Dianética: A Ciência da Saúde Mental Livro Três A Terapia L. Ron Hubbard [ponte_liberdade_dianetica.jpg] Ponte para liberdade dos engramas da mente reativa www.dianetics.org www.dianetica.pt www.dianetica.com.br ****** Sumário ****** 1 A proteção da Mente 2 Liberado ou Clear 3 O Papel do Auditor 4 Diagnóstico 5 O Retorno, o Arquivista e a Linha do Tempo 6 As Leis do Retorno 7 Emoção e a Força Vital 8 Alguns Tipos de Engramas 8.1 Engrama contra-sobrevivência 8.2 Engrama pró-sobrevivência 8.3 Engrama de compaixão 8.4 Engrama de emoção dolorosa 9 Mecanismos e Aspectos da Terapia - Parte I 9.1 A abertura no caso 9.2 Preso em tempo presente 9.3 Básico-básico 9.4 A redução e o apagamento 9.5 Manejar a banda somática 9.6 Tempo presente 9.7 A resposta relâmpago 9.8 Sonhos 9.9 Mudança de valência 9.10 Tipos de cadeias 9.11 Locks 9.12 O caso Júnior 9.13 Restimular o engrama 9.14 Pessoas e períodos de vida oclusos 9.15 Animosidade contra os pais 9.16 Propiciação 9.17 Amor 9.18 O apagamento 9.19 O caso de língua estrangeira 10 Mecanismos e Aspectos da Terapia - Parte II 10.1 Percepção extra-sensorial 10.2 Choque elétrico 10.3 Consentimento tácito 10.4 Desligamentos de emoção e de dor 10.5 Visões exteriorizadas 10.6 Telepatia 10.7 Condições de vida pré-natal 10.8 O sistema de arquivo de engramas 10.9 Alívio 10.10 A escala de tom e a redução de engramas 10.11 Se o paciente não trabalha bem com a técnica de repetição 10.12 Técnica da palavra única 10.13 Classes especiais de comandos 10.13.1 Negadores 10.13.2 Seguradores 10.13.3 Ressaltadores 10.13.4 Agrupadores 10.13.5 Desorientadores 10.14 Resumo 10.15 Diferenças 10.16 Importâncias relativas, "acreditar" e "não poder acreditar" 10.17 Comandos de dor física e de emoção dolorosa 10.18 O aliado versus o antagonista 10.19 Lembranças 10.20 O que fazer se um caso deixa de progredir 10.21 Quando um caso "recusa-se" a ficar bom 10.22 Drogas [como as psiquiátricas] 10.23 Autocontrole 10.24 Alterações mentais orgânicas 10.25 Perturbação orgânica 10.26 Primeiros socorros de dianética 10.27 Um problema na terapia mútua 10.28 Um problema em um caso restimulado 10.29 Conselhos ao auditor 10.30 Problemas externos dos pacientes 10.31 Restimulação 10.32 Reequilibrar um caso 10.33 Tempo de trabalho na terapia 10.34 Dados de parentes 10.35 Parar a terapia 10.36 Avaliação do auditor 10.37 Coisas que não se devem fazer em dianética 11 Dianética - Passada e Futura 11.1 A história de dianética 11.2 Dianética judiciária 11.3 Dianética e a guerra 11.4 O futuro da terapia 12 Termos de Dianética ****** Capítulo 1 A proteção da Mente ****** A mente é um mecanismo que se autoprotege. Um auditor{1} não pode cometer nenhum engano que não possa ser remediado por ele próprio ou por outro auditor, exceto se ele usar drogas (como em narcossíntese), choque, hipnotismo ou cirurgia. As coisas que se salientam neste livro são, então, as maneiras de realizar a terapia tão rapidamente quanto possível, com o mínimo de erros; porque os erros tomam tempo. Os auditores vão cometer erros, isso é inevitável. Se eles cometerem o mesmo erro repetidamente, será melhor arranjar alguém que lhes dê terapia. Provavelmente há milhares de maneiras de se meterem em sarilhos com a cura mental, mas todas estas maneiras podem ser classificadas nos seguintes grupos: 1. Uso de choque ou cirurgia no cérebro. 2. Uso de drogas poderosas. 3. Uso de hipnose como tal. 4. Tentar misturar Dianética com formas mais antigas de terapia. A mente não permitirá que a sobrecarreguem seriamente, enquanto ela puder conservar uma consciência parcial de si própria; só pode ser sobrecarregada quando a sua consciência for reduzida a um ponto tal que não possa avaliar nada: então, ela pode ficar totalmente perturbada. A rêverie de Dianética deixa o paciente plenamente consciente de tudo o que está a ocorrer e com recordação total de tudo o que aconteceu. É possível haver tipos de terapia que não fazem isto e que são úteis, mas estes devem ser abordados com o pleno conhecimento de que não são à prova de erro. Assim, Dianética usa rêverie para a maior parte do seu trabalho e, usando rêverie, não é possível ao auditor meter-se em sarilhos de que não possa extricar a si e ao seu paciente. Ele está a trabalhar com um mecanismo quase à prova de erro, desde que a mente conserve alguma consciência: um rádio, um relógio ou um motor elétrico são muito mais susceptíveis de danos nas mãos de um operário do que a mente humana. A mente humana foi construída para ser tão resistente quanto possível. Verificar-se-á que é difícil metê-la em situações que a tornem desconfortável e com a rêverie é impossível embrulhá- la o suficiente para causar uma neurose ou insanidade. No manual de infantaria dos Estados Unidos há uma frase sobre decisão: "Qualquer plano, por mais mal concebido que seja, se for ousadamente executado, é melhor do que a inação". Em Dianética, qualquer caso, por mais sério que seja, por mais inábil que o auditor seja, estará melhor se for iniciado do que se o deixarem intocado. É melhor iniciar a terapia, mesmo que tenha de ser interrompida depois de duas horas de trabalho, do que não iniciar a terapia de todo. É melhor entrar em contato com um engrama do que deixá-lo sem ter sido tocado, mesmo se o resultado for desconforto físico para o paciente - porque, daí para a frente, esse engrama não possuirá tanto poder e o desconfoto diminuirá gradualmente. Este é um fato científico. O mecanismo que Dianética utiliza é uma capacidade do cérebro que o ser humano, como um todo, não sabia que possuía. É um processo de pensamento que todos possuem inerentemente e que se destinava, evidentemente, a ser usado no processo geral de pensar, mas que, por alguma estranha omissão, o ser humano nunca descobriu antes. Assim que sabe que possui esta nova faculdade, a pessoa é mais capaz de pensar do que antes - e pode aprender esta faculdade em dez minutos. Além disso, quando a pessoa aborda um engrama com esta faculdade (que, quando intensificada, é a rêverie), algumas das ligações de subnível desse engrama são quebradas e os fatores aberrativos deixam de ter tanta força, tanto no âmbito físico como no mental. Além disso, o conhecimento de que existe uma solução para as doenças mentais é um fator estabilizador. Abordar um engrama com rêverie está muito longe de ser o mesmo que restimular o engrama exteriormente, como é feito na vida. O engrama só é um personagem poderoso e perigoso enquanto estiver intocado. Estando no seu lugar e ativo, ele pode ser restimulado e causar inúmeras doenças mentais e físicas. Mas abordá-lo com rêverie significa abordá-lo em um circuito novo que o desarma. O poder do engrama é, em parte, o medo do desconhecido: o conhecimento, por si só, traz estabilidade. Não pense que não vai pôr os pacientes desconfortáveis. Isto não é verdade. O trabalho do auditor, quando toca um engrama que não consegue ser levantado, poderá levar o paciente a ter dores de cabeça, vários padecimentos e dores e até doenças físicas ligeiras, mesmo quando o trabalho é feito com cuidado. Mas há anos que a vida tem vindo a fazer isto ao paciente numa escala muito maior e, por mais maltratado que um caso esteja, por mais aberrações que apareçam para atormentar o paciente por um ou dois dias, nenhuma delas é tão séria quanto as que podem ser provocadas pelo ambiente a atuar sobre um engrama que não foi tocado. O auditor pode fazer tudo ao contrário, de pernas para o ar e completamente errado e o paciente ainda assim estará melhor - mas apenas se o auditor não tentar usar drogas, não usar hipnotismo e não tentar misturar Dianética com alguma terapia mais antiga. Uma vez que tenha usado Dianética, ele não voltará a recorrer às tentativas místicas para curar mentes. Em suma, o que se salienta aqui é que, desde que o auditor comece por tomar um caso relativamente simples (para ver como funcionam os mecanismos da mente) e use somente rêverie, ele não pode meter-se em sarilhos. É certo que haverá aqueles que acreditam ser tão experientes em tocar atabaques ou em agitar chocalhos, que não darão a Dianética uma oportunidade de funcionar como Dianética, mas em vez disso entram a toda a pressa e começam a atormentar o paciente com "inveja do pênis" ou a fazê-lo arrepender-se dos seus pecados. Mas o paciente que comece a ver isto será inteligente se simplesmente trocar de posição com o auditor, do divã para a cadeira do auditor, e limpar algumas das aberrações do auditor antes de prosseguirem o trabalho. Qualquer indivíduo que tenha lido este livro uma vez até ao fim e conseguido um paciente com recordação sônica para uma tentativa experimental, saberá mais sobre a mente, nessas ações, do que alguma vez soube antes. E ele estará mais habilitado e capaz de tratar a mente do que qualquer outro que tivesse tentado fazê-lo, independentemente da sua reputação, há muito pouco tempo atrás. Isto não quer dizer que as pessoas que já tenham tido experiência com pacientes mentais não tenham, conhecendo Dianética (conhecendo Dianética), uma vantagem sobre os que não compreendem algumas das fraquezas de que o ser humano é capaz em um estado aberrado. E, por outro lado, isto não quer dizer que um engenheiro, um advogado ou um cozinheiro, com alguns casos de Dianética na sua bagagem, não estejam mais habilitados do que todos os outros praticantes de qualquer formação ou tipo. Neste caso, não há qualquer limite. Não se poderia dizer, assim de repente, se um hipnotizador ou um psicólogo capaz, pronto e disposto a deitar fora e a desaprender os erros de ontem, estaria mais bem preparado para praticar Dianética. No campo da medicina psicossomática, o médico, possuidor de grande experiência na cura, poderá muito bem estar acima de outros auditores no trabalho de Dianética. Mas este não é necessariamente o caso, pois na pesquisa tem-se provado que homens e mulheres, com os antecedente profissionais mais improváveis, de repente se tornaram auditores mais hábeis do que aqueles que estão em campos que se pensaria serem mais afins. Os engenheiros, particularmente, são material excelente e fazem auditores excelentes. Além disso, Dianética não está a ser entregue a uma profissão, porque nenhuma profissão poderia abrangê-la. Ela não é suficientemente complicada para justificar anos de estudo numa universidade. Pertence ao ser humano e é duvidoso que alguém pudesse monopoliza-la, pois não se encaixa em nenhum tipo de legislação, seja onde for. E se houvesse legislação para fazer de Dianética uma profissão licenciada, então seria de temer que ouvir histórias, anedotas e experiências pessoais também teria de ser legislado numa profissão. Tais leis colocariam todos os humanos de boa vontade, que escutam as dificuldades de um amigo com compaixão, atrás de uma cerca de arame farpado. Dianética não é psiquiatria. Não é psicanálise. Não é psicologia. Não é relações pessoais. Não é hipnotismo. É uma ciência da mente e necessita de tanto licenciamento e regulamentação como a aplicação da ciência da física. As coisas contra as quais existe legislação são uma questão de lei, porque poderão, de algum modo, prejudicar indivíduos ou a sociedade. Existe legislação sobre psicanálise em cerca de três estados da União e existe legislação contra ou sobre a psiquiatria em toda parte. Se um auditor deseja constituir-se como psiquiatra, com o poder de fazer a vivissecção de cérebros humanos, se ele quer constituir-se como médico e ministrar drogas e medicamentos, se ele quer praticar hipnotismo e introduzir sugestões em um paciente, então ele tem de enquadrar isso na psiquiatria, medicina e nas leis locais sobre o hipnotismo, pois ele entrou noutros campos que não a Dianética. Em Dianética, não se usa o hipnotismo, não se opera cérebros e não se ministra drogas. Dianética não é abrangida por legislação em parte alguma, pois não há lei que possa impedir que um humano se sente e conte os seus problemas a outro humano. E se alguém quiser um monopólio de Dianética, pode ter a certeza de que ele o quer por motivos que nada têm a ver com Dianética, mas sim com lucros. Não há psiquiatras suficientes no país para sequer começar a prover de pessoal as instituições de doentes mentais. Com certeza que esta geração, sobretudo com todo o trabalho iatrogênico{2} que tem sido feito, continuará a precisar dessas instituições e precisará de psiquiatras: o campo deles é o tratamento do insano, por definição, e isso não tem nada a ver consigo, nem comigo. Na psicologia, a Dianética introduz-se sem perturbar nada que esteja relacionado com o seu pessoal, pesquisa ou postos de ensino, pois a psicologia é simplesmente o estudo da psique, e agora que existe uma ciência da psique, ela pode seguir adiante com determinação. Assim, Dianética não é inimiga de ninguém e está totalmente fora de todas as legislações existentes, nenhuma das quais antecipou ou criou qualquer provisão para uma ciência da mente. ****** Capítulo 2 Liberado ou Clear ****** O objetivo da terapia de Dianética é produzir um Liberado ou um Clear. Um Liberado (substantivo) é um indivíduo de quem se removeu a tensão e a ansiedade mais importantes, por meio da terapia de Dianética. Um Clear (substantivo) é um indivíduo que, como resultado da terapia de Dianética, não tem qualquer doença nem aberração psicossomática ativa ou potencial. Clarear (verbo) é liberar toda a dor física e emoção dolorosa da vida de um indivíduo ou, como no caso da Dianética Política, de uma sociedade. O resultado disto produzirá uma persistência nas quatro dinâmicas, uma capacidade analítica ótima para o indivíduo e, com isso, toda a recordação. O Clear tem a experiência da sua vida inteira à disposição e tem toda a sua capacidade mental e imaginação inerentes livres para usá-la. A sua vitalidade e saúde física melhoraram marcadamente e todas as doenças psicossomáticas desapareceram e não voltarão. Tem uma resistência maior à doença real. É adaptável e capaz de mudar o seu ambiente. Ele não é "ajustado"; ele é dinâmico. Os seus padrões éticos e morais são elevados, a sua capacidade de procurar e experimentar prazer é grande. A sua personalidade eleva-se e ele é criador e construtivo. Ainda não se sabe qual é a longevidade que se acrescenta a uma vida no processo de clareamento, mas considerando o reequilíbrio automático do sistema endócrino, a menor incidência de acidentes e a melhoria do tom físico geral, com certeza que ela aumentará. Um Liberado é um indivíduo que foi liberado das dificuldades mentais e físicas e da emoção dolorosa, atuais ou crônicas. O valor de um Liberado, quando comparado com um Clear, poderá não parecer muito grande a primeira vista. Mas quando se compreende que um Liberado geralmente excede o normal{3} contemporâneo em termos de estabilidade mental, pode-se ver que a condição tem de fato um grande valor. Como padrão de comparação, um Clear está para o normal contemporâneo como o normal contemporâneo está para um caso institucional contemporâneo. A margem é ampla e seria difícil exagerá-la. Um Clear, por exemplo, tem recordação completa de tudo o que alguma vez lhe aconteceu ou de qualquer coisa que tenha estudado. Por exemplo, ele faz em dez ou quinze segundos os cálculos mentais, como os de xadrez, que um normal faria em meia hora. Ele não pensa "vocalmente", mas sim espontaneamente. Não há circuitos demônio na sua mente, exceto aqueles que ele poderia divertir-se em criar - e voltar a desfazer - para tratar das diferentes abordagens à vida. Ele é inteiramente autodeterminado. E a sua imaginação criadora é elevada. Ele pode fazer um estudo rápido de qualquer coisa dentro da sua capacidade intelectual, que é inerente, e esse estudo para ele seria o equivalente a um ano ou dois de formação quando ele era "normal". O seu vigor, persistência e tenacidade em relação à vida são muito maiores do que alguém alguma vez julgou possível. A objeção de que é perigoso criar demasiados Clears numa sociedade é irrefletida. O Clear é racional. Os atos que prejudicam uma sociedade são irracionais. Que um punhado de Clears provavelmente poderia controlar qualquer número de "normais" está dentro dos limites da razão, mas que um Clear os controlaria em detrimento deles é absurdo. Quanto mais Clears uma sociedade possuísse, mais possibilidade essa sociedade teria de prosperar. Não foi comprovado por observação científica que um Clear tenha falta de ambição, pois a curva de ambição decrescente segue a curva de racionalidade decrescente; e os que têm sido Clareados têm provado a questão, ao reativarem todas as suas capacidades para alcançar objetivos que desejaram em tempos [passados], mas que, quando "normais", já tinham começado a considerar inatingíveis. O fato de um Clear estar, em certo grau, separado do "normal" é atribuível ao abismo que existe entre as suas respectivas capacidades mentais, pois ele chega a soluções e conclusões antes de o "normal" ter começado a formar uma idéia do que deve concluir. Isto não torna um Clear intolerável para o "normal", pois o Clear não tem nenhuma dessas atitudes de superioridade que são, na realidade, um produto dos engramas. Este é um olhar rápido ao estado de ser Clear. Mas o estado não pode ser descrito; ele tem de ser experimentado para ser apreciado. Um Liberado é uma quantidade um tanto variável. Qualquer indivíduo bem adiantado no caminho para Clear é um Liberado. Não há comparação entre um Clear e qualquer coisa que o ser humano antes acreditasse que era possível obter, e não há comparação entre a ação de clareamento e qualquer terapia até agora praticda. Só no caso do Liberado é que há uma base de comparação entre Dianética e as terapias anteriores, como a "psicanálise" ou qualquer outra. Pode-se produzir um Liberado em poucas semanas. A condição resultante será pelo menos equivalente à que se segue a dois anos de psicanálise, com a diferença de que o Liberado tem uma garantia de resultados permanentes e a psicanálise jamais deu qualquer garantia de sucesso. Um Liberado não recai em algum padrão que tenha sido aliviado. Estes são os dois objetivos do auditor de Dianética: Clear e Liberado. No momento em que escrevo, não se sabe qual é o tempo médio necessário para fazer o insano do manicômio subir para o nível neurótico: isto tem sido feito em duas horas, tem sido feito em dez horas e em alguns casos isto tem requerido duzentas horas.{4} O auditor de Dianética deve determinar antecipadamente, em qualquer caso, se deseja tentar obter um Liberado ou um Clear. Pode conseguir uma coisa ou a outra com qualquer pessoa que não seja organicamente insana (com porções do cérebro em falta ou cauterizadas que provocam insanidade, principalmente genética ou iatrogênica e relativamente rara, exceto nos manicômios). Mas ele deve fazer uma estimativa do número de horas que pode investir em qualquer pessoa, regular a sua intenção de acordo com isso e anunciá-la ao seu paciente. Os dois objetivos são ligeiramente diferentes. Num Liberado, não se tenta entrar em fases do caso que poderão ocasionar ou que ocasionarão uma necessidade de trabalho prolongado e dá-se atenção à localização e liberação de carga emocional. Num Clear, o auditor dá a sua atenção à localização do engrama básico-básico, à descarga de emoção e de todo o banco de engramas. Há um terceiro objetivo que poderia ser considerado um grau inferior de Liberado. Trata-se de uma Ajuda. Esta pode ser feita após o ferimento, ou na doença que se segue ao ferimento ou na doença que alguém acaba de sofrer, com o fim de promover uma recuperação mais rápida: para ajudar o corpo a reabilitar-se após um ferimento ou doença. Esta é uma terapia especializada que provavelmente virá a ser uma prática muito comum, mas que é de benefício primário para o médico que, com ela, pode salvar vidas e acelerar a cura ao aliviar o engrama dessa doença ou ferimento específico, removendo assim, as várias concepções engrâmicas que a progressão do ferimento restimula. Qualquer auditor de Dianética pode praticar isto. A Ajuda tem mais ou menos o mesmo nível de utilidade que um milagre da cura pela fé, que funcionasse todas as vezes. É difícil fazer estimativas do tempo necessário para o caso com uma exatidão superior a 50 por cento, e o paciente deve compreender que o tempo na terapia é variável. Isto depende, até certo ponto, da capacidade do auditor, do número de engramas insuspeitados que nunca antes foram reativados e da quantidade de restimulação a que o paciente está sujeito durante a terapia. Por conseguinte, o auditor não deve ser otimista ao estimar o tempo, mas deve fazer o seu paciente compreender que se pode gastar mais ou menos tempo na terapia. Qualquer pessoa que seja inteligente, possuidora de uma persistência mediana e que esteja disposta a ler meticulosamente este livro, deve ser capaz de se tornar um auditor de Dianética. Quando tiver Clareado dois ou três casos, ela terá aprendido muito mais e compreendido muito mais do que o que está contido neste livro, pois não há nada que desenvolva mais a compreensão de uma máquina do que lidar com esta enquanto trabalha. Este é o livro de instruções, a máquina em causa está disponível onde quer que haja humanos. Contrariamente à superstição sobre a mente, é quase impossível danificar permanentemente o mecanismo. Pode-se fazer isso com um eletrochoque, com um bisturi ou com um picador de gelo, mas é quase impossível fazê-lo com a terapia de Dianética. ****** Capítulo 3 O Papel do Auditor ****** O propósito da terapia e o seu único alvo é a remoção do conteúdo do banco de engramas reativo. Num Liberado, a maior parte da tensão emocional é apagada deste banco. Num Clear, todo o conteúdo é removido.{5} A aplicação de uma ciência é uma arte. Isto é verdade para qualquer ciência. A eficácia da sua aplicação depende da compreensão, perícia e capacidade de quem a aplica. O químico tem uma ciência da química, mas a profissão de ser um químico é uma arte. O engenheiro poderá ter atrás de si a precisão de todas as ciências físicas e, no entanto, a prática da engenharia é uma arte. Depois de compreendidos os axiomas básicos de uma ciência, pode-se estabelecer certas regras de procedimento. Acima dessas regras de procedimento estão a compreensão, a perícia e a capacidade necessárias à aplicação. Dianética é extremamente simples. Isto não quer dizer que os casos não possam ser extremamente complicados. Para tratar de um caso de cada tipo neste livro, seriam necessários dois mil milhões de casos e isto só abrangeria a população atual, pois cada humano é muito diferente de todos os outros humanos. A sua personalidade inerente é diferente. O seu compósito de experiências é diferente. E as suas dinâmicas têm forças diferentes. A única constante é o mecanismo do banco de engramas reativo e somente esse é que não varia. O conteúdo desse banco difere de humano para humano, tanto em quantidade como em intensidade, mas o mecanismo de operação do banco e, portanto, os mecanismos básicos de Dianética são constantes de humano para humano - foram constantes em todas as épocas e serão constantes em todas as épocas futuras, até que o ser humano evolua para outro tipo de organismo. O alvo é o engrama. Esse também é o alvo da mente analítica e das dinâmicas do paciente enquanto ele tenta viver a sua vida. Este é o alvo da mente analítica do auditor e das suas dinâmicas. Enquadrado e bombardeado deste modo, o banco abre mão do seu depósito de engramas. Isto deve ser extremamente claro para qualquer auditor: assim que ele relaxe a sua posição de auditor e esqueça o alvo, ele acumula complicações que consumirão o seu tempo. No momento em que cometer o erro de pensar que a pessoa, a mente analítica ou as dinâmicas do paciente estão a resistir, a tentar parar a terapia ou a desistir, o auditor cometeu o erro fundamental e básico na prática de Dianética. Quase tudo o que corre mal pode ser rastreado a esse erro. Nunca se pode dizer com demasiada ênfase que a mente analítica e as dinâmicas do paciente nunca, nunca, nunca resistem ao auditor. O auditor não está ali para ser resistido. Ele não está interessado na resistência de coisa alguma, exceto dos engramas do paciente (e às vezes dos seus próprios). O auditor não está ali como o incitador ou conselheiro do paciente. Não está ali para ser intimidado pelos engramas do paciente ou para ser assustado pelos seus aspectos. Está ali para auditar e apenas para auditar. Se ele acha que deve fazer-se soberbo com o paciente, então o melhor é mudar-se da cadeira para o divã, pois ele tem um caso de autoritarismo que começa a despontar. Usa-se a palavra auditor, não "operador" ou "terapeuta", porque este é um esforço cooperativo entre auditor e paciente, e a lei da afinidade está em ação. O paciente não consegue ver as suas próprias aberrações. Esta é um das razões por que o auditor está presente. O paciente precisa de ser amparado para enfrentar as incógnitas da sua vida. Esta é outra razão por que o auditor está presente. O paciente não se atreveria a dirigir ao mundo que se introduziu dentro dele e virar as costas ao mundo que está exterior a ele, a menos que tenha uma sentinela. Esta é outra razão por que o auditor está presente. O trabalho do auditor é salvaguardar a pessoa do paciente durante a terapia, computar as razões por que a mente do paciente não consegue alcançar o interior do banco de engramas, fortalecer a coragem do paciente e apanhar esses engramas. Neste momento, está em ação um caso de afinidade tripla. Eu estou em afinidade com o auditor: estou a dizer-lhe tudo o que foi descoberto e que está a ser usado em Dianética e quero que ele tenha êxito. O auditor está em afinidade com o paciente: ele quer que o paciente ataque engramas. O paciente está em afinidade com o auditor porque, com um mínimo de trabalho, esse paciente vai melhorar e com a persistência proporcionada pelo auditor, mais a sua própria persistência, ele tornar-se-á um Liberado ou um Clear. Há ainda mais afinidades em ação, uma vasta rede delas. Este é um esforço cooperativo. O alvo é o banco de engramas, não o paciente. Se o paciente pragueja, geme, chora e implora, isso são engramas a falar. Depois de algum tempo, os engramas que o fazem praguejar, gemer, chorar e implorar serão descarregados e rearquivados. O paciente, qualquer que seja o seu estado, sabe muito bem que a ação tomada é necessária. Se o auditor é tão pouco racional que confunde essas pragas ou gemidos com uma coisa dirigida contra ele pessoalmente, será melhor esse auditor trocar de lugar com o paciente e submeter-se à terapia. A única coisa que resiste é o engrama! Quando está a ser restimulado, este colide com o analisador do paciente, tende a reduzir o poder analítico e o paciente exibe uma dramatização modificada. Qualquer auditor que tenha duas células cerebrais que façam clique, nunca correrá o menor perigo nas mãos do pré-liberado ou do preclear{6}. Se o auditor quer usar hipnotismo e tentar percorrer engramas recentes e fisicamente dolorosos tais como operações, quando os mais antigos estão disponíveis, ele poderá dar por si a ser alvejado. Mas então ele fez uma coisa muito errada. Se o auditor, subitamente, se torna supermoralista e começa a dar sermões ao paciente, ele poderá meter-se em complicações. Mas, mais uma vez, ele fez uma coisa muito errada. Se o auditor fala brusca e rispidamente com o paciente, ele poderá vir a ser alvejado. Mas, mais uma vez, foi cometido um erro fundamental. O alvo é o banco de engramas. O trabalho do auditor é atacar o banco de engramas do preclear. O trabalho do preclear é atacar esse banco. Atacar o preclear é permitir que o seu banco de engramas ataque o preclear. Sabemos que há cinco métodos de lidar com um engrama. Quatro deles são errados. Sucumbir a um engrama é apatia, ignorar um engrama é negligência, mas evitar ou fugir de um engrama é covardia. Atacar, e somente atacar, resolve o problema. O dever do auditor é assegurar que o preclear continua a atacar engramas, não o auditor ou o mundo exterior. Se o auditor ataca o preclear, isso é uma péssima pontaria e uma lógica muito medíocre. A melhor maneira de atacar o banco de engramas é, primariamente, descarregando a sua carga emocional, onde quer que esta possa ser contatada. Depois disso, a melhor maneira de o atacar é descobrindo aquilo que o preclear, em rêverie, acha que aconteceria com ele se ficasse bom, se ficasse melhor, se descobrisse, etc. E depois é sempre da maior importância contatar, de qualquer modo possível, o momento primário de dor ou inconsciência na vida do paciente. Este é o básico-básico. Uma vez que um auditor tenha o básico-básico, o caso resolver-se-á rapidamente. Se a mente reativa do preclear está a suprimir o básico-básico, então o auditor deve descarregar mais emoção reativa, descobrir a computação que agora está a atuar e tentar novamente. Ele acabará por chegar ao básico-básico. Isto é importante. E é só isto que é importante em um preclear. No pré-liberado (paciente que está a trabalhar somente para ser Liberado), a tarefa é descarregar emoção e tantos engramas antigos quantos se apresentem com facilidade. A redução de locks poderá ser incluída no pré-liberado, mas só se deve tocar nos locks quando estes conduzem ao básico-básico em um preclear. Existem três níveis de cura. O primeiro é realizar o trabalho eficientemente. O segundo é tornar o paciente confortável. Abaixo desse está a compaixão. Em suma, se não puder fazer nada por um humano com uma coluna partida, pode torná- lo confortável. Se nem sequer pode torná-lo confortável, pode compadecer-se dele. O segundo e o terceiro dos escalões acima são inteiramente injustificados em Dianética. O trabalho pode ser feito eficientemente. Tornar o paciente confortável é uma perda de tempo. Demonstrar compaixão por ele poderá enredar todo o caso, pois os seus piores engramas serão engramas de compaixão e a compaixão poderá restimulá-los a sair do seu lugar. O auditor que se põe a dar "palmadinhas nas mãos", por mais que isto pareça estar indicado, está a perder tempo e a atrasar o caso. Uma rudeza indevida não é indicada. Uma atitude amigável, alegre e otimista cuidará de tudo. Um preclear às vezes precisa de um sorriso. Mas ele já recebeu mais "palmadinhas nas mãos" do que o analisador foi capaz de computar. A sua doença psicossomática crônica contêm compaixão no seu engrama. A coisa seguinte que o auditor deve saber e seguir é o Código do Auditor{7}. Isto poderá parecer uma coisa extraída de Quando a Cavalaria Estava em Flor ou dos Treze Rituais para Beatitude Celestial e Nirvana, mas se não for empregado pelo auditor nos seus pacientes, o auditor terá algum trabalho bastante árduo à sua frente. Este código não é para o conforto do preclear; é exclusivamente para a proteção do auditor. O Código do Auditor nunca deve ser violado. A prática em Dianética tem demonstrado que só a violação do Código do Auditor pode interromper casos. O auditor deve ser cortês no tratamento de todos os preclears. O auditor deve ser bondoso, não se permitindo nenhuma crueldade para com o preclear, nem cedendo a qualquer desejo de punir. O auditor deve estar silencioso durante a terapia, não deve falar mais do que os pontos essenciais de Dianética, durante uma sessão real. O auditor deve ser digno de confiança, cumprindo a sua palavra quando dada, mantendo os encontros marcados e os seus compromissos de trabalho e nunca se comprometendo com nada que ele tenha a mínima razão para crer que não pode cumprir. O auditor deve ser corajoso, nunca cedendo terreno ou infringindo os princípios fundamentais da terapia porque um preclear acha que ele deve fazê-lo. O auditor deve ser paciente no seu trabalho, nunca se mostrando inquieto nem irritado com o preclear, independentemente do que o preclear esteja a fazer ou a dizer. O auditor deve ser meticuloso, nunca permitindo que o seu plano de trabalho seja influenciado ou que uma carga seja evitada. O auditor deve ser persistente, nunca desistindo até que ele tenha conseguido resultados. O auditor deve ser reservado, nunca dando ao paciente qualquer informação sobre o seu caso, incluindo avaliações de dados ou estimativas adicionais do tempo em terapia. Há várias condições que se seguem quando qualquer uma das coisas acima mencionadas é violada. Todas as violações atrasam a terapia e ocasionam mais trabalho para o auditor. Todas as violações resultam em prejuízo do auditor. Por exemplo, no último ponto, não faz parte do trabalho do auditor informar o preclear sobre nada. Assim que ele começa a fazer isso, o preclear liga prontamente o auditor no circuito como a fonte de informação e, assim, evita os engramas. O auditor observará em progresso as emoções humanas mais violentas e perturbadoras. Ele poderá ser levado a compadecer-se. Mas se o fizer, ele falhou em notar uma coisa e retardou a terapia: sempre que uma emoção se manifesta, esta é uma emoção que em breve passará à história. Por mais voltas que o preclear possa dar, por mais que ele se mova ou se retorça, o auditor tem de manter, de um modo firme na sua mente, o fato de que cada gemido ou volta é mais um passo na direção do objetivo. Porquê assustar-se ou desperdiçar compaixão com uma coisa que, depois de ser recontada algumas vezes, deixará um preclear mais feliz? Se quando um preclear começa a tremer, o auditor se assusta e comete o maior dos erros ao dizer: "Vem para tempo presente!", ele pode estar certo de que o preclear terá um par de dias maus e que da próxima vez que o auditor quiser entrar naquele engrama, este estará bloqueado. Se um auditor assumir o estado de espírito de que pode sentar-se e assobiar, enquanto Roma arde perante os seus olhos e se estiver preparado para se rir disso, então fará um trabalho excelente. As coisas que ele observa, independentemente do que parecem, independentemente de como soam, são ganhos sólidos. É o paciente calmo e bem comportado que tem poucos ganhos. Isto não quer dizer que o auditor só tenta encontrar violência, mas quer dizer que quando a obtém, ele pode ficar feliz e contente, porque foi mais um engrama que perdeu a sua carga. A tarefa de auditar parece-se muito com a de um pastor conduzindo as suas ovelhas, os engramas, para dentro do curral do matadouro. O preclear não está sob as ordens do auditor. Mas se o caso estiver a correr bem, o preclear fará aquilo que o auditor quiser com estes engramas, porque a mente analítica e as dinâmicas do preclear querem ver esse trabalho levado a efeito. A mente sabe como a mente funciona. ****** Capítulo 4 Diagnóstico ****** Uma das contribuições mais importantes de Dianética é a resolução do problema do diagnóstico no campo da aberração. Até agora, houve um número quase ilimitado de classificações. Além disso, não tem existido um standard ótimo. Quando se pesquisa no campo dos textos psiquiátricos, encontra-se uma vasta discordância em classificação e reclamações contínuas de que a classificação é muito complexa e carece de utilidade. Sem um objetivo ótimo de conduta ou estado mental e sem o conhecimento da causa da aberração, só era possível ter catálogos de descrições, e estes eram tão complicados e contraditórios que se tornava quase impossível atribuir, com precisão, qualquer classificação a um psicótico ou neurótico que levasse a uma compreensão do seu caso. A principal deficiência desse sistema de classificação era que a classificação não conduzia a uma cura, pois não havia nenhum tratamento standard e não havia nenhum estado ótimo que indicasse quando o tratamento terminava. E como não havia nenhuma cura para a aberração ou doença psicossomática, não podia haver uma classificação que indicasse qual era a direção que deveria ser tomada ou o que se poderia esperar uniformemente de um caso. Isto não é com certeza uma crítica aos esforços do passado, mas é uma fonte de alívio saber que a classificação da aberração é desnecessária por processos tão complicados como os que têm sido usados e que a catalogação das doenças psicossomáticas, embora necessária para o médico, não tem importância para o auditor. Na evolução da ciência de Dianética, houve vários estágios de classificação, até que finalmente ficou claro que o rótulo de uma condição patológica devia ser apenas aquilo que o auditor teve de superar para conseguir a cura. Este sistema, tal como foi desenvolvido agora através da prática, permite ao auditor "diagnosticar" sem qualquer outro conhecimento além do contido neste capitulo e da sua própria experiência futura. O número de aberrações possíveis é o número de combinações de palavras possíveis numa língua, tal como elas estão contidas nos engramas. Por outras palavras, se um psicótico pensa que é Deus, ele tem um engrama que diz que ele é Deus. Se está preocupado com veneno no guisado, ele tem um engrama que lhe diz que poderá ter veneno no guisado. Se está certo de que poderá ser despedido do emprego a qualquer momento, muito embora seja competente e popular, ele tem um engrama que lhe diz que está prestes a ser despedido. Se ele acha que é feio, ele tem um engrama acerca de ser feio. Se tem medo de cobras ou gatos, ele tem engramas que lhe dizem para temer cobras e gatos. Se ele está certo de que tem de comprar tudo o que vê, apesar do seu rendimento, ele tem um engrama que lhe diz para comprar tudo o que vê. E considerando o fato de que qualquer pessoa que não seja Liberada ou Clareada tem mais de duzentos ou trezentos engramas e como estes engramas contêm uma variedade considerável de linguagem, e como ele poderá escolher uma de cinco maneiras de lidar com qualquer um desses engramas, o problema da aberração não é importante para o auditor, exceto quando torna a terapia mais lenta. A maior parte das pessoas aberradas falam, em grande medida, a partir dos seus engramas. Não importa qual possa ser o fraseado crônico da indivíduo, o seu fraseado de raiva, o seu fraseado de apatia, a sua atitude geral na vida, esse fraseado, quando se afasta mesmo que minimamente da racionalidade completa, está contido em engramas. O humano que "não consegue ter a certeza", que "não sabe" e que é céptico a respeito de tudo está a falar a partir de engramas. O humano que tem a certeza de que "isto não pode ser verdade", de que "isto não é possível", de que "a Autoridade tem de ser consultada", está a falar a partir de engramas. A mulher que tem tanta certeza de que precisa de um divórcio ou de que o marido vai assassiná-la uma noite destas, está a falar a partir dos seus próprios engramas ou dos engramas dele. O humano que entra e diz que tem uma grande dor no estômago, que se sente "tal como se um fio de cobre de 2,5 mm^(2) de seção estivesse a atravessá-lo", muito possivelmente foi atravessado por um fio de cobre de 2,5 mm^(2) de seção durante uma tentativa de aborto ou alguém disse isso quando ele estava a sentir dor. O humano que diz que isto "tem de ser cortado para fora" está a falar diretamente a partir de um engrama de alguma operação dele ou da sua mãe ou de uma tentativa de aborto. O humano que "tem de se livrar disso" também está, possivelmente, a falar a partir de um engrama de tentativa de aborto. O humano que "não pode livrar-se disso" poderá estar a falar a partir da mesma fonte, mas noutra valência. Em suma, as pessoas, especialmente quando estão a falar sobre Dianética e engramas, falam com conversa engrâmica em jorros constantes. Normalmente, elas não têm consciência de que estão a dizer coisas que são dramatizações menores dos seus engramas e julgam ter chegado a essas conclusões por elas próprias ou julgam que pensam essas coisas. A suposição e a explicação são apenas pensamento justificativo: o analisador a desempenhar o seu dever de garantir que o organismo tem razão, por mais tolamente que este esteja a agir. O auditor pode ter a certeza, sobretudo quando está a falar sobre Dianética, de que ele vai ouvir bastante conteúdo engrâmico como resposta; pois a discussão da mente reativa geralmente ocorre na linguagem que esta própria contêm. Recorde-se que a mente reativa só pode pensar com base nesta equação, A=A=A, em que os três A's poderão ser, respectivamente, um cavalo, uma praga e o verbo "cuspir". Cuspir é igual a cavalos é igual a praga. A mente reativa é um Simão Simplório muito zeloso, a pisar cuidadosamente em cada tarte. Assim, quando se diz a um humano que ele tem de apagar o conteúdo do banco reativo, ele poderá dizer que, se o fizesse, iria com certeza perder toda a sua ambição. Pode ter a certeza - e isto comprova-se em terapia com grande facilidade e deixa alguns preclears bastante envergonhados - que o seu preclear tem um engrama que poderá ser mais ou menos assim: (Golpe ou pancada, pré-natal) Pai: Diabos, Inês, tu tens de livrar-te desse maldito bebê. Se tu não o fizeres, morreremos de fome. Não ganho o suficiente para isso. Mãe: Não, não, não posso livrar-me dele, não posso, não posso, não posso! Juro que cuidarei dele. Trabalharei como uma escrava para o sustentar. Por favor, não me faças livrar dele. Se o fizesse, morreria. Ficaria louca! Perderia todas as minhas esperanças. Perderia todo o meu interesse na vida. Perderia a minha ambição. Por favor, deixa-me ficar com ele! Esse é um engrama bastante comum e um aberrado pode ser bastante sincero, "racional" e sério quando defende a sua conclusão de que acabou de "pensar" na "computação" de que se ele "se livrar dele" ficará louco, perderá a ambição e poderá até morrer! Na altura em que se escreve esta obra, a maioria dos engramas que serão encontrados nos adultos vêm dos primeiros 25 anos do século XX. Esse foi o período de: "Ah, Jack Dalton, finalmente tenho-te nas minhas mãos!" Foi o período de Sangue e Areia e de Theda Bara. Foi o período do uísque de contrabando e do sufrágio feminino. Abrangeu os dias da "juventude ardente" e de "Os Ianques Vêm Aí", e pedaços dessa vida colorida estarão a exigir ação nos bancos de engramas. Os auditores de Dianética obtiveram trechos inteiros da Grande Peça O Ébrio a partir de engramas pré-natais, não como uma quantidade de "lamechice" com piada, mas como um esforço sincero e apaixonado da Mamã para reformar o Papá. Superdrama, Melodrama. E não apenas isso, mas também tragédia. A ressaca da Década Alegre de 1890, quando a "mulher de negócios" tinha apenas começado a ser "livre" e Carrie Nation estava a salvar o mundo à custa dos taberneiros, será moeda corrente nos engramas encontrados nos adultos de hoje. Os clichês e os absurdos de ontem tornam-se, muito tragicamente, nos comandos engrâmicos de hoje. Por exemplo, descobriu-se que um jovem muito, muito taciturno, tinha como motivo central da sua mente reativa as históricas hesitações de Hamlet sobre se devia "ser ou não ser, eis a questão". A Mamã (que era aquilo a que os auditores dados a expressões coloquiais chamam uma "desparafusada") obteve-o por contágio de um pai ator, cujo fracasso em ser um Barrymore levou-o a beber e espancar a mulher; e este jovem passava horas sentado em apatia taciturna pensando na vida. Para classificar a sua psicose não era preciso mais do que chamar-lhe um "jovem apático". A maior parte do conteúdo engrâmico é apenas clichês, lugares-comuns e crises emocionais da Mamã ou Papá. Mas o auditor terá os seus momentos. E quando de repente tomar conhecimento destas coisas, o preclear terá as suas gargalhadas. Por outras palavras, a aberração pode ser qualquer combinação de palavras contidas em um engrama. Assim, classificar por aberração não é apenas totalmente impossível, também é completamente desnecessário. Depois de um auditor ter percorrido um caso, ele será muito mais capaz de apreciar isto. Quanto às doenças psicossomáticas, como estão classificadas em um capítulo anterior, essas também dependem de combinações acidentais ou intencionais de palavras e de toda a variedade possível de ferimentos e de fluido e crescimento desequilibrados. Está muito bem que se chame "tendinite" a uma dor obscura, mas o que é mais provável e exato é que se trate de uma queda ou ferimento antes do nascimento. A asma vem com bastante regularidade do nascimento, assim como a conjuntivite e a sinusite, mas quando estas podem ocorrer no nascimento há, geralmente, antecedentes pré-natais. Assim sendo, pode-se dizer que o lugar onde um homem ou uma mulher tem dores tem pouca importância para o auditor, exceto para usar a doença crônica do paciente para localizar a cadeia de engramas de compaixão, e tudo o que o auditor precisa de saber sobre aquela doença é que alguma área do corpo do paciente lhe dói. Para o auditor, isso é o suficiente para o diagnóstico psicossomático. Acontece que o grau de aberração e o grau de doença psicossomática não são os fatores reguladores que determinam quanto tempo um caso poderá levar. Um paciente poderá ser um lunático furioso e, contudo, só precisar de cem horas para ser levado a Clear. Outro poderá ser uma pessoa "bem equilibrada" e moderadamente bem-sucedida e, ainda assim, demorar quinhentas horas para ser levado a Clear. Deste modo, tomando em consideração que o grau de aberração e doença tem pouca influência naquilo que interessa ao auditor (a terapia), fazer uma classificação por meio destas é apenas um desperdício de tempo. Porém, há coisas que dificultam o trabalho do auditor, como por exemplo, um homem que tem uma doença cardíaca grave, impedindo que se trabalhe muito com ele, e coisas como um paciente que tem uma preocupação constante, como manifestação da sua vida normal, mas essas coisas são raras e, mais uma vez, têm pouca influência na classificação de um caso. A regra no diagnóstico é que qualquer coisa que o indivíduo ofereça ao auditor, como uma reação prejudicial à terapia, é engrâmico e provará sê-lo no processo. Qualquer coisa que impeça o trabalho do auditor é idêntico aquilo que está a impedir o pensamento e a vida do paciente. Considere-o da seguinte forma: o auditor é uma mente analítica (a sua própria) confrontada com uma mente reativa (a do preclear). A terapia é um processo de raciocínio. Qualquer coisa que perturbe o paciente também perturbará o auditor; qualquer coisa que perturbe o auditor também tem perturbado a mente analítica do paciente. O paciente não é uma mente analítica completa. De vez em quando, o auditor terá um paciente que não faz nada senão rogar-lhe pragas, mas quando chega a hora marcada, ali está o paciente, ansioso por continuar a terapia. Ou o auditor poderá encontrar uma paciente que lhe diz como todo o procedimento é inútil e como ela odeia ser trabalhada, mas se ele lhe dissesse: "Está bem, vamos parar o trabalho", ela entraria imediatamente em declínio. A mente analítica do paciente quer fazer a mesma coisa que o auditor está a tentar fazer: lutar para penetrar no banco reativo. Por isso, o auditor, quando encontra oposição, teoria adversa sobre Dianética, crítica pessoal, etc., não está a ouvir dados analíticos, mas sim engramas reativos. E ele deve prosseguir calmamente, seguro nesse conhecimento. Porque as dinâmicas do paciente, todas as que puderem ser concentradas na terapia, ajudarão o auditor enquanto ele for um aliado contra a mente reativa do preclear, ao invés de um crítico ou atacante da mente analítica do preclear. Este é um exemplo: (Em rêverie - área básica pré-natal) Preclear: (acreditando que se refere a Dianética) Não sei. Não sei. Simplesmente não consigo lembrar-me. Não vai dar certo. Sei que não vai dar certo. Auditor: (Técnica de Repetição, descrita mais adiante) Repassa isso. Diz: "Não vai dar certo". Preclear: "Não vai dar certo. Não vai dar certo. Não vai dar certo ... etc., etc". Ai, o meu estômago está a doer! "Não vai dar certo. Não vai dar certo. Não vai dar certo ..." (riso de alívio) É a minha mãe. A falar sozinha. Auditor: Muito bem, vamos apanhar o engrama todo. Começa do princípio. Preclear: (citando recordação com somáticos [dores]) "Não sei como se faz isto. Simplesmente não consigo lembrar-me do que a Beatriz me disse. Simplesmente não consigo lembrar-me disso. Oh! Estou tão desanimada. Assim não vai dar certo. Simplesmente não vai dar certo. Queria lembrar-me do que a Beatriz me disse, mas não consigo lembrar- me. Oh! Quem me dera ..." Eh, o que é que ela tem aqui dentro? Ah! Maldita, isto está a começar a arder! E uma irrigação. Eh! Deixa-me sair daqui! Traz-me para tempo presente! Isto realmente arde! Auditor: Volta ao início do incidente e passa através dele. Recolhe quaisquer dados adicionais que consigas encontrar. Preclear: Repete o engrama, encontrando todas as frases anteriores e algumas novas, mais alguns sons. Reconta mais quatro vezes, "reexperimentando" tudo. Começa a bocejar; quase adormece ("inconsciência" a soltar-se), reanima-se e repete o engrama mais duas vezes. Então, começa a rir-se deste. O somático desapareceu. De repente, o engrama "desapareceu". (Este foi rearquivado e ele não consegue descobri-lo novamente. Ele está muito satisfeito.) Auditor: Vai para o próximo momento mais antigo de dor ou desconforto. Preclear: Uh. Mmmmm. Não consigo lá entrar. Eh, não consigo entrar lá dentro! Estou a falar sério. Gostava de saber onde ... Auditor: Repete a frase: "Não consigo entrar lá dentro". Preclear: "Não consigo entrar lá dentro. Não consigo ..." Tenho uma sensação esquisita nas minhas pernas. Sinto uma dor aguda. Eh, que diabo está ela a fazer? Ah! Desgraçada! Meu Deus, gostava de lhe pôr as mãos em cima pelo menos uma vez. Só uma vez! Auditor: Começa do início e reconta-o. Preclear: (Reconta o engrama várias vezes, boceja soltando "inconsciência", ri de satisfação quando já não consegue encontrar o engrama. Sente-se melhor.) Oh! Bem, acho que ela teve as suas dificuldades. Auditor: (Evitando cuidadosamente concordar que a Mamã teve as suas dificuldades, visto que isso faria dele um aliado da Mamã.) Vai para o próximo momento de dor ou desconforto. Preclear: (desconfortável) Não posso. Não me estou a mover na linha do tempo. Estou preso. Oh, está bem. "Estou preso. Estou preso." Não. "Está presa. Desta vez ficou presa." Não. "Desta vez prendi-a." Ah! Desgraçada! Isto é as minhas dificuldades coronárias. E isto! Esta é a dor aguda que sinto! Auditor: Começa do princípio do engrama e reconta-o, etc. Como se pode ver neste exemplo, cada vez que o paciente em rêverie encontrava analiticamente o engrama mais próximo, o comando engrâmico impingia-se ao próprio paciente, que o apresentava ao auditor como uma opinião analítica. Um preclear em rêverie está muito perto do material básico que origina as suas aberrações. Um aberrado completamente desperto poderá estar a dar opiniões altamente complexas, que defenderá até a morte como sendo suas, mas que na realidade são apenas as suas aberrações a impingirem-se à sua mente analítica. Os pacientes continuarão a declarar que sabem que o auditor é perigoso, que ele nunca devia ter começado a dar-lhes terapia, etc., e ainda assim continuarão a trabalhar bem e eficientemente. Esta é uma das razões por que o Código do Auditor é tão importante: o paciente está tão ansioso por se aliviar dos seus engramas quanto se poderia desejar, mas os engramas dão a impressão de estarem muito longe de ansiar por serem aliviados. Também se verá no exemplo acima que o auditor não está a fazer qualquer sugestão positiva. Se a frase não é engrâmica, o paciente dir-lhe-á isso muito rapidamente e com toda a clareza e, embora esta frase ainda possa ser engrâmica, o auditor não tem grande influência no preclear em rêverie, para além de o ajudar a atacar engramas. Se o preclear contradissesse qualquer uma das coisas acima, isso quer dizer que o engrama contendo as palavras sugeridas não está pronto para ser aliviado, sendo necessária uma paráfrase diferente. Logo, o diagnóstico é uma coisa que cuida de si própria no plano aberrativo e psicossomático. O auditor poderia ter adivinhado - e guardado para si - que uma série de tentativas de aborto estava a surgir no exemplo acima, antes de entrar na área. Ele poderá ter adivinhado que a indecisão do paciente vinha da mãe dele. Contudo, o auditor não comunica as suas suposições. Isto seria uma sugestão e o paciente poderia agarrar-se a ela. Cabe ao preclear descobrir. Por exemplo, o auditor não podia ter sabido onde estava, na linha do tempo, a "dor coronária" do preclear, nem a natureza do ferimento. Andar para trás e para a frente à procura de uma dor específica seria apenas uma perda de tempo. Todas essas coisas cederão no decorrer da terapia. O único interesse nessas coisas é saber se as aberrações e as doenças irão ou não desaparecer, para nunca mais voltar. No final da terapia, elas terão desaparecido. No início, elas são apenas complicação. O diagnóstico da aberração e da doença psicossomática não é, então, uma parte essencial do diagnóstico de Dianética. O que nos interessa é o funcionamento mecânico da mente. Essa é a esfera do diagnóstico. Quais são as mecânicas operativas da mente analítica? 1. Percepção: visão, ouvido, táctil e dor, etc. 2. Recordação: visio-cor, tom-sônico{8}, táctil, etc. 3. Imaginação: visio-cor, tom-sônico, táctil, etc. Estes são os processos mecânicos. O diagnóstico lida primariamente com estes fatores e, com estes fatores, pode determinar a quantidade de tempo que um caso deveria levar, o grau de dificuldade do caso, etc. E só precisamos de alguns destes fatores. Isto é ainda mais simplificado em um código: 1. Percepção: acima ou abaixo do ótimo. a. Visão. b. Som. 2. Recordação: abaixo do ótimo: a. Sônico. b. Visio. 3. Imaginação: acima do ótimo: a. Sônico. b. Visio. Por outras palavras, quando examinamos um paciente antes de fazer dele um preclear (ao iniciá-lo na terapia), estamos interessados em apenas três coisas: percepção de mais ou de menos; muito pouca recordação, demasiada imaginação. Por Percepção, queremos dizer quão bem ou mal ele pode ouvir, ver e sentir. Por Recordação, queremos saber se ele pode recordar por sônico (ouvido), visio (vista) e somático (sensação). Por Imaginação, queremos saber se ele "recorda" excessivamente os sônicos, visios ou somáticos. Vamos deixar isto extremamente claro: isto é muito simples, não é complexo e não requer um grande exame. Mas é importante e determina o tempo de duração da terapia. Não há nada de errado com uma imaginação ativa, contanto que a pessoa saiba que está a imaginar. O tipo de imaginação que nos interessa é aquela que é usada para "dub-in" inconsciente e somente esse tipo. Uma imaginação ativa que o paciente sabe ser imaginação, é algo extremamente valioso para ele. Uma imaginação que substitui a recordação cria transtornos sérios na terapia. A cegueira e a surdez "histéricas" ou visão ou ouvido amplificados são úteis no diagnóstico. A primeira, a cegueira "histérica", significa que o paciente tem medo de ver; a surdez "histérica" significa que ele tem medo de ouvir. Estas requererão muita terapia. Do mesmo modo, a visão amplificada e o ouvido amplificado, embora não sejam tão maus como a cegueira e a surdez, são um índice do quanto um paciente está realmente amedrontado e, muitas vezes, são um índice direto do conteúdo pré-natal em termos de violência. Se o paciente tem medo de ver com os seus olhos ou de ouvir com os seus ouvidos em tempo presente, pode estar certo de que existe muita coisa no seu passado para lhe meter medo, pois estas percepções não se "desligam" facilmente. Se o paciente se sobressalta com sons e se assusta com visões ou é muito perturbado por estas coisas, pode-se dizer que as suas percepções estão amplificadas, o que significa que o banco reativo contêm muita coisa rotulada como "morte". As recordações que nos interessam no diagnóstico são apenas aquelas que estão abaixo do nível ótimo. Quando estão acima do ótimo", elas são de fato imaginação que substituiu a recordação como dub-in. A recordação (abaixo do ótimo) e a imaginação (acima do ótimo) formam de fato um grupo, mas mantemo-las separadas para efeitos de simplicidade e clareza. Se o paciente não consegue "ouvir" sons ou vozes em incidentes passados, ele não tem sônico. Se não "vê" cenas de experiências passadas com imagens coloridas em movimento, ele não tem visio. Se o paciente ouve vozes que não existiram ou vê cenas que não existiram e, ainda assim, supõe que essas vozes realmente falaram e que essas cenas eram reais, temos "imaginação acima do ótimo". Em Dianética, a recordação de som imaginário seria hipersônico; a recordação de visão imaginária, hipervisio (hiper = acima de). Tomemos exemplos específicos de cada uma destas três classes e demonstremos como elas se tornam fundamentais na terapia, e como a sua presença ou ausência pode tornar um caso difícil. Um paciente com um leve caso de surdez "histérica" é alguém que tem dificuldade em ouvir. A surdez pode ser orgânica, mas se o for, ela não variará de vez em quando. Este paciente tem alguma coisa que ele tem medo de ouvir. Ele põe o rádio muito alto, faz as pessoas repetirem-se continuamente e não percebe partes da conversa. Não vá ao manicômio para encontrar este grau de surdez "histérica". Há homens e mulheres que são "histericamente" surdos sem terem qualquer conhecimento consciente disso. Simplesmente "não ouvem muito bem". Em Dianética, isto está a ser chamado hipoaudição (hipo = abaixo de). O paciente que está sempre a perder alguma coisa que se encontra relativamente perto dele, que não vê postes de sinalização, cartazes de teatro e pessoas que estão claramente a vista, é "histericamente" cego até certo grau. Ele tem medo de que irá ver alguma coisa. Em Dianética, isto está a ser chamado hipovisão, visto que a palavra "histérica" é muito inadequada e excessivamente dramática. Depois há o caso da percepção acima do ótimo. Isto não é necessariamente imaginação, mas pode chegar ao ponto de se ver e ouvir coisas que nem sequer estão presentes, o que por acaso é uma insanidade comum. Estamos interessados em um grau menos dramático de operação normal. Por exemplo, uma jovem que vê alguma coisa ou pensa que vê alguma coisa, mas sabe que não está a vê-la e fica muito espantada, que salta de medo quando alguém entra silenciosamente numa sala e que habitualmente se assusta muito, está a sofrer de visão amplificada. Ela tem medo de encontrar alguma coisa, mas em vez de estar cega para esta coisa, ela está demasiado atenta. Isto é hipervisão. Uma pessoa que se assusta muito com ruídos, com sons em geral, com certas vozes, que fica com dor de cabeça ou se irrita quando as pessoas à sua volta são "barulhentas" ou quando a porta bate ou quando há barulhos de pratos, é uma vítima de ouvido amplificado. Ela ouve os sons muito mais altos do que realmente são. Isto é hiperaudição. A qualidade real do que vê e ouve não precisa de ser boa. Os órgãos da vista e do ouvido podem estar em más condições. O único fato importante é o "nervosismo" acerca da recepção. Isto estabelece as duas percepções que nos interessam em Dianética. Quando o auditor fala com as pessoas à sua volta e obtém as suas reações ao que vêem e ouvem, ele encontrará uma grande variedade na qualidade das respostas. A recordação é o que tem uma importância mais direta para a terapia, pois não se trata de um sintoma, mas sim de uma ferramenta real de trabalho. Há muitas maneiras de usar a recordação. O Clear tem uma recordação nítida e exata para cada um dos sentidos. Poucos aberrados a têm. O auditor não está interessado noutros sentidos além da vista e do ouvido, porque os outros serão tratados no decurso normal da terapia. Mas se ele tem um paciente sem sônico, cuidado! Se tem um paciente sem sônico nem visio, que esteja atento! Esta é a personalidade multivalente, o esquizofrênico, o paranóico da psiquiatria, com sintomas que não são suficientemente agudos para que sejam classificados assim na vida normal. Isto não quer dizer, digo enfaticamente que isto não quer dizer, que as pessoas sem recordação de visão e som sejam insanas, mas implica um caso acima da média e significa que o caso tomará algum tempo. Isto não quer dizer que o caso seja "incurável", pois nada pode estar mais longe da verdade, mas tais casos às vezes levam quinhentas horas. Isto significa simplesmente que um caso assim não é nenhum passeio pelo parque. Existe algum drama lá atrás na mente reativa que diz: "Não vejas! Não ouças!" Alguns dos engramas nesse caso exigem uma recordação reduzida ou a ausência de recordação. Os órgãos da vista e do ouvido poderão ser extremamente amplificados na sua recepção. Isto não quer dizer que alguma coisa precisa de estar mal na maneira como essa pessoa percepciona ondas sonoras ou luminosas e as registra. Mas quer dizer que depois de as ter registrado, ela não pode retirá-las facilmente do banco padrão, porque o banco de engramas reativo instalou circuitos (circuitos demônio de oclusão) para impedi-la de se informar sobre o seu passado. É natural que haja graus maiores ou menores de recordação. O teste é simples. Diga ao paciente, totalmente desperto, que volte ao momento em que estava a entrar na sala. Pergunte-lhe o que estava a ser dito. Se ele pode "ouvi-lo", totalmente desperto, ele tem recordação sônica. O auditor sabe muito bem o que foi dito, pois se pretende usar este teste, ele diz um determinado conjunto de palavras e nota quais são os sons reais presentes. Assim, se o paciente pertence à categoria seguinte, o dub-in, o auditor ficará ciente disso. O teste de recordação de visão é igualmente simples. Mostre ao paciente um livro com uma ilustração. Passado algum tempo, peça-lhe que "volte atrás", enquanto está totalmente desperto, e olhe para esse livro "na sua mente" e verifique se ele o pode ver. Se ele não pode, isto é hipovisio. Outros testes semelhantes a estes estabelecerão claramente se o nosso paciente é ou não cego ou surdo em recordação, ou se ele pertence ao grupo seguinte. A imaginação demasiado ativa que faz entusiasticamente dub-in da visão e do som para o paciente, sem o seu conhecimento, é uma coisa que é definitivamente um empecilho a terapia rápida. Existem muitos circuitos demônio que enredam o pensamento, mas estes demônios de dub-in específicos significam que o auditor vai obter uma quantidade terrível daquilo a que os auditores chamam coloquialmente "lixo"{9}. Existe, enquanto eles continuam a usar alguma da terminologia indubitavelmente embaraçosa que continua a surgir neste campo, a despeito de tudo o que se possa fazer quanto a isso, algo em ação na mente que é uma "fábrica de mentiras"{10}. O paciente, a quem se pediu que recontasse a conversa que teve quando entrou pela porta, através de "ouvi-la" novamente, poderá começar confiantemente a apresentar todo o tipo de discursos que são uma paráfrase completa ou totalmente fictícios. Quando se lhe pede que fale da imagem e da página que lhe foi mostrada, ele "verá" nitidamente muito mais do que lá estava ou verá uma coisa inteiramente diferente. Se ele tiver dúvidas acerca disso, esse é um bom sinal. Se ele tiver a certeza, cuidado, pois trata-se de um circuito demônio a fazer dub-in sem o seu conhecimento analítico, e o auditor terá de ouvir mais incidentes que nunca aconteceram do que ele poderia catalogar, e terá de destrinchar e escolher continuamente o seu caminho através desse "lixo", para levar o seu preclear a um ponto em que os dados sejam fiáveis. (E não se trata de classificar algo como "lixo" devido à sua improbabilidade - a verdade é sempre mais estranha do que a ficção. Isto é uma questão de tentar reduzir engramas que não estão presentes ou contornar engramas que estão presentes, e assim por diante, numa grande salgalhada.) O preclear ótimo seria aquele que tivesse uma resposta mediana aos ruídos e vistas, que tivesse sônico e visio precisos e que pudesse imaginar, e saber que estava a imaginar, em cor-visio e tom-sônico. Compreenda claramente que este indivíduo poderá ter aberrações que o fazem subir todas as chaminés da cidade, beber tudo até à última pinga em todos os bares todas as noites (ou pelo menos tentar), espancar a mulher, afogar os filhos e supor que ele é um pássaro jub-jub. Quanto a psicossomáticos, ele poderá ter artrite, problemas de vesícula biliar, dermatite, enxaquecas e pés chatos. Ou poderá ter aquela aberração muito mais horrível: o orgulho de ser vulgar e "ajustado". Ainda assim, ele é um caso relativamente fácil de Clarear. No caso que tem o sônico e o visio desligado, sem dub-in, estamos a lidar com engramas que desligaram alguns dos mecanismos primários de funcionamento da mente. O auditor terá de batalhar durante horas e horas, a tentar contatar engramas, quando o paciente não os pode ouvir ou ver. Um caso que tem meramente a recordação sônica desligada ainda significa que o auditor terá de trabalhar muito mais do que em um caso mediano. Este caso está muito, muito longe de ser impossível de resolver. A idéia aqui não é afugentar quem queira fazer qualquer tentativa em um caso desses. Mas este caso só será resolvido após muito esforço persistente. Tal pessoa poderá, aparentemente, ser muito bem-sucedida. Ela poderá ser extremamente inteligente. Poderá ter poucas ou nenhumas doenças psicossomáticas. Ainda assim, verificar-se-á que ela tem um banco de engramas abarrotado, podendo qualquer parte deste entrar em restimulação a qualquer momento e esmagá-la. Contudo, este tipo de caso normalmente está muito preocupado e ansioso a respeito de muitas coisas, e essa preocupação e ansiedade poderão acrescentar um pouco mais de tempo à folha de trabalho. No caso da pessoa que tem dub-in e que o ignora, a quem os circuitos estão a entregar recordação alterada, temos um caso que é muito provável que venha a ser muito demorado e a exigir um tratamento hábil. Porque existe uma fábrica de mentiras algures naquele banco de engramas. Este caso poderá ser a personificação da veracidade na sua vida diária. Mas quando começa a enfrentar os seus engramas, estes têm um conteúdo que o faz entregar material que não está lá. Então, de maneira nítida e clara, sem qualquer ressalva ou condição adicional, este é o diagnóstico de Dianética: a aberração é o conteúdo engrâmico; a doença psicossomática é o ferimento antigo. As percepções de visão e som, recordação abaixo do ótimo, imaginação acima do ótimo regulam a duração do caso. Se o auditor quiser ser meticuloso, ele pode situar, mental e fisicamente, a posição geral do indivíduo na Escala de Tom. A mulher que é lenta e apática está, naturalmente, mais ou menos no Tom 0.5, na parte da Zona 0 da escala dinâmica apresentada anteriormente neste livro. Se o homem é irado ou hostil, o auditor pode marcá-lo como 1.5 ou algures dentro da Zona 1 da escala de sobrevivência. Estas marcações aplicar-se-iam ao tom médio provável do agregado de engramas na mente reativa. Isto é interessante, porque significa que uma pessoa na Zona 0 tem muito mais probabilidade de estar doente e é um caso ligeiramente mais difícil do que uma pessoa na Zona 1. E como a terapia eleva o tom para a Zona 4, o 1.5 está mais perto do objetivo. É difícil calcular o tempo em terapia. Como dissemos antes, ela tem diversas variáveis, tais como a perícia do auditor, os elementos restimulativos no ambiente do paciente e o simples volume de engramas. Aconselha-se o auditor, no seu primeiro caso, a procurar algum membro da família ou um amigo que esteja o mais próximo possível do preclear ótimo, o que quer dizer, uma pessoa com recordação de visio e sônico e com percepções medianas. Ao clarear este caso, ele irá aprender, em primeira mão, muito sobre aquilo que se pode esperar nos bancos de engramas de qualquer mente, e verá claramente como os engramas se comportam. Se o próprio auditor pertence a uma das categorias mais difíceis e ele pretende trabalhar com alguém que pertença a uma dessas categorias, isso não oferece grande dificuldade. Qualquer dos casos pode ser Liberado em um centésimo do tempo de qualquer técnica de cura mental anterior, e eles podem ser Clareados, se for aplicado um mínimo de perícia, em quinhentas horas de trabalho por cada caso. Mas se os dois casos são particularmente difíceis, seria conveniente que cada um encontrasse e Clareasse um preclear próximo do ótimo, antes de trabalharem um com o outro. Deste modo, cada um deles será um operador competente quando abordar os casos mais difíceis. Isso é quanto ao diagnóstico. As outras percepções, recordações e imaginações são interessantes, mas não são vitais para a medição do tempo no caso. O QI, a menos que esteja no nível do débil mental, não é um fator importante. E mesmo então, o QI de qualquer paciente sobe como um foguete ao ser clareado e sobe durante todo o tempo de trabalho. Há insanidades orgânicas. As psicoses iatrogênicas (causadas por médicos) são equívocas em Dianética, pois parte da maquinaria poderá ter sido destruída. No entanto, em muitas psicoses orgânicas, um caso pode ser melhorado por Dianética, mesmo que não se possa atingir um nível ótimo. E portanto, tudo o que um auditor pode fazer é tentar. Até agora, as insanidades causadas por partes ausentes do sistema nervoso não foram extensivamente investigadas pelos auditores. A finalidade de Dianética não é ressuscitar cadáveres; a ênfase principal tem sido a produção de uma mente ótima na pessoa normal ou meramente neurótica. Dianética pode ser, está a ser e será usada de outras maneiras. Mas por haver tantas pessoas potencialmente valiosas, que podem ser tornadas altamente valiosas para elas próprias e para a sociedade, tem-se dado ênfase às aberrações inorgânicas e às doenças psicossomáticas orgânicas. Casos que foram submetidos a lobotomia pré-frontal (que corta uma seção da mente analítica), a topectomia (que remove pedaços do cérebro, tal como um descaroçador de maçãs descaroça maçãs), a leucotomia transorbital (que, enquanto o paciente está a ser submetido a eletrochoques, enfia um picador de gelo comum em cada olho e atinge o analisador, para o desfazer em pedaços) e a "terapia" de eletrochoques (que queima o cérebro com 110 volts), bem como o choque de insulina e outros tratamentos, são considerados equívocos em Dianética. Há insanidades orgânicas comuns, tais como a paresia, mas mesmo assim, a maioria destas pode beneficiar com Dianética. ****** Capítulo 5 O Retorno, o Arquivista e a Linha do Tempo ****** Existe um método de "pensar" que o ser humano ignorava possuir. Se quiser uma ilustração deste, pergunte a uma criança se ela gostaria de andar de trenó, na memória. Ela tentará lembrar-se da última vez que andou no seu trenó. Franzirá o sobrolho e talvez enrugue a testa. Agora diga-lhe que volte à última vez que andou de trenó. Persuadida, ela apresentará uma experiência completa e, a menos que seja seriamente aberrada, poderá falar-lhe sobre a neve que lhe escorregava pela gola e assim por diante. Ela está mesmo lá, andando de trenó, nadando ou fazendo aquilo que você tiver escolhido. O ser humano, quando pensava nisto, se alguma vez pensou, deve tê-lo confundido com imaginação. Mas não é imaginação. Qualquer pessoa, a menos que esteja muito severamente aberrada, pode ser "enviada para trás", completamente desperta, a uma experiência do passado. Nos testes iniciais, deve-se usar experiências que não sejam muito antigas e experiências que sejam agradáveis. Isto não é memória como meio da pessoa "se lembrar de algo". Isto é retornar. Lembrar é um processo muito mais complicado do que retornar. A razão por que as pessoas andam por aí a tentar lembrar-se de algum dado específico ou complexo, quando podem retornar, é um mistério, quando se considera objetos perdidos, coisas lidas, conversas tidas e assim por diante. Claro que lembrar tem um papel muito definido e é um processo automático que dá ao "Eu" conclusões e dados em um fluxo ininterrupto. Mas quando se deseja uma informação muito exata e específica, ou quando se busca um prazer passado para o contemplar, o retorno é muito mais adequado. O hipnotizador, com muitos berliques e berloques, voltas de mão e por aí fora, tem uma coisa a que ele chama "regressão". Esta é uma coisa muito complicada e requer que a pessoa esteja hipnotizada. É verdade que a regressão tem valor para a pesquisa, porque através da hipnose, esta evita oclusões que, noutras circunstâncias, não são fáceis de contornar. E a regressão prestou um bom serviço a Dianética quando o autor estava a verificar os seus dados sobre bancos de memória. Mas é evidente que não tinha ocorrido a ninguém que a regressão é um uso artificial de um processo natural. Não há dúvida que algumas pessoas usam o retorno para alguma parte do seu trabalho mental. E essas pessoas provavelmente pensam que "toda a gente" faz o mesmo, o que está longe de ser verdade. Mas mesmo essas pessoas que retornam naturalmente, raras vezes compreendem que este é um processo distinto, muito diferente do lembrar. As pessoas também revivem sem estarem hipnotizadas ou drogadas; isto é mais raro. Se uma pessoa se põe a contemplar uma glória passada, por algum tempo, começará a revivê-la, em vez de simplesmente retornar. Em Dianética, temos tido muito a ver com "espectros". O espectro de gradações é um mecanismo muito melhor para a filosofia do que o "pêndulo" de Aristóteles, que oscilava de um extremo para o outro. Nós temos o espectro das dinâmicas. Nós chamamos-lhes as quatro dinâmicas, através das quais se expressa o comando SOBREVIVER! As quatro são na realidade um grande número de gradações, começando nas células do "Eu", passando pelo "Eu", pela família e filhos, pelo clube, cidade e estado, pela nação, raça e hemisfério e, finalmente, toda a Humanidade. Isso é um espectro: gradações de algo que na realidade são a mesma coisa, mas que têm um campo ou alcance cada vez mais vasto. De uma forma muito parecida com o espectro de SOBREVIVER, temos em ação um espectro de memória. Primeiro, há a memória no seu sentido mais exato de tempo presente. Depois, há a memória do passado. Depois, há mais memória do passado. E assim, entramos numa parte do espectro que tem sido ignorada: parte do "Eu" retorna ao passado, depois uma parte maior do "Eu" retorna ao passado (neste ponto temos o retorno) e finalmente, no extremo, todo o "Eu" está lá atrás no passado. Primeiro está a lembrança. Esta é a que está mais distante dos dados exatos (exceto em um Clear). Depois, está o retorno, no qual parte do "Eu" está realmente no passado e os registros parecem ser percepções que ele está de fato a experimentar. Depois, há o reviver, em que o indivíduo naquele momento está tão completamente no passado que, se o assustassem enquanto está a recordar uma experiência infantil, ele reagiria tal como teria reagido quando era um bebê. Há muitas noções aberradas, nesta sociedade atual, sobre os males de se viver no passado. Estas resultam, em parte, de uma relutância que as pessoas aberradas têm em enfrentar e compreender o ontem. Uma das fontes primárias da "má memória" é a mãe. Foi tão frequente a mãe ficar suficientemente tomada de pânico perante a idéia de o filho se lembrar do que ela lhe fez, que parece ter surgido uma aberração que abrange toda a Humanidade. O caso típico da tentativa de aborto tem quase sempre uma infância e uma meninice repletas da Mamã a assegurar-lhe que ele não pode lembrar-se de nada de quando ele era um bebe. Ela não quer que ele se lembre do quanto ela foi hábil, ainda que malsucedida, nas suas tentativas com vários instrumentos. Possivelmente, a própria memória pré-natal seria uma simples memória comum, que toda a raça poderia recordar totalmente, se esta consciência pesada na mãe não tivesse andado por aí durante todos estes milênios. No decurso normal do seu trabalho, o auditor ver-se-á muito atarefado com a Mamã a gritar objeções quanto ao seu filho ou filha, já crescidos, entrarem em terapia, por causa do que eles poderão descobrir. Há auditores que já viram a Mamã ter um esgotamento nervoso completo, perante a idéia de o seu filho se lembrar de incidentes pré- natais. A propósito, nem tudo isto se deve a tentativas de aborto. Muitas vezes, a Mãe teve mais alguns homens além do Papá, de que o Papá nunca soube, e a Mamã muitas vezes prefere condenar o seu filho à doença, à insanidade ou simplesmente à infelicidade, em vez de deixar que ele siga o seu curso como preclear, muito embora a mãe, declaradamente, não tem qualquer lembrança de algum mal que tenha acontecido à criança. Quando a própria Mãe recebe terapia, ela normalmente oferece a verdade de livre e espontânea vontade. Esta é a fonte de porque é que a boa memória é desencorajada numa sociedade e porque é que a memória infantil e pré-natal é ignorada, já para não falar da capacidade de retornar e reviver. O sistema de índice do banco padrão é uma coisa maravilhosa de contemplar. Está tudo ali, arquivado por assunto, arquivado por tempo e arquivado por conclusões. Todas as percepções estão presentes. Com o sistema de arquivo por tempo, temos aquilo que em Dianética se chama uma linha do tempo. Voltar atrás, ao longo dessa linha, com parte do "Eu" é retornar. Esta linha está definitivamente presente, tanto para os dados conscientes como para os "inconscientes". A linha do tempo tem um enorme interesse para o auditor. A mente é um computador bem construído e tem vários serviços. Os auditores, afastando-se do latim e da complexidade, chamam arquivista{11} à fonte de um desses serviços. Este nome não é muito dignificante e é certamente antropomórfico. Não existe nenhum homenzinho ou mulherzinha de viseira verde. Mas a ação que ocorre é muito parecida com a que aconteceria, se tal entidade realmente residisse dentro da mente. O arquivista é o monitor do banco. "Ele" monitoriza o banco de engramas reativo e os bancos padrão. Quando o auditor, ou o "Eu", lhe pede um dado, ele entregará o dado ao auditor através do "Eu". Ele é ligeiramente idiota quando lida com o banco de engramas reativo, um contágio da mente reativa, e às vezes entregará frases com trocadilhos e sonhos malucos, quando devia estar a entregar dados sérios. Se o auditor pedir ao preclear a última vez que ele viu um filme, o arquivista entregará o filme, a data em que este foi visto, a idade e o estado físico da pessoa, todos os percépticos, o enredo do filme, o estado do tempo - em suma, entregará tudo o que estava presente e ligado ao filme. Na vida comum, o arquivista fornece memória ao "Eu", a um ritmo rápido. Uma boa memória obtém os seus dados em frações de segundo. Se o arquivista tem de fazer a memória contornar várias oclusões reativas, os dados poderão levar minutos ou dias a chegar. Se tivéssemos uma grande máquina de computação do modelo mais moderno, esta teria um "banco de memória" de cartões perfurados ou algo parecido, e precisaria de ter um dispositivo seletor e alimentador para entregar os dados que a máquina quer. O cérebro tem um dispositivo destes - não poderia operar sem ele. Trata-se do monitor do banco, o arquivista. Lembre-se dessas duas partes da mente, a linha do tempo e o arquivista, e lembre-se deste mecanismo do retorno. Estas são as três coisas que usamos com os bancos reativo e padrão, na rêverie de Dianética. O arquivista é um sujeito muito prestável. Se tem tido dificuldades em chegar ao "Eu", contornando oclusões e circuitos reativos em geral, ele é particularmente prestável. Ele coopera com o auditor. Poder-se-ia considerar o sistema monitor com base nas unidades de atenção, em que se poderia supor que um humano teria mil. Assim, o "Eu" de um Clear teria à sua disposição mil unidades de atenção possíveis. No aberrado, provavelmente cinquenta estão à disposição do "Eu", quinhentas ou seiscentas foram absorvidas pelos engramas reativos, e as restantes estão a ser usadas de várias maneiras, além de comporem esse mecanismo a que chamamos o monitor do banco, o arquivista. É como se o arquivista, em um aberrado, preferisse trabalhar com o auditor em vez de trabalhar com o aberrado. Isto poderá parecer um fato espantoso, mas é um fato científico. Logo, o arquivista trabalha melhor quando está a selecionar dados dos bancos do preclear para os apresentar ao auditor. Este é um aspecto da lei da afinidade. O arquivista do "Eu" e o auditor são uma equipe, e muitas vezes trabalham em estreita harmonia sem consentimento suficiente, pelo menos que se note, do analisador do preclear. O retorno é efetuado com mais facilidade no aberrado se o auditor dirigir-se ao arquivista, não ao paciente. Na realidade, isto pode ser feito com o paciente completamente desperto. O auditor pede-lhe informação, diz-lhe que volte a ela. O "Eu", de repente, está na posse de todo o arquivo. Alguma coisa dentro da mente trabalha, então, em estreita harmonia com o auditor e trabalha melhor para o auditor do que para a pessoa em cuja mente ele está. Isso é o arquivista. O objetivo do auditor é pegar naquilo que o arquivista oferece e impedir que o arquivista seja esmagado por dados reativos. Logo que o arquivista entrega os dados, cabe ao auditor assegurar que o preclear os repasse vezes suficientes para os descarregar. O mecanismo para se fazer isto é extremamente simples. Para tornar as coisas mais fáceis e impedir que o preclear seja distraído, o auditor segue uma rotina em cada sessão, que põe o paciente na disposição de deixar o arquivista trabalhar. O paciente senta-se numa cadeira de braços confortável ou deita-se em um divã, numa sala sossegada, onde as distrações percépticas sejam mínimas. O auditor diz-lhe que olhe para o teto. O auditor diz: "Quando eu contar de um a sete, os teus olhos fechar-se-ão". Então, o auditor conta de um a sete e continua a contar, calma e agradavelmente, até que o paciente feche os olhos. Na rêverie ótima, observar-se-á um tremor das pálpebras. Esta é toda a rotina. Considere que esta é mais um sinal de que os trabalhos estão a começar e um meio de concentrar o paciente nas suas próprias preocupações e no auditor, do que qualquer outra coisa. Isto não é hipnotismo. É extremamente diferente. Em primeiro lugar, o paciente sabe tudo o que está a acontecer à sua volta. Ele não está "adormecido" e pode sair disso a qualquer momento que queira. Tem liberdade para se movimentar (mas normalmente o auditor não lhe permite fumar, porque isso distrairia o paciente). O auditor assegura-se muito bem de que o paciente não está hipnotizado ao dizer-lhe, antes de começar a contar: "Saberás tudo o que acontece. Poderás lembrar-te de tudo o que ocorrer. Podes exercer o teu próprio controle. Se não gostares do que está a acontecer, podes sair disso instantaneamente. Agora, um, dois, três, quatro", etc. Para ter uma certeza dupla, porque não queremos qualquer hipnotismo, mesmo que seja acidental, o auditor instala um cancelador. Este passo é extremamente importante e não deve ser omitido, mesmo quando tiver a certeza absoluta de que ele não é influenciado pelas suas palavras de modo algum. O auditor poderá, inadvertidamente, usar linguagem restimulativa que fará key-in de um engrama. Ele poderá, especialmente quando é novo em Dianética, usar algo como um segurador ou um negador, dizendo ao preclear que "fique ali", quando ele está retornado na linha do tempo, ou pior ainda, dizer-lhe que "esqueça isso", uma frase que pertence à classe de frases do mecanismo esquecedor e que tem um efeito aberrativo extremamente severo, negando completamente os dados ao analisador. Para impedir que tais coisas aconteçam, o cancelador é vital. Este é um contrato com o paciente, em que qualquer coisa que o auditor diga não será literalmente interpretado, nem será usado de nenhum modo pelo paciente. O cancelador é instalado imediatamente depois de se ter estabelecido a condição de rêverie. O fraseado do cancelador é mais ou menos este: "No futuro, quando eu pronunciar a palavra cancelado, tudo aquilo que eu te tenha dito, enquanto estás numa sessão de terapia, ficará cancelado e não terá qualquer força sobre ti. Qualquer sugestão que eu te tenha feito ficará sem efeito quando eu disser a palavra cancelado. Compreendes?" A palavra cancelado depois é dita ao paciente, imediatamente antes de lhe ser permitido abrir os olhos, no fim da sessão. Não é mais alargado do que isto. Usa-se apenas essa palavra. O cancelador é vital. Este impede a sugestão positiva acidental. O paciente poderá ser sugestionável ou até mesmo estar em um leve transe hipnótico permanente (muitas pessoas passam a vida toda em um transe assim). Um engrama é na realidade uma sugestão hipnótica. Poder-se-ia dizer que o propósito da terapia é despertar uma pessoa em todos os períodos da sua vida em que ela foi forçada a ficar "inconsciente". Dianética desperta as pessoas. Não é hipnotismo, que faz as pessoas adormecerem. A terapia de Dianética desperta-as. O hipnotismo põe-nas a dormir. Será que é possível pedir uma maior diferença de polaridade? A terapia de Dianética remove engramas. O hipnotismo instala engramas. Além disso, Dianética é uma ciência, um corpo de conhecimento organizado. O hipnotismo é um instrumento e uma arte e é uma variável tão aleatória que há muitos séculos que o ser humano desconfia dela como uma coisa perigosa, muito embora a usasse.{12} Inevitavelmente, o auditor encontrará casos que cairão em um sono hipnótico, apesar de tudo o que ele possa fazer para impedi-lo. Tais casos têm engramas que os levam a fazer isto, tal como outros casos têm engramas que os fazem ficar acordados. Então, o auditor não menciona "dormir" nem "acordar". Ele pega nos seus casos, onde quer que eles se encontrem no seu próprio nível de inversão, e trabalha-os a partir daí. Alguns pacientes implorarão que os droguem ou ponham em transe. Deixe-os implorar! No final, a rêverie resultará em um Clear; as drogas e o hipnotismo resultam em dependência do auditor e muitos outros aspectos indesejáveis. Um caso demora mais em transe amnésico do que em rêverie. Os ganhos na rêverie são certos. O paciente fica cada vez melhor. Quando se usa o transe amnésico ou hipnotismo, em vez da rêverie, por mais que pareça que os dados surgem com facilidade, a grande maioria dos casos assim tratados experimenta pouco alívio.O hipnotismo traz consigo a transferência, uma enorme responsabilidade do operador e outros impedimentos, os quais Dianética, na sua longa prática, tem dispensado. O hipnotismo foi usado para pesquisa e depois foi abandonado. Por conseguinte, instale o cancelador em todas as vezes. Nunca deixe de o instalar em todas as sessões. O paciente poderá estar a entrar em transe, uma coisa que nós não queremos, mas é uma coisa que nem sempre podemos evitar e nem sempre podemos detectar. Simplesmente instale o cancelador no começo da sessão. Depois de ter trazido o paciente para tempo presente, use a palavra canceladora. Isto é, então, um ensaio da rotina inteira: Auditor: Olha para o teto. Quando eu contar de um a sete, os teus olhos fechar-se-ão. Permanecerás consciente de tudo o que acontece. Poderás lembrar-te de tudo o que acontecer aqui. Podes retirar-te de qualquer coisa em que entres, se não gostares. Muito bem (lenta e calmamente): Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete{13}. Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete. Um, dois, três (Os olhos do paciente fecham-se e as pálpebras tremem.), quatro, cinco, seis, sete. (O auditor pausa; instala o cancelador.) Muito bem, voltemos atrás ao teu quinto aniversário ... (O trabalho prossegue até que o auditor tenha trabalhado o paciente o suficiente para aquele período.) ... Vem para tempo presente. Estás em tempo presente? (Sim.) (Usa a palavra canceladora.) Quando eu contar de cinco a um e estalar os dedos, sentir-te-ás desperto. Cinco, quatro, três, dois, um. (Estalo dos dedos.) Como se pode ver neste exemplo, quando se terminou o trabalho do dia, o preclear, que poderá ter estado retornado no seu passado durante duas horas, tem de ser trazido de volta ao tempo presente e surpreendido com um estalo de dedos para restaurar a consciência da sua idade e condição. É vezes, ele é incapaz de voltar ao presente com facilidade - mas há um remédio rápido para isto que será abordado mais adiante - portanto, o auditor tem de se assegurar sempre de que o paciente sente que está realmente em tempo presente. Isto é a rêverie. É tudo o que é preciso saber sobre as suas mecânicas reais. A experiência mostrar-lhe-á muita coisa. Mas estes são os processos básicos: 1. Assegure ao paciente que ele saberá tudo o que acontece. 2. Conte até ele fechar os olhos. 3. Instale o cancelador. 4. Retorne-o a um período no passado. 5. Trabalhe com o arquivista para obter dados. 6. Reduza todos os engramas contatados, de modo que não reste qualquer carga. 7. Traga o paciente para tempo presente. 8. Assegure-se de que ele está em tempo presente. 9. Dê-lhe a palavra canceladora. 10. Restaure a plena consciência do seu meio circundante. A linha do tempo do paciente, no nível mais baixo de unidades de atenção, está sempre em excelente condição. Pode-se depender dela para se alcançar qualquer data e hora da sua vida e todos os dados que esta contem. Nos níveis mais altos de consciência, esta linha do tempo poderá parecer que está numa condição muito má. Os circuitos engrâmicos da mente reativa erguem-se entre esses níveis mais baixos - diretamente de encontro aos bancos - e os níveis mais altos que contêm o "Eu". Os níveis mais baixos só contêm um fantasma da força do "Eu" e parecem ser outro "Eu", em um caso de personalidade multivalente. Pode desenhar isto em um pedaço de papel e seria útil que o fizesse. Desenhe um retângulo vertical comprido (os bancos padrão) do lado esquerdo da página. Desenhe meia dúzia de círculos de encontro ao lado direito desse retângulo para representar o arquivista - as unidades monitoras do banco. Agora desenhe, mais ou menos no centro da folha, um retângulo grande. Pinte-o de preto. Esta é a área dos circuitos reativos dos engramas. Isto não é o banco reativo. É o padrão de circuitos do banco de engramas reativo que toma esta área de empréstimo ao analisador para fazer demônios, pensamento vocal, etc. Agora, à direita da página, desenhe um retângulo branco. Esta é a porção do analisador que é a "consciência" e o "Eu". Toda a tarefa da terapia consiste em apagar esse retângulo negro, os circuitos do banco de engramas reativo, para que desde o banco padrão, à esquerda da folha, até à porção do analisador, à direita da folha, seja tudo analisador. Não se pode fazer isto com uma faca como algumas pessoas têm pensado, avaliando a situação a partir dos seus próprios engramas, pois aquela área negra que você desenhou é tudo analisador inutilizado por engramas. E quando a terapia for terminada, toda essa área estará disponível para pensar. Isto aumenta o QI em um grau bastante acentuado. Agora vamos supor que a parte de baixo do seu desenho é a concepção e que a parte de cima é o tempo presente. A rota vertical para cima e para baixo é, então, a linha do tempo. Neste gráfico, pode-se supor que o tempo presente simplesmente continua a aumentar, cada vez mais para cima e para cada vez mais longe da concepção, na forma de uma nova construção (uma analogia). Para o "Eu" obter dados dos bancos padrão à esquerda, o "Eu" terá de abrir caminho através desse retângulo negro, os circuitos da mente reativa. Em grande medida, o "Eu" consegue obter dados à volta dessa área negra. Mas numa medida muito maior, não consegue obtê-los. Suponhamos agora que desenhamos uma linha vertical à direita do desenho. Esta linha é a "consciência". Considere que ela pode ser movida, ainda vertical, para a esquerda. À medida que a linha passa para a esquerda, obtemos um "transe" cada vez mais profundo. À medida que a linha penetra na área da mente reativa, isto torna-se um transe hipnótico. Agora, à medida que ela se move ainda mais para a esquerda, e para dentro dos círculos a que chamamos o "arquivista", isto torna-se o transe amnésico do hipnotismo. Assim, onde quer que coloquemos esta linha, estabelecemos uma "profundidade de transe". Queremos trabalhar para a direita do banco reativo, o mais próximo possível do nível desperto, para podermos manter o "Eu" em contato com o seu ambiente e impedir o aparecimento de dados indesejados que façam o paciente ficar cronicamente desconfortável. Se o paciente desliza instantaneamente da direita para a esquerda, de modo que as unidades de atenção, os círculos do próprio arquivista estejam presentes, e faz isso assim que você conta de um a sete, ele é um sujeito hipnótico. Quando despertar, ele poderá não estar consciente do que aconteceu, pois o "Eu" estava fora de contato. Trabalhe-o aí, pois ele terá sônico total, etc., mas tenha muito, muito cuidado em trabalhá-lo bastante cedo na sua área pré-natal. Ele poderá não ser capaz de recordar o que aconteceu e um engrama tardio, que não se reduzirá se for tocado, poderá impor-se com toda a sua força ao "Eu" quando o paciente recupera a posse de si mesmo. Além disso, poderá dar-lhe acidentalmente uma sugestão positiva. Trabalhe de preferência com uma profundidade de transe bastante à direita do banco reativo. As características das unidades que rotulamos de "arquivista" são semelhantes, em desejos, às do indivíduo básico quando ele é Clareado. Assim, pode-se alcançar a personalidade básica em qualquer paciente, pois temos aqui uma amostra dela. Mas o auditor deve contentar-se com saber que ela está ali. À medida que o Clareamento prossegue, ele vê-la-á cada vez mais. O indivíduo é ele próprio. A sua personalidade não se altera, simplesmente se torna naquilo que ele sempre quis que ela fosse nos seus momentos ótimos. Pode-se considerar que as unidades que estão de encontro aos bancos padrão são o arquivista. Mas o arquivista pode penetrar em mais do que apenas o banco padrão. Ele também pode retirar dados de todo o banco de engramas. A linha do tempo poderá ter vários aspectos para o preclear. Na realidade, não há ali nenhuma linha exceto o tempo e o tempo é invisível: mas a consciência, o "Eu", pode retornar ao longo desta. A linha do tempo está sempre ali, estendida. Mas ocorrem e voltam a ocorrer continuamente idéias aberradas desta linha, no mesmo paciente. Esta poderá ficar toda enrodilhada. Poderá ser muito longa. Poderá ser que ele nem sequer consiga entrar nela (aqui está o esquizofrênico - ele está fora da sua linha do tempo). Mas ela está lá. Esta é o sistema de arquivo por tempo e o "Eu" pode ser retornado ao longo do tempo pelo simples pedido de que ele o faça. Se não o fizer, está preso no presente ou em um engrama, o que é fácil de resolver. E assim por diante. Consideremos agora o banco de engramas. Este foi desenhado como um retângulo negro no esboço acima. Vamos alterar isto um pouco e voltar a desenhar tudo, com os retângulos representados por triângulos, com todos os seus vértices voltados para baixo e juntos, mas tudo o resto será como estava antes: os bancos padrão, o analisador (consciência), e o "Eu". Este agora é um modelo de trabalho, uma analogia, daquilo que o auditor está a tentar contatar. É como se o próprio banco de engramas existisse naquele triângulo negro. Na realidade não se encontra ali, existem somente os seus circuitos, mas nós só precisamos de visualizar que este existe ali. Deste modo, há uma ponta fina na parte inferior. O "Eu" e o arquivista podem juntar-se ali. Esta é a parte inferior da linha do tempo. Isto é imediatamente após a concepção. Um pouco mais acima, digamos, dois meses e meio após a concepção, o "Eu" e o arquivista têm um pouco mais de dificuldade em estabelecer contato. Há mais circuitos reativos entre eles. Aos sete meses após a concepção é ainda mais difícil. E aos vinte anos de idade isto aproximou-se da impossibilidade, na maioria dos casos, sem a técnica de Dianética. Assim sendo, o auditor achará vantajoso trabalhar na área pré-natal e tão cedo nesta área quanto for possível. Se ele puder clarear o tempo que vai da concepção até ao nascimento, incluindo o nascimento, nove décimos da sua tarefa estão completados. O seu objetivo é clarear todo o banco reativo. O banco reativo é como uma pirâmide que está muito bem blindada em toda a parte, exceto logo abaixo do vértice, e que perde a sua blindagem quando o vértice é contatado. Isto é tomar o banco reativo em um setor exposto. O esforço é para entrar na área básica, entrar em contato com os engramas antigos, apagar o engrama básico-básico por meio de recontagens e, então, avançar para cima, apagando engramas. Esses engramas aparentemente desvanecem. Na realidade, é preciso uma busca exaustiva para os descobrir, uma vez que tenham realmente desaparecido. Estes existem como memória no banco padrão, mas essa memória tem tão pouca importância, estando agora integrada como experiência, que não pode aberrar. Nada no banco podrão pode aberrar. Somente o conteúdo do banco reativo pode aberrar - momentos de "inconsciência" e o que foi registrado dentro deles - e os locks. O auditor, no seu trabalho, considera um engrama apagado quando este desvanece, quando o preclear já não consegue contatar nenhuma parte deste, mas somente depois de o preclear tê-lo reexperimentado a fundo, completo com somáticos{14}. Esta pirâmide invertida, na sua região superior, é efeito. Na região inferior, ela é a causa primária da aberração. O cimento que mantém esta pirâmide invertida aglutinada é a dor física e a emoção dolorosa. Toda a dor física alguma vez registrada pelo organismo e toda a emoção dolorosa são partes desta pirâmide invertida. O auditor primeiramente descarrega a emoção dolorosa da vida mais recente, como esta foi manifestada em "momentos conscientes". Ele trabalha esses períodos como engramas verdadeiros, até o preclear deixar de ser afetado por estes. Depois, ele tenta contatar o básico-básico: aquele primeiro engrama. Reduz todos os engramas que contata a caminho desse objetivo primário. Em cada sessão, ele tenta alcançar o básico-básico até ter a certeza de que o conseguiu. O básico-básico é o ponto inferior. Uma vez que tenha sido alcançado, inicia-se um apagamento durante o qual engrama após engrama é "reexperimentado" com todos os somáticos, até que desaparece. Antes de ter alcançado o básico-básico, o auditor poderá ter sido obrigado a percorrer os engramas vinte vezes, antes destes se reduzirem. Posteriormente, ele poderá ter verificado que estes se reduziam com cinco repasses. Depois ele contata o básico-básico e apaga-o. Se por essa altura o paciente já tiver sônico - ou se o teve o tempo todo - os engramas começam a apagar-se com uma ou duas recontagens. O arquivista é esperto. O auditor que não dá crédito à capacidade dessas unidades de atenção complicará o caso além do que é necessário e aumentará a sua duração. O arquivista poderá entregar coisas por frases, por somáticos e por tempo. Qualquer coisa que ele entregue normalmente reduzir-se-á nas recontagens. Ao trabalhar com o arquivista, sem tentar comandá-lo, o auditor verá o caso a melhorar continuamente, até que fica Liberado ou totalmente Clareado. A única vez em que o auditor pode ignorar isto, é quando usa o sistema de Repetição, que virá a ser descrito. Temos o "Eu" em rêverie; nós retornamos o preclear para um período da sua vida ao longo da sua linha do tempo; o arquivista oferece incidentes que o preclear reexperimenta; o auditor leva o preclear a recontar o engrama até que este seja aliviado ou se tenha "desvanecido"{15} (todos os engramas acabarão por "desvanecer" depois de o básico-básico ter sido apagado); qualquer coisa nova que o arquivista ofereça, mesmo durante a recontagem, é abordada pelo auditor para fazer o preclear reexperimentá-la. Essa é a totalidade da atividade de Dianética. Existem, como acessórios, a Técnica de Repetição e alguns atalhos. Isto é terapia. É natural que seja necessário mais algum desenvolvimento deste assunto e este será encontrado nas páginas seguintes, para dar ao auditor todos os dados de que ele necessita. Mas estas são as linhas gerais da terapia de Dianética. ****** Capítulo 6 As Leis do Retorno ****** O engrama tem o aspecto de ser - mas não é - uma entidade viva que se protege de várias maneiras. Toda e qualquer frase que ele contêm pode ser considerada um comando. Esses comandos reagem sobre a mente analítica de maneira a fazer com que a mente analítica se comporte de um modo errático. A terapia de Dianética é paralela aos métodos do próprio pensamento e raciocínio. Pode verificar-se que tudo o que reage contra Dianética e o auditor, reage uniformemente e sem excepção dessa mesma maneira na mente analítica do paciente. Inversamente, os problemas de raciocínio do paciente, nas suas atividades normais, são os problemas do auditor na terapia. O grosso desses "comandos" que os engramas contêm não é computável de nenhum modo, visto que eles são contraditórios ou exigem atos irracionais. É a impossibilidade de os computar e conciliar com o pensamento e a existência que torna o paciente aberrado. Tomemos um engrama que vem de um dos movimentos intestinais da mãe. Ela está a fazer força, o que causa compressão, o que por sua vez provoca "inconsciência" no nascituro. Então, se ela habitualmente fala sozinha (monologuista), como acontece com um enorme número de mulheres aberradas, ela poderá dizer: "Oh! Isto é um inferno. Estou toda comprimida por dentro. Sinto-me tão congestionada que não consigo pensar. Isto é demasiado horrível para ser concebido". Isto poderá estar na área básica. O mecanismo de sonho da mente (que pensa principalmente em trocadilhos, ao contrário do que dizem os simbologistas) poderá produzir um sonho sobre o fogo do Inferno à medida que o engrama fica mais próximo. O preclear poderá ter a certeza de que descerá ao fogo, se prosseguir pela linha do tempo na direção desse engrama. Além disso, ele poderá pensar que a sua linha do tempo está toda comprimida. Isto significará, talvez, que os incidentes que esta contêm estão todos em um só lugar. E isso é tudo quanto a "isto é um inferno" e "toda comprimida por dentro". Agora vejamos o que acontece com "estou tão congestionada que não consigo pensar". O preclear funga, porque acha que isto significa uma constipação. Quanto a "isto é demasiado horrível para ser concebido", ele sente uma emoção de terror perante a idéia de tocar no engrama, pois o comando diz que este é demasiado doloroso para ser concebido. Além disso, como os engramas são literais nas suas ações, ele poderá pensar que ele era demasiado horrível para ter nascido. A reação emocional ao inferno - vinda de algum outro ponto na linha do tempo, como está contido nalgum outro engrama - poderá dizer que "ir para o inferno" é soluçar alto quando chora. Por conseguinte, ele não "quer" recontar esse engrama. Além disso, ele tem horror a esse engrama porque este "é demasiado horrível para ser concebido". Que a mãe estava só a discutir com a sua pessoa ambivalente sobre a necessidade de laxativos, nunca entrou na computação. Porque a mente reativa não raciocina, esta pensa em identidades, procurando comandar a mente analítica. Os dados existentes são apenas os que estão contidos no engrama e a reação analítica a esta coisa impensante é totalmente literal. Examinemos outro. Trata-se de uma experiência de coito. Esta tem, como somático, uma pressão variável. Não é dolorosa e, aliás, não importa quão dolorosos esses engramas possam ser em tempo presente quando restimulados, nem importa quão potentes sejam quando realmente são contatados, a sua dor reexperimentada é muito leve, independentemente de como era quando foi recebida. Sendo assim, isto é uma sacudidela do nascituro, nada mais. Mas o engrama diz: "Oh, querido, tenho medo que te venhas dentro de mim. Eu morrerei se vieres dentro de mim. Oh! Por favor, não te venhas dentro de mim!" O que é que a mente analítica faz com isto? Será que ela pensa sobre o coito? Será que se preocupa com a gravidez? Não, enfaticamente não. O engrama que faria uma pessoa pensar sobre o coito diria: "Pensa sobre o coito!" E o engrama que contivesse uma preocupação com a gravidez diria: "Estou preocupada com a gravidez". A dor não é severa nesta experiência de coito, mas declara especificamente que não se deve entrar no engrama: "Não te venhas dentro de mim!" Ele morreria se o fizesse, não é verdade? É exatamente isso que diz. E o paciente dá por si a vaguear pela linha do tempo, até que o auditor usa a Técnica de Repetição (de que trataremos). Que tal outro tipo de engrama? Vamos supor que o nosso pobre paciente teve a pouca sorte de lhe acrescentarem Júnior ao nome. Vamos supor que o seu nome é Raul e que o nome do pai dele é Raul. (Tenha cuidado com estes casos de Júnior, eles às vezes são invulgarmente complexos.) A Mãe (veja o RelatóÅ„o de Kinsey, se tiver quaisquer dúvidas) está a ter um caso amoroso secreto com o Jaime. Este somático do coito não é mais doloroso do que se alguém se sentasse delicadamente em cima dele, mas o paciente passa um mau bocado com isto. Mãe: "Oh! Querido, tu és tão maravilhoso. Gostava que o Raul fosse mais parecido contigo, mas não é. Ele parece ser totalmente incapaz de excitar uma garota." Amante: "Oh! O Raul não é assim tão mau. Eu gosto dele." Mãe: "Tu não conheces o seu orgulho. O Raul morreria se viesse a descobrir isto. Eu sei que isto simplesmente matá-lo-ia." Amante: "Não te preocupes, o Raul nunca ouvirá nada." Esta pequena jóia de engrama é mais comum do que se poderia supor antes de ele começar a obter um ponto de vista de embrião sobre a mãe. Isto não será computado no analisador como dados. Deste modo, isto é uma preocupação. (Uma preocupação é comandos engrâmicos contraditórios que não podem ser computados.) O Raul Júnior verifica que é muito tímido sexualmente. Esse é o padrão aberrativo. Abordando-o na terapia, verificamos que temos uma computação de compaixão com o amante. Afinal de contas, ele disse que o Raul não era assim tão mau, que gostava do Raul. Bem, para a mente reativa, é claro que o único Raul é o Júnior. Isto impede o nosso paciente de se aproximar desse engrama, porque ele acha que perderá um amigo se o tocar. Além disso, no lado aberrativo, o Júnior sempre se preocupou com o orgulho das pessoas. Quando contatamos isto na terapia, ele afasta-se violentamente do engrama. Afinal, se ele viesse a descobrir isto, isto "matá-lo-ia logo ali". E há outra coisa aqui, um desligamento sônico. Diz ali que o Raul nunca ouvirá nada. Isto é material de sobrevivência. É nisto que as células acreditam. Por isso, o Raul nunca ouve quando está a recordar. Haverá mais desligamentos sônicos. A mãe é promíscua e isto geralmente representa um bloqueio na Segunda Dinâmica. O bloqueio na Segunda Dinâmica significa, muitas vezes, que ela detesta crianças. Em suma, este seria um caso de tentativa de aborto que encheu o Júnior de buracos, em quantidade suficiente para abastecer uma fábrica de queijos durante algum tempo. O Júnior, agora um homem, talvez tenha ouvido amplificado porque ele, em geral, anda assustado com a "vida". Mas a sua recordação sônica é zero. Logo, este engrama teria de ser isolado de entre os circuitos demônio como "impressões" que vêm à mente. O auditor, tomando aquilo que o paciente diz a respeito disso, poderá rapidamente adivinhar o seu conteúdo e explodi-lo por meio da Técnica de Repetição. Tomemos agora o caso da mãe que, sendo uma personificação da respeitabilidade, ainda que um pouco lamurienta, descobre que está grávida e vai ao médico. Mãe: "Acho que estou grávida. Receio que seja assim." (O doutor vai-lhe dando pancadinhas por algum tempo, pondo o nascituro, que é o nosso preclear trinta anos mais tarde, em um estado de "inconsciência".) Doutor: "Acho que não." Mãe: "Receio que realmente esteja. Tenho a certeza de que estou embaraçada. Eu simplesmente sei." Doutor (mais pancadinhas): "Bem, é difícil dizer assim tão cedo." Isto diz logo ali que esse homem, o nosso paciente, está grávido. Se olharmos, veremos que ele tem uma pança. Sem dúvida que isso é uma boa sobrevivência. E na terapia, nós verificamos que ele tem medo de existir: Receio que seja assim. E, de repente, ele não se está a mover na linha do tempo. Porquê? Ele está embaraçado. Isso não quer dizer que ele esteja grávido; quer dizer que ele está embaraçado. Além disso, não será capaz de o recontar. Porquê? Porque é difícil dizer assim tão cedo. Por conseguinte, ele não fala a esse respeito. Soltamo-lo na linha do tempo usando a Técnica de Repetição. Oh! Esta nossa língua que diz tudo o que não quer dizer! A devastação que ela causa quando colocada nas mãos da mente reativa idiota! Interpretação literal de tudo! Parte do padrão aberrativo da pessoa que tinha o engrama acima era uma grande cautela em dar qualquer opinião. Afinal de contas, era difícil dizer assim tão cedo. Agora tomemos um engrama de uma jovem paciente, cujo pai era seriamente aberrado. Ele bate na mãe, porque tem medo que a mãe esteja grávida e o pai está bloqueado nas Dinâmicas Um, Dois, Três e Quatro. Pai: "Sai daqui! Sai daqui! Eu sei que tu não me tens sido fiel! Tu não eras nenhuma virgem quando casei contigo. Devia ter te matado há muito tempo! Agora estás grávida. Sai daqui!" A menina, cerca de cinco semanas após a concepção, fica "inconsciente" com o golpe dado ao abdômen da mãe. Ela tem aqui um engrama severo, porque este tem valor emocional doloroso que ela nunca será capaz de dramatizar satisfatoriamente. Aqui, o padrão aberrativo manifesta-se através da histeria sempre que um homem possa acusá-la de não ser fiel. Ela era virgem quando se casou vinte e um anos depois de ter recebido esse engrama, mas estava convencida de que não era virgem. Tinha uma "delusão infantil" de que o pai poderia matá-la. E está sempre com medo de estar grávida, porque o engrama diz que ela agora está grávida, o que significa sempre, pois o tempo é uma sucessão de "agoras". Na terapia, tentamos aproximar-nos deste engrama. Retornamos a paciente à área básica e, de repente, encontramo-la a falar sobre uma coisa que aconteceu quando ela tinha cinco anos de idade. Retornamo-la novamente e agora, ela está a falar sobre uma coisa que aconteceu quando ela tinha dez anos de idade. O auditor, ao observar alguma reação como esta, sabe que está a lidar com um ressaltador. Este diz: "Sai daqui!" e a paciente sai. O auditor reconhece o que está mal, usa a Técnica de Repetição e reduz ou apaga o engrama. Sempre e invariavelmente, a mente analítica reage a esses engramas como se fosse comandada. Na linha do tempo, ela executa o que esses engramas dizem. E computa sobre o caso ou sobre a vida, como esses engramas mandam. Os "engramas são coisas saudáveis" para se ter por perto! Uma sobrevivência realmente boa! Uma sobrevivência suficientemente boa para levar qualquer humano à sua sepultura. O auditor não se preocupa muito com as frases que ajudam a terapia. Um engrama recebido de um pai que está a bater na mãe e que diz: "Toma isto! Estou a dizer-te para levares isto. Tens de levar isto!" significa que o nosso paciente tem possivelmente tido tendências cleptomaníacas. (Estas coisas são a única fonte dos impulsos de um ladrão, o que é comprovado pelo fato de que, quando o auditor apaga todos esses engramas em um paciente, o paciente deixa de roubar.) O auditor verá isto a ser avidamente recontado, porque o seu conteúdo oferece-o à mente analítica. Toda a espécie de engramas que dizem: "Volta aqui! Agora fica aqui!", como os pais tanto gostam de dizer, explicam o retorno brusco ao engrama quando se entra em terapia. O paciente volta diretamente para o engrama assim que este é exposto. Quando recontado, o comando deixa de produzir efeito. Mas enquanto aquele engrama existiu, inviolado, ele era totalmente capaz de mandar pessoas para um manicômio, para se deitarem numa posição fetal. Qualquer pessoa que tenha sido deixada em um manicômio, que não tenha recebido tratamento de choques ou lobotomia pré-frontal e que sofra deste tipo de insanidade, pode ser liberada de tal engrama e devolvida a tempo presente simplesmente pelo uso da Técnica de Repetição. Isto às vezes demora apenas meia hora. Então, viajar na linha do tempo e vaguear através das computações que esses engramas compelem o analisador a tentar é quase como jogar um jogo infantil que tem um número de quadrados ao longo dos quais se deve mover um "humano". Na realidade, poder-se-ia compor um jogo com base nessa linha do tempo e nos comandos engrâmicos. Seria semelhante ao parcheesi. Avança tantos quadrados, calha em um que diz: "Sai daqui!", o que significa que o "humano" teria de voltar para o tempo presente ou ir na sua direção. Ele avança tantos quadrados e então perde uma jogada, porque este quadrado em que calhou agora diz: "Fica aqui!" e o "humano" ficaria aí até que o auditor o deixasse sair por meio da técnica (mas porque o comando é atingido pela terapia, este não teria o poder de detê-lo por muito tempo). Depois avança tantos quadrados até um que diz: "Vai dormir" e o "humano" teria de ir dormir. Avança tantos quadrados até chegar a um que diz: "Ninguém deve descobrir" e, portanto, não haveria nenhum quadrado. Avança tantos quadrados até chegar a um que diz: "Tenho medo" e o "humano" teria medo. Volta a avançar para um quadrado que diz: "Tenho de me ir embora" e assim, o "humano" ir-se-ia embora. Avança mais uma vez para um quadrado que diz: "Não estou aqui" e o quadrado não estaria ali. E assim por diante. As classes de comandos que incomodam particularmente o auditor são poucas. Como a mente realmente realiza alguma parte do seu pensamento, especialmente quando está a lembrar, por retorno, mesmo quando o indivíduo não está a retornar, todos esses comandos também impedem os processos de pensamento da mente. Na terapia, eles são particularmente incomodativos e são o alvo constante da atenção do auditor. O primeiro é a espécie de comando ejetor-de-paciente. Estes são coloquialmente chamados ressaltadores. Incluem coisas como "Sai daqui!", "Nunca mais voltes", "Tenho de ficar afastado", etc., etc., incluindo qualquer combinação de palavras que signifique literalmente ejeção. O segundo é a espécie de comando segurador-de-paciente. Estes incluem coisas como "Fica aqui", "Senta-te aí e pensa nisso", "Volta aqui e senta-te", "Não posso ir", "Não devo sair", etc. O terceiro é a espécie de comando negador-de-engrama que, traduzido literalmente, significa que o engrama não existe. "Não estou aqui", "Isto não leva a lado nenhum", "Não posso falar sobre isto", "Não consigo lembrar-me", etc. O quarto é a espécie de comando agrupador-de-engramas. Este, traduzido literalmente, significa que todos os incidentes estão em um só lugar na linha do tempo. "Estou todo comprimido", "Acontece tudo ao mesmo tempo", "Vem tudo para cima de mim ao mesmo tempo", "Vou ficar em pé de igualdade contigo", etc. O quinto é o deorientador-de-pacientes, que manda o preclear na direção errada, fá-lo ir para antes, quando devia ir para depois; ir para mais tarde, quando devia ir para mais cedo, etc. "Não podes voltar atrás neste ponto", "Deste a volta", etc. O ressaltador faz o preclear voar de volta para o tempo presente. O segurador mantém-no exatamente onde está. O negador fá-lo sentir que não há nenhum incidente presente. O quarto, o agrupador, encurta a sua linha do tempo de modo que não há nenhuma linha do tempo. O desorientador inverte a direção necessária do percurso. O contato com qualquer engrama faz o preclear reagir "analiticamente". Tal como no caso de um engrama que está a ser restimulado, os comandos impingem-se ao seu analisador. E embora o analisador possa acreditar firmemente que acabou de computar a reação por sua própria iniciativa, este na realidade está a falar diretamente do conteúdo de um engrama ou engramas. Este é o método da Técnica de Repetição. À medida que retrocede pela linha do tempo contatando engramas, o preclear depara-se com áreas de "inconsciência" que estão ocluídas pela "inconsciência" ou emoção. Na maior parte dos engramas mais antigos, pode-se esperar que o preclear boceje repetidamente. Não é o comando "dormir" que é responsável por isto: a "inconsciência" está a liberar-se (a fazer boil-off como dizem os auditores). Um preclear poderá, durante um espaço de duas horas, atrapalhar-se, cair em "inconsciência", parecer narcotizado, começar a adormecer, sem que esteja presente qualquer comando desse tipo. Uma parte do grupo de dados do engrama é o desligamento do analisador. Quando ele é retornado e contata um engrama, o preclear experimenta, então, uma atenuação do analisador, o que significa que ele é muito menos capaz de pensar nessa área. Fazer boil-off da "inconsciência" é um processo muito necessário à terapia, pois esta "inconsciência" poderia ser restimulada na vida quotidiana do indivíduo e, quando restimulada, faria com que a sua inteligência se desligasse, só um pouco ou muito, tornando os seus processos de raciocínio mais lentos. O aspecto de "inconsciência" reduz, então, a consciência do preclear sempre que esta seja contatada. O preclear tem sonhos, murmura coisas tolas e atrapalha-se. O seu analisador está a penetrar no véu que o mantinha afastado do engrama. Mas o analisador também é altamente susceptível, quando está neste estado, a um comando engrâmico. Quando incitado pelo auditor a atravessar o engrama e recontá-lo (embora o auditor saiba que poderá demorar alguns minutos até que esta "inconsciência" faça boil-off suficiente para deixar o paciente atravessá-lo), o preclear poderá queixar-se de que "não pode voltar atrás neste ponto". O auditor toma prontamente nota disto. Isto é um comando engrâmico a aparecer. Ele não informa o paciente de que sabe isto; o paciente usualmente não sabe o que está a dizer. Se depois o paciente continuar a ter dificuldades, o auditor diz-lhe: "Diz: `Não posso voltar atrás neste ponto'." Então, o paciente repete isto, com o auditor a fazê-lo repetir isto vez após vez. De repente, o somático liga-se e o engrama é contatado. Ao entrevistar um paciente, o auditor anota cuidadosamente, sem parecer que está a fazê-lo, as frases que o paciente escolhe e repete sobre os seus males ou sobre Dianética. Depois de ter colocado o paciente em rêverie, se descobrir que este, por exemplo, insiste que "não pode ir a lugar nenhum", o auditor fá- lo repetir a frase. A repetição de tal frase, vez após vez, suga o paciente para baixo na linha do tempo e põe-no em contato com um engrama que contêm essa frase. Poderá acontecer que esse engrama não se libere - por ter demasiados antes dele - mas só não se liberará se tiver aquela mesma frase em um engrama anterior. Assim, prossegue-se com a Técnica de Repetição, com o auditor a fazer o paciente ir cada vez mais para trás, à procura do engrama. Se tudo sair de acordo com os planos, o paciente muitas vezes soltará um riso reprimido ou dará uma gargalhada de alívio. A frase foi solta. O engrama não foi apagado, mas essa porção dele não influenciará a terapia daí para a frente. Qualquer coisa que o paciente faça a respeito de engramas e quaisquer palavras que ele use para descrever a ação, normalmente estão contidas nesses engramas. A Técnica de Repetição remove a carga das frases, de modo que se pode chegar aos engramas. É claro que esta técnica pode, muito ocasionalmente, meter o paciente em apuros, mas o tipo de apuros em que alguém pode se meter em Dianética não é muito grave. O engrama, restimulado na vida quotidiana, pode ser, e é, violento. Assassínios, violações e fogo posto, tentativas de aborto, atraso na escola - qualquer aspecto aberrado da vida - provêm desses engramas. Mas o ato de abordá-los na terapia de Dianética ocorre noutro canal, um canal mais próximo da fonte do engrama. Atuando normalmente sobre um indivíduo desprevenido, o engrama tem um enorme poder motor e verbal, ocupa um grande número de circuitos na mente que deviam ser usados para a racionalidade e, em geral, causa devastação: os seus contatos estão "soldados" e não podem ser retirados pelo analisador. Na terapia, o paciente é dirigido para o engrama: basta esse ato para começar a desconectar algumas das suas "ligações permanentes". Um paciente pode ser levado a entrar em um engrama que, a menos que seja abordado pela rota da terapia, poderá levá-lo a enroscar-se como um feto e a ser internado no manicômio mais próximo. Na rota da terapia, que é um retorno pela linha do tempo abaixo, o segurador mais poderoso tem a sua força limitada. Um paciente pode entrar em um segurador que na vida normal poderia ser uma psicose. Talvez a única manifestação deste seja que quando dizem ao paciente que "Volte para tempo presente", ele simplesmente abre os olhos sem realmente atravessar a distância pela linha acima até ao tempo presente. Ele não desconfia que está em um segurador até que o auditor, atento a tal manifestação, lhe aplique a Técnica de Repetição. Auditor: Estás em tempo presente? Preclear: Claro. Auditor: Como te sentes? Preclear: Oh! Estou com uma ligeira dor de cabeça. Auditor: Fecha os olhos. Agora diz: "Fica aqui". Preclear: Está bem. Fica aqui. Fica aqui. Fica aqui. (várias vezes) Auditor: Estás a mover-te? Preclear: Não. Auditor: Diz: "Estou embaraçado. Estou embaraçado." Preclear: Estou embaraçado. (várias vezes) Auditor: Estás a mover-te na linha do tempo? Preclear: Não. Auditor: Diz: "Estou preso". Preclear: Estou preso. Estou. ... Ai! A minha cabeça! Auditor: Continua a repeti-lo. Preclear: Estou preso. Estou preso. Estou preso. Ai! Isto está pior! (O somático dele vai ficando mais forte a medida que ele se aproxima do engrama que o está a segurar, no outro lado do véu de "inconsciência".) Auditor: Continua a repetido. Preclear: Estou preso - "Oh! Meu Deus, estou preso. Nunca sairei deste lugar. Nunca sairei. Estou preso!" Auditor: Contata-o de perto. Assegura-te de que não há mais nada lá dentro. (Um truque para impedir que o preclear volte a tocar o disco do que ele próprio acabou de dizer e para que continue a percorrer o engrama.) Preclear: Dói-me a cabeça! Deixa-me ir para tempo presente! Auditor: Volta a repassá-lo. (Se o preclear manifestar assim tanta carga, ele ficará infeliz e da próxima vez poderá ser mais difícil entrar no incidente.) Preclear: "Oh! Meu Deus, estou presa. Receio que estou presa (apareceu uma palavra nova). Nunca sairei deste lugar enquanto viver. Estou presa. Nunca sairei daqui. Estou presa." (aparte) Ela está a chorar. "Oh! Porque é que me casei com um homem assim!" Auditor: Como está a tua cabeça? Preclear: Dói menos. Ena, isso é um golpe baixo. Ela está a esmurrar o próprio estômago. Isso é desprezível! Ah! Diabos a levem! Auditor: Reexperimenta-o novamente. Vamos assegurar-nos de que não há nada mais lá dentro. (O mesmo mecanismo para impedir o preclear de tocar novamente o disco do que ele disse antes, em vez do que ele agora obtém do engrama. Se ele repetir o disco, em vez de reexperimentar, o engrama não se levantará.) Preclear: (De fato, faz isso, obtendo algumas palavras novas e vários sons, incluindo o baque surdo dos golpes no abdômen dela e uma buzina [tipo corneta] de um carro lá fora na rua.) Não me digas que tenho de repassar essa coisa novamente. Auditor: Conta-o de novo, por favor. Preclear: Bem, então esta mulher tenta arrebentar com a minha cabeça e livrar-se de mim. E por isso, saltei lá para fora e dei-lhe uma sova dos diabos. Auditor: Por favor, reexperimenta o engrama. Preclear: (Começa a fazê-lo, de repente descobre que, tal como um pedaço de fio que tem um laço, esse engrama estendeu-se e contêm mais dados onde estavam os laços.) "Tenho de pensar nalguma coisa para dizer ao Henrique. Ele vai saltar em cima de mim." (Esta era a fonte da sua piada: "Saltei lá para fora, etc".) Auditor: Por favor, repassa-o. Poderá conter mais alguma coisa. Preclear: (Faz isso, partes antigas do engrama reduzem-se e aparecem dois novos sons, os passos dela e água corrente. Então, ele esta feliz e ri acerca disso. Este engrama está liberado, porque poderá não ter desvanecido totalmente. Um engrama destes só fica neste estado quando é contatado antes do básico-básico.) Temos aqui a Técnica de Repetição e também um engrama contado até uma recessão. Este engrama poderá reaparecer com uma carga adicional muito fraca depois que se contatar o básico-básico, mas este perdeu todo o poder de aberrar ou de provocar uma dor de cabeça psicossomática ou qualquer outra doença. No entanto, este engrama, não contatado pela terapia, era mais do que suficiente para fazer este paciente, quando menino, gritar de terror todas as vezes que ele visse que não conseguia sair de algum espaço fechado (claustrofobia). A Técnica de Repetição é a única fase específica de Dianética que requer esperteza do auditor. Usando persistência e paciência, qualquer auditor, com um mínimo de inteligência, pode ter êxito nas outras fases desta ciência. Na Técnica de Repetição, ele tem de aprender a pensar - para propósitos de terapia - como um engrama. Terá de observar como o sujeito está a se comportar ao longo da linha do tempo. E terá de observar o tipo de reação que o sujeito tem e concluir daí qual o tipo de comando que está a perturbar o sujeito, quando o próprio sujeito não coopera ou não sabe. Isto não quer dizer que a Técnica de Repetição seja difícil: não é. Mas a capacidade do auditor em usá-la é a principal razão de um caso demorar mais com um auditor do que com outro. Esta é uma capacidade definida. É jogar com esperteza o jogo mencionado acima. Onde é que o preclear está preso e com que comando? Porque é que o preclear parou repentinamente de cooperar? Onde está a carga emocional que está a reter o caso? Com a Técnica de Repetição, o auditor pode resolver todos estes problemas e um auditor esperto resolve-os muito mais depressa do que um que não seja. Como é que se pensa da mesma maneira que um engrama? Ronald Ross, ao descobrir que os insetos têm germes, considerou necessário pensar como um mosquito. Aqui está uma ameaça semelhante: o engrama. Precisamos de aprender a pensar, para propósitos terapêuticos, como um engrama. O auditor não poderia olhar, e não precisa de ser capaz de olhar, para dentro dos olhos de um paciente e adivinhar porque é que ele não come mais nada senão couve-flor às quartas-feiras. Isso é uma aberração e o auditor não precisa de adivinhar quais são as origens das aberrações ou doenças psicossomáticas: todas elas virão à tona a seu tempo e ele aprenderá muito a seu respeito à medida que prosseguir. Mas o auditor precisa de ser capaz de manter o seu paciente endireitado na linha do tempo, a mover-se mais para trás na área básica e a avançar para cima a partir daí, para uma redução. A resposta corrente para isto é a Técnica de Repetição. Compreenda que é possível desenvolver toda uma nova arte de prática, ou muitas artes de prática, para Dianética: ficaríamos muito infelizes com os nossos semelhantes se tal evolução e melhoramento não se verificassem. Neste momento, a melhor que apareceu (e o critério do que é melhor é aquilo que funciona uniformemente em todos os casos) foi a Técnica de Repetição. O auditor tem de ser capaz de a usar se ele espera obter alguns resultados em um caso, nesta altura. Quando o auditor, ou algum auditor, tiver trabalhado alguns casos e conhece a natureza desta fera, o engrama, ele poderá - e é bom que o faça - apresentar técnicas aperfeiçoadas por si. O grande inconveniente da Técnica de Repetição é que esta exige que o auditor seja esperto. Ser esperto não significa falar muito. Quando se audita em Dianética, isso é ser muito pateta. Na verdade, quando os auditores começam a trabalhar casos, eles quase invariavelmente apreciam tanto o som da própria voz e a sensação da sua perícia que o pobre preclear quase não tem uma oportunidade de dizer uma palavra no sentido reativo - e é o preclear que deve ser Clareado, que tem a única informação exata e que pode fazer as únicas avaliações. Ser esperto, no sentido da Técnica de Repetição, é ser capaz de escolher, da conversação ou ação do sujeito, qual é exatamente o conteúdo dos engramas que o impedirá de os alcançar, progredir através destes e assim por diante. A Técnica de Repetição é dirigida somente à ação, não à aberração. Aqui está um caso, por exemplo, que estava tão "selado" que foram necessárias trinta horas de Técnica de Repetição, quase contínua, para romper as paredes entre a mente analítica e os engramas. É importante saber que um engrama não seria um engrama se o preclear pudesse contatá-lo facilmente. Qualquer engrama que pode ser facilmente contatado e que não tem qualquer carga emocional é praticamente tão aberrativo como um copo de água com gás. Uma jovem, com recordação sônica, mas com ouvido amplificado e um desequilíbrio tão completo do sistema endócrino que se tornara uma velha aos vinte e dois anos de idade, foi auditada durante setenta e cinco horas antes de ela contatar qualquer coisa na área básica. Isto é quase incrível mas aconteceu. Num paciente com desligamento sônico e fora da sua linha do tempo, setenta e cinco horas de trabalho apenas lubrificariam as engrenagens. Mas esta jovem, com recordação sônica, devia estar bem adiantada no caminho de Clear e ainda não tinha tocado no básico-básico. Pela Técnica de Repetição, e só ela Repetição, o caso finalmente foi resolvido. Não continha praticamente nenhuns seguradores ou ressaltadores. Simplesmente parecia que toda a área pré-natal era um espaço em branco. Mas acontece que um engrama não sendo uma memória que contenha razão, é apenas um conjunto de ondas ou algum outro tipo de gravação que se impinge à mente analítica e à mente somática e dirige a voz, os músculos e outras partes do corpo. A mente analítica, para justificar o que vê a ocorrer, e reduzida pelo engrama que está a ser dramatizado, poderá estar a interpor dados para fazer essa ação parecer racional - para a justificar. Mas isto não torna um engrama senciente. Quando nos aproximamos pela primeira vez de um engrama na terapia, este parece estar completamente ausente. Poderão ser necessárias três sessões para "desenvolver" esse engrama. Como muitos são trabalhados isto não significa três sessões em branco, mas significa que o "Eu", ao retornar, tem de passar por cima de um engrama algumas vezes para o engrama desenvolver-se. E importante saber isto. Tal como se pode pedir um dado à mente numa semana e não o encontrar (num aberrado), e depois pedi-lo novamente na semana seguinte e encontrá-lo, o mesmo acontece com os engramas. Um princípio cardinal na terapia é que se continuar a pedi-lo, acabará por obter o engrama. Retornar, vez após vez, sobre a área pré-natal acabará por desenvolver, por si só, os engramas nela contidos para que a mente analítica os possa atacar e reduzir. Isto é um trabalho lento. A Técnica de Repetição - mesmo que o engrama ainda precise de ser desenvolvido por várias sessões - acelera imensamente o processo. No caso desta jovem, provavelmente teria levado outras cinquenta ou sessenta horas de trabalho para contatar os engramas, a menos que se tivesse usado uma técnica como a Repetição. A Técnica de Repetição resolveu-o quando o auditor notou que ela não parava de dizer: "Tenho a certeza que há uma boa razão para me sentir mal na minha infância. Afinal de contas, o meu irmão violou-me quando eu tinha cinco anos. Tenho a certeza que é muito mais tarde, na minha infância. A minha mãe tinha um ciúme terrível de mim. Estou certa de que é mais tarde." Como se poderia imaginar, essa jovem tinha estudado, na universidade, alguma escola de cura mental que considerava o sexo ou a ingestão de toxinas como a causa das aberrações da mente e ela muitas vezes discursava sobre o fato de que, embora não fosse avessa àquilo a que ela chamava "análise", ela achava que era tolo esperar que um feto ouvisse alguma coisa. Ela ia para a área anterior ao nascimento e declarava que estava bastante confortável. Mas o nascimento não estava visível. Isto é importante. O engrama básico ou engramas na área básica - perto do período embrionário - não podem desvanecer e não desvanecerão sem terapia. E quando o nascimento não pode ser contatado, nem sequer através de um somático, é certo que existe alguma coisa antes deste. Se o nascimento fosse o primeiro engrama, toda a gente poderia ser Clareada em cinco horas. O nascimento pode até estar visível e, ainda assim, haver meia centena de experiências pré-natais severas. No caso dela, não havia nada visível. O seu padrão educacional tornara o caso lento; ela estava sempre a tentar ficar em tempo presente e "lembrar" com uma memória tão cheia de oclusões, que não conseguia recordar o nome certo da sua mãe. (Ela tinha adquirido esta maneira de ser por ter estado, durante dez anos, nas mãos de especialistas da mente que lhe pediam que não fizesse mais nada senão "lembrar".) Como se disse, ela estava bastante confortável antes do nascimento, sentia o fluido amniótico e tinha a certeza de que a vida no útero era uma vida feliz para todos. A incongruência de que ela podia experimentar as sensações do fluido amniótico, o conforto flutuante e o calor, e manter uma crença contínua de que não havia uma memória pré-natal, escapava-lhe completamente. O auditor não fez o menor esforço para a convencer. Conhecendo o seu ofício, simplesmente continuou a mandá-la para trás e para a frente, tentando este ou aquele mecanismo. Finalmente, ela quis saber se tinha de haver experiência pré-natal e foi informada de que aquilo que estava lá, estava lá, que se não houvesse memória pré-natal, então ela não se recordaria de nenhuma, mas que se houvesse, talvez ela se recordasse. Esta é uma atitude boa e equívoca para um auditor. Afinal de contas, Dianética, como disse um auditor, "apenas mostra as mercadorias" e não faz nenhum esforço por vendê-las. O auditor tinha estado a usar a Técnica de Repetição em variedades de frases. A rapariga estava a mover-se na linha do tempo, portanto, devia haver um negador presente. E ele já tinha esgotado totalmente as idéias quando compreendeu, de repente, que ela usava muitas vezes aquela frase: "Muito mais tarde". Auditor: Diz: "muito mais tarde" e retorna à área pré-natal. Rapariga: Muito mais tarde. Muito mais tarde. (etc.) (muito enfadada e nada cooperante) Auditor: Continua, por favor. (Nunca diga: "Segue adiante", pois significa fazer exatamente isso. Diga: "Continua", quando quer mantê-los a progredir ao longo de um engrama ou a repetir, e "Retorna a passar por ele" quando se volta a percorrer um engrama que já se percorreu uma vez.) Rapariga: Muito mais tarde. Muito ... Tenho um somático na cara! E como se estivesse a ser empurrada. (Isto era uma boa notícia, pois o auditor sabia que ela tinha um desligamento de dor a meio do período pré-natal, que impedia os somáticos mais tardios de aparecerem.) Auditor: Contata-o mais de perto e continua a repetir. Rapariga: Muito mais tarde. Muito mais tarde. Está a ficar mais forte. (Naturalmente. Na Técnica de Repetiçcîo, o somático torna-se mais forte até que a frase aparece, exatamente certa. Num caso não-sônico, esta impinge-se indiretamente ao "Eu "; em um caso sônico, o som surge como som.) Auditor: Continua. Rapariga: Muito. ... Ouço uma voz! Aí está. E isso! Ora, é a voz do meu pai! Auditor: Escuta as palavras e repete-as, por favor. Rapariga: Ele está a falar com a minha mãe. Eh! Esta pressão na cara é desconfortável. Continua a ir para cima e para baixo em cima de mim. Está a doer! Auditor: Repete as palavras dele, por favor. Rapariga: Ele está a dizer: "Oh querida, agora não vou vir-me dentro de ti. E melhor esperar até muito mais tarde para ter um." E há a voz da minha mãe. Eh! Esta pressão está a doer-me. Não, esta diminuiu consideravelmente. Que engraçado, assim que localizei a voz dele, a pressão diminuiu. Auditor: O que é que a tua mãe está a dizer, por favor, se estiveres a ouvi-la? Rapariga: Ela está a dizer: "Então, nem sequer te quero dentro de mim!" Está zangada! Eh! O somático parou. (Nesse ponto o coito tinha terminado.) Auditor: Por favor, retorna ao início disso e reconta-o. Rapariga: (Retoma o início, o somático reaparece.) O que será que eles estão a fazer? (depois uma pausa) Ouço um som de esguichadas! (depois, uma pausa e embaraço) Oh! Auditor: Reconta o engrama, por favor. Rapariga: Há uma espécie de ritmo tênue ao princípio e que depois acelera. Posso ouvir a respiração. Agora está a começar a pressionar cada vez com mais força, mas muito menos do que na primeira vez. Depois esta diminui e eu ouço a voz do meu pai: "Oh querida, agora não vou vir-me dentro de ti. É melhor esperar até muito mais tarde para ter um. Não tenho a certeza de que gosto assim tanto de crianças. Além disso, o meu emprego ..." E a minha mãe deve tê-lo empurrado, porque há um somático mais agudo aqui. "Então nem sequer te quero dentro de mim! Sua pedra fria"! Auditor: Retorna ao início e conta-o outra vez, por favor. Rapariga: (Reconta-o várias vezes, o somático finalmente desvanece. Ela sente-se muito alegre, mas não pensa em mencionar que duvidara da existência de pré-natais.) Isto é a Técnica de Repetição em ação. Neste caso específico, foram dadas cerca de duzentas frases à paciente para a Técnica de Repetição, sem que se encontrasse uma que servisse. Para começar, o arquivista estava disposto a oferecer apenas alguns engramas menores e o auditor estava a tentar adivinhar toda a gama de negadores. Um incidente posterior poderia ter contido - e continha, mas não apareceu nenhum somático - várias das frases que ele usou. Mas o arquivista estava disposto a contentar-se com este, pois era antigo e podia ser apagado. O arquivista, em um caso seriamente ocluso, raramente oferece uma coisa que não possa ser reduzida até à recessão. E um auditor nunca deixa um engrama oferecido desse modo, enquanto não tiver feito todos os esforços, com muitas recontagens, para o reduzir. Aliás, neste caso, o arquivista teria desapontado o auditor ao apresentar um engrama como o do nascimento, que não se teria levantado, que teria feito perder muito trabalho e dado à paciente uma dor de cabeça durante alguns dias. O auditor teria desapontado o arquivista se não tivesse reduzido o engrama apresentado, fazendo a jovem repassá-lo várias vezes, até que o somático desaparecesse e a voz desvanecesse gradualmente. Esse engrama manteve-se oculto porque o seu conteúdo assim o dizia. Na realidade, era um coito. Como engrama, este parecia dizer que os incidentes seriam encontrados mais tarde na vida. Além disso, como engrama, este dizia que não se devia entrar nele. A Técnica de Repetição pode, por vezes, meter um paciente nalguma dificuldade de menor importância ao fazer com que ele seja "sugado para dentro" de incidentes que não se levantarão. Isto não é comum, mas o arquivista ocasionalmente oferece um incidente recente em vez de um antigo. Contudo, isto não é um erro da parte do arquivista. Lembre-se que ele tem esses engramas arquivados por assunto, somático e tempo, e que o auditor pode usar qualquer um destes. Quando o arquivista responde e entrega um somático numa frase de repetição que o auditor colheu da conversa do preclear ou que ele adivinhou, e no entanto esse somático não se levanta, ou não aparece nenhuma voz com este (num caso sônico, ou simplesmente não se levanta em um caso não-sônico), o arquivista teve de desempilhar um monte de material. Assim, o auditor, apercebendo-se disto, vendo que não aparece uma voz ou que o somático não se levanta, faz o preclear repetir a mesma frase e diz-lhe que vá mais para trás e mais para trás. Poderá aparecer outro somático numa parte diferente do corpo. O arquivista soltou um ainda mais antigo, agora que já se retirou alguma da dificuldade do incidente que ele pôde obter primeiro. Então aborda-se esse anterior de um modo semelhante. Este poderá adquirir uma força média como somático, enquanto o preclear repete a frase e, ainda assim, poderá não aparecer nenhuma voz. Então, o auditor manda o preclear mais para trás. O arquivista conseguiu voltar a obter um ainda mais antigo, agora que já se retirou alguma coisa do segundo. Desta vez, também se liga um somático ainda mais antigo, provavelmente perto da área básica, em um caso que antes não havia contatado esta área e, desta vez, pode-se ouvir uma voz. O engrama reduz-se. Em suma, o arquivista estava disposto a correr o risco de meter-se em apuros, para desempilhar vários somáticos e permitir que o auditor chegasse a um incidente básico. Existem variações neste tipo de coisa. Como o sistema de arquivo é por assunto, somático e tempo, o auditor pode usar outras coisas além de frases. Ele pode mandar um preclear para a "maior intensidade de um somático" e muitas vezes é possível obter resultados, embora isto não seja tão seguro como fazê-lo por assunto, nem é tão infalível. O preclear, por acaso, não se importa de ir para qualquer "maior intensidade" de somáticos porque estes, apesar de bastante fortes, têm cerca de um milésimo da força da agonia original. Em tempo presente, sem o preclear em terapia, a intensidade de um desses somáticos pode ser uma coisa drástica, como comprova a enxaqueca. Tomando a enxaqueca, pode-se retornar o preclear ao momento exato da sua recepção, onde pensaríamos que a sua intensidade seria mais alta e, no entanto, encontrar uma dor fraca e embotada, como aquela que se tem numa ressaca. Isto enquadra-se no princípio de que qualquer entrada em um caso é melhor do que um caso que nunca foi começado. Porque por meio do retorno, com a técnica standard de rêverie, há uma aproximação da fonte; e se a fonte for contatada em absoluto, o poder do engrama para aberrar será reduzido, sem importar quantos erros o auditor tenha cometido. Logo, o retorno ao ponto de "intensidade máxima" de um somático não é muito doloroso. A intensidade máxima real é quando o preclear está desperto, antes de fazer contato com o incidente. Mas ao retornar à "intensidade máxima", muitas vezes o incidente poderá ser contatado e reduzido. Contudo, se a "intensidade máxima" contêm no seu engrama as frases "Não o posso suportar!", "Isto está a matar-me" ou "Estou aterrorizado", então é de esperar que o nosso preclear reaja de algum modo parecido. Se ele não reage, então tem um desligamento emocional, o qual é um problema diferente que será abordado mais adiante. De modo similar, o auditor pode mover o seu preclear no tempo. Existe um relógio muito preciso na mente. O arquivista está bastante familiarizado com esse relógio e obedecerá, sempre que possível. O auditor que quer que o paciente vá para "seis minutos antes desta frase ter sido pronunciada", geralmente verificará que o seu preclear está agora seis minutos antes desta, muito embora o incidente seja pré-natal. O auditor pode, então, levar o preclear a avançar, minuto por minuto, conforme quiser. Ele pode levar o preclear diretamente através de um incidente por meio de anunciar: "É um minuto mais tarde. São dois minutos mais tarde. Passaram três minutos", etc. O auditor não tem de esperar que esses minutos decorram; ele simplesmente os anuncia. Ele pode fazer o preclear passar através do tempo em intervalos de cinco minutos, em intervalos de uma hora ou em intervalos de um dia e, a menos que haja material engrâmico a retê-lo ou a afetar a operação de algum modo, o auditor pode mover o preclear na linha do tempo conforme a sua vontade. Seria muito bom se o auditor pudesse mandar o preclear para a concepção e então dizer-lhe que é uma hora mais tarde, duas horas mais tarde e assim por diante, para apanhar o primeiro engrama. Contudo, há mais fatores envolvidos além do tempo e o plano, embora bonito, não é viável. A deslocação temporal é geralmente usada quando o auditor está a tentar pôr o preclear à frente de um incidente, para se assegurar de que ele tem realmente um começo. Por meio de retornar o preclear em intervalos de cinco ou dez minutos, o auditor às vezes poderá descobrir que ele está a ir para trás, a entrar em um incidente muito longo e complicado e que a dor de cabeça que ele tem procurado aliviar no preclear, na realidade, foi recebida horas antes do período em que ele julgara que esta foi recebida inicialmente. Em tal caso, existe um segundo engrama anexo a um engrama anterior e o auditor não consegue levantar o segundo até ter o primeiro. Na realidade, a deslocação temporal tem um uso limitado. O auditor que tenta correr para trás, ao longo do tempo, verificará que tem um caso artificialmente restimulado nas mãos e que o trabalho está muito entravado. A Técnica de Repetição funciona melhor e o arquivista lida com ela com mais facilidade. O auditor usa uma deslocação temporal para levar o preclear tão próximo quanto possível da área básica (pré-natal antigo) e então, de um modo geral, se o arquivista simplesmente não se põe a trabalhar entregando engramas que podem ser limpos, um após outro, o auditor usa a Técnica de Repetição. A deslocação temporal e "andar à caça de um somático" têm algum uso limitado. Alguma experimentação mostrará em que medida é que estes poderão ser úteis. As leis do retorno são as seguintes: 1. Teoricamente, um paciente que esteja retornado ao passado reage mais aos comandos que são anteriores ao ponto onde ele se encontra na linha do tempo e menos aos comandos que são posteriores ao ponto onde ele se encontra na linha do tempo. 2. Um preclear reage àqueles comandos engrâmicos: a. Que estão em restimulação crônica, ou b. Mais próximos dele na linha do tempo. Assim, se um engrama diz: "Estou com medo", ele está com medo. Se diz: "Prefiro morrer a enfrentar isto", é isso que ele prefere. Se o comando de que ele está mais próximo diz: "Estou com sono", ele está com sono. Se diz: "Esquece isso", ele esquece. Os comandos em restimulação crônica dão uma cor falsa à personalidade: "Nunca posso ter a certeza de nada", "Não sei", "Não posso ouvir nada" estão possivelmente todos em restimulação crônica. Se o arquivista não os entrega, então continue a trabalhar o caso à volta destes, de qualquer forma. Ao fim de algum tempo, estes cederão. 3. A ação do preclear na linha do tempo e a condição da linha do tempo são reguladas exclusivamente por comandos engrâmicos classificáveis como ressaltadores, seguradores, negadores, agrupadores e desorientadores. (Repetimos que estas condições são muito variáveis, tão variáveis como a língua. Por exemplo, a frase: "Não sei se estou a ir ou a vir" em um engrama, torna-o muito confuso. "Não posso voltar atrás neste ponto" faz o preclear continuar a avançar para cada vez mais tarde no tempo.) 4. O comando engrâmico manifesta-se naquilo que o preclear diz quando desperto, antes de uma sessão de terapia ou é inadvertidamente anunciado como um pensamento supostamente "analítico" quando o preclear se aproxima do comando. 5. O engrama não é uma memória senciente e racionalizada, mas sim uma coleção de percepções não analisadas e este desenvolver-se-á ao ponto de ser contatado, simplesmente pelo processo de retornar através do engrama, ao engrama, sobre o engrama ou pedindo o engrama. 6. O arquivista dará ao auditor tudo o que puder ser extraído do banco de engramas. O auditor tem de ajudar o arquivista através da redução, em carga ou severidade, de tudo o que o arquivista oferece. Isto faz-se levando o paciente a recontá-lo. (Caso contrário, o arquivista empilha tanto material à volta disso que, com isto em restimulação, ele já não consegue chegar aos arquivos. Não é raro o auditor que se opõe ao arquivista. Todavia, ainda está por encontrar o arquivista que se oponha ao auditor, exceto pela retenção de dados que não se reduzirão.) As técnicas de que o auditor dispõe são as seguintes: 1. Retorno, em que o preclear é enviado para um tempo tão antigo quanto possível na sua linha do tempo, antes de se iniciar a terapia propriamente dita. 2. Técnica de Repetição, pela qual se pede ao arquivista dados sobre certos assuntos, particularmente os que afetam o retorno e a deslocação na linha do tempo, e que assistem a capacidade do preclear para contatar engramas. 3. Deslocação temporal, pela qual o preclear pode ser movido distâncias curtas ou longas na linha do tempo, através do anúncio específico da quantidade de tempo que o preclear deve avançar ou recuar, ou pelo retorno ou progressão por intervalos de tempo. (Também é útil descobrir se o preclear está a mover-se ou em que direção ele está a mover-se na linha do tempo, para descobrir a ação que algum engrama poderá estar a ter sobre ele.) 4. Localização somática, pela qual se localiza o momento de recepção do somático, em um esforço para descobrir se este foi recebido neste engrama ou para encontrar um engrama que o contenha. ****** Capítulo 7 Emoção e a Força Vital ****** Um dos maiores papéis na terapia é desempenhado pela emoção. No segundo livro abordamos este assunto e classificamos as emoções em três divisões: 1. As emoções contidas no comando dos engramas, o que levou a dor física a ser confundida com emoções. 2. As emoções contidas como reações endócrinas sujeitas à mente analítica do Clear e à mente analítica e mente reativa do aberrado. 3. As emoções contidas em engramas que retêm unidades livres de força vital. Trabalho e pesquisa adicionais sobre a emoção produzirão sem dúvida uma compreensão ainda maior da emoção. Mas agora temos um conhecimento funcional da emoção. Podemos usar o que sabemos e, com isso, produzir resultados. Quando soubermos mais, seremos capazes de produzir resultados muito melhores, mas agora mesmo podemos produzir o Liberado e o Clear. Se tratarmos a emoção como força vital retida e se seguirmos estes preceitos gerais para a liberar, obteremos um ganho muito grande em qualquer preclear; na verdade, produziremos os nossos maiores ganhos individuais ao liberar a emoção deste modo. Numa ciência de engenharia como Dianética, podemos trabalhar numa base de botão de pressão. Sabemos que desligar um interruptor parará um motor, que ligá-lo novamente voltará a fazer o motor trabalhar e, independentemente do número de vezes que liguemos ou desliguemos esse interruptor, o nosso motor parará ou começará a trabalhar. Estamos a usar aqui uma força que ainda é tão misteriosa para nós como era a eletricidade para James Clerk Maxwell. Muito antes, Benjamin Franklin já tinha observado que a eletricidade existia e tinha feito algumas coisas interessantes com ela, mas não a tinha usado muito e não conseguiu controlá-la. Um filósofo como Bergson selecionou uma coisa a que chamou élan vital, uma força vital. O ser humano está vivo, deve haver uma força ou fluxo de alguma coisa que o mantém vivo; quando o ser humano está morto, não há nenhuma força ou fluxo. Isto é a força vital no estágio de Benjamin Franklin. Tal como ele considerou a eletricidade, também Bergson considerou a força vital. Agora, em Dianética, estamos no estágio de James Clerk Maxwell, ou quase lá. Sabemos que há certas equações que se podem fazer sobre a força vital e podemos usar essas equações. E podemos teorizar que a "força vital" e aquilo a que se tem chamado um certo tipo de "emoção" são coisas semelhantes ou a mesma coisa. Poderemos ter a teoria errada, mas o mesmo poderá ter acontecido com James Clerk Maxwell. Na verdade, é possível que as teorias de Maxwell ainda estejam erradas, mas pelo menos temos luzes elétricas. Em Dianética, temos bastante certeza de que a maioria dos princípios é paralela às leis naturais: estes são as computações principais. Não temos a certeza de ter a emoção devidamente enquadrada, mas também não teremos a certeza até que tenhamos realmente pegado em um humano morto e o tenhamos voltado a encher de força vital. Com a excepção deste extremo, estamos a pisar terreno sólido com a emoção como força vital. Por exemplo, podemos pegar numa jovem, examinar um pouco o seu passado, digamos, com um eletroencefalógrafo (um instrumento para medir impulsos e reações nervosas){16} e depois prosseguir com base na informação obtida desta forma, para fazer uma de duas coisas. A primeira é desumana e é claro que não seria feita, mas seria possível pôr essa jovem doente ou insana, usando apenas os dados que foram obtidos deste modo. (Se os dados são obtidos em terapia, estes são obtidos por contato real com os engramas e um engrama contatado em rêverie perdeu o seu poder para aberrar: assim, a terapia de Dianética torna tal eventualidade totalmente impossível.) O segundo fato e muito mais importante para nós é que, com estes mesmos dados, podemos fazê-la recuperar toda a força, interesse, persistência e tenacidade em relação à vida e todo o bem-estar físico e mental possível. Se não se pudesse fazer isto funcionar nos dois sentidos, não teríamos a resposta, pelo menos numa forma funcional. (Aliás, algum autor de ficção, se tentado a causar horror com o primeiro fato, deve fazer o favor de recordar que os dados foram obtidos com um aparelho que teria espantado o Doutor Frankenstein pela sua complexidade e perícia de uso, e que a terapia de Dianética entra em contato com os dados na fonte: o aparelho é necessário para impedir que se toque na fonte, pois no instante em que a fonte é tocada pela terapia, o seu poder desaparece como as manchetes noticiosas de ontem. Por essa razão, não façamos peças de teatro do tipo Meia Luz acerca de Dianética, por favor: elas seriam tecnicamente imprecisas.) Isto não é tão simples como a eletricidade, na medida em que não se pode ligar e desligar o interruptor. No que concerne à Dianética, este só pode ser ligado. Temos, então, um reóstato que não retrocederá, mas que, quando é pressionado para a frente, libera cada vez mais força dinâmica para dentro do indivíduo e dá-lhe cada vez mais controle sobre o seu uso. O ser humano está destinado para ser um organismo autodeterminado. Quer dizer, desde que possa fazer avaliações dos seus dados, sem compulsões ou repressões artificiais (as teclas do 7 pressionadas numa máquina de adição), ele pode operar com a eficiência máxima. Quando o ser humano passa a ser determinado exteriormente, ou seja, compelido a fazer ou reprimido de fazer, sem o seu próprio consentimento racional, ele torna-se um animal de botão de pressão. Este fator do botão de pressão está tão claramente definido que um auditor que descubra, em terapia, uma frase chave em um engrama (e não a libere), pode usar essa frase, por algum tempo, para fazer um paciente tossir ou rir ou parar de tossir ou parar de rir, conforme a vontade do auditor. No caso do auditor, porque ele obteve os dados na fonte - contatou o engrama em si, roubando-lhe assim parte da sua força - o botão de pressão não durará muito tempo, certamente que durará menos de duzentos ou trezentos apertos. Todo o esforço em controlar seres humanos através do estímulo pela dor e a maioria dos dados acumulados no passado pelas várias escolas têm sido, inconscientemente, este material de botão de pressão. Se o engrama não é tocado na fonte, ele presta-se a um uso interminável e o seu poder nunca diminui. Contudo, ao ser tocado na fonte, a gravação original é atingida e, assim, o engrama perde o seu poder. "Controlar seres humanos" e aquilo a que as pessoas têm chamado, de um modo geral, a "psicologia", na realidade tem sido a manipulação, tipo botão de pressão, das frases e sons aberrativos de uma pessoa. As crianças descobrem-nos nos pais e usam-nos furiosamente. O escriturário descobre que o patrão não suporta um cesto de papéis cheio e, por isso, tem o cesto sempre cheio. O mestre de um navio descobre que um dos seus marinheiros se encolhe todas as vezes que ouve a expressão "maricas" e, por isso, usa a palavra para o intimidar. Esta é a guerra do botão de pressão entre aberrados. As esposas poderão descobrir que certas palavras fazem o marido estremecer, irritam-no ou impedem-no de fazer alguma coisa e, por isso, usam esses botões de pressão. E os maridos descobrem os botões de pressão das mulheres e impedem-nas de comprar vestidos ou usar o carro. Esse duelo defensivo e ofensivo entre aberrados é ocasionado por botões de pressão que reagem contra botões de pressão. Populações inteiras são manipuladas pelas respostas dos seus botões de pressão. A publicidade aprende quais são os botões de pressão e usa-os em coisas como "odor corporal" ou prisão de ventre. E nos campos do entretenimento e da composição de canções, os botões de pressão das pessoas são pressionados em séries e baterias inteiras para produzir reações aberradas. A pornografia atrai pessoas que têm botões de pressão pornográficos. O governo do tipo pão-e-circo atrai as pessoas que têm botões de pressão "cuide de mim" e outros. Poder-se-ia dizer que não há qualquer necessidade de se apelar à razão, quando há tantos botões de pressão por aí. Acontece que esses mesmos botões de pressão, por serem 7s pressionados pela dor e emoção (dados falsos impostos ao computador pelos engramas - e cada sociedade tem os seus próprios padrões especiais de engramas), também levam as pessoas à loucura, põem-nas doentes e, geralmente, provocam estragos sérios. O único botão de pressão que o Clear tem é aquele que o seu próprio computador, avaliando com base na sua experiência que, por sua vez, foi avaliada pelo computador, lhe diz ser uma conduta de sobrevivência nas suas quatro dinâmicas. E assim, não sendo uma marioneta nas mãos de gente descuidada ou manhosa, ele permanece saudável e mentalmente são. Contudo, não é verdade que o Clear não é emotivo, que a sua razão é fria e que ele é um fantoche autoconsciente das suas próprias computações. O seu computador trabalha tão rapidamente e em tantos níveis com tantas das suas computações a ocorrer simultaneamente, que a sua inversão ou consciência irracional é mínima. A inversão é a condição do aberrado, cujo computador deficiente está a lutar com grandezas imponderáveis e 7s pressionados nos seus engramas, tais como: "Eu tenho de fazer isso. Simplesmente tenho de fazer isso. Mas não, é melhor mudar de idéia." A diferença de computação entre o Clear e o aberrado é muito grande. Mas há uma diferença muito maior: a força vital. As dinâmicas têm, evidentemente, uma determinada força potencial. Esta força manifesta-se como tenacidade para a vida, persistência no esforço, vigor de pensamento e ação e capacidade de experimentar prazer. As dinâmicas nas células de um humano poderão não ser mais fortes do que as dinâmicas nas células de um gato. Mas as dinâmicas, no humano inteiro, são muito maiores do que as de qualquer outro animal. Atribua isso ao que quiser, mas o humano é basicamente mais vivo, visto que tem uma resposta mais volátil. Por mais vivo quer-se dizer que o seu impulso senciente-emocional para viver é maior do que aqueles que são encontrados noutras formas de vida. Se isto não fosse verdade, ele não comandaria agora os outros reinos. Independentemente daquilo que um tubarão ou um castor faça quando é ameaçado de extinção total, o tubarão e o castor são despachados rapidamente quando se deparam com as dinâmicas do ser humano: o tubarão é usado como couro ou ingerido como vitaminas e o castor enfeita as costas de uma senhora. O aspecto fundamental disto pode ser observado numa única reação. Os animais contentam-se com sobreviver nos seus ambientes e procuram adaptar-se a esses ambientes. Aquele animal muito perigoso, o ser humano, tem uma idéia ligeiramente diferente. As escolas antigas gostavam de dizer ao pobre aberrado demente que ele tinha de encarar a realidade. Esta era a conduta ótima: encarar a realidade. Só que esta não é a conduta ótima do ser humano. Tal como essas escolas cometeram o erro fundamental de supor que o aberrado se recusava a encarar o seu ambiente, quando na realidade, devido aos engramas, ele era incapaz de o encarar, elas também supuseram que simplesmente encarar a realidade conduziria à sanidade. Talvez conduza, mas isso não leva a uma vitória do ser humano sobre os elementos e outras formas. O ser humano tem algo mais. Algumas pessoas chamam-lhe imaginação criativa, outras dão-lhe este ou aquele nome. Mas seja qual for o nome que lhe dêem, resume-se ao fato interessante de que o ser humano não se contenta com meramente "encarar a realidade", como a maioria das outras formas de vida fazem. O ser humano faz com que seja a realidade a encará-lo. Propaganda sobre "a necessidade de encarar a realidade", tal como a propaganda no sentido de que um humano pode ser levado a loucura por uma "delusão de infância" (seja lá o que isso for) não encara a realidade de que enquanto o castor construiu diques de lama ao longo das eras da sua evolução e continua a construir diques de lama, o ser humano evoluiu, em meio século, de uma represa de pedra e madeira para formar um lago para a roda de uma azenha, até estruturas como a barragem Grand Coulee, e muda inteira e completamente o aspecto de uma porção considerável dos terrenos da Natureza, transformando um deserto em solo produtivo e um fluxo de água em relâmpagos. Isto poderá não ser tão poético quanto desejaria Rousseau, nem tão bonito quanto algum "amante da natureza" desejaria que fosse, mas esta é uma nova realidade. Há dois mil anos, os Chineses construíram uma muralha que seria visível da Lua, se tivesse lá estado alguém para olhar; há três mil anos, o ser humano tinha o Norte de África verde e fértil; há dez mil anos, ele esteve empenhado nalgum outro projeto; mas ele tem estado sempre a moldar bastante as coisas para satisfazerem o próprio ser humano. Há aqui uma qualidade extra em ação ou talvez seja apenas mais de uma mesma qualidade, uma quantidade tão grande desta que ela parece ser uma coisa inteiramente nova. No entanto, isto não é tudo uma grande digressão do assunto da terapia; isto é referido aqui como um aspecto da força vital. Quando o indivíduo se encontra "possuído de cada vez menos força vital", ele está a perder, em algum lugar, algumas das unidades livres. E as unidades livres desta força vital, numa sociedade ou em um indivíduo, são o surto extra necessário para domar o Norte de África, dividir um átomo ou alcançar as estrelas. A teoria mecânica aqui - e lembre-se que é apenas uma teoria e Dianética pode manter-se sem esta - é que cada indivíduo possui uma determinada quantidade de unidades de força. Estas unidades poderão ser iguais entre os elementos de um grupo e poderão aumentar para números cada vez maiores à medida que o "entusiasmo" cresce. Mas, para os nossos propósitos, podemos considerar que o ser humano, como indivíduo ou como uma sociedade - ambos são organismos - tem um certo número à sua disposição, para usar a qualquer hora ou em qualquer dia. Ele poderá fabricar essas unidades de vida conforme necessário e poderá simplesmente ter uma certa quantidade, isso não tem nada a ver com esta questão. A questão aqui é que ele pode ser considerado, em qualquer hora ou dia, como estando vivo em certo grau. Considere isto como o seu potencial dinâmico, como podemos ver no nosso gráfico descritivo que foi traçado anteriormente. O que acontece, então, a este potencial dinâmico no aberrado? Ele tem uma grande quantidade de engramas no seu banco. Sabemos que esses engramas podem dormir durante a sua vida inteira sem que lhes façam key-in e sabemos que qualquer um, ou todos eles, podem sofrer um key-in e esperar, daí em diante, por restimuladores no ambiente para os pôr em ação. Sabemos que o seu nível de necessidade pode elevar-se subitamente e sobrepor-se a todos esses engramas ativados, e sabemos que uma atividade de alta sobrevivência pode dar-lhe uma tal oportunidade de prazer que os engramas podem permanecer não restimulados, embora tenham sofrido um key-in. E podemos supor que esses engramas, de um período da vida para outro, podem de fato voltar a fazer key-out e permanecer desligados, devido a alguma grande mudança de ambiente ou a oportunidades de sobrevivência. Contudo, o que normalmente acontece é que alguns engramas permanecem continuamente key-in e são restimulados, de um modo bastante crônico, pelo ambiente do indivíduo. E se ele mudar de ambiente, os antigos poderão fazer key-out, mas haverá engramas novos que acabarão por fazer key-in. A maioria dos aberrados está em um estado de restimulação crônica que, em média, inicia a espiral descendente com bastante rapidez. Como isto tem a ver com a força vital, a ação mecânica de um engrama ao fazer key-in é capturar um certo número dessas unidades de força vital. A restimulação súbita e abrangente do engrama permite-lhe capturar uma quantidade ainda maior de unidades de força vital. No caso médio, cada restimulação captura uma parte maior da força vital restante e segura-a. Quando o entusiasmo ou o ímpeto alinha o propósito do indivíduo na direção de um verdadeiro objetivo de sobrevivência (em oposição a um pseudo-objetivo contido nos engramas), ele recupera algumas dessas unidades. Mas a espiral é descendente: ele não consegue recuperar, exceto em circunstâncias muito invulgares, tantas unidades quanto as que perdeu dentro do banco de engramas. Assim, pode-se dizer, para os propósitos desta teoria de ação da força vital, que cada vez mais unidades de força vital, saídas das reservas de um indivíduo, são capturadas e mantidas no banco de engramas. Aí o seu uso é pervertido, fazendo-se passar por dinâmicas (como no caso maníaco e no caso de grande euforia) e impondo ação à mente somática e à mente analítica. Neste banco de engramas, as unidades de força vital não estão disponíveis como sensação livre ou para ação livre, mas são usadas contra o indivíduo, a partir de dentro. Há uma observação que tende a demonstrar esta ação: quanto mais restimulado um aberrado está, menos sensação livre ele poderá possuir. Se apanhada em um maníaco (engrama pró-sobrevivência altamente lisonjeiro), a força vital dele é canalizada diretamente através do engrama e o seu comportamento, por mais entusiástico ou eufórico que seja, na realidade é muito aberrado. Se ele dispõe dessa porção de força vital para ser canalizada desse modo, então pode-se demonstrar que ele tem ainda mais força vital, dirigida de um modo senciente, quando Clear. (Isto já foi feito.) Demonstramos a qualidade parasitária dos circuitos demônio, que usam pedaços da mente analítica e dos seus processos. Ha outras maneiras em que esta qualidade parasitária é comum aos engramas. Se um humano tem, arbitrariamente, 1000 unidades de força vital, ele tem uma capacidade de as canalizar, quando Clear, para uma existência altamente entusiástica. Quando ele esta em um estado maníaco, com um engrama pró-sobrevivência em total restimulação, a força vital é dirigida através de um comando aberrado e dá-lhe, digamos, 500 unidades de propulsão pseudodinâmica. Por outras palavras, a energia sai da mesma bateria: um tal engrama tem, na melhor das hipóteses, menos poder do que teria todo o organismo Clareado. (Este aspecto do maníaco ou da superpersonalidade neurótica iludiu algumas das antigas escolas de cura mental, levando-as à crença, completamente aberrada e mediocremente observada, de que só as insanidades eram responsáveis pela capacidade do ser humano para sobreviver, um conceito que pode ser refutado no laboratório simplesmente clareando um desses maníacos ou qualquer outro aberrado.) O engrama usa a mesma corrente mas perverte-a, do mesmo modo que usa a mesma mente analítica e usurpa-a. Além de não possuir vida própria, o engrama desperdiça, à semelhança de tantos parasitas, a força vital do hospedeiro. É totalmente ineficiente. Se um dispositivo comparável fosse inserido em um circuito eletrônico, este simplesmente desviaria e tornaria "inalteráveis" algumas das funções do equipamento que deveriam permanecer variáveis e além disso consumiria, simplesmente pelo maior comprimento dos fios, maus condensadores e válvulas, o fornecimento de energia tão vital para a máquina. Na mente humana, o engrama assume o seu aspecto de "auxílio" mais vigoroso no maníaco, canalizando e comandando o organismo para alguma atividade de grande violência e concentração monomaníaca. O "supervendedor"; o "aperta mãos" violentamente alegre; o religioso extremista, fanático e aparentemente indestrutível, são classificáveis como maníacos. A abundância de "poder" nessas pessoas, mesmo quando é tão funesta como a de Torquemada ou tão destrutiva como a de Genghis Khan, é um objeto de admiração em muitos lugares. O maníaco, como se verá adiante, é um comando de "ajuda", "pró-sobrevivência", em um engrama que no entanto fixa o indivíduo em determinado curso. Mas um engrama somente é capaz de tanto "poder" quanto o que está presente no hospedeiro, tal como só é capaz de açambarcar tanto analisador quanto o que está presente. Tomemos um maníaco poderoso que está a manifestar e a funcionar com 500 unidades arbitrárias de força vital. Façamos de conta que o ser inteiro possui 1000 unidades arbitrárias de força vital. Suponhamos que temos aqui um Alexandre. Na maioria dos casos, as dinâmicas da pessoa média não são auxiliadas por maníacos, mas estão dispersas tal como um feixe de eletrões poderia ser disperso por um obstáculo à sua frente. Temos aqui uma atividade dispersa, pensamentos dispersos, problemas incomputáveis, falta de alinhamento. Numa tal pessoa, com 1000 unidades presentes, 950 dessas unidades poderiam estar retidas nos bancos de engramas e, no entanto, poderiam ser tão contrárias, que a pessoa exibe uma capacidade funcional de apenas 50 unidades. No caso de Alexandre, pode-se presumir que o maníaco deve ter estado alinhado com a direção geral dos seus próprios propósitos básicos. O seu propósito básico é um regulador forte: acontece que o maníaco se alinha com este: uma pessoa de grande capacidade e valentia pessoal passa a possuir 500 unidades através de um engrama maníaco, acredita ser um deus, sai e conquista o mundo conhecido. Ele foi educado para acreditar que era um deus, o seu engrama maníaco dizia que ele era um deus e continha um segurador. Alexandre conquistou o mundo e morreu aos trinta e três anos. Só conseguiu restringir o seu maníaco enquanto este pôde ser obedecido: quando já não podia ser obedecido, este mudou a valência dele, deixou de ser um maníaco e compeliu-o, com dor, a atividades dispersas. O engrama recebido da sua mãe, Olímpia, quase que pode ser lido até mesmo nesta data tão recente. Este deve ter dito que ele seria um deus alegre, que conquistaria o mundo inteiro e que devia continuar a conquistar, que devia esforçar-se sempre por subir cada vez mais alto. Isto era, provavelmente, de alguma espécie de cântico ritual da sua mãe, que era uma alta sacerdotisa de Lesbos e que deve ter recebido algum ferimento imediatamente antes do ritual. Ela odiava o seu marido Filipe. Um filho que conquistaria tudo era a resposta. Alexandre poderá muito bem ter tido cinquenta ou cem desses engramas de "ajuda", as preces violentas de uma mulher suficientemente aberrada para assassinar. Assim, pode-se presumir que ele tenha conquistado até já não poder estender uma linha de abastecimento para a conquista e, nessa altura, é claro que ele já não podia obedecer a esse engrama e, então, a força de dor desse engrama voltar-se-ia contra ele. Os engramas ditavam o ataque para conquistar e impunham o comando com dor: assim que as conquistas deixaram de ser realizáveis, a dor atacou Alexandre. Um dia ele apercebeu-se de que estava a morrer, dentro de uma semana estava morto e no auge do seu poder. Tal coisa, numa escala muito grande, é uma frase maníaca de um engrama em ação. Alexandre teve uma educação para voltá-lo contra o pai e engramas pedindo-lhe para que conquistasse o mundo. O que aconteceria se Alexandre tivesse sido Clareado? Resposta: dada uma razão suficiente e racional, ele teria certamente sido capaz de conquistar o mundo e, aos oitenta anos, poderia muito possivelmente estar vivo para o desfrutar. Como podemos presumir isto? O maníaco com 500 unidades de propósito dirigido foi Clareado. Agora ele tem 1000 unidades de propósito dirigido de uma forma senciente. Ele é exatamente duas vezes mais poderoso do que era quando estava no poder de um maníaco e o seu propósito básico poderá ser semelhante, mas este agora pode ser realizado e não se voltará contra ele no momento em que atingir um objetivo ou tiver um fracasso. Isto é clínico, é a teoria subjacente à força vital. Foi formulada em um esforço para explicar fenômenos observados. A teoria poderá estar errada, mas os dados observados não estão. Porém, a teoria deve estar algures perto da verdade, pois com ela foi possível predizer uma quantidade considerável de fenômenos que antes não se sabia existirem: por outras palavras, é uma teoria proveitosa. Esta veio depois de Dianética estar bem formulada, porque surgiu um fato estranho, vital para o auditor: O preclear avançava na terapia na mesma proporção que a quantidade de carga emocional liberada do seu banco reativo. O propósito e a persistência do aberrado eram impedidos na mesma proporção que a quantidade de carga emocional contida no seu banco de engramas. A sua recuperação de potencial de sobrevivência aumentava na mesma proporção que a quantidade de energia liberada do banco de engramas. A sua saúde melhorava na mesma proporção que a quantidade de energia liberada do banco de engramas. Os engramas que continham a maior descarga eram aqueles que se centravam em torno da perda de fatores de sobrevivência imaginados. Por conseguinte, foi formulada esta teoria da força vital. Qualquer maníaco Clareado parecia demonstrar muito mais poder real e energia do que antes de Clareado. E qualquer "normal" Clareado aumentava as suas unidades de força vital acessíveis até um nível comparável a qualquer maníaco Clareado. Sem dúvida que trabalho e observações adicionais aperfeiçoarão esta teoria. Contudo, no momento presente, ela serve. Esta é uma daquelas "teorias científicas" introduzidas para explicar uma operação ou uma série longa de observações. Neste caso, acontece que está diretamente alinhada com os princípios básicos de Dianética, pois prediz dados que podem então ser encontrados e não rejeita dados anteriores preditos pela matemática e a filosofia básicas de Dianética. Na realidade, estamos aqui a falar, não deste termo escorregadio, a emoção, mas, cremos nós, da força vital. Esta força vital é consideravelmente intensificada pelo sucesso e prazer em geral e é, segundo esta teoria, aumentada em termos de unidades arbitrárias pelo prazer. Por outras palavras, o prazer é uma coisa que recarrega as baterias ou permite que elas sejam recarregadas e em um Clear, longe de conduzir à moleza, leva à atividade renovada, visto que a indolência é engrâmica. O prazer é um fator extremamente importante: esforço criativo e construtivo, a superação de obstáculos que não são incognoscíveis na direção de algum objetivo, a contemplação de objetivos passados alcançados, combinam-se todos para recarregar a força vital. A pessoa que, por exemplo, foi um enorme sucesso e depois o perde, e que então fica doente por isso, não está a seguir um ciclo racional, mas sim um ciclo de comando engrâmico. De certa forma, ela desobedeceu a um comando engrâmico e, tendo-lhe desobedecido, sofre dor. A "criança prodígio" que cedo "se extingue" na verdade, através da terapia, está tão extinta quanto uma fornalha abafada. Qualquer "criança prodígio" é um caso forçado: pense nos sonhos que a Mamã deve ter derramado nos engramas da criança. Ela fere-se: "Oh! Nunca me perdoarei! Se eu tiver arruinado o meu filho, nunca me perdoarei. O meu filho, que vai ser o maior violinista do mundo!" ou "Oh! Seu bruto! Tu bateste-me! Se feriste o nosso filho, vais ver! Farei dele o maior jovem pianista de Brooklyn! Ele vai ser uma criança linda, uma criança prodígio! E tu bateste-lhe, seu bruto. Oh! Vou ficar sentada aqui mesmo até te ires embora!" (Engramas reais.) O último faz a computação de que o modo de se desforrar do Papá é ser o maior pianista de Brooklyn. A criança é um grande sucesso: tem ouvido para a música, pratica muito e tem um grande "propósito". Este engrama é constantemente restimulado pela mãe. Mas então um dia, ele perde um concurso, ele sabe subitamente que já não é uma criança, ele sabe que falhou. O seu propósito vacila. Passa a ter dores de cabeça (a pancada do Papá) e, por fim, é um "neurótico" e um "talento extinto". Clareado, ele voltou a ser um pianista, não como uma pessoa "ajustada", mas sim um dos pianistas de concerto mais bem pagos de Hollywood. A música alinhava-se com o propósito básico. Mais uma vez, em um outro exemplo de maníaco, um paciente que tinha estado algum tempo em terapia - não é de longe o primeiro a fazer isto - dizia, com grande entusiasmo, ter sido "ativado" por Dianética. Ele andava um palmo acima do chão, com o peito para fora e assim por diante. Os seus óculos deixaram subitamente de servir, os seus olhos estavam bons de mais. Era um caso poderoso e radiante de euforia. A restimulação artificial tinha tocado em um engrama maníaco e fez-lhe key-in pela primeira vez na sua vida. Ele sentia-se maravilhosamente bem. O auditor sabia que ele viria a ter uma decaída completa, dentro de trinta e seis horas a três dias (o tempo habitual), porque uma restimulação artificial na terapia tinha tocado no engrama. Aconteceu que a avó tinha dito à filha que não devia abortar a criança, pois algum dia ela poderia tornar-se um "homem belo e às direitas ou uma linda mulher". Sem dúvida que ele era um homem às direitas: isso quase lhe lesionou os músculos das costas. Após mais uma vista de olhos pelo engrama, em terapia, a fase do maníaco desapareceu. Pode-se supor, então, que este maníaco, como no caso do menino-prodígio, reuniu a força vital disponível e, subitamente, canalizou-a ao longo das linhas do propósito básico, criando um alto nível de concentração de força vital. No caso do pianista, a sua força Clareada estava muito acima da força do maníaco. No outro caso, que está a ser processado atualmente, alcançou-se um nível que se aproxima do nível anterior e que o ultrapassará em muito. Do mesmo modo, um entusiasmo por um projeto canalizará a força vital nalguma linha de propósito e a necessidade, subitamente, roubará de novo aos engramas o poder suficiente para levar um indivíduo bastante longe, embora ele não tenha absolutamente nenhuns maníacos ativos. Agora chegamos ao âmago deste assunto: o engrama pró-sobrevivência. É uma pseudo-sobrevivência tal como todos os "auxílios" engrâmicos, uma miragem que se dissolve e deixa areias escaldantes. Anteriormente, falamos sobretudo de engramas contra-sobrevivência. Estes encontram-se em todas as dinâmicas do indivíduo e no seu propósito básico{17}. O engrama de contra-sobrevivência é como uma obstrução de troncos acumulados que bloqueia um rio necessário para as dinâmicas. A dinâmica é bloqueada em algum grau. Qualquer bloqueio a qualquer uma das quatro dinâmicas (ou a qualquer seção desse espectro) causa uma dispersão do fluxo. Este não reduz a dinâmica, particularmente, mas dá-lhe uma direção errônea tal como o rio que, bloqueado no seu fluxo natural, poderá transformar-se em cinco riachos que seguem em várias direções ou que alagam uma pastagem fértil que só deveria ter sido regada. O engrama pró-sobrevivência alega auxiliar a dinâmica no seu caminho (mas na realidade não a auxilia). Este faz de conta que é a dinâmica. Na analogia com o rio, o engrama pró-sobrevivência seria um canal que tirou a força do rio e enviou-a nalguma direção não pretendida. O engrama pró-sobrevivência não é um maníaco; este pode conter, e às vezes contêm, frases maníacas. Um engrama contra-sobrevivência diz: "Ele não presta, que se dane, vamos matá- lo". O engrama pró-sobrevivência diz: "Eu estou a salvá-lo". Se este acrescentasse: "Ele é encantador e realmente maravilhoso com as mulheres", então seria um engrama pró-sobrevivência com um maníaco. Em termos do gráfico descritivo, que anteriormente neste livro definiu a dinâmica de sobrevivência e o supressor, o engrama contra-sobrevivência seria parte do supressor (uma parte aberrada) e o engrama pró-sobrevivência seria parte do impulso dinâmico (uma parte aberrada). Nenhuma destas coisas é realmente uma porção senciente e computável da dinâmica de sobrevivência ou do supressor. O engrama (talvez o delírio de uma enfermidade) que diz: "Vou ficar contigo, querido, enquanto estiveres doente", é uma parte aparente da dinâmica de sobrevivência, mas na verdade é totalmente uma sombra desta. Mas a mente reativa não tem qualquer sentido de tempo quando é restimulada e este engrama, que fez key-in e é constantemente restimulado por algum conceito que contenha, tal como um odor ou a voz de uma pessoa que poderá ou não ser a pessoa original, exige que a pessoa que o possui esteja doente, exatamente como estava quando a frase foi proferida. Nessa direção, de acordo com a nossa idiota, a mente reativa, encontra-se a sobrevivência: "Eu tinha alguém a tomar conta de mim quando estava doente. Preciso de alguém para tomar conta de mim. Preciso de estar doente." Aqui está o padrão básico de todos os engramas de compaixão. Aqui está o padrão básico do engrama que conterá a doença psicossomática crônica em qualquer paciente. É claro que a variedade é muito grande, mas todos insistem em que o indivíduo que os possui esteja doente para que possa sobreviver. O engrama do tipo supressor, sempre contra-sobrevivência, pode ser posto em restimulação do mesmo modo que o engrama pró-sobrevivência. Um engrama é um engrama e todas as mecânicas são iguais. O fato de a mente analítica não conseguir situar o engrama no tempo pode fazer com que qualquer engrama pareça omnipresente. O tempo talvez possa "curar" as experiências da mente analítica, mas não da mente reativa, que não tem tempo - um fato que faz do tempo, não o Grande Curador, mas o Grande Charlatão. Poderá não haver absolutamente nenhuma veracidade nestes dados supressores. São dados falsos. Tais engramas deixam um indivíduo, por exemplo, ver uma borboleta e depois dizem-lhe que ela é perigosa; ele então passa a detestar a Primavera, por ser nessa altura que ele vê borboletas. Este engrama poderá dizer-lhe: "Vocês estão todos contra mim. Estão contra tudo o que eu faço", o que na verdade era a Mamã a fazer frente ao marido e à sogra. Este contêm um conceito, uma gravação do som de uma máquina de costura. O indivíduo que possui este engrama ouve uma máquina de costura (se este engrama já sofrera um key-in nalguma ocasião) em um momento em que está cansado e entorpecido e, ao olhar na direção da máquina (ele nunca identifica o som real; estes engramas protegem-se), vê a sua esposa. Ela é o restimulador associativo, uma coisa que a sua mente analítica, instruída para farejar o perigo, apanha como a causa. Assim, ele procura à sua volta e encontra uma coisa com que está irritado (alguma coisa quase "racional") e começa a dizer-lhe que ela está contra ele. Ou este pode ser um engrama de tom emocional tão baixo como a apatia, e então ele senta-se, chora e geme que ela está contra ele. Se, durante a "inconsciência" do nascimento, o médico disse que teria de lhe dar umas palmadas, o indivíduo que possui este engrama berra e fica com dores de cabeça quando lhe dão umas palmadas e quando adulto dá palmadas nos filhos como o supressor mais forte em que ele consegue pensar. Existe, então, uma diferença entre o pró-engrama e o contra-engrama, particularmente entre o pró-engrama de compaixão real e o contra-engrama. E é uma diferença, embora já estejamos bem adiantados neste capítulo, que é de interesse vital para o auditor. Toda a relutância real, que ele verá nos preclears durante a terapia, vem destes engramas pró-sobrevivência de compaixão. Estes resultam nalgumas computações muito estranhas. Dizem ao paciente que seria melhor não "se livrar dele" e, por isso, o paciente esforça-se por manter os seus engramas. Esse tipo de engrama é muito comum. Um caso típico é a Mamã a empurrar o Papá, que insiste em que não pode sustentar um filho. A luta magoa a criança e, na "inconsciência", é claro que ela recebe um engrama: a Mamã recusa-se a livrar-se dele, a Mamã está do lado do bebê; portanto, o melhor é o bebê fazer exatamente o que a Mamã diz e "não se livrar dele". Isto alinha-se com o propósito, o propósito mais profundo de sobreviver. Se ele se livrar dos seus engramas morrerá, porque livrar-se deles significa a sua morte, pois a Mamã disse que morreria se ela se livrasse dele. Mais tarde, ao longo da vida, a Mamã poderá ter tido o péssimo hábito de lhe dizer, quando ele estava doente, que ela "tomará conta do seu bebê e o protegerá do pai", e isto dá uma nova força à antiga computação. Assim, chegamos à computação de aliado. Esta será a principal luta do auditor, a coisa que lhe resistirá mais esquivamente, a coisa que jaz bem perto do âmago de uma pessoa. A computação de aliado é tão severa, que um auditor disse uma vez que um humano não é vitimizado pelos seus inimigos, é assassinado pelos seus amigos. Engramicamente falando, isso é realmente verdade. A única aberração e doença psicossomática, a que o paciente se agarrará continuamente, é um engrama pró-sobrevivência que faz parte de uma computação de aliado. Isso poderia ser escrito aqui cinquenta vezes, sem ter sido suficientemente enfatizado. É da máxima importância, é a primeira coisa que o auditor irá enfrentar ao iniciar um caso, a primeira coisa que precisa de descarregar se quiser que a terapia decorra rapidamente. Poderá ser preciso tocar e reduzir muitos engramas contra-sobrevivência, pois estes surgem bastante rapidamente quando chamados, antes de ele conseguir sequer ter uma idéia de qual será a computação de aliado. Mas quando consegue obter uma computação de aliado, o melhor que ele tem a fazer é percorrê-la até ao apagamento e descarregar toda a sua emoção, porque senão o caso ficará retardado. A computação de aliado é a idiotice, ao nível da mente reativa, de que a sobrevivência depende da Avó, da Tia Susana ou de alguma criada falecida há trinta anos. Quem ajudou o indivíduo quando ele estava doente, as pessoas que pediram à sua mãe grávida que parasse de o tentar abortar, que o alimentaram ou que de algum modo tentaram impedir que ele se magoasse: esses são os aliados. A mente reativa opera inteiramente numa lógica bivalente. As coisas são vida ou são morte, estão certas ou estão erradas, tal como diz o fraseado do engrama. E as personagens dos engramas são amigos ou inimigos. Os amigos, os aliados, significam Vida! Os inimigos significam Morte! Não há meio-termo. Qualquer restimulador ou restimulador associado significa Vida para o engrama pró-sobrevivência! E qualquer restimulador ou restimulador associado significa Morte para um engrama contra-sobrevivência! É claro que o auditor poderá ser uma pessoa muito restimulativa (alguém que é um pseudopai, um pseudo-amante da mãe antes do nascimento, etc.), mas é sempre um restimulador associativo, a pessoa que poderá remover essas coisas terrivelmente vitais: os engramas pró-sobrevivência. Os engramas contra-sobrevivência pesam mais do que este fator e é claro que a mente analítica do preclear está sempre no lado do auditor e da terapia. A dificuldade surge quando a mente analítica é desligada pela restimulação e o auditor está a procurar a computação de aliado. Então, a mente reativa do preclear esquiva-se e escapa-se. Contudo, a computação de aliado é simples de localizar. E é muito vital localizá-la, pois essa computação poderá conter a maior parte da descarga emocional do caso. Libertar completamente toda a computação de aliado, antes de alcançar o básico-básico, é inteiramente impossível. Mas é preciso devolver ao preclear toda a força vital possível, para fazer o caso trabalhar bem. Acima de tudo, a computação de aliado enquista a força vital do indivíduo. Aqui está, aprisionado e retido, o sentimento livre, a palpitação da própria vida. Um preclear só é colocado em apatia pelas computações de aliado. O corpo pode estar quase morto na presença de antagonismo e ainda assim recobrar as suas forças e lutar. Mas não pode combater os seus amigos. A lei da afinidade foi aberrada ao ponto de se tornar uma entrada no banco de engramas reativo. E essa lei, mesmo quando destorcida com as sombras turvas da irracionalidade na mente reativa, ainda funciona. É uma boa lei. É boa de mais quando o auditor está a tentar encontrar e reduzir engramas que estão a fazer o preclear sentir a dor da artrite ou a fazer com que tenha hemorragias internas devido a úlceras no estômago. Por que é que ele não pode "livrar-se" da sua artrite? A Mamã disse, quando caiu graciosamente por cima de um porco: "Oh! Não me posso levantar! Oh! Meu pobre bebê! Oh! O meu bebê! Será que magoei o meu pobre bebê? Oh! Espero que o meu bebê ainda esteja vivo! Deus, por favor, deixa-o viver! Deus, por favor, deixa-me ficar com o meu bebê! Por favor!" Só que o Deus a quem ela rezou era a Mente Reativa, que faz uma das suas computações idiotas, com base em que tudo é igual a tudo. Um segurador, uma prece para a vida, a coluna do bebê completamente contundida, a compaixão da Mamã, o grunhido de um porco, uma prece a Deus - todas estas coisas são iguais para a mente reativa e, assim, temos um belo caso de artrite, particularmente porque o nosso paciente procurou a sua "sobrevivência" casando-se com uma rapariga de voz muito parecida com a da Mamã quando ele estava no útero. Pedir-lhe que se livre da artrite? A mente reativa diz: "NÃO!" A artrite é um bebê, é um grunhido de porco, é uma prece a Deus, é a compaixão da esposa, é ser pobre, é a voz da Mamã e todas estas coisas são desejáveis. Ele manteve-se pobre, manteve a sua artrite e casou-se com uma mulher que faria corar uma meretriz e isto é pró- sobrevivência. A sobrevivência é uma coisa formidável, quando é a mente reativa que a computa! E no caso das úlceras, aqui estava o bebê todo cheio de furos (a Mamã está a passar um mau bocado a tentar abortá-lo de modo que possa fingir que foi um aborto espontâneo e, para isso, ela introduz diversos instrumentos domésticos no colo do útero) e alguns dos buracos atravessam, de lado a lado, o abdômen e estômago deste bebê: ele irá viver porque está rodeado de proteína, tem uma provisão alimentar e porque o saco é como uma destas câmaras-de-ar à prova de furos que veda cada perfuração. (Há muito, muito tempo que a natureza se tornou esperta em relação à tentativa de aborto.) Acontece que a Mamã, neste caso, não era uma monologuista, embora a maior parte da atividade da Mamã nisto seja uma dramatização e seja acompanhada de conversação. Mas também acontece que a Avó mora na casa ao lado e aparece inesperadamente, pouco depois da última tentativa de liquidar o bebê. A Avó, no seu tempo, poderá ter tentado abortar, mas agora está velha e é extremamente moral e, além disso, não é a ela que este bebê está a provocar enjoo matinal. Por isso, ela encontra muito que censurar quando vê um pauzinho de laranjeira ensanguentado na casa de banho. O bebê ainda está "inconsciente". A Avó ralha com a Mamã: "Qualquer filha minha que faça uma coisa tão horrível devia ser castigada pela vingança de Deus (o princípio de `faz o que eu digo, mas não faças o que eu faço' pois, para começar, quem é que deu esta dramatização à Mamã?) e arrastada pelas ruas. O teu bebê tem todo o direito de viver. Se achas que não podes cuidar dele, eu com certeza que o farei. Agora continua com a tua gravidez até ao fim, Heloísa, e se não quiseres este bebê quando ele nascer, então eu fico com ele! Que idéia a de tentar ferir esse pobrezinho!" E assim, quando o nosso caso de úlcera hemorrágica nasce, ali está a Avó como proteção e segurança. A Avó aqui é o aliado (e ela pode tornar-se um aliado de milhares de modos diferentes, qualquer um deles baseado no princípio de que ela fala compassivamente com o bebê quando ele perde os sentidos e luta com a Mamã a seu favor quando ele está "inconsciente"), e quando ele cresce até se tornar um menino, pode-se ver que ele tem uma grande dependência da Avó, para grande espanto dos pais (pois eles nunca fizeram nada ao pequeno Rogério, eles não). E o Rogério, quando a Avó morre, desenvolve úlceras hemorrágicas para a ter de volta. Quem for um amigo deve ser abraçado contra o peito com laços de ferro, diz este grande gênio, a mente reativa, mesmo que isto mate o organismo. A computação de aliado é um pouco mais do que o simples cálculo idiota de que alguém, que seja amigo, só pode ser conservado como amigo através da aproximação de condições semelhantes àquelas em que surgiu a amizade. É uma computação feita com base em que só se pode estar seguro perto de certas pessoas e só se pode estar perto delas estando doente ou louco ou pobre e geralmente incapacitado. Mostre, a um auditor, uma criança que é facilmente assustada pelo castigo, que não se sente à vontade em casa, que tenha aliados que lhe pareçam mais importantes do que os pais (avós, tios, hóspedes, médicos, enfermeiras, etc.) e que seja adoentada, e o auditor normalmente pode fazer saltar à vista um passado de tentativas de aborto porque, na maioria das vezes, estes estão lá. Mostre, a um auditor, uma criança que tenha demonstrado um enorme apego por um dos pais, detestando o outro, e o auditor pode pôr à mostra um passado em que um deles queria livrar-se da criança ou feri-la, e o outro não. A computação de aliado é, então, importante. E também é muito secreta. A tentativa de obter os verdadeiros aliados em um caso é, muitas vezes, uma grande luta. Nalguns casos, poderá ser que um paciente tenha tido oito ou dez destes aliados e tentou mantê-los desesperadamente; e quando não conseguiu, ele procurou e encontrou companheiros e amigos que eram aproximações dos seus aliados. Uma esposa, perto de quem "A" está continuamente doente, mas que ele não deixará sob nenhumas circunstâncias, normalmente é um pseudo-aliado, o que quer dizer que ela tem alguns maneirismos parecidos com os do verdadeiro aliado, tem uma voz parecida ou até mesmo um primeiro nome semelhante. "B", que não deixa um emprego e que, no entanto, está a trabalhar em um nível muito abaixo da sua capacidade na vida, talvez mantenha esse emprego porque o seu chefe é um pseudo-aliado; além disso, ele poderá estar a trabalhar nesse emprego porque o aliado tinha uma posição semelhante na vida e ele está a ser o aliado. Qualquer coisa que possa corromper tanto a vida de uma pessoa será naturalmente difícil, em certa medida, na terapia. Porque quando lhe pedem que se livre da sua computação de aliado, é tão provável que ela dê qualquer indício desta como querendo que ela cuspa na cara do aliado. Estes engramas pró-sobrevivência, que contêm a computação de aliado, podem ser descritos como aqueles que contêm pessoas que defenderam a vida do paciente, em momentos quando o paciente concebeu que a sua existência estava a ser atacada. Esta não precisa de ser uma defesa real e racional: poderá ser apenas que o conteúdo do engrama pareça indicar isso, mas pode supor-se, com segurança, que as piores computações de aliado são aquelas em que a vida do paciente foi defendida, pelo aliado, contra os atacantes. A maioria das computações de aliado tem a sua gênese na área pré-natal. Procurar a computação de aliado é a primeira ação que se toma em qualquer caso e procuram-se novas computações de aliado ao longo de todo o caso. Estes engramas pró-sobrevivência de compaixão, que constituem as computações de aliado, apenas diferem do engrama pró-sobrevivência normal em intensidade. Um engrama pró-sobrevivência normal é mau, somente porque alguém expressou amizade pelo paciente ou por outra pessoa, quando ele estava "inconsciente". Este é difícil de descobrir e clarear, mesmo quando foi inteiramente mal interpretado - isto é, quando o conteúdo pró-sobrevivência se destinava a outra pessoa que não o paciente e apenas foi mal interpretado por ele. Se o paciente está "inconsciente" e alguém diz: "Ele é boa pessoa", referindo-se de fato a uma pessoa inteiramente diferente, a mente reativa egocêntrica toma essa frase como dizendo respeito a si própria. No engrama pró-sobrevivência de compaixão (a computação de aliado é composta somente por estes), há algum aliado que realmente defende a pessoa do perigo. Isto pode variar entre uma cena dramática em que alguém estava a matar o paciente e o aliado chegou no último instante, como a cavalaria, e um incidente no qual o paciente foi simplesmente salvo (ou considerou que foi salvo) da morte, como no caso de um afogamento, atropelamento, etc. E o engrama pró-sobrevivência de compaixão somente vale tanto quanto o seu conteúdo verbal, pois este não racionaliza a ação. Têm-se descoberto engramas em que o paciente estava realmente a ser assassinado, mas o conteúdo era tal, que o paciente estava convencido de que estava a ser salvo. Um caso desses incluiria aquilo a que os auditores chamam uma "tentativa de aborto mútua" - um pai e uma mãe a tentarem juntos o aborto - no qual a Mamã estava inteiramente de acordo e dispôs-se a fazer a operação, mas ficou assustada e começou a gritar sobre "o seu precioso bebê", em um esforço para se salvar de ser magoada. Os pacientes com esta espécie de engrama pró- sobrevivência de compaixão podem ficar muito confusos a respeito da mãe. Há vários aspectos insidiosos dos engramas pró-sobrevivência de compaixão: 1. Estes alinham-se com a dinâmica de sobrevivência fundamental no sentido mais literal e estão, portanto, alinhados com o propósito do indivíduo. 2. Estes são como quistos envolvidos por engramas contra-sobrevivência que servem de carapaça exterior. 3. Estes afetam mais acentuadamente a saúde do indivíduo e são sempre o fator básico subjacente à doença psicossomática que o indivíduo manifesta. 4. Estes fazem a mente reativa (mas não a mente analítica) resistir à terapia. 5. Estes são o maior sorvedouro das unidades de força vital. Em (3) acima, o engrama pró-sobrevivência de compaixão faz mais do que simplesmente transportar o ferimento que se torna na doença psicossomática. Qualquer engrama é um monte de dados que não inclui apenas todas as percepções e palavras presentes, mas também a medição da emoção e do estado de ser físico. O último, o estado de ser físico, seria suficientemente sério. Esta medição diz que a estrutura era deste ou daquele modo, no momento em que o engrama pró- sobrevivência de compaixão foi recebido. Então, no caso de um engrama de embrião, a mente reativa, ao forçar o engrama a entrar de novo em ação, também poderá voltar a impor o padrão estrutural ao corpo: isto ocasionalmente resulta em um desenvolvimento retardado, pele semelhante à de um embrião, uma curvatura das costas parecida à do embrião e assim por diante. As próprias glândulas, sendo órgãos físicos, também são por vezes suprimidas no esforço da mente reativa para aproximar todas as condições. As gônadas subdesenvolvidas, a tireóide abaixo do nível normal, o membro inutilizado - todas essas coisas provêm frequentemente de engramas pró-sobrevivência de compaixão. Isto é tão observável que, quando um indivíduo está a ser clareado, o processo de crescimento começa a trazer o corpo de volta ao plano genético, mesmo antes de o caso estar completado. A mudança que ocorre no ser físico do paciente é por vezes tão notável e acentuada, que é muito mais surpreendente do que o mero desaparecimento de um catálogo de doenças psicossomáticas, tais como dificuldades coronárias, úlceras, artrite, alergias e por aí fora. Supor-se-ia que qualquer coisa com força suficiente para distorcer o plano genético físico e impedir o corpo de se desenvolver, ou fazê-lo continuar a crescer quando devia ter parado, resistiria a qualquer terapia. Isto só é verdade em um sentido muito limitado. Uma vez que se esteja ciente daquilo que suprime um caso, pode-se tratar de vencer os supressores, pois um engrama pró- sobrevivência, ao contrário de um engrama contra-sobrevivência, tem um calcanhar de Aquiles. A resposta mais funcional que se conhece em Dianética reside no princípio das unidades de força vital e na técnica de pô-las de novo em circulação. O engrama pró-sobrevivência coleciona e retém essas unidades, de acordo com esta teoria, e colapsa quando o seu poder para reter as unidades é quebrado. Então, ao entrar em um caso em que a pessoa tem uma doença psicossomática crônica (e qual é o caso que não tem, mesmo que seja tão leve como um ocasional acesso de espirros ou soluços), a primeira coisa que o auditor faz é explorá- lo, passando por uma rotina de retorno para verificar quão atrás ela pode recuar para ir buscar material, qual é o estado da recordação sônica, quão oclusa está a juventude da pessoa e assim por diante. Quando tiver acabado esta sondagem, ele começa a fazer a sua computação sobre o caso: primeiro, será que a criança foi feliz com o pai e a mãe, e se não foi, onde é que a criança foi mais feliz? (Será aí que residem os aliados.) Será que algum dos pais foi um fator excessivamente poderoso na formação das capacidades pensantes da criança? (Aqui também poderá haver um aliado, mesmo que fraco.) Será que o paciente tinha avós ou outros parentes? Como se sentia em relação a eles? Todos estes dados estarão mais ou menos oclusos e distorcidos por circuitos demônio e são tão fiáveis como os dados que este paciente tentará, inevitavelmente, obter de pais ou parentes "malucos", que não só não sabem o que lhe aconteceu, como poderão estar muito ansiosos de que nada seja descoberto. O que aconteceu realmente? Não deixe o paciente perguntar alguma coisa aos parentes ou aos pais, se puder evitá-lo, porque eles são extremamente restimulativos e nunca têm dados que você possa usar; o paciente está meramente a tentar usar essas pessoas como circuitos de derivação, para evitar a dor de ser ele próprio a recordar as coisas. Quando o caso é terminado, ele deixará de querer incomodar essas pessoas. E se você quiser fazer uma verificação por razões de pesquisa, pegue em um dos parentes e ponha-o a receber terapia. O auditor tem agora uma pequena idéia de quais poderão ser os aliados. E aqui vem o calcanhar de Aquiles da computação de aliado. Qualquer computação de aliado poderá incluir a perda de um aliado. E a perda de um aliado poderá ser o disparador que dará início à fissão em cadeia. Porque aquilo que vamos tentar fazer é dissipar ou descarregar tantas unidades de força vital quanto possível do banco de engramas reativo e enfraquecê-lo. Cada carga que retirarmos do banco reforçará a capacidade do paciente para seguir em frente com a sua vida e ajudará a sua mente analítica a entrar no banco de engramas. Por isso, descarregar estas unidades imobilizadas é uma parte vital e importante da terapia, e a condição do caso melhorará na razão direta do número de unidades descarregadas deste modo. Considere estas unidades de vida como energia vital livre; um engrama que as capture pode instalar-se, para todos os efeitos, como uma força vital. É então, e só então, que este será uma entidade. Os circuitos demônio, as paredes de valência (que compartimentam o analisador, por assim dizer, e ocasionam a multivalência), a força e poder do engrama em si estão todos dependentes, segundo a teoria e a observação na prática, das unidades de vida usurpadas. Libertar essas unidades é a tarefa primária da terapia; aliviar a dor dos engramas é a tarefa secundária; tornar o paciente confortável durante a terapia nem sequer conta, embora não haja necessidade de ele se sentir desconfortável. O caráter dual da terapia é, então, constituído por duas seções da mesma coisa: aliviar engramas. Contudo, esta natureza dual existe nos engramas, visto que eles têm emoção dolorosa (que significa força vital usurpada) e dor física (que significa dor de ferimento, doença, etc.). Recuar o mais para trás quanto possível, tão rapidamente quanto possível e encontrar o básico-básico é a direção e propósito da terapia nos seus primeiros estágios. Para conseguir isto (quando não pode ser feito de imediato meramente retornando e encontrando o básico-básico, algo que se pode e deve sempre tentar) alivia-se o caso e rouba-se o banco de engramas ao liberar as unidades de vida (capturadas pela emoção dolorosa) das computações de aliado. Em suma, todo o propósito e ação da terapia consiste em encontrar o engrama mais antigo e apagá-lo, e depois prosseguir com o apagamento de todos os outros engramas, como engramas, de modo que nunca mais possam ser descobertos. (Eles rearquivam-se no banco padrão, mas é necessário um gênio para os encontrar lá e uma busca de muitas, muitas horas: portanto, para o auditor, pode-se dizer que estes foram "apagados", pois estes já não são engramas e passaram agora a ser experiência.) A primeira, última e única tarefa do auditor é encontrar os engramas mais antigos disponíveis e apagá-los. É impossível dizer isto vezes de mais ou com demasiada ênfase. Os vários modos de conseguir isto são as técnicas e artes da terapia. Qualquer coisa que ocasione este apagamento de engramas do seu lugar e o seu rearquivamento como experiência é útil e legítima, não importando o que isso inclua. Um engenheiro pretende remover uma montanha que está no caminho de um rio: a sua intenção e todo o seu esforço são dirigidos à remoção dessa montanha; os meios e modos que ele emprega para remover essa montanha, seja uma escavadora, aríete hidráulico ou dinamite são a arte e as técnicas aplicadas para fazer o trabalho. Há três graus de conhecimento na nossa tarefa: 1. Em Dianética, conhecemos o objetivo: conhecemos os resultados que são produzidos quando esse objetivo é alcançado. 2. Sabemos qual é o caráter das obstruções entre nós e o objetivo, mas nunca podemos aprender demasiado sobre o caráter exato da obstrução. 3. A arte e a técnica de remover a obstrução entre nós e o objetivo só são legítimas através do teste de se removem, ou não, a obstrução. O método de ataque do problema pode sempre ser melhorado ao se aprender mais sobre o caráter dos fatores no problema, ao se aprender novas artes e técnicas que possam ser aplicadas ao problema, e ao estudar no sentido de melhorar a nossa perícia em praticar as artes e técnicas existentes. A arte e técnicas que agora existem não devem ser consideradas ótimas só porque fazem o trabalho. É possível encurtar o tempo e facilitar o trabalho através de novas técnicas ou melhorando a eficiência das técnicas existentes. Tudo isto está a ser intercalado neste texto para que Dianética, ao contrário da lógica aristotélica e da história natural, seja reconhecida como uma ciência que avança e que muda. Isto está a ser introduzido neste ponto porque nenhum auditor deve simplesmente encostar-se a esta rotina, sem nunca tentar melhorá- la. Muito bem, esta é a rotina. Esta funciona, mas pode-se fazer com que funcione rápido e bem. 1. Ponha o paciente em rêverie e explore a área pré-natal para ver se há engramas disponíveis para se levantarem sem trabalho adicional. Se houver e estes podem ser encontrados, retire-lhes a carga e apague-os se for possível. Não tente apagar uma coisa tão afastada do básico-básico como o nascimento, a menos que o arquivista insista em apresentar o nascimento. Por outras palavras, ponha o sujeito na área pré-natal e procure os engramas mais antigos. Não peça ocasiões específicas, particularmente para uma coisa como o nascimento; tome apenas o que for apresentado. Se não puder ir muito para trás, faça o passo dois. 2. Explore a vida do paciente enquanto ele estiver em rêverie (faça isto de qualquer modo, mais cedo ou mais tarde, se o caso abrandar, mas só se este abrandar até um ponto em que engramas antigos não estejam a reduzir- se ou não tenham qualquer emoção). Estabeleça, nessa exploração, todas as pessoas de quem o paciente possa ter dependido e suspeite sempre de que ele não lhe disse quais eram os aliados realmente importantes, mas não lhe diga que suspeita disso. 3. Descubra quando é que o paciente perdeu algum aliado por morte ou partida. Aproxime-se desse momento e, de alguma maneira, obtendo material anterior e este incidente ou obtendo apenas este incidente, descarregue a tristeza da perda que há nos incidentes. Trate qualquer incidente em que o aliado se vai embora, ou em que o paciente é separado do aliado, como um engrama e apague-o como tal ou percorra-o até este já não conter nenhuma "carga" de tristeza. Se a "carga" se mantém, suspeite de um momento antigo de tristeza referente a este aliado, encontre-o e trate- o como um engrama. 4. Primeiro, por último e sempre, a tarefa é obter o básico-básico e depois, em continuação, vai-se obtendo sempre o momento mais antigo de dor ou tristeza que exista nessa ocasião, apagando cada incidente, à medida que este for apresentado pelo arquivista ou encontrado pela Técnica de Repetição. 5. Qualquer incidente que fique encravado tem sempre um incidente anterior semelhante, e o paciente deve ser levado para trás, para o incidente anterior, quando um engrama não se "reduz" com a recontagem. 6. Em qualquer altura que os engramas comecem a manifestar uma ausência de emoção no tom, mesmo que se reduzam, suspeite de outra computação de aliado e, quer seja cedo ou tarde na vida do paciente, obtenha-a e reduza-a, pelo menos até a descarga emocional ter acabado. Não faça com que tudo o que há em um caso seja restimulado ao mudar de um incidente não reduzido para uma coisa que pareça mais frutífera, mas reduza tudo o que estiver à vista, antes de sair à procura de uma nova carga de tristeza. 7. É melhor reduzir um engrama antigo que não manifeste emoção do que transtornar o caso, ao importuná-lo em busca de uma computação de aliado, quando uma busca hábil não conseguiu revelar a sua presença. Apagar engramas sem emoção antigos acabará por pôr a descoberto uma nova computação de aliado, se você procurá-la ocasionalmente. 8. Considere que qualquer delonga em um caso, qualquer má vontade em cooperar, provém de uma computação de aliado. 9. Trate todos os circuitos demônio como coisas mantidas no lugar por unidades de força vital absorvidas pelo banco e aborde o problema dos circuitos demônio liberando cargas de tristeza. 10. Considere que a perda de um aliado, por morte ou partida, é idêntica à morte de alguma parte do paciente e que a redução de uma morte ou partida de um aliado devolverá essa mesma quantidade de vida ao paciente. E lembre-se que grandes cargas de tristeza nem sempre são de morte ou partida, mas poderão ser meramente uma inversão súbita de posição por parte do aliado. Tenha sempre em mente que a pessoa que mais se identifica com a pessoa do paciente, como uma mãe, um pai, avô, parente ou amigo compassivos, é considerada pela mente reativa como sendo parte da própria pessoa, e que qualquer coisa que tenha acontecido a essa personagem compassiva pode ser considerada como tendo acontecido ao paciente. Num caso desses em que se verificou que um aliado morreu de cancro, por vezes é possível verificar que o paciente tem uma ferida ou um ponto escamoso, no sítio onde ele supôs ter sido o cancro do aliado. A mente reativa só pensa por identidades. O engrama pró-sobrevivência de compaixão identifica o paciente com outro indivíduo. A morte ou perda (por partida ou repúdio) do outro indivíduo é, portanto, uma convicção da mente reativa de que o paciente sofreu alguma porção da morte. Qualquer engrama poderá conter cargas emocionais: a emoção transmite-se, no mesmo nível de tom, das pessoas à volta da pessoa "inconsciente" para a sua mente reativa. A ira entra em um engrama como ira, a apatia como apatia, a vergonha como vergonha. Qualquer coisa que as pessoas tenham sentido emocionalmente, à volta de um indivíduo "inconsciente", será encontrada no engrama que resultou do incidente. Quando o tom emocional das pessoas no engrama é obviamente de ira ou apatia, segundo o conteúdo verbal e, no entanto, o paciente ao recontar não o sente, há alguma coisa, nalgum lugar, que tem uma parede de valência entre o paciente e o tom emocional, e essa parede de valência é quase sempre derrubada pela descoberta de um engrama com carga de tristeza, numa ocasião anterior ou posterior na vida do paciente. A única razão legítima para entrar em porções mais recentes da vida de uma pessoa, antes de a área pré-natal ter sido bem esgotada, é para procurar descargas de tristeza ocasionada pela morte, perda ou repúdio de um aliado. E por "repúdio" queremos dizer que o aliado se tornou um inimigo ativo (real ou imaginário) do paciente. O homólogo do aliado, o pseudo-aliado, é uma pessoa que a mente reativa confundiu com o aliado real. A morte, perda ou repúdio de um pseudo-aliado pode conter uma carga de tristeza. De acordo com a teoria, a única coisa que pode aprisionar unidades de vida é esta emoção de perda. Se existisse algum método de não fazer mais nada senão libertar todas as unidades de vida, a dor física poderia ser negligenciada. Um Liberado é produzido, de um modo ou de outro, libertando o máximo possível de unidades de vida dos períodos de perda, com uma abordagem mínima aos engramas reais. A perda de um aliado ou pseudo-aliado não precisa de conter qualquer dor física ou "inconsciência", além daquela ocasionada pela perda em si. Isto já é bastante sério. Isto produz um engrama. Qualquer pessoa que subitamente se descubra estar oclusa na vida de um paciente pode, com alguma segurança, ser considerada um aliado ou pseudo-aliado. Se, ao lembrar ou retornar, faltam grandes seções de relacionamento do paciente com outra pessoa, pode-se dizer que essa pessoa está oclusa. Se a oclusão rodeia a morte da pessoa, a partida dessa pessoa ou repúdio por parte dessa pessoa, essa é a melhor garantia de que se trata de um aliado. Também é possível haver oclusão devido a castigo, querendo isto dizer que a pessoa oclusa também poderá ser um grande inimigo. No entanto, em tal caso, qualquer memória que exista será referente à morte, derrota ou doença da pessoa Oclusa. A oclusão do funeral de uma pessoa na memória de um paciente iria, teoricamente, rotular essa pessoa como um aliado ou pseudo-aliado. Uma lembrança do funeral de uma pessoa, mas com a oclusão de um relacionamento agradável, poderá indicar que a pessoa era um inimigo. Estas regras são experimentais. Mas é certo que qualquer oclusão significa que uma pessoa teve um significado grande e oculto na vida de um paciente, que deveria ser explicado. Poderá mencionar-se neste ponto que a recuperação do paciente dependerá, em grande medida, das unidades de vida libertadas do seu banco reativo. Isto é uma descarga de tristeza e poderá ser bastante violenta. A prática comum é "esquecer" tais coisas e "quanto mais depressa forem esquecidas, mais depressa se curam". Infelizmente isto não funciona; seria bom se funcionasse. Qualquer coisa esquecida é uma ferida supurante quando esta contêm qualquer desespero. O auditor descobrirá que todas as vezes que ele localizar este grande negador, "esquece isso", ele encontrará o engrama que o negador suprimiu; quando não consegue localizar o engrama e no entanto encontrou um somático, existirá um "esquece isso", "não penses nisso", "não consigo lembrar-me disso", "não me lembro" ou algum outro negador no contexto do engrama. Esquecer é tão prejudicial à saúde que, quando uma coisa foi "posta fora do pensamento", ela foi posta diretamente dentro do banco de engramas reativo e lá dentro esta pode absorver unidades de vida. Esta computação "maluca", de que esquecer coisas torna-as suportáveis, é incrível quando se toma em consideração o fato de que o hipnotizador, por exemplo, obtém resultados com uma sugestão positiva quando coloca um desses negadores no final desta. Isto é conhecido há muitos milênios: essa foi uma das primeiras coisas que ensinaram ao autor quando ele estudou as práticas asiáticas: há muito tempo atrás, isto filtrou-se da Índia para a Grécia e Roma, e veio até nós por intermédio de Anton Mesmer: este é um princípio fundamental em diversas artes místicas: até o curandeiro Sioux conhecia as suas mecânicas. No entanto, as pessoas em geral, até agora sem qualquer orientação a este respeito, e talvez porque lhes faltava algum remédio real, acreditavam que a coisa a fazer com a tristeza era "esquecê-la". Até Hipócrates comentou que uma operação não fica inteiramente acabada, enquanto o paciente não tiver recontado o incidente a todos os seus amigos, um por um. E embora isto seja uma terapia inadequada, ela foi, como a confissão, uma parte da sabedoria popular ao longo de muitas eras. E, no entanto, as pessoas teimam em suprimir a tristeza. Muitas vezes, na atividade do auditor, o paciente pedir-lhe-á: "Não me fale a respeito da morte de fulano tal". Se ele for suficientemente tolo para dar ouvidos a este pedido choroso quando o paciente está em rêverie, então o auditor estará a bloquear ativamente uma Liberação. Esse é o primeiro incidente que ele deve obter! Seria mau, talvez, sem a técnica de Dianética, chegar perto de tais coisas, mas com a nossa arte é fácil não só entrar no momento real do incidente, mas também recontá-lo até as lágrimas e lamentos serem apenas ecos no livro de caso. Tratar essa perda como um engrama, recontá-la até esta deixar de ser emocionalmente dolorosa, é devolver o paciente à vitalidade que ele não tem tido desde que o incidente ocorreu. E se o incidente não diminuir após uma dúzia de recontagens, deslize para trás na sua linha de tristeza, como faria com qualquer outro engrama, e encontre momentos cada vez mais antigos. Um paciente que comece a descarregar tristeza com a idade de cinquenta anos poderá dar por si, duas horas mais tarde, lá em baixo na área básica, a recontar o momento primário de tristeza, na ocasião em que o aliado perdido se tornou inicialmente um aliado. Se o auditor puder obter a cadeia inteira de algum aliado, esgotando a tristeza contida nesta desde o incidente mais recente para o mais antigo, retirando toda a tristeza que puder obter de cada incidente e despojando a carga da série inteira de engramas, ele poderá, com poucas horas de trabalho, livrar o caso de carga emocional suficiente para então começar um apagamento ordeiro. Faça o favor de observar esta diferença: o calcanhar de Aquiles da computação de aliado pode ser considerado como estando em um ponto recente na cadeia de incidentes relativa a esse aliado, o que quer dizer que temos aqui um funil, vertical no tempo, no qual se pode entrar em tempo recente e depois seguir para trás no tempo. O calcanhar de Aquiles da cadeia de engramas contra-sobrevivência está nos incidentes mais antigos, exatamente o oposto dos engramas emocionalmente dolorosos. Para recuperar unidades de vida ao banco de engramas, de modo a dispor de emoção livre suficiente para Liberar ou Clarear um caso, comece com perdas recentes de aliados ou pseudo-aliados e trabalhe em direção às mais antigas. Para liberar a dor física do indivíduo no banco de engramas, comece cedo (tão perto da concepção quanto puder chegar) e continue a trabalhar em direção às mais recentes. Dor física na cadeia contra-sobrevivência pode suprimir emoção dolorosa na cadeia pró-sobrevivência. Emoção dolorosa na cadeia pró-sobrevivência pode suprimir dor física nos engramas contra-sobrevivência. Se fizesse um desenho da área pré-natal do banco de engramas reativo, esta teria mais ou menos este aspecto: uma linha comprida traçada horizontalmente, representando o tempo, que teria manchas escuras representando engramas; uma extremidade da linha representaria a concepção, a outra extremidade o nascimento: por cima desta linha haveria uma área escura, como uma névoa densa, estendendo-se de uma extremidade à outra da linha e quase caindo até tocar nesta: acima desta névoa escura, haveria outra linha horizontal, a linha do tempo aparente ao longo da qual o paciente retorna. A primeira linha comprida é a linha do tempo real; a névoa é emoção dolorosa. A linha escura superior é aquilo que o paciente confunde com a sua linha do tempo e usa como tal. A emoção dolorosa é, claro, ocasionalmente tocada na área pré-natal e a oportunidade de a dispersar, quando se descobrem cargas emocionais pré-natais deste modo, nunca deve ser descurada pelo auditor: na verdade, logo que grande parte da emoção dolorosa da vida mais recente seja descarregada, muita emoção dolorosa pode ser encontrada entre os engramas mais antigos. A maior parte desta névoa, e a primeira parte que o auditor frequentemente contata, está na vida recente: embora seja originada, como carga, na vida recente, pode-se dizer que ela se encontra nesta área pré-natal. Momentos de perda, a perda por morte ou partida de qualquer dos aliados do paciente e a perda de um aliado por este se virar contra o paciente, aprisionam essas cargas emocionais e interpõem-nas entre o paciente e a realidade. Embora o momento de perda tenha sido após o nascimento, na infância, adolescência ou quando adulto, este estava a suprimir retroativamente os engramas antigos. Este aspecto da emoção dolorosa é um key-in dos incidentes antigos provocado pelo momento de perda. Por outras palavras, um momento de grande perda suprime o indivíduo na Escala de Tom até um ponto em que ele se aproxima do nível dos engramas antigos e estes, estando ativados pelo key-in, retêm as unidades de carga daí em diante. Unidades de vida apanhadas deste modo são retidas e são a vida dos engramas. Como na eletricidade, uma carga positiva desvia-se de uma carga positiva, cargas iguais repelem-se uma à outra. Pode-se dizer, por analogia, que o analisador, operando com o mesmo tipo de carga que a contida no engrama, afasta-se do engrama, que desse modo permanece ignorado e intacto. Ao retornar à área dos engramas antigos - que continuam ativados por causa das cargas tomadas dos incidentes recentes - o indivíduo pode, confortavelmente, passar ao lado de enormes quantidades de material aberrativo, sem sequer suspeitar da sua presença. Contudo, quando os momentos recentes de emoção dolorosa são liberados, o auditor pode ir imediatamente para dentro da área antiga e encontrar engramas de dor física, que até então não tinha sido capaz de descobrir. De fato, tanto os momentos recentes como os antigos são engramas: a notícia ou a observação da perda desliga o analisador e tudo o que entra depois nesta é engrâmico e é arquivado na mente reativa. Devido à visão e uma memória de atividade que está ligada ao presente, que servem todas para manter um indivíduo orientado, uma pessoa pode frequentemente recordar o momento de perda - ao passo que não consegue recordar material pré-natal, pois faltava-lhe naquela área qualquer ligação com fatores de orientação que se impingissem ao analisador. Embora o bebê pré-natal tenha definitivamente um analisador, especialmente nos estágios mais avançados, a experiência e a memória não estão coordenadas e então a mente analítica não suspeita da existência de engramas. Isto não é verdade quanto aos períodos posteriores da vida, particularmente os que vêm depois da aprendizagem e uso da fala. O fato é que mais tarde na vida, esta capacidade de recordar as circunstâncias que estavam presentes em determinado momento sem sentir qualquer dor extrema, também serve para esconder aqui a existência de um engrama real: uma pessoa sente que sabe, analiticamente, tudo a respeito desse momento de perda. Na realidade, ela não tem contato com o próprio engrama, que contêm um momento de "inconsciência" de menos profundidade do que, por exemplo, a variedade anestésica. Contudo, as perdas de aliados na infância podem estar tão oclusas que não há lembrança dos próprios aliados. O auditor verificará que os engramas muito recentes são fáceis de contatar. E também descobrirá outra coisa. O paciente, enquanto está retornado a esse momento de perda, poderá não estar a ocupar o seu próprio corpo. Este "fenômeno" é conhecido há milhares de anos e até mesmo a última menção que foi feita a esse respeito dizia apenas que isso era "interessante", sem fazer qualquer esforço adicional para descobrir a razão por que uma pessoa, retornada a uma área em regressão hipnótica, às vezes podia ser encontrada dentro de si mesma (o que significa a ver as coisas como sendo ela própria) e às vezes via as coisas e ela própria incluída como parte do cenário (como se estivesse a ver de fora). Por termos descoberto que uma função natural da mente é retornar em um estado desperto a incidentes passados, não altera o fato de que nos deparamos com aspectos até agora conhecidos como "fenômenos" misteriosos dos sonhos de drogas e do hipnotismo. Não estamos de modo nenhum a praticar hipnotismo: portanto, isto significa que o hipnotismo e Dianética usam capacidades semelhantes da mente; isso não significa que tais capacidades pertençam ao campo do hipnotismo. E um dos vários aspectos do retorno é que este ocasionalmente - ou continuamente, em alguns pacientes - encontra áreas em que o paciente está "fora" do seu corpo. Essas visões exteriorizadas do Eu têm duas explicações: uma delas é a valência, pela qual o paciente tomou para si a identidade de outra pessoa e vê a cena através dos olhos dessa outra pessoa; a outra é a exteriorização, em que a emoção dolorosa está presente em tal quantidade, que o paciente não pode ocupar-se a si próprio. Essa emoção dolorosa poderá provir de incidentes anteriores ou posteriores ao momento em que o paciente está a presenciar uma cena a que foi retornado por Dianética. Recontando a cena várias vezes, o paciente aproximar-se-á cada vez mais da ocupação do seu corpo, até que por fim, vê a cena a partir de dentro do seu corpo. Às vezes não ocorre nenhuma descarga emocional (lágrimas, etc.) até o paciente ter repassado o incidente diversas vezes e até estar dentro do seu próprio corpo. É como se, estando retornado, ele tivesse de explorar o terreno para descobrir se era seguro ocupar-se a si próprio. Se, após algumas recontagens, não ocorre nenhuma descarga como as lágrimas, então a emoção está suspensa noutro lugar, antes ou depois, mas normalmente está muito depois disso. Para todos os fins e propósitos do auditor, a exteriorização por causa da emoção é o mesmo que a exteriorização por causa da dor física. Quando encontra um caso que está continuamente exterior, em toda a extensão da linha do tempo, o auditor deve dirigir a sua perícia à liberação de momentos de emoção dolorosa. Todos os pacientes parecem ter a idéia de que o tempo cura e que algum incidente com dez ou vinte anos já não tem qualquer efeito sobre eles. O tempo é um Grande Charlatão, não um Grande Curador, como já se disse. O tempo faz alterações através dos processos de crescimento e decadência, e o ambiente apresenta novos rostos e atividades e, assim, altera os restimuladores: um momento de emoção dolorosa do passado tem, tal como qualquer outro engrama, os seus próprios restimuladores e está, além disso, a manter em um estado de key-in todos os engramas antigos que se relacionam com ele para que os restimuladores destes também funcionem. Cada restimulador tem um conjunto de restimuladores que estão associados a ele pela mente analítica, que não consegue ver o restimulador real. Tudo isto cria um padrão complexo, mas só será complexo na terapia se não se conhecer a fonte de aberração. Se o auditor retornar o paciente a qualquer momento de emoção dolorosa do passado e o percorrer como um engrama, ele descobrirá que toda a sua carga original está presente e se descarregará. Ele normalmente encontrará o paciente a esquivar-se a qualquer idéia de entrar no engrama real: o preclear poderá tentar dar detalhes sobre toda a espécie de bricabraque, os seus próprios pensamentos, as razões pelas quais isto já não é doloroso para ele e assim por diante. Esses pensamentos e dados, antes ou depois do fato, têm tanta utilidade quando se percorre um engrama como tinha uma dissertação sobre "ilusões infantis" para o problema de remover aberrações da mente humana. O auditor que der ouvidos a estas "razões" e coisas de que "eu me lembro" em vez de trabalhar o engrama em si, não porá o seu paciente bom e desperdiçará horas valiosas de terapia. Um auditor que fizer isto pertence à escola de pensamento das palmadinhas na mão, a qual acredita que a compaixão tem valor. O lugar dele não é na cadeira de auditor. É tempo perdido, tempo valioso perdido, dar ouvidos a qualquer coisa que o paciente pensou, disse, fez ou acreditou quando ele devia estar a entrar no engrama e a percorrê-lo como engrama. Há certamente uma necessidade de descobrir, pela conversa do paciente, onde está o engrama, mas uma vez que este esteja localizado, tudo o resto são escórias. Veja, por exemplo, um momento em que a criança é informada da morte dos seus pais. O auditor vem a saber que os pais morreram quando a criança tinha dois anos de idade. Ele pode deduzir, então, sem dificuldades ou perguntas adicionais, que alguém deve ter falado com este paciente acerca da morte dos pais, que houve um momento preciso em que o paciente, então uma criança, soube dessas mortes. Recontando o assunto em tempo presente, sem estar retornado, o paciente está a usar todos os anos intermédios como amortecedores contra a emoção dolorosa. O auditor retorna o paciente, sem mais preâmbulos além da rotina usual de pôr o paciente em rêverie, ao momento em que ele soube da morte dos pais. Ele poderá andar um pouco às apalpadelas para se orientar no passado, mas não demora muito a contatar o instante em que alguém o informou. Pode ter a certeza de que, se essa criança tinha algum amor aos pais, existe ali um engrama. O engrama começa no primeiro momento em que a criança é informada, quando seria de esperar que o analisador se tivesse desligado. O fim do engrama é um momento, uma hora, um dia ou mesmo uma semana mais tarde, quando o analisador voltou a ligar-se. Entre o primeiro momento de atenuação analítica e a recuperação do poder analítico, está o engrama. Os primeiros minutos são os mais severos. Percorrer uma hora disto (uma hora do incidente, não de terapia) deve ser mais do que suficiente. A maioria dos auditores apenas percorre os primeiros minutos diversas vezes, para fazer um teste de se vai ou não haver alguma descarga emocional. Percorra tal período de perda, que deve conter emoção dolorosa, exatamente como percorreria um período de dor física e "inconsciência" de outra fonte. Porque o período de emoção dolorosa é um período de "inconsciência", tal como se o paciente tivesse sido atingido com uma clava. Se for possível contatar a emoção neste período com quatro ou cinco recontagens (começando de cada vez do princípio, assegurando que o paciente esteja retornado e em contato com todos os percépticos do incidente, percorrendo-o por aquilo que é, um engrama), então o engrama deve ser recontado até que desapareça a emoção que este contêm e até que o paciente esteja aborrecido ou mesmo alegre com isso. Se após quatro ou cinco recontagens o paciente ainda está bastante exteriorizado e ainda não contatou nenhuma emoção, então a carga está suspensa noutro ponto, antes ou depois, e devem fazer-se tentativas em termos de outras perdas, não importa a quantos anos de distância do incidente emperrado, para obter uma descarga. Depois de uma descarga ter sido feita noutro ponto, o incidente abordado primeiro, como no caso da criança de dois anos que perdeu os pais, poderá descarregar. É certo que, mais cedo ou mais tarde, tal incidente se descarregará e também é certo que enquanto um incidente de tal gravidade não for bem descarregado, o caso não fará muito progresso em obter um grande número de engramas fisicamente dolorosos. Muitas vezes as descargas são contatadas em lugares muito improváveis. Estas têm, algures, um contato suficiente com a superfície para que um toque do paciente retornado permita que as unidades se libertem, permita que os engramas façam key-out e saltem à vista na linha do tempo nos seus devidos lugares. O banco de engramas fica severamente distorcido pela emoção dolorosa e as áreas de emoção dolorosa ficam severamente distorcidas pela dor física noutro lugar. O sistema de arquivo da mente reativa é péssimo. O arquivista é capaz de recuperar, e de entregar ao auditor, apenas um certo número de engramas de emoção dolorosa ou de dor física de cada vez. As posições destes na linha do tempo poderão estar desordenadas, o que significa que o auditor poderá contatar um engrama fisicamente doloroso antigo (o que é sempre a sua tarefa mais importante), depois contatar um engrama no meio da área pré-natal, depois um engrama pós-nascimento e daí em diante parece não haver mais nenhum engrama da variedade de dor física (engramas da variedade física que contêm perdas de consciência ocasionadas por acidentes, doenças, cirurgia ou ferimento). Isto não quer dizer que o caso está em um impasse ou que o paciente está Clareado. É mais provável que signifique que há incidentes da outra variedade de engrama (emoção dolorosa, proveniente de perda por morte, partida ou inversão dos aliados), que podem agora ser tocados. O auditor procura então, e esgota, a carga emocional dos engramas de perda, normalmente na vida mais recente. Estes, com as unidades libertadas novamente em circulação, permitem o aparecimento de engramas de dor física anteriores e o auditor reduz cada um dos que puder contatar. Assim que ele já não consegue encontrar engramas fisicamente dolorosos, ele volta a procurar engramas de emoção dolorosa, e assim por diante, alternando conforme for necessário. A mente, sendo um mecanismo autoprotetor, mais cedo ou mais tarde bloqueará os engramas de dor física ao paciente se houver engramas de emoção dolorosa disponíveis, e bloqueará engramas de emoção dolorosa assim que houver engramas de dor física disponíveis. Comece em períodos recentes para obter emoção dolorosa e trabalhe para trás até ao princípio. Comece a obter engramas de dor física antigos, perto do princípio, e trabalhe em direção aos períodos recentes, perto do presente. E sempre que qualquer engrama for contatado, percorra-o até que este deixe de causar quaisquer dificuldades ao paciente ou até que tenha desaparecido completamente (rearquivado, mas desaparecido segundo aquilo que o auditor e o paciente podem dizer no momento). Se um incidente, após muitas recontagens, não apresenta sinais de estar a ficar mais leve (o somático não está a diminuir ou a emoção não se está a expressar ou a diminuir), só então é que o auditor deve procurar outro incidente. Num engrama de emoção dolorosa, a carga está frequentemente mais tarde. Num engrama de dor física, a suspensão é invariavelmente causada pela existência da mesma frase em um engrama de dor física anterior que pode ser contatado e, em tal caso, o auditor deve voltar a passar pelas frases que o levaram ao somático até encontrar um contato e levantar o engrama. Nesta altura, já deve estar extremamente claro que a racionalização{18} a respeito da ação, conduta ou condições não avança a terapia e não tem nenhuma utilidade, para além de ser uma ajuda ocasional na localização de engramas. Deve estar igualmente claro que nenhuma quantidade de explicações, palmadinhas nas mãos ou avaliação por parte do auditor adiantará o apagamento dos engramas. Deve estar claro que aquilo que a pessoa pensou, na ocasião do incidente, não era aberrativo. Deve estar claro que a emoção dolorosa coloca os compartimentos e os circuitos demônio na mente, e que os engramas físicos mantêm a aberração e a dor física no corpo. Toda esta operação é mecânica. Não tem nada a ver com o pensamento justificativo, vergonha ou razões. Só diz respeito ao esgotamento do banco de engramas. Quando tiver desaparecido a maior parte da emoção dolorosa, a pessoa está Liberada. Quando o banco de engramas estiver esgotado do seu conteúdo, a pessoa está Clareada. A mente é como uma excelente peça de equipamento. Como mente e como mecanismo, esta é quase impossível de destruir, exceto pela remoção de algumas das suas partes: os engramas não removem partes da mente, adicionam-lhe coisas desnecessárias. Visualize uma máquina bela e eficiente, operando na perfeição: isso seria a mente sem as adições de dor e emoção dolorosa. Agora visualize esta bela máquina nas mãos de uma equipe de mecânicos idiotas: eles começam a trabalhar nela e não fazem absolutamente nenhuma idéia de que aquilo que eles fazem afeta a máquina. Agora eles vêem que há alguma coisa mal na máquina e não têm a mínima noção de que colocaram vários tipos de chaves-inglesas, alfinetes de chapéu, pontas de cigarro velhas e o lixo do dia anterior dentro desta máquina e à sua volta. A primeira coisa em que pensam é pôr alguma coisa nova em cima ou dentro da máquina para corrigir o seu funcionamento e acrescentam-lhe dispositivos arbitrários para reparar a operação da máquina. Alguns desses dispositivos parecem ajudar a máquina (engramas de compaixão) e podem ser usados, na presença dos bricabraques restantes, pela própria máquina para ajudar a sua estabilidade. Os idiotas interrompem o abastecimento de combustível (engramas de emoção dolorosa) ou, como a pessoa que batia no carro com uma chibata quando este não andava, tentam aguilhoar a máquina (estímulo pelo castigo) e assim acrescentam mais dificuldades. Por fim, esta máquina parece um destroço sem conserto, quase escondida sob tudo o que lhe acrescentaram e atiraram para dentro dela, e os mecânicos idiotas abanam a cabeça e dizem: "Temos de lhe pôr outra coisa qualquer, senão ela parará!" Eles fazem isso e a máquina parece parar (fica insana). Em Dianética, faz-se um trabalho hábil de limpar os detritos que estão dentro e à volta da máquina. Não se faz isto acrescentando mais detritos. Os mecânicos idiotas (o conteúdo da mente reativa) parecem desanimados com esta ação. Mas a máquina em si, subitamente consciente de que se está a fazer alguma coisa por ela que de fato voltará a pô-la em um bom estado de funcionamento, começa a ajudar. Quanto mais detritos se retiram, melhor ela funciona e menos força têm os mecânicos idiotas. O curso do melhoramento deve ser, e é, rápido. Podemos parar quando a máquina está a funcionar pelo menos tão bem quanto a máquina "normal" (um Liberado) ou podemos parar quando tivermos retirado todos os detritos da máquina (um Clear). Quando produzimos um Clear, contemplamos algo que jamais foi contemplado antes, pois este nunca existiu em um estado livre de destroços: uma máquina perfeita, eficiente, poderosa, reluzente, capaz de ajustar e cuidar de todas as suas próprias operações, sem qualquer tipo de auxílio terapêutico adicional. ****** Capítulo 8 Alguns Tipos de Engramas ****** São dados dois exemplos de cada tipo de engrama, para que o auditor possa compreender claramente as suas diferenças. ***** 8.1 Engrama contra-sobrevivência ***** Este é qualquer tipo de engrama que se atravessa nas dinâmicas e que não tem nenhum alinhamento com o propósito. Uma luta entre a mãe e o pai, pouco depois da concepção. O pai atinge a mãe no estômago. Ela grita (os primeiros perceptos são a dor, a pressão, o som do golpe e o grito) e ele diz: "Que Deus te amaldiçoe, eu odeio-te! Tu não prestas. Vou-te matar!" A mãe diz: "Por favor, não me batas mais. Por favor. Estou ferida. Estou ferida. Estou aflita com dores!" O pai diz: "Fica aí e apodrece, maldita! Adeus!" Neste engrama, nós temos uma situação severamente aberrativa: primeiro porque ocorre bastante cedo; segundo, porque o seu conteúdo diz que a pessoa que o possui está ferida e aflita; terceiro, porque contêm um segurador e, portanto, tem uma tendência para se tornar crônico ("Fica aí"); quarto, porque pode produzir doença ("e apodrece"); quinto, porque tem uma conotação religiosa a respeito de Deus e ser amaldiçoado; sexto, porque dá ao indivíduo um sentimento de que as outras pessoas não prestam ("tu" normalmente aplica-se a outras pessoas); sétimo, porque pelo conteúdo, este tem um tom emocional de hostilidade ("eu odeio-te"); e oitavo, porque o indivíduo, após o nascimento, tem de viver com estas pessoas restimuladoras: o seu pai e a sua mãe. Isto tem outros efeitos adicionais, dando ao indivíduo, como todos os engramas, duas valências adicionais e desnecessárias, uma das quais, a da mãe, é uma valência covarde e a outra, a do pai, é uma valência ameaçadora. O indivíduo poderá dramatizar isto de diversos modos: se não o dramatiza, ele sente a dor (pois nesse caso estará na sua própria valência) sempre que o engrama seja restimulado; se dramatiza a mãe, ele sentirá a dor que ela recebeu com a pancada no estômago (enquanto que a sua própria dor é na cabeça e no coração); se dramatiza o pai, ele terá problemas com a sociedade, já para não falar da sua própria mulher e filhos. Não há nada a ganhar com qualquer engrama de qualquer espécie, mas enquanto uma pessoa tem engramas, alguns tipos, particularmente o engrama de compaixão, servem para manter os engramas antagônicos afastados. O segundo exemplo de contra-sobrevivência é um engrama de enjoo matinal, no qual a mãe está a vomitar com tanta força, que há uma severa compressão da criança que a põe "inconsciente". A mãe está a vomitar, arquejando e dizendo para si própria, entre os espasmos: "Oh! Porque é que eu nasci? Sabia que não devia tê-lo deixado vir-se dentro de mim. Eu sabia, eu sabia. Era um erro, mas mesmo assim ele tinha de fazê-lo. Ai! Que horror! O sexo é nojento. É terrível. Odeio o sexo. Odeio os homens. Odeio-os. Oh! Ai, isto não vem para cima, isto não vem para cima. Estou tão mal do estômago e isto não sai." Neste engrama, temos algo que uma mulher poderá dramatizar se estiver grávida, mas que um homem jamais poderia dramatizar como gravidez, exceto ao ficar enjoado do estômago. Muitos dos enjoos matinais parecem ser uma aberração que provém de engramas: algures lá atrás no tempo, alguma mãe poderá ter vomitado por ter comido comida estragada e foi aí que tudo começou, talvez no tempo em que o ser humano ainda andava nas árvores. Agora note que a mãe está a vomitar, que o conteúdo do seu estômago está a ser regurgitado; no entanto, o engrama diz que isto não vem para cima. Quando isto é dramatizado, com o indivíduo na sua própria valência, ele experimenta pressão em cima de si e "inconsciência" e, consequentemente, tal dramatização é impossível; quando isto é dramatizado, tem de ser dramatizado como a mãe, mas a ação não é dramatizada tanto como o comando e surge uma condição em que o indivíduo com tal engrama, quando enjoado, não pode vomitar. O comando do engrama é mais importante do que as ações que as pessoas fazem dentro deste. Num nível reativo não há qualquer racionalidade. Se isto fosse em um nível consciente, no qual não seria aberrativo, é claro que a ação poderia ser imitada e de fato conteria vômito, visto que no nível consciente a ação é mais importante do que o conteúdo verbal. Em terapia, quando encontramos este engrama, poderemos ter dificuldade em entrar nele, pois este diz que: "Não o devia ter deixado vir-se dentro de mim", o que é um negador. Encontramos também o "Isto não vem para cima", um segurador. O engrama irá com toda a certeza levantar-se assim que estas palavras e o somático se levantarem, e estas palavras já não possam interromper o engrama. Se o engrama não se levanta, é porque há um engrama prévio com um conteúdo muito semelhante (o aberrado tem um padrão de dramatização que ele repete, vez após vez, após vez, apresentando às pessoas que o rodeiam muitos incidentes que são mais ou menos iguais, com a excepção do seu ponto no tempo). Isto poderia ser restimulado no ambiente (mas não na terapia) até um ponto em que causasse loucura, pois "isto" também poderá referir-se à criança que, identificando-se com a palavra "isto", depois não consegue subir para tempo presente. Em terapia, o poder do engrama é esgotado até certo ponto, só por ser tocado com a mente analítica retornada; além disso, o auditor descobre que o paciente não se está a mover na linha do tempo e uma exploração da situação depressa encontra um segurador, pois o paciente, mais cedo ou mais tarde, dirá que "não pode vir para cima", mesmo que o auditor não o tenha adivinhado. Na esfera aberrativa, este engrama provavelmente colocaria um bloqueio pesado em toda a Segunda Dinâmica e a pessoa, em cuja mente reativa isto estivesse, seria frígida, afetada e áspera com crianças (todas estas coisas podem juntar-se em várias combinações). Além disso, encontraríamos uma apreensão de que "ele" teria de fazer alguma coisa quando verificasse que algo era um erro. Na esfera psicossomática, isto poderá causar dores de cabeça durante ou por causa do coito, ou uma tendência para ficar enjoado sempre que praticasse o coito. Qualquer uma das frases deste engrama, como quaisquer outras frases em qualquer outro engrama, tenderia a dar-lhe o somático e a aberração, desde que o indivíduo estivesse em um estado de baixo poder analítico, como sucede no cansaço ou doença ligeira. Assim, este fica à espera até que alguém diga, durante um período futuro de "inconsciência", de preferência numa voz parecida com a da mãe quando esta soava através das paredes do abdômen e do útero: "Ai! Que nojento!", ou alguma outra frase que lhe fizesse key-in. "Nojice", por acaso, não lhe faria key-in. "Aí", apesar de ser semelhante a "Ai", não lhe faria key-in. Mas o barulho do vômito provavelmente far-lhe-ia key-in. ***** 8.2 Engrama pró-sobrevivência ***** Este poderia ser qualquer engrama que, só pelo conteúdo, não por qualquer auxílio real que este dê ao indivíduo que o tenha, fingisse contribuir para a sobrevivência. Tomemos um engrama de coito: a mãe e o pai estão a realizar o ato sexual que, pela pressão, é doloroso para o nascituro e deixa-o "inconsciente" (isto é uma ocorrência comum, como o enjoo matinal, que normalmente está presente em qualquer banco de engramas). A mãe está dizer: "Oh! Não posso viver sem isto. É maravilhoso! É maravilhoso! Oh! Como é bom. Oh! Faz isso outra vez!" E o pai está a dizer: "Vem-te! Vem-te! Oh! Tu és tão boa! Tu és tão maravilhosa! Ahhhh!" O orgasmo da mãe dá o toque final na "inconsciência" da criança. A mãe diz: "É tão bonito". O pai, que agora acabou, diz: "Levanta-te", o que significa que ela deve fazer uma irrigação (eles não sabem que ela está grávida) e então começa a ressonar. Este é obviamente um incidente valioso, porque a pessoa "não pode viver sem isto". Além do mais, este "é tão bonito". E também "é maravilhoso". Mas também é extremamente doloroso. Este incidente não pode ser seguido porque começa por ter uma coisa que chama de volta parte da mente, "Vem-te!" e depois, mais tarde diz-lhe "Levanta-te". Coisas que são "bonitas" e "maravilhosas" podem causar um orgasmo à nossa paciente, fora da terapia, quando ela olha para coisas bonitas e maravilhosas, desde que tenham sido rotuladas como tal. A dramatização disto pode ser feita na valência do pai ou da mãe: dramatizá-lo na sua própria valência significaria dor física. Assim, o indivíduo que tem este incidente modificado apenas pelos outros engramas de coito que ele tem, encontrar-se-á como o pai, enojado após o ato e a dizer à sua parceira para "Levantar-se". A emoção está contida na maneira como a palavra "Levanta-te" foi proferida: isto é uma emoção transmitida pelos tons de voz, não pelo conteúdo verbal: os engramas contêm sempre ambas as coisas. Na terapia, nós verificamos que a mente reativa está a ser muito cautelosa quanto a deixar que este engrama apareça à vista porque, afinal de contas, a pessoa "não pode viver sem isto". Há classes inteiras destas frases de avaliações favorável nos engramas e sempre que esbarra com uma, o auditor encontrará a mente reativa do preclear a resistir-lhe. "Não quero perder-te", "Segura-te a isto", "Não posso largar isto, senão caio" e assim por diante. Mas isto é, afinal de contas, simplesmente outro engrama e é aberrativo, quer seja "agradável" ou não. Os impulsos masoquistas e sádicos provêm, frequentemente, de engramas de coito que contêm essas coisas específicas. Mas o auditor não deve supor que, só porque este coito é doloroso para a criança, isso fará dela um masoquista ou um sádico. Se há masoquismo ou sadismo no paciente, este é causado por engramas que contêm violações, bater para obter satisfação sexual, desfrute da dor, etc., e por engramas que, homonimicamente, parecem declarar que o sexo e a dor são semelhantes, tal como um coito "normal" que diz: "É tão bom que até dói! Magoa-me outra vez, Pedro. Magoa-me outra vez! Oh! Enfia-o dentro de mim, até acima! Faz doer para que eu me possa vir." Dramatizado por um rapaz, isto poderá muito bem dar origem a sodomia, porque o engrama não é uma ação observada, mas uma série de comandos tomados literalmente. Assim, o engrama de coito pró-sobrevivência, como o primeiro exemplo que demos aqui, é relativamente inocente no padrão aberrativo de uma pessoa. Porém, por um acaso de palavras, este poderia ser muito diferente no seu efeito aberrativo. O segundo exemplo de pró-sobrevivência refere-se a outro engrama pré-natal. (Um auditor comentou, enquanto estava a ser clareado: "Eu tinha pensado que a minha vida, antes de Dianética, era um gráfico de anos em que o tempo que ia da concepção ao nascimento ocupava a quinquagésima parte da distância linear entre a concepção e o tempo presente, mas agora penso no período pré-natal como ocupando dois terços da distância entre o princípio e o agora." A área pré- natal, depois de clareada, voltou a ser a quinquagésima parte.) A mãe, sujeita a tensão arterial alta, provocava continuamente uma condição de grande dor no nascituro, particularmente quando ela estava agitada. (Esta é a principal fonte da enxaqueca.) Desconhece-se aquilo que a deixou agitada ao ponto de ter a tensão arterial alta no momento em que este engrama foi recebido - e muito do "enredo" da vida pré-natal poderá permanecer desconhecido, pois os dados explicativos poderão vir antes da dor e do engrama, e uma gravação completa só ocorre após o instante de dor, quando surge algum grau de "inconsciência". A mãe, no começo do engrama, quando a tensão começou a subir e a fazer pressão no nascituro, estava a chorar. Estava sozinha. "Oh! Como é que eu vou alguma vez conseguir sair disto? Parece-me tudo tão sombrio e sem cor. Oh! Por que é que eu fui começar isto; é-me impossível levar isto até ao fim. Mas tenho de conseguir, tenho de conseguir. Ficaria doente se não conseguisse. Oh, Senhor, acontece-me tudo ao mesmo tempo. Estou totalmente aprisionada. Mas agora vou com isto até ao fim, vou sentir-me melhor. Vou ter coragem e conseguir. Tenho de ter coragem. Sou corajosa. Eu sou a pessoa mais corajosa do mundo. Tenho de ser e sou." A tensão baixou. O que isto era exatamente permanecerá um mistério para o auditor que o reduziu, para o paciente que o tinha, para o autor e para o leitor: muitas vezes é isso que acontece com os engramas. Estes são concebidos em incompreensão e não são para ser compreendidos, exceto mecanicamente, e apenas apagados do banco de engramas. É particularmente perigoso ter este engrama, pois contêm um maníaco nas palavras: "A pessoa mais corajosa do mundo". É claro que o "Eu" normalmente é usado pelo nascituro como sendo ele próprio, quando o engrama for finalmente capaz de afetar um analisador em que existe a fala. Antes desse momento, há apenas uma gravação sem o significado das palavras, embora o engrama possa ser aberrativo, mesmo antes de as palavras receberem o seu significado. Este é ainda mais perigoso, porque diz: "Estou aprisionada" e porque diz: "Acontece-me tudo ao mesmo tempo". "Aprisionada" é o nosso inimigo, o segurador. Mas "acontece-me tudo ao mesmo tempo" é um agrupador. Além disso, o resto do conteúdo, como engrama, não é computável no analisador. Este diz que "tenho de ir com isto até ao fim", mas que "não consigo levar isto até ao fim", que "ficaria doente se não conseguisse", mas que isso "é impossível". Visto que tudo é igual a tudo, segundo computa a nossa inimiga idiota, a mente reativa, este engrama não só repele como atrai a terapia: isto cria uma condição de indecisão insuportável na mente analítica. O indivíduo que tem este engrama poderá encontrar-se - quando isto atua como aberração - primeiro, na porção maníaca de ser a pessoa mais corajosa do mundo e depois, regredindo um pouco devido a uma ligeira mudança de restimuladores como o agravamento da enxaqueca, encontrar-se totalmente indeciso sobre qualquer curso de ação e com a emoção transmitida, contida nas lágrimas, de estar muito deprimido. Mas isto é pró-sobrevivência, porque aparentemente impõe uma maneira de sair de uma situação. Como fator adicional - devido à sua frase acerca de "parece-me tudo tão sombrio e sem cor" - isto causa daltonismo, pelo menos na recordação, de modo que a mente "vê" as imagens recordadas do passado como não tendo cor. Se sofrer o acréscimo de suficientes dramatizações subsequentes, este engrama pode causar um daltonismo percéptico real. É bastante provável que o engrama inteiro, quando combinado com outros fatores, leve o indivíduo a ser internado em um manicômio com o seu somático completamente ligado (enxaqueca) e, devido ao agrupador, com todas as outras dores que sentiu na sua vida, igualmente ligadas. Este agrupador junta toda a linha do banco de engramas em um só lugar e depois põe o indivíduo precisamente nesse ponto. Em terapia, quando isto foi contatado, um caso que tinha sido classificado como "insano" veio para um estado Liberado de "normal". A paciente tinha estado internada, estava na posição fetal e tinha regredido fisicamente. O fato de que ela estava sempre a gritar essas palavras exatas, e a chorar, tinha sido anotado na sua ficha como a manifestação de uma delusão de infância. O caso foi aberto pela Técnica de Repetição, usando as palavras que ela estava sempre a gritar, depois de a sua atenção ter sido fixada no auditor através de barulho alto e monótono. Havia alguns incidentes mais antigos, que continham essas palavras, que tiveram de ser alcançados antes que o incidente em dramatização se atenuasse. Contudo, normalmente contata-se engramas como este em pessoas mais ou menos "normais", e estes são aliviados de forma rotineira. Esta paciente tinha experimentado um grau muito elevado de restimulação e tinham ocorrido vários engramas de perda graves que mantiveram o key-in do conteúdo anterior. Também se poderá comentar acerca de todos estes casos de "aprisionado", "apanhado", "não consigo sair disto" (ou seja, onde há alguns seguradores e também uma grande quantidade de emoção dolorosa) que certos aspectos fetais são visíveis, mesmo quando o caso é "normal". Uma pele brilhante, uma curvatura da coluna, gônadas só parcialmente desenvolvidas - todas estas coisas são comuns e um ou muitos desses sinais poderão estar presentes. ***** 8.3 Engrama de compaixão ***** O primeiro exemplo é uma doença que um paciente teve quando era um menino. Aos dois anos e meio de idade, ele ficou doente com pneumonia. Ele tinha um passado considerável de tentativas de aborto e a carga engrâmica usual recebida de pais aberrados. Ele estava extremamente preocupado com as discussões e os transtornos do seu próprio lar; muitos dos seus engramas tinham feito key-in e entre estes estava a sua pneumonia. A avó veio e levou-o para a sua casa, pois sempre que ele ficava doente a mãe ia-se embora e deixava-o. O incidente estava extremamente ocluso e só foi alcançado depois de alguns engramas de emoção dolorosa, mais recentes na vida, terem sido descarregados e depois de quase cem engramas pré-natais de dor física terem sido liberados. A avó, quando ele chorava no delírio, interpretou a sua atividade como uma prova de que ele estava "consciente", o que não era verdade, e procurou chamá-lo à razão. Ela disse: "Essas pessoas não querem realmente ser tão más para ti, querido. Sei que elas na verdade têm um bom coração. Simplesmente faz o que elas te mandam, acredita no que elas te dizem e ficarás bem. Agora promete-me que farás isso, querido." A criança, nas últimas profundidades da reação, respondeu e prometeu que acreditaria nelas e faria o que lhe dissessem. "Eu amo-te muito", continuou a avó, "e tomarei conta de ti. Agora, não te preocupes, querido. Esquece isso agora. Apenas descansa um pouco." As frases contidas neste engrama, por estarem em um nível de transe e por poderem ser mantidas no lugar pela sua febre e dor, produziram um efeito muito profundo no miúdo. Ele tinha de acreditar em tudo o que lhe dissessem. Isto significa uma crença literal e custou-lhe, entre outras coisas, muito do seu sentido de humor. Por querer estar bem, ele tinha de acreditar naquilo que os pais diziam; as coisas que eles tinham dito, no período pré-natal, continham toda a espécie possível de dados negativos a respeito de quem mandava, de como era divertido bater na mãe e por aí fora. Tudo isto foi, então, transformado em "dados verdadeiros", nos quais ele tinha de acreditar, porque o seu engrama de compaixão assim o dizia. Não é possível rogar uma praga pior a alguém do que aquelas dos engramas de compaixão que dizem: "Acredita no que te dizem", "Acredita no que lês", "Acredita nas pessoas", porque esse engrama significa, literalmente, que o coitado do analisador nunca mais será capaz de avaliar os seus próprios dados daí em diante, a menos que, por meio de uma rebelião total, o indivíduo se volte contra o mundo inteiro, o que ocasionalmente pode ser feito. No entanto, deixe que o indivíduo se case, como este fez, com uma mulher que tenha características semelhantes às da sua avó (uma pseudo-avó) e ele torna-se vítima de: (a) a dor e doença crônicas que experimentou nos engramas de compaixão da avó (necessárias para conseguir e manter a compaixão dela); e (b) todos os seus pré-natais, visto que a pseudo-avó atira-o para a sua própria valência. Isto fá-lo discutir, o que faz a sua mulher ripostar e, subitamente, esta mulher não é a pseudo-avó, mas a pseudomãe. Lá se vai a sanidade. Em terapia, quando finalmente encontramos este engrama de compaixão, verificou-se que este permaneceu enterrado de duas maneiras; 1. Este estava alinhado com o propósito. 2. Este continha um mecanismo esquecedor. Por causa de (1), a autoproteção da mente só lhe permitiu entregar o engrama depois de se ter retirado tensão suficiente do caso, para permitir que a mente passasse sem este engrama. Em (2), temos um dispositivo que é comum nos engramas. Sempre que tentamos percorrer um engrama que tem somáticos suficientes, até mesmo para fazer o preclear rebolar-se no divã, mas que não tem conteúdo verbal, nós suspeitamos de um mecanismo esquecedor. Existem, evidentemente, pessoas neste mundo que pensam que o esquecimento é a panaceia para todo o desconforto mental. "Tira isso da cabeça", "Se eu me lembrasse disso ficaria maluco", "Filho, tu nunca te lembras de nada do que eu te digo", "Ninguém se pode lembrar de nada", "Não me consigo lembrar" e o simples "Eu não sei", assim como o mestre de toda essa família de frases, "Esquece isso!" são todas frases que barram a informação ao analisador. Um caso inteiro, recém-aberto, poderá estar sempre a responder a tudo com um desses negadores (há muitos outros tipos de negadores, como se deve recordar). A Técnica de Repetição acabará por começar a liberar a frase de vários engramas e começará a apresentar incidentes. Ter uma avó que diz: "Esquece isso!" continuamente, todas as vezes que uma criança se magoa, é ser mais amaldiçoado do que Macbeth. Um esquecedor, usado por um aliado, irá, por si só e sem praticamente qualquer dor ou emoção presente, submergir dados que, ao serem recordados não seriam aberrativos, mas que enterrados deste modo - por um esquecedor - tornam as coisas ditas, logo antes deste, aberrativas e literais. Foi por esta razão que este engrama permaneceu totalmente escondido até o caso estar quase terminado e assim que este foi contatado, o banco reativo, já desintensificado, desmoronou-se e o paciente foi Clareado. O segundo exemplo do engrama de compaixão tem a ver com uma experiência de infância de um paciente que, no começo da terapia, era um indivíduo notavelmente confuso. Eis um exemplo de um engrama de compaixão que não é invulgar. (Não será o principal em qualquer computação de aliado, mas por ser frequentemente repetido no mesmo caso, este torna-se aberrativo.) Este incidente ocorreu quando a criança foi gravemente ferida em um acidente. Teve uma fratura no crânio e uma concussão, ficando muitos dias em coma. O paciente nunca soubera que este incidente lhe havia acontecido, embora um exame posterior revelasse a evidência da fratura. Este exame também revelou que ele, conquanto soubesse que tinha um sulco no crânio, nunca se tinha interrogado acerca disso, nem por um instante. O pai e a mãe estavam, na altura, à beira do divórcio e, na presença da criança que estava só parcialmente consciente, discutiram várias vezes nesses poucos dias, evidentemente transtornados pelo acidente e acusando-se mutuamente sobre quem teve a culpa. A primeira parte da série de engramas incluídos neste grande engrama não é importante como exemplo, exceto na medida em que ocasionou uma condição em que a mãe se apresentou como uma defensora da criança, que nem sequer estava a ser atacada pelo pai. A conversa da mãe indicava aberrativamente que o pai estava a atacar a criança (e são as palavras contidas em um engrama, mais do que a ação, que importam como fatores aberrativos). Finalmente, o pai foi-se embora e saiu de casa. A mãe sentou-se ao lado da cama do menino e, chorando, disse-lhe que não o deixaria morrer, que "trabalharia como uma escrava e gastaria os dedos até aos ossos" para mantê-lo vivo e: "Eu sou a única razão por tu estares vivo. Defendi-te contra aquela besta, aquele monstro. Se não fosse por mim, tu terias morrido há muito tempo e eu vou cuidar de ti e proteger-te. Por isso, não prestes atenção a nada do que as pessoas te digam. Sou uma boa mãe. Tenho sido sempre uma boa mãe. Não os escutes. Por favor, querido, fica aqui e fica bom, por favor!" Tantos disparates saíram, sem dúvida, diretamente da mente reativa dela. Não se sentia culpada pelo modo como estava a cuidar do bebê embora, ciclicamente, tivesse feito coisas terríveis a esta criança desde a concepção. (Não existe tal coisa como culpa, ou um complexo de culpa, que não saia diretamente de um engrama que diga: "Sou culpado" ou alguma frase semelhante.) Aqui está a ambivalência em ação. Por ambivalência queremos dizer poder em dois lados. Seria melhor chamar-lhe multivalência, pois pode-se demonstrar que as pessoas têm muitas valências e não é invulgar que um "normal" tenha vinte ou trinta. Esta mãe, com as suas súplicas loucas e sentimentalismo piegas, trocava de valências como um dervixe rodopiante. Ela foi capaz de ser tremendamente cruel, torturando o seu filho, conforme se diz na Marinha, com "castigos caprichosos e invulgares", embora uma dessas valências, que infelizmente para o paciente só aparecia quando ele estava doente, protegesse a criança ferozmente e lhe assegurasse que a amava e que nunca a deixaria morrer de fome, etc. A mãe formou neste miúdo, devido ao seu próprio padrão reativo e às suas incapacidades, perto de mil engramas antes de ele ter dez anos de idade. Este exemplo particular era bastante normal. O aspecto aberrativo deste engrama era uma "convicção" de que, se a mãe não estivesse por perto e se ele não estivesse de boas relações com ela, ele passaria fome, morreria ou sofreria de um modo geral. Significava também, por causa do momento em que foi dado, ter uma forte dor de cabeça se ele quisesse viver. A série inteira desses engramas criou um padrão altamente complexo de doenças psicossomáticas, incluindo sinusite, uma erupção crônica, alergias e numerosas doenças físicas reais, apesar de o paciente ter sempre tentado ser tão reto quanto possível relativamente ao seu ser físico e não ser de modo algum um hipocondríaco. Em terapia, a cadeia inteira de lutas nesta área, grande parte da área pré- natal e a maioria dos engramas de emoção dolorosa que surgiram mais tarde na vida foram aliviados antes que este engrama de compaixão se manifestasse. Como uma nota sobre o assunto de engramas de compaixão, acrescenta-se que estes não se encontram exclusivamente na infância: existem antes e depois do nascimento, e às vezes bastante tarde na vida. Qualquer pessoa que defenda a criança contra mais tentativas de aborto torna-se parte das cadeias de engramas de compaixão e, logicamente, é um aliado cuja perda é algo a temer. Engramas de compaixão tardios foram descobertos na idade de cinquenta anos. Um, descoberto aos trinta anos, consistia numa enfermeira ninfomaníaca que, durante o período em que o paciente estava ainda sob o efeito do éter e ainda com dor, falou com ele obscenamente, brincou com os seus órgãos genitais e ainda conseguiu, pelo conteúdo dos seus comentários, plantar um engrama de compaixão que produziu uma condição psíquica muito séria no paciente. (Não é de modo algum verdade que existam muitos casos de brincadeira sexual enquanto o paciente está sob anestesia ou narcotizado, mas só por isto ser uma reação psicótica típica da delusão, não é razão para excluir a possibilidade de o incidente ocorrer ocasionalmente.) O engrama de compaixão só tem de soar como um engrama de compaixão para que se torne num: a mente reativa não faz qualquer avaliação da intenção real. ***** 8.4 Engrama de emoção dolorosa ***** Seguem-se três exemplos para ilustrar um tipo de cada. Estes podem acontecer em qualquer período, inclusive no pré-natal, mas são mais fáceis de tocar na vida mais recente, onde depois conduzirão a incidentes mais antigos de dor física, engramas de compaixão e outros. O primeiro exemplo é um caso de perda por morte de um aliado. Uma rapariga, na idade de dezoito anos, recebeu um engrama de emoção dolorosa quando os pais lhe disseram que a sua tia tinha morrido. A tia era um aliado principal. A paciente, tratada quando tinha trinta e um anos, recordou a morte da tia, mas atribuiu a sua tristeza a outras coisas, tais como uma restimulação daquilo a que chamava o seu próprio "instinto de morte" (que, na realidade, era conversa engrâmica da mãe sobre desejar morrer e acabar com tudo). De fato, a tia tinha sido um grande fator em dissuadir a mãe de "livrar-se" da criança e tinha feito a mãe prometer que não o faria. A tia também tinha cuidado da criança, após o nascimento, no decurso de doenças e era, de fato, o único refúgio da menina quando uma mãe megera e um pai religiosamente fanático investiam contra ela, pois nenhum deles a tinha desejado e tinha havido alguns esforços para pôr fim à gravidez antes do tempo. O pai transmitiu a informação à rapariga, com uma voz sonora e ar apropriadamente grave. "Quero que tu sejas muito respeitadora no funeral, Ágata." ("Qual funeral?") "A tua tia acaba de passar para o mundo do além." ("Ela morreu?") "Sim, a morte vem para todos nós e precisamos de estar preparados para algum dia encarar o destino que espera por nós no fim da estrada, pois a vida é um longo caminho e Deus e o Inferno em chamas esperam no outro extremo e algum dia todos temos de morrer. Não te esqueças de ser muito respeitadora no funeral." Ela tinha começado a empalidecer com a palavra "funeral", para todos os efeitos ela estava "inconsciente" quando ouviu a primeira menção da palavra "morte" e permaneceu "inconsciente", apesar de andar de um lado para o outro, durante dois dias inteiros. O caso foi muito lento, até que este engrama foi descoberto e percorrido. Ocorreu uma enorme descarga de pesar, que nunca antes se tinha manifestado. Esta foi reduzida até ao tom de aborrecimento com oito recontagens, nas quais o primeiro momento da intervenção da tia nas tentativas de aborto foi automaticamente contatado e liberado. A partir daí, o caso progrediu na área pré-natal, tendo a proibição de "livrar-se disso" sido removida e, havendo unidades de vida disponíveis, de acordo com a teoria, a carga saiu da área pré-natal. Havia outros cinco aliados neste caso; pois a rapariga (com pais que tinham sido tão maldosos para ela) tinha-se ligado a qualquer pessoa que mostrasse interesse por ela e lhe desse refúgio. À medida que a dor física mais profunda vinha ao de cima, apareceriam mais aliados e foram descarregados mais engramas de emoção dolorosa, permitindo que novos engramas de dor física se manifestassem. O exemplo seguinte é um engrama de um paciente que tinha sido criado e cuidado, durante toda a vida, por "pais endinheirados". Ele tinha uma área pré- natal muito severa que, no entanto, não aparecia. Foi descoberto, após muito tempo, que as suas amas tinham sido a única fonte de amor e afeição, e que a mãe, sendo uma mulher que gostava de destabilizar a vida doméstica tão frequentemente quanto possível, despedia uma ama todas as vezes que verificava que a criança se tinha afeiçoado a ela, embora a própria mãe tornasse claro que ela considerava a criança "horrível". O engrama: o menino vê a ama a sair da casa com a mala na mão. Ele para de brincar no pátio e corre para ela para "a assustar". Ela - uma rapariga irlandesa - está muito zangada por causa da cena que acaba de ter e, no entanto, suaviza a expressão e ajoelha-se ao lado dele. "Vou-me embora, Bruno. Já não posso mais ficar aqui. Não, agora já não posso ser a tua ama. Mas pronto, pronto, depois vais ter outra. Não chores. Não é bom que os meninos chorem. Adeus, Bruno. Eu amo-te." E ela vai-se embora e desaparece. Ele ficou aturdido logo a partir do primeiro momento em que ela disse que se ia embora. A proibição de chorar veio de um aliado. Aquilo que um aliado diz deve ser bom e acreditado, pois os aliados são sobrevivência e é preciso sobreviver, portanto, deve-se acreditar nos aliados. Ele não chorou, exceto em raras ocasiões de enorme tristeza, durante todos os anos seguintes. Oito destas partidas foram tocadas sem resultado, mas com esta, todas se soltaram e descarregaram, uma após a outra. Qualquer partida de um aliado ou qualquer afastamento da pessoa de um aliado contêm uma carga emocional que, se não se manifestar, está suprimida noutro lugar. O terceiro exemplo do engrama de emoção dolorosa é o terceiro tipo, a perda de um aliado por inversão. Uma esposa amava muito o seu marido. Tinham-se dado bem juntos, até que os pais dele vieram para a vizinhança e começaram a maldizer a esposa. Ele ficou furioso e zangou-se com eles. A mulher era um pseudo-aliado e, infelizmente, esse aliado tinha dito à criança que acreditasse nos seus pais. (Isto é bastante crônico com os aliados: se dessem à criança dados corretos, quando ela estava emocionalmente perturbada ou doente, haveria menos dificuldades. Um comentário como: "Bem, tu um dia crescerás e serás capaz de cuidar de ti próprio" é muito melhor do que um monte de lugares-comuns Emersonianos.) Isto ocasionou uma inversão trágica. A mente reativa, restimulada pela visão da mulher (o marido estava emocionalmente perturbado e já estava muito restimulado pelos pais), introduziu o dado de que se deve acreditar nos pais. Isto fez com que a esposa não prestasse, de acordo com a sua conversa aberrativa. Ele entrou na valência do pai para fugir a esta situação imponderável e essa valência batia nas mulheres. Ele bateu na mulher repetidamente, dramatizando um dos engramas do pai: "Eu odeio-te. Tu não prestas. Eu devia ter-lhes dado ouvidos mais cedo. Tu não prestas." A mulher estava em terapia. Esta carga reprimia-se, não por vergonha das ações do marido, mas pela razão mecânica de que a área antiga tinha de ser aliviada, antes que esta pudesse ser descarregada (arquivista esperto). O seu caso tinha abrandado até um ponto em que a área parecia inteiramente limpa, embora ainda se manifestassem somáticos (que ela atribuía a causas naturais) e aberrações (que ela dizia serem reações razoáveis). Subitamente, este incidente apareceu, quando se usou a Técnica de Repetição com um palpite do auditor: "Eu odeio-te", pois sabia-se que ela dizia isso, uma vez por outra, ao marido. Três recontagens descarregaram essa emoção dolorosa, apesar da sua violência (isto fê-la chorar quase até sufocar). Apareceram imediatamente doze pré-natais, todos de lutas entre a mãe e o pai dela (um aliado, do qual o marido era um pseudo-aliado), em que a mãe batia no abdômen e amaldiçoava a criança, estes foram apagados e o caso progrediu até Clear. A perda de cães, bonecas, dinheiro, posição, mesmo a ameaça de uma perda - qualquer coisa poderá ocasionar um engrama de emoção dolorosa, contanto que seja uma perda. Poderá ser perda por morte, perda por partida, perda por inversão. Qualquer coisa ligada com a vida do paciente e associada por ele à sua própria sobrevivência, quando perdida, parece ser capaz de aprisionar unidades de vida. Uma condição necessária para essa emoção dolorosa é que esta tenha engramas de dor física anteriores aos quais se prender. O engrama fisicamente doloroso ainda é o vilão, mas este tem um cúmplice no engrama de emoção dolorosa. ****** Capítulo 9 Mecanismos e Aspectos da Terapia - Parte I ****** ***** 9.1 A abertura no caso ***** Cada caso apresenta um novo problema de abertura. Não há dois seres humanos que sejam exatamente iguais e não há dois casos que sigam um padrão exato. No entanto, isto não constitui um problema para Dianética, visto que as mecânicas são sempre as mesmas. Há três classificações de casos: o de recordação sônica, o de recordação não-sônica e o de recordação imaginária (a que os auditores chamam uma recordação de dub-in). No caso de recordação sônica, a abertura é muito fácil. No entanto, o procedimento básico é o mesmo em todos os casos. Ponha o paciente em rêverie (e não se preocupe muito se ele não entrar numa rêverie muito profunda, pois a rêverie serve apenas para fixar a atenção dele em si próprio e no auditor, e pelo menos isso você pode conseguir). Instale um cancelador. Retorne-o à infância para apanhar um incidente agradável e depois encontre um incidente com uma dor menor, como uma bofetada na cara. Percorra-o através disto algumas vezes, só para ele ter uma idéia da coisa. Se ele não responder bem, ponha-o no dia de ontem e deixe-o percorrer o caminho até ao local de trabalho, perguntando-lhe por sons e vistas, depois mande-o novamente à infância. A finalidade de encontrar um incidente menor como o de uma bofetada na cara é verificar se o paciente tem um desligamento de dor. Um desligamento de dor não é particularmente difícil em Dianética. Você pode ir para trás, para antes do comando que instalou a anestesia, mas é interessante sabê-lo, porque precisará de procurar isto logo no princípio do caso. Verifique depois se o paciente tem um desligamento emocional. Isto também não é particularmente embaraçante, mas uma vez mais, trata-se de dados que precisará de saber mais cedo ou mais tarde. Verifique se o paciente está dentro de si mesmo ou se está do lado de fora, observando-se. Se ele estiver exteriorizado, você está a trabalhar com um caso que tem uma quantidade considerável de emoção encerrada dentro de si, que precisa de ser descarregada. Agora tente alcançar o básico-básico. Poderá ter a surpresa de o obter. E poderá trabalhar cinquenta horas para o obter, liberando o caso enquanto o faz. Apanhe tudo aquilo que o arquivista lhe der na área pré-natal e reduza o que obtiver. Quer o básico-básico seja contatado quer não, localize tantos pré-natais quantos se apresentem sem muita persuasão e reduza cada um deles. Se não encontrar quaisquer pré-natais, traga o paciente para tempo presente, mas faça-lhe lembrar que mantenha os olhos fechados. Agora faça-lhe algumas perguntas sobre a família, os avós, a esposa ou, caso o preclear seja uma mulher, o seu marido. Interrogue-o a respeito de maridos ou esposas anteriores. Pergunte-lhe sobre os filhos. E pergunte-lhe, particularmente, a respeito da morte. Você está à procura de um engrama de emoção dolorosa, um momento de perda que se descarregue. Ao descobrir um, mesmo que seja apenas a morte de um cão favorito, retorne o preclear a esse e percorra o incidente desde o primeiro momento em que ele soube da notícia e durante os minutos que se seguiram a isso. Depois comece-o de novo. Reduza o momento como um engrama. Você pretende uma descarga emocional. Percorra-o diversas vezes. Se não conseguir uma descarga, encontre outro momento de perda, algum fracasso, alguma coisa, qualquer coisa que possa ser descarregada: mas faça tudo com bastante calma, como se tivesse compaixão. Se não tiver êxito, inicie a Técnica de Repetição, sem dar a entender por um único instante que está outra coisa que não seja calmamente interessado no bem-estar do paciente (mesmo que algumas das voltas que ele dá enquanto se revira o estejam a preocupar). Tente frases como "Coitadinho de _____", usando o seu nome de infância. Quando o preclear tiver repetido isto diversas vezes (com o auditor a dizer, ao mesmo tempo, que a banda somática retornará a qualquer incidente que contenha essa frase, para ajudar na "sucção"), ele poderá dar por si em um incidente de alta tensão que se descarregará. Se ainda nada se descarregar, mantenha-se calmo (todo este trabalho dará frutos na sessão seguinte ou nas posteriores), continue a procurar e a observar. Algures por aqui há carga emocional que se descarregará. Tente outras combinações de palavras, tais como as que seriam ditas a uma criança doente e preocupada; faça o preclear repeti-las. Se ainda não obteve qualquer sucesso, faça um outro teste, sem dizer que é um teste, para ver se o preclear está de fato a sair do tempo presente. Não o deixe "tentar lembrar-se" - você quer que ele retorne e esse é um processo diferente, embora seja igualmente natural para o cérebro. Se ele estiver preso em tempo presente, comece novamente com a Técnica de Repetição, sugerindo ressaltadores: "Sai daqui e nunca mais voltes!" "Tu nunca poderás voltar!" etc., os quais justificariam o fato de ele ainda estar em tempo presente. Se ao fim de um pouco disto ele não estiver a retornar, comece com frases de seguradores: "Estou preso!", "Não te mexas!" e assim por diante. Mantenha-se calmo, nunca pareça ansioso. Se não conseguir uma descarga nem um engrama com a Técnica de Repetição nesta primeira sessão e se não obtiver qualquer movimentação na linha do tempo, leia este manual novamente e faça uma nova tentativa com o paciente, não mais do que três dias após esta primeira sessão. Nessa altura, alguns dos dados que você pediu poderão estar disponíveis. No entanto, você geralmente receberá um pré-natal ou uma descarga e se obtiver uma descarga, então peça à banda somática para ir até ao pré-natal em que esta estava situada. Reduza tudo o que puder encontrar. Se o nascimento se apresentar e parece haver uma recordação completa deste, tente reduzi-lo, mas faça-o ciente de que este provavelmente não se levantará muito e ciente de que é melhor percorrê-lo vez após vez, após vez, para o desintensificar o máximo possível. Às vezes o preclear entrará numa rêverie mais profunda do que você deseja. Mas não tente despertá-lo para um nível mais alto. Trabalhe-o onde ele está. Entretanto, se parecer que ele está nalguma coisa semelhante a um transe hipnótico, seja muito cauteloso com a sua linguagem. Nunca lhe diga, por exemplo, para voltar lá atrás e ficar lá até encontrar alguma coisa. Isso é um segurador. Em Dianética, não use seguradores, ressaltadores, agrupadores, etc., em ninguém. "Podes retornar à área pré-natal por favor?" "Vejamos se a banda somática pode localizar um antigo momento de dor ou desconforto." "Apanha o somático no princípio e começa a percorrer o engrama." "O que é que estás a ouvir?" "Continua" (quando quiser que ele continue do ponto do engrama em que está até ao fim do engrama). "Reconta isso novamente, por favor." Não há razão nenhuma para ficar nervoso. Se você ficar nervoso, então ele ficará nervoso. Algumas vezes irá deparar-se com um desligamento de dor. Este tem uma tendência para colocar a dor dentro dos músculos e estes músculos irão saltar e tremer e o paciente poderá sentir isso, mas não sentir mais nada. Uma vez por outra, um paciente terá um desligamento de dor tão completo que ele salta de um lado para o outro, totalmente inconsciente do que está a fazer e quase caindo do sofá. Se você se deparar com isto, não fique alarmado: a dor está trancada de algum modo. Obtenha um ponto suficientemente antigo e poderá localizar um somático que ele possa sentir ou poderá ir para mais tarde e encontrar uma carga emocional. Não se deixe enganar se ele lhe disser, referindo-se à emoção, que já resolveu tudo na psicanálise ou alguma coisa semelhante. Ele poderá ter incrustado a morte da mulher, da namorada ou do filho, mas o engrama inteiro ainda lá está, abarrotado de unidades cativas, pronto para ser percorrido exatamente como um engrama. Caso se depare com uma carga emocional pesada, simplesmente deixe que o paciente chore, mantenha-o a percorrer o engrama com uma voz suave e compreensiva, faça-o recontar o engrama até já não lhe restar mais nenhuma carga e, então, percorra o paciente no início da área pré-natal ou na primeira infância, para obter um engrama de dor física que deve ter estado por baixo dessa carga emocional e a mantê-la no lugar. A extravagância da descarga emocional não é razão para ficar alarmado. Sacar o paciente para fora desta e trazê-lo subitamente para tempo presente, deixa-lo-ia bastante infeliz. Percorrer o engrama de emoção dolorosa descarregará, com algumas recontagens, a tristeza que a sociedade tem acreditado que jamais poderia ser enfrentada ou aliviada, exceto pela repressão. Obtenha o primeiro momento em que ele soube da notícia ou observou a coisa que o fez sentir-se tão mal. Percorra-o desde um ponto suficientemente distante do seu princípio para assegurar que tem o choque inicial - alguns minutos do tempo do engrama serão o bastante - e depois faça o paciente recontá-lo de novo. Logo quando começam, ele poderá observar que está distante e muito fora de si próprio. O momento poderá não descarregar até que o tenha percorrido diversas vezes. Lembre-se que ele está retornando ao incidente, não está a percorrê-lo como uma memória, uma coisa que não traria qualquer benefício. Nunca o deixe repetir o disco de coisa nenhuma. Repetir o disco é um mau hábito que alguns preclears têm de repetirem o que se lembram de ter dito da última vez, em vez de progredirem de novo através do engrama em cada recontagem e contatarem o que está contido no próprio engrama. Diga ao preclear que poderá haver mais alguma coisa contida nesse engrama, pergunte-lhe de que cor é a cama do quarto a que ele está retornado, mantenha a sua atenção na cena, através de qualquer mecanismo calmo. E nunca lhe deixe repetir o disco, em nenhum engrama, em nenhuma altura: ele poderia repetir o disco eternamente, sem nenhum valor terapêutico, dizendo em cada vez aquilo que se lembrava de ter dito na última vez. Há uma diferença entre isto e a reexperimentação repetida do engrama para colher dados adicionais e eliminar a carga. Descarregue emoção, reduza incidentes de dor física tão cedo na área pré-natal quanto possível. Se de início não puder penetrar na área pré-natal, é porque esta contêm muitos ressaltadores e a Técnica de Repetição levá-lo-á a entrar nessa área. Se o paciente estiver sempre a dizer algo como "Não me consigo lembrar", tenha paciência - siga sempre o código. Faça-o começar a percorrer essa frase com a Técnica de Repetição. Se ele obtiver um somático, mas não contatar mais nada, mande-o mais para trás. Se ele obtiver outro somático, mas ainda não consegue contatar nada usando "Não me consigo lembrar", mande-o mais para trás; porque isto deve estar espalhado por todo o seu banco de engramas, pobre coitado. Alguém realmente não queria que ele soubesse o que lhe acontecera. Por fim, você chegará a um engrama que liberará uma frase. Quando tiver repassado a frase mais algumas vezes, ele sorrirá, dará uma gargalhada ou talvez se sinta meramente aliviado. Agora você pode percorrer o engrama em que encontrou a frase mais antiga, que é a melhor opção, ou pode voltar em direção a tempo presente, levantando a frase conforme esta apareceu posteriormente. Ou pode começar com outra coisa que poderá estar a bloquear o caso. O objetivo e a totalidade do objetivo consiste em colocar o banco padrão inteiramente ao alcance consciente do indivíduo através do apagamento de: 1. Todos os engramas de dor física antigos e subsequentes. 2. Todos os circuitos demônio (que estão meramente contidos nos engramas e que surgem mais ou menos automaticamente). 3. Todos os engramas de emoção dolorosa. O processo de trabalho consiste em ir tão atrás quanto possível, de preferência a pré-natais, e ir muito ao princípio dessa área para tentar encontrar e reduzir um engrama, completo com todos os somáticos (dor) e percépticos (palavras e outras sensações). Se falhar nisto, vá para mais tarde, para qualquer altura desde o nascimento até tempo presente, e encontre um momento de perda ou ameaça de perda de que possa retirar carga emocional. Depois volte atrás, muito atrás e encontre o engrama em que a carga se apoiava. Tente sempre conseguir o básico-básico, o engrama mais antigo, até ter a certeza de que o tem. Reduza tantos engramas antigos quantos puder encontrar, usando o arquivista e o sistema de Repetição e, quando parecer que está a ficar sem material, vá para mais tarde na vida e tente encontrar outra carga emocional. Os engramas fisicamente dolorosos ocultam cargas emocionais mais recentes. As cargas emocionais ocultam engramas fisicamente dolorosos. De trás para a frente, da frente para trás. Percorra o máximo que puder obter para trás: quando lhe parecer que estes estão a esgotar-se ou a ficar com pouca emoção, obtenha algum material mais recente. É assim que se trabalha um caso. Não importa o tipo de caso, não importa o estado da sua recordação, não importa se o caso é normal, psicótico, neurótico ou o que seja, esta é a maneira como se faz. Estas são as ferramentas: 1. Rêverie ou atenção fixada, se não conseguir obter a rêverie. 2. Retorno. 3. Técnica de Repetição. 4. Um conhecimento de ressaltadores, seguradores, agrupadores, desorientadores e negadores. 5. Um conhecimento do engrama de emoção dolorosa. 6. A redução ou o apagamento. 7. A resposta relâmpago. 8. A mudança de valência. Isto é tudo o que precisa de fazer: 1. Mantenha o paciente móvel, capaz de se mover na linha do tempo. 2. Reduza ou apague tudo aquilo em que puser as mãos. 3. Deduza dos comentários do paciente, dentro ou fora da terapia, quais devem ser os seus ressaltadores, seguradores, agrupadores, desorientadores e negadores. 4. Tenha constantemente em mente que o primeiro objetivo é o básico-básico, o momento mais antigo de dor e "inconsciência". 5. Tenha sempre em mente que o paciente poderá ter "computações" que tornam a sua doença ou o seu estado aberrado "valioso" para ele e descubra de onde provêm tais "computações", por meio da resposta relâmpago às suas perguntas. 6. Mantenha o caso a progredir, a ter ganhos, trabalhe apenas com o objetivo de progredir e ter ganhos, não para obter resultados súbitos e espetaculares. Preocupe-se somente quando o caso permanecer estático e nessa altura preocupe-se em termos de encontrar o engrama que está a obstruir tudo. O seu conteúdo será muito parecido com o modo em que o paciente exprime o que sente acerca disso e conterá as mesmas palavras ou palavras semelhantes. 7. Traga o paciente novamente para tempo presente todas as vezes que trabalhar com ele e dê-lhe o cancelador. Teste-o com uma idade relâmpago, obtenha a sua primeira resposta sobre qual é a sua idade, se ele não estiver em tempo presente, encontre o segurador nessa idade. 8. Mantenha a sua calma, não importa aquilo que o paciente diga. 9. Nunca tente dizer-lhe o que os seus dados significam: ele e só ele é que sabe o que significam. 10. Mantenha o sangue-frio e percorra Dianética; tal como disse Farragut: "Que se danem os torpedos! Sigam em frente." 11. Mulher, filho ou qualquer que seja a sua relação com o preclear, quando está a auditar você é o auditor. Ele não pode computar os seus próprios engramas para os encontrar; se ele pudesse, estes não seriam engramas. Você pode computá-los. Faça aquilo que você pensa que um bom auditor faria, nunca aquilo que o paciente diz, exceto apenas quando a opinião dele coincidir acidentalmente com aquilo que um bom auditor faria. Seja um auditor, não uma máquina de gravar. Você e o arquivista na mente do preclear estão a trabalhar o caso; aquilo em que os engramas e a mente analítica do preclear acreditam não deve influenciar nenhuma das suas computações. Você e o arquivista do preclear sabem. Ele, em termos de "Eu", não sabe. 12. Não se surpreenda com nada. Audite. Estas são as coisas que não deve fazer: 1. Diluir Dianética com alguma prática ou crença do passado; isso somente atrasará ou descarrilhará o caso. Analisar os dados recebidos com base em qualquer coisa que não seja obter mais engramas, leva a atrasos e confusão para o preclear. Quando se recebeu formação em um outro campo que não o de Dianética existe uma tentação para usar este material para outras razões que não sejam obter engramas. Ceder a essa tentação antes de saber como Dianética funciona é um teste muito injusto de Dianética, completamente à parte do fato de que isso emaranha um caso. A tentação é grande porque, com Dianética, obtém-se uma grande abundância de dados. 2. Não intimide o paciente. Se o caso não está a progredir, a falha é do auditor. Não ceda à velha prática de ficar zangado com um paciente só porque ele não fica bom. Você poderá ter a certeza de que o engrama que acabou de reduzir no seu banco de engramas reativo é a razão por que ele não quer tomar banho, mas se ele continua a recusar-se a tomar banho, pode ter a certeza de que existe uma razão anterior. 3. Não suponha grandiosamente que tem um caso "diferente" só porque este não se resolve rapidamente. Todos os casos são "diferentes". 4. Se perder a coragem, não peça socorro a alguém que não saiba Dianética. A razão por que o caso não progrediu ou se tornou complicado é mesmo essa: você perdeu a sua coragem. Só Dianética pode trabalhar um problema em Dianética. 5. Não dê ouvidos às queixas do paciente como queixas; use-as como dados para obter engramas. 6. Só porque você não consegue alcançar engramas pré-natais em um caso, não suponha que estes não existem. Há muitas dezenas deles em todos os casos. Lembre-se de que um engrama não é uma memória; este precisa de ser desenvolvido para vir a ser possível recordá-lo. Não há um único ser humano na Terra hoje em dia que não tenha uma grande abundância de pré- natais. 7. Não permita que o paciente use a mãe ou a memória do que lhe foi dito como uma forma de contornar os pré-natais. Todas as vezes que que encontrar um paciente a falar com os verbos no tempo passado, em vez de no tempo presente, ele não está retornado a um incidente. A menos que ele esteja retornado, o engrama não se levantará. 8. Só porque o paciente hoje não se sente mal a respeito de uma tristeza de ontem, não suponha que não há uma carga de desespero localizada lá atrás na sua linha do tempo, na altura em que ele recebeu o impacto desse desespero. O tempo poderá enquistar, mas não cura. 9. Não pense em termos de "complexos de culpa" ou "vergonha", a menos que pense nisso como conteúdo engrâmico, pois é aí que se encontrarão. Nunca sugira a um paciente que ele poderá ser culpado de algo em um engrama. 10. Qualquer desvio da conduta, racionalidade ou comportamento ótimo, da parte do paciente, é engrâmico: não "desculpe a natureza humana" tal como você, se fosse matemático, não desculparia uma máquina de adição que lhe desse respostas erradas. Os temores sexuais, as repressões, os mecanismos de defesa não são coisas "naturais" como foram consideradas no passado. 11. Não se preocupe com as aberrações do paciente. Trabalhe para contatar, reduzir e apagar engramas. Encontrará, em qualquer paciente, aberrações suficientes para encher um dicionário. 12. Não se aflija se o seu paciente não ficar Clear numa tarde ou em um mês. Simplesmente continue a trabalhar. Você tê-lo-á acima do normal tão rapidamente que nem sequer dará por ter passado esse ponto. Acima disso, você estará a visar um objetivo muito alto. ***** 9.2 Preso em tempo presente ***** Quando iniciados, os casos encontram-se em várias posições e situações na linha do tempo; às vezes estão inteiramente fora da linha do tempo e às vezes a linha do tempo está toda enredada, como uma bola. De vez em quando, a linha do tempo encontra-se em boas condições e os engramas estão disponíveis, mas isto não é comum. Não se pode dizer que um caso é mais difícil do que outro, exceto quanto a recordações, dub-ins e desligamentos. Mas o caso que parece estar preso em tempo presente e no qual nenhuma frase de repetição funciona é, com frequência, muito desconcertante para um auditor. O preclear não retornará aos engramas. Normalmente poderá haver desligamentos de dor e de emoção, e a emoção dolorosa não pode ser descarregada rapidamente. Às vezes ligam-se somáticos, mas não se consegue obter nenhum conteúdo. Às vezes não há nenhum somático, mas só conteúdo. As situações são bastante variadas. Há diversas coisas que um auditor pode fazer. A primeira delas é usar a sua inteligência. A seguinte é instruir o paciente sobre o retorno. Esta instrução é bastante simples. O auditor leva o paciente para algumas horas antes e pede ao paciente para dizer-lhe o que vê. O sônico e o visio poderão estar oclusos, mas o paciente poderá ter alguma idéia do que está a acontecer. Então, o auditor leva-o a recuar alguns dias, depois alguns meses e, finalmente, vários anos, cada vez fazendo com que o paciente descreva as suas "redondezas" o melhor que puder. O paciente tem então a idéia do retorno. Pelo menos pode viajar ao longo de porções da sua vida que não estão oclusas por engramas. Quando o paciente está retornado a um momento antigo da sua vida, comece a usar a Técnica de Repetição, visando alcançar coisas óbvias como os desligamentos de sentimento (repetindo a palavra "sentir") ou mecanismos esquecedores (como "esquece"). Então será possível contatar e reduzir um engrama. Se a Técnica de Repetição ainda não funcionar e não obtiver dados, diagnostique, pelo seu comportamento na terapia e pelas suas afirmações, aquilo que deve estar a perturbá-lo ou a ocluir as suas recordações e, mais uma vez, use essas suposições para a repetição. Por exemplo, ele poderá não ter qualquer recordação de algum membro da sua família. Faça-o repetir o nome familiar. Ou faça-o repetir a sua alcunha de infância, até que um incidente seja contatado. Se isto também falhar, então encontre alguns locks leves, incidentes que contêm uma dor mínima, e percorra-os. Coisas como quedas de um triciclo, mandarem-no sair da mesa, levar umas palmadas no traseiro ou repreensões, reterem-no após as aulas e assim por diante servem perfeitamente. Depois de ele ter reduzido vários locks, tente encontrar novamente um engrama. Percorrer locks não ocasionará nenhuma grande recuperação e há milhares e milhares de locks em qualquer caso, a maior parte dos quais desaparecerá sem assistência do auditor, uma vez que os engramas severos tenham sido localizados. Mas os locks poderão ser usados para instruir o paciente sobre o retorno e a terapia em geral, e poderão até produzir uma melhoria de condição no paciente ao demonstrar-lhe que ele pode encarar o seu passado. As coisas mais importantes a fazer no começo de qualquer caso são: 1. Tentar localizar e apagar o básico-básico. 2. Descarregar a emoção dolorosa. Quanto mais cedo a emoção puder ser liberada, melhor, e há sempre emoção em um caso, tal como há sempre uma grande quantidade de incidentes pré-natais. Porém, quando um caso está preso em tempo presente, quer quando este é iniciado quer quando este está em progresso, ele está altamente carregado de emoção oclusa e está a obedecer a um engrama restimulado que diz algo no sentido de que este tem de ir para o agora e ficar lá. Normalmente, o próprio paciente dirá o fraseado desse engrama ao queixar-se da sua dificuldade. Quando isso ocorre, usa-se a Técnica de Repetição com esta pista dada pelo paciente. Se isso falhar, instrua o paciente ao levá-lo de novo atrás para aquilo que ele consegue contatar e, quando essa instrução tiver sido feita, conforme descrito acima, comece mais uma vez a usar Técnica de Repetição. Há um lema que se aplica a toda a terapia: "Se você continuar a pedi-lo, obtê- lo-á". Todo e qualquer engrama rende-se na base de fazer o paciente retornar a essa área, vez após vez, sessão após sessão. O banco de engramas poderá ser teimoso, mas se lhe pedirmos vezes suficientes, mais cedo ou mais tarde, este apresentará quaisquer dados que contenha. Simplesmente continue a perguntar por eles, mantenha a rotina da terapia a decorrer. Até mesmo um caso "preso em tempo presente" começará, por fim, a retornar apenas com base no princípio da Técnica de Repetição. O auditor poderá estar a fazer certas coisas que estão erradas. Poderá estar a tentar trabalhar o caso com base em dados tomados dos pais ou dos parentes, o que costuma ser infrutífero, porque mina a fé do preclear nos seus próprios dados (todos os dados corresponderão aos dos parentes; simplesmente não se preocupe em conferi-los até que o caso esteja concluído). Ou ele poderá estar a tentar trabalhar o caso na presença de outras pessoas. Ou ele poderá estar a violar o Código do Auditor. Há uma lista destes empecilhos ao progresso que poderá ser encontrada noutro ponto deste volume. ***** 9.3 Básico-básico ***** O primeiro objetivo do auditor é o básico-básico e depois deste é sempre o momento mais antigo de dor ou desconforto que ele possa alcançar. Ele poderá precisar de ir para períodos mais recentes, em busca de cargas emocionais e mesmo essas poderão ser fisicamente dolorosas. A emoção poderá impedir o paciente de alcançar o básico-básico. Mas aquela primeira vez em que o analisador se desliga é sempre importante e quando é obtida, os engramas subsequentes são muito mais fáceis de reduzir. O básico-básico é o alvo vital, por duas razões: 1. Este contêm um desligamento do analisador que é restimulado todas as vezes que um novo engrama é recebido. O denominador comum a todos os engramas é o desligamento do analisador. Ligue-o na primeira vez em que foi desligado e ocorrerá um grande melhoramento no caso, pois daí em diante o desligamento do analisador não será tão profundo. 2. Um apagamento (o que quer dizer uma remoção aparente do engrama dos arquivos do banco de engramas e o seu rearquivamento no banco padrão como memória) do básico-básico alarga consideravelmente a linha do tempo para além deste e põe à vista muitos engramas novos. O básico-básico encontra-se, ocasionalmente, semanas antes da primeira falta do período menstrual da mãe, um fato que o coloca muito antes de qualquer exame de gravidez ou tentativa de aborto. Às vezes em um caso não-sônico, é possível descobrir sônico no básico-básico, mas nem sempre é assim. Poderá ser apagada uma grande quantidade de material antes de aparecer o básico-básico. Algumas vezes o básico-básico é apagado sem o auditor nem o preclear saberem que este foi alcançado, pois o básico-básico é meramente outro engrama na área básica. Às vezes é preciso descarregar muita emoção dolorosa nas áreas mais recentes da vida, antes de o básico-básico se revelar. No entanto, o básico-básico é sempre o alvo e até que ele tenha uma boa idéia de que o alcançou, o auditor, uma vez em cada sessão, faz um esforço para o obter. Daí em diante, ele tenta obter o momento mais antigo de dor ou desconforto que possa alcançar em cada sessão. Se não puder alcançar nada antigo, ele procura descarregar um engrama de emoção recente. Quando este estiver completamente descarregado - reduzido ou apagado como engrama - então ele vai para o material mais antigo que o arquivista lhe der. O auditor procura retirar toda a carga de qualquer coisa que surja, quer essa carga seja de dor ou emoção, antes de prosseguir para novo material. Isto é feito meramente retornando o paciente de novo ao incidente muitas vezes, até que este deixe de o afetar dolorosa ou emocionalmente, ou até que pareça ter desaparecido. ***** 9.4 A redução e o apagamento ***** Estes dois termos são bastante coloquiais. Foi feito um esforço sério para deter o seu uso e substituí-los por algo sonoro e maravilhosamente latino, mas até à data não se fez nenhum progresso. Os auditores insistem em usar termos coloquiais, tais como "AA" para tentativa de aborto (attempted abortion em inglês), "enleios" para engramas que aberram seriamente, "aberrado" para uma pessoa que não é Liberada ou Clareada, "morto-vivo" para um caso de eletrochoque ou de neurocirurgia e assim por diante. Teme-se que possa haver, nestes termos, uma tendência para mostrar algum desrespeito pelos volumes consagrados e santificados de outrora, pela dignidade de autoridades do passado que muito rotularam e pouco fizeram. Qualquer que seja o caso, "redução" e "apagamento" são palavras de uso tão comum que nem é necessário mudá-las. Reduzir significa retirar toda a carga ou dor de um incidente. Significa fazer o preclear recontar o incidente do princípio ao fim (enquanto retornado a este em rêverie), vez após vez, apanhando todos os somáticos e percepções presentes, tal como se o incidente estivesse a acontecer naquele momento. Reduzir significa, tecnicamente, livrar o caso de material aberrativo, tanto quanto seja possível para fazer o caso progredir. Apagar um engrama significa recontá- lo até que este desapareça completamente. Há uma diferença nítida entre uma redução e um apagamento. A diferença depende mais daquilo que o engrama vai fazer do que daquilo que o auditor quer que este faça. Se o engrama é antigo, se este não tem material anterior que o mantenha suspenso, esse engrama apagar-se-á. O paciente, ao tentar encontrá-lo novamente para uma segunda ou uma sexta recontagem, subitamente verificará que não tem a mínima idéia do que este continha. Ele poderá perguntar ao auditor que, obviamente, não lhe dará nenhuma informação. (O auditor que sirva de ponto [de apoio] estará a atrasar a terapia ao fazer-se passar pela memória do paciente.) Atravessar o engrama e tentar encontrá-lo poderá divertir o paciente quando ele não consegue fazê-lo. Ou poderá deixá-lo intrigado, pois aqui estava uma coisa que, ao primeiro contato, tinha um somático doloroso e conteúdo altamente aberrativo, que agora parece já não existir. Isso é um apagamento. Tecnicamente, o engrama não está apagada. Se o auditor quiser gastar algum tempo só para propósitos de pesquisa, encontrará esse engrama agora nos bancos padrão, rotulado como "anteriormente aberrativo: bastante divertido: informação que poderá ser analiticamente útil". Tal busca não tem nada a ver com a terapia. Se o incidente tinha um somático, foi recontado algumas vezes e depois desapareceu quando se encontrou o último material novo, este está apagado no que diz respeito ao banco de engramas. Já não está "soldado" aos circuitos motores, já não é dramatizado, já não bloqueia uma dinâmica e já não é um engrama, mas sim uma memória. A redução tem alguns aspectos interessantes. Tomemos um incidente de infância (digamos aos quatro anos de idade) que tinha a ver com um escaldão. Este é contatado enquanto ainda restam muitos dados na área básica. Este tem muitas coisas por baixo dele que o manterão no lugar contudo, este tem carga emocional e a terapia torna-se mais lenta por causa dessa carga. O arquivista entrega o escaldão. Este ainda não se apagará, mas irá reduzir. Esta é uma tarefa que toma mais tempo do que um apagamento. E esta tarefa poderá ter vários aspectos. O somático é contatado, começa-se a trabalhar o incidente tão próximo do princípio quanto o auditor conseguir chegar e este é então recontado. Este escaldão, digamos, tem apatia como tom emocional (Tom 0.5). O preclear arrasta-se através do incidente apaticamente, bastante exteriorizado, vendo-se a ser escaldado. Então, subitamente, talvez saia uma descarga emocional, mas não necessariamente. O preclear retorna ao princípio e reconta (reexperimenta) a coisa toda mais uma vez. Depois mais uma e outra vez. Ao fim de pouco tempo, ele começa a ficar irado com as pessoas envolvidas no incidente por serem tão descuidadas ou tão cruéis. Ele subiu para ira (Tom 1.5). O auditor, embora o paciente gostasse de dizer como os seus pais são malvados ou como ele acha que devia haver leis a respeito de escaldar crianças, pacientemente faz o preclear atravessar de novo o incidente. Agora o preclear deixa de estar irado e verifica que está aborrecido com o material. Ele subiu para aborrecimento na Escala de Tom (Tom 2. 5). Ele poderá protestar com o auditor de que isto é uma perda de tempo. O auditor põe-no a atravessar o incidente novamente. Novos dados poderão aparecer. O somático poderá ou não estar ainda presente neste período, mas o tom emocional ainda está baixo. O auditor põe novamente o preclear a passar através do incidente e o preclear poderá, mas nem sempre, começar a ser sarcástico ou faceto. O incidente é novamente recontado. Subitamente, o preclear poderá achar o assunto engraçado, mas nem sempre, e o incidente, quando chegou obviamente a um tom alto, poderá ser abandonado. Este provavelmente decairá ao fim de alguns dias. Mas isso não tem grande importância, pois o incidente será inteiramente apagado durante o retorno do básico-básico. De qualquer modo, o engrama jamais será tão aberrativo como era antes da redução. Às vezes uma redução resultará no desaparecimento aparente do engrama inteiro. Mas é óbvio quando isto vai ocorrer. Sem se levantar muito na Escala de Tom, o incidente, por repetição, simplesmente se perde de vista. Isso é reduzir até à recessão. Dentro de poucos dias, esse incidente estará a atuar novamente, quase com tanta força como antes. Há material antes desse incidente e carga emocional depois desse incidente que o tornam difícil de manejar. Diversas coisas podem, então, acontecer a um engrama no decurso do trabalho. Este pode reduzir-se, o que significa descarregar-se emocional e somaticamente, e deixar de ter grande poder aberrativo daí em diante. Pode reduzir-se até à recessão, o que significa que meramente se perde de vista após várias recontagens. Pode apagar-se, o que significa desaparecer e deixar de existir daí em diante, no que diz respeito ao banco de engramas. Um pouco de experiência dirá ao auditor aquilo que os engramas farão depois de os ter contatado. O apagamento normalmente só ocorre depois de o básico-básico ter sido alcançado ou quando a área básica está a ser trabalhada. A redução ocorre com uma descarga emocional. A redução até à recessão acontece quando há demasiadas coisas no banco de engramas a suprimir o incidente. De vez em quando, até o melhor auditor apanhará um engrama e decidirá remoê- lo, uma vez que o tenha contatado. Essa é uma tarefa triste. Talvez seja melhor remoê-lo do que apenas restimulá-lo e deixar o paciente ficar irritado por isso durante alguns dias. Talvez não. Mas de qualquer modo, esse engrama que apenas se reduz até à recessão estaria melhor se para começar nem tivesse sido contatado. Os auditores novos estão sempre a atacar o nascimento como o alvo óbvio. Toda a gente tem um nascimento: na maioria dos pacientes este pode ser localizado com bastante facilidade. Mas esse é um incidente doloroso e até que a área básica tenha sido completamente trabalhada, até que tenha sido descarregada a emoção dolorosa da vida mais recente e até que o arquivista esteja pronto para apresentar o nascimento, é melhor deixar o incidente em paz. Normalmente, este reduzir-se-á até à recessão e, depois disso, continuará a surgir para atormentar o auditor. O paciente fica com dores de cabeça misteriosas, apanha um resfriado e sente-se desconfortável depois disso, a menos que o nascimento seja removido no retorno (da área básica). O auditor está evidentemente a perder tempo quando tenta remover essas dores de cabeça e resfriados, pois o nascimento, com toda a área da vida pré-natal antes dele, não se reduzirá adequadamente, nem se apagará, mas apenas irá retroceder. Mas acontece demasiadas vezes que o nascimento, se contatado prematuramente, dará ao paciente uma dor de cabeça e uma constipação. Esses desconfortos são menores e sem grande importância, mas o trabalho que o auditor poderá ter investido em trabalhar em um incidente que só se reduzirá até à recessão, é trabalho perdido. É verdade que o arquivista às vezes apresenta o nascimento: se o fizer, este contêm uma carga emocional que se descarregará e o incidente reduzir-se-á adequadamente, o auditor deve certamente tomá-lo. É verdade que às vezes um caso fica atolado e o auditor percorre o nascimento, apesar de tudo, só para ver se pode apressar as coisas. Porém, voltar ao nascimento só para pôr as mãos em um engrama, porque ele sabe que este está ali, ocasionará desconforto e perda de tempo. Vá o mais longe possível na área pré-natal e veja aquilo que o arquivista entrega. Tente a Técnica de Repetição na área básica. Poderá obter incidentes que se apagarão. Se não houver lá nada, procure um engrama de emoção dolorosa na vida mais recente, a morte de um amigo, a perda de um aliado, um fracasso nos negócios, alguma coisa. Dissipe a carga disso e reduza-o como um engrama, depois volte tanto quanto possível para trás, para a área pré-natal e veja o que apareceu. Se o arquivista achar que você precisa do nascimento, ele dar-lho-á. Mas não peça o nascimento só para ter um engrama para trabalhar, pois isso poderá ser um esforço totalmente desconfortável e infrutífero. O nascimento aparecerá quando aparecer pois o arquivista sabe do seu ofício. Atacar qualquer período recente de "inconsciência", tal como a anestesia cirúrgica, onde a dor física está presente em grandes quantidades, pode ocasionar esta restimulação desnecessária. Você pode, naturalmente, sair-se melhor nessas coisas com a rêverie do que com a hipnose ou a narcossíntese, nas quais tal restimulação poderá causar resultados severos. Em rêverie o efeito é leve. ***** 9.5 Manejar a banda somática ***** Há "dois homenzinhos" de cada lado do cérebro, um par para cada lóbulo, "pendurados pelos calcanhares". O do lado de fora é a banda motora, o do lado de dentro é a banda sensorial{19}. Se quiser saber mais sobre a estrutura desses pares, a pesquisa de Dianética terá a resposta dentro de mais alguns anos. Atualmente, há uma coisa que sabemos a esse respeito, uma descrição. Para um engenheiro que conheça Dianética, a descrição atual que encontrará na biblioteca não é inteiramente lógica. Possivelmente, estas bandas são alguma espécie de painéis de controle. Há medições que se podem fazer na sua vizinhança - logo por trás das têmporas - se tiver um galvanômetro muito sensível, mais sensível do que aqueles que existem no mercado de hoje. Essas medições mostram emanações de alguma espécie de campo. Quando tivermos estabelecido o tipo exato de energia que flui aqui, provavelmente poderemos medi-lo com mais precisão. Quando soubermos exatamente onde o pensamento é efetuado no corpo, saberemos mais a respeito destas bandas. Tudo o que a pesquisa de Dianética estabeleceu até à data é que, por baixo da confusão de rótulos, não se sabe realmente nada acerca dessas estruturas que valha a pena repetir, além do fato de que têm alguma coisa a ver com a coordenação de várias partes do corpo. Contudo, referimo-nos a elas por falta de algo melhor, no decurso da terapia. Agora que sabemos alguma coisa sobre função, a continuação da pesquisa não poderá deixar de produzir respostas precisas acerca de estrutura. O auditor pode ligar e desligar somáticos em um paciente, tal como um engenheiro maneja interruptores. Mais precisamente, ele pode ligá-los e desligá-los no corpo do mesmo modo que um condutor conduz um [trem] elétrico ao longo de um trilho. Temos aqui o jogo a que nos referimos anteriormente quando falamos sobre a linha do tempo. Num paciente que esteja a trabalhar bem, a banda somática pode ser comandada para ir a qualquer parte da linha do tempo. Dia após dia, hora após hora, na vida normal, a banda somática percorre esta linha para cima e para baixo, à medida que os engramas são restimulados. O auditor, ao trabalhar com um paciente, poderá verificar que a sua própria banda somática está a obedecer aos seus próprios comandos e que alguns dos seus próprios somáticos estão a ligar e a desligar, um fato que é, na pior das hipóteses, ligeiramente desconfortável. Não sabemos realmente o que se está a mover, se é o corpo todo, se são as células ou qualquer outra coisa. Mas podemos lidar com isto e podemos presumir que isto pelo menos passa pelo painel de controle dos homenzinhos pendurados pelos calcanhares. "A banda somática irá agora para o nascimento", diz o auditor. O paciente em rêverie começa a sentir a pressão de contrações, impelindo-o pelo canal do nascimento abaixo. "A banda somática irá agora para a última vez em que te feriste", diz o auditor. O preclear sente, talvez, uma leve reprodução da dor de uma pancada no joelho. Se tem recordação sônica e visual, ele verá onde está e, subitamente, compreenderá no escritório: ele ouvira os funcionários e as máquinas de escrever e o barulho de carros lá fora. "A banda somática irá agora para a área pré-natal", diz o auditor. E o paciente dá por si na área, provavelmente a flutuar, sem desconforto. "A banda somática irá para o primeiro momento de dor ou desconforto que pode ser alcançado agora", diz o auditor. O paciente anda à deriva por um momento e, subitamente, sente uma dor no peito. Começa a tossir e sente depressão à sua volta, por todos os lados. A mamã está a tossir (muitas vezes isso é a fonte de tosses crônicas). "Começa a passar através da tosse", diz o auditor. O paciente dá por si no princípio do engrama e começa a percorrê-lo. "Tosse, tosse, tosse", diz o paciente. Então ele boceja. "Isto dói e não consigo parar" ele cita a sua mãe. "Vai para o princípio e começa a passar através disso novamente", diz o auditor. "Tosse, tosse, tosse", começa o paciente, mas agora não esta a tossir tanto. Ele boceja mais profundamente. "Ai. Isto está a doer, está a doer e parece que não consigo parar" cita o preclear, ouvindo-o diretamente se ele tiver sônico, obtendo impressões do que é dito, se não tiver. Ele apanhou as palavras que estavam suprimidas no incidente pela "inconsciência". A "inconsciência" está a começar a sair com os bocejos. "Repassa-o novamente", diz o auditor. "Não consigo parar", diz o preclear, citando tudo o que encontra desta vez. O somático desaparece. Ele boceja de novo. O engrama está apagado. "A banda somática irá agora para o seguinte momento de dor ou desconforto", diz o auditor. O somático não está a ligar-se. O paciente entra em um sono estranho. Murmura algo acerca de um sonho. Subitamente, o somático torna-se mais forte. O paciente começa a tremer. "O que está a acontecer?" pergunta o auditor. "Ouço água a correr", responde o preclear. "A banda somática irá para o princípio do incidente", diz o auditor. "Começa a passar através do incidente." "Continuo a ouvir a água", diz o preclear. (Ele deve estar preso, os somáticos não se moveram. Isto é um segurador.) "A banda somática irá para aquilo que a esteja a segurar", diz o auditor. "Vou mantê-lo ali dentro por um pouco, para ver se faz algum bem", cita o preclear. "Agora apanha o princípio do incidente e começa a percorrê-lo", diz o auditor. "Eu sinto-me a ser empurrado" diz o preclear. "Ai! Levei uma pancada de alguma coisa." "Apanha o princípio e começa a percorrê-lo", diz o auditor. "Tenho a certeza de que estou grávida", cita o preclear. "Vou mantê-lo ali dentro por um pouco, para ver se faz algum bem." "Há alguma coisa anterior?" diz o auditor. A banda do preclear vai para o momento anterior em que ele sente pressão enquanto ela tenta introduzir algo no colo do útero. Depois ele percorre o engrama e este apaga-se. Isto é o manejo da banda somática. Ela pode ser mandada para qualuer lado. Normalmente, ela apanhará primeiro o somático e depois o conteúdo. Usando a Técnica de Repetição, a banda somática é "sugada" para baixo até ao incidente e os somáticos ligam-se. Depois o incidente é percorrido. Se este não se levanta, encontre um incidente anterior simplesmente dizendo à banda somática para ir ao incidente anterior. Se a banda somática não se move, isto é, se os somáticos (sensações físicas) não se ligam e desligam, é porque o paciente está preso algures na linha do tempo. Ele pode estar preso em tempo presente, o que significa que tem um ressaltador impelindo-o por toda a linha do tempo acima. Use a Técnica de Repetição ou simplesmente tente mandar a banda somática para trás. Se ela não for, obtenha várias frases ressaltadoras como "Não posso voltar", "Põe-te a milhas", etc., e com essas frases faça com que a banda somática seja sugada para o incidente e percorra-o. A banda somática poderá mover-se através de um incidente com sensação completa e, no entanto, o fato de retornar várias vezes sobre o mesmo terreno não apresentará dados. Isto pode ser feito vez após vez nalguns engramas, sem resultado: os somáticos permanecem quase iguais, ondulando através do incidente todas as vezes, mas sem qualquer conteúdo adicional. Então o auditor está a "enfrentar" um negador, uma frase como "Isto é um segredo", "Não lhe digas", "Esquece isso", etc. Em tal caso, ele manda a banda somática para a frase que nega os dados: "Vai para o momento em que é dita uma frase que nega estes dados", diz o auditor. Após um momento, o preclear cita algo, tirando do sônico ou de impressões: "Ele morreria se viesse a descobrir isto." Então o auditor manda a banda somática voltar para o princípio do incidente e esta passa através do incidente, mas desta vez com conteúdo percéptico adicional. Os somáticos, a menos que o incidente seja um pré-natal muito tardio com uma área básica cheia de material, ondulam (flutuam de acordo com a ação do engrama) e diminuem até à redução ou até ao apagamento com recontagens consecutivas. O auditor diz à banda somática para ir mais para trás e às vezes ela vai mais para a frente. Isto é um desorientador. "Não sei dizer para onde estou a ir", "Estou a andar para trás", "Faz exatamente o contrário" são os tipos de frases do desorientador. O auditor reconhece que o preclear tem uma dessas frases, adivinha qual é ou descobre-a através daquilo que o preclear diz quando se queixa acerca do que está a fazer e, por repetição ou comando direto da banda, apanha a frase e o engrama, reduz ou apaga o engrama e continua. Se a banda somática não responde de acordo com o comando, então um ressaltador, um segurador, um desorientador ou um agrupador foi restimulado e deve ser descarregado. A banda somática estará onde se encontra o comando que a proíbe de funcionar conforme é desejado. Há bons e maus condutores desta banda somática. O bom condutor trabalha de perto com o arquivista, usando ordens gerais, como por exemplo: "A banda somática apanhará o momento mais antigo de dor ou desconforto que pode ser alcançado" ou "A banda somática irá para o ponto de maior intensidade do somático que tens agora" (quando um somático está a incomodar o paciente). O mau condutor escolhe incidentes específicos que ele pensa ser aberrativos, manda a banda somática ir para estes à força e rebate-os de algum modo. Há momentos em que é necessário ser bastante persuasivo com a banda e momentos em que é necessário selecionar incidentes de dor física, mas o auditor é o melhor juiz daquilo que deve ocorrer. Enquanto a banda trabalhar suavemente, encontrando incidentes novos e repassando-os, ele não deve interferir mais do que é necessário para se assegurar de que reduz tudo o que a banda contata. Um modo muito bom de arruinar inteiramente um caso é colocar a banda somática em um incidente, decidir que outra coisa é mais importante e precipitar-se para ela, levantar metade dessa outra coisa e partir para outra. Quando chegar ao ponto em que três ou quatro incidentes tiverem sido tocados dessa maneira, mas não reduzidos, a banda emperra, a linha do tempo começa a amontoar e o auditor vê-se em um enredo que poderá tomar-lhe muitas horas de terapia, ou uma semana ou duas de reequilíbrio (deixar o caso assentar) para o trazer de volta a um estado em que possa ser trabalhado. O paciente quererá por vezes que um somático seja desligado. Este tem estado a incomodá-lo. Isso significa que a banda está de algum modo pendurada em um incidente que a terapia, ou o ambiente do paciente, restimulou. Normalmente, não vale a pena gastar o tempo e o trabalho para localizar o incidente. Isso assentará por si só ao fim de um dia ou dois e poderá ser um incidente impossível de reduzir devido a engramas anteriores. A banda somática é manejada em um incidente tardio da mesma forma que esta é enviada para um incidente anterior. As cargas de desespero são contatadas da mesma forma. Se quiser um teste para ver se a banda está a mover-se, ou para testar a recordação, mande-a para algumas horas antes e veja o que pode obter. Embora nalguns casos seja mais fácil alcançar a área pré-natal do que o dia de ontem, você obterá alguma idéia do modo como o paciente está a trabalhar. ***** 9.6 Tempo presente ***** O princípio é a concepção. Os seus pacientes às vezes têm a sensação de serem espermatozóides ou óvulos no começo da linha do tempo: em Dianética, chama-se a isto o sonho do esperma. Este não tem grande valor, segundo o que sabemos nesta altura. Mas é muito interessante. Não precisa de ser sugerido ao preclear. Será suficiente mandá-lo para o princípio da linha do tempo e ouvir o que ele tem a dizer. Às vezes ele tem um antigo engrama confundido com a concepção. Na extremidade mais recente da linha do tempo está, evidentemente, o agora. Isto é o tempo presente. Acontece, uma vez por outra, que os pacientes não estão a voltar para tempo presente porque esbarraram com seguradores pelo caminho. A Técnica de Repetição com seguradores geralmente libertará a banda e trá-la-á para tempo presente. Um paciente poderá ficar um pouco grogue com todas as coisas que têm estado a acontecer-lhe no decurso de uma sessão de terapia. E poderá acontecer que ele reduz a resistência aos engramas à medida que volta a subir pela linha do tempo acima e desse modo poderá acionar um segurador. O auditor deve certificar-se muito bem de que o paciente está em tempo presente. Ocasionalmente, ele estará tão completamente preso e a hora já será tão avançada, que o esforço de trazê- lo por toda a linha acima não é viável na altura. Um período de sono, geralmente resolverá isso. Existe um teste pelo qual o auditor pode saber se o preclear está em tempo presente. Ele faz uma pergunta ao preclear, estalando os dedos: "Qual é a tua idade?" O preclear dá-lhe uma "resposta relâmpago". Se for a idade certa do preclear, o preclear está em tempo presente. Se for uma idade anterior, há ali um segurador e o paciente não está em tempo presente. Há outros métodos de determinar isto, mas geralmente este ponto não é muito importante se o paciente realmente falhar em consegui-lo. O ato de fazer perguntas e estalar os dedos, inquirindo sobre a idade das pessoas, obtém algumas respostas surpreendentes. Estar preso na linha do tempo é tão comum em pessoas "normais" que o fato de o preclear estar a um dia ou dois, ou uma semana ou duas, de distância do tempo presente está longe de ser alarmante. Qualquer pessoa que tenha uma doença psicossomática crônica está definitivamente presa em algum ponto da linha do tempo. Perguntas com um estalo dos dedos normalmente obtêm "três" ou "dez anos" ou alguma resposta desse gênero, mesmo quando são feitas a pessoas que supõem que estão de boa saúde. A rêverie mostra-lhes onde elas estão na linha do tempo. Às vezes, na primeira sessão, um preclear fecha os olhos em rêverie para se encontrar numa cadeira de dentista aos três anos de idade. Ele tem lá estado durante os últimos trinta anos, porque o dentista e a mãe, ambos lhe disseram para "ficar ali" enquanto ele se encontrava em choque por causa da dor e do óxido nitroso - e ele assim fez, e os problemas dentários crônicos que ele teve durante toda a sua vida, eram esse somático. Isto não acontece muito frequentemente, mas pode encontrar alguém que conhece que daria, certamente, a resposta relâmpago de "dez anos" e, posto em rêverie, encontrar-se-ia, logo que o engrama fosse avistado, deitado de costas em um campo de futebol, ou numa situação semelhante, com alguém a dizer-lhe para não se mexer até a ambulância chegar: isto é a sua artrite! Tente fazê-lo a alguém. ***** 9.7 A resposta relâmpago ***** Um truque de uso comum na terapia é a resposta relâmpago. Isto é feito de duas maneiras. A primeira mencionada aqui é a menos usada. "Quando eu contar até cinco", diz o auditor, "uma frase relampeará na tua mente para descrever onde estás na linha do tempo. Um, dois, três, quatro, cinco!" "Pré-natal tardio", diz o preclear, ou "ontem" ou aquilo que lhe ocorrer. A resposta relâmpago é a primeira coisa que vem à cabeça da pessoa quando lhe é feita uma pergunta. Usualmente virá do banco de engramas e será útil. Poderá ser "conversa de demônio", mas geralmente está certa. O auditor meramente faz uma pergunta, como por exemplo, aquilo que está a segurar o paciente, o que lhe nega conhecimento, etc., acrescentando ao princípio da pergunta: "Eu quero uma resposta relâmpago para isto". "Eu quero uma resposta relâmpago para isto", diz o auditor. "O que aconteceria se ficasses são?" "Morreria", diz o paciente. "O que aconteceria se morresses?", diz o auditor. "Ficaria bom", diz o paciente. E com estes dados, eles fazem então uma estimativa da atual computação de aliados ou algo assim. Neste caso, o aliado disse ao preclear, quando ele estava doente: "Morreria, simplesmente morreria, se não ficasses bom. Se ficares doente por muito mais tempo, ainda ficarei maluco." E um engrama anterior dizia que o preclear tinha de estar doente. E isto é, afinal de contas, apenas um engrama. Por isso, usa-se a Técnica de Repetição com a palavra "morrer" e descobre-se um aliado que o preclear nunca soube que existia e uma carga é dissipada. Muitos dados valiosos podem ser recuperados pelo uso inteligente da resposta relâmpago. Se não houver resposta absolutamente nenhuma, isso significa que a resposta está oclusa e essa é uma resposta quase tão boa como dados reais, visto que indica alguma espécie de encobrimento. ***** 9.8 Sonhos ***** Os sonhos têm sido consideravelmente usados por várias escolas de cura mental. A sua "simbologia" é uma excentricidade mística apresentada para explicar uma coisa sobre a qual os místicos não sabiam nada. Os sonhos são os espelhos distorcidos, através dos quais o analisador olha para dentro do banco de engramas. Os sonhos são trocadilhos de palavras e de situações existentes no banco de engramas. Os sonhos não são uma grande ajuda, por serem trocadilhos. Não se usam muito os sonhos em Dianética. Você ouvirá sonhos contados pelos pacientes. Os pacientes são difíceis de calar quando começam a contar sonhos. Se quiser perder o seu tempo, ouça-os. ***** 9.9 Mudança de valência ***** A mudança de valência é um mecanismo usado em Dianética. Sabemos o modo como um paciente entra em valências quando dramatiza os seus engramas na vida: ele torna-se uma valência vencedora e ele diz e faz praticamente a mesma coisa que a pessoa na valência vencedora fez naquele engrama. A teoria que está por trás disto é a seguinte: retornado a uma ocasião na qual o paciente poderá considerar demasiado doloroso entrar, ele pode ser mudado para uma valência que não sentiu qualquer dor. Um método pouco inteligente de o persuadir é dizer-lhe que ele não precisa de sentir a dor ou a emoção e deixá- lo atravessar o engrama. Isso é uma péssima prática de Dianética, por ser uma sugestão positiva e é preciso tomar todas as precauções para evitar dar sugestões ao paciente, pois ele poderá ser muito sugestionável, mesmo quando finge não o ser. Mas existe a mudança de valência e isto permite ao paciente escapar à dor e, mesmo assim, permanecer no engrama até que ele possa recontá- lo. Exemplo: o pai está a bater na mãe e o nascituro é posto "inconsciente". Os dados estão disponíveis sem dor na valência do pai, na valência da mãe com a dor dela e na valência da criança com a sua própria dor. O modo de lidar com isto, se o paciente se recusar terminantemente a entrar no incidente embora tenha somáticos, é trocá-lo de valência. O auditor diz: "Entra na valência do teu pai e passa a ser o teu pai por uns momentos." Após alguma persuasão, o paciente faz isso. "Grita com a tua mãe", diz o auditor. "Dá-lhe uma boa reprimenda." O paciente agora esta naquele circuito que não contêm "inconsciência" e aproxima-se da emoção e das palavras que o pai usou com a mãe. O auditor deixa-o fazer isto duas ou três vezes até a carga sair um pouco do engrama. Depois muda a valência do preclear para a mãe: "Passa a ser a tua mãe por uns momentos e responde ao teu pai", diz o auditor. O paciente troca de valência e é a mãe, repetindo as frases da mãe. "Agora sê tu mesmo", diz o auditor, "e reconta, por favor, o incidente inteiro com todos os somáticos e emoções." O paciente é capaz de reexperimentar o incidente como ele próprio. Isto funciona muito bem quando se está a tentar obter um aliado. "Muda de valência", diz o auditor ao paciente retornado, "e suplica a tua mãe para que não mate o bebê." "Agora sê uma ama" diz o auditor com o preclear retornado a um incidente em que ele parece ter muito medo de entrar, "e suplica que um menino fique bom." O paciente corrigirá a idéia que o auditor tem do guião e normalmente prosseguirá. O paciente muitas vezes recusar-se-á a entrar numa valência porque a odeia. Isto significa que deve haver uma carga considerável na pessoa que ele se recusa a ser. Este mecanismo raramente é usado, mas é prático quando um caso está a emperrar. O pai não obedeceu aos seguradores ou comandos, foi ele que os proferiu. A ama não obedeceria aos seus próprios comandos e assim por diante. Deste modo, pode-se fazer muitos seguradores e negadores saltar à vista. Isto é útil no início de um caso.{20} ***** 9.10 Tipos de cadeias ***** Os engramas, particularmente na área pré-natal, estão em cadeias. Isto quer dizer que existe uma série de incidentes de tipos semelhantes. Esta classificação é útil porque conduz a algumas soluções. As cadeias que se podem contatar com mais facilidade em um preclear são as menos carregadas. As cadeias mais aberrativas normalmente são as mais difíceis de alcançar, porque contêm os dados mais ativos. Lembre-se da regra de que aquilo que o auditor tem dificuldade em alcançar, o analisador do paciente também tem achado difícil de alcançar. Eis uma lista de cadeias - não são, de modo algum, todas as cadeias possíveis - encontradas em um caso que passou por "normal" durante trinta e seis anos da sua vida. Cadeia de coito, pai. Primeiro incidente, zigoto. Cinquenta e seis incidentes sucessivos. Dois ramos, pai bêbado e pai sóbrio. Cadeia de coito, amante. Primeiro incidente, embrião. Dezoito incidentes sucessivos. Todos dolorosos devido ao entusiasmo do amante. Cadeia de prisão de ventre. Primeiro incidente, zigoto. Cinquenta e um incidentes sucessivos. Cada incidente acumulando grande pressão sobre a criança. Cadeia de irrigação. Primeiro incidente, embrião. Vinte e um incidentes sucessivos. Uma irrigação por dia até o período menstrual ter faltado, todas no colo do útero. Cadeia de doença. Primeiro incidente, embrião. Cinco incidentes sucessivos. Três constipações. Um caso de gripe. Um acesso de vômitos, ressaca. Cadeia de enjoo matinal. Primeiro incidente, embrião. Trinta e dois incidentes sucessivos. Cadeia de anticoncepcionais. Primeiro incidente, zigoto. Um incidente. Alguma substância pastosa no colo do útero. Cadeia de luta. Primeiro incidente, embrião. Trinta e oito incidentes sucessivos. Três quedas, vozes altas, sem espancamento. Tentativa de aborto, cirúrgico. Primeiro incidente, embrião. Vinte e um incidentes sucessivos. Tentativa de aborto, irrigação. Primeiro incidente, feto. Dois incidentes. Um com o uso de pasta, outro com o uso de lisol, muito forte. Tentativa de aborto, pressão. Primeiro incidente feto. Três incidentes. Um do pai sentado em cima da mãe. Dois da mãe pulando de cima de caixas. Cadeia de soluços. Primeiro incidente, feto. Cinco incidentes. Cadeia de acidentes. Primeiro incidente, embrião. Dezoito incidentes. Várias quedas e colisões. Cadeia de masturbação. Primeiro incidente, embrião. Oitenta incidentes sucessivos. A mãe masturbando-se com os dedos, sacudindo a criança e ferindo-a com o orgasmo. Cadeia de médico. Primeiro incidente, primeiro período menstrual que faltou. Dezoito visitas. Exame médico doloroso, mas o médico torna-se um aliado, ao descobrir que a mãe tentava abortar e ao ralhar muito com ela. Dores de parto prematuras. Três dias antes do nascimento real. Nascimento. Instrumento. Vinte e nove horas de trabalho de parto. Como a mãe era uma faladora subvocal, isso criou uma quantidade considerável de material para apagar, pois o resto da vida do paciente era adicional a tudo isto. Este foi um caso de quinhentas horas, não-sônico, de recordações imaginárias que tiveram de ser anuladas através da descoberta de fábricas de mentiras, antes que os dados acima pudessem ser obtidos. Há outras cadeias possíveis, mas este caso foi escolhido por conter as que são mais usuais de se encontrar. Infelizmente, o amante da mãe não é muito invulgar, pois este introduz tanto secretismo em um caso que, quando o caso parece ser muito, muito secreto, isso parece indicar a presença de um ou dois amantes. Mas não os sugira ao preclear. Ele poderá usá-los para evitar algo. Tipos de somáticos Há dois tipos de somáticos: os que pertencem propriamente ao paciente e os que pertencem à mãe dele ou a outra pessoa. O primeiro aconteceu de fato e o segundo também. Mas o paciente não devia ter os somáticos da mãe. Se os tem, se o encontram a queixar-se de dores de cabeça sempre que a mãe tem uma dor de cabeça, então existe um engrama, muito antigo, dizendo que ele tem de ter tudo o que ela tiver: "O bebê faz parte de mim", "Quero que ele sofra como eu sofro", etc. Ou a frase poderá ser uma coisa inteiramente mal-entendida, tomada literalmente. No entanto, tudo isto vai ao lugar com a continuação do trabalho e não deve preocupar muito o auditor. "Inconsciência" Embora a "inconsciência" tenha sido tratada de várias maneiras noutra parte, esta tem duas manifestações especiais na terapia. O bocejo e o boil-off. O engrama de dor física contêm "inconsciência" profunda e se este vai levantar-se, particularmente na área básica, ela sai sob a forma de bocejos. Após a primeira ou segunda recontagem, o paciente começa a bocejar. Estes bocejos estão a ligar o seu analisador. Num engrama muito extremo - um choque elétrico pré-natal recebido pela mãe - houve cinco horas de boil-off de "inconsciência" durante a terapia. O choque durou menos de um minuto, mas levou o indivíduo para tão perto da morte que, quando o incidente foi tocado pela primeira vez em terapia, ele sentiu vertigens e estrebuchou, teve sonhos estranhos, murmurou e sussurrou durante cinco horas. Isso é um recorde. Quarenta e cinco minutos deste boil-off é raro. Cinco ou dez minutos não é invulgar. O auditor levará um paciente para uma área. Não se liga nenhum somático. No entanto, o paciente começa a dormitar com um sono estranho. Ele desperta de vez em quando, murmura qualquer coisa, normalmente sem sentido, volta a despertar com um sonho e geralmente parece não fazer qualquer progresso. Mas está a haver progresso. Um período em que ele quase foi morto está a vir à superfície. Em breve ligar-se-á um somático e o paciente percorrerá um engrama algumas vezes sob comando, bocejará um pouco e depois animar-se-á. Tal quantidade de "inconsciência" foi, certamente, suficiente para manter o seu analisador cerca de nove décimos desligado quando ele estava desperto, pois se estava perto do básico, esta fazia parte de todos os outros engramas. Tal engrama, com uma "inconsciência" tão profunda, quando libertado produz um melhoramento marcado em um caso, por vezes tanto como um engrama de emoção dolorosa. Cabe ao auditor ir até ao fim, leve o tempo que levar. Um auditor não clareado poderá ficar muito sonolento ao observar tudo isto, mas a tarefa deve ser feita. Raramente encontrará um que dure uma hora, mas todos os casos têm um período desses que dura entre dez minutos e meia hora. Ele deve despertar o paciente de vez em quando e tentar fazê-lo atravessar o engrama. Existe um modo muito especial de despertar um paciente: não toque no corpo dele, porque isso poderá ser muito restimulativo e poderá deixá-lo muito transtornado. Toque somente na sola dos pés dele com a sua mão ou com os seus próprios pés e toque só o suficiente para despertar a atenção dele por um momento. Isso mantém o boil-off a decorrer e não permite que o paciente caia no sono comum. Um auditor inexperiente pode confundir o boil-off com um comando engrâmico para dormir. No entanto, se o auditor observar atentamente o paciente, verificará que no boil-off o paciente tem toda a aparência de estar drogado; enquanto em um comando para dormir, ele simplesmente adormece e fá-lo de um modo muito suave. O boil-off é um pouco agitado, cheio de murmúrios, estrebuchamentos e sonhos. Quando ele está a dormir, o sono é tranquilo. Interrompe-se um comando engrâmico para dormir, que está a atuar sobre o preclear retornado, enviando a banda somática para o momento em que é dado o comando para dormir. Se o preclear contata-o e repassa-o, ele acordará rapidamente na linha do tempo e continuará com a terapia. O boil-off poderá estar cheio de bocejos, murmúrios ou roncos. Quando ele está a dormir, o sono normalmente é calmo e suave. O motivo por que se chama "boil-off" a isto, e porque é que os auditores gostam do termo, é obscuro. Chamou-se-lhe original e seriamente "redução comática", mas tal erudição foi rejeitada pelo fato de nunca ter sido usada. Se gostar de ouvir sonhos, irá encontrá-los em grande quantidade no boil-off. Tal como as imagens do deserto são distorcidas pelas serpentes vítreas das ondas de calor, também os comandos engrâmicos são distorcidos para o analisador através do véu da "inconsciência". ***** 9.11 Locks ***** O fato de o lock ser uma coisa que precisa de pouca atenção, é uma das bênçãos da natureza. Um lock é um incidente que, com ou sem carga, está disponível à recordação consciente e parece ser a razão pela qual o aberrado é aberrado. Talvez seja uma outra maneira de o banco se proteger. Um lock é um momento de desconforto mental que não contêm dor física nem grande perda. Uma reprimenda, uma desgraça social - esse tipo de coisas são locks. Qualquer caso tem milhares e milhares de locks. O auditor descobri-los-á em quantidade, se quiser perder tempo a procurá-los. O tratamento desses locks foi o objetivo principal de uma velha arte conhecida como "hipnoanálise". A maior parte deles podem ser reduzidos. O key-in de um engrama ocorre nalguma data futura, a partir do momento em que o engrama foi realmente recebido. O momento de key-in contêm uma redução analítica devido ao cansaço ou uma leve doença. Ocorreu uma situação semelhante ao engrama, que continha "inconsciência", e fez key-in do engrama. Este é um lock primário. Quebrá-lo, se este puder ser encontrado, produz o efeito de fazer key-out do engrama. Mas podemos considerar que isto é uma perda de tempo, mesmo que tenha algum valor terapêutico e que tenha sido usado, sem compreensão, por algumas escolas do passado. Se um auditor quiser saber como o caso está a reagir à vida, ele pode encontrar alguns desses muitos milhares de locks e inspecioná-los. Mas provavelmente, esse é todo o interesse que ele tem por estes, pois os locks descarregam-se. Estes descarregam-se automaticamente no momento em que o engrama que os está a segurar é apagado. Uma vida inteira reequilibra-se quando os engramas desaparecem e os locks não precisam de qualquer tratamento. Depois de ele ter sido Clareado, também não é preciso ensinar ao preclear como pensar: tal como a dissipação de locks, este é um processo automático. Esses locks estão, por vezes, situados entre os engramas. O preclear poderá estar profundamente na área pré-natal e subitamente pensar em um tempo em que tinha vinte anos ou, como é comum na terapia, pensar em um engrama que ouviu de outra pessoa. Isto é um bom indício. Não dê mais atenção ao lock: encontre o engrama ao qual este se anexou, pois existe um engrama logo ao pé dele. Nos sonhos, esses locks vão saindo de uma forma distorcida do banco, complicando o sonho. ***** 9.12 O caso Júnior ***** Não tome um Júnior para o seu primeiro caso, se puder evitá-lo. Se o pai se chamava Jorge e o paciente se chama Jorge, esteja atento aos sarilhos. O banco de engramas toma o Jorge por Jorge e esse é um pensamento-identidade de luxo. A mãe diz: "Odeio o Jorge!" "Isso significa o Júnior", diz o engrama, embora a mãe se referisse ao pai. "O Jorge é irrefletido." "O Jorge não deve saber." "Oh! Jorge, eu queria que tivesses alguma atração sexual, mas tu não tens!" E assim vão os engramas. Um caso de Júnior raramente é fácil. Em Dianética, é costume tremermos só de pensar em aceitar um caso Júnior. Pode-se esperar que um auditor trabalhe como um escravo quando tem um caso não-sônico, que está fora da linha do tempo e cujo nome é igual ao do pai ou da mãe. Tais casos naturalmente têm solução, mas se os pais soubessem o que fazem aos filhos quando lhes dão um nome que poderá aparecer no banco de engramas, tal como o dos pais, avós ou amigos, com certeza o costume acabaria imediatamente. ***** 9.13 Restimular o engrama ***** "Peça as vezes suficientes e receberá" é sempre verdade quando se trabalha o banco de engramas. Simplesmente por retornar a uma área, durante vezes suficientes, fará aparecer engramas. Se não apareceu hoje, aparecerá amanhã. Mas se não aparecer amanhã, aparecerá no dia seguinte e assim por diante. As descargas emocionais são localizadas com toda a certeza, solicitando-as vez após vez e retornando o paciente à parte da linha do tempo onde se espera que esteja a carga. Aquilo que a Técnica de Repetição falhar em fazer pode ser conseguido retornando o paciente, sessão após sessão, a uma porção da sua vida. Esta mais cedo ou mais tarde aparecerá. ***** 9.14 Pessoas e períodos de vida oclusos ***** Verificar-se-á que áreas inteiras da linha do tempo estão oclusas. Estas contêm supressores sob a forma de comando engrâmico, computações de aliado e emoção dolorosa. As pessoas podem desaparecer completamente de vista por estas razões. Elas aparecem depois de alguns engramas terem sido levantados na área básica ou depois de a área ter sido desenvolvida, como foi dito acima. ***** 9.15 Animosidade contra os pais ***** Acontece sempre, quando se Clarea uma criança ou adulto, que o preclear passa por estágios de melhoramento que o levam pela Escala de Tom acima e o fazem, naturalmente, passar pela segunda zona, a ira. Um preclear poderá ficar furioso com os pais e outros ofensores no banco de engramas. Tal situação é de esperar. É um subproduto natural da terapia e não pode ser evitado. À medida que o caso progride, é natural que o preclear suba na Escala de Tom para um estado de aborrecimento face aos vilões que o prejudicaram. Por fim, ele alcança o Tom 4, que é o tom do Clear. Neste ponto ele fica muito alegre e disposto a fazer amizade com pessoas, quer o tenham prejudicado quer não: é claro que ele tem os dados sobre o que deve esperar delas, mas não nutre qualquer animosidade. Se um dos progenitores sente que o filho se voltaria contra ele, se soubesse de tudo, então o progenitor está enganado. Como aberrado, o filho já se voltou totalmente contra o progenitor, quer o seu analisador saiba de tudo quer não, e continuar a esconder a evidência poderá resultar numa conduta bastante incerta e desagradável. Observa-se continuamente que um bom Liberado e o Clear não sentem qualquer animosidade contra os seus pais ou outras pessoas que lhe causaram as suas aberrações e, na verdade, eles deixam de negar, de defender-se e de lutar tão irracionalmente. O Clear lutará, certamente, por uma boa causa e será o oponente mais perigoso possível. Mas ele não luta por razões irracionais, como um animal, e a sua compreensão das pessoas está muito mais ampliada e a sua afeição pode finalmente ser profunda. Se um progenitor quer amor e cooperação de um filho, independentemente do que tenha feito a esse filho, ele deve permitir a terapia e alcançar esse amor e cooperação com o filho em um estado autodeterminado e que já não esteja secretamente em apatia ou fúria. Afinal de contas, o Clear aprendeu qual é a fonte das aberrações dos pais, assim como das suas próprias; ele reconhece que eles tinham bancos de engramas antes de ele ter o seu. ***** 9.16 Propiciação ***** No decurso do trabalho passar-se-á por um estágio de propiciação, na faixa superior de apatia. Esta conciliação é um esforço para satisfazer ou oferecer sacrifícios a uma força totalmente destrutiva. É um estado em que o paciente, devido a um medo profundo de outrem, oferece presentes caros e palavras amáveis, dá a outra face, oferece-se para capacho e geralmente faz um papel de tolo. Muitos, muitos casamentos, por exemplo, não são casamentos de amor, mas sim dessa péssima substituta, a propiciação. As pessoas têm o hábito de casar com quem tem mentes reativas semelhantes. Isto é um infortúnio, pois tais casamentos são destrutivos para ambos os parceiros. Ela tem um certo conjunto de aberrações: estas combinam com as dele. Ela é pseudomãe; ele é pseudopai. Ela teve de se casar com ele porque o pai tentou assassiná-la antes de ela nascer. Ele teve de se casar com ela porque a mãe lhe batia quando ele era criança. Por incrível que pareça, esses casamentos são muito comuns: um ou o outro parceiro torna-se mentalmente doente, ou ambos poderão deteriorar-se. Ele é infeliz, os seus entusiasmos são esmagados; ela sente-se profundamente desolada. Qualquer dos dois poderia ser uma pessoa feliz com outro parceiro, no entanto, por medo, eles não podem separar-se. Têm de propiciar um ao outro. O auditor que encontra um casamento nestas condições e que tenta tratar um dos cônjuges, faria melhor em tratar os dois simultaneamente. Ou o melhor seria que os dois se tratassem um ao outro, e depressa. A tolerância e a compreensão são quase sempre fomentadas pela ajuda mútua. A propiciação é mencionada aqui por ter um valor diagnóstico. As pessoas que começam a trazer presentes caros ao auditor estão a propiciá-lo e isto provavelmente significa que têm uma computação que lhes diz, engramicamente, que morrerão ou ficarão loucas se ficarem mentalmente sãs. O auditor poderá apreciar os presentes, mas o melhor será ele começar a procurar um engrama de compaixão de que não suspeitava ou que não foi tocado. ***** 9.17 Amor ***** Provavelmente não há um único assunto de interesse para o ser humano que tenha recebido tanta atenção como o Amor. Não é mentira que onde se encontra a maior controvérsia, também se encontrará a menor compreensão. E onde os fatos são menos exatos, aí também se encontram as maiores disputas. E assim acontece com o Amor. Não há dúvida de que o Amor arruinou mais vidas do que a guerra e deu mais felicidade do que todos os sonhos do Paraíso. Enredado com mil canções por ano e submerso sob uma tonelada sólida de literatura medíocre, o Amor devia ter uma oportunidade adequada para ser definido. Descobriu-se que há três espécies de Amor entre a mulher e o homem: a primeira é abrangida pela lei da afinidade e é a afeição que a Humanidade tem para com a Humanidade; a segunda é a seleção sexual e é um verdadeiro magnetismo entre parceiros; a terceira é o "Amor" compulsivo ditado por algo tão razoável como a aberração. Talvez nas lendas de heróis e heroínas tenha havido casos da segunda espécie; e de fato quando se olha à nossa volta nesta sociedade, é possível descobrir números de pares felizes, baseados numa admiração natural e fortemente afetuosa. A terceira espécie pode ser encontrada em abundância: a literatura tablóide dedica-se a ela e aos seus sofrimentos; ela entope os tribunais com pedidos urgentes de divórcio, atos criminosos e processos civis; ela manda crianças a chorar para um canto, para se afastarem das brigas; e lança, dos seus lares desfeitos, jovens mulheres e homens destroçados. Dianética classifica a terceira espécie de amor como "parceria de mentes reativas". Aqui está um encontro de mentes, mas as mentes estão no nível computacional mais baixo que o ser humano possui. Atraídos um para o outro por compulsão, há homens e mulheres que se unem e que apenas vão encontrar a tristeza e a redução das suas esperanças nessa união. Ele é o pseudo-irmão que lhe batia regularmente ou é o pseudopai a quem ela tinha de prestar atenção. Talvez ele até seja a pseudomãe que gritava com ela incessantemente, mas a quem ela tinha de apaziguar. E ele poderá ser o médico que a feriu tão selvaticamente. Ela poderá ser a pseudomãe dele, a pseudo-avó a quem ele tinha de amar, apesar do modo como ela minava a sua decisão; ela poderá ser a pseudo-enfermeira nalguma operação feita há muito tempo ou a pseudoprofessora que o retinha na sala depois da aula para estimular o seu sadismo sobre ele. Antes de o casamento se realizar, eles só sabem que há uma compulsão para estarem juntos, um sentimento de que cada um deve ser extremamente amável com o outro. Depois o casamento realiza-se e eles sentem cada vez mais a restimulação de dores antigas, até que por fim ambos estão doentes e a vida, talvez agora complicada por filhos infelizes, é uma ruína sombria. O mecanismo da propiciação traz consigo hostilidade encoberta. Presentes oferecidos sem motivo e para além das suas posses, sacrifícios que parecem tão nobres na altura, compõem a propiciação. A propiciação é um esforço apático para manter afastada uma "fonte" perigosa de dor. A identidade equivocada é um dos erros menores da mente reativa. A esperança da propiciação é subornar, para anular a possível ira de uma pessoa, talvez falecida há muito, mas que agora vive no cônjuge. Mas um homem que não luta, uma vez por outra, está morto. A hostilidade poderá estar mascarada e poderá ser inteiramente "desconhecida" pelo indivíduo que se entrega a esta. Claro que esta hostilidade está sempre justificada na mente da pessoa que a emprega e supõe-se que seja uma consequência natural de alguma ofensa inteiramente óbvia. A esposa que, por descuido, comete erros estúpidos diante dos convidados, deixando escapar acidentalmente a verdade sobre o mito favorito do marido, a esposa que esquece os pequenos favores que ele lhe pediu, a esposa que subitamente dá uma alfinetada "lógica" nas esperanças dele: estas são as esposas que vivem com parceiros a quem têm de propiciar, devido a algum mal causado anos antes do namoro e por algum outro homem; e estas são as esposas que, propiciando, entorpecem as esperanças dos seus companheiros e interpretam mal as suas tristezas. O marido que dorme com outra mulher e deixa "acidentalmente" o batom na gravata, o marido que acha péssima a excelente comida que a mulher faz e que a considera ociosa durante o dia, o marido que se esquece de pôr as cartas dela no correio, o marido que acha que as opiniões dela são tolas: estes são os maridos que vivem com parceiras a quem têm de propiciar. Uma montanha-russa de guerra e paz no lar, faltas de compreensão, a restrição mútua de liberdade e autodeterminismo, vidas infelizes, filhos infelizes e divórcio são causados por casamentos de mentes reativas. Compelidos a casar por uma ameaça desconhecida, impedidos de confiar por medo da dor, este "encontro de mentes" é a principal causa de todo o desastre conjugal. A lei carecia de definição e, por isso, pôs grandes dificuldades no caminho das pessoas envolvidas em tais casamentos. O curso que isso segue é a espiral descendente de infelicidade que acompanha toda a restimulação crônica e que apenas conduz ao fracasso e à morte. Um dia haverá, talvez, uma lei muito mais sensata segundo a qual só os não-aberrados possam casar e ter filhos. A lei atual só determina que os casamentos devem ser, na melhor das hipóteses, extremamente difíceis de desfazer. Tal lei é como uma sentença de prisão para o marido, a mulher e os filhos - para todos e para cada um deles. Um casamento pode ser salvo clareando os cônjuges das suas aberrações. Uma solução ótima de qualquer modo incluiria isto, pois é muito difícil uma esposa ou um marido, mesmo quando divorciados, elevar-se a qualquer nível de felicidade futura; e quando há filhos, se não for efetuado o clareamento, fez-se uma grande injustiça. Normalmente verifica-se, quando ambos os cônjuges de um casamento de mentes reativas são clareados da aberração, que a vida se torna muito mais do que tolerável; isto acontece porque os seres humanos, com frequência, têm uma afeição natural, mesmo quando não houve seleção sexual. A recuperação de um casamento, por meio de clarear os cônjuges, poderá não dar origem a um daqueles grandes amores cantados pelos poetas, mas pelo menos produzirá um nível elevado de respeito e cooperação na direção do objetivo comum de tornar a vida digna de ser vivida. E em muitos casamentos Clareados deste modo descobriu-se que os cônjuges, por baixo da capa suja da aberração, se amavam muito um ao outro. Um grande ganho desse clareamento é o bem dos filhos. Quase todo o descontentamento conjugal tem o sexo como o seu principal fator de aberração na Segunda Dinâmica. E qualquer aberração dessas inclui uma atitude nervosa para com os filhos. Quando há filhos, o divórcio não resolve nada, mas o clareamento resolve. E com o clareamento vem uma nova página da vida na qual se pode escrever felicidade. No caso do casamento de mentes reativas, o clareamento mútuo é muitas vezes complicado por hostilidades escondidas que se encontram por baixo do mecanismo da propiciação. É aconselhável que os cônjuges procurem, fora do lar, interessar um amigo em um intercâmbio de terapia. Se esse clareamento mútuo for iniciado, com os cônjuges a trabalhar um com o outro, é preciso haver muita restrição da ira e ter muita paciência, e o Código do Auditor deve ser severamente seguido. É necessário ter um desprendimento de santo para aguentar com o Tom 1 de um parceiro que, retornado a uma discussão, condimenta as recontagens com mais recriminação. Se precisa de ser feito, isto pode ser feito. No entanto, quando um casal tem tido muitas discussões e dificuldades, é mais fácil se cada um deles procurar um parceiro de terapia fora do lar. Além disso, estabelece-se uma espécie de "rapport" entre qualquer auditor e preclear. E terminada a sessão de terapia, o fortalecimento da afinidade natural é tal que um pequeno ato ou uma palavra poderá ser tomado como um ataque selvagem, que resulta numa discussão e na inibição da terapia. Considera-se que é melhor os homens serem auditados por homens e as mulheres por mulheres. Esta condição é mudada quando se trata de uma mulher que tem aberrações tão severas a respeito de mulheres que ela sente medo perto delas, ou quando se está a auditar um homem que tem um medo profundo de homens. As dinâmicas dos homens e das mulheres são de certo modo diferentes e uma esposa, particularmente se já houve brigas mais ou menos intensas, por vezes acha difícil ser suficientemente insistente para auditar o marido. O marido, no caso comum, poderá auditar sem grande dificuldade, mas quando ele próprio está em terapia, o seu sentimento de que ele tem de ser superior a situação obriga-o a tentar o autocontrole, uma coisa que é impossível. ***** 9.18 O apagamento ***** Mais cedo ou mais tarde - se continuar a tentar - você chegará ao básico-básico, o momento mais antigo de "inconsciência" e dor física. Saberá quando o tem, talvez, apenas porque as coisas começam a apagar-se em vez de reduzir. Se o paciente ainda tem um desligamento sônico, você mesmo assim pode apagar: mais cedo ou mais tarde o sônico ligar-se-á, mesmo que isso só aconteça quando o caso estiver quase completado. Mais cedo ou mais tarde, alcançará o básico-básico. O procedimento do apagamento é, então, mais ou menos o mesmo que o da abertura. Apague todos os engramas antigos, sempre o mais antigo que puder encontrar, e continue a descarregar engramas de emoção dolorosa na área básica ou nos períodos após o nascimento e os mais recentes na vida. Apague tanto quanto puder encontrar na parte mais antiga do caso, depois libere toda a emoção que puder encontrar mais recentemente no caso (apague tudo em cada engrama que tocar) e depois volte atrás e encontre material antigo. O banco de engramas reativo é uma balbúrdia. O arquivista deve ter muita dificuldade com este. Porque as coisas fazem key-in tanto cedo como tarde; às vezes tudo o que ele pode obter é material sob certos tópicos; outras vezes só consegue obter material sob certos somáticos (por exemplo, tudo acerca de dentes); às vezes ele pode avançar ordenadamente no tempo e dar incidentes consecutivos: este último é o procedimento mais importante. Enquanto não tiver trabalhado até esgotar cada momento de dor física e descarregado todos os momentos de emoção dolorosa, o caso não se Clareará. Haverá ocasiões em que terá a certeza de estar quase a chegar ao objetivo, só para descobrir, quando entra de novo na área pré-natal, uma nova série de material posto a descoberto pela emoção dolorosa mais recente que você liberou. Um dia encontrará um caso que não terá quaisquer oclusões em nenhum lugar da linha do tempo, que já não estará interessado em engramas (os casos de apatia, no começo, não estão interessados; os Clears, no nível mais elevado, também não estão interessados, perfazendo um ciclo, embora o Clear esteja a uma longa distância da apatia), que terá todas as recordações, que computará com exatidão e não cometerá erros (dentro das limitações dos dados de que dispõe) e que, em resumo, terá um banco de engramas esgotado. Contudo, nunca seja demasiado otimista. Continue a procurar até ter a certeza. Observe o caso para se certificar de que ele não exibe nenhumas aberrações a respeito de nada, que as dinâmicas dele são altas e que a vida é boa. Se esta pessoa sente que agora pode resolver todos os problemas da vida, vencer o mundo com uma perna às costas e sentir-se amigo de todos os humanos, você tem um Clear. O único modo de você errar é computar com a idéia de que os seres humanos estão cheios de erros, maldade e pecado, e achar que se você tornou um indivíduo menos infeliz e acima do normal, ele deve ser considerado um Clear. Isso é um Liberado. Ao batear ouro, é verdade que todo o novato confunde as pirites de ferro (o ouro dos tolos) com ouro. O novato cantará de galo alegremente com um pedaço brilhante de qualquer coisa que lhe apareça na bateia e que, na realidade, vale apenas alguns dólares por tonelada. E depois ele vê ouro de verdade! Assim que vê ouro verdadeiro na bateia, ele sabe qual é realmente o aspecto do ouro. Este é inconfundível. Além do fato de a psicometria revelar um Clear como fenomenalmente inteligente, mostrando a sua aptidão e versatilidade como sendo bastante ampla, há outra qualidade: a qualidade humana de um ser humano liberto. Se levar um Liberado através da psicometria, mostrará que ele também está acima do normal. Mas um Clear é um Clear e quando o vir, irá conhecê-lo sem nenhum engano. O fato de um Clear já não estar interessado nos seus engramas extintos não quer dizer que ele não esteja interessado nas dificuldades dos outros. O fato de uma pessoa não estar interessada nos seus próprios engramas não demonstra necessariamente um Clear, mas poderá muito bem ser um outro mecanismo: a apatia da negligência. Ter engramas e ignorá-los é uma aberração comum da mente reativa no nível de apatia na Escala de Tom. Não ter engramas e negligenciá-los é uma coisa diferente. Todo o caso de apatia que negligencia os seus engramas como resposta ao seu sofrimento, insistindo que é feliz, insistindo, enquanto se flagela, que ele não tem nada de errado, durante o trabalho, particularmente depois de o básico-básico ter sido levantado, interessar-se-á pelos seus engramas e interessar-se-á mais pela vida. É fácil distinguir o caso de apatia do Clear, pois os dois estão em extremos opostos do espectro da vida: o Clear ascendeu na direção da vitória e do triunfo; o caso de apatia sabe que a vitória e o triunfo não são para ele e explica que estes não valem a pena. Qual será a duração da vida de um Clear é uma pergunta que não pode ser respondida agora; pergunte dentro de cem anos. Como se distingue um Clear? A que distância está ele do ótimo para o ser humano? Será que ele pode ajustar-se com facilidade ao seu ambiente? E muito mais importante, será que pode ajustar esse ambiente a ele? Aos sessenta dias e também aos seis meses, depois de aparentemente ter feito um Clear, o auditor deve fazer uma nova busca por qualquer material negligenciado. Deve interrogar o possível Clear, cuidadosamente, quanto aos acontecimentos do intervalo de tempo que passou. Deste modo, ele pode tomar conhecimento de quaisquer preocupações, apreensões ou doenças que possam ter ocorrido e tentar rastreá-las a engramas. Se ele não conseguir encontrar engramas, então o Clear está definitivamente e sem dúvida Clareado. E ele permanecerá assim. No entanto, se um caso fica meramente emperrado e não se conseguem encontrar engramas, embora pareça que há aberração presente, a causa provavelmente encontra-se nas cargas de desespero completamente mascaradas: os engramas de emoção dolorosa. Estes não estão necessariamente depois do nascimento, podem estar dentro do período pré-natal e envolver circunstâncias que são muito secretas - pelo menos de acordo com aquilo que os engramas anunciam. Além disso, alguns casos têm emperrado e têm provado ser "impenetráveis" devido a uma circunstância atual ou do passado recente, que o paciente não revelou. Há duas razões que podem atrasar um caso: 1. A pessoa poderá estar tão aberradamente envergonhada do seu passado ou tão certa de punição se o revelar, que não faz mais nada senão evitá- lo. 2. A pessoa poderá estar com medo devido à existência de alguma circunstância ou ameaça. O auditor não está interessado naquilo que o paciente faz. Ou no que ele fez. Dianética trata, em terapia, exclusivamente o que foi feito à pessoa. O que foi feito pelo paciente não interessa. O auditor que o torna importante está a praticar outra coisa que não Dianética. No entanto, o paciente, devido aos seus engramas, poderá ficar obcecado com a idéia de que tem de ocultar algo da sua vida ao auditor. As duas classes gerais acima descritas abrangem as condições gerais. Estas razões ativas, abrangidas por (1) acima, poderão ser coisas como uma sentença de prisão, um homicídio até então desconhecido (embora haja muitas pessoas que pensam ter cometido um homicídio sem nunca terem sequer ameaçado alguém com isso), práticas sexuais anormais ou alguma circunstância desse tipo. O auditor deve prometer não revelar nenhum assunto confidencial, puramente como uma questão de rotina, e explicar o princípio de "feito a, não feito por". E nenhum auditor deve censurar ou troçar de um paciente por ter sido vitimado pelos seus engramas. Em (2), poderá existir alguma pessoa, até a esposa ou o marido, que tenha intimidado o paciente para que mantenha algo secreto. Há um caso recente em que não se fez nenhum progresso, embora muitos incidentes tivessem sido contatados: os incidentes não se reduziam nem apagavam, independentemente de onde estivessem. Descobriu-se que este caso, uma mulher, tinha sido selvaticamente espancada e muitas vezes pelo marido, bem como ameaçada de morte se ela dissesse uma palavra ao auditor sobre estes atos; e no entanto, estes atos continham todas as cargas de desespero do caso e tiveram de ser liberados. Ao ver isto e tendo finalmente suspeitado desta situação, o auditor foi capaz de ganhar a confiança dela e localizar as cargas de desespero. Mesmo que ele não tivesse conseguido a sua confiança, através da restimulação constante das áreas mais recentes da vida, ele teria provocado as suas lágrimas. Num outro caso, uma criança, a recordação dub-in era tão óbvia e as fábricas de mentiras estavam tão ativas, que o auditor por fim compreendeu que ele não estava apenas a tentar penetrar no secretismo de um engrama, mas também no segredo imposto à criança por alguma pessoa próxima. A mãe, neste caso, por causa da idéia de que seria presa, tinha ameaçado a criança furiosamente para que não dissesse nada a respeito do modo como era tratada em casa. Havia mais do que isso por detrás do caso, havia oitenta e uma tentativas de aborto, um número incrível. Qualquer coisa interessa ao auditor, se essa coisa se tornou em um engrama. Se a sociedade põe um humano na prisão, se não vai tudo bem em casa, estas coisas são feitas à pessoa. O que a pessoa fez para "merecer" este tratamento não importa. ***** 9.19 O caso de língua estrangeira ***** De vez em quando um auditor encontrará um tipo estranho de demora no caso. Ele será incapaz de obter alguma coisa para clarear ou que faça sentido na área pré-natal, e às vezes na área pré-natal e também na infância. Ele poderá ter-se deparado com um "caso de língua estrangeira". Ocasionalmente, a criança não sabe que nasceu de outros pais (que poderão ter falado uma língua estrangeira) que não os que ela tem conhecido como os seus pais. Este, só por si, é um tipo especial de confusão que é muito facilmente resolvida simplesmente percorrendo engramas. É sempre possível que o paciente se esqueça de que os pais falavam outra língua em casa. Uma língua diferente da que o paciente está a usar ou diferente daquela do país em que reside é, de certo modo, uma vantagem: isto dá uma área pré-natal que é muito difícil de restimular, embora esta possa, mesmo assim, estar a atuar sobre a mente do paciente. Mas isto não é uma vantagem para o auditor, que agora tem de lidar com um paciente que não sabe a língua, poderá não ter recordação sônica e que, no entanto, tem um banco de engramas cheio de dados que já tiveram significado e que são realmente a sua língua básica. O melhor remédio para tal caso é arranjar um auditor que saiba a língua usada na área pré-natal e também a língua que o paciente está a usar no presente. Outro remédio é aplicar um dicionário ao caso e calcular quais são os ressaltadores, etc. Outra maneira é mandar o paciente retornar ao período da infância vezes suficientes para ele começar a apanhar a língua novamente (abrindo a gaveta de arquivo desta) e depois pedir frases ao paciente que, na língua estrangeira, significariam isto ou aquilo. Gradualmente, ele poderá recuperar essa língua e então esgotar o banco. Este caso só é extremamente difícil quando não houve qualquer uso da outra língua na infância. Se houve algum uso dessa língua na infância, o auditor simplesmente continua a retornar o paciente àquele período na infância em que ele a conhecia, retornando-o depois à área pré-natal: o paciente pode traduzir o que está a acontecer. Os clichês de outras línguas, que não a falada pelo auditor, muitas vezes geram outros significados literais, diferentes dos clichês comparáveis na língua do auditor. Esta diferença de clichê é um agente com muita responsabilidade nas aberrações sociais de uma nação, visto que diferem das de outro país. "Eu tenho calor", diz o espanhol. "Eu sou quente", diz o inglês. Engramicamente, essas frases querem dizer coisas diferentes, apesar de significarem o mesmo para o analisador. ****** Capítulo 10 Mecanismos e Aspectos da Terapia - Parte II ****** ***** 10.1 Percepção extra-sensorial ***** Sempre que o auditor tenha um caso com recordação dub-in ou que está muito carregado de emoção, o caso poderá retornar para a área pré-natal e começar a descrever o cenário. Isto tem causado o espanto e a admiração de alguns observadores. Ali está o paciente dentro do útero e, no entanto, ele pode "ver" o lado de fora. O paciente fala sobre o pai e a mãe, onde eles estão sentados, qual é o aspecto do quarto e, no entanto, ali está ele dentro do útero. Podem-se apresentar algumas belas teorias para isto: uma delas é que o feto torturado desenvolve Percepção Extra-Sensorial (PES), para que possa ver o que vai acontecer a seguir. A PES é uma teoria excelente e alguma observação poderá confirmá-la, mas não no feto. Devemos lembrar-nos de que o feto, mesmo que tenha células altamente desenvolvidas e inteligentes, ainda não é um organismo verdadeiramente racional. A presença do engrama não signifia necessariamente que o feto possa pensar. O engrama tornou-se mais severamente aberrativo quando a criança finalmente aprendeu a falar. O engrama não é uma memória, mas sim uma gravação de dor e perceptos. Retornar um humano adulto ou uma criança à área pré-natal, faz retornar àquele ponto uma mente experiente que, ao conetar-se com esses engramas, forma conclusões. Ao ouvir alguns preclears, pensaríamos que eles liam Keats e tomavam limonada todas as tardes, às quatro horas, durante todo o período pré- natal. Fazer a razão e o poder analítico retornarem a um período em que não havia razão nem poder analítico impinge, naturalmente, muitas idéias ao indivíduo retornado. A única coisa que ele deve percorrer é os engramas e o seu conteúdo. Ele poderá, adicionalmente, por meio de mecanismos de sonho e computação atual, tentar formar um quadro completo do cenário, em tecnicolor. Esta PES pré-natal de fato não existe. Foi provado, depois de testes consideráveis, que todas as vezes que o preclear retornado pensa ver alguma coisa, esse mesmo cenário é mencionado nos engramas e dá-lhe um quadro imaginário dessa coisa. Por outras palavras, não existe PES pré-natal. Apenas existem descrições e ações que sugerem cenários, e estas sugestões, atuando agora sobre a imaginação, produzem o suposto visio. Isto é mais crônico em pacientes que têm fábricas de mentiras de alta potência. Quando o auditor vê isto, ele começa a formar uma noção do caso em que está a trabalhar; ele sabe que o dub-in sônico poderá ser usado e que ele deve encontrar e descarregar toda a emoção dolorosa que conseguir alcançar, pois é esta emoção dolorosa que induz um caso a esquivar-se. O auditor pode, então, encontrar a própria fábrica de mentiras, não a fábrica de mentiras da fábrica de mentiras que produz as fábricas de mentiras, mas sim o engrama real que causa toda esta delusão. No entanto, nunca faça o preclear parar por causa deste material. Não lhe diga que isto é imaginário, isso levará a fábrica de mentiras a fazer um esforço maior. Porque existem aqui computações de compaixão, perdas desesperadas, grande dor pré-natal e abandono na infância. Não seria preciso muita coisa para destruir a pouca autoconfiança que o paciente conseguiu juntar. Por isso, ande com calma, procure cargas de desespero, aliados, engramas de compaixão e apanhe a fábrica de mentiras. Então o caso estabilizará e progredirá para Clear. ***** 10.2 Choque elétrico ***** Ao abrir um caso, verificou-se ser importante localizar e aliviar todos os engramas causados por qualquer tipo de choque elétrico. Estes parecem produzir um agrupamento de engramas, quer sejam recebidos acidentalmente antes do nascimento (como alguns foram), quer pela mão dos psiquiatras. Qualquer choque elétrico parece ter uma força maior do que a habitual no banco de engramas e este aparentemente desordena os arquivos de memória, tanto dos acontecimentos passados como dos acontecimentos futuros que rodeiam a área do choque. Além disso, o ferimento de choque elétrico contêm uma grande profundidade de "inconsciência" que, daí em diante, manterá a mente analítica em um estado reduzido. ***** 10.3 Consentimento tácito ***** No caso de dois preclears que trabalham um com o outro, cada um assumindo na sua vez o papel de auditor, pode surgir uma condição em que cada um impede o outro de contatar certos engramas. Por exemplo, o preclear A tem uma computação de aliado a respeito de um cão. Sem o saber, ele procura proteger esse engrama "pró-sobrevivência" em si próprio, apesar do fato de que não o liberar dificultará a terapia. Ao auditar o preclear B, ele tem uma tendência para projetar os seus próprios problemas no preclear B, o que significa que ele tem uma pequena confusão de identidade. Se souber que o preclear B tem algum engrama "pró-sobrevivência" a respeito de um cão, então o preclear A, ao auditar, de fato evitará levar o preclear B a contatar o seu próprio engrama. Trata-se da idéia errônea de que ao deixar B conservar o seu engrama acerca do cão, o A pode reter o seu engrama acerca do cão. Isto é "consentimento tácito". Isto pode ser resumido como sendo um acordo: "Se não me fizeres ficar bom, eu não te farei ficar bom." Devemos precaver-nos contra isto: uma vez que se saiba que esta condição existe e que se manifesta tal relutância em Clarear o outro, o "consentimento tácito" deixa de existir. Também poderá acontecer que um casal tenha um período mútuo de brigas ou infelicidade. Empenhados em Clarear-se um ao outro, trabalhando alternadamente como auditores, eles evitam, sem o saber mas por computação reativa, esse período mútuo, deixando assim que engramas emocionalmente dolorosos permaneçam no mesmo lugar. O consentimento tácito não é facilmente reconhecido pelos indivíduos envolvidos nisto e os preclears, alternando como auditores, devem ter muito cuidado com isto, pois tal coisa só pode retardar um caso. ***** 10.4 Desligamentos de emoção e de dor ***** {21} Um caso que não manifeste emoção ou que não possa sentir dor, quando a emoção e a dor deviam estar presentes em algum incidente, está a sofrer de desligamento de "sensação": é muito provável que isto se encontre na área pré- natal. A palavra "sensação" significa tanto dor como emoção; assim, a frase "Não consigo sentir nada" poderá ser um anestésico para as duas coisas. Se houver uma visão exteriorizada do incidente (em que o paciente se vê de fora e não está dentro de si próprio) ou o que pretende ser "PES" pré-natal, o desligamento emocional provavelmente provém de engramas de emoção dolorosa na vida recente ou pelo menos após o nascimento. Se não houver visão exteriorizada e o paciente está dentro de si próprio e, no entanto, não se manifestar nenhuma dor ou emoção definida enquanto ele está a percorrer um engrama, deve-se suspeitar de um desligamento emocional antigo ou de um desligamento de dor antigo que deve ser localizado pela Técnica de Repetição. Percorra as palavras "Nenhuma emoção" até obter uma paráfrase. Percorra as palavras "Não consigo sentir" ou alguma outra frase com o mesmo sentido e, se os engramas estiverem disponíveis e não estiverem suprimidos por outros, o paciente acabará por responder. Poderá acontecer que um caso esteja a "trabalhar" muito bem, isto é, os engramas apresentam-se e podem ser percorridos e reduzidos, sem que a emoção se manifeste como parte do conteúdo e com somáticos que são fracos, não sendo tanto dor, mas simplesmente pressão. Se os desligamentos de dor e emoção não cedem ao princípio com a Técnica de Repetição, poderá ser preciso percorrer muitos engramas na área básica, sem dor ou emoção, mas somente com pressão e conteúdo verbal. Nesse caso, acabar-se-á por contatar dor e emoção, e depois disso a terapia é mais benéfica. ***** 10.5 Visões exteriorizadas ***** Sempre que encontrar um paciente, que esteja retornado, fora de si próprio e vendo-se a si mesmo, esse paciente está fora da linha do tempo. Não se deve dizer-lhe isso, mas as cargas de desespero, isto é, os engramas de emoção dolorosa, devem ser encontradas logo que possível e descarregadas. Isto é um mecanismo mais ou menos parecido com a PES descrita acima. ***** 10.6 Telepatia ***** Nalguns casos, um preclear poderá tentar impingir a telepatia como um fator aberrativo. Isto é como perseguir o arco-íris. Poderá ser que haja telepatia. Mas até agora a pesquisa demonstrou que o feto não recebe nenhuma e, mesmo que a receba, esta não é de modo nenhum aberrativa. Foram feitos testes exaustivos à telepatia e à PES e, em todos os casos, foi encontrada uma explicação que não precisava de recorrer à leitura do pensamento ou à visão radar. Quando um paciente tenta dizer ao auditor que ele está a recitar os pensamentos da mãe recebidos antes de nascer, esteja certo de que algures por ali há um engrama em que ela diz essas mesmas palavras, em voz alta. As mães, especialmente quando severamente aberradas e principalmente quando aberradas ao ponto de tentarem o aborto, têm muitos engramas que dramatizam. O poder da dramatização normalmente manifesta-se como monólogos. Algumas mães têm muito que dizer a si próprias, quando sozinhas. Toda esta conversa é, evidentemente, transmitida à criança quando ela é magoada, e ela poderá ser magoada sem que a mãe o seja, como no caso de uma tentativa de aborto. Durante um período de tempo considerável após tal ferimento, a criança normalmente está "inconsciente" e com dor, portanto, grava esses monólogos nos engramas (e muitas vezes a voz é bastante alta). A criança não a ouve: simplesmente fica tudo gravado nas células. Todos esses monólogos são aberrativos e produzem alguns padrões notáveis de insanidade e neurose. Mas na telepatia não há nada aberrativo, de acordo com o que sabemos atualmente. Por essa razão, o auditor não deve aceitar a telepatia, tal como não aceitaria a PES. ***** 10.7 Condições de vida pré-natal ***** O interior do útero é um lugar muito barulhento. Uma pessoa poderá pensar que tem sônico e, no entanto, não ouvir sons do "útero"; isto significa que ela não tem sônico, mas apenas dub-in. Roncos e ruídos intestinais, água a correr, arrotos, flatulência e outras atividades corporais da mãe produzem um som contínuo. Este também é muito apertado na parte final da vida pré-natal. Num caso de tensão arterial alta, é extremamente horrível estar dentro do útero. Quando a mãe toma quinina, poderá surgir um zumbido agudo nos ouvidos dela e do feto - um zumbido que permanecerá ao longo de toda a vida da pessoa. A mãe tem enjoos matinais, tem soluços e apanha constipações, tosse e espirra. Isto é a vida pré-natal. A única razão por que alguém "quis voltar ao útero" foi porque outra pessoa bateu na mãe e gritou: "Volta aqui!" e é isso que a pessoa faz. ***** 10.8 O sistema de arquivo de engramas ***** Os engramas não são arquivados de uma maneira ordenada como acontece em um banco padrão Clareado. Os engramas são arquivados de um modo que desafiaria Alexandre. Por isso, é difícil saber quando aparecerá o item consecutivo correto. Data, tópico, valor, somático e emoção são os métodos de arquivo. O retorno do básico-básico poderá parecer uma progressão ordenada para a vida mais recente. Subitamente, uma carga de desespero é acionada e descarregada. O auditor volta a olhar para a área pré-natal e encontra toda uma nova série de incidentes à vista. Recomeça então o progresso, passo a passo, de volta para tempo presente; outra descarga é acionada e outra série de pré-natais aparece à vista. Estes são apagados e progride-se de novo para tempo presente, quando mais uma carga de desespero é liberada, fazendo com que mais pré-natais saltem à vista. Estes são apagados e assim por diante. O sistema de arquivo de engramas entrega dados por somático, data, tópico, valor ou emoção. Usualmente, o arquivista entrega material com base na data e no tópico. A emoção existente no banco impede o arquivista de chegar a certas séries de incidentes; quando a emoção é descarregada, os incidentes ficam disponíveis e são trazidos para fora, até que outra carga emocional faça parar o arquivista. A inteligência do auditor é mais usada, não para conseguir pré- natais, mas para encontrar estas cargas emocionais na vida mais recente e descarrega-las. Ao todo, o sistema de arquivo de engramas é muito deficiente, ao contrário do banco padrão. Mas agora que o compreendemos, vemos que este também é muito vulnerável. Os dados do sistema de arquivo de engramas podem ser apagados. Os dados do banco padrão não podem ser apagados. A dor é perecível; o prazer perdura. ***** 10.9 Alívio ***** O psicanalista ou o conselheiro geral em relações humanas defronta-se ocasionalmente com um tipo de problema que Dianética, aplicada em pequena quantidade, pode facilmente resolver. Quando uma pessoa ficou demasiado perturbada com um acontecimento do dia, é possível abordar o problema em questão, para aliviar a sua perturbação, com poucos minutos de trabalho. Uma mudança súbita no aspecto de um paciente, uma diminuição súbita da sua serenidade, geralmente provém de algum incidente que lhe causou angústia mental. Apesar de esta mudança mental ter a sua fonte na restimulação de um engrama, o momento de restimulação, que é um lock, poderá ser abordado e aliviado com sucesso. Usando a rêverie ou simplesmente dizendo ao paciente que feche os olhos, o analista pode pedir-lhe que retorne e esteja no instante em que foi perturbado. Esse instante poderá ser no mesmo dia ou na mesma semana que a visita ao escritório. Será descoberto um momento de desligamento analítico, em que alguma pessoa ou circunstância restimulativa perturbou o equilíbrio do paciente. Este momento é um lock. Normalmente, este lock pode ser recontado como engrama e a fonte de tensão mais recente será aliviada, de modo que o trabalho possa continuar. O engrama em si, do qual o lock depende, poderá não estar acessível sem uma abordagem completa do problema com Dianética. O auditor, ao encontrar um paciente muito perturbado muitas vezes pode poupar tempo aliviando o lock que causou a perturbação presente do preclear. Localizar locks de um modo extensivo não é compensador do ponto de vista de Dianética, pois há milhares deles em cada caso. Localizar o último lock, que está a atrapalhar o trabalho, poderá ser benéfico. ***** 10.10 A escala de tom e a redução de engramas ***** Por ser muito importante, o mecanismo de redução de um engrama de emoção dolorosa tardio deve ser especificamente detalhado. As aplicações da redução em engramas tardios são vastas e variadas. Quando o auditor se meter em apuros com o seu preclear, por causa de alguma violação do Código do Auditor, ele pode tratar a violação como um engrama de emoção dolorosa e reduzi-lo, e nesse momento o efeito do seu erro desaparecerá no preclear. O auditor simplesmente retorna o preclear a esse erro e percorre o erro em si como um engrama. Quando o marido brigou com a esposa, ou ela descobriu alguma coisa desagradável a respeito das atividades dele, ele pode tratar a briga ou essa descoberta como um engrama de emoção dolorosa e liberá- lo, do que resultará a esposa não se preocupar mais com o assunto. Quando o cão de um miúdo acabou de ser atropelado, o incidente pode ser tratado como um engrama de emoção dolorosa e liberado. Quando a esposa do preclear acabou de o abandonar, trate o abandono como um engrama de emoção dolorosa e libere-o. Seja qual for o choque ou transtorno, este pode ser reduzido em um indivíduo pela técnica regular da redução e o indivíduo deixará de ser incomodado com este, em termos de emoção dolorosa. Não importa se o engrama ocorreu há duas horas ou há dez anos, a emoção dolorosa que este contêm pode ser reduzida. Este engrama é percorrido como qualquer outro engrama, começando no início do primeiro choque, com o paciente retornando a este e continuando ao longo deste o bastante para abranger adequadamente o seu primeiro impacto. O aspecto desta redução é um padrão que não varia muito. Se as notícias lançaram o indivíduo em apatia, então à medida que o recontar (se não houver um desligamento emocional severo noutro lugar), ele progredirá através do incidente, talvez uma ou duas vezes, antes de contatá-lo adequadamente. Depois virão as lágrimas e o desespero da apatia. Mais dois ou três repasses deverão trazer à tona a ira. Então, mais recontagens (sempre do início ao fim como reexperiência) fazem subir o tom para aborrecimento. Mais recontagens devem trazê-lo para a liberação de Tom 3 ou 4 ou, de preferência, o riso. Esta progressão dos tons é a chave que levou ao estabelecimento da Escala de Tom de 0 a 4. Um Tom 4 é riso. Às vezes há um estágio, na área de Tom 2, em que o paciente começa a mostrar descontração e irreverência. Isto não é o Tom 4, isto denota a presença de mais dados. Ele poderá resistir à recontagem neste ponto, dizendo que o incidente está liberado. O auditor deve insistir em mais recontagens sempre que verificar que o preclear não está disposto a recontar de novo, pois há aqui dados a serem suprimidos e há a presença de mais carga. Verifica-se que geralmente a irreverência é um mecanismo de fuga e às vezes é expressa exatamente com as palavras que ainda estão escondidas. Fazem-se então mais recontagens (sem que o auditor insista em que sejam encontradas palavras específicas) até que o paciente chegue ao Tom 4. Temos aqui, em esboço, o comportamento de todo o banco de engramas no processo de terapia. O banco inteiro sobe do seu nível de tom inicial até chegar ao Tom 4, subindo cada vez mais à medida que vão sendo apagados ou reduzidos cada vez mais engramas. No entanto, a subida do banco não se faz segundo uma curva ascendente suave, porque serão contatados novos engramas que contêm apatia e alguns contêm maníacos. Contudo, o engrama de emoção dolorosa faz uma subida bastante suave. Se de fato vier a liberar-se, este subirá pela escala. Se não subir pela escala - de apatia para ira, de ira para aborrecimento, de aborrecimento para alegria ou, pelo menos, para não preocupação - é porque está suprimido por um incidente com conteúdo semelhante. Um engrama poderá começar no Tom 1 - ira - e subir a partir desse ponto. Se verificar que este está no Tom 2 logo no começo - aborrecimento - dificilmente será um engrama. Este poderá, contudo, estar em um Tom 2 falso e estar suprimido por outros dados, de modo que o paciente meramente aparenta aborrecimento e indiferença a respeito do engrama. Algumas recontagens poderão produzir a sua liberação e nessa altura este decairá instantaneamente para apatia - Tom 0 - e depois subirá na escala dos tons. Ou então poderá ser necessário contatar outro engrama. O ser físico inteiro segue esta Escala de Tom no decurso da terapia. O ser mental segue esta Escala de Tom. E os engramas de emoção dolorosa também a seguem. Num apagamento, lá em baixo na área básica ou quando se vem do básico-básico, dois ou três repasses apagarão um engrama de qualquer espécie, exceto se este for o básico de uma nova cadeia de incidentes semelhantes. Mas os engramas que não mostram emoção em qualquer ponto da linha do tempo estão suprimidos por desligamentos de emoção ou de sensação, emoção dolorosa tardia ou engramas antigos que, em poucas palavras, simplesmente desligam a dor ou a emoção. Um caso deve ser mantido "vivo". Deve haver variação da emoção. Às vezes é necessário uma recontagem monótona na área básica, ou seja, uma recontagem que não varia o tom engrâmico mas que meramente reduz. Mas sempre que um paciente se torne ordenado, "bem treinado" e não expresse qualquer preocupação com os seus engramas quando os reconta, há emoção dolorosa tardia para ser extraída ou um desligamento emocional anterior. Inversamente, se o paciente se mantiver continuamente demasiado emotivo por tudo e por nada, se chora por algum tempo e em seguida ri histericamente, a terapia está a atuar. Mas deve-se estar atento a alguma coisa engrâmica na área pré-natal dizendo que ele tem de ser "demasiado emotivo", ou seja, ele tem engramas que o tornam emotivo através do seu conteúdo de comando. A Escala de Tom é muito útil e é um bom guia. Esta será mais proeminente na redução de engramas pós-fala, mas também aparecerá antes disso. Qualquer engrama de emoção dolorosa pode ser percorrido. Se estiver a reduzir adequadamente e não estiver suprimido noutro lugar, este subirá pela Escala de Tom acima até ao Tom 4. ***** 10.11 Se o paciente não trabalha bem com a técnica de repetição ***** Se, ao repetir uma frase dada pelo auditor, o paciente não se mover para um incidente, três coisas podem estar erradas: primeira, o paciente não consegue mover-se na linha do tempo; segunda, a frase poderá estar a ser sensatamente retida pelo arquivista até ao momento em que possa ser clareada; ou terceira, a frase não existe como material engrâmico. O paciente também poderá ter engramas fortes de "controla-te", que se manifestam por meio de ele arrancar o controle ao auditor, tornar-se muito mandão ou simplesmente recusar-se a cooperar. A Técnica de Repetição, quando dirigida a "controla-te" e "tenho de operar" e frases relacionadas, pode então funcionar. A razão usual para que a Técnica de Repetição não funcione é que o paciente está em um segurador. Se ele estiver retornado, mas não se deslocar na linha do tempo quando lhe é aplicada a Técnica de Repetição, use a Técnica de Repetição em seguradores. Lembre-se de que um desligamento de "sensação" pode negar todos os somáticos, de tal maneira que o paciente não os sente. Se o paciente parecer insensível a dificuldades na linha do tempo, ele tem com certeza um desligamento de sensação. Uma grande carga emocional também poderá inibir a Técnica de Repetição. A banda somática não entra bem nas cargas emocionais (engramas de emoção dolorosa) estando, portanto, indicada a Técnica de Repetição. Se a Técnica de Repetição não funcionar, embora isto raramente seja necessário, poder-se-á pedir ao paciente que imagine "a pior coisa que poderia acontecer a um bebê" e assim por diante, podendo-se recolher, a partir da sua conversa, novas frases para trabalho de repetição que levarão o paciente a entrar em um engrama. ***** 10.12 Técnica da palavra única ***** Tanto as palavras como os engramas existem em cadeias. Há sempre uma primeira vez em que cada palavra é gravada na vida de uma pessoa. Poderá encontrar-se toda a língua comum dentro do banco de engramas. As possíveis combinações dessa língua comum poderão estar muito próximas do infinito. Os modos como os vários negadores, ressaltadores, e outros, podem ser formulados são sempre incontáveis. Existem, no entanto, dois fatos "felizes" para diminuir a labuta do auditor. Primeiro, as dramatis personae dos seus engramas estão, nesta data, aberradas. Cada aberrado tem dramatizações padrão que ele repete, vez após vez, em situações restimulativas. Por exemplo, a reação do pai à mãe é repetitiva: se ele diz um conjunto de frases em determinada situação engrâmica, ele dirá as mesmas frases em situações semelhantes subsequentes. Se a mãe, por exemplo, tem uma atitude acusadora para com o pai, então essa atitude será expressa em determinados termos e esses termos aparecerão em engrama após engrama. O segundo fato é que, nos casos em que o pai ou a mãe maltrata o outro cônjuge, este último acabará por sofrer o contágio da aberração e repetirá as frases do primeiro. Num primogênito, em que esteja presente a brutalidade dos pais, é possível observar os pais através dos engramas do paciente e ver, tanto o pai como a mãe, a adoptar gradualmente as frases do outro, quer para se preocuparem acerca de si mesmos, quer para voltar a usá-las. Tudo isto tende a fazer os engramas aparecerem em cadeias de incidentes, cada incidente muito parecido com o seguinte. Quando se tem o básico em cada tipo de cadeia, os incidentes subsequentes nessa cadeia são suficientemente semelhantes para permitir que muitos incidentes sejam reduzidos ou apagados imediatamente após a descoberta do primeiro. O primeiro incidente da cadeia, o básico dessa cadeia, mantém os outros mais ou menos no lugar e invisíveis; portanto, o objetivo é o básico da cadeia. Pode-se verificar que cada palavra no banco foi entregue a este numa primeira ocasião. As palavras também se reduzem por cadeias, com a vantagem de que cada aparecimento subsequente da palavra no banco localiza automaticamente um novo engrama, o qual, evidentemente, é reduzido ou apagado assim que é contatado ou assim que o seu básico puder ser localizado. A técnica da palavra única é muito valiosa e útil. É um tipo especial de Técnica de Repetição. Na maior parte dos pacientes, o fato de repetirem, sozinhos, uma palavra fará com que as palavras associadas se insinuem. Assim, pedimos ao paciente que repita e retorne na palavra esquecer. Ele começa a repetir a palavra esquecer e, em breve, tem um conjunto de palavras associadas formando uma frase como: "Tu nunca me vais esquecer". Aqui temos uma frase que está em um engrama e o resto do engrama pode então ser percorrido. Quando foi preciso contatar um engrama tardio para fazer progredir um caso e, no entanto, este não se aliviou, é possível tomar cada palavra ou frase desse engrama tardio e percorrê-la para trás com a Técnica de Repetição. Assim, os engramas anteriores, que mantêm este engrama tardio no lugar, podem ser localizados e reduzidos e, por fim, ter-se-á reduzido o próprio engrama tardio. Esta, por acaso, é uma prática comum e útil. Há uma lei acerca disto: Quando qualquer frase ou palavra em um engrama não se reduz, a mesma frase ou palavra ocorre em um engrama anterior. Poderá ser necessário descarregar emoção tardia para obter a frase anterior, mas normalmente a repetição da palavra única ou a repetição de uma frase conseguirá obtê-la. Há apenas algumas dúzias de palavras necessárias para obter praticamente qualquer engrama. Estas seriam as palavras chave para a repetição. São palavras como estas: esquecer, lembrar, memória, cego, surdo, mudo, ver, sentir, ouvir, emoção, dor, medo, terror, assustado, suportar, aguentar, deitar, apanhar, vir, tempo, diferença, imaginação, certo, escuro, preto, profundo, para cima, para baixo, palavras, cadáver, morto, podre, morte, livro, ler, alma, inferno, deus, apavorado, desgraçado, horrível, passado, olhar, tudo, toda a gente, sempre, nunca, em toda a parte, todos, acreditar, escutar, matéria, procurar, original, presente, atrás, cedo, começo, segredo, dizer, morrer, encontrado, compaixão, maluco, doido, insano, livrar, lutar, punho, peito, dentes, queixo, estômago, dolorido, miséria, cabeça, sexo, palavrões sobre sexo e obscenidades, pele, bebê, isso, cortina, casca, barreira, parede, pensar, pensamento, escorregadio, confuso, misturado, esperto, pobre, pequeno, doente, vida, pai, mãe, nomes de família dos pais e quaisquer outros nomes no meio doméstico durante os períodos pré-natal e de infância, dinheiro, comida, lágrimas, não, mundo, desculpa, parar, rir, ódio, ciumento, vergonha, envergonhado, covarde, etc. Ressaltadores, negadores, seguradores, agrupadores, desorientadores, etc., cada um tem as suas palavras em comum e estas são poucas. O ressaltador conteria: fora, para cima, voltar, ir, tarde, mais tarde, etc. O segurador conteria: apanhar, apanhado, armadilha, agarrado, para, deita-te, senta-te, fica, não posso, preso, fixo, segurar, deixar, trancar, trancado, vir, etc. O agrupador conteria: tempo, juntos, de uma vez, diferença, etc. Onde a técnica da palavra única brilha mais é no caso Júnior, em que o paciente tem o nome de um dos pais ou avós. Ao obliterar o nome do paciente nos engramas pré-natais (onde este é aplicado a outra pessoa, mas é mal interpretado pelo paciente como sendo ele próprio), o paciente pode recuperar a sua própria definição e valência. Use sempre o primeiro e o último nome do paciente (separadamente) como um repetidor, seja ele um Júnior ou não. Se o banco de engramas estiver em branco numa frase, provavelmente não estará em branco numa palavra comum. Qualquer dicionário pequeno fornecerá uma ampla provisão para a técnica da palavra única. Use também qualquer lista de nomes próprios familiares, masculinos e femininos, e poderá descobrir aliados ou amantes, que doutro modo seriam incontatáveis. O engrama de emoção dolorosa às vezes cede lentamente por meio de simplesmente dirigir a banda somática para este. Às vezes o paciente tem dificuldade em se aproximar de uma área sobrecarregada. A técnica da palavra única usando o nome do aliado, se conhecido, ou palavras de compaixão, carinho, morte, rejeição ou despedida e, especialmente, o nome carinhoso do paciente quando criança, frequentemente trará resultados rápidos. A propósito, ao usar a Técnica de Repetição, de palavra ou frase, o auditor não deve agitar demasiado o caso. Tome aquilo que aparece e reduza-o. Reduza o somático manifestado pela pessoa quando ela entra em rêverie e tente sempre encontrá-lo por algum tempo, mesmo que não o consiga. Se agitar alguma coisa ao descer por uma cadeia, que depois não se reduz, tome nota dela para que seja reduzida quando tiver o básico. Usando a técnica da palavra única obtêm-se frequentemente frases que de outro modo permaneceriam escondidas, mas que saltam à vista quando se toca na palavra chave. Por exemplo, ao usar "querer" como palavra única, vieram ao de cima as frases que a seguiam e que tinham impedido completamente o progresso do caso. Não se estava a fazer nenhum esforço para contatar tal engrama na área pré- natal. De fato, nunca se tinha suspeitado da existência da cadeia de "brigas", visto que o paciente nunca a tinha dramatizado; e devido à existência de uma cadeia pré-natal de brigas tão violentas, o fato de os pais do preclear brigarem violentamente em casa tinha sido totalmente riscado dos bancos padrão, de tal modo que se isto lhe tivesse sido sugerido, ele teria ficado chocado e muito surpreendido, e teria negado tal coisa. O somático era invulgarmente severo, causado pelo pai ajoelhando-se em cima da mãe e sufocando-a. O paciente repetiu "querer" várias vezes e o auditor pediu-lhe que retornasse a um incidente contendo aquela palavra. O paciente continuou a repetir e então, subitamente, mergulhou em um torpor quando alcançou a área pré-natal. Ele continuou nesse boil-off durante cerca de trinta minutos e, então, com o auditor despertando-o ocasionalmente para o fazer repetir a palavra "querer", o preclear manifestou um forte somático. "Querer" transformou-se em "Podes crer que ficas aqui!" O somático tornou-se mais forte e "Podes crer que ficas aqui!" foi repetido, até que o paciente pudesse mover-se livremente na linha do tempo, através do engrama. Ele contatou a voz do pai e teve muita relutância em continuar com o engrama, devido à intensa violência emocional do mesmo. Persuadido e levado a entrar neste gradualmente pelo auditor, o engrama foi recontado: Pai: "Podes crer que ficas aqui! Fica deitada, maldita cadela! Desta vez vou-te matar. Disse que o fazia e vou mesmo. Toma!" (Somático intensificado à medida que o joelho se afundava no abdômen da mãe.) "É melhor começares a gritar. Vá lá, pede misericórdia! Por que é que não te vais abaixo? Não te preocupes, vais acabar por ir abaixo! Vais andar por aí a chorar pelos cantos, a implorar por misericórdia! Quanto mais gritares pior vais ficar. É isso que eu quero ouvir! Eu sou um inútil, não sou? A inútil és tu! Podia acabar contigo agora, mas não vou fazer isso! (Subitamente o auditor tem um problema com o paciente, pois ele toma a última frase literalmente e para a recontagem; o auditor fá-lo recomeçar.) Isto é só uma amostra! De onde veio isto, há muito mais! Espero que doa! Espero que isto te faça chorar! Se disseres uma palavra disto a alguém, mato-te a sério! (O paciente agora esta a avançar com uma carga emocional tão grande, que os comandos atuam menos sobre ele. Este comando para ficar calado é ignorado.) Vou-te partir a cara. Tu não sabes o que é ser ferida! (O somático diminui com a remoção do joelho.) Sei o que vou fazer contigo agora! Vou-te castigar. Eu vou-te castigar e Deus também te vai castigar! Vou-te violar! Vou enterrar isto em ti e rasgar-te! Quando eu te mandar fazer uma coisa, tens de a fazer! Sobe para a cama! Deita-te! Fica quieta! (Há um estado de ossos quando ela leva um soco na cara. A tensão arterial sobe e magoa o bebê.) Deita-te quieta! Vais ficar aqui para sempre! Vou acabar com isto! Tu és suja! Suja e doente! Deus castigou-te e agora sou eu que te vou castigar! (O somático do coito começa com muita violência, magoando mais o bebê.) Tens alguma coisa terrível no teu passado! Tu achas que tens de ser mesquinha comigo! Tu tentas fazer-me sentir que eu não valho nada! Tu é que não vales nada! Toma, toma!" (Enxurrada de banalidades sexuais gritadas durante cerca de cinco minutos.) O paciente recontou isto três vezes e apagou-o. Era o básico-básico! Três dias depois da concepção, segundo o que se pôde determinar pelos dias subsequentes até à falta do período menstrual. Isto trouxe à tona quase todos os outros dados importantes do caso, que então se resolveu e foi Clareado.{22} A palavra única poderia ter feito o paciente ir parar a algum dos outros "quereres" no caso. Se isso acontecesse, seria necessário apanhá-lo no seu momento mais antigo, porque senão o resto do engrama poderia não se apagar ou reduzir. A palavra "querer" também poderia ter feito o paciente ir parar a um período mais tarde na linha do tempo. Nesse caso, os engramas teriam de ser procurados mais atrás, até se encontrar um que se apagasse, reduzindo cada um à medida que fosse encontrado, até se chegar ao mais antigo e nessa altura todos se apagariam. Ao usar a repetição da palavra única, tal como na repetição de frase, o auditor não deve permitir uma repetição rápida e sem intenção, mas sim uma repetição lenta, enquanto o auditor pede à banda somática que retorne àquele período e pede ao paciente que contate qualquer outra coisa que se poderá associar com a palavra. Precaução: Se o paciente não se está a mover na linha do tempo, não lhe dê palavras ou frases de repetição ao acaso, pois essas empilharão engramas no ponto em que o paciente está preso. Faça apenas tentativas para fazer o paciente mover-se na linha do tempo, descobrindo e reduzindo a frase que o está a prender. Precaução: O básico-básico nem sempre contêm palavras, sendo muitas vezes apenas doloroso e acompanhado de sons uterinos. Não obstante, este manterá tudo no lugar através dos seus percépticos. ***** 10.13 Classes especiais de comandos ***** Existem várias classes distintas de comandos. Estas são delineadas aqui para uma consulta fácil, com alguns exemplos de cada. Os comandos aberrativos podem conter qualquer coisa. O auditor não se preocupa muito com eles. Voltemos ao jovem do casaco, na parte dois deste livro, e ali encontramos, sob a forma de comandos hipnóticos, alguma idéia do que são comandos aberrativos. "Sou um pássaro jub-jub", "Não consigo assobiar a música Dixie", "O mundo está todo contra mim", "Detesto polícias", "Sou a pessoa mais feia do mundo", "Não tens pés", "O Senhor vai castigar-me", "Tenho de estar sempre a brincar com a minha coisa" poderão parecer muito interessantes para o paciente e até divertidos para o auditor, mas poderão ter causado uma quantidade considerável de dificuldades na vida do paciente. No que se refere à terapia de Dianética, todos estes comandos aparecem na devida altura. Procurar uma aberração ou um somático específico às vezes tem interesse e alguma utilidade, mas geralmente não é importante. Estes comandos aberrativos poderão conter dados suficientes para transformar o paciente em um fanático furioso, em um paranóico ou em um peixe-gato, mas para o auditor não significam nada. Estes aparecem no seu devido tempo. Trabalhar nestes, ou à volta destes, é de uma importância secundária e ainda menos do que isso. A atividade primária do auditor, em qualquer caso, é manter o paciente a mover-se na linha do tempo, manter a sua banda somática livre para ir e vir e reduzir engramas. Assim que o paciente agir ou responder como se não estivesse a mover-se, ou assim que o arquivista não fornecer dados, então alguma coisa está mal e essa coisa tem a ver com algumas classes de frase: os engramas contêm milhares dessas frases, formuladas de vários modos, mas há apenas cinco classes. **** 10.13.1 Negadores **** "Deixa-me em paz", que significa literalmente que ele tem de deixar o incidente em paz. "Não posso dizer" significa que ele não lhe pode falar desse engrama. "É difícil dizer" significa que é difícil dizer. "Não quero saber" significa que ele não deseja conhecer este engrama. "Esquece isso" é o clássico da subclasse de negador, o mecanismo esquecedor. Quando o engrama simplesmente não salta à vista, mas há um somático ou um estremecimento muscular, mande a banda somática para o negador. Muitas vezes é "Esquece isso" ou "Não me consigo lembrar", como uma parte do engrama. "Não sei o que se está a passar" poderá ser a Mamã a dizer alguma coisa ao Papá, mas o analisador do preclear, a quem isto foi impingido, depois não sabe o que se está a passar. "Isso está para além de ruim" significa que ele está mesmo ali, mas ele pensa que não está. "Agarra-te a isto, isto é a tua vida!" Torna o engrama "vital" para a existência. "Não pode ser alcançado", "Não consigo chegar lá", "Ninguém deve saber", "É um segredo", "Se alguém descobrisse, eu morreria", "Não fales" e milhares de outros. **** 10.13.2 Seguradores **** O segurador é o mais frequente e o mais usado, visto que quando o preclear não pode deslocar-se na linha do tempo ou vir para o presente, ele está em um segurador. Um segurador combinado com um negador ainda segurará: se este não puder ser encontrado, procure primeiro o negador e depois o segurador. "Estou preso" é a frase clássica. "Já não se move" é outra. "Estou embaraçada" não significa, para o preclear, o mesmo que para a Mamã quando ela o disse. Para ela, isso poderá significar que está grávida, mas para o preclear, isso diz que ele está preso na linha do tempo. "Não te movas", "Senta-te aí até eu te mandar mexer", "Pára e pensa." (Quando esta última frase é expressada numa primeira recontagem, o auditor poderá ter de fazer o paciente começar a mover-se de novo, pois ele faz exatamente isso: pára e pensa, ficando ali parado, a pensar por algum tempo. Ao trabalhar um caso, o auditor verá esta estranha obediência a este contra-senso literal.) E milhares de outros. Qualquer maneira em que as palavras compreendidas literalmente podem parar uma pessoa ou impedi-la de mover-se. **** 10.13.3 Ressaltadores **** A melhor maneira de demonstrar o ressaltador é por meio de uma curva. O preclear vai para trás até entrar na área pré-natal e depois encontra-se nos dez anos de idade ou mesmo em tempo presente. Isso é um ressaltador em ação. O preclear vai para o princípio da linha do tempo: o ressaltador diz volta para cima. Quando o preclear parece não poder ir mais para trás, existe um ressaltador a expulsá-lo de um engrama. Peça-lhe um comentário sobre o que se está a passar. Tome o comentário ou alguma frase que seria um ressaltador e use a Técnica de Repetição até que ele volte a descer para o engrama. Se ele o contatar com facilidade, este não voltará a fazê-lo ressaltar. "Sai daqui" é o ressaltador clássico. Normalmente, o paciente volta a tempo presente. "Não posso voltar atrás neste ponto" poderá significar que a Mamã decidiu que afinal terá de ter o bebê ou terminar o aborto, mas para o preclear isto significa que ele tem de avançar na linha do tempo ou que não pode alcançar algum período mais antigo. "Sobe lá para cima." "Põe-te a milhas." ("Raspar-se" não seria um ressaltador, pois significaria que o preclear deve raspar o engrama.) "Tenho de ir para muito, muito longe" e ele assim faz. "Estou a ficar alto", "Vir ao de cima" "Subir mais alto". E milhares de outros. **** 10.13.4 Agrupadores **** O agrupador é o pior de todos os tipos de comando. Este pode ser expresso em frases tão variadas e o seu efeito é tão sério na linha do tempo, que pode enrolá-la toda numa bola e então todos os incidentes parecem estar no mesmo lugar. Isto torna-se evidente assim que o preclear esbarra com um destes. Não será fácil descobrir o agrupador, mas este tornar-se-á evidente à medida que o caso progride e o caso pode ser trabalhado com um agrupador em restimulação. "Não tenho tempo" e "Não há diferença nenhuma nisso" são os agrupadores clássicos. "Vem-me tudo ao mesmo tempo" quer dizer exatamente isso. "Junta-se tudo lá dentro", "Fica apertado", "Enrola-se numa bola", "Está tudo aqui". "Tu podes lembrar-te de tudo isto em tempo presente" (um erro de auditor grave se ele usar isto com um paciente sugestionável, pois enredará maravilhosamente um caso). "Tu associas tudo." "Estou enleado", "Mete tudo lá para dentro ao mesmo tempo", "Não há tempo" e milhares de outros. **** 10.13.5 Desorientadores **** O desorientador é um personagem insidioso. Quando aparece em um engrama, o paciente vai em direções erradas, para lugares errados, etc. "Tu estás a fazer isso tudo ao contrário." "Agora vai tudo para cima" é um agrupador e um desorientador. "Estão sempre a mandar-me isso cá para cima" põe o preclear uma certa distância mais adiante na linha do tempo e ele tenta apanhar engramas a partir daí. "Não podes descer" é parcialmente ressaltador e parcialmente desorientador. "Não conseguimos chegar ao fundo disto" mantém-no fora do básico-básico. "Podes começar de novo" impede-o de terminar a recontagem e, consequentemente, ele volta ao princípio do engrama em vez de o percorrer. "Não posso passar por isso de novo" impede-o de recontar. "Não te posso dizer como isto começou" mantém-no a começar os seus engramas no meio e depois estes não se reduzirão. Existem muitas frases assim. "Vamos assentar" e todos os "assentamentos" fazem-no deslizar para trás na linha do tempo. "Estou a ficar constipado" põe o aberrado em um engrama de constipação comum. Pode-se contar com que isso torne cada constipação ainda pior. "Volta para aqui" é realmente um chamador, mas dirige o paciente para longe de onde ele devia estar. Um paciente que chega a tempo presente com dificuldade e depois começa a voltar para trás tem um "Volta para aqui" ou um "Vamos assentar". "Para baixo e para fora" orienta-o mal, não só para longe do tempo presente, mas para o fundo da linha do tempo e para fora dela. Este é um desorientador e um descarrilhador ao mesmo tempo. "Não me podes ultrapassar" é um desorientador do tipo inversor. "Não sei se estou a ir para cima ou para baixo" é a frase clássica. "Estou todo virado do avesso." Um caso especial é o descarrilhador que o "faz sair da linha" e que o faz perder o contato com a sua linha do tempo. Esta é uma frase muito séria, visto que pode produzir um esquizofrênico e encontra-se sempre alguma coisa deste gênero na esquizofrenia. Algumas das suas frases atiram-no para outras valências que não têm linha do tempo própria, algumas meramente removem o tempo, outras atiram-no fisicamente para fora do tempo. "Eu não tenho tempo nenhum" é um descarrilhador e também um agrupador. "Estou aqui ao lado" significa que ele agora é duas pessoas, uma ao lado da outra. "Tenho de fingir que sou outra pessoa" é uma frase chave para a confusão de identidades. "Estás fora do tempo" e muitas mais. Há um outro caso especial de desorientador. O auditor diz ao preclear que vá para "tempo presente" e o arquivista entrega uma frase contendo a palavra "presente". Não importa se o "presente" na frase era um presente de Natal; se isto estiver na área pré-natal, o preclear vai para lá, ignorando aquilo que o auditor quis dizer. "Está tudo presente" é uma frase maléfica, que põe tudo em tempo presente. "É um lindo presente." E outras. "Agora" às vezes é confundido com o tempo presente, mas não frequentemente. O auditor não deve dizer: "Vem para o agora", porque se o fizer, encontrará mais "agoras" do que aqueles com que poderia facilmente lidar. "Presente" é uma palavra engrâmica mais rara e, portanto, é a usada. "Agora" aparece com demasiada frequência. ***** 10.14 Resumo ***** Verificou-se que muitas pessoas severamente aberradas, que tinham pouca memória do passado, estavam inteiramente fora das suas linhas do tempo, regressadas à área pré-natal e presas, quando se abriu o caso. Quanto às suas faculdades mentais, elas só tinham alguns meses de passado, entre o ponto em que estavam e a concepção. E, no entanto, essas pessoas tinham de algum modo conseguido funcionar como normais. As cargas emocionais normalmente mantêm a pessoa fora da sua linha do tempo e, de fato, são as únicas coisas que, segundo as descobertas atuais, dão qualquer poder a estes comandos engrâmicos. ***** 10.15 Diferenças ***** Há dois axiomas acerca do funcionamento da mente com os quais o auditor deve estar familiarizado. 1. A mente percepciona, propõe e resolve problemas relativos à sobrevivência. 2. A mente analítica computa através de diferenças. A mente reativa computa através de identidades. O primeiro axioma é de interesse para o auditor no seu trabalho, porque com este ele pode verificar, claramente, se está ou não a confrontar uma reação racional. A menina de sete anos que se arrepia porque um homem a beija não está a computar; ela está a reagir a um engrama, pois aos sete anos não devia ver mal nenhum em um beijo, nem mesmo em um beijo apaixonado. Deve ter havido uma experiência anterior, possivelmente pré-natal, que tornou os homens ou os beijos muito maus. Todos os desvios da racionalidade ótima são úteis para localizar engramas. Todos os medos irracionais, e por aí fora, são peixes que vêm à rede do auditor. O auditor, com a lei acima, deve estudar, também, a Equação da Solução Ótima. Qualquer desvio do ótimo é suspeito. Embora ele se importe pouco com aberrações, por vezes um caso ficará emperrado ou parecerá não ter engramas. Ele então pode observar a conduta do seu paciente e as suas reações à vida para obter dados. A segunda lei é a contribuição de Dianética para a lógica. No texto filosófico isto é tratado mais extensamente. O pêndulo de Aristóteles e a sua lógica bivalente foram abandonados, não por alguma aversão a Aristóteles, mas porque havia necessidade de parâmetros mais amplos. Um desses parâmetros foi o princípio do espectro, no qual se usou gradações de zero a infinito e de infinito a infinito, e se considerou os Absolutos totalmente inatingíveis para propósitos científicos. No segundo axioma pode-se conceber que a mente reconhece diferenças muito amplamente e com muita precisão no ponto em que mais se aproxima da plena racionalidade e depois, à medida que se afasta da racionalidade, esta percepciona cada vez menos diferenças, até que por fim, chega muito perto da incapacidade total para computar qualquer diferença de tempo, espaço ou pensamento, podendo-se assim, considerá-la completamente insana. Quando isto segue um único pensamento, como a afirmação geral de que "Todos os gatos são iguais", ela está desatenta ou está insana, pois não é verdade que todos os gatos sejam iguais, mesmo dois gatos que tenham o mesmo aspecto, se comportem e soem da mesma maneira. Poder-se-ia dizer: "Os gatos são praticamente iguais" e ainda se estaria a lidar com um pensamento bastante irracional. Ou poder-se-ia reconhecer que havia uma espécie chamada Felis catus, mas que dentro desta os gatos eram decididamente diferentes, não somente de raça para raça, como de gato para gato. Isso seria racionalidade, não porque se usou o latim, mas porque era possível ver as diferenças entre os gatos. O medo dos gatos tem como fonte um engrama que normalmente não inclui mais do que um gato e esse é um gato muito específico, de uma raça específica, com uma certa (ou talvez incerta) personalidade. O preclear que tem medo de todos os gatos, na realidade, tem medo de um só gato e é um gato que muito provavelmente já está morto há muitos anos. Assim, à medida que nos afastamos da plena racionalidade, descendo para a irracionalidade, há uma diminuição das diferenças até que estas quase que desaparecem e se tornam semelhanças e identidades. O silogismo de Aristóteles, segundo o qual duas coisas iguais à mesma coisa são iguais entre si, simplesmente nem chega a funcionar na lógica. A lógica não é aritmética, que é uma coisa artificial inventada pelo ser humano e que funciona. Para resolver um problema de lógica, a mente vagueia através de uma enorme massa de dados e computa com dúzias e mesmo centenas de variáveis. Esta não pensa, e nunca pensou, na base de que duas coisas iguais a uma terceira são iguais entre si, exceto ao empregar a matemática que a mente concebeu, para melhor resolver problemas abstratos. É uma verdade abstrata que dois e dois é igual a quatro. Quais dois de quê e dois de quê é que são iguais a quatro? Não se fez nenhuma escala, não há nenhuma medida, nem calibrador, nem microscópio que pudesse justificar, por exemplo, a realidade de que duas maçãs mais duas maçãs são iguais a quatro maçãs. Duas maçãs mais duas maçãs são quatro maçãs, se forem as mesmas maçãs. Não poderiam ser iguais a quatro outras maçãs por nenhum processo de cultivo ou de fabrico alguma vez imaginado. O ser humano contenta-se com calcular aproximações e chamar-lhes, imprecisamente, exatidões. Não existe nenhuma coisa Absoluta, salvo em termos abstratos criados pela mente para resolver problemas exteriores e conseguir aproximações. Isto poderá parecer uma concepção ousada, mas não é. O matemático está plenamente consciente de estar a trabalhar com aproximações digitais e analógicas, organizadas em sistemas que não existiam necessariamente antes de o ser humano surgir e que não existirão necessariamente, depois de ele se ir embora. A lógica, mesmo a lógica mais simples, como meditar sobre a sabedoria de ir fazer compras às dez horas, é tratar de numerosas variáveis, indefinidos e aproximações. Pode-se inventar matemática às carradas. Não existe um Absoluto real, existe apenas uma estreita aproximação. Só os nossos gramáticos, que são muito antiquados, é que insistem, provavelmente em memória do metafísico, em Realidade e Verdade Absolutas. Menciona-se isto aqui em parte porque poderá interessar a algumas pessoas, mas principalmente porque o auditor precisa de entender que ele tem uma bitola exata para medir a sanidade. A sanidade é a capacidade de perceber diferenças. Quanto melhor alguém conseguir notar as diferenças, por mais pequenas que sejam, e saber a extensão dessas diferenças, mais racional ele será. Quanto menos alguém conseguir notar as diferenças e mais se aproximar do pensamento por identidades (A=A), menos são ele será. Um homem diz: "Não gosto de cães!" Note isso, auditor: ele tem um engrama a respeito de um ou dois cães. Uma jovem diz: "Os homens são todos iguais!" Note isso, auditor: aqui está uma verdadeira aberrada. "As montanhas são tão terríveis!" "Os joalheiros nunca vão a lado nenhum!" "Detesto mulheres!" Note essas frases: são engramas à plena luz do dia. Os engramas que inibem a mente analítica de diferenciar são aqueles que mais seriamente inibem o pensamento. "Não se consegue ver a diferença" é um engrama comum. "Não há nenhuma diferença", "Nada voltará a fazer diferença para mim", "As pessoas são todas más", "Toda a gente me detesta". Isto é uma isca para a insanidade, como dizem os auditores, e põe um humano "a caminho do manicômio". Há uma outra classe de pensamento-identidade e esse é o grupo que destrói a diferenciação de tempo. "Tu não sabes quando isso aconteceu!" é uma frase clássica. "Não sei se será tarde" e outras têm um efeito peculiar na mente, pois esta trabalha com um cronômetro de precisão próprio e os engramas podem ler o mostrador de uma forma totalmente incorreta. Num nível consciente, não se tem dificuldades com o tempo analítico. Os engramas deslizam para trás e para a frente, de acordo com o momento em que fazem key-in ou são restimulados. Subjacente à ação de hoje poderá estar um engrama cujo lugar na linha do tempo é de há quarenta anos e que deveria estar lá atrás. O que aberra, não é tanto os comentários sobre as diferenças de tempo, mas sim o caráter intemporal dos engramas. O tempo é o Grande Charlatão: não cura nada, somente muda os aspectos do ambiente e os companheiros do indivíduo. O engrama de há dez anos, com toda a sua emoção dolorosa, poderá estar enquistado e "esquecido", mas está ali, pronto a impor ação se for restimulado hoje. A mente reativa trabalha com um relógio de pulso barato; a mente analítica trabalha com uma bateria de cronômetros de alta precisão com verificação dupla, que fariam o orgulho de um paquímetro. As células acham que esse relógio de pulso é uma engenhoca bastante boa - e foi, há muito tempo atrás, quando o antepassado do ser humano era arrastado pelas ondas e conseguia agarrar-se à areia. Assim, um teste primário da aberração é a semelhança e a identidade, o teste primário da racionalidade é a diferenciação e a minúcia ou amplitude com que esta pode ser feita. "Os homens são todos iguais" diz ela. E são mesmo! Para ela. Pobre coitada. Como o fulano que a violou quando ela era uma menina, como o seu detestado pai que dizia o mesmo. ***** 10.16 Importâncias relativas, "acreditar" e "não poder acreditar" ***** O auditor será confrontado com dois grandes inimigos em "tu tens de acreditar nisto" e "não posso acreditar". A mente tem o seu próprio equilíbrio e capacidade, sendo tão ajudada pelos engramas como uma máquina de adição é ajudada por um 7 pressionado{23}. Uma das funções mais importantes da mente é a computação das importâncias relativas dos dados. Por exemplo, ao descobrir e conduzir a pesquisa de Dianética, havia milhares de milhões de dados sobre a mente, acumulados ao longo dos últimos milhares de anos. Agora, na posse de um espelho retrovisor, de dois metros de largura, podemos olhar para trás e ver que, aqui e ali, houve pessoas que exprimiram opiniões ou forneceram fatos não-avaliados que atualmente são dados nalguns dos axiomas de Dianética ou partes das suas descobertas. Esses fatos existiam no passado, alguns existem agora em Dianética, mas com uma tremenda diferença: estão avaliados. A avaliação dos dados em termos da sua importância era vital antes que a informação pudesse ter valor. O Dr. Sentencioso poderá ter escrito, em 1200 d.C., que acreditava não existirem demônios reais na mente; ouviu-se a Dona Sofia dizer, em 1782, que ela tinha a certeza de que a influência pré- natal tinha pervertido muitas vidas. O Dr. Zamba poderá ter escrito, em 1846, que se podia dizer a um paciente hipnotizado que ele estava louco e que, daí em diante, ele agiria como louco. O Dr. Sentencioso também poderá ter dito que eram os anjos, e não os demônios, que causavam a doença mental, porque o paciente tinha sido maléfico. A Dona Sofia também poderá ter dito que cataplasmas com água de malvas curavam "delírios". O Dr. Zamba também poderá ter declarado que os pacientes hipnotizados só precisavam de mais algumas sugestões positivas para os tornar saudáveis e fortes. Em resumo, por cada dado que se aproximava da verdade, havia milhares de milhões que não eram verdade. O que faltava, em cada dado, era uma avaliação científica da sua importância para a solução. A seleção de algumas gotas especiais de água, em um oceano de gotas não especiais, é impossível. O problema de descobrir os dados verdadeiros só poderia ser resolvido descartando todas as anteriores avaliações da humanidade e da mente humana, todos os "fatos" e opiniões de qualquer espécie e começando da estaca zero, desenvolvendo a ciência inteira a partir de um denominador comum novo e mais elevado. (E é verdade que Dianética não tomou nada de empréstimo, mas foi primeiro descoberta e organizada; só depois de se ter completado a organização e de se ter desenvolvido uma técnica, é que ela foi comparada com a informação já existente.) A questão aqui é que a importância monótona numa classe de fatos só leva a uma grande confusão desordenada. Aqui está uma avaliação: as opiniões não valem nada, a autoridade é inútil, os dados são secundários: o estabelecimento da importância relativa é a chave. Tendo-se o mundo e as estrelas como laboratório e uma mente para computar a importância relativa daquilo que ela percepciona, nenhum problema pode ficar por resolver. Tendo-se massas de dados com avaliação monótona, temos uma coisa que poderá ter bom aspecto, mas que não é útil. O olhar espantado dos guardas-marinhas recém-chegados à Marinha de Guerra, quando vêem pela primeira vez, em metal, as coisas acerca das quais leram tão laboriosamente é mais do que testemunha do sistema educativo deficiente atualmente empregado. O sistema procura treinar uma coisa que é perfeita, a memória; este sistema pouco ou nada se alinha com o propósito ou a aplicação e ignora a necessidade da avaliação pessoal de todos os dados, tanto no que diz respeito à necessidade destes dados como à sua aplicação. O olhar espantado vem do reconhecimento esmagador de que, apesar de terem milhares de dados a respeito do que vêem, eles não sabem se é mais importante ler o cronômetro quando usam o sextante ou usar apenas tinta azul quando escrevem no diário de bordo. Esses cavalheiros foram prejudicados na sua educação, não porque lhes tenham fornecido milhares de dados acerca de navios, mas porque não lhes disseram qual é a importância relativa de cada dado e eles não experimentaram essa importância. Eles conhecem mais fatos do que os menos educados, mas sabem menos a respeito da relação factual. Mais pertinente para o auditor é que há duas espécies de comandos engrâmicos que dão uma avaliação monótona aos dados. As pessoas que têm algum desses dois, como principal conteúdo do banco de engramas, serão similarmente aberradas, mesmo que cada uma delas manifeste a aberração com uma polaridade oposta. De vez em quando, algum auditor desafortunado encontra um "Não posso acreditar nisto" nas suas mãos. Este é um caso extremamente penoso. Nesta categoria temos os casos "Duvido disso", "Não posso ter a certeza" e "Eu não sei". Este caso é fácil de detectar, pois logo ao iniciar a terapia ele começa por duvidar de Dianética, do auditor, de si próprio, da mobília e da virgindade da mãe. O duvidador crônico não é um caso fácil, porque ele não pode acreditar nos seus próprios dados. O analisador tem um juiz incorporado que recebe dados, pesa-os e avalia se estão certos, se estão errados ou se são um talvez. O duvidador engrâmico tem uma "tecla 7 pressionada", o que significa que ele tem de duvidar de tudo, o que é muito diferente de formar um juízo. Ele é incitado a duvidar. Tem de duvidar. Se duvidar é divino, então o deus é certamente Moloch. Ele duvida sem inspecionar, ele inspeciona as evidências mais exatas e, mesmo assim, continua a duvidar. O auditor fará o paciente retornar a um somático que lhe arranca metade da cabeça, que é confirmado pelas cicatrizes, que é confirmado pela aberração e do qual ele duvida como incidente. O modo de lidar com este caso consiste em tomar as suas frases usuais e dar-lhas, em rêverie ou fora de rêverie, com a Técnica de Repetição. Faça-o repeti-las várias vezes, mandando a sua banda somática de volta para elas. Ao fim de pouco tempo dar-se-á uma liberação da frase. Dê-lhe todas as frases de dúvida que ele tiver usado desta maneira. Depois continue a trabalhar o caso. O objetivo não é fazer dele um crente, mas colocá-lo numa situação em que possa avaliar os seus próprios dados. Não discuta com ele sobre Dianética: não faz sentido discutir com engramas, visto que os próprios engramas não fazem qualquer sentido. Após dez ou vinte horas de terapia, tal paciente começará a encarar suficientemente a realidade de modo que nunca mais duvida de que o sol brilha, nem duvida do auditor ou de ter tido algum tipo de passado. Esse caso só é difícil porque requer estas horas extra de trabalho. E por acaso, ele normalmente é muito aberrado. O caso de "Não posso acreditar nisto" tem dificuldade em avaliar porque lhe é difícil dar mais crédito a um fato do que a qualquer outro fato. Isto produz uma incapacidade de computar as importâncias relativas entre dados e, como resultado, ele poderá estar mais preocupado com a matiz da gravata do patrão, do que com o casamento que ele próprio está prestes a realizar. Similarmente, o caso de "Tu tens de acreditar nisto" encontra dificuldade em diferenciar entre as importâncias de vários dados e poderá defender com a mesma firmeza a idéia de que o papel é feito de árvores e a idéia de que está prestes a ser despedido. Ambos os casos "preocupam-se", ou seja, são incapazes de computar bem. A computação racional depende da computação pessoal das importâncias relativas de vários dados. A "computação" reativa lida exclusivamente com a equação de que objetos ou acontecimentos muito diferentes são semelhantes ou iguais. A primeira é sanidade, a segunda é insanidade. O caso de "Tens de acreditar nisto" apresentará um banco reativo confuso, pois o banco adopta as diferenças mais incríveis como semelhanças muito próximas. O comando engrâmico "Tens de acreditar nisto" pode ordenar que se acredite numa pessoa, numa classe de pessoas ou em toda a gente, independentemente do que está escrito ou é dito. O auditor, ao retornar o paciente, encontrará grandes aberrações mantidas no lugar por um lock que só contêm conversa. Quando o pai é a verdadeira fonte disto e é um aliado do paciente, o auditor descobrirá que quase tudo o que o pai disse era aceite literal e inquestionavelmente pelo filho. O pai poderá não ter tido consciência de que estabeleceu esta condição de "Tens de acreditar nisto" e poderá mesmo ser um homem jocoso, dado a piadas. Verificar-se-á que cada piada é literalmente aceite, a menos que o pai a tivesse rotulado, cuidadosamente, como piada, o que significa que esta não deve ser aceite literalmente. Há aqui um dossiê de um caso disponível, em que o pai foi a fonte do "Tens de acreditar nisto": um dia o pai levou a filha de três anos de idade até à beira-mar e, através do nevoeiro, apontou para um farol. O farol tinha um aspecto misterioso na noite enevoada. "Aquele é o sítio do Sr. Billingsly" disse ele, querendo dizer que Billingsly, o faroleiro, vivia ali. A criança assentiu com a cabeça, acreditando, se bem que estivesse um pouco assustada, pois para ela, o "Sr. Billingsly" possuía uma vasta cabeleira - as sombras - mirava a costa com um só olho a varrer o mar e tinha trinta metros de altura. Além disso, o "Sr. Billingsly" soltava gemidos que pareciam ser muito ferozes. O seu "sítio" era a saliência de uma rocha. Como preclear, vinte anos mais tarde, descobriu-se que a filha ficava assustada com qualquer gemido fraco. O auditor rastreou pacientemente a fonte e encontrou, para sua grande alegria e da filha, o "Sr. Billingsly". Verificou-se que enormes quantidades de aberração, concepções peculiares e noções estranhas provinham de observações casuais feitas pelo pai. Sendo perito na sua tarefa, o auditor não se preocupou em tentar localizar e apagar tudo o que o pai tinha dito, uma tarefa que teria levado muitos anos. Em vez disso, ele localizou o pré-natal "Tu tens de acreditar em mim", assim como os seus locks engrâmicos e é claro que todos os locks não-engrâmicos desapareceram, sendo automaticamente reavaliados como dados de experiência, em vez de "7s pressionados". Naturalmente, há sempre muito mais coisas erradas em um caso do que um simples "Tu tens de acreditar em mim", mas a mudança de ponto de vista que a paciente experimentou imediatamente a seguir foi impressionante: ela agora estava livre para avaliar os dados do pai, coisa que antes não podia fazer. Pelo fato de ensinarem em termos de altitude{24} e Autoridade, as próprias instituições educacionais formam uma aberração social de "Tu tens de acreditar nisto". É impossível reduzir toda a educação universitária, mesmo que isso às vezes pareça desejável. Porém, ao abordar os momentos em que o paciente foi forçado a acreditar ou a aceitar a escola, do jardim-de-infância em diante, muitas mentes apinhadas de fatos podem voltar a ser ágeis, coisa que antes não eram; porque os fatos serão automaticamente reavaliados pela mente quanto a importâncias, em vez de serem aceites por uma avaliação monótona, como no caso da "educação formal". O "Não posso acreditar nisto" é um assunto tão aborrecido e fatigante para o auditor que, depois de terminados alguns casos, é possível vê-lo a fugir habilmente de um desses. O caso de "Eu não sei" e o de "Não posso ter a certeza" não são tão maus como o de "Não posso acreditar nisto". Em Dianética, o caso que ganha o prêmio em matéria de dificuldade é um paciente que é um Júnior com o mesmo nome que o pai ou a mãe, que não tem apenas desligamento de dor, emoção, visio e sônico, mas também dub-in dos mesmos numa base falsa, com uma fábrica de mentiras a trabalhar a todo o vapor, que é não cooperativo e que é um "Não posso acreditar nisto". A avaliação monótona impede o "Não posso acreditar nisto" de aceitar os fatos todos. Qualquer caso poderá ter alguns "Não posso acreditar nisto". Mas alguns casos estão tão aberrados pela frase que descrêem não só da realidade, mas também da sua própria existência. A mente tem um "duvidador incorporado" que, quando não está entravado por engramas, seleciona importâncias rapidamente e, pelos seus pesos, resolve problemas e chega a conclusões. A mente racional aplica-se aos dados apresentados, compara-os com a experiência, avalia a sua veracidade e, depois, atribui-lhes uma importância relativa na ordem das coisas. Isto é feito por um Clear com uma rapidez que às vezes requer o fracionamento dos segundos. Para um normal, o tempo requerido é extremamente variável e as conclusões tendem a ver com uma opinião alheia ou são comparadas com a Autoridade, em vez da experiência pessoal. Esse é o efeito fundamental da educação contemporânea que, por nenhuma falha em particular e apesar de todos os esforços que tem feito para se libertar, é no entanto, por falta de ferramentas, forçada a seguir os métodos escolásticos. Estes, por contágio da aberração, persistem contra todos os esforços de educadores avançados. O normal, por um lado, é ensinado a acreditar porque senão será reprovado e, por outro lado, é ensinado a não acreditar como necessidade científica: a crença e a descrença não podem ser ensinadas, têm de ser computadas pessoalmente. Se uma mente pudesse ser comparada a um general, servido pelo seu próprio estado-maior, poder-se-ia ver que ela tinha um serviço secreto que, como centro de informação de combate, recolhia fatos, pesava a sua importância e formava uma estimativa da situação ou o valor de uma conclusão. Tal como o agente dos serviços secretos fracassaria se tivesse uma ordem assinada para descrer de tudo, também a mente fracassa quando tem um comando reativo para descrer. Claro que uma organização militar perderia com qualquer inimigo insignificante se tivesse, inversamente, um comando para acreditar em tudo, e um homem fracassará se tiver uma ordem da mente reativa para acreditar em todas as informações do mundo que o rodeia. Os engramas de acreditar e de não acreditar apresentam manifestações diferentes e, conquanto não se possa dizer que um seja mais ou menos aberrativo do que o outro, é certo que o engrama de não acreditar, de um modo geral, parece tornar o humano pouco sociável. É claro que a descrença ocorre em vários graus. Há, por exemplo, um engrama social de descrença que promove um tipo de literatura que é tão insincera quanto pouco inteligente. A insinceridade, a vergonha de mostrar emoção e o medo de elogiar poderão provir de outras coisas além do mero engrama de descrença, mas na maioria destes casos há com certeza um engrama de descrença. Quando está a tentar abrir o caso de um "Não posso acreditar nisto" muito forte, o auditor verificará que o paciente não acredita na experiência, não acredita no auditor, não acredita na esperança de obter resultados, e poderão ser apresentados os insultos e argumentos mais ridículos e irracionais. O paciente poderá contorcer-se em um autêntico fosso de serpentes cheio de somáticos e, ainda assim, não acreditar que está a reexperimentar alguma coisa. É um fato tristemente crônico, que um aberrado tenha um certo conjunto de clichês vindos do seu banco reativo. Ele repetirá esses clichês em todas as ocasiões e circunstâncias. Ver-se-á que a mãe, tendo um banco de engramas próprio e o pai tendo o seu, faz praticamente o mesmo tipo de afirmação, vez após vez. Essas são dramatizações. Um dos pais poderá ter tido um "Não sei" pronto para preceder tudo o que ele ou ela dizia, o que produz uma "pilha" inteira de "Não sei" no banco de engramas que mina bastante a compreensão. Da mesma forma, os "Tens de acreditar!" ou os "Tu não podes acreditar" poderão ficar "empilhados" no banco de engramas. Depois de um auditor ter ouvido alguns engramas de um paciente, ele sabe que virão muitos mais engramas semelhantes daquela fonte. Depois de um auditor ter escutado o pessoal que está no banco de engramas do paciente por um curto espaço de tempo, o auditor saberá muito bem o que virá a ter em muitos mais engramas. Por isso, qualquer frase é susceptível de ser muito repetida no banco de engramas, com somáticos variáveis e acompanhada de percépticos. Se a mãe sofre de tensão arterial alta e o pai faz com que esta suba - para grande desconforto da criança e em um grau que frequentemente produz uma futura enxaqueca - ela é capaz de proferir: "Não posso acreditar que tu me trates desta maneira." Mas diga-se de passagem, ela deve ter sido difícil de convencer (não se consegue ser muito convincente contra o "raciocínio" engrâmico), pois ele tratava-a dessa maneira de três em três dias, e de três em três dias ela dizia: "Não posso acreditar em ti", ou "Não posso acreditar que tu me faças isto" ou "Não posso acreditar em nada que tu me dizes" ou alguma coisa parecida. O "Não posso acreditar" tende a ser bastante hostil, visto que "Não posso acreditar" é muitas vezes uma conversa hostil. "Tu tens de acreditar em mim" tem uma maior probabilidade de ser um engrama do tipo súplica ou lamentação. "Acredita no que eu te digo, com os diabos!" é, no entanto, tão hostil quanto um auditor poderia esperar. Um auditor que encontre um caso intensa e irracionalmente céptico deve esperar uma pilha de "Não posso acreditar" no banco de engramas. Se ele encontrar um paciente incapaz de manter uma opinião própria, mas a mudar como um cata-vento influenciado por qualquer pessoa ou a citar uma Autoridade (todas as autoridades podem ser facilmente identificadas com o pai no banco reativo), o auditor deve suspeitar de alguma forma de "Tens de acreditar", bem como de outras coisas. Há muitas manifestações de qualquer dos casos. O aspecto crônico na terapia é que o "Não posso acreditar" suspeita tanto dos seus próprios dados que ele altera-os continuamente e os engramas - que afinal de contas têm só um pacote exato de conteúdo - não se reduzirão adequadamente; o "Tens de acreditar" toma como seu cada engrama de que ouve falar e isso traz-lhe muito pouco proveito. Não suponha, no entanto, que qualquer caso tem um aspecto padrão. A língua contêm muitas palavras e combinações de palavras, e não é invulgar encontrar aberrados que têm toda a língua básica e todas as suas expressões idiomáticas firmemente conectadas a um ou outro somático. Os casos normalmente contêm as frases "Não posso acreditar" e "Tenho de acreditar" no mesmo banco. Só quando essas frases começam a ter demasiado peso em cima, é que a pessoa responde segundo um padrão fixo. Quando o padrão fixo é de uma dessas duas espécies de frase, então o auditor está perante um paciente que, no mínimo, deve ter tido uma vida muito infeliz. Mas qualquer dos dois casos se Clareia. Todos se Claream, até mesmo os casos Júnior. ***** 10.17 Comandos de dor física e de emoção dolorosa ***** Além do visio e sônico, outra recordação vital para a terapia é o somático, ou seja, a dor física do incidente. Percorrer um incidente fisicamente doloroso, sem um somático, é inútil. Se a dor física está presente, este somente poderá aparecer depois de fazer "boil-off" de uma quantidade considerável de "inconsciência". Se o incidente contêm dor, mas o somático não está ligado, o paciente mexerá os dedos dos pés, terá uma respiração profunda e nervosa ou poderá ter espasmos nos músculos. Mexer os pés é um excelente indicador da presença de qualquer somático, ligado ou não. Respirar profundamente, espasmos nos músculos e vários estremeções sem dor denotam duas coisas: há um negador no incidente e o conteúdo não está a ser contatado ou, se o preclear está a recontar, o somático poderá estar desligado no incidente ou noutro lugar, quer anteriormente por um comando quer posteriormente pela emoção dolorosa. O paciente que se mexe muito, ou que não se mexe nada, está a sofrer de um desligamento de dor ou de emoção ou de engramas de emoção dolorosa tardios ou de ambos. Existe toda uma espécie de comandos que desligam a dor e a emoção simultaneamente: isto é porque a palavra "sentir" tem vários significados. "Não posso sentir nada" é a frase padrão, mas o comando varia muito e é formulado de muitas maneiras. O auditor pode fazer o seu próprio livro de comandos tirados de pacientes que os revelam quando descrevem como se sentem, ou antes, como não sentem. "Não dói" é uma classe de frases que desliga especificamente a dor; uma classe que inclui coisas como "Não tenho dor nenhuma", etc. A emoção é desligada por uma classe de frases que contêm a palavra "emoção" ou que (interpretada literalmente) desliga especificamente a emoção. O auditor deve manter um registro de todos os negadores, desorientadores, seguradores, ressaltadores e agrupadores que descobrir, cada um listado sob o seu próprio título. Deste modo, ele junta material que pode usar na Técnica de Repetição, quando notar que alguma coisa está errada no modo como o paciente se move na linha do tempo. Mas há outras quatro classes de frases que ele também deve estudar e das quais deve fazer uma lista: desligamentos, exageradores, descarrilhadores e fábricas de mentiras. Ele também pode acrescentar mais classes. Ele descobrirá um grande número de comandos em engramas que podem produzir estes vários aspectos. E ele deve interessar-se particularmente pelos desligamentos de dor e de emoção, assim como pelos exageradores, isto é, aqueles comandos engrâmicos que dão o aspecto de demasiada dor ou de demasiada emoção. Não há razão para apresentar aqui um grande número desses comandos. São muito variados, sendo a língua aquilo que é. Há muitas combinações possíveis. Pode-se verificar que um paciente chora pelas coisas mais banais do período pós-fala e, no entanto, tem poucos ou nenhuns somáticos. Isto pode ser causado por várias coisas. Ele teve uma mãe ou um pai que chorou durante os nove meses antes de ele nascer, ou ele tem um exagerador em ação que comanda que ele seja emotivo a respeito de tudo: "Emoção a mais." Em combinação com isto, ele pode ter uma coisa que diz que ele não pode sentir dor, que não pode ser magoado ou até mesmo que não pode sentir. Um paciente que tem dores e está a sofrer e que no entanto não pode chorar, teria um conjunto de comandos invertidos. Ele tem um comando de "não emoção" no princípio da linha do tempo ou uma longa cadeia destes e, além disso, tem comandos que ditam dor em excesso: "Não consigo aguentar a dor", "A dor é forte de mais", "Sinto que estou sempre a sofrer", etc. Por outro lado, "Eu sinto-me mal" é um desligamento, porque diz que alguma coisa está mal no mecanismo com o qual ele sente e sugere a incapacidade de sentir. Tanto a dor como a emoção podem ser exageradas por um comando. Mas uma coisa peculiar é que o corpo não fabrica a dor para ser sentida. Toda a dor sentida é genuína, mesmo quando exagerada. A dor imaginária não existe. A pessoa só "imagina" dor que já sentiu realmente. Ela não pode imaginar dor que não sentiu. Ela poderá "imaginar" dor em um tempo posterior ao incidente real, mas se sente dor, por mais psicótica que ela seja, descobriremos que aquela dor existe algures na sua linha do tempo. Foram efetuados testes científicos muito cuidadosos, em Dianética, para estabelecer este fato e este é um fato valioso. Pode comprovar isto por si próprio, pedindo a pacientes que sintam várias dores, "imaginando-as" em tempo presente. Eles sentirão dores enquanto lhes pedir que sintam dores que já tiveram. Em determinado ponto, verá que o paciente, na realidade, é incapaz de sentir a dor que está a tentar "imaginar". Quer esteja consciente disso ou não, ele já teve dor em qualquer lugar que a "imagine" e estará simplesmente a fazer um retorno da banda somática, numa escala menor. Este aspecto da dor é muito interessante, porque muitos pacientes, nalguma altura das suas vidas, fingiram que tinham uma dor perante a família ou o mundo. Quando afirmou ter esta dor de "faz-de-conta", o paciente pensou que estava a mentir. Na terapia, o auditor pode usar estas "imaginagões", pois elas levam diretamente a engramas de compaixão e a um ferimento real. Além disso, estas dores "imaginárias" são geralmente exibidas à pessoa ou à pseudopessoa que era o aliado de compaixão presente no momento engrâmico. Assim, se um menino sempre fingiu, para a sua avó, que ele tinha uma anca magoada, embora pensasse estar a fingir, virá a descobrir-se que nalguma altura anterior da sua vida ele magoou aquela mesma anca e recebeu compaixão durante o momento engrâmico, agora escondido do analisador. Os pacientes, frequentemente, sentem-se bastante culpados por causa desses fingimentos. Às vezes, soldados da última guerra voltaram para casa fingindo terem sido feridos e, quando em terapia, têm medo que o auditor descubra ou os denuncie aos seus parentes. O soldado poderá não ter sido ferido na guerra, mas haverá um engrama contendo compaixão pelo ferimento de que ele se queixa. Ele está a pedir compaixão com uma história colorida e acredita que está a mentir. Sem o informar desta descoberta de Dianética, o auditor pode frequentemente trazer ao de cima um engrama de compaixão que, de outro modo, poderia precisar de ser arduamente procurado. "Menino chorão" é uma frase que levará o preclear a negar em um engrama, inibindo assim as lágrimas. É muito comum ver o preclear a confundir-se com irmãs e irmãos mais velhos que estão na sua vida pré-natal: a troça deles, as ordens da mãe e por aí fora, tudo isso é registrado. Se o preclear tem conhecimento de algumas crianças mais velhas, o auditor deve procurá-las nos engramas da vida pré-natal, pois as crianças são bastante ativas e muitas vezes pulam no colo da mãe ou colidem com ela. Quaisquer frases infantis de troça não estão, portanto, sempre depois do nascimento. Foi afirmado no decurso da pesquisa de Dianética que se pudéssemos liberar toda a emoção dolorosa de uma vida, então teríamos conseguido 90 por cento do clareamento. No entanto, a emoção dolorosa é apenas uma manifestação superficial dos engramas de dor física e não seria dolorosa se a dor física não coexistisse ou existisse previamente. Quando um caso tem desligamentos de emoção e de dor, o paciente normalmente tem músculos tensos e é nervoso, com tendência para ter estremeções ou meramente tensão. Quando a dor e a emoção são exageradas pelos comandos, o auditor tem, nas suas mãos, um caso muito dado a dramatizações. ***** 10.18 O aliado versus o antagonista ***** É necessário que o auditor conheça a avaliação de importâncias da mente reativa. Idiota ou não, a mente reativa distingue, violentamente, o amigo do inimigo, o que de certo modo é a única diferenciação que ela faz. Há um excelente teste para detectar um aliado. E recorde-se que o aliado é uma parte dos engramas de compaixão, as coisas que têm a maior probabilidade de produzir doenças psicossomáticas, imaturidades e confusão em grande escala. Enquanto esta puder rebelar-se e negar, a mente reativa toma conta dos inimigos na medida das suas possibilidades. É claro que ela pode ser empurrada pelas circunstâncias, para dentro da valência do inimigo e, assim, causar grandes confusões e ab-reagir em geral, se esta era uma valência vencedora. Mas normalmente ela não usará os dados do inimigo contidos em um engrama contra-sobrevivência, exceto para o negar. Quando o tom geral se aproxima da Zona 1, a mente reativa começa, evidentemente, a apanhar comandos antagônicos e a obedecer-lhes. Assim, se o pai é o mau da fita, um antagonista, os comandos do pai não são os comandos obedecidos reativamente, mas sim os comandos que o aberrado usualmente negará ou evitará. No entanto, isto não acontece no caso do aliado. O aliado, a pessoa de quem veio a compaixão quando o paciente estava doente ou ferido, é ouvido e obedecido, uma vez que o seu "propósito" está aparentemente alinhado com o propósito de sobrevivência do indivíduo. Se determinada pessoa tem uma coisa que está certa, então, de acordo com a nossa pequena amiga idiota, a mente reativa, tudo o que diz respeito a essa pessoa está certo, tudo o que ela diz e faz está certo e, particularmente, tudo o que essa pessoa disse no engrama está certo. A doença crônica psicossomática normalmente vem de um engrama de compaixão. Isto é muito importante, pois o engrama de compaixão será o último ou o mais difícil de alcançar, por estar alinhado com o propósito da sobrevivência. Um "Tens de acreditar" de um aliado significa que a pessoa tem de acreditar. Um "Tens de acreditar" de um antagonista, usualmente, produz uma circunstância em que a pessoa não deve acreditar. Aqui, no aliado e no antagonista, temos a velha história do herói e do vilão, da heroína e da vilã, de Mazda e de Ahriman, do cowboy de chapéu branco e do cowboy de chapéu preto. Verifica-se que a trindade hindu se encontra, como fonte, no pai, mãe e nascituro. Mas a guerra do "bem e do mal" encontra-se, como dados reativos no banco de engramas, sob a forma do aliado e do antagonista. A melhor lógica de que a mente reativa é capaz é a lógica bivalente, branco e preto, e a lógica bivalente somente encontra a sua resposta no banco reativo. E a mente reativa resolve todos os problemas em termos de absolutos, produzindo monstruosidades lógicas, pois existe o absoluto do bem, o absoluto do mal e o absoluto do pensamento-identidade. Qualquer computação racional demonstra que um absoluto é impossível de uma perspectiva de verdade ou de praticabilidade: mas a mente reativa nunca se põe com questiúnculas, ela simplesmente reage. Ela conhece um campeão quando o vê (pensa ela) e conhece um vilão (supõe ela). O aliado, o campeão, é qualquer pessoa que tenha alguma característica do aliado; e o antagonista, o vilão, é qualquer pessoa que tenha algumas características do antagonista. Além disso, qualquer coisa associada com o aliado é um campeão e tudo o que está associado com o antagonista é uma vilania. Se o aliado é uma tia, então as tias são boas. Se o antagonista é um pintor de cartazes, então os pintores de cartazes são todos maus. E mais, os naperões de croché que a tia fazia significam que os naperões de croché são bons, que todo o trabalho de renda é bom, que qualquer coisa que tenha renda é boa, que qualquer coisa parecida com renda é boa e assim por diante, no ad absurdum que só a mente reativa consegue ter sem qualquer escrúpulo. E os cartazes feitos pelo pintor são maus, o lugar onde se apoiam é mau, a tinta é má, o cheiro da tinta é mau, os pincéis são maus, portanto as escovas de cabelo são más, portanto a cômoda onde ficam as escovas de cabelo é má e assim por diante. Há aqui um axioma que é bom não descurar ao trabalhar em um paciente: Qualquer doença psicossomática crônica tem a sua fonte em um engrama de compaixão. E outro: Uma mente reativa não permitirá que um indivíduo fique aberrado ou crônica e psicossomaticamente doente, a não ser que a doença tenha valor de sobrevivência. Isto não significa que o indivíduo tenha, analiticamente, um livre-arbítrio. Mas significa de fato que a mente reativa, trabalhando silenciosamente e muito bem escondida até agora, escolhe, por computação de identidades, condições físicas e mentais que se ajustem a qualquer circunstância mesmo que remotamente semelhante a qualquer conceito contido no banco de engramas. Existe uma coisa a que se chama nível de necessidade. Este sobe e faz key-out de engramas e pode fazer key-out do controle da própria mente reativa. O nível de necessidade frequentemente sobe. O indivíduo pode forçá-lo a subir, analiticamente, quer exista ou não uma causa real. Uma pessoa poderá não ter um engrama acerca de ir para a cadeira elétrica por ter cometido assassínio e, no entanto, ter um engrama acerca de assassinar pessoas. O nível de necessidade sobe e esmaga, analiticamente, todo o impulso para matar, pois o analisador sabe tudo a respeito de cadeiras elétricas. Quando o nível de necessidade não pode subir, então está-se a lidar com um indivíduo de baixa dinâmica. Um artista, terrivelmente aberrado quanto ao seu trabalho graças aos esforços amáveis de críticos obsequiosamente cáusticos, pode no entanto erguer o nível de necessidade pelos seus próprios meios para produzir mais uma obra de arte, mandar para o diabo a tia que disse que ele tinha posto queixos a mais no seu retrato e rasgou a sua obra em pedaços, ou mandar para o diabo os críticos que lhe disseram que ele era jovem de mais e o seu trabalho demasiado rápido. O nível de necessidade pode subir muito acima da mente reativa, por meio de "pura garra", como diz o sargento dos fuzileiros navais. Se tiver demasiados restimuladores presentes, se tiver sido demasiado maltratado pela vida, um indivíduo, apanhado na espiral descendente de engramas reativados, poderá chegar finalmente a um ponto em que já não se pode manter saudável. Se esta é a sua primeira decaída séria e se a decaída é profunda, aparecerá uma doença psicossomática que se tornará mais ou menos crônica e, isto é importante, ela virá diretamente de um engrama de compaixão. Todas as doenças psicossomáticas incluem, mesmo que seja menos óbvio, comandos aberrativos, o que significa que uma pessoa que sofra de doenças psicossomáticas, quer ela goste da idéia quer não, também está a sofrer da aberração que faz parte do mesmo engrama. Se o auditor quer encontrar os seguradores reais, as razões reais pelas quais o seu caso parece resistir à recuperação, os fatores aberrativos e as doenças reais, ele procurará o aliado ou aliados, pois qualquer caso poderá ter muitos. Ele terá de esgotar-lhes a emoção dolorosa de perda ou repúdio e voltar imediatamente atrás, para encontrar os engramas subjacentes. Além disso, lembre-se de que a mente reativa não é suficientemente esperta para compreender que dois lados da mesma pessoa são a mesma pessoa. Assim, podemos ter Mamã-o-anjo-branco e Mamã-a-megera-rabugenta. Como o anjo branco, ela é seguida cegamente; como a megera, ela é negada. O pai poderá ser Papá-o-beneficente e o Papá-mata-bebês. E o mesmo acontece com todos os aliados. Mas somente aquele aliado puro, absoluto, imutável que, resoluto e firme, fez parar a mão fria e rígida da morte e que colocou ternamente na mão moribunda da criança desgostosa a tocha viva e brilhante da vida (ou pelo menos disse: "Pobre bebê, estás a sentir-te tão mal; por favor, não chores") é o modelo, o exemplo, o ídolo de pés dourados com acesso livre aos deuses. (Este era o Avô: ele bebia de mais e fazia batota no jogo de cartas, mas a mente reativa não o vê desse modo, porque o Avô acompanhou o bebê através da sua pneumonia e fez tudo para ele se curar: estas seriam boas ações, se ele não tivesse sido tão melodramático a esse respeito e se não tivesse falado tanto enquanto o pobre garoto estava "inconsciente".) Questione habilmente o paciente a respeito do pai e da mãe: se ele não se mostrar muito perturbado com as suas mortes (no caso de terem morrido), se simplesmente mostrar-se indiferente em relação a eles ou se ele mostrar os dentes, eles são antagonistas; os aliados estão noutro lugar. Se a mãe e o pai forem considerados com indiferença, com ira ou com propiciação, de certeza que o paciente passou um mau bocado entre a concepção e o nascimento e mais tarde; e se este for o caso, de certeza que haverá uma grande quantidade de aliados, pois a criança tê-los-á procurado sempre que se arranhou ou feriu. Mas normalmente não encontrará os aliados com meras perguntas. A mente reativa considera-os ouro puro, mesmo que os engramas em que eles aparecem tenham somáticos suficientes para arruinar uma pessoa para toda a vida. Ela esconde aliados. O auditor precisa de os procurar através da descarga de emoção dolorosa. A morte, a partida de um aliado ou o repúdio por um aliado é um engrama de emoção dolorosa certo. De um modo ou de outro, trabalhando-o a partir de emoção dolorosa posterior ou de engramas fisicamente dolorosos anteriores, o aliado acabará por se revelar e poderá ser arquivado, como memória, nos bancos padrão e apagado, como doença, no banco de engramas. A solução de doenças psicossomáticas crônicas está, em grande parte, no campo dos engramas de compaixão. Estes, no entanto, não se apagarão cedo, pois são o baluarte interno atrás do qual a mente reativa se encolhe e observa o ataque às defesas externas pelos antagonistas. A emoção dolorosa da perda de aliados mascara, às vezes, não apenas os aliados, mas também os antagonistas. O engrama de compaixão não é, nem de longe nem de perto, a única fonte de doença psicossomática, mas é a fonte da doença psicossomática crônica. A propósito, nada nesta dissertação a respeito de aliados deve ser interpretado como significando que não se deve demonstrar amor a uma criança. No passado, houve observadores que tiraram conclusões precipitadas e questionáveis, ao pensarem que a afeição demonstrada aberra uma criança. A falta de afeição poderá matá-la, mas o inverso não é verdade. O único modo de um aliado poder aberrar uma criança é falar com e mostrar compaixão por uma criança que está muito doente ou inconsciente por causa de um ferimento. Se fizer isto, ele adultera a personalidade da criança com a sua, cria uma possibilidade futura de doença psicossomática e aberração, e poderá incapacitar a criança para toda a vida (exceto, claro, se Dianética for aplicada). Dê o máximo do seu amor a uma criança e faça o máximo por ela quando ela está saudável. Faça com ela o que lhe agradar quando ela está saudável e diga o que tiver vontade de dizer. Quando ela estiver doente ou magoada, a melhor coisa a fazer é como diz o mestre de um navio: "Trata dela e mantém bico calado!" ***** 10.19 Lembranças ***** A lenda do amuleto mágico, o talismã da sorte, a crença no feitiço, o longo catálogo de fetiches e os objetos e maneirismos que se guardam como lembranças são os "queridos" da mente reativa. Não há mal nenhum em que um homem tenha alguns lamas na sala ou use suspensórios roxos e verdes ou esfregue bocas-de-incêndio para dar sorte, nem há mal nenhum em se suspirar sobre o chinelo roubado a uma senhora ou fumar charutos reles. Quaisquer Direitos do Ser Humano deveriam prover tais excentricidades. Mas o auditor pode usar estes dados para detectar informação vital. Em Dianética, a definição do termo lembrança abrange os objetos e hábitos que são preservados por um indivíduo ou sociedade, por não saberem que estes são extensões de um aliado. Através do pensamento-identidade há restimuladores associativos para cada restimulador no ambiente: aquelas coisas que estão ligadas ao restimulador. Estando em branco sobre o assunto, a mente analítica, informada pela reação física de que um restimulador de alguma coisa está por perto, depois capta o restimulador associativo, mas não seleciona o restimulador real. (Na parte dois deste livro, o sinal para o jovem tirar o casaco era um toque na gravata: ele não citou a gravata na sua queixa; o mais próximo que ele chegou desse restimulador foi a pessoa e as roupas do operador hipnótico. Estes eram restimuladores associativos.) Um restimulador para um engrama contra-sobrevivência poderia ser uma luz elétrica; o aberrado olha para o quebra-luz, o interruptor, a sala ou a pessoa que está debaixo da luz, como uma fonte de irritação, e além de desconhecer a presença de um restimulador, ele também supõe que os próprios objetos associados contêm algum mal. O restimulador associativo para um engrama contra-sobrevivência não precisa de ter outro nome além deste, restimuladores associativos. A dor é a coisa, as coisas que estejam de algum modo associadas com a coisa são essa coisa, são outras coisas, etc., é a equação reativa que enche de medo o mundo do aberrado e que o enche de ansiedade. Deixe uma criança em um lugar ou numa sala onde foi infeliz e ela poderá ficar doente, pois está confrontada com algum restimulador e, na melhor das hipóteses, ela pode explicar o seu medo, tal como o adulto, em termos de coisas que não estão racionalmente ligadas ao restimulador. Este é o mecanismo de restimulação engrâmica. Na maioria das vezes, isso é terrivelmente desconfortável para qualquer aberrado que, por mais que tente, não é capaz de dizer porque não gosta de alguma pessoa, objeto ou local e que não consegue ligar qualquer dos três ao item que é realmente o restimulador e que não sabe que tem um engrama sobre isso. Este método de detectar engramas não leva a lado nenhum, rapidamente, porque não se pode selecionar objetos, pessoas ou locais e saber que estes são restimuladores. Estes poderão ser apenas os restimuladores associativos do item restimulador real no ambiente. (A propósito, as palavras contidas em engramas e qualquer outro restimulador exato podem agir como um "botão de pressão" sobre o aberrado, levando-o à ação ou à apatia se forem usados sobre ele. No caso de serem palavras, isto tem de ser a palavra exata; por exemplo, pintado não servirá, quando o que está no engrama é pintor. Contudo, aquilo que é pintado poderá ser um restimulador associativo e o aberrado poderá declarar que não gosta disso; o fato de que não gosta disso não significa que isso "pressionará os seus botões" e o fará tossir, suspirar, ficar zangado, doente ou fazer a coisa que o engrama que contêm a palavra lhe diga que ele deve fazer.) A lembrança é um tipo muito especial de restimulador. Embora o auditor possa não encontrar muita utilidade para o restimulador associativo, conforme se aplica a engramas contra-sobrevivência, ele pode empregar a lembrança como um meio de localizar aliados. A lembrança é qualquer objeto, prática ou maneirismo, que um ou mais aliados usaram. Por pensamento-identidade, o aliado é sobrevivência; qualquer coisa que o aliado usava ou fazia é, portanto, sobrevivência. A valência do aliado é a valência que o aberrado usa com mais frequência. Enquanto o Clear pode mudar-se, conforme a sua vontade e conveniência, para valências imaginadas ou observadas por ele, podendo também sair delas e estabilizar na sua própria valência conforme a sua vontade, o aberrado anda a deslizar para dentro de valências sem o seu conhecimento ou consentimento e estará, muito provavelmente, em qualquer valência exceto na sua. A pessoa que parece ser uma pessoa diferente cada vez que alguém a encontra ou uma pessoa diferente para cada indivíduo que ela encontra, com valências especiais manifestando-se aqui e outras manifestando-se ali, anda a mudar para várias valências vencedoras. Se houver interferência nas suas mudanças, ela entra em valências secundárias. Se for forçada a entrar na sua própria valência, ficará doente. Compreende-se, obviamente, que todas as valências manifestam alguma coisa da própria pessoa. Mudar para valências de aliados é a prática fundamental do aberrado. Ele sentir-se-á mais à vontade quando a sua própria valência está adulterada, até certo grau, com uma valência aliada. Quando o aliado ou pseudo-aliado não está disponível, o aberrado relembra a valência do aliado por meio de lembranças. Estas lembranças são as coisas que o aliado possuía, praticava ou fazia. Muitas vezes, um aberrado associar-se-á inextricavelmente a um pseudo-aliado, como no casamento, e depois fará a espantosa descoberta de não estar emparceirado com a conduta de aliado ótima. (A mãe era um aliado, a mãe fazia pão. A esposa é a pseudomãe, apesar de nem ele nem ela o saberem; a esposa não faz pão. A mãe desaprovava o batom; a esposa usa batom. A mãe deixava-o fazer o que queria; a esposa tem uma atitude mandona. A esposa é a pseudomãe apenas porque tem tons de voz semelhantes.) Então, o aberrado tenta, reativamente e sem consciência disso, levar a esposa ou companheira a entrar na valência do aliado ao presumir que o momento do engrama de compaixão é o tempo presente - uma mudança mecânica causada somente pela restimulação do engrama de compaixão por causa dos tons de voz ou alguma coisa parecida - e trata de manifestar o fantasma da doença, ferimento ou operação do engrama, como uma doença psicossomática. A computação da mente reativa é simples - tal como o Simão Simplório - a pessoa obriga o aliado a existir através da manifestação do somático pelo qual o aliado mostrava compaixão. Isto também pode ser um esforço para colocar um companheiro, em quem a mente reativa pensa ter descoberto um amigo-inimigo ambivalente, na valência de compaixão. A esposa é cruel. A mãe foi cruel até ao ferimento, depois tornou-se amável. Se manifestar o ferimento como uma doença psicossomática crônica, a esposa será amável. Mas na realidade, a esposa não se torna mais amável, portanto, a computação torna-se mais forte, a doença torna-se mais forte e lá vamos nós na espiral descendente vertiginosa. A doença psicossomática também é uma negação de perigosidade, uma declaração de vulnerabilidade - uma pequena amostra de morte simulada, a paralisia do medo: "Não represento uma ameaça para ti. Estou doente!" O aberrado, ao tentar obter compaixão e negar que ele é perigoso, entra na valência que ele teve na altura em que ocorreu o engrama de compaixão. Claro que a sua própria valência é complicada pela etiqueta de idade e pelo somático do engrama, no qual ele era imaturo e não estava bem. A doença psicossomática também é uma lembrança, ou seja, esta é evocativa de um tempo em que ele recebeu amor e carinho, e em que isto lhe foi dito. É claro que ele precisa tanto disso quanto precisa de ser atingido por uma bomba atômica, mas esta é a "sobrevivência" excelente e sólida da mente reativa, e a mente reativa vai fazer com que ele sobreviva, mesmo que isso seja a sua morte. Tudo isto é mecânico e, na realidade, é meramente a restimulação de um engrama, mas pode ser mais bem compreendido como uma ordem inferior de computação. Na ausência de um aliado, e mesmo na presença do aliado, ele usa mímica reativa. A mímica consciente é um meio de aprendizagem maravilhoso. A mímica reativa adultera muito a personalidade. Reativamente, ele no passado teve um aliado e imita o aliado. Conscientemente, ele até poderá nem se lembrar do aliado ou dos seus hábitos. Lembre-se que o aliado é alguém que entrou no mundo interior da mente, quando o analisador estava desligado por doença, ferimento ou operação, e ofereceu compaixão ou proteção. O aliado é parte do engrama de compaixão. Se uma criança teve avós de quem gostava e teve a sorte de não ficar doente perto deles ou de os ouvir falar em termos compassivos quando estava doente ou ferida, os avós continuariam a ser muito amados. Em Dianética, um aliado é somente alguém que ofereceu compaixão ou proteção em um engrama. Não precisamos de ter engramas para sermos amados ou amar; muito pelo contrário, somos mais bem amados e amamos mais sem engramas. A lembrança, sob o ponto de vista de Dianética, só se aplica ao aliado e é um objeto, uma prática ou um maneirismo semelhante a um objeto, uma prática ou um maneirismo do aliado. O aliado fumava charutos reles, por isso, o aberrado poderá fumar charutos reles, independentemente do que estes fazem à sua garganta ou à sua esposa. O aliado usava chapêu-de-coco; a senhora aberrada adora trajes de montar, sem jamais ter montado um cavalo. O aliado fazia tricô; o aberrado especializa-se em usar roupas de malha, ou quando é uma senhora pelo menos finge tricotar e às vezes pergunta-se porque é que começou a fazê-lo, pois é péssima nisso. O aliado proferia blasfêmias; o aberrado usa a mesma blasfêmia. O aliado limpava o nariz na manga e metia os dedos no nariz; o aberrado limpa o nariz em um smoking e mexe nas narinas. A lembrança poderá ser uma coisa que relembra um aliado puro ou poderá ser uma coisa que relembra o lado amigável de um amigo-inimigo ambivalente. E poderá ser uma valência vencedora, que também era ambivalente em relação ao aberrado. A lembrança nunca é um restimulador associativo, no sentido de que faz lembrar algum antagonista, pois os restimuladores associativos são detestados. A lembrança mais crônica, o hábito mais constante, a prática ou maneirismo do preclear é uma seta que aponta diretamente ao aliado puro. E o aliado puro é aquele que a mente reativa defenderá até ao nível mais alto de uma torre de menagem sitiada. E esse é o alvo do auditor. Ele poderá ter de aliviar a maior parte do banco de engramas, antes de poder apagar o engrama que seja mais provável de aberrar o indivíduo, de impor-lhe práticas estranhas e de o tornar cronicamente doente. Observe o seu preclear e veja quais são as coisas que ele faz e diz que são estranhas à sua personalidade, coisas que ele faz mas de que parece não gostar muito. Veja o que ele usa e quais os seus maneirismos. No meio desta coleção você poderá, com perguntas discretas, evocar um aliado que ele tinha esquecido e, assim, alcançar rapidamente o engrama de compaixão que contêm o aliado; ou procurar obter uma descarga emocional, o engrama de emoção dolorosa da perda daquele aliado, a sua doença ou incidentes relativos a ele. Outra lembrança, bastante especial, é a que vem de um comando como: "Vou morrer se tu não ... " Por exemplo, pais que suspeitam da paternidade, enquanto espancam ou perturbam as mães, às vezes afirmam que matarão a criança, se esta não for exatamente como o pai. Este é um tipo de lembrança muito infeliz, para não dizer que costuma ser um engrama bastante mau; este pode chegar ao cúmulo de modificar a estrutura, fazer narizes compridos ou provocar a falta de cabelo; poderá compelir um aberrado para uma profissão que ele não admira e tudo isso é devido ao comando engrâmico de que ele tem de ser como o pai. Por esse tipo de comando ser usualmente dado antes do nascimento, este é muitas vezes dirigido, por ignorância, a uma menina, pois os pais normalmente não estão dotados de clarividência; em tal caso, este comando produzirá uma modificação estrutural notável numa mulher e formará alguns maneirismos invulgares, "ambições" (como o cão que leva pancada se não for buscar o pato) e alguns hábitos que são, no mínimo, espantosos. O pai, depois do nascimento, para concretizar a reativação de tal engrama, tem de ser bastante ambivalente, para que ocorra a computação amigo-inimigo. Não ser como o pai é morrer: para forçar o pai a ser quem ele era no seu engrama de compaixão, a mente reativa tem de manifestar a lembrança da doença. Lembrança e parecença são a resposta para tal computação. E lembre-se que todas as computações desse tipo não são simples, mas tornam-se ainda mais complexas com a adição de dúzias de outras computações engrâmicas. O amigo-inimigo é bastante fácil de encontrar como inimigo; não é muito difícil de encontrar como amigo. A técnica standard, com a sua Técnica de Repetição, o retorno, etc., acabaria por localizar, só por si, qualquer engrama e apagaria o banco de modo que este rearquivasse corretamente. O uso da lembrança facilita a audição. No caso do aliado puro, o campeão da verdade, a técnica standard também acaba por lá chegar. Mas como o uso da lembrança às vezes suaviza o caminho nesse caso! Pois a lembrança poderá ser tão alarmantemente estranha como um elefante na gaiola de um passarinho. É preciso ter um verdadeiro aliado, para manter alguns desses hábitos esquisitos. Avalie o preclear pelo seu ambiente, pela sua educação, pela sua sociedade e profissão. Veja o que parece não encaixar entre as coisas que ele usa, os objetos que ele adora e os maneirismos que os seus amigos consideram tão estranhos. Depois verifique se ele ou o cônjuge sabiam de alguém que fizesse essas coisas ou que gostasse dessas coisas. Não pressuponha de tudo isto, que o nosso Clear se descartou de todos os maneirismos estranhos. O autodeterminismo é a individualidade extrema; a personalidade é inerente e, revelada pelo Clareamento, esta eleva-se muito acima do aberrado. Os engramas comprimem um humano e tornam-no pequeno e medroso. Num estado Liberado, o seu poder entra em jogo. Para um humano, o engrama de compaixão é como uma muleta quando ele tem duas pernas fortes. Mas o preclear chora e soluça quando perde o velho Tio Gastão, cujo hábito de cuspir no chão, ao ser transplantado, surpreendeu tanto os amigos e companheiros de trabalho do nosso preclear. Porém, o desgosto é breve, dura apenas a meia hora que usualmente leva para percorrer o engrama de compaixão até ao apagamento. Subitamente, o preclear recorda o Tio Gastão, recorda um milhão de coisas que o Tio Gastão e ele costumavam fazer, pois o engrama tinha deixado o Tio Gastão ocluso entre aquelas coisas que estavam fora da vista do "Eu". Embora o engrama possa ter dito: "Está bem, pronto, vai ficar tudo bem, Guilherme. Vou tomar conta de ti. Não estrebuches tanto. Tu vais ficar bom. Pronto, pronto, pronto. Pobre coitadinho. Pobre coitadinho. Que erupção terrível que tu tens! Estás com muita febre. Pronto, pronto Guilherme. Enquanto eu estiver aqui, tu vais estar bem. Vou tomar conta do meu Guilherme. Agora dorme. Dorme e esquece isso." E o Guilherme estava "inconsciente" durante todo este tempo e nunca "soube" disto. Depois, ele arranjou um sócio que se parecia com o Tio Gastão (mas que por acaso era um idiota) e quando faliu ele desenvolveu, de algum modo, uma erupção cutânea, uma tosse crônica e tornou-se muito "febril" em relação aos assuntos dos seus negócios. Começou a cuspir no chão sem importar onde estivesse e a sua saúde piorou e ele piorou, mas se antes de entrar em terapia, lhe tivessem perguntado se ele teve alguns tios, ele teria sido muito vago. "Dá-me uma resposta relâmpago", diz o auditor. "Quem costumava cuspir no chão?" "O Tio Gastão", responde o preclear. "Meu Deus, isto é engraçado (limpa a garganta ruidosamente e cospe). Há anos que não pensava nele. Mas ele raramente estava por perto. (Não esteve mais do que dez anos seguidos, como o auditor pôde descobrir.) Acho que ele não é importante. Vamos falar da Sra. Açoitada, aquela professora que eu tive ... " "Agora, vamos voltar ao tempo em que o Tio Gastão te ajudou", diz o auditor. "A banda somática irá agora para trás ao tempo em que o teu Tio Gastão te ajudou." "Estou a sentir-me como se a minha pele estivesse a arder!" queixa-se o preclear. "Isto deve ser ... Eh, isto é a minha alergia! Mas não vejo ninguém. Não ... Espera, estou a apanhar uma impressão de alguém. Alguém ... Ora, é o Tio Gastão!" Ele percorre isso e a erupção cutânea dasaparece. Mas talvez o auditor tivesse de apanhar cem engramas antes de obter este. E então o preclear subitamente lembra-se dele e do Tio Gastão e da ocasião - mas prossiga com a terapia. Ser capaz de lembrar-se completamente parece ser um sinônimo de sanidade completa. Mas não suponha, só porque um Clear se livra dos seus Tios Gastões e do hábito que ele tinha de cuspir no chão, que ele agora já não se entregará a qualquer excentricidade. A diferença é esta: ele já não é compelido à excentricidade sem o seu consentimento. Meu Deus, o que uma mente Clareada pode inventar para que não fique entediada! ***** 10.20 O que fazer se um caso deixa de progredir ***** Mesmo nos casos mais fáceis haverá ocasiões em que o progresso parece deter-se. Aqui está uma lista de possíveis razões: 1. O preclear não se está a mover na linha do tempo, apesar das aparências, mas está sujeito a um dos cinco tipos de comando que podem inibir a sua movimentação ou informação livres. O mais comum desses comandos é o segurador e o preclear poderá encontrar-se em um engrama e numa valência estranha. 2. Há um desligamento emocional ou de dor. Estes podem ser sempre detectados, mesmo no começo de um caso. Os músculos do paciente irão tremer ou estremecer quando ele está em um engrama, mas ele não sentirá o somático: isto é inevitavelmente um desligamento de dor. Fora da terapia, o paciente poderá estar muito tenso, os músculos do pescoço, particularmente, poderão estar rijos: isso é muitas vezes um desligamento emocional. Qualquer uma destas condições pode ser observada em muitos aberrados, antes do começo da terapia. Se estas aparecerem enquanto a terapia está a decorrer, procure desligamentos de dor ou de emoção. 3. Há um exagerador de emoção e um desligamento de dor, de forma que o paciente chora por tudo e por nada, mas remexe-se e contorce-se quando lhe pedem para se aproximar da dor. Ele está a sentir emoção, sem sentir a dor. 4. Há uma carga emocional nalguma área, que não foi descarregada, mas que está pronta para descarregar. Ou, inversamente, se tem tentado conseguir uma descarga emocional em um engrama de emoção dolorosa recente e não tem tido sucesso, há um desligamento de sensação na área pré-natal. 5. O Código do Auditor foi quebrado. Mude de auditor ou reduza os momentos em que o código foi quebrado. 6. O paciente tem um transtorno emocional na sua vida, na altura da terapia. Questione-o muito atentamente e, se possível, remova a carga do transtorno emocional como um engrama. 7. O auditor não entendeu um ponto importante neste livro. Estude-o. ***** 10.21 Quando um caso "recusa-se" a ficar bom ***** Já há muito tempo que é uma idéia popular, mesmo que errônea, que as pessoas têm o desejo de reter as suas neuroses. Em qualquer caso que "resista" à terapia, de certeza que são os engramas que estão a resistir, não o paciente; portanto, não ataque o paciente, mas sim os engramas. Há muitas computações que dão a aparência de resistência. A mais comum delas é a computação de aliado, que provém de engramas contendo aliados que parecem suplicar ao paciente para que não se livre de nada. Uma situação comum é aquela em que algum parente ou amiga da mãe está a aconselhá-la contra o aborto do bebê. O aliado está a suplicar: "Não te livres dele!" O preclear sabe que essa pessoa é um amigo de primeira ordem. O preclear poderá interpretar isso como significando que ele não se deve livrar dos seus engramas. Outra computação é a estupidez de computação, no qual o preclear começa a acreditar que ficará estúpido ou sem cabeça, se desistir dos engramas. Isto provém, por exemplo, de a mãe dizer que perderá a cabeça, se perder a criança: ela refere-se ao bebê como "ele". Poderá aparecer uma cadeia inteira desses incidentes em um caso, dando ao preclear a idéia de que se ele se separar de algum engrama, ele perderá a cabeça. Esta é a razão primária pela qual as escolas do passado acreditaram que a mente se compunha de neuroses, em vez de uma personalidade inerente. Os engramas, embora desconhecidos, pareciam ser muito valiosos, mas não são - nenhum deles. Uma outra computação é relativa ao secretismo. Parece ao preclear que a sua vida depende de manter algum segredo. Isto é comum em um caso em que a mãe tinha um amante. Tanto a mãe como o amante impõem secretismo. O preclear, obedecendo a comandos engrâmicos, acredita ter muito a perder se contar este segredo, embora aqueles que o impuseram nem estivessem cientes da presença dele ou, caso estivessem, não sabiam que ele estava a "ouvir". Uma computação de secretismo provém do medo que a mãe tem de dizer ao pai que ela está grávida; se a mãe é um aliado da criança, então a criança será extremamente ciosa deste tipo de engrama. Todos os casos têm uma ou mais computações que inibem a entrega de engramas. Alguns têm todas as computações acima indicadas e ainda mais. Isto não preocupa muito o auditor, pois através da Técnica de Repetição, ele pode abrir o banco de engramas. ***** 10.22 Drogas [como as psiquiátricas] ***** Os chamados hipnóticos não têm grande aplicação em Dianética exceto, ocasionalmente, quando o paciente é psicótico e se emprega a narcossíntese. Quando falamos de hipnóticos, referimo-nos a preparados como fenobarbital, hioscina, ópio e por aí fora. Estas drogas produtoras de sono são indesejáveis, exceto apenas como sedativos e se forem administradas como sedativos por um médico. Qualquer paciente que precise de um sedativo já tem um médico cujo ofício é tratar disso. O auditor não deve, então, ocupar-se de hipnóticos ou de qualquer coisa que produza sono. Alguns preclears irão implorar drogas para dormir para "facilitar a terapia", mas qualquer uma dessas drogas é um anestésico e desliga os somáticos, inibindo a terapia. Além disso, ninguém, a não ser o insano, deve ser trabalhado em transe amnésico, particularmente em transe de drogas, pois a tarefa é mais longa do que o necessário e os resultados lentos, como se explica noutra parte deste livro. Dianética desperta as pessoas; não tenta drogá-las nem hipnotizá-las. É por esta razão que a droga hipnótica não tem valor para o auditor. Não se deve fazer a vontade aos pacientes que desejem levar uma pancada na cabeça com um pedaço de tubo galvanizado ou que desejem ser postos em um transe profundo de algum outro modo, mesmo quando eles, por graça, vos apresentem o seu próprio pedaço de tubo. O truque é pôr o "Eu" em contato com o arquivista. Todos os hipnóticos atuam para desligar o "Eu". Embora o arquivista possa ser alcançado e o sônico e visio estejam disponíveis, e mesmo quando, com muito trabalho, se possa efetuar o Clareamento desse modo, até o caso mais "desesperado" é mais bem trabalhado através do contato com o "Eu"; o trabalho é mais rápido, mais satisfatório e menos penoso. Quando se descobre a ciência da mente, encontra-se inevitavelmente muitas outras coisas que não cabem propriamente no seu âmbito. Entre estas está a confusão que, por ignorância, tem existido sobre hipnóticos. Essas coisas rotuladas de "hipnóticos", como as acima nomeadas, não são de modo nenhum hipnóticos, mas sim anestésicos. E as coisas rotuladas de anestésicos não são anestésicos, mas sim hipnóticos. Isto tornar-se-á extremamente claro para o auditor, quando ele der por si a ficar enleado com o seu primeiro engrama "anestésico" de óxido nitroso nalgum preclear. Talvez tenha havido outro engrama em que foi ministrada morfina durante dias ou mesmo semanas, deixando o paciente em um torpor que, pela definição de "hipnótico", deve ter sido um transe: o material aberrativo estará presente, mas verificar-se-á ser leve em comparação com o engrama de clorofórmio ou de óxido nitroso. Éter, clorofórmio e óxido nitroso os "anestésicos" - põem o paciente em um transe hipnótico profundo: o banco reativo está completamente aberto e toda a recepção é nítida, clara e extremamente aberrativa. Dos três, o óxido nitroso é de longe o pior, não sendo de modo nenhum um anestésico que embotaria a dor, mas sim um hipnótico de primeira classe. Com o óxido nitroso, a dor é arquivada e o conteúdo arquivado com uma fidelidade alta e brilhante. Há alguns anos, um investigador interrogou-se sobre se o óxido nitroso causaria a deterioração do cérebro. Felizmente, os cérebros não se deterioram assim tão facilmente; mas o óxido nitroso produz, de fato, engramas particularmente severos. Os engramas recentes mais sérios que o auditor encontrará poderão incluir, no topo da lista, um engrama de óxido nitroso dentário, cirúrgico ou obstétrico. Engramas de óxido nitroso são particularmente maus quando envolvem a extração de dentes; com frequência, estes formam os engramas mais severos na vida recente. À parte do fato de que, no passado, todos os dentistas têm falado de mais e têm tido consultórios demasiado barulhentos, com sons da rua, água a correr e correias de broca a bater, o óxido nitroso não é de modo nenhum um anestésico e aguça a dor, em vez de a diminuir. Pelo contrário, o óxido nitroso constitui um excelente hipnótico para a terapia institucional. Este está longe de ser o melhor que se pode obter dos químicos, isso é de certeza, pois algum químico brilhante será certamente capaz de produzir um bom gás hipnótico, agora que Dianética é conhecida e que se compreende que este é necessário nos manicômios. Existem, contudo, algumas drogas que auxiliam a rêverie. A mais comum e mais fácil de conseguir é o café simples e forte. Uma chávena ou duas, ocasionalmente, despertam o analisador o suficiente para que possa penetrar nas camadas mais profundas de "inconsciência". A Benzedrina e outros estimulantes comerciais têm sido usados com algum sucesso, particularmente em pacientes psicóticos. Estes despertam a mente o suficiente para permitir-lhe superar os comandos engrâmicos. Estes estimulantes comerciais têm a desvantagem de gastar uma quantidade "Q" na mente. Esta quantidade Q não tem sido muito estudada. É como se o cérebro queimasse uma certa quantidade de Q quando está a esgotar engramas. Por exemplo, a terapia todos os dias poderá trazer resultados mais rapidamente, mas também trará algumas sessões insípidas. A terapia de dois em dois ou de três em três dias produz, conforme observado, os melhores resultados. (A terapia uma vez por semana permite que os engramas decaiam e atrasa um caso, sendo uma semana tempo de mais.) A Benzedrina queima o Q. Após algumas sessões com Benzedrina, a provisão atual de Q esgota-se e tem-se observado que o trabalho se deteriora até que seja ministrada uma dosagem mais elevada - e há um limite restrito para isso - ou até que seja fabricado mais Q. Aqui, com tudo isto, é preciso incluir um fato importante e vital. Este devia estar numa página separada e sublinhado. Todos os pacientes que estão em terapia devem receber uma dose de vitamina B1, oralmente ou por injecção, em um mínimo de 10 mg por dia. Reduzir engramas gasta o Q, que parece depender até certo ponto da vitamina B1. Pode ter a certeza absoluta de que um paciente, que não esteja a tomar vitamina B1, terá pesadelos. Se tomar doses amplas desta, ele não terá quaisquer pesadelos. As ocorrências de delirium tremens provavelmente são causadas por um desgaste semelhante de quantidade Q. A melhor maneira de tratar o delirium tremens é com vitamina B1 e Dianética. Observou-se que uma coisa parecida com delirium tremens se desenvolvia, numa escala muito pequena, nalguns pacientes que descuravam a sua vitamina B1. Quando a tomam, eles são bem-sucedidos na terapia. O álcool raramente é um auxílio para o auditor. De fato, o álcool raramente serve de auxílio a quem quer que seja. Uma substância depressiva que é classificável, na melhor das hipóteses, como um veneno, o álcool tem como única virtude o fato de ser altamente tributável. Todos os alcoólicos são alcoólicos devido aos seus engramas. Todos os alcoólicos, a menos que tenham danificado os seus cérebros - este caso apenas é citado aqui por ser possível, não porque a pesquisa de Dianética tenha demonstrado qualquer evidência real - podem ser Liberados. O alcoolismo é engrâmico. Este tornou-se, de maneira muito compreensível, uma classe de aberração contagiosa, pela qual a mente reativa confunde o álcool com "ser bom companheiro", "divertir-se" ou "esquecer as mágoas". Algumas dessas coisas também podem ser conseguidas com estricnina e cianeto. O álcool tem as suas aplicações: pode-se pôr espécies de rãs e coisas dessas dentro deste, pode-se usá-lo para limpar os germes das agulhas, este arde bem nos foguetes. Mas não passaria pela cabeça de ninguém preservar o próprio estômago em um frasco de vidro e, a menos que seja insano, ninguém pensaria que ele era uma agulha. Embora alguns bêbados pensem que agem como foguetes, observou-se que poucos atingiram uma altitude maior do que o chão. Além de ser um estimulante-depressivo medíocre, também é um hipnótico, no sentido mais exato: aquilo que é feito a um bêbado, torna-se um engrama.{25} O alcoólico crônico está física e mentalmente doente. Dianética pode Aclará-lo ou mesmo simplesmente Liberá-lo sem demasiado trabalho, pois aparentemente o efeito do vício do álcool não é fisiológico. Com uma gama tão vasta de produtos químicos à disposição, a partir da qual pode escolher estimulantes e depressivos, a razão por que o governo prefere legalizar um composto dos mais aberrativos e dos menos estimulantes é um problema para os melhores matemáticos, possivelmente para aqueles que lidam exclusivamente com questões de impostos sobre o rendimento. O ópio é menos nocivo, a marijuana não é apenas menos prejudicial ao corpo, como também é melhor para manter um neurótico a produzir, o fenobarbital não embota tanto os sentidos e produz menos consequências, o cloreto de amônia e muitos outros estimulantes produzem mais resultados e são um pouco menos severos para a anatomia. Mas não, os engramas, que têm vindo a contagiar-se desagradavelmente desde a primeira fermentação rudimentar que embebedou um dos nossos antepassados, decretam que o álcool é a única coisa que se deve beber quando se quer "esquecer tudo" e "divertir-se". Na verdade, não há nenhum mal no álcool, exceto que depende principalmente de engramas e de outra publicidade para o seu efeito e, fora disso, é notavelmente inferior em termos de atuação: o fato de produzir engramas tão aberrativos é, provavelmente, a principal razão da sua fama e infâmia. Tornar uma droga imoral e outra tributável é um exemplo do engrama de álcool na sociedade. Contudo, embora o álcool seja imensamente legal, é duvidoso que o auditor encontre qualquer uso para este na terapia. E por falar em drogas, aquela nota de três mil ciclos que uma pessoa sente nos ouvidos provém de um engrama de óxido nitroso ou das quantidades de quinina que a mãe tomou, antes de a pessoa nascer, na esperança de não vir a ser mãe, enquanto dizia ao mesmo tempo: "Isto faz os meus ouvidos zumbirem tanto e isto simplesmente continua a zumbir e a zumbir e a zumbir e nunca mais pára!" ***** 10.23 Autocontrole ***** Desde o começo da pesquisa de Dianética, há doze anos, a maior parte dos pacientes tem tido alguma crença de que podia trabalhar o seu caso sob "autocontrole". Não compreendendo que um auditor só está interessado no que foi feito ao paciente, não no que foi feito pelo paciente, algum acanhamento ou culpa imaginada muitas vezes suscita esta esperança vã de poder realizar a terapia sozinho. Isso não pode ser feito. Esta afirmação é categórica e é um fato científico. O auditor é necessário por um grande número de razões. Ele não está ali para controlar ou dar ordens ao preclear, mas para escutar, para proporcionar insistência, para computar a dificuldade que o preclear está a ter e remediá- la. O trabalho é feito com base nestas equações: As dinâmicas do preclear são menores do que a força no seu banco reativo. As dinâmicas do preclear mais as dinâmicas do auditor são maiores do que a força no banco reativo do preclear. A mente analítica do preclear é desligada sempre que ele alcança um engrama e, depois, ele é incapaz de prosseguir e de recontá-lo as vezes suficientes para o descarregar, sem a assistência do auditor. A mente analítica do preclear mais a mente analítica do auditor podem descobrir engramas e recontá-los. Há outra equação, que não foi mencionada em nenhuma outra parte, mas que é pertinente ao Código do Auditor, que demonstra matematicamente a necessidade desse código: A força do banco de engramas do preclear mais a força da mente analítica do auditor são maiores do que a mente analítica e as dinâmicas do preclear. Isto explica a necessidade de nunca atacar o preclear pessoalmente. Explica também o comportamento do aberrado, usualmente sob ataque na vida e a razão por que ele fica irado e apático, pois esta equação esmaga o seu analisador. Estas equações demonstram leis naturais verdadeiras. No autocontrole, o preclear tenta atacar uma coisa que nunca foi superada pelo seu analisador, embora o seu analisador nunca tenha tentado, interiormente, fazer outra coisa que não fosse atacar esse banco enquanto o analisador pudesse operar. O fato de que o analisador do preclear se desliga, sempre que ele entra numa área de "inconsciência", foi a razão pela qual os engramas puderam apoderar-se dele e usá-lo como um fantoche quando eram restimulados - estes engramas simplesmente desligavam o analisador. Muitos esforços têm sido feitos por muitos pacientes para pôr Dianética em um nível de autocontrole. Todos falharam e, até à data, acredita-se que isto é total e completamente impossível. O preclear em rêverie autocontrolada poderá ser capaz de alcançar alguns locks: pode certamente alcançar experiências agradáveis e conseguir recordar dados por retorno, mas não consegue atacar os seus próprios engramas sem uma combinação standard de auditor-preclear. À parte da rêverie de Dianética, alguns preclears têm sido suficientemente tolos para tentar a auto-hipnose e, assim, alcançar os seus engramas. O hipnotismo, sob qualquer forma, não se justifica em Dianética. A auto-hipnose usada em Dianética está provavelmente tão perto de masoquismo infrutífero quanto se pode chegar. Se um paciente se põe em auto-hipnose e faz regressão de si mesmo, em um esforço para alcançar a doença, o nascimento ou pré-natais, a única coisa que ele conseguirá é ficar doente. Claro que as pessoas irão tentá- lo. Uma vez que tenha começado a fazer campanha a favor da idéia do autocontrole, não há ninguém que fique convencido enquanto não tiver tentado. Mas assegure-se de que tem um amigo e este livro à mão, para que ele possa auditar-lhe as dores de cabeça e as outras coisas que se ligam subitamente. A rêverie de Dianética, que significa que há um auditor presente, não é perigosa nem severa. O autocontrole é, com frequência, muito desconfortável e infrutífero. Não deve ser tentado. Só o Clear pode autocontrolar toda a sua linha do tempo até à concepção e ele faz isso quando quer dados específicos de alguma época da sua vida. Mas ele é Clear. ***** 10.24 Alterações mentais orgânicas ***** Há diversas coisas que podem acontecer ao sistema nervoso, incluindo o cérebro, que podem causar mudanças estruturais. Em Dianética, estas chamam-se alterações mentais orgânicas. Não são chamadas "neuroses orgânicas" ou "psicoses orgânicas", porque a alteração de estrutura não produz, necessariamente, aberrações. Houve uma confusão no passado, entre o comportamento causado por diferenças orgânicas e o comportamento causado por engramas. Esta confusão surgiu porque o banco de engramas e a mente reativa não eram conhecidos. Qualquer ser humano com uma alteração mental orgânica também tem engramas. O comportamento ditado pelos engramas e a ação causada pela alteração são coisas diferentes. Os engramas são portadores de dramatizações, delusões, birras e várias ineficiências. As alterações estabelecem incapacidades de pensar, percepcionar, gravar ou recordar. Por exemplo, poderão ser incluídos novos filtros e circuitos, no aparelho de rádio, que mudam e alteram o seu desempenho e que o reduzem em relação ao ótimo; estes seriam os engramas. As válvulas ou circuitos originais do aparelho de rádio poderão ser removidos ou alguns dos fios poderão ser cruzados; isto seria alteração mental orgânica. As fontes de alteração mental orgânica são as seguintes: 1. Variação do plano genético estrutural, devido a um padrão genético modificado. Algumas partes do corpo cresceriam de mais ou de menos, para estabelecer alguma alteração de estrutura. Esta usualmente é uma alteração tão grande que se torna óbvia. Os débeis mentais, etc., poderão sofrer de engramas ou de um plano genético alterado, mas normalmente sofrem de ambas as coisas. 2. A alteração do sistema nervoso por doença ou excrescências, que se dividem em duas classes: a. Destruição por doença, como na paresia. b. Construção adicional, como no caso de tumores. 3. Alteração do sistema nervoso por drogas ou venenos. 4. Alteração por disfunção física, como no caso de um "acidente vascular cerebral", em que certos tecidos são inibidos ou destruídos. 5. Mudança física na estrutura devida a ferimento, como no caso de um ferimento na cabeça. 6. Alteração de estrutura por cirurgia, como uma necessidade para remediar um ferimento ou doença. 7. Alterações iatrogênicas (causadas pelos médicos) efetuadas devido a uma incompreensão da função cerebral. Estas podem ser divididas em duas classes: a. Cirúrgica, incluindo coisas como a leucotomia transorbital, a lobotomia pré-frontal, a topectomia e assim por diante. b. Todos os tipos de "terapias" de choque, incluindo o eletrochoque, o choque de insulina, etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc. As seis primeiras fontes de alteração mental orgânica são muito menos comuns do que se tem suposto. O corpo é um mecanismo extremamente robusto e os seus meios de reparação são enormes. Se for possível levar um individuo a falar ou a seguir ordens minimamente, é concebível que as técnicas de Dianética possam ser aplicadas para reduzir os engramas no banco de engramas, ocasionando uma melhoria considerável na condição e capacidade mental do indivíduo. Quando essas várias fontes são tão severas que inibem qualquer uso da terapia, e quando for certo que não é possível nenhum recurso à terapia e que é totalmente impossível alcançar o banco de engramas através da técnica standard, hipnotismo ou drogas{26}, pode-se considerar que tais casos estão para além da ajuda de Dianética. A categoria 7 apresenta outro problema. Temos aqui a experimentação seletiva em ação e seria completamente impossível conceber, sem meses de estudo dos sujeitos experimentais, quantas qualidades e variedades de operação foram realizadas e quantos choques estranhos e bizarros foram usados. Todas as alterações iatrogênicas do sistema nervoso podem ser consideradas sob o título de "capacidade reduzida" ou, por outras palavras, a incapacidade. Em cada caso, algo foi feito para reduzir a capacidade do indivíduo para percepcionar, gravar, recordar ou pensar. Qualquer uma destas coisas complica um caso para Dianética, mas não impede, necessariamente, Dianética de funcionar. Nos casos de choque, tais como eletrochoque, o tecido poderá ter sido destruído e os bancos de memória poderão ter sido baralhados de algum modo, a linha do tempo poderá estar alterada e poderão existir outras condições. Em todas essas alterações iatrogênicas, os resultados de Dianética devem ser considerados equívocos. Mas em todos esses casos, particularmente nos de eletrochoque, dianética deve ser usada de todas as maneiras possíveis em um esforço para melhorar o paciente. Todos os choques e operações devem ser tomados pelo que são: engramas. Nenhuma pessoa que possa desempenhar tarefas de rotina ou cuja atenção possa ser atraída e fixada deve sentir desespero ou ser considerada um caso perdido. Qualquer pessoa que tenha sido sujeita a tal tratamento poderá não ser capaz de alcançar a eficiência mental ótima, mas poderá ser capaz de chegar a um nível de racionalidade até mesmo acima do normal corrente. A coisa a fazer é tentar. Apesar do que aconteceu ou do que foi feito, poderá haver, na grande maioria dos casos, uma possibilidade de excelente recuperação.{27} ***** 10.25 Perturbação orgânica ***** Uma classe padrão de engramas pré-natais tem como conteúdo a preocupação dos pais de que a criança venha a ser uma débil mental, se não for abortada agora e a sério. Isto acrescenta uma sobrecarga emocional a estes engramas e, igualmente importante, acrescenta ao paciente, agora adulto, uma condição aberrativa de que ele "não está bem", "está tudo errado", "débil mental" e por aí fora. A dificuldade de abortar a criança é quase sempre subestimada: os meios usados são muitas vezes originais ou bizarros; a grande preocupação porque a criança não saiu do útero após a tentativa de aborto; e a ansiedade de que ela agora esteja irreparavelmente danificada - tudo isto se combina para formar engramas severamente aberrativos e, devido ao seu conteúdo, engramas que são difíceis de alcançar. A qualidade aberrativa do comentário do tipo "débil mental" é, com certeza, elevada. A preocupação de que a criança nasça cega, surda ou de outro modo incapacitada é comum. A classe anterior de comentários engrâmicos pode produzir uma debilidade mental real; a preocupação posterior sobre a cegueira e por aí fora pode ocasionar, na melhor das hipóteses, recordação visio e sônica diminuída. O desligamento das recordações também é ocasionado por uma crença engrâmica da sociedade em geral de que o nascituro é cego, não tem sensações e não está vivo. Esta crença é introduzida nos engramas AA (tentativa de aborto) pelos comentários que as pessoas fazem para se justificar, enquanto tentam um aborto: "Bem, ele de qualquer forma não pode ver, sentir ou ouvir." Ou: "Ele não sabe o que está a acontecer. É cego, surdo e mudo. Ele é uma espécie de excrescência. Não é humano." A maior parte do desligamento de recordação sônica e visio tem como a sua fonte os comentários feitos nessas ocasiões ou a emoção dolorosa e outros dados engrâmicos. Centenas de horas de terapia poderão passar, antes que estas recordações se liguem. A maior parte de todos os desligamentos ligar-se-á no decurso da terapia. Há milhares de comentários engrâmicos e situações emocionais que negarão ao preclear a sua recordação e, normalmente, pode-se esperar que essa recordação se restaure. Um paciente de dinâmica muito baixa (pois as pessoas têm diferentes forças nativas da dinâmica) poderá ter um desligamento de recordações com bastante facilidade. Um paciente de dinâmica alta teria de apanhar com muito mais aberração para que as suas recordações se desligassem. Estas recordações podem ser ligadas simplesmente percorrendo até apagar os engramas fisicamente dolorosos ou de emoção dolorosa. Não se deve deixar de notar, contudo, que as tentativas de aborto podem de fato, embora raramente, perturbar o cérebro e os mecanismos nervosos para além da capacidade de reparação fetal. O resultado disto é uma incapacidade fisiológica real. As crianças e adultos, atualmente classificados como débeis mentais, podem então ser separados em dois grupos: a classe fisiológica real e a classe aberrada. Além disso, os desligamentos de recordação também devem ser divididos em duas classes, sem olhar à dinâmica e à inteligência do indivíduo: os ocasionados por dano cerebral, recebido durante uma tentativa de aborto e os que são unicamente aberrativos e que derivam de emoção e comandos engrâmicos. A capacidade que o feto tem de reparar danos é fenomenal. O dano cerebral normalmente pode ser reparado na perfeição, independentemente do número de substâncias estranhas que foram introduzidas no cérebro. Só porque o cérebro foi tocado numa tentativa de aborto, não é razão para supor que o desligamento de recordação tenha sido causado por isso, pois esta é a mais rara das duas causas. Entende-se que isto esteja a ser lido por muitas pessoas que têm desligamentos de recordação e compreende-se que isto poderá causar um transtorno considerável. Mas lembre-se disto: a recordação sônica e visio não são vitais para um Liberado quase completo. Este comentário sobre o dano orgânico não significa que não se pode efetuar uma Liberação, deixando a pessoa mais competente e feliz, pois isto pode sempre ser feito independentemente das recordações. E lembre-se disto: as recordações acabarão quase sempre por se ligar, mesmo que isso leve quinhentas horas ou mais. Faz-se referência a esta condição apenas porque será encontrada em alguns casos. Os "testes" e "experiências" com vivissecção do cérebro humano feitos em instituições, infelizmente, não são válidos. Apesar de toda a dor, dificuldade e destruição que essas "experiências" causam, elas foram feitas sem um conhecimento apropriado da aberração e perturbação mental. Nenhum desses dados tem qualquer valor, para além de mostrar que o cérebro pode ser cortado de várias maneiras, sem matar o humano completamente. Porque os pacientes usados respondiam tanto à perturbação engrâmica como à perturbação física causada pelo psiquiatra, e não há nenhuma maneira de as diferençar após a operação exceto por meio de Dianética. As conclusões tiradas destes dados são, portanto, conclusões inválidas, pois a resposta do paciente após a operação poderá ter várias fontes: engrâmica, do engrama da operação propriamente dita; danos de tentativas de aborto no princípio da vida; incapacidade cerebral por causa da operação e assim por diante. Por isso, não conclua que a deterioração do raciocínio conceptual, por exemplo, só acontece quando é removida uma parte do cérebro, que só há desligamento de recordação quando é feita a vivissecção do cérebro e por aí fora. De um ponto de vista científico, nenhum desses "achados" foi conclusivo de coisa alguma, exceto de que se pode danificar o cérebro, em um período tardio da vida, sem matar um humano completamente e que a cirurgia de qualquer tipo provoca, frequentemente, uma mudança mental no paciente. É verdade que isto poderá ter descoberto que esta ou aquela porção do painel de controle chamado cérebro, quando removida, removia também alguma capacidade para atuar. ***** 10.26 Primeiros socorros de dianética ***** Será de interesse, particularmente para aqueles que estão ligados ao trabalho hospitalar em urgências, que a cura e a recuperação de qualquer paciente podem ser enormemente beneficiadas e a duração da enfermidade encurtada, pela remoção do engrama ocasionado no momento do ferimento. Às vezes, o acidentado morre de choque ao fim de poucos dias ou não recupera e não se cura rapidamente. Em qualquer ferimento físico - uma queimadura, um corte, um arranhão de qualquer espécie - há um trauma que permanece muito tempo na área danificada. O momento do ferimento criou um engrama. Esse engrama inibe a liberação do trauma. O fato de a parte afetada continuar a doer é um restimulador orgânico que deprime a capacidade de recuperação do paciente. Usando a rêverie, ou meramente trabalhando com o paciente de olhos fechados, e trabalhando com ele o mais cedo possível após o ferimento, o médico, a enfermeira ou o parente podem retornar a pessoa ferida ao momento em que o ferimento foi recebido e, normalmente, recuperar e esgotar o incidente como um engrama comum. Uma vez reduzido o engrama do ferimento, o tom mental geral do paciente melhora. Além disso, a área ferida já não está inibida de se curar. Algum trabalho experimental sobre isto demonstrou que algumas queimaduras saravam e desapareciam em poucas horas, quando se removia o engrama que acompanhava a sua recepção. Em ferimentos mais sérios, os testes mostraram uma aceleração definida e inequívoca da rapidez de cura. Em operações, nos casos em que se usaram anestésicos, Dianética é útil de dois modos: 1. Como medida preventiva. 2. Como medida de recuperação. No primeiro, não deve haver conversa de espécie nenhuma à volta de ou com o paciente "inconsciente" ou semiconsciente. No segundo, o trauma da operação propriamente dita deve ser recuperado e aliviado imediatamente a seguir. ***** 10.27 Um problema na terapia mútua ***** O R e a sua esposa C Clarearam-se um ao outro em oito meses, com Dianética, trabalhando quatro horas por noite, quatro noites por semana, cada um auditando o outro durante duas das quatro horas. Este arranjo mútuo foi complicado pelo fato de que, enquanto R desejava ardentemente ser Clareado, a esposa estava muito apática quanto ao trabalho: só após muita persuasão é que ele conseguiu pôr os casos a avançar. Ele era um caso de dinâmica alta, com muita emoção enquistada; ela era um caso de apatia, que ignorava totalmente as suas dificuldades (mecanismo da pantera negra). Ele era atormentado por uma úlcera crônica e ansiedades a respeito do seu emprego; ela era atormentada por uma condição alérgica geral e um desmazelo crônico nos afazeres domésticos. Não eram mutuamente restimulativos em alto grau, mas tinham problemas de consentimento tácito, evitando os assuntos que mais os tinham perturbado quando juntos, como um aborto espontâneo que ela teve e a perda do seu lar por incêndio muitos anos antes, assim como outros choques. Além disso, eles enfrentavam, por um lado, a intensidade de R e a sua introversão, que o fazia descurar a terapia dela; e por outro lado a apatia de C que facilitava o esforço de R para ter mais tempo do que ela como preclear e que diminuía o interesse dela em ser uma boa auditora. Houve mais complicação porque C não compreendia o Código do Auditor ou o seu uso e, em diversas ocasiões, ficou zangada e impaciente com R quando ele estava em sessão e retornado, uma atitude que tendia a forçar R a entrar numa valência de ira. Ao longo deste curso incerto, a terapia foi continuando. R foi então informado acerca de consentimento tácito e foi-lhe dito que seria melhor liberar alguma da sua emoção dolorosa mútua. Depois disso, ele abordou o engrama da casa a arder e, subitamente, verificou ser capaz de auditar alguns antigos engramas de compaixão da esposa, os quais não tinham estado disponíveis até então. Descobriu-se que as alergias dela provinham de uma computação de compaixão relativamente ao pai e que R era o pseudopai. Isto resultou em um melhoramento acentuado no caso de C. Ela começou a sofrer menos das alergias e uma dor cardíaca crônica, que teve durante tanto tempo que ela já nem lhe dava importância, também desapareceu. Ela passou a interessar-se por ser uma boa auditora e estudou o assunto. Ela ficou um pouco irritada com R, quando ele exigiu mais do que a sua porção do tempo de terapia. (Este aumento de interesse acontece sempre em qualquer caso de apatia que tenha começado com a negligência dos engramas.) R, contudo, era muito inibido pelos períodos de ira dela e verificou que ele agora estava a trabalhar quase exclusivamente sob autocontrole, uma condição em que ele decidia o que devia ser percorrido e o que não devia ser percorrido nele próprio. Este autocontrole é, evidentemente, inútil, visto que se ele conhecesse as suas aberrações e os dados contidos nos seus engramas, estes não seriam engramas. Consequentemente, ele entrou em um período de recusar-se a manifestar qualquer emoção, visto que ela troçara dele a esse respeito, ele não seguia as instruções dela e, em suma, estava a obedecer aos engramas que ela lhe tinha dado quando se zangou com ele em sessões anteriores. C foi aconselhada a apanhar os momentos de ira manifestados por ela como auditora durante a terapia e quando estes foram reduzidos, verificou-se que R voltou a trabalhar bem e a cooperar. A sua úlcera provinha de uma tentativa de aborto. O pai dele, um indivíduo extremamente aberrado, tinha tentado o aborto do bebê, quando este tinha sete meses de útero. A mãe protestava que o bebê poderia nascer vivo. O pai disse que se este estivesse vivo ao nascer, ele matá-lo-ia assim que saísse. Ele também disse que a mãe tinha de ficar parada, enquanto ele operava. Noutra ocasião, o pai dissera que trancaria a mãe em um armário, até que ela decidisse abortar a criança. (Este caso foi muito complicado, porque a mãe tinha tido medo de dizer ao pai e tinha fingido que não estava grávida durante três meses, fazendo crer ao marido que estava só grávida de quatro meses, quando estava de sete. Havia, portanto, muito secretismo no caso, muita confusão e dados contraditórios.) Isto significava que R tinha um segurador severo na área pré- natal: ele estava seguro pelo engrama que incluía uma perfuração do seu estômago. Este era o engrama chave, o que significa que outros engramas, pelo mecanismo de somático e conteúdo semelhantes, se tinham juntado à volta deste para suprimi-lo. Este era o emaranhado de incidentes que C estava a enfrentar sem o saber: este tinha ficado mais emaranhado pela ira dela. R agora cooperava, mas a sua linha do tempo tinha-se enrolado numa bola à volta do engrama segurador, a chave. Dois incidentes relativos à extração dos dentes do siso com anestesia de óxido nitroso, também estavam a suprimir os pré-natais. C trabalhou durante algum tempo, tentando obter os engramas de extração recentes, os quais continham uma enorme quantidade de conversa entre o dentista, os seus assistentes e a mãe de R que, infelizmente para a sanidade dele, o tinha acompanhado ao consultório do dentista. R ficou intensamente desconfortável devido à restimulação contínua de engramas que ainda não podiam ser alcançados. Não estava mais desconfortável do que tinha estado muitas vezes no passado e o seu desconforto teria estado ausente se C tivesse compreendido e seguido o Código do Auditor. O caso não progrediu durante várias semanas. A terapia de C estava a progredir. Era intensamente restimulativo para R trabalhar o caso de C e isto aumentava o seu desconforto; contudo, quanto mais trabalhava no caso dela, melhor ela auditava e mais inteligente ficava (o seu QI subiu cerca de cinquenta pontos, após cinco semanas de terapia). C quis saber como poderia resolver os impasses no caso de R e foi informada de que ela agora estava a praticar consentimento tácito; porque muito antes do começo da terapia, ela tinha muitas vezes mostrado, desnecessariamente, falta de consideração pelo R, e ela agora compreendera o que lhe tinha feito e no entanto não conseguia encarar o fato de ser parte responsável por uma porção tão grande da sua infelicidade. Ela tinha usado muitas vezes linguagem irada com ele, sabendo muito bem que esta seria um "botão de pressão" que o levaria a fazer alguma coisa ou a retirar-se de uma discussão, uma linguagem que tinha sido restimulativa para ele, muito antes da terapia. Logo a seguir, C entrou em engramas de emoção dolorosa recentes na vida de R e, trabalhando engramas antigos de dor física, que diziam que R não podia "sentir nada", alternadamente com engramas mais recentes em que ele estava a sentir intensamente em um plano emocional mas não o podia manifestar, começou a liberar a emoção no caso. R mostrou então melhorias regulares. A emoção dolorosa tardia era liberada, apareciam pré-natais antigos para serem reduzidos e depois mais emoção tardia ficava à vista para redução. Subitamente, foi revelado no caso que a razão por que R era tão facilmente transtornado por C residia na pessoa de uma enfermeira que cuidara de R durante a sua amigdalectomia, aos cinco anos de idade. Alguns maneirismos de C tinham alguma semelhança com os dessa enfermeira. Isto era um engrama de compaixão e, ao ser liberado, a linha do tempo começou a endireitar-se e os engramas de aborto puderam ser contatados mais facilmente. Acontece que R tinha estado muito fora da sua linha do tempo durante a maior parte da sua vida, ele tinha a memória oclusa e a sua recordação em péssimas condições. Verificou-se que isto estava no engrama chave oculto: a tentativa de aborto em que o pai tinha jurado matá-lo se ele saísse e tinha acrescentado que a criança de qualquer forma não podia ver, sentir ou ouvir nada, material engrâmico que era demonstrado pela incapacidade que R tinha de se mover na linha do tempo. Assim que a chave foi encontrada - transcorridas duzentas e oitenta horas de terapia - R voltou à linha do tempo, podia mover-se nesta, e o apagamento dos seus engramas continuou de uma maneira ordenada. C tinha sido Clareada cerca de dois meses antes de R alcançar o engrama final. Contudo, as alergias de C desapareceram muito antes de o caso ser completamente Clareado, e a úlcera de R e outras dificuldades psicossomáticas também desapareceram muito antes de o seu caso ser finalmente Clareado. ***** 10.28 Um problema em um caso restimulado ***** G foi Clareado em dez meses de sessões esporádicas. O seu caso teve o diagnóstico inicial de não-sônico, não-visio, desligamento de dor e de emoção, leve transe permanente, estado de "regressão" permanente na idade de três anos. Isto é, no instante em que entrou em rêverie, ele ficou sobressaltado e assustado por se encontrar numa cadeira de dentista, com três anos de idade e com um dente a ser arrancado, um engrama em que tinha estado situado, sem o saber, durante cerca de metade da sua vida subsequente. Este tinha sido a causa parcial das suas cáries crônicas e da sua incapacidade de dormir, como negação do anestésico. A situação era óbvia, pois ele começou imediatamente a lutar e cecear, uma condição que foi instantaneamente remediada ao percorrer o engrama para que ele pudesse vir para tempo presente, o que veio a acontecer. Ele tivera consideráveis dificuldades na vida, tinha uma dinâmica alta, mas manifestava apatia. Após setenta e cinco horas, quando se deu a Liberação, descobriu-se que a mulher às vezes era a pseudo-avó e que também, por ambivalência, era a pseudomãe. Como a sua computação de compaixão exigia que ele estivesse doente para que a avó ficasse com ele e, como os seus engramas contra-sobrevivência impunham que a mãe só era boa com ele quando ele estava doente, a computação reativa chegou à conclusão de que ele devia estar continuamente doente, uma exigência que foi satisfeita pelo seu corpo durante vinte e três anos. Tudo isto foi recuperado e remediado apenas pela redução de engramas. O apagamento começou a ocorrer após cerca de duzentas horas de terapia e estava a prosseguir quando, subitamente, o caso deixou de progredir. Durante cinquenta ou mais horas de terapia, poucos engramas puderam ser localizados, os que foram localizados não podiam ser reduzidos, não se conseguia alcançar nenhuma emoção dolorosa e os únicos engramas alcançados e reduzidos somente foram localizados e tratados porque o auditor neste caso usou técnicas forçosas altamente especializadas, que quase nunca são necessárias e não devem ser aplicadas, salvo em casos psicóticos. No início do caso não tinha sido necessário usar tanto esforço. Alguma coisa estava obviamente errada. Mediante uma indagação rigorosa, descobriu-se que a mulher de G se opunha violentamente a Dianética, nunca perdendo uma oportunidade de dirigir, ao G, ataques extremamente críticos e virulentos contra esta, particularmente quando ele estava em companhia de amigos. Ela troçava dele, chamando-lhe psicótico. Ela procurou um advogado para obter o divórcio (anunciando isto depois de ele ter começado a terapia, mas na verdade, já havia dois anos que ela andava a consultar um advogado para esse efeito) e, de um modo geral, agitava e perturbava tanto o G, que este recebia continuamente engramas de emoção dolorosa, embora não demonstrasse qualquer emoção contra ela. Tinham um filho de nove anos de idade. G gostava muito do rapaz. A criança tinha tido uma quantidade invulgar de doenças infantis, sofria dos olhos e de sinusite crônica; andava atrasado na escola. A mulher era um bocado ríspida com o miúdo. Qualquer coisa que ele fizesse punha-a nervosa. O auditor no caso, ao tomar conhecimento da sua atitude em relação ao marido em geral e Dianética em particular, teve uma conversa com ela acerca do marido. Verificou-se que ela não se opunha à terapia para si própria. Pouco tempo após esta conversa, G e esta mulher tiveram uma discussão breve em que G fez o comentário de que ela devia ser aberrada. Ela ofendeu-se intensamente com isto e disse que o doido era ele, porque se interessava por Dianética. Ele refutou, dizendo que dos dois, ele devia ser o menos aberrado, uma vez que estava a tomar medidas para fazer algo a esse respeito. Além disso, ele salientou que ela devia ser aberrada, pois caso contrário não seria tão irascível com a criança, fato que indicava definitivamente que ela tinha um bloqueia na sua Segunda Dinâmica, o sexo. No dia seguinte, quando chegou a casa depois do trabalho, ele descobriu que ela tinha retirado o dinheiro do banco e ido para outra cidade, levando o menino consigo. Ele seguiu-a e encontrou-a na casa de uns parentes. Ela dissera-lhes que ele a espancara e tinha ficado tão louco que precisou de receber terapia. Na verdade, ele nunca lhe tinha tocado com brutalidade na sua vida. Nesse encontro, perante testemunhas, ela começou a atacar furiosamente e injuriar qualquer "sistema de psiquiatria" que acreditasse em memória anterior à fala. Ele chamou-lhe a atenção para o fato de que muitas escolas do passado acreditavam em memória anterior à fala e que todos os antecedentes da psiquiatria falavam há muito de "memórias do útero", sem saber o que eram e por aí fora. Os parentes dela, vendo-o tão calmo a esse respeito, forçaram-na a voltar para casa com ele. Durante o caminho, ela fez um gesto dramático, sem qualquer ameaça de que o iria fazer, de cometer suicídio saltando para fora do carro. O auditor no caso teve uma conversa particular com ela após o seu regresso. Ele deduziu, um pouco tardiamente, que havia alguma coisa na sua vida que ela temia que o marido descobrisse e que, confrontada com uma ciência capaz de recuperar todas as memórias, ela tinha ficado irracionalmente emotiva acerca disso. Ela acabou por admitir, sob um interrogatório cerrado, que esse era o caso, que o marido nunca devia saber. Estava tão perturbada que o auditor, com o consentimento dela, deu-lhe algumas horas de terapia. Descobriu-se instantaneamente que o pai dela tinha ameaçado matar a mãe muitas vezes e que o pai não tinha querido a sua filha. Além disso, descobriu-se que o nome do seu pai era Q e que o seu banco de engramas estava cheio de comentários como "Q, por favor, não me deixes. Morrerei sem ti." Além disso, quando já não estava em sessão, ela de repente disse, voluntariamente, algo que para ela era um fato histericamente engraçado, que toda a sua vida tinha andado a ter casos com homens chamados Q, sem lhe importar o seu aspecto, tamanho ou idade. Isto estava longe de ser uma Liberação, mas dado que o seu outro paciente, G, era prejudicado por todo este burburinho desnecessário e que a terapia estava a ser entravada, o auditor fez-lhe mais perguntas. Ela revelou que tentou abortar o filho muitas vezes, por ter um medo terrível que ele saísse louro, visto que ela e o marido tinham cabelo escuro. Ademais, ela sabia que os engramas da criança continham dados que ela considerava incriminadores, que não eram meramente sobre o aborto: enquanto estava grávida, ela tinha mantido relações com outros três homens, além do marido. O auditor fez-lhe ver que este sentimento de culpa, por mais real que fosse, ainda assim era engrâmico e que era duvidoso que o marido a matasse após receber essas notícias. Disse-lhe que ela estava a condenar uma criança a uma existência de segunda categoria e estava, com os seus receios, a reduzir o marido à apatia, além de dar ao auditor muito mais trabalho do que era necessário. Na presença do marido e do auditor, ela confessou a sua infidelidade e soube, com algum espanto, que já há alguns anos que o marido tinha conhecimento disso. Ele não tinha sabido das suas tentativas contra a criança. Pediu-se-lhe que estudasse um manual de terapia e Clareasse a criança, o que ela fez, com a ajuda do marido. O auditor continuou com G até Clear, que então Aclarou a sua esposa. ***** 10.29 Conselhos ao auditor ***** A fonte oculta da aberração humana manteve-se oculta devido a um número de razões muito específicas. O auditor encontrá-las-á todas e embora, com estas técnicas, a capacidade do banco de engramas reativo para lhe negar alguma coisa seja precisamente nula, o auditor deve conhecer a natureza da fera que ele está a atacar. Os mecanismos de proteção que o banco de engramas tinha - embora não sejam muito bons, agora que sabemos como penetrar nesta armadura da causa de insanidade - são os seguintes: 1. Dor física. 2. Emoção em termos de unidades capturadas. 3. "Inconsciência." 4. O caráter retardado do key-in. 5. A demora entre a restimulação e a doença. 6. Irracionalidade total. Sobre a dor física, nós sabemos muito - sabemos que a mente procurou evitá-la na memória, tal como a mente procura evitá-la na vida como uma fonte exterior: por isso, há o bloqueio de memória. A emoção de perda é acumulada para criar um amortecedor entre o indivíduo e a realidade da morte. A "inconsciência" não é só um mecanismo de ocultar dados, mas também um bloqueio para a memória, que não consegue transpor as lacunas de momentos passados quando os fusíveis estão queimados. Um engrama poderá estar adormecido durante a maior parte de uma vida e depois manifestar-se, após receber o conjunto correto de restimuladores no momento certo de cansaço físico ou doença, produzindo então uma causa aparente de insanidade ou aberração menor muitos anos depois de ter ocorrido o incidente real. Outro aspecto do mecanismo protetor do banco era o atraso do restimulador, ou seja, quando um engrama que havia feito key-in era restimulado, este muitas vezes precisava de dois ou três dias para entrar em ação. (Exemplo: digamos que uma enxaqueca tem como restimulador um som de uma batida surda; o indivíduo que tem o engrama ouve esse som; três dias depois ele tem, subitamente, uma enxaqueca.) Dado este atraso, como seria possível localizar a causa de uma restimulação específica de uma doença esporádica? A extrema irracionalidade de um engrama, o máximo em irracionalidade, de que todas as coisas são iguais a todas as outras coisas que estão no engrama e que essas coisas são iguais às coisas no ambiente exterior que são apenas vagamente semelhantes é uma proeza de idiotismo que se esperaria que qualquer humano senciente negligenciasse como "processo de pensamento". O ser humano tem procurado esta fonte há alguns milhares de anos, mas ele estava a procurar uma coisa complicada, com base na idéia de que qualquer coisa que possa ser tão perturbadora, tão destrutiva, tão maléfica e tão capaz de produzir manifestações complexas tem de ter uma fonte complexa; mas ao examiná- la, verifica-se que ela é extraordinariamente simples. O auditor terá muito pouco a ver com a tentativa de traçar uma linha de separação entre a sanidade e a insanidade; estes termos são muito relativos. Ser-lhe-á pedido para comparar Dianética com velhos padrões, tais como as classificações complexas de Kraepelin: isto pode ser feito, mas tem tanta utilidade como a história natural de Aristóteles, que só tem interesse para o historiador. Se um indivíduo é incapaz de se adaptar ao seu ambiente de modo a dar-se com os seus semelhantes ou obedecer-lhes ou comandá-los ou, o que é mais importante, se ele é incapaz de ajustar o seu ambiente, então pode-se considerar que ele é "insano". Mas este é um termo relativo. Por outro lado, com Dianética, a sanidade aproxima-se muito de um significado absoluto potencial: porque nós conhecemos a mente ótima. Modificações de educação e de ponto de vista poderão fazer a ação racional de uma pessoa parecer irracional a outra, mas isto não é um problema de sanidade; é um problema de ponto de vista e educação, com o qual o auditor estará pouco preocupado. Assim, os pacientes encontrados pelo auditor entrarão nas três classes gerais de Dianética: recordação não-sônica, recordação imaginária e recordação sônica. A questão de sanidade não se põe: a questão da dificuldade que o caso poderá apresentar ou do tempo que poderá levar é bastante fácil de determinar pelo grau destas três condições. No entanto, o auditor descobrirá que poderá ter nas mãos um caso verdadeiramente "insano", um que seja "psicótico". O tratamento de tal caso depende de saber em qual das três classes acima se poderá colocar o paciente psicótico. O problema é desintensificar os engramas do paciente tão depressa quanto possível. As condições e mecanismos que ocultam o banco de engramas não variam: estão uniformemente presentes em todo o paciente, em todo o ser humano. As técnicas de Dianética poderão ser aperfeiçoadas - e não há técnica científica que, especialmente nos seus primeiros anos de existência, não possa ser aperfeiçoada - porém, elas não funcionam seletivamente, mas são aplicáveis a todos os indivíduos. Deste modo, se temos um paciente "insano", o problema fundamental não muda e a técnica de Dianética funciona como em qualquer outro caso. A tarefa consiste em reduzir a intensidade da carga no caso, para que ele possa ser resolvido pela técnica standard. Frequentemente encontramos os pacientes insanos presos na linha do tempo e, nesse caso, fomecemos-lhes um tipo de segurador após o outro, até eles estarem de novo a mover-se. Se o paciente está regressado, é porque ele ficou tão preso que perdeu o contato com o tempo presente. Qualquer paciente pode começar a reviver em vez de meramente retornar e o auditor, como remédio para isto, apenas lhe diz que ele pode lembrar-se disto, o que coloca-o de novo em um estado de retorno. É frequente encontrar-se os pacientes insanos a ouvir um engrama vez após vez e, nesse caso, só é necessário fixar a atenção e fornecer-lhes seguradores até que eles estejam mais uma vez a mover-se na linha do tempo. Descobre-se, às vezes, que os pacientes insanos estão completamente fora da linha do tempo, ouvindo demônios ou vendo ilusões. Os problemas são sempre os mesmos: use a Técnica de Repetição quando a atenção dos pacientes foi fixada de algum modo e depois, ponha-os a mover-se na linha do tempo ou faça-os voltar para ela. O esquizofrênico usualmente está muito longe da sua linha do tempo. A melhor maneira de desintensificar um caso, para que este possa começar na terapia de rotina, é descobrir e descarregar engramas de emoção dolorosa. Se os meios normais falharem, obtenha ajuda de um médico, ponha o paciente sob o efeito de óxido nitroso ou pentotal sódico e obtenha um nível de transe profundo, em que normalmente se verificará que o paciente é capaz de mover-se na linha do tempo, embora estivesse fora desta quando acordado. Encontre um engrama de desespero recente e descarregue-o conforme descrito no capítulo sobre emoção (Parte III, Capítulo 23, Emoção e a Força Vital). A técnica do transe profundo não é diferente, exceto que devem ser tomadas grandes precauções para não dizer algo que aberre o paciente ainda mais, limitando toda a conversação ao fraseado próprio da terapia e tendo o cuidado de incluir o cancelador. O paciente insano está a obedecer a algum comando engrâmico, talvez a muitos, independentemente daquilo que ele esteja a fazer. Esse comando poderá impor, pela má interpretação do paciente, alguma ação estranha; poderá impor demônios; poderá impor qualquer coisa. Porém, o diagnóstico consiste meramente em observar o paciente para descobrir, pelas suas ações, qual poderá ser o comando engrâmico. Este volume não abrange a Dianética Institucional, além destes poucos comentários, mas um auditor que saiba os fundamentos contidos neste volume, e que tenha um mínimo de compreensão, pode produzir uma "sanidade" nos pacientes, em um curto espaço de tempo, que a direção desses hospícios normalmente considera uma recuperação milagrosa. O paciente, contudo, está muito longe de ser um Liberado, e deviam-se despender muitas mais horas para descarregar a emoção dolorosa adicional e reduzir engramas, antes que o auditor possa considerar que é seguro permitir-lhe deixar a terapia. O auditor deve ser extremamente cuidadoso, pelo menos durante os próximos vinte anos, com qualquer caso que tenha estado internado, pois poderá estar a pegar em um caso com psicose iatrogênica - causada pelos médicos - para além dos outros engramas do paciente. Dianética poderá ajudar, um pouco, uma mente cujo cérebro foi submetido a um "picador de gelo" ou a um "descaroçador de maçã", mas não pode curar tal insanidade até que algum biólogo brilhante encontre um modo de cultivar um novo cérebro. Os casos de eletrochoque são equívocos: eles poderão ou não responder ao tratamento, pois o tecido cerebral poderá ter sido queimado a um ponto tal que o cérebro não pode funcionar normalmente. Ao abrir qualquer caso desses, o auditor ficará perplexo com a condição baralhada do banco padrão, para não falar dos circuitos pelos quais ele devia ser capaz de alcançar o banco de engramas. A sífilis e outras erosões cerebrais deviam ser similarmente classificadas e deviam ser abordadas ou tratadas somente com o pleno conhecimento de que Dianética poderá não ser capaz de ajudar a máquina desmembrada. Tem havido muitos milhares dessas "operações" ao cérebro e centenas de milhares de tratamentos com eletrochoque: portanto, o auditor deve estar atento para não se empenhar no que poderá ser uma causa perdida, quando existem tantos casos que podem ser mais bem ajudados. Deve-se suspeitar de qualquer caso que já tenha sido internado. E se for observada alguma coisa invulgar, em termos de memória baralhada ou falta de coordenação, uma indagação minuciosa poderá revelar um internamento encoberto. Além disso, um auditor que é chamado para ajudar um caso que esteja prestes a ser internado deve ser sempre prudente. Um caso que esteja a ser encaminhado para um manicômio poderá ser um caso que já lá tenha estado antes, apesar dos protestos dos parentes ou amigos de que essas não são as circunstâncias. Similarmente, os casos de exaustão de combate devem ser aceites com prudência; porque provavelmente foram processados antes de deixarem o serviço militar, altura em que lhes poderá ter sido aplicado o tratamento de eletrochoque, uma operação ao cérebro ou a narcossíntese, sem o conhecimento ou o consentimento do paciente. Estas advertências são apresentadas, não porque o auditor corra qualquer perigo físico em particular - os pacientes, sejam eles sãos ou insanos, raramente fazem outra coisa que não seja cooperar quando se aplica Dianética, até mesmo quando resmungam - mas porque se poderá despender muito trabalho só para descobrir que afinal a maquinaria mental inteira foi irreparavelmente danificada. Se o auditor aceitar um caso de eletrochoque, ele deve dirigir a sua principal atenção à liberação desse choque como um engrama; porque esses engramas institucionais contêm toda a espécie de tagarelice descuidada, que poderá inibir ainda mais o tratamento. Além disso, qualquer choque elétrico, em qualquer ponto do corpo, tem uma tendência para desarranjar o banco de engramas e juntá-lo de modo que os seus incidentes fiquem ainda mais enredados do que é usual. Por nenhuma outra razão que não seja o avanço de Dianética e a economia do tempo de um auditor, também se deve comentar que poderá ser preciso liberar, em um caso, os métodos de interrogação repressivos de alguns departamentos policiais e o abuso geral da polícia relativamente aos criminosos ou cidadãos comuns, antes de se poder prosseguir com o tratamento. As sentenças de prisão poderão conter grandes cargas de desespero, suficientes para perturbar a mente e, no entanto, estas poderão ser escondidas pelo paciente, devido à idéia errônea de que o auditor está interessado no seu "caráter" ou que ficará desapontado com ele. Há várias outras coisas que entram no banco de engramas e de que não se suspeitariam como obstáculos à terapia, a menos que sejam mencionadas. O hipnotismo pode ser extremamente aberrativo e poderá bloquear um caso. Um auditor deve ter algum conhecimento do modo como este funciona, para que possa liberar os engramas que este cria e não para usá-lo na aplicação de Dianética. O hipnotismo é a arte de implantar sugestões positivas no banco de engramas. Aqui, elas poderão anexar-se aos engramas e tornar-se locks nesses engramas. Como a maioria dos bancos de engramas contêm uma amostra das palavras mais comuns, é quase certo que o hipnotismo seja aberrativo. A redução do poder analítico, por meios artificiais, coloca o indivíduo numa condição ótima para receber um engrama. O hipnotizador usa o mecanismo esquecedor na maior parte das suas sugestões e a maioria das pessoas tem comentários engrâmicos semelhantes que tornam impossível liberar a sugestão do hipnotizador. O hipnotismo pode ser considerado um lock de "alta-potência" e poderá ser um obstáculo sério no banco de engramas do paciente. Com o clareamento, as sugestões, não tendo quaisquer âncoras de dor por banco delas nos engramas, desvanecem como locks. Mas poderá ser preciso encontrar e clarear as sugestões hipnóticas, antes de um caso poder prosseguir. O hipnotismo é muito usado nesta sociedade e muitas vezes acontece que, devido ao mecanismo esquecedor, o paciente seja incapaz de recordar se alguma vez foi hipnotizado ou não. A Técnica de Retorno descobri-lo-á; pode-se confiar na Técnica de Repetição para localiza-lo, fazendo o paciente retornar com a repetição do fraseado hipnótico (pelo paciente), tal como: "Adormece, adormece, adormece." Nem todo o hipnotismo ocorre na sala de visitas. É muito comum os pervertidos usarem-no, apesar do fato de que a natureza "moral" deveria aumentar em um sujeito hipnotizado. Têm sido encontrados incidentes, até com pessoas de nomeada, em pacientes cuja infância estava a ser examinada. Estes incidentes estavam, muitas vezes, completamente oclusos para o paciente, devido ao fato de os comandos contidos na sugestão hipnótica serem tão intimidativos. Dianética e hipnotismo podem ser combinados, mas o mesmo acontece com Dianética e astronomia. O auditor dará por si a trabalhar com pacientes hipnóticos e terá de ser muito cuidadoso com o fraseado, de modo a instalar um mínimo de palavras suas no banco de engramas e para não transformar Dianética em hipnotismo. Qualquer benefício derivado do hipnotismo pertence ao campo da pesquisa ou à instalação de um engrama maníaco temporário. Este último dá muito mais prejuízo do que benefício. A anestesia por hipnose é imensamente sobrevalorizada. E o hipnotismo, como jogo de sala, é uma coisa que nenhuma sociedade deve tolerar, pois pode ser suficientemente destrutiva para restimular os engramas até um ponto de insanidade. E o hipnotizador nunca conhece o conteúdo do banco de engramas. Qualquer bom hipnotizador, se puder dominar a sua vontade de falar, poderá tornar-se em um bom auditor: mas se tentar combinar a Dianética com o hipnotismo, ele dará por si com um paciente completamente doente nas mãos. Nunca instale uma sugestão positiva em um paciente, seja de que tipo for, por mais que ele possa implorar-lhe uma. Isto já provou ser quase fatal. Um caso inteiro pode ser trabalhado em transe amnésico profundo. Muitas vezes é possível despertar uma pessoa adormecida para um transe profundo, simplesmente falando-lhe tranquilamente durante várias noites seguidas, à mesma hora e levando-a finalmente a responder ao convite para falar. Pode-se, então, iniciar e prosseguir a terapia de Dianética e esta terá êxito, especialmente se o auditor não for tão descuidado que restimule artificialmente um engrama recente de dor física, tratando principalmente os engramas de emoção dolorosa na vida pós-nascimento. Se a pessoa, a quem está a ser feita a terapia, estiver consciente do que se está a fazer, ela pode ser colocada em rêverie para que se possa alcançar dados mais antigos, visto que o "Eu" é mais poderoso do que as unidades de atenção fracas, embora sábias, que constituem a personalidade básica. O paciente é trabalhado alternadamente em transe amnésico e em rêverie. O caso acabará por se resolver, mesmo que não se use a rêverie. Mas o transe amnésico envolve graves responsabilidades: é preciso instalar e usar um cancelador em todas as sessões. É preciso falar o menos possível. Tudo o que o auditor quiser saber deve ser dito, se possível, sob a forma de perguntas, pois estas são muito menos aberrativas que os comandos. Este método tem sido bem-sucedido e pode ser usado. Mas a rêverie, mesmo que pareça mais lenta, mesmo que não haja sônico, é muito mais satisfatória, pela razão excelente e incontestável de que o paciente se restabelece mais rapidamente e melhora regularmente, ao passo que o transe amnésico poderá incapacitá-lo durante dias a fio, quando os incidentes são aparentemente levantados em transe profundo, mas no entanto ficam "pendurados" no estado desperto. O transe amnésico não é, definitivamente, aconselhado: este tem sido sujeito a muita pesquisa e verificou-se que era tão desconfortável para o paciente como era incomodativo para o auditor. Contudo, se por alguma razão ou outra (e nenhuma dessas razões incluem o desejo do preclear que, se o auditor deixasse, poderia suplicar por drogas, hipnotismo e sugestão positiva, em um esforço para escapar dos seus engramas e que, se lhe permitissem, se tornaria um caso maravilhosamente baralhado para o auditor desenredar) não for possível usar outros métodos, pode-se empregar o transe amnésico, mas sempre com a maior cautela e sempre com o pleno conhecimento de que a recuperação do paciente leva até três vezes mais tempo, porque trabalhar no mesmo nível que o banco de engramas não permite usar os circuitos do analisador durante a descarga. A rêverie é melhor. ***** 10.30 Problemas externos dos pacientes ***** Poderá acontecer que um paciente que fez progressos deixe subitamente de progredir. É possível que a resposta se encontre noutro lugar que não na terapia. O ambiente do preclear poderá ser tão intensamente restimulativo que o deixe distraído, sempre em restimulação e por isso ele trabalha devagar. Poder-se-á descobrir, em um tal caso, que o preclear (como em um caso real) fez um contrato com o cônjuge que queria divorciar-se, no qual o outro esperaria até o preclear estar Clareado. Outras situações relativas à vida podem atribuir um valor ambiental ao fato de não ser Clareado. O auditor não tem nada a ver com a vida privada dos seus preclears, mas em um caso em que a própria terapia se torna difícil devido a situações existentes, o auditor, com o seu tempo em jogo, tem todo o direito de descobrir a razão. Todas estas razões resultarão nalguma vantagem ambiental em não ser Clear. Retirar o preclear temporariamente da sua casa, por exemplo, poderá mudar o seu ambiente e adiantar a terapia. O auditor tem o direito de pedir ao paciente, Clear ou não, que resolva o problema por sua própria iniciativa. É comum os preclears não se darem conta de que são Liberados. Porque o objetivo de Clear é tão reluzente, que eles deixam de se comparar com o normal, já ultrapassado. Geralmente será de esperar que um paciente se introverta em um grau muito acentuado no decurso da terapia de Dianética. À medida que o caso progride, esta introversão atinge um estágio agudo após se ter feito perto de três quartos do trabalho e diminui daí em diante. A ambiversão é uma característica marcante do Clear. Quando a introversão tem sido bastante acentuada, uma bitola bastante adequada para medir o avanço do caso é o interesse do preclear pelas coisas exteriores. Quase todos os preclears falam bastante sobre os seus engramas, até ao ponto em que são solidamente Liberados. Se não falam ou não querem falar sobre os seus engramas na conversa comum, o auditor pode suspeitar de alguma coisa altamente protegida no banco de engramas relativa à necessidade de esconder alguma coisa: o auditor pode agir em conformidade. Embora o auditor possa ficar farto desse tipo de conversa, esta revela-lhe muito material novo se ele observar as frases que o preclear usa sobre os engramas. É bem verdade que a aberração é causada pelo que foi feito ao paciente, não pelo que foi feito por ele. As ações do paciente ao dramatizar, ao cometer crimes e assim por diante, não são aberrativas para o paciente. Por conseguinte, o auditor não precisa de se interessar, de modo nenhum, pelas atividades do preclear. Casos inteiros têm sido completados sem o auditor saber aquilo que o paciente fazia para ganhar a vida. Conquanto uma sociedade aberrada lhe exija, necessariamente, responsabilidade pelas suas ações, a atividade anti-social é o resultado de engramas que a ditam. O paciente não é responsável pelo que ele próprio fez. Uma vez clareado, a questão é diferente. Um Clear pode ser considerado inteiramente responsável pelas suas próprias ações, pois pode computar racionalmente com base na sua experiência. Mas o aberrado tem pouco ou nenhum controle real sobre as suas ações. Por isso, o auditor deve tornar claro que não se importa com aquilo que o aberrado, agora preclear, fez na vida. O problema entre mãos, para o auditor e o preclear, é um banco de engramas contendo, exclusivamente, aquilo que outras pessoas fizeram na vida e o que foi feito ao preclear nos momentos em que ele não se podia proteger. Esta abordagem, além de ser verdade, tem um valor terapêutico. Porque ao explicar-se dessa maneira, um auditor pode com frequência obter a cooperação que de outro modo lhe seria negada. O auditor nunca deve violar o Código do Auditor com um paciente. Períodos prolongados de terapia resultam, inevitavelmente, de tais violações. ***** 10.31 Restimulação ***** A mente é um mecanismo autoprotetor - mas a Dianética também. Uma ciência do pensamento que funcione aproximar-se-ia tanto dos princípios de funcionamento da mente, que esta seguiria paralelamente as injunções e cláusulas da própria mente. Foi isso que sucedeu com Dianética: a mente é diagnosticada pela sua reação à terapia, a terapia é melhorada pelas reações da mente a esta. Este é um princípio operacional de grande valor, pois explica muitos fenômenos observados e prediz muitos dos restantes. Parte deste paralelismo é a característica de autoproteção. É quase impossível danificar uma mente: ela é um organismo extremamente rijo. É óbvio que quando se começa a cortá-la e serrá-la com metal, a envenená-la com drogas ou bactérias ou a atirar para o lado a sua armadura natural como se faz no hipnotismo, podem acontecer coisas infelizes. É quase impossível haver charlatanismo onde Dianética, com qualquer dos seus princípios, esteja a ser praticada. A pessoa pratica Dianética no seu todo e obtém resultados ou então pratica-a de maneira a sofrer o seu próprio declínio: este é um fato mecânico e científico. Dianética, como ciência autoprotetora, exige ser praticada por Clears ou, pelo menos, por bons Liberados. Um Clear segue muito de perto, em toda a sua conduta, os melhores aspectos do Código do Auditor: o seu nível ético é muito elevado. Assim, qualquer pessoa que comece a praticar Dianética dará por si, não importa qual fosse a sua intenção original, impelida na direção do objetivo de ser um Clear. Há uma excelente razão para isto. Há um princípio conhecido como a restimulação do auditor. Agora temos uma compreensão do que faz um engrama entrar em restimulação. Ao entrar em restimulação, este força a dor ou a ação do engrama a permanecer no organismo. A observação de algum percepto no ambiente, que seja muito parecido com um registro - som, visão ou sensação orgânica - no engrama, põe o engrama em ação, em maior ou menor grau. Similarmente, quando o próprio auditor não é Clareado ou quando não está a receber terapia com o objetivo de se tornar Clear, ele fica restimulado. Ele está, afinal de contas, constantemente a ouvir material engrâmico do paciente. Este material engrâmico é precisamente a substância de que é feita a insanidade. Qualquer pessoa tem engramas. Mais cedo ou mais tarde, um paciente começará a repassar um engrama seu, que se assemelhará a um dos engramas do auditor, a menos que o auditor esteja em terapia e possa ser liberado desse desconforto no auditor, a menos que o auditor esteja em terapia e possa ser liberado desse desconforto. Enquanto se está a trabalhar apenas os locks recentes, isto não acontece tanto, e este fato permitiu que os praticantes e curandeiros mentais do passado escapassem a grande parte da penalidade das suas próprias aberrações. Mas quando se lida com o material da raiz dessas aberrações, um martelar constante dos restimuladores pode ocasionar uma condição séria. Este é o mecanismo que faz com que as pessoas que trabalham nos hospícios sejam vítimas de psicoses, embora elas tivessem de as ter logo à partida para que estas se restimulassem. O auditor poderá percorrer um ou dois casos sem qualquer repercussão séria: na verdade, seja qual for a repercussão, esta pode ser eliminada por Dianética. Contudo, para garantir o seu próprio conforto, ele próprio deve ser Clareado ou Liberado o mais rapidamente possível. Ele, como Liberado, pode trabalhar sem muita dificuldade e isto permite-lhe fazer o pacto mútuo de ser auditado enquanto audita o outro. Pode então surgir uma situação em que os dois preclears também são auditores. Esta alternância, entre o divã e a cadeira de auditor, normalmente funciona muito bem. Contudo, depois de terem começado o trabalho, as duas pessoas poderão descobrir que são mutuamente restimulativas, o que significa que cada uma delas é uma pseudopessoa nos engramas da outra ou que uma é restimulada (tom de voz, incidentes) pela outra. Isto não deve ser um empecilho para a terapia. Isto tem sido superado e a terapia tem avançado, apesar de circunstâncias restimulativas bastante severas. Uma técnica de esquiva bastante comum da parte de um sujeito consiste em afirmar que o auditor restimula-o: isto não é suficientemente importante para parar a terapia. Poderá acontecer, no entanto, que duas pessoas possam introduzir uma terceira na cadeia e, clareando cada uma delas a seguinte, aliviar consideravelmente a tensão. O plano de trabalho triangular, em que nenhuma pessoa está a auditar aquela que está a auditar a si, é bastante bem-sucedido. Um marido e mulher, que têm discutido durante muito tempo e com frequência, poderão achar demasiado restimulativo Clarearem-se um ao outro. É possível fazê-lo, se não for viável fazer outro arranjo e isto tem sido feito com frequência: mas se a terapia não correr bem, ele deve encontrar um parceiro de terapia e ela também. Mães que tentaram abortar os seus filhos ou que os maltrataram de alguma forma, podem realizar a terapia com essas crianças: mas em qualquer caso de circunstância restimulativa como esta, as maiores precauções devem ser tomadas pelo auditor para seguir estritamente o Código do Auditor - agir de outro modo poderá ocasionar muito mais tensão na terapia do que é necessária. Em tal caso, seria melhor que a própria mãe se tornasse um Liberado, antes de tentar Clarear os filhos - e não deve tocar nos filhos enquanto eles não tiverem pelo menos oito anos de idade. A questão de auditor-restimulação, em que o auditor restimula o preclear ou o preclear restimula o auditor, não inclui o aspecto rotineiro da terapia de que o preclear está sempre a ser artificialmente restimulado pela terapia standard. Um engrama pode ser restimulado ao ser tocado diversas vezes e então levantar-se-á. O problema de auditor-restimulação é um problema específico, em que o auditor é um pseudo-inimigo que tem alguma semelhança com uma pessoa que fez mal ao paciente. Um antagonismo violento da parte de um paciente, em relação a um auditor, é habitualmente rastreado a isso. Alguns pacientes detestam tanto os homens que só podem ser trabalhados por mulheres, alguns têm tal ódio às mulheres que só podem ser trabalhados por homens. Porém, mesmo quando há uma antipatia violenta, se não houver mais nenhum auditor ou pessoa que possa ser rapidamente treinada como tal, a terapia pode prosseguir de qualquer modo: e obterá resultados. ***** 10.32 Reequilibrar um caso ***** Qualquer caso que tenha largado a terapia reequilibrar-se-á ao fim de poucas semanas, querendo isto dizer que estabilizará em um novo ponto alto para o indivíduo. A menos que se use o hipnotismo por droga ou outro método ilegal em Dianética, todos os casos irão reequilibrar-se deste modo, com grandes benefícios. Pode-se esperar que as restimulações se atenuem, caso estas tenham sido causadas pela terapia. O paciente encontrará gradualmente o seu próprio nível no estado de Liberação. Os casos não têm de ser levados até Clear se o auditor tiver pouco tempo. Mas claro que é melhor se forem levados a esse estado e, na verdade, a maioria dos pacientes insistirá nisso. ***** 10.33 Tempo de trabalho na terapia ***** O período usual de um tratamento de Dianética é de duas horas. Nessas duas horas, com o paciente comum, realiza-se tudo o que pode ser realizado nesse dia. Não é necessário trabalhar todos os dias, mas é desejável trabalhar de dois em dois ou de três em três dias. Trabalhar com intervalos de uma semana, não é ótimo, pois o caso tende a reequilibrar-se. Além disso, há uma decaída no caso, normalmente ao fim do quarto dia, quando este não é trabalhado pelo menos de três em três dias. A decaída do quarto dia é uma coisa mecânica natural: um engrama, que sofra um key-in quando restimulado na vida, leva cerca de quatro dias a entrar em ação com força. Na terapia, às vezes são necessários três dias para desenvolver um engrama. Isto não quer dizer que tenham de decorrer três dias antes de este ficar disponível e não significa que o trabalho tenha de parar por três dias; mas sim que os engramas, não sendo memórias e não sendo articuláveis como tal, às vezes levam três dias para vir à superfície. Para ser mais claro, um engrama pode ser pedido no dia um e será encontrado no dia três. Nesse meio tempo, o auditor está a obter outros engramas. Este processo é tão automático que não requer nenhuma atenção e não será notado, exceto em casos que estejam a ser trabalhados uma vez por semana. O engrama é pedido no dia um; está pronto para ser reduzido no dia três; decai no dia quatro e está reequilibrado no dia sete. Este aspecto dos três dias é interessante noutro sentido. Esse período de três dias é apenas uma observação do comportamento médio dos preclears. Uma investigação exata poderá fixá-lo em 2,5 dias ou 3,6 dias (isto varia de indivíduo para indivíduo), mas três dias é suficientemente aproximado para os nossos propósitos. Quando o auditor está apenas a fazer uma Liberação no caso, ele às vezes verificará que é necessário tomar um engrama recente e percorrê- lo: o engrama de dor física na vida recente (pós-nascimento) parecerá erguer-se, permanecerá constante durante três dias e depois decairá. Quando decair, o auditor terá de voltar a este e percorrê-lo novamente. Retirar estas decaídas, acabará por fazer o engrama da vida mais recente permanecer em um estado de recessão. Com frequência, instala-se uma euforia em um caso quando o auditor toca em um engrama que contêm um maníaco. O paciente andará por aí a dizer como a Dianética é maravilhosa, pois ele está agora numa condição magnífica e é muito feliz. Cuidado. Ao fim de três ou quatro dias este maníaco terá voltado a decair para um estado depressivo. Desconfie quando alguém experimentar uma destas "recuperações" tipo foguete, pois são tão permanentes como a chama de um fósforo. Esta extingue-se e deixa cinzas muito frias. O auditor, vendo essa euforia, fará melhor se entrar de novo no caso e reduzir mais a fundo o engrama que a contêm ou se obtiver um engrama mais básico. O tempo que leva a Clarear uma pessoa é muito variável. Dissipando cargas de desespero e trabalhando alguns engramas antigos, um auditor pode conseguir em um paciente, em vinte ou trinta horas, um estado de ser melhor do que com qualquer terapia do passado: isto é um Liberado. É comparável a dois ou três anos de trabalho terapêutico do passado. O tempo que leva a conseguir um Clear não pode ser comparado com nenhum padrão do passado, porque um Clear é algo com que nenhum padrão do passado jamais sonhou. Num caso com sônico, em que a recordação esteja em boas condições, pode-se obter um Clear em cem horas. Num caso que tenha recordações completamente desligadas, tudo pode acontecer até, em um caso extremo, mil horas. Similarmente o caso imaginativo, que tem coisas que nunca aconteceram, poderá levar muito tempo. Veja isto da seguinte maneira: nós podemos obter os resultados de dois ou três anos de psicanálise em vinte ou quarenta horas de Dianética e aquilo que realizamos com Dianética não precisa de ser feito de novo, o que não acontece com a psicanálise. Isso é o Liberado. Ele pode lidar com os seus assuntos de um modo muito mais competente e as suas cargas emocionais foram em grande parte libertadas. No Clear, estamos a tentar alcançar, e podemos alcançar, um estado de espírito supranormal. Gastaram-se milhares e milhares de horas na educação de um humano: gastar duas ou até mesmo dez mil horas de trabalho, para fazê-lo elevar-se acima do que anteriormente lhe teria sido possível, é trabalho bem empregado. Mas não precisamos de gastar nada que se pareça com esta quantidade de tempo. As pessoas têm sido Clareadas em períodos de tempo que vão desde trinta horas, quando tinham sônico e pouco volume, até quinhentas horas, quando tinham desligamento de recordação e também recordação imaginária. Aquilo que um auditor pode fazer com os seus primeiros casos, em termos de tempo, é um ponto de interrogação. Ele acabará por fazer um Clear e com certeza que o fará em menos de mil e duzentas horas em um caso grave. Durante todo o tempo em que estiver a trabalhar na direção de Clear, ele estará a obter uma Liberação cada vez maior que, depois de pelo menos cinquenta horas, se eleva muito acima do normal corrente e simplesmente continua a ir por aí acima. O melhoramento é tal que, de semana para semana, a mudança é fisiologicamente notável e psicologicamente surpreendente. Se alguém pensa que chegar a Clear é um pequeno salto e um pequeno ganho, ele não tem qualquer noção da altura a que esse objetivo se encontra. A maior parte dos auditores tentarão primeiro conseguir o Liberado e serão sensatos se o fizerem. Quando o seu próprio caso for finalmente Clareado, só então é que compreenderão, subitamente, que o estado vale muito mais tempo do que aquele que foi despendido para o obter. É impossível predizer, com um auditor novo, quanto tempo é que ele consumirá a cometer erros, a aprender as suas ferramentas, a alcançar perícia. É-lhe, portanto, impossível fazer uma estimativa de quanto tempo levará a obter o estado de Clear em um paciente. Um auditor bem treinado nunca leva mais de oitocentas horas com o pior dos casos: quinhentas horas é um número elevado. ***** 10.34 Dados de parentes ***** O auditor será sempre atormentado pela ansiedade do paciente que quer obter dados de parentes ou amigos. Solicitar esses dados já é, em si, restimulativo, tanto para o preclear como para o parente. Mães têm ficado muito doentes quando recebem, do filho que "de repente descobriu", os restimuladores das suas próprias doenças passadas. É uma experiência constante que os dados que o preclear obteve de parentes, pais e amigos eram completamente inúteis. Aqui, nós estamos a depender da memória de um aberrado, quando temos à mão, com Dianética, uma fonte fiável de material preciso. Há auditores que tiveram casos a progredir muito suavemente e que de repente deixaram de progredir: após investigação, descobriu-se que o preclear andou a recolher material de pais e parentes, e estes, desejando apenas que ele esquecesse tudo o que lhe tinham feito, trocaram-lhe as voltas com dados errôneos que têm de ser cuidadosamente eliminados. Esses são os maus da fita, as pessoas que fizeram ao preclear as coisas que fizeram dele um aberrado. Esperar dados exatos dessas pessoas seria o mesmo que esperar que a Lua fosse feita de queijo verde. Se o auditor quiser dados dessas pessoas e os pedir, passando por cima do preclear, ele poderá chegar a algum lado. Mas quaisquer dados recebidos deste modo têm um valor que, nos serviços secretos, é rotulado de "Fonte Incompetente - Material Improvável". Avise o preclear de que não deve incomodar os seus pais e parentes, e explique-lhe que ele poderá fazê-los adoecer ao pedir-lhes dados, com base no princípio do restimulador. Se quisermos alguma confirmação dos dados recebidos, o único modo de a obter é pôr o pai, a mãe ou o parente em terapia. Nessa altura, obteremos as fontes básicas de dramatização: na vida pré-natal e na infância do progenitor. Isto é um problema de pesquisa, não de terapia. Se o auditor tem a Mamã disponível, ele pode percorrer até apagar o nascimento no filho e depois o parto na Mamã, mantendo os dois separados, e assim obter a sua verificação quanto à exatidão da terapia. E há outros dados que podem ser comparados desta mesma maneira, usando as devidas precauções. É a realidade subjetiva e não a realidade objetiva, que é o ponto importante para o auditor. É primeiro que tudo e sempre, o paciente fica bom? ***** 10.35 Parar a terapia ***** A mulher desprezada tem um rival violento no preclear cuja terapia foi parada por decisão do auditor. Manter o preclear em terapia, por mais raras que sejam as sessões, satisfaz de certo modo o esforço da sua personalidade básica para se libertar das suas aberrações. A personalidade básica, o arquivista, o âmago do "Eu" que quer estar no comando do organismo e os desejos mais fundamentais da personalidade, poderão ser considerados sinônimos para os nossos propósitos. Há um enorme surto desta personalidade básica - que é realmente o próprio indivíduo - para conquistar os engramas. Os engramas, tomando a vida de empréstimo ao seu hospedeiro, aparecem como coisas que não querem ser conquistadas. Por mais mecanista que tudo isto seja na realidade, o auditor muitas vezes dá por si fascinado com a resistência que os engramas podem oferecer e maravilhando-se com os esforços da personalidade básica para conquistar os engramas. Ele trabalha com a personalidade básica, o indivíduo em si, e ignora os esforços dos engramas para interferir. Há, porém, uma situação em que a personalidade básica parece dar plena liberdade aos engramas em um esforço para realizar a terapia. No trabalho um "paciente" poderá ter sido céptico, sarcástico ou até ruim para com o auditor. Ou até se poderá ter pensado que o paciente era totalmente negligente quanto ao seu banco de engramas. Ou o paciente poderá até dizer furiosamente que ele odeia a terapia. Por algumas dessas razões, o auditor poderá decidir, insensatamente, parar o trabalho com o paciente. O paciente é informado disso. Por pouco tempo, talvez, o paciente poderá não manifestar nenhuma reação. Mas ao fim de alguns minutos, horas ou dias, a personalidade básica, sendo-lhe negado um caminho de saída, poderá começar a usar todas as armas ao seu alcance para compelir o auditor a retomar a terapia. Perturbado por causa da interrupção da terapia, mesmo que tenha sido ele a insistir na sua cessação, o ex-paciente poderá começar a declinar rapidamente ou a atacar, pela frente ou pelas costas, o auditor e até a própria terapia. Uma mulher desprezada raramente causou perturbações tão intensas como os ex-pacientes a quem foi recusada a continuação da terapia. Auditores têm sido pessoalmente insultados, outros preclears destes auditores chegaram a ser procurados e minados por ataques violentos contra a terapia em si, os auditores têm sido alvo de toda a espécie de acusações e campanhas de difamação, e foram levados a sentir-se extremamente desconfortáveis por preclears a quem foi recusada a continuação da terapia antes de ter ocorrido uma Liberação. Tem-se observado que até Liberados sólidos e legítimos, cujas doenças psicossomáticas desapareceram e que deviam estar muito felizes, provocaram turbulência quando o auditor não os levou até ao estado de Clear. O ex-paciente poderá usar qualquer número de mecanismos, tantos mecanismos quanto os que têm sido usados pelos humanos para forçar outros humanos a agir. Um dos mecanismos consiste em retomar a apatia e um "declínio rápido". Outro é a campanha feroz contra a terapia. Ainda outro é o ataque pessoal ao auditor. Cada um destes mecanismos tem, como sua intenção demonstrável, o recomeço da terapia. A mente sabe como a mente funciona. E poderá esperar-se que a mente, que tomou o sabor de um caminho de saída da dor e da infelicidade, use todos os métodos para causar o recomeço da terapia, se essa saída for bloqueada. Por mais desagradável que o ex-paciente tenha sido, no momento em que o auditor recomeça a terapia com ele, a sua atitude muda. Deixa de fazer esforços destrutivos contra o auditor ou a terapia, mas estará tudo quase tão bem como estava antes de a cessação ser declarada. Não suponha, contudo, que o preclear, se ele antes era negligente, recalcitrante ou geralmente não cooperativo, irá agora abraçar a terapia como um paciente disciplinado. Longe disso, ele agora é pelo menos tão difícil de trabalhar como antes, além de apresentar algum antagonismo adicional engendrado pela ordem de cessação. Em tal caso, o auditor é amaldiçoado se o fizer e duplamente amaldiçoado se não o fizer. Mas há uma saída para isto. O fenômeno de "transferência", em que o paciente simplesmente transfere as suas tristezas para o praticante, não é o mecanismo que atua aqui; a transferência é uma coisa diferente, nascida de uma sede por atenção e de um sentimento de necessidade de apoio no mundo. Pode-se esperar que a transferência permaneça para sempre, se tal lhe for permitido; o paciente de um médico, por exemplo, poderá continuar a ter doenças, só para manter o médico por perto. A transferência poderá ocorrer na terapia de Dianética, o paciente poderá encostar-se firmemente ao auditor, pedindo-lhe conselhos, parecendo apresentar engramas em um esforço para conservar o auditor a trabalhar duramente, à sua disposição e interessado; tudo isto resulta de uma computação de compaixão e é conduta aberrada. O auditor inteligente não dará conselhos, nem tentará conduzir a vida de ninguém, pois uma pessoa só trabalha bem como organismo autodeterminado. Na terapia de Dianética, seja qual for a atitude do paciente, por maior que seja o seu "desejo de estar doente" ou a sua transferência do fardo, por mais maldosos que sejam os seus comentários contra o auditor durante as sessões, essa condição não pode existir para sempre. A personalidade básica está a tentar abrir o seu caminho; o "Eu" está a tentar integrar o ser. Até mesmo um trabalho medíocre acabará por liberar carga suficiente de um caso e reduzir engramas suficientes para produzir uma maior estabilidade no paciente. A personalidade básica fica cada vez mais forte e, portanto, com mais autoconfiança. A introversão, ocasionada pelo esforço contínuo para alcançar o mundo interior do banco de engramas, desintensifica-se e há cada vez mais extroversão à medida que o caso avança. O caminho de saída é trabalhar o paciente suavemente e bem, e um dia ele estará bastante Liberado ou Clear. Mas nesse meio tempo, se parar a terapia em alguém, não se surpreenda com o que possa acontecer; só poderá remediar isso retomando o caso. ***** 10.36 Avaliação do auditor ***** O auditor deve fazer muita avaliação para si próprio. Ele não avalia nem impõe qualquer computação ao seu preclear. Se o preclear computar que era isso que o estava a fazer adoecer, então é isso que o auditor aceita. Explicar ao preclear o que é que estava a afetá-lo no engrama e de que modo, não é só uma perda de tempo, mas também faz o preclear ficar confuso. A razão por que um auditor avalia é para assegurar que ele não está a aceitar dados imaginados ou incompletos como engramas. Um incidente não se levantará a menos que os dados que este contêm sejam corretos: isto é automático. Mude apenas uma sílaba no incidente e este ficará preso. Ou mesmo que pareça desaparecer, este voltará. Deste modo, não há nenhum receio de que qualquer incidente, que diminua com a recontagem, seja incorreto. Os dados que este contêm devem estar mais ou menos corretos, porque senão este não se reduziria. Assim, o auditor que contesta incidentes, dados ou que faz o papel de deus de algum outro modo, irá ter um caso completamente enredado nas suas mãos antes de ter ido muito longe, e terá um sujeito que não está a progredir. Se o sujeito começa a percorrer um engrama em que a Mamã está a ter relações com cinco esquimós, deixe-o percorrê-lo e nunca, nunca, nunca, mas nunca lhe diga que você acha que isso não é verdadeiro. Se disser ao sujeito que você pensa que ele está a imaginar coisas, poderá causar-lhe um sério revés. Diga-lhe que você acha que a Mamã tinha as suas razões e terá ficado do lado da oposição: você não estará a atacar o engrama, estará a ajudar a Mamã a atacar o sujeito. Criticar, corrigir ou julgar o preclear de algum outro modo, não tem qualquer cabimento em Dianética e fará mais para atrasar um caso do que qualquer outra ação. Um auditor que conteste o material que lhe é apresentado poderá estar a praticar bruxaria, acupuntura chinesa, xamanismo ou vodu, mas não está a praticar Dianética. E não obterá resultados. Um comentário ao sujeito, tal como: "Acho que fazes mal em acreditar que a tua mãe tentaria abortar-te" ou "Acho que estás a imaginar isso", poderá atrasar o seu preclear em cinquenta horas. O auditor não critica nem julga o preclear, nem avalia o material por ele. A audição é toda feita em privado e para si próprio. Se o paciente acaba de recontar o seu quinto acidente de comboio pré-natal, você poderá estar certo de que esbarrou com uma fábrica de mentiras nalgum engrama. A maneira errada de proceder, para corrigir isto, é comunicá-lo ao preclear. A maneira certa de proceder é encontrar a fábrica de mentiras, um engrama contendo um comentário como: "Diz-me qualquer coisa! Diz-me qualquer coisa, não me importo, desde que tu me digas alguma coisa. Mas pelo amor de Deus, não me digas a verdade, não consigo aguentá-la!" Ou: "Tu não lhe podes dizer a verdade. Isso seria demasiado doloroso." Há um milhar de formas para a fábrica de mentiras. E estas não são muito raras. Nunca diga ao preclear a razão por que anda à procura de alguma coisa. Se disser que quer uma fábrica de mentiras, a fábrica de mentiras inventará uma fábrica de mentiras. Se disser que quer uma descarga emocional, inibirá qualquer carga emocional de se descarregar. Faça simplesmente uma estimativa silenciosa da situação, reduza tudo o que parecer válido e continue a tentar descobrir a razão por que o caso não está a funcionar tão bem quanto possível. O teste de validade de um engrama não é o enredo. O enredo não tem valor. Os engramas são simplesmente coleçöes de comentários contidos em períodos de "inconsciência". Não faz nenhuma diferença se esses comentários concordam com a maneira como o auditor pensa que a vida deve ser conduzida ou com o modo como um preclear deve respeitar os seus pais. O enredo é uma coisa que os escritores põem nas histórias. Os auditores não têm nada a ver com isso. Um engrama é, basicamente, ilógico e irracional; não tente encontrar racionalidade dentro de um! Se os pais eram conhecidos como membros retos e honestos da comunidade e os engramas parecem indicar que a Mamã à noite fazia o papel de prostituta, aceite os engramas. A validade é muito simples de estabelecer. Faça estas perguntas ao engrama: 1. Será que este tem um somático? 2. Será que o somático ondula, ou seja, passa por uma série de mudanças? 3. Será que se reduz? (Se não se reduz, o conteúdo que o preclear está a percorrer está errado ou o engrama está muito à frente na cadeia e tem outros antes dele.) 4. O conteúdo engrâmico concorda com a aberração do paciente? 5. O somático concorda com as doenças psicossomáticas que se sabe que o paciente teve? 6. Será que este traz alívio ao paciente? E esta última é mais importante do que todas as outras. O fato de os curandeiros mentais do passado terem dito pomposamente: "Oh! Isto não condiz com a minha idéia de como a vida é conduzida", não é razão para um auditor fazer Dianética descarrilhar. Os curandeiros mentais do passado não obtiveram resultados. Dianética obtém resultados e uma das razões mais importantes por que Dianética obtém resultados é porque ela não tenta deturpar a vida para encaixa-la em Dianética, mas está a aplicar Dianética a vida. O auditor notará muitas coisas novas e surpreendentes. O seu moto, como diz um antigo brasão inglês com um corvo de trinta metros pousado em cima de um castelo, poderia ser: "Não te surpreendas com nada." O Relatório de Kinsey nem começou a contar a história que você, como auditor, obterá em Dianética. O fato de a mãe, sozinha, não ter o rosto que mostrava ao Júnior, nem o rosto que mostrava à sociedade, e o fato de a mãe e o pai, sozinhos, não se comportarem do mesmo modo que na sociedade, não é razão suficiente para fazer com que um preclear continue a ser um aberrado. Nos textos psiquiátricos deparamo-nos continuamente com pacientes que tentaram falar da sua vida pré-natal aos psiquiatras e aos quais foi dito, com uma solenidade ridícula, que os incidentes eram imaginários. Pacientes, que tinham sido abandonados por todas as escolas existentes em todas as frentes, porque os seus dados não condiziam com a crença daquelas escolas, recuperaram completamente e alcançaram, com Dianética, uma condição mental ótima, muito acima daquela dos seus antigos mentores, em parte porque Dianética não se coloca acima dos fatos da vida. O Dianeticista não só exige que o paciente encare a realidade por meio de percorrer os engramas, mas também exige que ele próprio encare a realidade, aceitando o fato de que qualquer que seja o conteúdo, se este encaixar em qualquer das condições listadas acima, este é válido na terapia. Auditar significa escutar; também significa computar. Computar sobre um caso consiste em estabelecer onde é que o paciente se afasta da racionalidade ótima na sua conduta da vida, mas mais importante, onde se encontram engramas fisicamente dolorosos e de emoção dolorosa, e como estes podem ser abordados e reduzidos. Os pacientes descobrem algumas coisas espantosas a respeito dos pais e parentes quando estão em terapia. Com frequência, eles descobrem que a vida na verdade foi muito melhor do que parecia, como no caso de um paciente que acreditava que tinha sido espancado todos os dias pelo pai. Os casos de concepção pré-nupcial são muito comuns, descobrindo-se o paciente ainda por nascer no casamento dos pais. E esses casos são com frequência muito difíceis de resolver por conterem tanto secretismo nos seus engramas. Os mecanismos da fábrica de mentiras tentarão, muitas vezes, atribuir um maior número de amantes à Mamã e transformar o Papá numa fera furiosa, mas uma fábrica de mentiras é muito fácil de localizar: os incidentes apresentados não percorrem como engramas: no segundo repasse o seu conteúdo é amplamente alterado, não contêm somáticos e o seu conteúdo não é aberrativo. Em suma, o que interessa saber é se temos ou não um engrama real; não se o engrama faz ou não sentido. Porque o pai poderá ter sido uma fera furiosa na alcova e a mãe poderá ter praticado o coito com os hóspedes; e o pai poderá ter sido um cordeirinho, apesar da reputação que a mãe lhe deu após o nascimento e a mãe poderá ter sido uma puritana frígida, a despeito das histórias exageradas que o preclear poderá ter ouvido. A verdade virá ao de cima na redução, mas isso não concerne ao auditor, exceto para conseguir engramas. Primeiro que tudo e sempre, obtenha engramas, consiga-os tão antigos quanto possível para a dor; consiga-os mais tardios para a emoção; obtenha-os, apague-os, descarregue-os, aclare-os! O fato de estes não serem computáveis como dados verdadeiros foi o que levou o aberrado a ser aberrado. Deixe o enredo para os escritores: a nossa tarefa é a terapia. Mas não "aceite lixo": peça o somático, veja se este varia enquanto o preclear pronuncia as palavras. Verífique os engramas. E o enredo que vá para o diabo. ***** 10.37 Coisas que não se devem fazer em dianética ***** Não dê uma sugestão positiva a nenhum paciente, seja como terapia propriamente dita ou para ajudar na terapia. Não deixe de dar um cancelador no início de cada sessão e de o usar no fim de cada sessão. Jamais diga a um paciente que ele pode "lembrar-se disto em tempo presente", porque o somático virá para o tempo presente e isso é muito desconfortável. Nunca, nunca, nunca diga a um paciente que ele pode "lembrar-se de tudo o que já lhe aconteceu em tempo presente" porque, se o paciente tiver caído em um transe profundo, isso agrupa tudo em tempo presente. E isso torna necessário desemaranhar um caso inteiro. Você quer desperdiçar duzentas horas? Nunca retalie, de modo algum, quando um paciente em rêverie ficar irado consigo. Siga o Código do Auditor. Se você se zangar com ele, poderá lançá-lo numa apatia que lhe levará muitas horas a desfazer. Não avalie os dados nem diga a um paciente qual é o mal dele. Não cante de galo. Se o preclear é a sua esposa ou marido ou filho, não lhe deite à cara que o seu argumento favorito saiu de um engrama. É claro que saiu! Não questione a validade dos dados. Guarde para si as suas reservas. Audite a informação para sua própria orientação. Se o paciente não sabe o que você pensa, os engramas nunca terão uma oportunidade de escapar-se. Jamais arrebate um paciente para o tempo presente só porque ele lhe pede. Se ele estiver no meio de um engrama, o único caminho de saída é atravessando-o. A força do engrama é mínima quando o paciente está retornado a este. Esta torna-se forte quando o paciente vem para o tempo presente. O paciente terá um choque nervoso se for arrebatado para o presente. Nunca se assuste, por mais que um paciente se contorça ou berre. Nada disso é grave, embora por vezes seja dramático. Nunca prometa Clarear um caso: prometa apenas Liberá-lo. Você poderá precisar de se ir embora ou de trabalhar em algo mais urgente. E um preclear reagirá muito mal a uma promessa quebrada. Não interfira na vida privada de um preclear nem lhe dê orientação. Diga-lhe que tome as suas próprias decisões sobre o que deve fazer. Não quebre o Código do Auditor. Ele existe para o proteger a si, não apenas o preclear. A terapia não pode prejudicar o preclear, mesmo que você só faça metade do trabalho e faça essa metade mal feita; a quebra do código pode ser muito desconfortável para si, porque fará de si o alvo do preclear e custar-lhe-á uma quantidade considerável de trabalho adicional. Não deixe engramas meio reduzidos quando estes lhe forem apresentados pelo arquivista. Não seja inventivo com Dianética até ter trabalhado pelo menos um caso até ao fim. E não seja demasiado inventivo até ter trabalhado um caso que tem sônico, um caso que tem desligamento sônico e um caso que tem sônico imaginário. Aclare estes e saberá. E terá encontrado engramas suficientes para ter algumas idéias que podem ser de grande benefício para Dianética. Se não tiver idéias depois disso e depois de você próprio estar em terapia e de ser Clareado, há alguma coisa que não está bem. Dianética é uma ciência em expansão, mas não a expanda até que saiba em que direção e que ela vai. Não misture gasolina com álcool nem Dianética com outra terapia, exceto a puramente médica, aplicada por um médico profissional. Se fizer com que um caso fique enredado, não o leve a um psiquiatra que não conhece Dianética. Só Dianética pode desenredar Dianética e os métodos de ontem não ajudarão em nada o seu paciente, quando tudo o que ele precisa de fazer é de repassar mais uma vez o ponto de onde você o arrancou com demasiada rapidez. Ganhe um pouco de coragem e mande-o atravessar novamente o incidente. Em Dianética, quem hoje tem um esgotamento nervoso, amanhã será um ser muito feliz. Não desista, não pare. Continue simplesmente a percorrer engramas. E um dia você terá um Liberado. E noutro dia terá um Clear. ****** Capítulo 11 Dianética - Passada e Futura ****** ***** 11.1 A história de dianética ***** A história de Dianética seria a história de uma viagem de descoberta, uma exploração de reinos novos e quase desconhecidos, Terra Incógnita, a Mente Humana, uma terra que fica dois centímetros atrás da sua fronte. A viagem levou doze anos e a labuta foi longa, mas agora temos mapas e podemos ir e voltar à vontade. A observação de raças selvagens e civilizadas, nesta e em regiões distantes, formou os alicerces da pesquisa antropológica: os escritos de alguns humanos nos últimos quatro mil anos formaram os roteiros eruditos. Os antigos escritos hindus, o trabalho dos Gregos e Romanos da Antiguidade, incluindo Lucrécio, as obras de Francis Bacon, as pesquisas de Darwin e alguns dos pensamentos de Herbert Spencer compõem a maior parte dos antecedentes filosóficos. A absorção inevitável da nossa cultura atual proporcionou muita informação que não foi notada. O restante tem sido aquilo a que o navegador chama "fora do mapa". Em 1935 foi iniciada alguma da pesquisa básica; em 1938, os axiomas primários foram descobertos e formulados. Nos vários anos que se seguiram, esses axiomas foram postos à prova no laboratório do mundo. A guerra interrompeu o trabalho, como as guerras normalmente fazem por serem um caos, mas logo após a cessação das hostilidades, a pesquisa foi recomeçada. Em menos de um ano, os fundamentos desta ciência, tal como estes se aplicam à mente humana, tinham sido integrados. Estes foram testados numa longa série de pacientes escolhidos ao acaso e cada novo teste refinou mais o trabalho, mas cada aplicação trouxe resultados específicos. Cinco anos após o reinício deste trabalho, em 1950, a obra estava preparada para publicação, tendo todos os testes apresentado a conclusão de que Dianética é uma ciência da mente, que de fato revela leis do pensamento até agora desconhecidas e que tem funcionado em todos os tipos de doença psicossomática mental inorgânica e orgânica. Além disso, no refinamento da forma alcançada, provou que era possível o uso fácil desta obra por pessoas que não receberam qualquer formação prolongada. O objetivo que alcançamos aqui é uma ciência funcional e que pode ser aplicada com sucesso por indivíduos após um curto período de aprendizagem. Este objetivo nunca antes tinha sido atingido ou sequer aproximado. Quando alguém consegue pousar um pé em terras desconhecidas, ele toma conhecimento de mais coisas e o horizonte alarga-se mais com cada novo dado, incluindo corpos mais amplos de conhecimento. Dianética cura, e cura infalivelmente. E existem objetivos adicionais. A educação, a medicina, a política, a arte e, de fato, todos os ramos do pensamento humano, são clarificados com Dianética. E mesmo assim, isso não é suficiente. Dianética tem, por enquanto, uma história breve: tem uma juventude forte: antecipa um amanhã melhor. Antes de se tornar mais velha, a sua esfera de ação terá abarcado ainda mais. A história de Dianética mal começou. O Plano A incluía o aperfeiçoamento da ciência, o seu teste em pacientes de todos os tipos e, por fim, a disseminação de Dianética como terapia. Esse plano termina com a publicação deste livro. O Plano B inclui uma pesquisa adicional sobre a força vital, uma tentativa de resolver alguns dos males ainda não abrangidos, tais como o cancro e diabetes, e o aperfeiçoamento das técnicas descobertas e a sua disseminação. Isso concluirá o Plano B. O Plano C inclui um esforço para descobrir um escalão mais alto da origem e destino universais, se este for um problema de origem e destino, e os fatores e forças implicados, com o fim de garantir uma melhor compreensão e a aplicação útil do conhecimento assim adquirido, se for de fato adquirido, e a sua disseminação caso seja adquirido. Uma porção do Plano B é a organização de uma fundação, para que a pesquisa possa ser efetuada mais rapidamente. A história de Dianética mal começou. Só o futuro poderá dizer que outras coisas começam com o nascimento de uma ciência da mente. ***** 11.2 Dianética judiciária ***** Este breve sumário de Dianética judiciária é incluído na presente obra como um auxílio ao auditor. Dianética Judiciária abrange o campo do julgamento do ser humano, dentro da sociedade e entre as sociedades. Abrange, necessariamente, a jurisprudência e os seus códigos e estabelece definições e equações exatas para o estabelecimento da equidade. É a ciência do julgamento. A jurisprudência e os seus juízos são construídos sobre as pedras angulares do certo e do certo e do errado, do bem e do mal. A definição dessas coisas é inerente a Dianética: com estas definições é possível chegar a uma solução correta no que respeita a qualquer ação ou ações do ser humano. O teste fundamental da racionalidade é a capacidade de diferenciar o certo do errado. Os fatores fundamentais no estabelecimento da censura são o bem e o mal. Sem uma definição precisa destes quatro fatores, qualquer estrutura de lei ou de julgamento perde força e complica-se através da introdução de fatores arbitrários que procuram julgar por meio da introdução de erros para anular erros. Códigos penais que respondam a todas as necessidades só podem ser escritos quando existirem definições científicas precisas para os quatro fatores e só então é que poderá ser estabelecida e formulada uma equidade civil, que não conduza à injustiça. Os problemas de jurisprudência e, na verdade, de todo o julgamento estão inextricavelmente entrelaçados com os problemas do comportamento. Uma sociedade ideal seria uma sociedade de pessoas não-aberradas, de Clears, que levassem as suas vidas dentro de uma cultura não-aberrada: pois quer a pessoa quer a cultura poderão ser aberradas. As aberrações da cultura entram nas equações de conduta como fatores irracionais, tanto pela porta da educação, como pela dos costumes sociais e da jurisprudência. Não basta que o próprio indivíduo seja não-aberrado, pois ele encontra-se dentro dos limites de uma sociedade que construiu a sua cultura com muitos preconceitos e costumes irracionais. O estabelecimento da verdadeira fonte do erro e do mal é um problema fundamental de toda a jurisprudência. A verdadeira fonte está, infelizmente, nas irracionalidades daqueles em gerações passadas que, trabalhando com conhecimento limitado e oprimidos pelo meio circundante, procuraram soluções com equações que continham fatores falsos e indefinidos. Essas gerações, sepultadas há muito, não podem ser levadas a tribunal. Nós somos os herdeiros de todas as épocas passadas e isso é bom: mas também somos os herdeiros de todas as irracionalidades do passado e isso é mau. Em tais circunstâncias e na ausência de uma racionalidade geral, o auditor não pode julgar o preclear com exatidão relativamente às suas ações más ou erradas. O criminoso e o insano, o hipocondríaco e o marido que espanca a esposa, o ditador impiedoso que procura fazer tremer o mundo e o varredor de rua que apenas fica sentado a chorar são todos, e cada um deles, aprisionados e impelidos pelas suas próprias fontes de irracionalidade, pelo mundo que entrou nas profundezas ocultas das suas mentes torturadas pela dor e que, sob a forma de aberração social, os esmaga do exterior. O auditor está interessado no que foi feito ao seu paciente, não no que foi feito pelo seu paciente; pois aquilo que o paciente tenha feito está sempre fora do alcance da recordação e não foi a fonte, mas apenas a manifestação das suas mágoas. Havendo uma sociedade de pessoas não-aberradas, havendo uma cultura a que tenha sido retirada toda a irracionalidade, então e só então pode o ser humano ser verdadeiramente responsável pelos seus atos, então e só então. Mas precisamos de assumir agora a sombra da responsabilidade por esse fato. Um humano não precisa de se render aos seus engramas. Talvez nalguma data distante só sejam concedidos direitos civis, de acordo com a lei, à pessoa não-aberrada. Talvez nalguma época futura seja alcançado o objetivo de apenas a pessoa não-aberrada poder obter e beneficiar de cidadania. Estes são objetivos desejáveis, que produziriam um aumento marcante na capacidade de sobrevivência e felicidade do ser humano. Mesmo agora, os códigos de jurisprudência podem ser melhorados e é possível determinar com precisão se o ato que levou o indivíduo perante a lei foi um ato aberrado, ou se foi causado por uma aberração da cultura, ou se foi um ato cometido em detrimento de outrem ou da sociedade. O processo de punição pode, com certeza, ser aperfeiçoado de modo a sentenciar o indivíduo, não a mais aberração como prisioneiro ou um humano arruinado, mas a um plano mais elevado de razão, através da erradicação da aberração. Os atos passados de um indivíduo que foi Clareado deviam ser riscados dos seus registros, da mesma forma que as suas doenças o foram, pois com a remoção da causa não há motivo para punição, a menos que a própria sociedade seja tão aberrada que deseje funcionar com base em princípios sádicos{28}. Isto é mais do que mero idealismo, pois pode-se demonstrar que a aberração, nos indivíduos e na sociedade, aumenta progressivamente na proporção da quantidade de punição aplicada. Esforços para resolver problemas de jurisprudência, que ainda não abrangiam definições exatas para certo e errado, bem e mal, apenas podiam recorrer a um princípio conhecido em Dianética como a Introdução de um Arbitrário. Foram aplicadas regras gerais e imutáveis aos problemas em um esforço para os resolver e, no entanto, cada nova regra afastava ainda mais a razão, de modo que eram necessárias ainda mais regras. Uma estrutura arbitrária é aquela em que se observou um erro e se tentou corrigi-lo através da introdução de outro erro. Numa complexidade progressiva é preciso introduzir novos erros para anular os maus resultados dos erros anteriores. Uma cultura, para não falar da jurisprudência, torna-se complexa e desajeitada na proporção do número de novos males que é obrigada a introduzir, para anular males anteriores. Por fim, não pode haver razão; só pode haver força e, onde não existe a razão e no entanto existe força, não há nada senão o turbilhão de uma fúria insana. Onde houver uma fúria insana, ainda por resolver, com o tempo terá de surgir a apatia; e a apatia, em espiral descendente, chega inevitavelmente à morte. Estamos aqui numa ponte entre um estado do ser humano e o seguinte. Estamos acima do abismo que separa um planalto mais baixo de um planalto mais alto, e este abismo assinala um passo evolucionário artificial no progresso do ser humano. O auditor está nessa ponte. Quando Clareado, ele estará na sua extremidade mais alta. Ele verá muito tráfego a passar por essa ponte. Poderá ver costumes, leis, organizações e sociedades a tentarem evitar a ponte, mas ao prosseguirem nesse curso, estes tombam no vazio do abismo. Na sua atitude relativamente aos seus preclears ou à sociedade em geral, ele não pode ganhar nada repreendendo e julgando erros passados à luz do nível senciente atual. Além de não ganhar nada com isso, ele poderá inibir o progresso. É um fato inexorável que o ataque à irracionalidade já começou. Ataque a irracionalidade, não a sociedade ou o humano. ***** 11.3 Dianética e a guerra ***** Os organismos sociais a que chamamos estados e nações comportam-se e reagem, em todos os aspectos, como se fossem organismos individuais. A cultura tem a sua mente analítica, a natureza senciente combinada dos cidadãos em geral e dos seus artistas, cientistas e estadistas em particular. O banco de memória padrão social é composto pelos dados acumulados ao longo das gerações. E o organismo social tem também a sua mente reativa, representada pelos preconceitos e irracionalidades do grupo inteiro. Esta mente reativa é servida por um banco de engramas onde se encontram experiências passadas dolorosas, e que dita ação reativa em certos assuntos, sempre que esses assuntos sejam restimulados na sociedade. Isto, muito resumidamente, é uma analogia usada em Dianética Política. O organismo social comporta-se de uma maneira que pode ser representada na Escala de Tom; este tem a sua dinâmica de sobrevivência e os seus supressores, a sua supressão interna devida a engramas e o seu impulso na direção de um infinito de duração ótima. Criminosos, traidores e fanáticos, por exemplo, constituem os engramas internos que suprimem o potencial de sobrevivência na Escala de Tom. Há uma definição exata para cada nível social, na forma como se relaciona com a Escala de Tom. Uma sociedade livre, trabalhando em cooperação completa para realizar objetivos comuns, seria uma sociedade de Tom 4. Uma sociedade limitada por restrições arbitrárias e leis opressivas seria uma sociedade de Tom 2. Uma sociedade comandada e dirigida pelos caprichos de um humano ou de poucos humanos seria uma sociedade de Tom 1. Uma sociedade governada pelo mistério e superstição de alguma organização mística seria uma sociedade de Tom 0. O potencial de sobrevivência, em cada caso, pode ser visto em qualquer lugar da História. Qualquer Idade de Ouro é um Tom 4. Práticas opressivas, ganâncias individuais e erros de cálculo em geral reduzem a sociedade introduzindo-lhe elementos descontentes. Para fazer face a estes, no passado aplicou-se mais opressão. A sobrevivência da sociedade foi reduzida ainda mais. Com mais opressão vieram novos engramas e, assim, as oportunidades de uma sobrevivência longa deslizaram pela Escala de Tom abaixo. E com esta redução de potencial veio a dor, à medida que se entrava nas zonas inferiores. As sociedades sobem e descem na Escala de Tom. Mas existe um ponto de perigo, abaixo do qual uma sociedade não pode ir sem reagir tal como o faria um indivíduo igualmente suprimido: a sociedade atinge um ponto de ruptura e enlouquece. Este ponto encontra-se por volta de 2.0. A luta de sociedade com sociedade, de nação com nação tem muitas causas, todas elas mais ou menos irracionais. Houve muitas ocasiões em que uma sociedade foi forçada a esmagar outra menos senciente do que ela. Mas com cada colisão nasceram novos engramas, tanto no cenário internacional como dentro das próprias sociedades. A guerra é um Tom 1 internacional. Não é mais racional do que qualquer indivíduo que, chegando a um Tom 1 geral e crônico, é posto em um manicômio ou, temporariamente em Tom 1, comete algum crime e depois é aprisionado. Porém, não há um carcereiro para as sociedades, nesta altura só há morte e, portanto, elas morrem e têm morrido. Até agora, uma nação não tinha nenhum meio para empregar senão a força, quando confrontada com outra nação enlouquecida. Por contágio de aberração, ambas as nações enlouqueciam. Nenhuma nação venceu completamente uma guerra. Nenhuma nação finalmente triunfou pela força das armas. Nenhuma nação evitou a guerra se mostrando ameaçadora ou exibindo as defesas. Devido a estes ódios acumulados, o ser humano está agora perante armas tão poderosas, que ele próprio poderá desaparecer da Terra. O problema não está no controle dessas armas. Elas explodem quando e onde o ser humano lhes diz que explodam. O problema está no controle do ser humano. Não há nenhum problema nacional, no mundo de hoje, que não possa ser resolvido somente pela razão. Todos os fatores que inibem uma solução do problema da guerra e das armas são fatores arbitrários, e não têm mais validade do que as explicações justificativas de um ladrão ou assassino. O agricultor de Iowa não tem nenhuma disputa com o lojista de Estalinegrado. Aqueles que dizem que tais disputas existem estão a mentir. Não há preocupações internacionais que não possam ser resolvidas por meios pacíficos, não em termos de um governo supranacional, mas em termos de razão. Manobrando ideologias indefiníveis, manipulando a ignorância das massas, entidades inexistentes marcham pelo mundo como pesadelos na forma de Deuses do Ismo. Nenhum interesse pessoal é tão grande que exija a chacina da Humanidade. Aquele que a exigisse, aquele que não a evitasse por todos os meios racionais, é insano. Não há nenhuma justificação para a guerra. Por detrás das cortinas da língua e de costumes diferentes, os povos são ensinados a não reconhecer qualquer afinidade com outros povos. Ensinados pelos seus próprios terrores e governados pelas suas próprias aberrações, os dirigentes apresentam os outros ismos como coisas detestáveis. Hoje em dia, não existe na Terra um estado político perfeito, nem sequer há uma boa definição de um credo político perfeito. Os Estados são vítimas de aberrações internas e externas. Dianética trata a guerra porque há, de fato, uma corrida entre a ciência da mente e a bomba atômica. Poderá não haver uma geração futura para saber qual ganhou. Só a racionalidade pode guiar o ser humano através destas ameaças de extinção. A insanidade não existe sem uma confusão de definições e propósito. A solução para o problema internacional não se encontra no controle ou redução de armamento, nem mesmo na repressão dos humanos. Esta solução encontra-se na definição da teoria e da atividade políticas em termos tais, que não possa existir má interpretação de processos claros; encontra-se no estabelecimento de objetivos racionais para os quais as sociedades possam trabalhar, coletiva e individualmente; e encontra-se numa competição entre sociedades, com ganhos tão grandes, que nenhuma se torne dispensável para a outra. A luta primária do ser humano não é contra o ser humano: isso é insanidade. A luta primária do ser humano é contra os elementos que o oprimem como espécie e que impedem o seu impulso na direção de objetivos elevados. A luta do ser humano é com os elementos, com o espaço e o tempo, e com as espécies que lhe sejam destrutivas. Ele mal começou a sua conquista. Ele agora está armado de ferramentas suficientes e de ciência suficiente para ser bem-sucedido na sua conquista do Universo. Não dispõe de tempo para disputas, para se entregar a birras e estar de paleio à janela com os vizinhos sobre bombas atômicas. A utilização do poder atômico põe outros mundos ao seu alcance. Porquê discutir por causa deste? As recentes descobertas no campo da fotossíntese parecem oferecer uma boa perspectiva de alimentar e vestir o ser humano regiamente, mesmo que o seu número na Terra venha a ser mil vezes superior aos milhares de milhões atuais. Por que razão é que ele discute? Porquê? Dois humanos racionais entrarão numa competição por proveito, valor e produção. Será que estas nações enormes, estes poderosos, temíveis e estrondosos "gigantes" são na verdade meninos mal instruídos e com pouca sanidade mental, que gritam insultos uns aos outros pela posse de um gato morto? Então e os exércitos? Os exércitos morrem. Se o poder dá razão, então Roma ainda governa o mundo. Quem teme agora esta curiosidade arqueológica que foi Roma? Há um objetivo mais elevado, um objetivo melhor, uma vitória mais gloriosa do que cidades devastadas e mortos queimados pela radiação. Há liberdade, felicidade, abundância e um Universo inteiro para conquistar. Aquele que não o vê está longe de merecer governar. Aquele que se entrega aos seus ódios é demasiado insano para aconselhar. Quanto pode o ser humano conquistar? Ele perde, se conquista o ser humano. Ele ganha, se conquista os seus próprios medos e depois conquista as estrelas. Ataque os inimigos naturais do ser humano, ataque-os bem, e a guerra do ser humano com o ser humano não poderá ser um problema daí em diante. Isto é racionalidade. Dianética não é contra a luta; ela define o que poderá ser combatido. Essas coisas incluem as fontes de sofrimento do ser humano dentro do indivíduo, dentro da sociedade e os inimigos da Humanidade. O ser humano, desorientado, não tem reconhecido os seus inimigos. Eles agora são visíveis: ataque! ***** 11.4 O futuro da terapia ***** Dentro de vinte ou cem anos, a técnica terapêutica oferecida neste volume parecerá obsoleta. Caso isso não aconteça, então a fé do autor na inventividade dos seus semelhantes não terá sido justificada. Temos aqui uma coisa que não existiu antes, uma ciência da mente que funciona invariavelmente. Os métodos de aplicação não podem deixar de ser aperfeiçoados. Todas as ciências começam com a descoberta de axiomas básicos. Estes progridem à medida que se descobrem novos dados e se alarga o âmbito da ciência. Surgem várias ferramentas e técnicas continuamente, melhoradas e aperfeiçoadas. Os axiomas básicos, as descobertas iniciais de Dianética, são verdades científicas tão sólidas, que pouco serão alteradas. Os dados descobertos por esses axiomas já são muitos e expandem-se diariamente. As técnicas apresentadas neste volume para o uso desses dados serão, antes de passar muito mais tempo, modificadas e melhoradas. O seu mérito, neste momento, é que estas técnicas funcionam e produzem resultados científicos muito sólidos. Há muito tempo atrás, alguém estabeleceu os princípios básicos que tinham a ver com o fogo. Antes disso não tinha havido um fogo controlado. A culinária, o aquecimento e, finalmente, a metalurgia criaram uma nova cultura. Os princípios básicos do fogo não foram muito alterados. As técnicas empregadas para manejar o fogo, pouco após a sua descoberta pelo ser humano, hoje em dia seriam consideradas um tanto obsoletas. Hoje em dia temos fósforos, isqueiros e combustíveis, mas logo depois de se compreender e de se começar a usar o fogo, o acendedor de fogo por rotação e a pederneira e o aço teriam sido considerados invenções maravilhosas: mesmo assim, o ser humano já estava a usar o fogo há algum tempo e a usá-lo com proveito, como utilidade doméstica e como arma, quando o fogo por fricção e a pederneira e o aço foram descobertos ou inventados. No caso da roda, foram estabelecidos princípios básicos que não se alteraram até hoje. A primeira roda funcional deve ter sido uma coisa bastante difícil de manejar. Mas comparada com nenhuma roda, ela foi um milagre. Assim aconteceu com a terapia de Dianética. Os princípios básicos, axiomas e descobertas gerais de Dianética formam uma organização que o ser humano nunca antes possuiu. Tal como no caso das primeiras fogueiras e das primeiras rodas, a técnica terapêutica pode ser enormemente aperfeiçoada. Esta funciona agora; pode ser usada neste momento com segurança e eficácia. Esta técnica atual tem dois inconvenientes definidos. Requer mais perícia do auditor do que deveria ser necessária e não é tão rápida quanto poderia ser. Não deveria ser necessário que o auditor fizesse computações de qualquer espécie e, na verdade, poderia conceber-se uma técnica terapêutica em que não seja necessário um auditor, mas presentemente ele é vital. Fazer um Clear completo devia levar apenas um punhado de horas. Aqui, os problemas são relativos ao melhoramento em termos da necessidade de menos perícia e menos trabalho. Poder-se-ia dizer que caberia ao matemático e ao filósofo a tarefa de resolver todos os problemas e apresentar todos os aperfeiçoamentos. Na verdade, cabe a ele a tarefa de desenvolver qualquer técnica de aplicação, pois em qualquer sociedade deve haver uma partilha do trabalho. Quando os axiomas básicos e as computações ficaram concluídos, foi impossível publicá-los, pois não havia ninguém a quem tal pesquisa pudesse ser entregue para aplicação. Por isso, o trabalho teve de ser feito em toda a sua extensão, não apenas o trabalho de experimentação, mas também o desenvolvimento e a comprovação das técnicas de aplicação. Poder-se-ia fazer aqui uma analogia com a engenharia de pontes. Suponhamos que existem dois planaltos, um mais alto do que o outro, com um abismo profundo entre eles. Um engenheiro vê que, se o abismo pudesse ser atravessado pelo tráfego, o planalto mais alto que não havia sido usado até então, sendo muito mais fértil e agradável, tornar-se-ia o local de uma nova cultura. Ele incumbe-se da tarefa de construir uma ponte. Havia a suposição de que não era possível construir uma ponte através do abismo e, de fato, uma vez que as pessoas no planalto inferior não podiam ver o nível mais alto, a própria existência de um planalto mais alto era negada. O engenheiro, desenvolvendo novos princípios de construção de pontes e descobrindo novas significâncias nos seus materiais, consegue lançar uma ponte através do abismo. Ele próprio atravessa-a e inspeciona o planalto cuidadosamente; outros atravessam a ponte e, deleitados, examinam o novo terreno. Cada vez mais pessoas atravessam a ponte. Esta é sólida e, embora não seja larga, pode ser transposta com segurança. Não foi construída para tráfego pesado e veloz. Mas contêm os princípios básicos e os axiomas pelos quais o abismo pode ser transposto, vez após vez. Muitas pessoas começaram a aproximar-se do abismo e a olhar para cima. Que tipo de opinião teria o leitor da sociedade que está no planalto inferior se ela se limitasse a gemer, chorar, discutir e não desse qualquer ajuda na tarefa de alargar a ponte ou de fazer novas pontes? Neste manual, nós temos os axiomas básicos e uma terapia que funciona. Por amor de Deus, ponha mãos à obra e construa uma ponte melhor! ****** Capítulo 12 Termos de Dianética ****** Aberração: Qualquer desvio ou afastamento da racionalidade. Usado em Dianética para incluir psicoses, neuroses, compulsões e repressões de todos os tipos e classificações. Aberrado: Neologismo dianético para qualquer indivíduo aberrado. Clarear: v.tr. Tornar limpo, tal como de sujidade ou obstrução; iluminar; libertar de culpa, censura, etc.; abrir passagem; desemaranhar. v.i. Tornar-se claro e brilhante. Agrupador: Um comando engrâmico que faz com que a linha do tempo ou incidentes que se encontram nesta fiquem emaranhados de tal forma que parece que a linha do tempo está encurtada. Apagar: Causar que um engrama "desapareça" completamente através da recontagem, altura em que este é arquivado como memória e experiência. Auditor: O indivíduo que administra a terapia de Dianética. Auditar significa "escutar" e também "computar". Banco de engramas: O local de armazenamento no corpo onde os engramas, com todos os seus percépticos, são registrados e retidos e a partir do qual os engramas agem sobre a mente analítica e o corpo. Banco de memória padrão: O local de armazenagem na mente onde todos os dados percepcionados conscientemente (visão, som, ouvir, cheiro, sensação orgânica, cinestesia, táctil, assim como as computações mentais do passado) são registrados e guardados e a partir do qual são entregues à mente analítica. Inclui todos os dados de uma natureza consciente, desde a concepção até "agora". Básico: O primeiro engrama em qualquer cadeia de engramas similares. Básico-básico: O primeiro engrama após a concepção, o básico de todas as cadeias unicamente por ser o primeiro momento de dor. Cadeias: Qualquer série de incidentes no banco de engramas que têm um conteúdo semelhante. Clear: O indivíduo ótimo; que já não possui quaisquer engramas. Do dicionário inglês: claro; límpido e, por conseguinte, sereno; limpo; audível; diferenciador; compreensivo; livre de dúvidas; seguro; inocente; líquido, tal como lucro após despesas; sem dívidas; livre de qualquer enredo. s. Um espaço ou localização claro. Comando engrâmico: Qualquer frase contida em um engrama. Demônio: Um circuito de derivação na mente, chamado "demônio" porque foi interpretado assim durante muito tempo. Provavelmente é um mecanismo eletro-químico. Desorientador: Qualquer comando engrâmico que faz com que o paciente se mova de uma forma ou numa direção na linha do tempo que é contrária às instruções do auditor ou aos desejos da mente analítica do paciente. Dianética: (do grego dia, através, e nous, mente ou alma); o que a mente (ou alma) está a fazer ao corpo. Dinâmica: O impulso, ímpeto e propósito da vida - SOBREVIVER! - nas suas quatro manifestações: a própria pessoa, família, grupo e humanidade. Engrama: Qualquer momento de maior ou menor "inconsciência" por parte da mente analítica que permite que a mente reativa registre o conteúdo total desse momento com todos os percépticos. Liberado: Qualquer pessoa que foi levada até um estado que se aproxima do normal de 1950 através da terapia de Dianética, quer tenha avançado desde uma condição psicótica ou neurótica. Liberar: O ato de liberar através da terapia. Linha do tempo: O período de tempo de um indivíduo desde a concepção até tempo presente, no qual se encontra a sequência de acontecimentos da sua vida. Memória: Qualquer coisa que, percepcionada, é arquivada nos bancos de memória padrão e que pode ser recordada pela mente analítica. Mente analítica: A mente que computa - o "Eu" e a sua consciência. Mente reativa: A mente a nível celular que não está "inconsciente" mas está sempre consciente - a mente oculta, previamente desconhecida. Negador: Qualquer comando engrâmico que faz com que o paciente acredite que o engrama não existe. Percéptico: Qualquer mensagem sensorial tal como uma visão, som, cheiro, etc. Preclear: Qualquer pessoa que começou a terapia de Dianética. Pré-liberado: Qualquer paciente que começou a terapia para alcançar uma Liberação das suas principais dificuldades, psicossomáticas ou aberrativas. Psicossomático: Qualquer doença ou distúrbio físico gerado pelo próprio corpo. Reduzir: Fazer com que um engrama fique livre de somáticos ou emoção através de recontagens. Ressaltador: Qualquer comando engrâmico que, quando abordado pela mente analítica na linha do tempo, faz com que o paciente se mova de volta para tempo presente. Segurador: Qualquer comando engrâmico que faz um indivíduo permanecer em um engrama, consciente ou inconscientemente. Simbiota: Qualquer entidade de vida ou energia que ajuda um indivíduo ou o ser humano na sua sobrevivência. Somático: Um neologismo de Dianética para dor, qualquer condição do corpo experimentada quando se contata um engrama; a dor de uma doença psicossomática. Sônico: Recordação ao ouvir um som do passado com o "ouvido da mente". Supressor: As forças exteriores que reduzem as possibilidades da sobrevivência de qualquer forma. Visio: Recordação através de ver uma visão do passado com o "olho da mente". =============================================================================== **** Notas de Rodapé: **** {1} O termo auditor é usado em Dianética para designar qualquer pessoa habilitada na prática da terapia de Dianética. Auditar é ouvir e computar. {2} Iatrogênico significa uma doença causada por médicos. Uma operação durante a qual o bisturi do médico escorregou e feriu acidentalmente o paciente pode causar uma doença ou dano iatrogênico, visto que o erro tinha sido dos cirurgiões. {3} "Normal" é um termo de psicologia que denota o indivíduo normal - quer dizer, uma pessoa mediana. O QI e o comportamento de um "normal" seria uma média da população atual. Não há nada de desejável em ser um "normal", pois ele é seriamente aberrado. {4} Este volume dirige-se ao tratamento da pessoa normal ou ao paciente neurótico que não seja suficientemente violento para ser internado. Contudo, com inteligência e imaginação, estas mesmas técnicas podem ser aplicadas com êxito a qualquer estado mental ou doença física. Dianética Institucional é, primariamente, a redução de uma insanidade para uma neurose; as técnicas são semelhantes às descritas aqui, mas inclinam-se mais para medidas heróicas. {5} Na realidade, o conteúdo do banco de engramas é transferido, e não removido, pois é rearquivado sob o título de experiência nos bancos padrão. Contudo, o material parece desaparecer na terapia porque a terapia se dirige ao banco de engramas e não aos bancos padrão. {6} Os termos pré-liberado e preclear são usados para designar um indivíduo que iniciou ou que está a ser submetido à terapia de Dianética. O termo preclear é usado mais comummente. A palavra paciente é menos descritiva porque implica doença, mas é usada indistintamente. {7} É interessante que o Código do Auditor descreve, exceto na sua última cláusula, o padrão de conduta de sobrevivência do ser humano. Um Clear funciona mais ou menos automaticamente com base neste código. Dianética é paralela ao pensamento, porquanto segue as leis naturais do pensamento. O que funciona em Dianética também funciona na vida. {8} "Visio" quer dizer recordação visual em Dianética. "Sônico" significa recordação sonora. "Somático" significa recordação de dor. Um paciente que pode ver, ouvir e sentir dor armazena essas coisas. Ao lembrá-las, o "Eu" recorda-as como visio, sônico e somático. {9} Ao lixo chamou-se tecnicamente delusão na obra filosófica de Dianética, mas o termo é demasiado áspero e crítico, pois quem é que não tem alguma idéia errônea de um incidente passado? {10} Fábrica de mentiras é, tecnicamente, uma frase contida em um engrama que exige que se digam mentiras. Era originalmente chamada um fabricador. {11} Tecnicamente, o nome do arquivista poderia ser "unidades monitoras do banco", mas a frase seria demasiado desajeitada para usar. {12} Uma diferença adicional é que um paciente pode ser retornado sem ser preciso fazer qualquer contagem. {13} Se o paciente faz objeção a números, use letras do alfabeto. É possível que tenha sido feita uma contagem regressiva até ficar inconsciente, numa operação cirúrgica do passado, de modo que os números deixam-no nervoso. {14} Você pode contatar o arquivista por meio de drogas ou hipnotismo e reunir e reduzir engramas. Mas esta é uma solução excessivamente simplificada. O que estamos a fazer na terapia de Dianétíca é mais do que isto - estamos a tentar colocar o "Eu" em contato com o arquivista, e não apenas a trabalhar o arquivista sozinho. A hipnoanálise e a narcossíntese fracassaram porque não sabiam nada a respeito do banco de engramas e porque tentaram, sem saber o que era, trabalhar somente o arquivista. O desejo do paciente de ser trabalhado em transe amnésico ou em qualquer estado drogado é um esforço para poupar o "eu" e colocar o fardo sobre o arquivista. {15} As palavras "desvanecer" ou "apagar", quando aplicadas a um engrama que foi tratado, significam que o engrama desapareceu do banco de engramas. Este não pode ser encontrado depois, exceto através de uma busca da memória padrão. {16} O eletroencefalógrafo, hipnoscópios, gráficos de inteligência, testes para várias dinâmicas e por aí adiante são todos auxílios mecânicos para Dianética. São usados primariamente na pesquisa. Quando disponíveis e quando a capacidade do auditor o permite, podem ser usados na prática. Mas geralmente não têm estado a ser usados na prática e não são necessários, nesta altura e com esta terapia. Um dia, espero eu, algum químico inventará um "gás de transe" perfeito que acelerará o processo de clarear um esquizofrênico, e confio que algum engenheiro fará alguma coisa para medir os impulsos nervosos, que seja suficiente barata para ser usada na prática geral. Por enquanto, temos de passar sem eles, por mais desejáveis que possam ser para o futuro. {17} Acontece que há uma especialização adicional das dinâmicas em cada um de nós, uma espécie de dinâmica pessoal incorporada. E um fato clínico que o indivíduo aparentemente sabe qual é o seu propósito básico antes de ter dois anos de idade. O talento e personalidade inerentes e o propósito básico formam um pacote; estes parecem fazer parte do padrão genético. Dianeticamente, pode-se fazer qualquer pessoa reviver a idade de dois anos e consultá-la acerca do seu propósito na vida, e ela apresentará um desejo muito específico quanto ao que quer conseguir na vida (e a atividade aos dois anos de idade, ao ser revista, confirmará isto). Descobrir-se-á que a sua vida posterior seguiu este padrão geral, onde ela foi bem-sucedida. Em quinze pessoas examinadas, verificou-se que o propósito básico se formou aos dois anos de idade. E quando Clareadas, essas pessoas usaram e seguiram esse propósito básico. {18} Racionalização significa pensamento justificativo - as desculpas que uma pessoa dá para explicar o seu comportamento irracional. {19} A banda sensorial pode ser considerada como o lado "mental" do painel de controle; a banda motora, o lado físico. {20} A mudança de valência raramente é usda, exceto quando se suspeita que o paciente não abordará um engrama de outra forma. Por vezes, ele abordará o engrama com a mudança de valência quando se recusa a abordá-lo como ele próprio. A mudança de valência é um tanto indesejável quando usada com um indivíduo sugestionável, porque viola a regra de Dianética de não usar sugestões positivas além das absolutamente necessárias para fazer o paciente retornar, recontar e descobrir dados. Por isso, a mudança de valência raramente é utilizada e menos ainda numa pessoa sugestionável. Deve ser considerada como último recurso e praticada apenas quando o preclear for total e completamente incapaz de confrontar e atacar um engrama de cuja presença o auditor está certo - e isto é raro. {21} A banda somática funciona em todos os desligamentos, quer o paciente a sinta quer não. A banda somática também obedece, mas nenhum somático se ativa, quando o incidente está ocluso por "inconsciência"; o somático só aparece depois do boil-off. {22} A propósito deste texto, isto cruzou a "cadeia de brigas" com a "cadeia de coito", provocando a oclusão de ambas. Qual é a origem deste engrama, ou de onde vieram os engramas que o compunham é, certamente, uma questão de antiguidade. Esta era a conduta doméstica do Papá, confirmada pelo fato de tanto a mulher como o filho estarem quase psicóticos. O Papá não era "psicótico". Era um homem "destemido, vigoroso" e "franco", presidente de um banco e conhecido pela sua inflexibilidade. O filho era um ébrio, ateu de caixa de sabão, que negava tudo o que pai representava, incluindo o dinheiro. O filho, enquanto ainda em terapia, incautamente falou com o pai sobre este engrama e o pai falou furiosamente contra Dianética durante dois dias, depois dos quais adoeceu com "febre reumática", ficando em tal estado que ele mandou chamar o auditor deste caso para o Clarear, o que foi feito. Ambos os casos tinham desligamento sônico, assim como desligamentos de dor e emoção. {23} (Ou um 5, como no caso recente em Harvard, onde um pedaço de solda manteve um 5 pressionado em um computador eletrônico, para grande espanto dos cavalheiros que dependiam deste para lhes dar respostas.) {24} Por altitude queremos dizer uma diferença no nível de prestígio - uma pessoa numa altitude maior transmite convicção a alguém que esteja numa altitude menor, meramente por causa de altitude. O auditor poderá ver-se incapaz de adquirir altitude suficiente com alguns pacientes para os trabalhar com suavidade e, para outros, poderá ter tanta altitude que eles acreditam em tudo o que ele diz. Quando tem altitude de menos, não acreditam nele; quando tem de mais, acreditam demasiado nele. {25} Não estou a ser pago pela WCTU para escrever isto; apenas acontece que tive de Clarear demasiados alcoólicos. {26} Ver mais adiante, Conselhos ao Auditor. {27} As tentativas de aborto às vezes poderão fazer coisas estranhas ao cérebro. Isto pode ser considerado sob o título de ferimento. A maior parte das recordações sônicas podem ser recuperadas. Se várias recordações não podem ser recuperadas, ainda se pode remover os engramas. A inteligência em tais casos aumentará e muitas vezes já será extremamente alta. {28} A nossa sociedade atual não é aberrada a este respeito: o humano insano não é considerado culpado ou responsável pelos seus atos. A falta de uma definição de natureza precisa e científica para a insanidade, e não conseguindo reconhecer que todos os atos irracionais são insanidade temporária, a sociedade não tem sido capaz de levar a cabo a sua intenção fundamental.