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Capítulo 1
A Mente Analítica e os Bancos de Memória Padrão


Dianética:
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A Fonte das Doenças Mentais

L. Ron Hubbard
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A Mente Analítica e os Bancos de Memória Padrão

     Este capítulo dá início à busca do erro humano e diz-nos onde este não se encontra.

     Pode considerar-se que a mente humana tem três divisões principais. Primeiro, existe a mente analítica; segundo, a mente reativa; e terceiro, a mente somática.

     Considere a mente analítica como uma máquina de computação. Isto é uma analogia, pois a mente analítica, embora se comporte como uma máquina a de computação é, no entanto, fantasticamente mais capaz do que qualquer máquina de computação alguma vez construída e é infinitamente mais complexa. Poderia ser chamada a "mente computacional" ou o "egsusheyftef". Mas para os nossos propósitos, a mente analítica, como nome descritivo, servirá perfeitamente. Esta mente poderá encontrar-se lóbulos pré-frontais - há alguns indícios disso - mas este é um problema estrutural e ninguém percebe realmente de estrutura. Por isso, chamaremos "mente analítica" a esta parte computacional da mente, porque ela analisa dados.

     O monitor pode ser considerado como parte da mente analítica. O monitor poderia ser chamado o centro de consciência da pessoa. Este, falando de um modo inexato, é a pessoa. Durante milênios, este foi aproximado por vários nomes, cada um deles reduzindo-se ao "Eu". O monitor controla a mente analítica. Não está a controlar porque lhe tenha sido dito que o fizesse, mas apenas porque o faz de forma inerente. Não é um demônio que vive no crânio, nem um homenzinho que vocaliza os pensamentos da pessoa. É o "Eu". Não importa quantas aberrações é que uma pessoa possa ter, o "Eu" é sempre o "Eu". Não importa quão "Clear" uma pessoa se torne, o "Eu" ainda é o "Eu". Às vezes o "Eu" poderá estar submerso em um aberrado, mas está sempre presente.

     A mente analítica dá várias provas de ser um órgão, mas como nesta era sabemos tão pouco sobre estrutura, o conhecimento estrutural completo da mente analítica deverá vir depois de sabermos o que ela faz. E em Dianética, nós sabemos, pela primeira vez, precisamente o que ela faz. Sabe-se e pode-se provar facilmente que a mente analítica, seja ela um ou vários órgãos do corpo, se comporta tal como se esperaria que uma boa máquina de computação se comportasse.

     O que é que se quereria numa máquina de computação? A ação da mente analítica - ou analisador - é tudo o que se poderia querer do melhor computador disponível. Esta pode fazer, e faz, todas as proezas de um computador. E acima de tudo, esta dirige a construção de computadores. E está tão certa como qualquer computador alguma vez esteve. A mente analítica não é apenas um bom computador, esta é um computador perfeito. Nunca comete erros. Não pode errar, de modo algum, enquanto um ser humano estiver razoavelmente intacto (a menos que algo lhe tenha tirado uma parte do seu equipamento mental).

     A mente analítica é incapaz de erro e está tão certa de que é incapaz de erro que resolve tudo com base no fato de que não pode errar. Se uma pessoa diz: "Não consigo somar", ela quer dizer que nunca aprendeu a somar ou que tem uma aberração a respeito de somar. Isto não quer dizer que haja alguma coisa errada com a mente analítica.

     Embora o ser integral, em um estado aberrado, seja flagrantemente capaz de erro, o mesmo não se pode dizer, no entanto, acerca da mente analítica, pois um computador é apenas tão bom quanto os dados com que opera e nunca será melhor do que isso. A aberração surge, então, da natureza dos dados apresentados a mente analítica como um problema a ser computado.

     A mente analítica possui os seus bancos de memória padrão. Onde estes estão localizados exatamente em termos de estrutura, mais uma vez, não nos interessa de momento. Para operar, a mente analítica precisa de ter perceptos (dados), memória (dados) e imaginação (dados).

     Há outro banco de armazenagem de dados e outra parte da mente humana que contêm aberrações, que são a fonte das insanidades. Estes serão completamente tratados mais adiante e não devem ser confundidos com a mente analítica ou com os bancos de memória padrão.

     Os dados contidos nos bancos de memória padrão, estejam ou não analizados corretamente, estão todos lá. Os vários sentidos recebem informações e estas informações são diretamente arquivadas nos bancos de memória padrão. Estas não passam primeiro através do analisador. São arquivadas e o analisador depois recolhe-as dos bancos padrão.

     Exitem vários destes bancos padrão e estes poderão ser duplicados dentro de si próprios, de modo que existem vários de cada tipo de banco. A natureza parece ser generosa com estas coisas. Existe um banco, ou um grupo de bancos, para cada percepção. Estes podem ser considerados como estantes de dados arquivados em um sistema de índice cruzado, que faz um agente dos serviços secretos ficar verde de inveja. Cada percepto é arquivado como um conceito. A visão de um carro em movimento, por exemplo, é arquivada no banco de visio com cor e movimento no momento em que ele é visto, indexado com a área em que é visto, indexado com todos os dados sobre carros, indexado com os pensamentos sobre carros e assim sucessivamente, com o arquivo adicional de conclusões (corrente de pensamento) do momento e correntes de pensamento do passado com todas as suas conclusões. O som desse carro é similarmente arquivado, indo dos ouvidos diretamente para o banco de áudio, e indicado de modo a cruzar de tantas maneiras como no exemplo anterior. Todas as outras sensações desse momento também são arquivadas nos seus respectivos bancos.

     Poderá ser que todo o arquivamento seja feito em um só banco. Seria mais simples se assim fosse. Mas isto não é uma questão de estrutura, mas de atuação mental. Com o tempo alguém descobrirá exatamente como são arquivados. Agora de momento, tudo o que nos interessa é a função de arquivamento.

     Cada percepto - vista, som, cheiro, toque, gosto, sensação orgânica, dor, ritmo, cinestesia (peso e movimento muscular) e emoção - é correta e cuidadosamente arquivado nos bancos padrão, na íntegra. Não importa quantas aberrações é que uma pessoa fisicamente intacta possua ou se ela pensa que pode ou que não pode conter estes dados ou recordá-los, o arquivo está lá e está completo.

     Este arquivo começa em um período muito remoto - de que falaremos mais adiante. Depois funciona continuamente, durante toda a existência, esteja o indivíduo adormecido ou desperto, exceto nos momentos de "inconsciência"1. A sua capacidade é, aparentemente, infinita.

     Os números destes conceitos (conceito quer dizer: aquilo que foi retido depois de algo ter sido percepcionado) deixariam o computador de um astrônomo em um estado de choque. A existência e a profusão das recordações retidas foram descobertas e estudadas em um grande número de casos, e estas podem ser examinadas em qualquer pessoa por meio de certos processos.

     No que respeita à simples ação da percepção, tudo o que está contido nesse banco está correto. Poderá haver erros orgânicos nos órgãos de percepção, como a cegueira ou a surdez (quando físicas e não devidas à aberração), que deixariam espaços em branco nos bancos; e poderá haver defeitos orgânicos, como a surdez orgânica parcial, que deixariam espaços em branco parciais. Estas coisas, porém, não são erros nos bancos de memória padrão; são uma simples ausência de dados. Tal como no computador, os bancos de memória padrão são perfeitos, registrando fiel e fiavelmente.

     Parte dos bancos padrão é audio-semântica, ou seja, o registro das palavras ouvidas. E parte dos bancos padrão é visio-semântica, ou seja, o registro de palavras lidas. Ambas são partes especiais dos arquivos de som e visão. Um cego que tem de ler com os dedos desenvolve um arquivo táctil-semântico. O conteúdo dos arquivos de linguagem falada é exatamente como se ouviu, sem alteração.

     Outra parte interessante dos bancos de memória padrão é que eles aparentemente arquivam o original e fornecem cópias exatas ao analisador. Fornecerão tantas cópias exatas quanto as que forem pedidas, sem diminuir o arquivo original real. Cada uma dessas cópias é fornecida em boas condições, com visão de cor-movimento, tom-áudio, etc.

     A quantidade de material retido nos bancos de memória padrão normais encheria várias bibliotecas. Mas o método de retenção é invariável. E a potencialidade da recordação é perfeita.

     A fonte primária de erros na computação "racional" vem sob os títulos de dados insuficientes e dados errôneos. O indivíduo, enfrentando diariamente novas situações, nem sempre está na posse de todo o material de que necessita para tomar uma decisão. E poderão ter-lhe dito alguma coisa de "Fonte Segura" que não era verdadeira e para a qual ele, no entanto, não encontrou prova contrária nos bancos.

     Entre os bancos padrão, que são perfeitos e fiáveis, e o computador, a mente analítica, que é perfeita e fiável, não há qualquer concurso irracional. A resposta está sempre tão correta quanto possível à luz dos dados disponíveis, e isso é tudo o que se pode pedir de um dispositivo de computação ou de um dispositivo de gravação.

     A mente analítica vai ainda mais longe do que se supõe nos seus esforços para estar certa. Esta verifica e pesa constantemente novas experiências a luz de experiências antigas, forma novas conclusões à luz de conclusões antigas, altera velhas conclusões e geralmente está muito ocupada em estar certa.

     Pode considerar-se que a mente analítica recebeu das células um posto de confiança sagrada para proteger a colônia, e ela faz tudo o que está ao seu alcance para levar a cabo essa missão. Esta tem os dados corretos, tão corretos quanto possível, e efetua computações corretas com esses dados, tão corretas quanto é possível fazê-las. Quando consideramos o enorme número de fatores com que lidamos, por exemplo, no ato de conduzir um automóvel ao longo de dez quarteirões, podemos avaliar até que ponto e em quantos níveis essa mente analítica pode estar ocupada.

     Antes de apresentarmos o mau desta fita, a mente reativa, é necessário compreender algo sobre a relação entre a mente analítica e o próprio organismo.

     A mente analítica, que detém toda a responsabilidade, está longe de não ter autoridade para realizar as suas ações e desejos. Através dos mecanismos do regulador da função vital (que controla todas as funções mecânicas da vida), a mente analítica pode afetar qualquer função do corpo que desejar.

     Quando em excelentes condições de funcionamento - isto é, quando o organismo não está aberrado - a mente analítica pode influenciar o batimento cardíaco, as glândulas endócrinas (coisas como o cálcio e o açúcar no sangue, a adrenalina, etc.), o fluxo seletivo do sangue (parando-o nos membros ou iniciando-o à vontade), urina, excretos, etc. Todas as funções glandulares, rítmicas e fluidas do corpo podem estar sob o comando da mente analítica. Isso não quer dizer que este seja sempre o caso numa pessoa Clareada. Isso seria muito desconfortável e incômodo. Mas quer dizer que a mente analítica pode efetuar mudanças conforme os seus desejos, quando se capacita para isso. Esta é uma questão de provas laboratoriais, muito fáceis de fazer.

     Durante muito tempo as pessoas foram intuitivas em relação ao "poder total da mente". Bem, o poder total da mente seria a mente analítica a funcionar com os bancos de memória padrão, o regulador das funções vitais e uma outra coisa adicional.

     A última coisa e a mais importante é, naturalmente, o organismo. Este está a cargo da mente analítica. E a mente analítica controla-o de maneiras diferentes das funções vitais. Todos os músculos e o resto do organismo podem estar sob o comando total da mente analítica.

     Para manter a si própria e os seus circuitos livres de bricabraque e de atividades menores, a mente analítica é dotada de um regulador do padrão de treino aprendido. Nisto ela pode introduzir, através da educação, os padrões de estímulo-resposta necessários à execução de tarefas, como falar, andar, tocar piano, etc. Esses padrões aprendidos não são inalteráveis. Por serem selecionados pela mente analítica após pensamento e esforço, raramente é necessário alterá-los; se surgirem novas situações, os músculos são treinados em um novo padrão. Nenhum desses treinos é "condicionamento"; são apenas padrões de treino que o organismo pode usar sem nenhuma atenção de magnitude da parte do analisador. Por este método, pode ser inserido um número incontável desses padrões no organismo. E eles não são a fonte de nenhuma dificuldade, visto que estão arquivados por tempo e situação, e basta um pequeno pensamento para anular os velhos em favor de novos.

     Todos os músculos, voluntários e "involuntários", podem estar sob o comando da mente analítica.

     Aqui está, então, o compósito de um ser senciente. Não há qualquer possibilidade de erro para além dos erros resultantes de dados insuficientes e errôneos, porém aceitos (e estes últimos serão usados pelo analisador apenas uma vez, se essa única vez provar que os dados estão errados). Aqui está o reino do prazer, da emoção, da criação, da construção e mesmo da destruição se a computação baseada na solução ótima disser que alguma coisa deve ser destruída.

     As dinâmicas estão subjacentes às atividades da mente analítica. O impulso para a sobrevivência explica todas as suas ações. O fato de podermos compreender a simplicidade fundamental do mecanismo funcional não quer dizer, contudo, que um humano que só atua desta maneira seja frio ou calculista ou que faça tudo "com unhas e dentes". Quanto mais o ser humano se aproxima deste estado ótimo em um indivíduo ou numa sociedade inteira, mais viva e calorosa será essa sociedade, mais honestos poderão ser os seus estados de espírito e ações.

     A sanidade depende da racionalidade. Aqui está a racionalidade ótima e, portanto, a sanidade mental ótima. E aqui estão, também, todas as coisas que o ser humano gosta de pensar que o humano deveria ser, aliás, o modo como ele retratou os seus melhores deuses antropomórficos. Isto é o Clear.

     Isto é sanidade. Isto é felicidade. Isto é sobrevivência.

     Onde está o erro?


Notas de Rodapé:

1 "Inconsciência", neste livro, significa uma maior ou menor redução da consciência por parte do "Eu" - uma atenuação do poder funcional da mente analítica.