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Capítulo 5
O Retorno, o Arquivista e a Linha do Tempo


Dianética:
A Ciência da Saúde Mental

Livro Três
A Terapia

L. Ron Hubbard
Ponte para liberdade dos engramas da mente reativa
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O Retorno, o Arquivista e a Linha do Tempo

     Existe um método de "pensar" que o ser humano ignorava possuir.

     Se quiser uma ilustração deste, pergunte a uma criança se ela gostaria de andar de trenó, na memória. Ela tentará lembrar-se da última vez que andou no seu trenó. Franzirá o sobrolho e talvez enrugue a testa. Agora diga-lhe que volte à última vez que andou de trenó. Persuadida, ela apresentará uma experiência completa e, a menos que seja seriamente aberrada, poderá falar-lhe sobre a neve que lhe escorregava pela gola e assim por diante. Ela está mesmo lá, andando de trenó, nadando ou fazendo aquilo que você tiver escolhido.

     O ser humano, quando pensava nisto, se alguma vez pensou, deve tê-lo confundido com imaginação. Mas não é imaginação. Qualquer pessoa, a menos que esteja muito severamente aberrada, pode ser "enviada para trás", completamente desperta, a uma experiência do passado. Nos testes iniciais, deve-se usar experiências que não sejam muito antigas e experiências que sejam agradáveis.

     Isto não é memória como meio da pessoa "se lembrar de algo". Isto é retornar. Lembrar é um processo muito mais complicado do que retornar. A razão por que as pessoas andam por aí a tentar lembrar-se de algum dado específico ou complexo, quando podem retornar, é um mistério, quando se considera objetos perdidos, coisas lidas, conversas tidas e assim por diante. Claro que lembrar tem um papel muito definido e é um processo automático que dá ao "Eu" conclusões e dados em um fluxo ininterrupto. Mas quando se deseja uma informação muito exata e específica, ou quando se busca um prazer passado para o contemplar, o retorno é muito mais adequado.

     O hipnotizador, com muitos berliques e berloques, voltas de mão e por aí fora, tem uma coisa a que ele chama "regressão". Esta é uma coisa muito complicada e requer que a pessoa esteja hipnotizada. É verdade que a regressão tem valor para a pesquisa, porque através da hipnose, esta evita oclusões que, noutras circunstâncias, não são fáceis de contornar. E a regressão prestou um bom serviço a Dianética quando o autor estava a verificar os seus dados sobre bancos de memória. Mas é evidente que não tinha ocorrido a ninguém que a regressão é um uso artificial de um processo natural.

     Não há dúvida que algumas pessoas usam o retorno para alguma parte do seu trabalho mental. E essas pessoas provavelmente pensam que "toda a gente" faz o mesmo, o que está longe de ser verdade. Mas mesmo essas pessoas que retornam naturalmente, raras vezes compreendem que este é um processo distinto, muito diferente do lembrar.

     As pessoas também revivem sem estarem hipnotizadas ou drogadas; isto é mais raro. Se uma pessoa se põe a contemplar uma glória passada, por algum tempo, começará a revivê-la, em vez de simplesmente retornar.

     Em Dianética, temos tido muito a ver com "espectros". O espectro de gradações é um mecanismo muito melhor para a filosofia do que o "pêndulo" de Aristóteles, que oscilava de um extremo para o outro. Nós temos o espectro das dinâmicas. Nós chamamos-lhes as quatro dinâmicas, através das quais se expressa o comando SOBREVIVER! As quatro são na realidade um grande número de gradações, começando nas células do "Eu", passando pelo "Eu", pela família e filhos, pelo clube, cidade e estado, pela nação, raça e hemisfério e, finalmente, toda a Humanidade. Isso é um espectro: gradações de algo que na realidade são a mesma coisa, mas que têm um campo ou alcance cada vez mais vasto.

     De uma forma muito parecida com o espectro de SOBREVIVER, temos em ação um espectro de memória. Primeiro, há a memória no seu sentido mais exato de tempo presente. Depois, há a memória do passado. Depois, há mais memória do passado. E assim, entramos numa parte do espectro que tem sido ignorada: parte do "Eu" retorna ao passado, depois uma parte maior do "Eu" retorna ao passado (neste ponto temos o retorno) e finalmente, no extremo, todo o "Eu" está lá atrás no passado. Primeiro está a lembrança. Esta é a que está mais distante dos dados exatos (exceto em um Clear). Depois, está o retorno, no qual parte do "Eu" está realmente no passado e os registros parecem ser percepções que ele está de fato a experimentar. Depois, há o reviver, em que o indivíduo naquele momento está tão completamente no passado que, se o assustassem enquanto está a recordar uma experiência infantil, ele reagiria tal como teria reagido quando era um bebê.

     Há muitas noções aberradas, nesta sociedade atual, sobre os males de se viver no passado. Estas resultam, em parte, de uma relutância que as pessoas aberradas têm em enfrentar e compreender o ontem.

     Uma das fontes primárias da "má memória" é a mãe. Foi tão frequente a mãe ficar suficientemente tomada de pânico perante a idéia de o filho se lembrar do que ela lhe fez, que parece ter surgido uma aberração que abrange toda a Humanidade. O caso típico da tentativa de aborto tem quase sempre uma infância e uma meninice repletas da Mamã a assegurar-lhe que ele não pode lembrar-se de nada de quando ele era um bebe. Ela não quer que ele se lembre do quanto ela foi hábil, ainda que malsucedida, nas suas tentativas com vários instrumentos. Possivelmente, a própria memória pré-natal seria uma simples memória comum, que toda a raça poderia recordar totalmente, se esta consciência pesada na mãe não tivesse andado por aí durante todos estes milênios. No decurso normal do seu trabalho, o auditor ver-se-á muito atarefado com a Mamã a gritar objeções quanto ao seu filho ou filha, já crescidos, entrarem em terapia, por causa do que eles poderão descobrir. Há auditores que já viram a Mamã ter um esgotamento nervoso completo, perante a idéia de o seu filho se lembrar de incidentes pré-natais. A propósito, nem tudo isto se deve a tentativas de aborto. Muitas vezes, a Mãe teve mais alguns homens além do Papá, de que o Papá nunca soube, e a Mamã muitas vezes prefere condenar o seu filho à doença, à insanidade ou simplesmente à infelicidade, em vez de deixar que ele siga o seu curso como preclear, muito embora a mãe, declaradamente, não tem qualquer lembrança de algum mal que tenha acontecido à criança. Quando a própria Mãe recebe terapia, ela normalmente oferece a verdade de livre e espontânea vontade. Esta é a fonte de porque é que a boa memória é desencorajada numa sociedade e porque é que a memória infantil e pré-natal é ignorada, já para não falar da capacidade de retornar e reviver.

     O sistema de índice do banco padrão é uma coisa maravilhosa de contemplar. Está tudo ali, arquivado por assunto, arquivado por tempo e arquivado por conclusões. Todas as percepções estão presentes.

     Com o sistema de arquivo por tempo, temos aquilo que em Dianética se chama uma linha do tempo. Voltar atrás, ao longo dessa linha, com parte do "Eu" é retornar. Esta linha está definitivamente presente, tanto para os dados conscientes como para os "inconscientes". A linha do tempo tem um enorme interesse para o auditor.

     A mente é um computador bem construído e tem vários serviços. Os auditores, afastando-se do latim e da complexidade, chamam arquivista11 à fonte de um desses serviços. Este nome não é muito dignificante e é certamente antropomórfico. Não existe nenhum homenzinho ou mulherzinha de viseira verde. Mas a ação que ocorre é muito parecida com a que aconteceria, se tal entidade realmente residisse dentro da mente.

     O arquivista é o monitor do banco. "Ele" monitoriza o banco de engramas reativo e os bancos padrão. Quando o auditor, ou o "Eu", lhe pede um dado, ele entregará o dado ao auditor através do "Eu". Ele é ligeiramente idiota quando lida com o banco de engramas reativo, um contágio da mente reativa, e às vezes entregará frases com trocadilhos e sonhos malucos, quando devia estar a entregar dados sérios.

     Se o auditor pedir ao preclear a última vez que ele viu um filme, o arquivista entregará o filme, a data em que este foi visto, a idade e o estado físico da pessoa, todos os percépticos, o enredo do filme, o estado do tempo - em suma, entregará tudo o que estava presente e ligado ao filme.

     Na vida comum, o arquivista fornece memória ao "Eu", a um ritmo rápido. Uma boa memória obtém os seus dados em frações de segundo. Se o arquivista tem de fazer a memória contornar várias oclusões reativas, os dados poderão levar minutos ou dias a chegar.

     Se tivéssemos uma grande máquina de computação do modelo mais moderno, esta teria um "banco de memória" de cartões perfurados ou algo parecido, e precisaria de ter um dispositivo seletor e alimentador para entregar os dados que a máquina quer. O cérebro tem um dispositivo destes - não poderia operar sem ele. Trata-se do monitor do banco, o arquivista.

     Lembre-se dessas duas partes da mente, a linha do tempo e o arquivista, e lembre-se deste mecanismo do retorno. Estas são as três coisas que usamos com os bancos reativo e padrão, na rêverie de Dianética.

     O arquivista é um sujeito muito prestável. Se tem tido dificuldades em chegar ao "Eu", contornando oclusões e circuitos reativos em geral, ele é particularmente prestável. Ele coopera com o auditor.

     Poder-se-ia considerar o sistema monitor com base nas unidades de atenção, em que se poderia supor que um humano teria mil. Assim, o "Eu" de um Clear teria à sua disposição mil unidades de atenção possíveis. No aberrado, provavelmente cinquenta estão à disposição do "Eu", quinhentas ou seiscentas foram absorvidas pelos engramas reativos, e as restantes estão a ser usadas de várias maneiras, além de comporem esse mecanismo a que chamamos o monitor do banco, o arquivista.

     É como se o arquivista, em um aberrado, preferisse trabalhar com o auditor em vez de trabalhar com o aberrado. Isto poderá parecer um fato espantoso, mas é um fato científico. Logo, o arquivista trabalha melhor quando está a selecionar dados dos bancos do preclear para os apresentar ao auditor. Este é um aspecto da lei da afinidade. O arquivista do "Eu" e o auditor são uma equipe, e muitas vezes trabalham em estreita harmonia sem consentimento suficiente, pelo menos que se note, do analisador do preclear.

     O retorno é efetuado com mais facilidade no aberrado se o auditor dirigir-se ao arquivista, não ao paciente. Na realidade, isto pode ser feito com o paciente completamente desperto. O auditor pede-lhe informação, diz-lhe que volte a ela. O "Eu", de repente, está na posse de todo o arquivo. Alguma coisa dentro da mente trabalha, então, em estreita harmonia com o auditor e trabalha melhor para o auditor do que para a pessoa em cuja mente ele está. Isso é o arquivista.

     O objetivo do auditor é pegar naquilo que o arquivista oferece e impedir que o arquivista seja esmagado por dados reativos. Logo que o arquivista entrega os dados, cabe ao auditor assegurar que o preclear os repasse vezes suficientes para os descarregar. O mecanismo para se fazer isto é extremamente simples. Para tornar as coisas mais fáceis e impedir que o preclear seja distraído, o auditor segue uma rotina em cada sessão, que põe o paciente na disposição de deixar o arquivista trabalhar.

     O paciente senta-se numa cadeira de braços confortável ou deita-se em um divã, numa sala sossegada, onde as distrações percépticas sejam mínimas. O auditor diz-lhe que olhe para o teto. O auditor diz: "Quando eu contar de um a sete, os teus olhos fechar-se-ão". Então, o auditor conta de um a sete e continua a contar, calma e agradavelmente, até que o paciente feche os olhos. Na rêverie ótima, observar-se-á um tremor das pálpebras.

     Esta é toda a rotina. Considere que esta é mais um sinal de que os trabalhos estão a começar e um meio de concentrar o paciente nas suas próprias preocupações e no auditor, do que qualquer outra coisa. Isto não é hipnotismo. É extremamente diferente. Em primeiro lugar, o paciente sabe tudo o que está a acontecer à sua volta. Ele não está "adormecido" e pode sair disso a qualquer momento que queira. Tem liberdade para se movimentar (mas normalmente o auditor não lhe permite fumar, porque isso distrairia o paciente).

     O auditor assegura-se muito bem de que o paciente não está hipnotizado ao dizer-lhe, antes de começar a contar: "Saberás tudo o que acontece. Poderás lembrar-te de tudo o que ocorrer. Podes exercer o teu próprio controle. Se não gostares do que está a acontecer, podes sair disso instantaneamente. Agora, um, dois, três, quatro", etc.

     Para ter uma certeza dupla, porque não queremos qualquer hipnotismo, mesmo que seja acidental, o auditor instala um cancelador. Este passo é extremamente importante e não deve ser omitido, mesmo quando tiver a certeza absoluta de que ele não é influenciado pelas suas palavras de modo algum. O auditor poderá, inadvertidamente, usar linguagem restimulativa que fará key-in de um engrama. Ele poderá, especialmente quando é novo em Dianética, usar algo como um segurador ou um negador, dizendo ao preclear que "fique ali", quando ele está retornado na linha do tempo, ou pior ainda, dizer-lhe que "esqueça isso", uma frase que pertence à classe de frases do mecanismo esquecedor e que tem um efeito aberrativo extremamente severo, negando completamente os dados ao analisador. Para impedir que tais coisas aconteçam, o cancelador é vital. Este é um contrato com o paciente, em que qualquer coisa que o auditor diga não será literalmente interpretado, nem será usado de nenhum modo pelo paciente. O cancelador é instalado imediatamente depois de se ter estabelecido a condição de rêverie. O fraseado do cancelador é mais ou menos este: "No futuro, quando eu pronunciar a palavra cancelado, tudo aquilo que eu te tenha dito, enquanto estás numa sessão de terapia, ficará cancelado e não terá qualquer força sobre ti. Qualquer sugestão que eu te tenha feito ficará sem efeito quando eu disser a palavra cancelado. Compreendes?"

     A palavra cancelado depois é dita ao paciente, imediatamente antes de lhe ser permitido abrir os olhos, no fim da sessão. Não é mais alargado do que isto. Usa-se apenas essa palavra.

     O cancelador é vital. Este impede a sugestão positiva acidental. O paciente poderá ser sugestionável ou até mesmo estar em um leve transe hipnótico permanente (muitas pessoas passam a vida toda em um transe assim). Um engrama é na realidade uma sugestão hipnótica. Poder-se-ia dizer que o propósito da terapia é despertar uma pessoa em todos os períodos da sua vida em que ela foi forçada a ficar "inconsciente". Dianética desperta as pessoas. Não é hipnotismo, que faz as pessoas adormecerem. A terapia de Dianética desperta-as. O hipnotismo põe-nas a dormir. Será que é possível pedir uma maior diferença de polaridade? A terapia de Dianética remove engramas. O hipnotismo instala engramas. Além disso, Dianética é uma ciência, um corpo de conhecimento organizado. O hipnotismo é um instrumento e uma arte e é uma variável tão aleatória que há muitos séculos que o ser humano desconfia dela como uma coisa perigosa, muito embora a usasse.12

     Inevitavelmente, o auditor encontrará casos que cairão em um sono hipnótico, apesar de tudo o que ele possa fazer para impedi-lo. Tais casos têm engramas que os levam a fazer isto, tal como outros casos têm engramas que os fazem ficar acordados. Então, o auditor não menciona "dormir" nem "acordar". Ele pega nos seus casos, onde quer que eles se encontrem no seu próprio nível de inversão, e trabalha-os a partir daí. Alguns pacientes implorarão que os droguem ou ponham em transe. Deixe-os implorar! No final, a rêverie resultará em um Clear; as drogas e o hipnotismo resultam em dependência do auditor e muitos outros aspectos indesejáveis. Um caso demora mais em transe amnésico do que em rêverie. Os ganhos na rêverie são certos. O paciente fica cada vez melhor. Quando se usa o transe amnésico ou hipnotismo, em vez da rêverie, por mais que pareça que os dados surgem com facilidade, a grande maioria dos casos assim tratados experimenta pouco alívio.O hipnotismo traz consigo a transferência, uma enorme responsabilidade do operador e outros impedimentos, os quais Dianética, na sua longa prática, tem dispensado. O hipnotismo foi usado para pesquisa e depois foi abandonado.

     Por conseguinte, instale o cancelador em todas as vezes. Nunca deixe de o instalar em todas as sessões. O paciente poderá estar a entrar em transe, uma coisa que nós não queremos, mas é uma coisa que nem sempre podemos evitar e nem sempre podemos detectar. Simplesmente instale o cancelador no começo da sessão. Depois de ter trazido o paciente para tempo presente, use a palavra canceladora.

     Isto é, então, um ensaio da rotina inteira:

     Auditor: Olha para o teto. Quando eu contar de um a sete, os teus olhos fechar-se-ão. Permanecerás consciente de tudo o que acontece. Poderás lembrar-te de tudo o que acontecer aqui. Podes retirar-te de qualquer coisa em que entres, se não gostares. Muito bem (lenta e calmamente): Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete13. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete. Um, dois, três (Os olhos do paciente fecham-se e as pálpebras tremem.), quatro, cinco, seis, sete. (O auditor pausa; instala o cancelador.) Muito bem, voltemos atrás ao teu quinto aniversário ... (O trabalho prossegue até que o auditor tenha trabalhado o paciente o suficiente para aquele período.) ... Vem para tempo presente. Estás em tempo presente? (Sim.) (Usa a palavra canceladora.) Quando eu contar de cinco a um e estalar os dedos, sentir-te-ás desperto. Cinco, quatro, três, dois, um. (Estalo dos dedos.)

     Como se pode ver neste exemplo, quando se terminou o trabalho do dia, o preclear, que poderá ter estado retornado no seu passado durante duas horas, tem de ser trazido de volta ao tempo presente e surpreendido com um estalo de dedos para restaurar a consciência da sua idade e condição. É vezes, ele é incapaz de voltar ao presente com facilidade - mas há um remédio rápido para isto que será abordado mais adiante - portanto, o auditor tem de se assegurar sempre de que o paciente sente que está realmente em tempo presente.

     Isto é a rêverie. É tudo o que é preciso saber sobre as suas mecânicas reais. A experiência mostrar-lhe-á muita coisa. Mas estes são os processos básicos:

  1. Assegure ao paciente que ele saberá tudo o que acontece.
  2. Conte até ele fechar os olhos.
  3. Instale o cancelador.
  4. Retorne-o a um período no passado.
  5. Trabalhe com o arquivista para obter dados.
  6. Reduza todos os engramas contatados, de modo que não reste qualquer carga.
  7. Traga o paciente para tempo presente.
  8. Assegure-se de que ele está em tempo presente.
  9. Dê-lhe a palavra canceladora.
  10. Restaure a plena consciência do seu meio circundante.

     A linha do tempo do paciente, no nível mais baixo de unidades de atenção, está sempre em excelente condição. Pode-se depender dela para se alcançar qualquer data e hora da sua vida e todos os dados que esta contem. Nos níveis mais altos de consciência, esta linha do tempo poderá parecer que está numa condição muito má. Os circuitos engrâmicos da mente reativa erguem-se entre esses níveis mais baixos - diretamente de encontro aos bancos - e os níveis mais altos que contêm o "Eu". Os níveis mais baixos só contêm um fantasma da força do "Eu" e parecem ser outro "Eu", em um caso de personalidade multivalente.

     Pode desenhar isto em um pedaço de papel e seria útil que o fizesse. Desenhe um retângulo vertical comprido (os bancos padrão) do lado esquerdo da página. Desenhe meia dúzia de círculos de encontro ao lado direito desse retângulo para representar o arquivista - as unidades monitoras do banco. Agora desenhe, mais ou menos no centro da folha, um retângulo grande. Pinte-o de preto. Esta é a área dos circuitos reativos dos engramas. Isto não é o banco reativo. É o padrão de circuitos do banco de engramas reativo que toma esta área de empréstimo ao analisador para fazer demônios, pensamento vocal, etc. Agora, à direita da página, desenhe um retângulo branco. Esta é a porção do analisador que é a "consciência" e o "Eu".

     Toda a tarefa da terapia consiste em apagar esse retângulo negro, os circuitos do banco de engramas reativo, para que desde o banco padrão, à esquerda da folha, até à porção do analisador, à direita da folha, seja tudo analisador. Não se pode fazer isto com uma faca como algumas pessoas têm pensado, avaliando a situação a partir dos seus próprios engramas, pois aquela área negra que você desenhou é tudo analisador inutilizado por engramas. E quando a terapia for terminada, toda essa área estará disponível para pensar. Isto aumenta o QI em um grau bastante acentuado.

     Agora vamos supor que a parte de baixo do seu desenho é a concepção e que a parte de cima é o tempo presente. A rota vertical para cima e para baixo é, então, a linha do tempo. Neste gráfico, pode-se supor que o tempo presente simplesmente continua a aumentar, cada vez mais para cima e para cada vez mais longe da concepção, na forma de uma nova construção (uma analogia). Para o "Eu" obter dados dos bancos padrão à esquerda, o "Eu" terá de abrir caminho através desse retângulo negro, os circuitos da mente reativa. Em grande medida, o "Eu" consegue obter dados à volta dessa área negra. Mas numa medida muito maior, não consegue obtê-los.

     Suponhamos agora que desenhamos uma linha vertical à direita do desenho. Esta linha é a "consciência". Considere que ela pode ser movida, ainda vertical, para a esquerda. À medida que a linha passa para a esquerda, obtemos um "transe" cada vez mais profundo. À medida que a linha penetra na área da mente reativa, isto torna-se um transe hipnótico. Agora, à medida que ela se move ainda mais para a esquerda, e para dentro dos círculos a que chamamos o "arquivista", isto torna-se o transe amnésico do hipnotismo. Assim, onde quer que coloquemos esta linha, estabelecemos uma "profundidade de transe". Queremos trabalhar para a direita do banco reativo, o mais próximo possível do nível desperto, para podermos manter o "Eu" em contato com o seu ambiente e impedir o aparecimento de dados indesejados que façam o paciente ficar cronicamente desconfortável. Se o paciente desliza instantaneamente da direita para a esquerda, de modo que as unidades de atenção, os círculos do próprio arquivista estejam presentes, e faz isso assim que você conta de um a sete, ele é um sujeito hipnótico. Quando despertar, ele poderá não estar consciente do que aconteceu, pois o "Eu" estava fora de contato. Trabalhe-o aí, pois ele terá sônico total, etc., mas tenha muito, muito cuidado em trabalhá-lo bastante cedo na sua área pré-natal. Ele poderá não ser capaz de recordar o que aconteceu e um engrama tardio, que não se reduzirá se for tocado, poderá impor-se com toda a sua força ao "Eu" quando o paciente recupera a posse de si mesmo. Além disso, poderá dar-lhe acidentalmente uma sugestão positiva. Trabalhe de preferência com uma profundidade de transe bastante à direita do banco reativo.

     As características das unidades que rotulamos de "arquivista" são semelhantes, em desejos, às do indivíduo básico quando ele é Clareado. Assim, pode-se alcançar a personalidade básica em qualquer paciente, pois temos aqui uma amostra dela. Mas o auditor deve contentar-se com saber que ela está ali. À medida que o Clareamento prossegue, ele vê-la-á cada vez mais. O indivíduo é ele próprio. A sua personalidade não se altera, simplesmente se torna naquilo que ele sempre quis que ela fosse nos seus momentos ótimos.

     Pode-se considerar que as unidades que estão de encontro aos bancos padrão são o arquivista. Mas o arquivista pode penetrar em mais do que apenas o banco padrão. Ele também pode retirar dados de todo o banco de engramas.

     A linha do tempo poderá ter vários aspectos para o preclear. Na realidade, não há ali nenhuma linha exceto o tempo e o tempo é invisível: mas a consciência, o "Eu", pode retornar ao longo desta. A linha do tempo está sempre ali, estendida. Mas ocorrem e voltam a ocorrer continuamente idéias aberradas desta linha, no mesmo paciente. Esta poderá ficar toda enrodilhada. Poderá ser muito longa. Poderá ser que ele nem sequer consiga entrar nela (aqui está o esquizofrênico - ele está fora da sua linha do tempo). Mas ela está lá. Esta é o sistema de arquivo por tempo e o "Eu" pode ser retornado ao longo do tempo pelo simples pedido de que ele o faça. Se não o fizer, está preso no presente ou em um engrama, o que é fácil de resolver. E assim por diante.

     Consideremos agora o banco de engramas. Este foi desenhado como um retângulo negro no esboço acima. Vamos alterar isto um pouco e voltar a desenhar tudo, com os retângulos representados por triângulos, com todos os seus vértices voltados para baixo e juntos, mas tudo o resto será como estava antes: os bancos padrão, o analisador (consciência), e o "Eu". Este agora é um modelo de trabalho, uma analogia, daquilo que o auditor está a tentar contatar. É como se o próprio banco de engramas existisse naquele triângulo negro. Na realidade não se encontra ali, existem somente os seus circuitos, mas nós só precisamos de visualizar que este existe ali. Deste modo, há uma ponta fina na parte inferior. O "Eu" e o arquivista podem juntar-se ali. Esta é a parte inferior da linha do tempo. Isto é imediatamente após a concepção. Um pouco mais acima, digamos, dois meses e meio após a concepção, o "Eu" e o arquivista têm um pouco mais de dificuldade em estabelecer contato. Há mais circuitos reativos entre eles. Aos sete meses após a concepção é ainda mais difícil. E aos vinte anos de idade isto aproximou-se da impossibilidade, na maioria dos casos, sem a técnica de Dianética.

     Assim sendo, o auditor achará vantajoso trabalhar na área pré-natal e tão cedo nesta área quanto for possível. Se ele puder clarear o tempo que vai da concepção até ao nascimento, incluindo o nascimento, nove décimos da sua tarefa estão completados. O seu objetivo é clarear todo o banco reativo.

     O banco reativo é como uma pirâmide que está muito bem blindada em toda a parte, exceto logo abaixo do vértice, e que perde a sua blindagem quando o vértice é contatado. Isto é tomar o banco reativo em um setor exposto. O esforço é para entrar na área básica, entrar em contato com os engramas antigos, apagar o engrama básico-básico por meio de recontagens e, então, avançar para cima, apagando engramas. Esses engramas aparentemente desvanecem. Na realidade, é preciso uma busca exaustiva para os descobrir, uma vez que tenham realmente desaparecido. Estes existem como memória no banco padrão, mas essa memória tem tão pouca importância, estando agora integrada como experiência, que não pode aberrar. Nada no banco podrão pode aberrar. Somente o conteúdo do banco reativo pode aberrar - momentos de "inconsciência" e o que foi registrado dentro deles - e os locks. O auditor, no seu trabalho, considera um engrama apagado quando este desvanece, quando o preclear já não consegue contatar nenhuma parte deste, mas somente depois de o preclear tê-lo reexperimentado a fundo, completo com somáticos14.

     Esta pirâmide invertida, na sua região superior, é efeito. Na região inferior, ela é a causa primária da aberração. O cimento que mantém esta pirâmide invertida aglutinada é a dor física e a emoção dolorosa. Toda a dor física alguma vez registrada pelo organismo e toda a emoção dolorosa são partes desta pirâmide invertida.

     O auditor primeiramente descarrega a emoção dolorosa da vida mais recente, como esta foi manifestada em "momentos conscientes". Ele trabalha esses períodos como engramas verdadeiros, até o preclear deixar de ser afetado por estes. Depois, ele tenta contatar o básico-básico: aquele primeiro engrama. Reduz todos os engramas que contata a caminho desse objetivo primário. Em cada sessão, ele tenta alcançar o básico-básico até ter a certeza de que o conseguiu.

     O básico-básico é o ponto inferior. Uma vez que tenha sido alcançado, inicia-se um apagamento durante o qual engrama após engrama é "reexperimentado" com todos os somáticos, até que desaparece. Antes de ter alcançado o básico-básico, o auditor poderá ter sido obrigado a percorrer os engramas vinte vezes, antes destes se reduzirem. Posteriormente, ele poderá ter verificado que estes se reduziam com cinco repasses. Depois ele contata o básico-básico e apaga-o. Se por essa altura o paciente já tiver sônico - ou se o teve o tempo todo - os engramas começam a apagar-se com uma ou duas recontagens.

     O arquivista é esperto. O auditor que não dá crédito à capacidade dessas unidades de atenção complicará o caso além do que é necessário e aumentará a sua duração. O arquivista poderá entregar coisas por frases, por somáticos e por tempo. Qualquer coisa que ele entregue normalmente reduzir-se-á nas recontagens. Ao trabalhar com o arquivista, sem tentar comandá-lo, o auditor verá o caso a melhorar continuamente, até que fica Liberado ou totalmente Clareado. A única vez em que o auditor pode ignorar isto, é quando usa o sistema de Repetição, que virá a ser descrito.

     Temos o "Eu" em rêverie; nós retornamos o preclear para um período da sua vida ao longo da sua linha do tempo; o arquivista oferece incidentes que o preclear reexperimenta; o auditor leva o preclear a recontar o engrama até que este seja aliviado ou se tenha "desvanecido"15 (todos os engramas acabarão por "desvanecer" depois de o básico-básico ter sido apagado); qualquer coisa nova que o arquivista ofereça, mesmo durante a recontagem, é abordada pelo auditor para fazer o preclear reexperimentá-la. Essa é a totalidade da atividade de Dianética. Existem, como acessórios, a Técnica de Repetição e alguns atalhos. Isto é terapia. É natural que seja necessário mais algum desenvolvimento deste assunto e este será encontrado nas páginas seguintes, para dar ao auditor todos os dados de que ele necessita. Mas estas são as linhas gerais da terapia de Dianética.


Notas de Rodapé:

11 Tecnicamente, o nome do arquivista poderia ser "unidades monitoras do banco", mas a frase seria demasiado desajeitada para usar.
12 Uma diferença adicional é que um paciente pode ser retornado sem ser preciso fazer qualquer contagem.
13 Se o paciente faz objeção a números, use letras do alfabeto. É possível que tenha sido feita uma contagem regressiva até ficar inconsciente, numa operação cirúrgica do passado, de modo que os números deixam-no nervoso.
14 Você pode contatar o arquivista por meio de drogas ou hipnotismo e reunir e reduzir engramas. Mas esta é uma solução excessivamente simplificada. O que estamos a fazer na terapia de Dianétíca é mais do que isto - estamos a tentar colocar o "Eu" em contato com o arquivista, e não apenas a trabalhar o arquivista sozinho. A hipnoanálise e a narcossíntese fracassaram porque não sabiam nada a respeito do banco de engramas e porque tentaram, sem saber o que era, trabalhar somente o arquivista. O desejo do paciente de ser trabalhado em transe amnésico ou em qualquer estado drogado é um esforço para poupar o "eu" e colocar o fardo sobre o arquivista.
15 As palavras "desvanecer" ou "apagar", quando aplicadas a um engrama que foi tratado, significam que o engrama desapareceu do banco de engramas. Este não pode ser encontrado depois, exceto através de uma busca da memória padrão.