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Capítulo 14
A Perigosa Carne Vermelha: O Bife Bate em Retirada


A Revolução Antienvelhecimento
Um Programa Radical de Rejuvenescimento
Evite Doenças Cardiovasculares
Aumente a Sua Energia a Cada Ano
Melhore Sua Capacidade Mental

Timothy J. Smith, M.D.
14  A Perigosa Carne Vermelha: O Bife Bate em Retirada
    14.1  Não é a Fazenda de Seu Avô
    14.2  Antibióticos: A Saúde Artificial
        14.2.1  Medicamentos maléficos
    14.3  O Aumento da Produção de Carne
    14.4  Os Esteróides: O Gado na Pista de Alta Velocidade
    14.5  O Declínio do DES
    14.6  Vigilância Ineficiente
    14.7  Tudo Isso, Mais a Gordura
    14.8  Mudando Seu Estilo de Alimentação
    14.9  Um Corpo Mais Saudável, um Planeta Mais Saudável
    14.10  Bibliografia do Capítulo 14

     Se eu tivesse de dar às pessoas um único
conselho para diminuir o perigo de doenças
cardíacas, seria: reduza a ingestão
de alimentos de origem animal, sobretudo
a gordura animal, e substitua essas gorduras
por carboidratos complexos - cereais, feijões,
frutas e hortaliças.

     - DR. ERNST SCHAEFER, JEAN MAYER, CENTRO DE PESQUISA SOBRE ENVELHECIMENTO E NUTRIÇÃO DO DEPARTAMENTO DE AGRICULTURA DOS ESTADOS UNIDOS, TUFTS UNIVERSIlY EM BOSTON

     Se você quiser adotar a Renovação e viver o maior tempo possível, é preciso adotar uma nova atitude com relação à carne. Porém, não pelos motivos já esperados.

     É verdade que a carne contém alto teor de gordura (sobretudo gordura saturada) e colesterol, o que é suficiente para merecer uma dispensa desonrosa da Dieta Antienvelhecimento. Mas contém também antibióticos, hormônios, pesticidas, conservantes e corantes - toxinas que sabotam as células, envenenam o sistema imunológico e impedem a Renovação.

     Pelo menos parte da culpa pelas armadilhas nutricionais da carne é da tecnologia. Lá se foi a época em que o gado pastava em campo aberto, alimentando-se de grâma e de grãos naturais. Hoje, os animais são criados nas chamadas fazendas industriais - criados e alimentados para o propósito explícito de acabar no prato de alguém. Em tais condições, a carne chega ao mercado com mais rapidez. Mas tanto os animais que a fornecem quanto os seres humanos que a consomem pagam um preço alto no que diz respeito à saúde.

14.1  Não é a Fazenda de Seu Avô

     Muitas fazendas modernas adotam os chamados sistemas de confinamento de grande eficiência, que alojam os animais em baias, alimentando-os e removendo seus dejetos com um mínimo de esforço. Tais sistemas têm como objetivo baratear e tornar mais eficiente a criação de gado. De fato, confinando e alimentando os animais em vez de deixá-los vagar e pastar, os fazendeiros podem utilizar os valiosos pastos para plantar e cultivar.

     Até mesmo a alimentação do gado foi "planejada" para cortar despesas e engordar os animais com mais rapidez. Entre os ingredientes mais criativos dessa ração estão: papel usado, sacolas de papel, catálogos de telefone, jornais, papel de computador, papelão enrugado e plástico de feno (um tipo de material artificial). O problema óbvio é que, do ponto de vista da nutrição, tudo isso é lixo. Além disso, as tintas usadas nos materiais usados nos papéis reciclados contêm bifenilas policloradas (PCBs) e outros compostos originários do petróleo, que não podem ser eliminados. Essas toxinas são armazenadas nos tecidos adiposos do animal e, quando ingerimos sua carne, elas são transmitidas para nós.

     Se isso não estragou seu apetite, talvez o que vem a seguir o faça: alguns tipos de ração para gado contêm resíduos de aves, uma combinação bizarra de estrume, penas e palha de galinheiro junto com melaço e grãos. Segundo o fabricante, "as vacas adoram". Obviamente, as vacas devem ser atraídas pelos sabores e pelos aromas artificiais que muitas vezes são acrescentados.

14.2  Antibióticos: A Saúde Artificial

     Para o fazendeiro, o confinamento e o controle da alimentação do gado têm claras vantagens financeiras. Mas também cria problemas. Mais notavelmente, a combinação de superpopulação, nutrição deficiente e falta de exercícios ajuda na disseminação de doenças entre os animais.

     Nos dias de hoje, os antibióticos são usados para manter os rebanhos - e os lucros - saudáveis. De fato, por ano, mais de 5.000 toneladas de antibióticos, metade da quantidade fabricada nos Estados Unidos, são acrescentadas à ração do gado. Mais de 70% do gado e dos novilhos de corte recebem doses diárias de antibióticos durante suas vidas.

     Os antibióticos administrados aos animais são idênticos aos utilizados pelos humanos. Mesmo assim, os fazendeiros não precisam de receita para comprá-los. Embora muitos fazendeiros sigam rigorosamente as doses receitadas e suspendam seu uso conforme as recomendações (eles devem suspender o uso dos antibióticos alguns dias antes de levar o gado para o mercado), outros administram a seus rebanhos uma superdose, na tentativa de compensar as más condições de saúde provoca das pela superpopulação, pela sujeira, por estábulos quentes e pouco iluminados e pela falta de ar puro e de atividade. Os animais doentes podem receber doses ainda maiores de antibióticos e talvez até drogas ilegais, na tentativa desesperada de mantê-los vivos até a entrega ao matadouro.

14.2.1  Medicamentos maléficos

     O uso excessivo e frequente de antibióticos na criação de gado tem consequências sérias para a saúde humana. Entre os efeitos colaterais que as pessoas podem sofrer estão:

14.3  O Aumento da Produção de Carne

     Eliminar as doenças não é o único motivo para o uso de antibióticos. Em 1949, Thomas Jukes, na época diretor da área de pesquisa sobre nutrição e fisiologia da empresa Lederle Laboratories, nos Estados Unidos, fez uma descoberta que mudaria o setor de carnes para sempre. Ele descobriu que todos os animais criados em fazendas, inclusive as vacas, cresciam com mais rapidez quando comiam ração que contivesse antibióticos.

     O pessoal no setor de carnes captou o significado financeiro da descoberta de Jukes quase imediatamente. Com os antibióticos, eles podiam levar a carne ao mercado com rapidez. As drogas não só manteriam o gado livre de doenças, como também os aprontariam para o matadouro em um espaço de tempo bastante curto. Resultado: os fazendeiros poderiam criar mais gado e ganhar mais dinheiro.

     Muitos cientistas temeram que esse uso disseminado de antibióticos tivesse, mais adiante, um enorme impacto biológico. Eles especularam que as bactérias desenvolveriam imunidade aos antibióticos, tornando inúteis esses medicamentos.

     O tempo, é claro, provou que os cientistas estavam certos. Com certeza você já ouviu notícias sobre o surgimento das "superbactérias" - cepas de bactérias resistentes aos antibióticos. Se uma dessas superbactérias se instalar em seu organismo, talvez seja dificílimo tratar a infecção resultante.

     Quando você come a carne que contém antibióticos, está ingerindo doses do medicamento. Isso reduz a eficácia dos antibióticos em geral.

     Devido ao aumento assustador de bactérias resistentes a antibióticos e ao rápido declínio da eficácia dos antibióticos, os países da Comunidade Econômica Européia - incluindo França, Alemanha, Grécia, Itália, Espanha e Reino Unido - concordaram em proibir o uso generalizado de antibióticos na ração para o gado. Será que os Estados Unidos e outros países tomarão atitude semelhante? Provavelmente não se os poderosos lobbies dos setores farmacêutico e de carnes forem ouvidos.

14.4  Os Esteróides: O Gado na Pista de Alta Velocidade

     Além dos antibióticos, a carne contém com frequência uma série de hormônios naturais e sintéticos. Esses compostos, que receberam o carimbo de aprovação da Food and Drug Administration, são administrados ao gado e a outros tipos de rebanhos para que cresçam mais rápido. Por exemplo, o dietilestilbestrol (DES), um hormônio esteróide sexual proibido para uso em seres humanos, de acordo com informações, produz um ganho de peso de 15 a 19% (a maioria gordura) e aumenta em 7 a 10% a eficiência da alimentação (isto é, peso ganho por quilo de alimentação) no gado de corte. Esses números se transformam em mais dinheiro para os fazendeiros, já que eles gastam menos para engordar os animais em um tempo menor.

     Quando comemos carne que contém resíduos hormonais, afetamos o delicado equilíbrio interno do nosso sistema endócrino. O sistema endócrino produz seus próprios hormônios para regular diversas funções do organismo, como a taxa metabólica, a atividade sexual e reprodutiva, o crescimento e até o humor. Quando o sistema está em desequilíbrio, abre caminho para doenças.

     Até mesmo quantidades aparentemente minúsculas de hormônios administrados ao gado podem perturbar o sistema endócrino humano. Basta imaginarmos que esses compostos produzem efeitos mensuráveis sobre as células vivas quando presentes em partes por trilhões. É como um grão em uma tonelada de areia ou uma gota em cerca de 26.500 litros de água.

     Os cientistas e as autoridades governamentais admitem hoje que qualquer quantidade de hormônio a mais ou acima do que normalmente está presente em uma pessoa saudável pode ser a causa do câncer e de outros sérios problemas de saúde. Na mulheres, por exemplo, níveis elevados do hormônio estrogênio têm sido associados ao câncer de mama, de ovário, do colo do útero e do endométrio (o revestimento do útero). Têm também sido associados a hipertensão, ataque cardíaco e derrame.

14.5  O Declínio do DES

     Apesar dos riscos comprovados para a saúde humana, os hormônios continuam sendo ministrados aos rebanhos. Como é comum, será necessário que haja uma crise pública na área de saúde para que qualquer atitude concreta seja tomada, proibindo o uso desses compostos.

     Um incidente envolvendo o hormônio esteróide sexual DES ilustra bem essa questão. Em 1966, o Dr. Arthur L. Herbst, na época ginecologista no Massachusetts General Hospital, em Boston, descobriu um tumor canceroso muito raro na vagina de uma menina de 15 anos. A taxa de mortalidade desse tipo específico de câncer, denominado adenocarcinoma da célula clara, é de 50%. Nos três anos seguintes, apareceram mais seis casos - todos em meninas com mais ou menos a mesma idade.

     O Dr. Herbst e seus colegas descobriram que as mães de todas as meninas, exceto uma, haviam tomado DES durante a gravidez para evitar o aborto espontâneo. Uma investigação subsequente revelou que outros hormônios esteróides sexuais estavam causando o mesmo problema. Antes do final da década de 1980, os médicos haviam identificado 429 casos de adenocarcinoma da célula clara. Em 243 casos, as mães das pacientes haviam recebido DES durante a gravidez. Em outros 57 casos, as mães das pacientes haviam passado por alguma outra forma de terapia hormonal.

     Apesar dos crescentes indícios que apontavam para o papel do DES e de outros hormônios esteróides sexuais no desenvolvimento do câncer, o DES continuou sendo um ingrediente básico da alimentação dos rebanhos. De fato, até 1979, o hormônio era consumido por 85% de todos os rebanhos dos Estados Unidos. Naquele ano, a FDA (Food and Drug Administration) finalmente proibiu o uso do DES na alimentação. Mas o hormônio jamais foi recolhido, de modo que os fazendeiros continuaram a usar o suplemento remanescente. Poucos foram penalizados por violarem a proibição - uma mensagem clara de que o governo não estava levando a questão muito a sério.

     Quando o público em geral ouviu rumores sobre os efeitos do DES, os fazendeiros passaram a adotar, pouco a pouco, outros hormônios. Infelizmente, os compostos alternativos provocaram problemas parecidos, inclusive o desequilíbrio do sistema endócrino e maior risco de câncer.

     O tratamento de animais com hormônios continua sendo uma prática bastante aceita no setor de carnes dos Estados Unidos. O hormônio é implantado de maneira rotineira em quase todo o gado, e seu custo compensado pelo aumento em quilos de carne produzida. Além disso, ninguém pode dizer ao certo que, daqui a 20 ou 30 anos, não teremos outro desastre de saúde pública provocado pela ingestão de hormônios.

     Por que o governo federal dos Estados Unidos não está tomando uma atitude mais agressiva contra a disseminação do uso dos hormônios esteróides sexuais? A resposta envolve uma combinação perigosa de problemas burocráticos, poderosos lobbies dos setores farmacêuticos e de carnes e um público consumidor mal informado.

     Talvez pudéssemos aprender uma lição com os países da Comunidade Econômica Européia, que proibiram o uso de todos os hormônios esteróides sexuais na produção de carne. Esses países reconhecem sua obrigação de proteger o suprimento de alimentos do público. Os Estados Unidos precisam fazer o mesmo - ou se arriscarão a enfrentar a proliferação das doenças relacionadas com hormônios na população em geral, assim como milhares de mortes por tipos de câncer relacionados com hormônios todo ano.

14.6  Vigilância Ineficiente

     O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, por exemplo, realiza um programa de vigilância que - de maneira ostensiva, pelo menos - protege os consumidores contra a carne infectada por medicamentos. Mas o selo de aprovação de um fiscal (que, por acaso, alguns anos atrás, usava uma tinta azul tóxica) não significa que uma carcaça em especial seja 100% isenta de antibióticos e hormônios. Lembre-se: o uso de antibióticos e de hormônios é liberado na ração para gado. O inspetor apenas verifica para ter certeza de que os resíduos dessas substâncias estão dentro do limites especificados pelo Departamento.

     O programa de vigilância tem seus problemas. Para começar, o número de agentes é bastante inadequado: a norma é um fiscal para um matadouro grande. Suponha que um matadouro processe 500 cabeças de gado por hora. Para acompanhar o ritmo, o fiscal só pode dedicar sete segundos a cada carcaça. É humanamente impossível ter uma atuação adequada no exame durante esse tempo tão exíguo.

     Por isso, apenas cerca de 1% de todas as carcaças é examinado, verificando-se a presença de resíduos excessivos de antibióticos e de hormônios. É claro que, quando os testes são enviados a um laboratório, analisados e devolvidos ao fiscal, a carne já foi embora - processada, embalada e talvez até ingerida. A carne que apresentou problemas pode ser apreendida, mas é impossível tentar associá-la a um rebanho ou a um fazendeiro em especial.

     Além do mais, levantaram-se dúvidas quanto à objetividade do processo de vigilância. Embora sejam funcionários do Departamento de Agricultura, os fiscais trabalham lado a lado com os funcionários dos matadouros e das indústrias de embalagem. Os críticos sustentam que esse arranjo compromete a capacidade de um fiscal de tomar decisões que poderiam ter um impacto negativo sobre seus "colegas de trabalho". Rejeitar a quantidade de carcaças exigidas para proteger de verdade a saúde e a segurança da população afetaria de maneira contrária a situação econômica da fábrica como um todo.

     Na verdade, os fiscais rejeitam apenas 0,5% de carcaças por ano. Se as impropriedades no processo de inspeção fossem levadas em conta, esse número com certeza aumentaria para, digamos, 10 a 15%.

     Sem que isso aconteça, os consumidores não têm garantia de que a carne que estão comendo é realmente segura. É como jogar roleta-russa cada vez que nos dirigimos à seção de carnes do supermercado: não temos como saber a quantidade de antibióticos ou de hormônios contida em um corte de carne.

14.7  Tudo Isso, Mais a Gordura

     Com toda essa conversa sobre antibióticos e hormônios, não devemos esquecer o fato de que a maior parte das carnes contém grandes quantidades de gordura saturada e de colesterol. Ambas as substâncias foram identificadas como causas de aterosclerose (enrijecimento e obstrução das artérias), ataque cardíaco, hipertensão, câncer e outras doenças degenerativas letais.

     Lembre-se: apenas os alimentos de origem animal contêm colesterol. Os alimentos de origem vegetal, não. Assim, uma pessoa que evite todas as carnes e laticínios, fazendo dos cereais, feijões, das frutas e hortaliças a base de sua alimentação, elimina realmente o colesterol de sua dieta.

     Estudos acadêmicos mostram que esse estilo de alimentação, denominado veganismo, pode reduzir radicalmente o perigo de desenvolvimento dos tipos de doenças descritos anteriormente. Pode também melhorar as chances de se ter uma vida longa e saudável. Por essa e por outras razões, usei o veganismo como base para minha Dieta Antienvelhecimento.

14.8  Mudando Seu Estilo de Alimentação

     Não comer carne tem vantagens definitivas em termos de saúde e longevidade. Mas, se está acostumado a ter a carne presente na maioria das refeições, você deve estar imaginando: "Será que eu vou conseguir parar de comer carne para sempre?"

     Apenas uma palavra: "Sim". Eu e milhões de vegans podemos lhe dizer que não comer carne não é apenas certo, mas ótimo. Ganhamos com isso uma vida mais longa e mais saudável e refeições deliciosas.

     A transição para o veganismo certamente exigirá tempo e esforço - mas talvez não tanto quanto você pensa. Levei algum tempo para fazer a mudança. Mas a fiz, e estou feliz. Você também pode (fazê-la).

     Estou sendo sincero quando digo que não sinto falta de carne. E sinto-me ótimo por dar ao meu organismo alimentos nutritivos que apóiam a Renovação. Saber que poderei passar mais tempo com meus netos significa muito mais para mim do que a falta que alguns bifes e hambúrgueres podem fazer.

     Se você ainda não está pronto para dizer adeus à carne, então pelo menos ingira o mínimo possível. Coma apenas porções muito pequenas de carne magra, de preferência de gado organicamente alimentado. Na verdade, sugiro que você relegue todos os alimentos de origem animal à condição de temperos. Desse modo, você pode se desacostumar aos poucos, até desistir deles por completo.

14.9  Um Corpo Mais Saudável, um Planeta Mais Saudável

     Neste capítulo, eu o estimulei a eliminar a carne de sua alimentação por alguns motivos muito pessoais - por exemplo, sua saúde e sua longevidade. Mas parar de comer carne também tem implicações globais.

     Criar gado para alimentar uma população faminta de carne é uma atividade antiecológica de grandes proporções. A criação de gado ocupa grandes quantidades de terra - de fato, 85% da terra própria para agricultura nos Estados Unidos são utilizados, de alguma maneira, pelo setor de criação de gado - e causa a erosão do solo. Ela polui a água e o ar com pesticidas e fertilizantes usados para plantar alimentos. E até destrói a camada de ozônio.

     Com os feijões-soja que plantamos para alimentar o gado, podemos fornecer refeições para pessoas famintas no mundo inteiro. Nenhum ser humano teria que passar fome. Em vez disso, estamos exportando nossos perigosos hábitos alimentares, inclusive nossa predileção pela carne e pela fast food, para países em desenvolvimento da África, da Ásia e da América do Sul.

     A carnificina espalhou-se até mesmo para as florestas tropicais, onde quase 200.000 metros quadrados de árvores, uma área quase do tamanho do estado da Pensilvânia, são destruídos por ano para dar lugar a pastagens para gado. E, à medida que as florestas encolhem, o mesmo acontece com as populações de animais, aves, insetos e outras criaturas que ali moram. A cada hora uma espécie se extingue, dizimada por nenhum outro motivo senão alimentar nosso apetite de bifes e hambúrgueres.

     Podemos persistir com nossos hábitos alimentares tacanhos, destrutivos e ecologicamente perigosos, ou podemos transformar nosso mundo em um mundo bom. A opção é nossa - e sua.

****

     Muitas pessoas substituíram a carne pelo frango, imaginando que estavam fazendo um favor ao coração (e ao resto do organismo). Sinto dizer: não é bem assim. É claro que o frango parece mais saudável do que a carne. Mas, como explicarei no próximo capítulo, a carne de frango tem problemas nutricionais próprios.

14.10  Bibliografia do Capítulo 14

Referências Bibliográficas

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