do que bem.

     Se abordagens de cuidado e sem drogas psiquiátricas funcionam melhor para as pessoas severamente perturbadas, eles são claramente ainda mais eficazes com as pessoas menos desequilibradas, que podem se beneficiar de relacionamentos e "terapia de conversa".

2.11  Conclusão

     Hoje em dia praticamente todos reconhecem que o público tem sido submetido a uma campanha intensa de vendas de drogas psiquiátricas. Esta campanha, realizada por empresas de drogas farmacêuticas e pela psiquiatria organizada convenceu a maioria das pessoas que estas drogas são muito mais seguras e mais valiosas do que realmente são38.

     Drogas psiquiátricas não funcionam corrigindo qualquer coisa de errado no cérebro. Podemos ter certeza disso, porque tais drogas afetam animais e humanos, bem como pessoas saudáveis e pacientes diagnosticados, exatamente da mesma forma. Não há desequilíbrios bioquímicos conhecidos e nenhum teste para mensurá-los. É por isso que os psiquiatras não tiram sangue ou realizam uma punção lombar para determinar a presença de um desequilíbrio bioquímico em pacientes. Eles meramente observam os pacientes e anunciam a existência de desequilíbrios. O objetivo é encorajar os pacientes à tomar estas drogas.

     Ironicamente drogas psiquiátricas causam desequilíbrios bioquímicos no cérebro, ao invés de curá-los. De fato, os únicos desequilíbrios bioquímicos conhecidos, nos cérebros de pacientes, rotineiramente vistos por profissionais de saúde mental, são consequência da prescrição destas drogas que alteram a mente.

     Drogas psiquiátricas "funcionam" precisamente provocando desequilíbrios no cérebro - produzindo mau funcionamento do cérebro o suficiente para suprimir as emoções e julgamento ou para produzir uma alta artificial. Algumas pessoas podem optar por essa alternativa porque elas não sabem que existem outras opções ou porque perderam a fé em si mesmas e na capacidade de outros para ajudá-las, ou porque foram ensinadas a acreditar que o seu cérebro está com defeito e que uma droga vai corrigir temporariamente o problema.

     Na experiência dos autores, quando as pessoas são apanhadas em situações de crise emocional e estão sofrendo de dor emocional extrema, a intervenção terapêutica mais importante é um indivíduo cuidadoso ou um grupo disposto a criar um espaço e uma relação segura. Nós continuamos à discutir este ponto no capítulo 13, depois de examinar mais detalhadamente os perigos de ingerir drogas psiquiátricas e o processo de parar de tomá-las.

Referências Bibliográficas

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Notas de Rodapé:

16 PRNewswire, 1998 [312]. O grupo referenciado na bibliografia é a Aliança Global da Rede de Advocacia de Doença Mental (Global Alliance of Mental Illness Advocacy Networks - GAMIAN).
17 Essa estratégia de marketing é descrita por Tanouye (1997) e pelos psiquiatras Vitiello e Jensen (1997). É também revisada em Breggin (1998a [57], cap. 15).
18 Breggin (1998a [57]). Veja também o Capítulo 3 para uma exposição sobre a Ritalina.
19 Documentado em Breggin (1983a [46], 1997a [55]) e Cohen (1997) [92].
20 Este conceito - de que as drogas psiquiátricas sempre prejudicam a função cerebral - é explicado em termos médicos detalhados em Breggin (1997a [55], cap. 1).
21 Uma confirmação de que todas as drogas psiquiátricas interrompem processos bioquímicos do cérebro pode ser encontrada na forma resumida, em referência a maioria destas drogas, em quase qualquer livro texto psiquiátrico ou psicofarmacológico. Eufemismos como aumentar ou ativar podem ser usados em tais livros, mas o leitor deve ser capaz de verificar que em cada caso, uma mudança mensurável na função normal dos cérebros está envolvida.
22 Dentro da privacidade dos escritos profissionais, vários especialistas na área concordam que nenhuma anormalidade bioquímica foi demonstrada em desordens psiquiátricas. Livros textos estão cheios de especulações, muitas vezes, especificando vários mecanismos bioquímicos potenciais, mas em nenhum caso, eles podem alegar que tais especulações foram comprovadas. De fato, os capítulos dos livros textos usualmente concluem com uma admissão de que nada foi provado, mas estas "descobertas futuras" são antecipadas.
23 Cohen (1997b) [93] descreve o primeiro uso da Thorazina como anestésico cirúrgico na França no início dos anos cinquenta.
24 Além disso, Jacobs e Cohen (1999) [212] mostram como os testes clínicos das drogas psiquiátricas deliberadamente ignoram várias danos persistentes e amplos, na sensibilidade e auto-consciência dos pacientes, por focalizarem-se exclusivamente nas "melhorias" em alguns poucos sintomas-alvo de uma lista pré-estabelecida de comportamentos.
25 Ver Fisher e Greenberg (1997 [156], 1989 [153]) e, mais recentemente Antonuccio et al. (1999) [14]. A falta de eficácia das drogas psiquiátricas também é discutida em Breggin (1997a [55], 1998a [57]) e Breggin e Breggin (1994 [53]).
26 Este ponto é discutido abaixo e no Capítulo 3.
27 Para uma discussão dos efeitos placebo em testes clínicos envolvendo antidepressivos, assim como a habilidade dos pesquisadores de quebrar o "duplo-cego" descobrindo quem está tomando a medicação ativa, ver Breggin (1991 [49], 1997a [55]), Fisher e Greenberg (1989 [153], 1997 [156]), e Kirsch e Sapirstein (1998) [230].
28 Evidências, de que as drogas ansiolíticas pioram a condição dos pacientes, podem ser encontradas em Breggin (1991 [49]), Jacobs (1995) [211], e Marks et al. (1989) [265].
29 Ver Breggin (1998a [57]) para uma revisão detalhada da literatura sobre Ritalina. Veja também Swanson (1993) [357] para conclusões semelhantes, dos pesquisadores estabelecidos, sobre a eficácia limitada da Ritalina.
30 Breggin, 1997a [55], descreve os tipos de estudos utilizados para a aprovação de drogas psiquiátricas. Informações mais específicas sobre o Prozac como uma droga padrão, podem ser encontradas em Breggin e Breggin, 1994 [53].
31 Breggin e Breggin (1994 [53]) discutem em detalhes a duração dos testes clínicos. Em relação ao Prozac, apenas um pequeno número de pacientes conseguiu completar o breve teste de quatro à seis semanas. Veja também Breggin (1997a [55]) e Cohen e Jacobs (2007) [113] para uma discussão de como testes destas drogas são conduzidos para aprovação da FDA.
32 Os efeitos dos neurolépticos são descritos e documentados, com citações à literatura, em Breggin (1991 [49], cap. 3) e Breggin (1997a [55], cap. 2), assim como em Cohen, 1997a [92].
33 Para críticas à eficácia da terapia com drogas psiquiátricas, ver Antonuccio et al. (1989 [15], 1994 [12], 1995 [13]); Beck, Rush, Shaw e Emery (1979) [31]; Bleuler, 1978 [40]; Breggin (1991 [49], 1997a [55], 1998a [57]); Breggin e Breggin (1994 [53], 1998 [57]); Breggin e Stern (1996); Fisher e Greenberg (1989 [153], 1997 [156]); Greenberg et al. (1992) [189]; Karon e VandenBos (1981); Kirsch e Sapirstein (1998) [230]; Moore (1998) [287]; Mosher e Burti (1994) [290], e Wexler e Cicchetti (1992) [388]. Os muitos livros e artigos escritos por Carl Rogers (1961 [320], 1994), muitas vezes baseados em estudos de pesquisas, também abordam a eficácia da terapia, Rogers (1994) por fim, conecta o sucesso da terapia com a empatia por parte do terapeuta.
34 Relatado por Peter R. Breggin, M.D.
35 O Programa de Voluntariado, do Hospital Mental de Harvard-Radcliffe, é descrito no primeiro capítulo de Breggin (1991 [49]). O livro original sobre este programa, incluindo uma descrição do projeto de ajuda de caso, pode ser encontrado em Umbarger et al. (1962) [375]. O programa foi tão bem sucedido que recebeu elogios como um protótipo no relatório final da Comissão Mista de Doença Mental e Saúde do Congresso dos EUA (1961) [217]. A mudança no poder político para a psiquiatria materialista, uma ou duas décadas mais tarde, efetivamente terminou este programa e outros como ele.
36 Ao contrário da mitologia psiquiátrica, o advento das drogas neurolépticas, como Thorazine, não "esvaziou os hospitais". Essas drogas tem efeito em poucos minutos, o processo de esvaziamento não começou em uma década ou mais. O que realmente levou à liberação em massa de pacientes dos hospitais (muitas vezes para as ruas ou para lares de pobres cuidados e assistência) foram as mudanças administrativas, sobre as quais muitos livros foram escritos (revisto em Breggin, 1991 [49]).
37 Soteria House, originada por Loren Mosher (1996 [289]; Mosher e Burti, 1994 [290]), preconizou este modelo bem sucedido de tratamento em casa. Sua eficácia foi demostrada por estudos controlados, mas o seu destino foi selado quando a psiquiatria tornou-se dominada por sua ala biológica.
38 Para obter descrições detalhadas das forças econômicas que empurram drogas psiquiátricas, perpetuam os mitos dos "desequilíbrios bioquímicos" e a eficácia destas drogas, ver Breggin (1991 [49], 1997a [55], 1998a [57]), Breggin e Breggin (1994 [53], 1998 [57]), e Cohen (1990 [117], 1994 [111]).