Livro de Urantia

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Capítulo 10
Aprendendo com a Experiência Americana de 50 Anos


História dos Documentos de Urantia
De Larry Mullins
Com Meredith Justin Sprunger

Traduzido generosamente por
Francisco Santos de Oliveira
10  Aprendendo com a Experiência Americana de 50 Anos
    10.1  Mudança para uma liderança autoritária
    10.2  Licenciando a bandeira de Michael
    10.3  O episódio da "canalização" de Grimsley da III guerra mundial
    10.4  Conflitos, confusão e litígio
    10.5  Nasce a IUA
    10.6  Mais litígios
    10.7  A Urantia Brotherhood
    10.8  O temor de "originar igrejas"
    10.9  A nova Fellowship
    10.10  O problema da religião urantiana
    10.11  O Dr. Sprunger sobre uma religião de urantia
    10.12  É necessário um novo paradigma?
    10.13  Nota pessoal

     DEPOIS DA EUFORIA INICIAL de ter Urantia Books, começou a serpejar sobre os primeiros urantianos um lento desapontamento. O esperado impacto da Quinta Revelação de Época não aconteceu. Livros enviados pelo correio para pessoas famosas140, ou não eram respondidos, ou eram respondidos com notas curtas e breves. Nenhum dos grandes jornais criticou o livro. Sir Hubert Wilkins que deu assistência ao Dr. Sadler nos primeiros dias e que estava igualmente confuso com os fenômenos do sujeito adormecido, tinha estudado os Documentos periodicamente por vinte anos em Chicago, no 533 Diversey Parkway141. Quando o Livro foi publicado, ele enviou doze cópias a amigos especiais. Wilkins relatou que só tinha recebido uma resposta interessada. As pessoas pareciam pensar que se tratava de um romance humorístico ou algo desse gênero. De qualquer forma, a resposta é um bom critério de suas reais aptidões mentais.

     Em 1958, um estudante secundário de dezenove anos, que estava interessado em se tornar ministro, escreveu de Kansas para a Urantia Foundation. Seu nome era Vern Grimsley. Grimsley fora originalmente introduzido aos Documentos de Urantia pelo Dr. Sprunger. Mais tarde ele apresentou The Urantia Book para os seus irmãos da fraternidade da Universidade de Kansas, que incluía Richard Keeler, Martin Myers e Hoite Caston. Em 1962 Myers e Keeler viajaram para Chicago para se encontrar com o Dr. Sadler e Christy. Por volta de 1963 uma série de cartas foram trocadas entre Vern e Nancy Grimsley e o Dr. Sadler, culminando com Sadler convidando o casal para ir a Chicago, para um encontro. Pela mesma época, o jovem Martin W. Myers começou a ter significante influência no Diversey Parkway 533. Martin Myers era um leitor entusiasta de The Urantia Book e ele impressionou especialmente Christy.

     À medida que as coisas gradualmente se estabilizaram, os primeiros urantianos do 533 resolutamente se empenharam em outro teste de tempo. Mas, eles já não eram jovens. Tanto Christy quanto o Dr. Sadler estavam preocupados porque virtualmente não havia leitores jovens ingressando no grupo e não havia ninguém a quem a tocha pudesse ser passada. Depois da segunda impressão, em julho de 1968, Martin Myers veio para o Diversey Parkway 533, como um alojamento temporário enquanto ele "procurava um apartamento". Myers, que fora treinado como advogado, cedo tornou-se um residente permanente do 533. Martin ajudou o idoso médico e Christy e cuidava deles de muitos modos. Ele aconselhou Christy acerca do andamento da Revelação de uma perspectiva legal. Depois que o Dr, Sadler morreu, a 26 de abril de 1969, Martin aproximou-se ainda mais de Christy142.

     Depois da morte do Presidente da Brotherhood Alvin Kulieke em 1973, Christy escreveu uma carta para os Curadores e "outros VIPs" intitulada "A Brotherhood está em Crise". Ela expressava grave preocupação pela falta de novas pessoas sendo atraídas para o movimento. "Não podemos permitir que prevaleçam Caligastia e os que não são amistosos para com The Urantia Book". (Eu nunca encontrei qualquer documento em que o Dr. Sadler mencione Caligastia143. , ou expresse preocupação com ele. A cultura estava sendo submetida a significativas mudanças no 533). Durante 1973 o jovem Martin (ele estava no começo dos seus trinta) foi nomeado Curador da Fundação, e imediatamente começou a advogar uma abordagem draconiana e legalística para "administrar" a Revelação.

10.1  Mudança para uma liderança autoritária

     A 29 de junho de 1973, numa Conferência Urantia em Los Angeles, Martin Myers fez um notável discurso: "Unidade, não Uniformidade". Pela primeira vez a tropa urantiana ouviu referências ao que Martin chamou "os mandatos". Os "mandatos" eram "normas de procedimento" especiais, que os Reveladores celestiais, alegou Martin, tinham dado à Comissão de Contato. Supostamente, os "mandatos" foram transferidos para a Urantia Foundation. Os atuais Curadores, deduzia ele, herdam esses mandatos para gerir a propagação da Revelação. A estratégia de Martin para controlar a Revelação era por meio de fazer valer resolutamente marca registrada e copyright. Em seu discurso, Myers estruturou um programa de "crescimento lento" para a Fundação no próximo milênio, e surpreendeu sua audiência com citações dos "mandatos". Contudo, o que Martin realmente citou em seu discurso foram seleções das "admoestações" ou sugestões que acompanhavam o mandato para publicar The Urantia Book aproximadamente duas décadas antes de ele atingir o status de Curador. Os urantianos que discordavam do seu uso notaram que Mr. Myers era muito seletivo nas passagens que leu em seu discurso. Eles reclamavam que Martin estava enfatizando as advertências e omitindo inteiramente as admoestações positivas que o Dr. Sadler tinha publicado em seu documento de 1958 Consideração de Algumas Criticas. O Capítulo Oito documenta o fato de que os assim chamados "mandatos" nunca existiram como tais. Como anotado, o documento de Sadler claramente explica que havia um mandato para publicar o livro, acompanhado por um elaborado conjunto daquilo a que o Dr. Sadler se referiu como "admoestações" ou "sugestões".

     Muitos urantianos acreditam que em seu discurso Myers posicionou a Urantia Foundation como uma agressiva autoridade central - entre os leitores e a Revelação - baseando essa postura em supostas "mensagens secretas" dadas por seres celestiais para a Comissão de Contato, e alegadamente transmitidas aos Curadores. Durante os poucos anos seguintes, alguns urantianos objetaram como os "mandatos" secretos encontraram caminho para selecionados mantenedores da Fundação e foram venerados como preciosas informações privilegiadas.

     Urantianos também têm comentado que, pelo tempo em que elas têm estado circulando, essas sugestões seriam copias de cópias de informações administrativas obsoletas tristemente editadas. Os Reveladores tinham ordenado que os originais fossem "destruídos pelo fogo" imediatamente depois da publicação de The Urantia Book. À luz dessas instruções, não pode ser adequado que cópias tenham sido feitas e conservadas. É ainda pior que se tenha feito ressurgir essas cópias 20 anos depois da publicação e usadas para estabelecer a "autoridade" de um pequeno grupo de indivíduos. Muitos têm protestado além disso que nenhuma cópia do texto completo dos supostos "mandatos" jamais foi fornecida para a leitura geral. Hoje, muitos urantianos consideram os assim-chamados "mandatos" como apenas uma curiosidade apócrifa que devia-se deixar desaparecer pacificamente nas neblinas do tempo.

     Alguns urantianos apontam para o episódio dos "mandatos" como um exemplo de precisamente o que os Reveladores procuraram evitar. Eles conheciam a natureza humana, e quão fácil seria desenvolver um círculo interior de "pessoas especiais" que teriam informação "exclusiva" que poderiam usar para controlar os outros. Contudo, em pouco tempo, quase todos teriam uma versão dos assim-chamados mandatos. Como Bill Sadler Jr. escreveu num memorando sem data, por volta de abril de 1955:

     "É tão difícil evitar a satisfação do ego transiente de trair a posse de informação secreta".

     Desde a época do primeiro anúncio público de sua existência, os "mandatos" tiveram uma forte influência sobre muitos urantianos. Depois do discurso de Myers, houve uma definida mudança da política da Fundação - distante da Declaração de Custódia que ordenava a proteção, preservação e publicação do texto original - para uma missão novamente definida de preservação e proteção do copyright, as assim chamadas "marcas" e o nome "Urantia". Nenhum desses itens jamais foi possuído pela Comissão de Contato, e não poderiam ter sido confiados à Urantia Foundation. O copyright, as "marcas" e o nome Urantia não eram parte dos Bens Substantivos e por isso não são mencionados na Declaração de Custódia.

     Pouco depois que Myers se tornou um Curador, começou um período de litígio e constrangimento contra os urantianos Um temor muito real de ser atingido pelos litígios dominou grande parte do movimento de Urantia. Seguiu-se uma política de crescimento lento. O preço do Livro aumentou dramaticamente, a tal ponto que Clyde Bedell disse que ele se estava tornando "A Bíblia do Rico". A distribuição foi apertada. Exigia-se permissão escrita da Urantia Foundation para citar publicamente ou imprimir mesmo curtas passagens de The Urantia Book. Sem autorização escrita da Urantia Foundation, eram proibidos tanto o uso dos três círculos concêntricos azuis sobre um fundo branco (a Bandeira de Michael) quanto os termos Urantia ou urantiano. Numerosos processos foram movidos contra urantianos entre 1974 e 2000.

10.2  Licenciando a bandeira de Michael

     Na metade e na parte final dos anos setenta, a Urantia Foundation forçou um acordo de licenciamento que a separava das Urantia Brotherhood Societies. Esse acordo foi estruturado e dirigido por Martin Myers (que tinha total apoio de Christy). Quando encontrei Berkeley Elliott em 1975 e comecei a ficar envolvido com o movimento, tinha sido prática comum usar livremente os três círculos concêntricos de cor azul celeste descritos nos Documentos de Urantia. Em toda parte havia travesseiros, adesivos de para choques, anéis e amuletos com a Bandeira de Michael sobre eles. Sob o novo acordo de licenciamento da Urantia Foundation, as Urantia Brotherhood Societies tais como a Primeira Sociedade de Oklahoma já não podiam, sem autorização, e sem ser uma "sociedade licenciada em boa situação", usar os três círculos concêntricos de cor azul celeste, a que agora se fazia referência como as "marcas" (as marcas registradas pela Urantia Foundation)144 As palavras Urantia ou urantiano não podiam ser usadas sem permissão da Fundação. Era proibido o uso pessoal dos três círculos concêntricos de cor azul celeste, mesmo como expressão religiosa individual. Muitos urantianos protestaram que essas "marcas" são na realidade a bandeira de nosso Filho Criador, Michael de Nébadon, e o emblema material da Trindade do Paraíso. Eles ignoraram comumente essas restrições legalistas. Os Documentos de Urantia apoiavam claramente a posição de que os três círculos concêntricos de cor azul celeste não foram traçados pela Urantia Foundation e não podiam ser "posse" dela ou de qualquer outro agente mortal:

     "Livro de Urantia", parágrafo 53.5_4:  ...  "... Gabriel reuniu seus acompanhantes pessoais em Edêntia e, em conselho com os Altíssimos, decidiu assumir o comando das hostes leais de Satânia. Michael permaneceu em Sálvington enquanto Gabriel seguiu para Jerusém e, estabelecendo-se na esfera dedicada ao Pai, o mesmo Pai Universal cuja personalidade Lúcifer e Satan tinham questionado na presença das hostes associadas das personalidades leais, ele exibiu a bandeira de Michael, o emblema material do governo da Trindade sobre toda a criação, os três círculos concêntricos de cor azul celeste sobre um fundo branco". (pág. 605 final, 606 início [1])

     Myers deu ensejo a que se penetrasse na sua posição filosófica quando enviou um "Relato Especial" para milhares de leitores em abril de 1990, admoestando-os: "Aqui embaixo, na Urantia endurecida pelo pecado e despedaçada pela rebelião, a Fundação possui as marcas registradas, a palavra `URANTIA' e o símbolo dos três círculos concêntricos, perpetuamente".

     A Urantia Brotherhood tinha usado livremente os três círculos concêntricos de cor azul celeste por duas décadas. Contudo, os oficiais aceitaram relutantemente o acordo de validade retroativa que declarava que eles tinham sido licenciados pela Urantia Foundation para usar aquele emblema por todo o período. No fim dos anos setenta, virtualmente toda a Brotherhood fora arrastada para o acordo de licenciamento da Urantia Foundation, e aqueles que se recusavam eram submetidos a certo ostracismo e ameaçados com litígios. Assegurava-se aos oficiais da Brotherhood que o acordo era para benefício da Revelação e não seria usado como um dispositivo para controlar a organização fraterna. Essa garantia parece insincera à luz dos acontecimentos subsequentes. Em novembro de1979, Clyde Bedell escreveu uma carta a Martin Myers advertindo-o de que as restrições que a Urantia Foundation estava impondo aos urantianos estavam inibindo a liberdade de expressão religiosa.

     "Vocês não me estão deixando as opções de escolha que todo urantiano devia ter e precisa ter. Em vez disso, vocês estão assumindo o papel de donos da Revelação e do Novo Evangelho, cuja apresentação vocês não toleram que seja feita, exceto segundo a luz de vocês, a qual possivelmente é auto-orientada e centrípeta, manifestando-se numa pequena ilha colonizada por um pequeno e determinado grupo de autoritários hierarquizados ... Martin, eu creio que vocês, como um grupo, estão pisando num terreno que ameaça nosso Movimento com cismas e grande perigo. A História sugere que a auto-perpetuação de poder nas mãos de `grupos religiosos' que não podem ser atingidos pelas pessoas que eles estão destinados a servir, transforma-se em tirania. Você estremece diante da palavra - "não nós" diz você. Mas todo autoritarismo hierarquizado posta-se onde você está postado, falando do `bem do movimento' "145.

     Clyde me disse, perto do fim de sua vida, que suas preocupações acerca dos perigos de auto-perpetuação de poder tinham sido secamente postas de lado. Infelizmente, dentro de poucos anos de sua carta de 1979 para Martin, um cisma ainda mais agudo do que Clyde jamais imaginara, estava em vias de se desenvolver no Movimento de Urantia. Começou na Califórnia, e foi conduzido por um "agente especial" da Urantia Foundation.

10.3  O episódio da "canalização" de Grimsley da III guerra mundial

     Essa é uma dolorosa, talvez a mais dolorosa, série de acontecimentos na história dos Documentos de Urantia. Para alguns, ao primeiro rumor, parece ser um tema político, não diretamente relacionado com a história dos Documentos de Urantia. Contudo, à medida que começamos a sondar esse território "livre", e abrir algumas das portas que tinham estado até agora fechadas, tornou-se evidente que o episódio de Grimsley está ligado muito de perto aos acontecimentos descritos no Capítulo 9, que eventualmente tinham conduzido aos compromissos da Declaração de Custódia e do texto original de The Urantia Book. Os acontecimentos em torno da história de Grimsley explicam por que a questão de exatamente o que aconteceu com o texto original durante tanto tempo tem sido envolvida em mistério. Além disso, as ramificações do que aconteceu durante a crise de Grimsley afetou o bem-estar da Revelação até hoje, como veremos. Uma vez que esse é um tema muito sensível e muito disfarçado, eu me apoiei quase completamente sobre documentação de fontes que estão muito próximas do ponto de vista da Fundação. Evitei especulação tanto quanto possível e deixei que os fatos falassem por si mesmos. Tratei esse episódio com alguma extensão porque, como Hoite Caston, um antigo Curador, escreveu sobre o episódio Grimsley:

     "Esse acontecimento é importante demais para simplesmente ser varrido para baixo do tapete. Deixaria uma protuberância tão grande que logo estaríamos tropeçando nele outra vez"146.

     Na verdade, como os dinamismos que fizeram avançar as mudanças da segunda impressão, eu creio que o episódio de Grimsley não pode permanecer uma protuberância confortavelmente guardada sob um cosmético tapete de sigilo.

     Vern Bennom Grimsley, irmão da fraternidade de confrades de Martin Myers, tinha-se tornado o menino de ouro do Movimento de Urantia por volta de 1980. Grimsley tinha-se estabelecido como um proeminente membro interno tanto na Urantia Foundation quanto na Urantia Brotherhood. Mr. Grimsley tinha-se tornado muito próximo de Christy, e era um orador altamente conceituado nas conferências de Urantia. Grimsley estabelecera, em 1967, a Family of God Foundation (FOG) [Fundação da Família de Deus] como uma avançada organização espiritual sem fins lucrativos. Em 1971, foi-lhe concedido, pela Urantia Foundation, o status de "agente especial". Eu ouvi seu discurso maravilhosamente orquestrado numa Conferência Internacional de Urantia em Snowmass, em 1981. Ele concluiu o discurso com uma súplica por unidade no movimento e deixou a plataforma. A música de gaita de foles encheu a tenda da convenção. Vern ficou de pé no meio da multidão num arremedo de exaustão, aparentemente pouco capaz de agradecer a aclamação, enquanto perto de mil urantianos puseram-se de pé, aplaudindo e animando. A estrela de Vern Bennom Grimsley nunca cintilou com mais brilho.

     O relato dos Kendall da crise de Grimsley declara que em janeiro de 1983, cerca de oito meses após o serviço comemorativo de Christy, Vern Grimsley Chamou Martin Myers e os Kendall para lhes fazer um anúncio surpreendente. Ele disse que a 16 de dezembro de 1982 ele começou a receber "mensagens" dos "Intermediários" na forma de declarações audíveis. Ele disse que tinha sido instruído para comprar uma propriedade de 25 acres, em Clayton, na Califórnia, para abrigar os quadros de aproximadamente 40 membros da organização da Família de Deus. Myers imediatamente voou para a Califórnia, onde ele se reuniu com os Castons e os Keelers para um passeio antecipado pela propriedade147.

     Alguém pode imaginar por que mensagens tão bizarras não eram simplesmente rejeitadas e descartadas. Alguns disseram que foi por causa da credibilidade e do "carisma" de Vern que eram tão convincentes. Contudo, se uma pessoa aceita o relato de Thomas Kendall do apoio de Myers às mensagens de Christy, podemos presumir que o Curador Myers (pelo menos no início) era muito aberto para a possibilidade de que elas fossem válidas. Keeler e Caston de início apoiavam definitivamente as mensagens. Cedo na crise o Dr. Paul Knott entrevistou Vern Grimsley. Vern declarou que Christy tinha dito a ele que ele era um Reserva do Destino. Dr. Knott perguntou como Christy saberia disso. Vern respondeu: "Eu não sei, mas penso que ela recebia mensagens do mesmo modo como eu recebo". O Dr. Knott subsequentemente entrevistou várias pessoas, (ele não revela quem) mas ninguém admitiu que sabia de qualquer declaração de Christy de que ela tinha recebido mensagens depois de 1955148. Ambos os Kendall insistiram que isso era diferente.

     Em fevereiro de 1983 Grimsley anunciou uma nova "mensagem": "Ainda não chegou a hora de dar publicidade ao Livro". O relato dos Kendall diz que Martin declarou a 26 de fevereiro que Vern seria convidado a comparecer ao Comitê Executivo da Urantia Brotherhood naquela noite, e declarou:

     "Eles adotarão realmente uma forte posição contra a publicidade quando ouvirem acerca das experiências de Vern".

     Em maio de 1983 o pai de Martin morreu e Martin convidou Vern para conduzir o serviço comemorativo de Kansas. A 4 de setembro de 1983, sete meses depois que ele soubera da primeira mensagem de Grimsley, Myers fez um discurso numa conferência da mídia em Los Angeles. Ele incluiu um longo e brilhante tributo a Vern e à sua organização:

     "... nesta ocasião é apropriado fazer uma menção especial a outro grupo ... a Fundação da Família de Deus. Sob a incansável, infatigável liderança de Vern Bennom Grimsley ... a Fundação da Família de Deus definiu novos níveis de verdadeiro serviço mundial ... A lealdade resoluta deles aos propósitos e metas da Urantia Foundation e da Urantia Brotherhood tem ajudado materialmente na inauguração de uma nova era em Urantia ... Pode-se antecipar pelos sinais no horizonte que o verdadeiro trabalho deles está apenas começando"149.

     A essa altura o Comitê Executivo da Urantia Brotherhood começou a discutir o tópico de publicar o Urantia Book como uma brochura. O Conselheiro Harry McMullan trouxe uma imitação em três volumes, levando algumas pessoas a acreditar que ele estava propondo dividir o livro. Na verdade, a idéia de publicar os Documentos de Jesus separadamente tinha sido longamente discutida entre os urantianos. Alguns Conselheiros Gerais acreditavam que uma publicação separada dos Documentos de Jesus, como um novo e aumentado evangelho de Jesus, atingiria um grande número de cristãos que poderiam não ser imediatamente atraídos pela versão completa do The Urantia Book. (Lembrar que Meredith Sprunger foi levado a ler o livro inteiro depois que leu os Documentos de Jesus). Outros Conselheiros, aparentemente ignorando que o texto original já tinha sido comprometido, acreditavam que tal ação iria de alguma forma por em perigo o que a Fundação agora designava pelo eufemismo o "texto inviolado".

     Em meio à discussão da Brotherhood, o tema da canalização - e a questão da continuação da orientação celestial especial - emergiu abruptamente das sombras do círculo interno. A 19 de setembro de 1983, mais outra "Mensagem" em apoio das políticas da Urantia Foundation veio supostamente para Mr. Grimsley, quando ele estava tomando um banho, e era muito clara: "Não dividam o Livro"150 Essa "mensagem" foi expedida pessoalmente por Vern para o Comitê Executivo da Brotherhood, e logo ela estava vazando para muitos leitores perplexos. Os líderes do Comitê Executivo da Urantia Brotherhood foram fortemente influenciados por essa mensagem com umas poucas notáveis exceções. Especialmente ativo em resistir-lhe estava o Conselheiro Harry McMullan que, juntamente com Berkeley Elliott, representava a Sociedade de Oklahoma no Conselho e insistia que os confrades conselheiros não aceitassem docilmente a advertência de Grimsley como vinda dos Intermediários.

     Contudo, um número considerável de líderes nas estruturas de poder da Brotherhood e da Foundation embarcaram na compra da "mensagem" de Grimsley. Alguns desses líderes salientaram que segundo se dizia a própria Christy teria certa vez declarado que Vern Grimsley era um membro do "Corpo de Reserva do Destino". Alguns lembravam que no ofício fúnebre de Vern por sua cara amiga Christy, ele tinha revelado que ela o tinha de fato "comissionado" para dar prosseguimento a seu trabalho. Vern tinha declarado em seu discurso comemorativo que entre as exigências finais da Christy de 92 anos estava um pedido urgente para que se protegesse e preservasse a Revelação com "especial atenção para o copyright e as marcas registradas". Em seguida Grimsley tinha feito um forte apelo por unidade no serviço comemorativo:

     "Christy deu-me instruções claras e explícitas para transmitir esta mensagem de unidade e prioridades espirituais, não apenas em seu memorial aqui hoje, mas através de todo o movimento de Urantia no futuro. E eu lhe garanti: `Isso eu farei até morrer'. Ela recomendou que eu devia comissionar a todos nós para re-dedicar nossas vidas a Deus ... e a trabalhar corajosamente pela unificação espiritual do movimento de Urantia151.".

     Numerosos líderes urantianos, especialmente aqueles que acreditavam que Christy tinha recebido "orientação" celestial especial, declararam que o relato de Vern indicava claramente que o "manto" de Christy tinha passado para Vern Bennom Grimsley. Contudo, pode ser notado que Christy tinha confinado suas "mensagens" e seu alegado status como uma "personalidade de contato" a um pequeno círculo interno. Grimsley estava propenso a eventualmente ir com ousadia ao público, e isso pode ter sido sua perda dentro da estrutura de poder interno. Especialmente quando suas mensagens tomaram uma feia e desanimadora nova direção.

     A 6 de outubro, as vozes anônimas supostamente "disseram" a Grimsley para: "Preparar-se para a III Guerra Mundial"152. Grimsley advertiu sobre terremotos mundiais, e a Família de Deus começou a estocar alimento e suprimentos. Pela metade de outubro Grimsley postou mais de cem cartas para "líderes" urantianos, advertindo-os de iminente guerra global e insistindo que eles fossem visitá-lo para discutir a situação. As predições de Vern acerca de um dia de juízo final sacudiu a comunidade de Urantia. Apoiado em "mensagens" adicionais, ele insistiu que os arquivos chave da Fundação e os livros arrolados fossem transferidos para a sua matriz fortificada em Clayton, para guarda e segurança. A 30 de outubro de 1983, depois de dez anos, uma maioria de Curadores da Urantia Foundation votou a revogação do status de "agente especial" de Vern Grimsley. Thomas Kendall se recusou a assinar a carta de notificação. Perto do fim do mês, um interessado Hoite Caston visitou Vern. Caston, Myers e Keeler estavam agora em comunicação muito estreita, e para muitos urantianos suas ações pareciam orquestradas em direção aos propósitos comuns de distanciá-los de Vern e remover Thomas Kendall, Presidente da Urantia Foundation - o mais prestigioso defensor de Grimsley. Os confrades da fraternidade pareciam especialmente preocupados que Vern tivesse escolhido ir diretamente à Comunidade de Urantia com sua "mensagem" de dia de juízo final.

     A Comunidade de Urantia foi dominada pelo temor, e muitos líderes permaneceram indecisos acerca das "mensagens". Meredith Sprunger tinha resistido energicamente à apocalíptica maré de temor desde o começo, e declarou abertamente que as mensagens de Grimsley eram ilusórias. Ele viajou para a Cidade de Oklahoma para acalmar o medo lá, e nós nos beneficiamos de sua cabeça fria, conhecimento profissional e sabedoria espiritual. Em Boulder, Clyde Bedell insistiu com os leitores a permanecerem calmos, e ele deplorou o fato de que "líderes" da Brotherhood tenham começado construindo abrigos para onde fugir e "correr em círculos como galinhas com as cabeças cortadas". A 27 de outubro de 1983, Morris (Mo) Siegel, o Representante da Extensão Nacional da organização da Família de Deus, (FOG) de Grimsley, tomou a palavra depois de um grupo de estudos de Boulder. Esse futuro Curador manteve o galanteio por meia hora, advertindo os já temerosos urantianos acerca do predito holocausto nuclear da III Guerra Mundial, e as terríveis consequências que poderiam seguir-se. Siegel explicou que a custo considerável ele tinha construído e equipado um abrigo pessoal para onde fugir com sua família, e advertiu que o ataque poderia vir sem aviso.

     Em seguida, Clyde tomou a palavra. Entre outras coisas ele disse:

     "Se para alguns urantianos há estranhas vozes e suspiros na noite e amedrontadoras advertências para alguns ouvidos, isso pode possivelmente vir de nossos amigos do `alto' ... ou pode ser, e em minha opinião mais provavelmente é, uma mistura dos ecos, temores, dúvidas e confusões - espero - que nascem de duplas lealdades, lealdade para com nosso estado humano espiritualmente imaturo e para com nossa nascente - espero - mas incompleta lealdade para com Jesus e para com o Pai ... Altos ativistas urantianos, que são leais às políticas oficiais [urantianas], à luz da busca do Livro por lealdade acima de tudo para com os soberanos de nosso universo, `põem uma severa pressão sobre nossa alma ... a mente humana não suporta bem o conflito de dupla fidelidade'. ... Agora, se a guerra não vier, nós seremos, não a próxima `sociedade secreta' que temos até agora sido, devido às políticas repressivas do 533, mas um desacreditado e risível monte de suprimentos153."

     Na quarta-feira, 16 de novembro de 1983, Vern deu instruções a Richard Keeler, seu maior contribuinte e Gerente Executivo de Investimentos da Família de Deus, para liquidar as contas da FOG. Vern determinou que o dinheiro, que somava aproximadamente 1.300.000 dólares, fosse enviado para ele imediatamente. Grimsley informou a Keeler que as vozes sem corpo tinham-lhe dito que agora se tratava de Alerta Vermelho, e a III Guerra Mundial ia começar no fim de semana 18-20 de novembro. Ele disse a Keeler que pretendia converter o dinheiro em ouro, em vista da catástrofe iminente. O dinheiro foi transferido no dia seguinte154. No mesmo dia em que Vern chamou Keeler, Hoile Caston enviou a "primeira versão" do que ele chamou um "relato" para Grimsley, por Via Expressa pedindo sua "resposta". O documento, que tinha sido obviamente preparado mais cedo para uso no momento próprio, criticava fortemente Grimsley e expunha muitas falácias em suas alegações, enquanto apresentava Martin Myers como completamente negativo acerca das mensagens de Vern. No mesmo dia em que Caston pôs no correio uma carta para Vern pedindo resposta, ele enviou cópias do relato negativo para todos os membros do Comitê Executivo da Brotherhood para ajudá-los em suas deliberações acerca de Vern155. No domingo, 20 de novembro, depois de desfrutar um seguro fim de semana, Richard Keeler enviou, para Vern e Nancy Grimsley, uma carta escrita de próprio punho de renúncia como Gerente de Investimentos da Família de Deus. Nessa carta o multimilionário Keeler também informava aos Grimsley que ele tinha legado toda a sua riqueza pessoal para a FOG, mas agora a organização seria excluída de sua vontade156. (Veja Apêndice B).

     Enquanto isso, na estrutura de poder interna o confrade Myers começou a consolidar uma posição anti-mensagem. Ele declarou em discussões confidenciais que ele estava preocupado com a percepção do público:

     "Eu não quero que este movimento se torne conhecido como um grupo que anuncia o juízo final e que está sendo dirigindo por um sujeito que diz receber mensagens".

     Os Kendall defenderam Vern, dizendo que as primeiras mensagens tinham o sinal da verdade, raciocinando curiosamente assim porque elas tinham "confirmado o que já eram políticas aceitas". Tom Kendall tomou em seguida uma decisão fatal. Depois de conferenciar com os outros Curadores, decidiu que ele e sua esposa Carolyn iriam a Clayton para discutir o assunto pessoalmente com Vern. Um Curador disse-lhe que não afirmasse que ele estava representando a Urantia Foundation, e Tom concordou com essa advertência157.

     Thomas Kendall e Carolyn eram apenas dois dos líderes que tinham acreditado e dado apoio a Grimsley. Antes de sua mensagem de fim de mundo, Vern tinha ganho o apoio de muitos grandes líderes, incluindo cinco futuros Curadores, dois dos quais Gard Jameson e Philip Rolnick, estavam realmente trabalhando para Vern em sua Matriz de Clayton como voluntários. Outro futuro Curador, Morris "Mo" Siegel estava na lista da brochura da Família de Deus como um "Representante da Extensão Nacional da FOG" e estava sediado em Boulder. Mais outro futuro Curador, Richard Keeler, era "Gerente Executivo de Investimentos Financeiros" para a FOG. Contudo, Grimsley começou a perder apoio rapidamente quando se tornou obvio que a "mensagem" do Alerta Vermelho da III Guerra Mundial era claramente um alarme falso. Os esforços persuasivos de Martin Myers ajudou a derrubar as escoras de Grimsley. Quando os Kendall voltaram da Califórnia, descobriram que Myers tinha sido duro no trabalho e a maré tinha mudado, para eles, desastrosamente. Quando Tom Kendall veio a perceber o que tinha acontecido por trás das cenas, era tarde demais e ele lamentou:

     "Eu comecei a perceber que Martin acreditava que ele, e não eu, devia ser Presidente do Quadro de Curadores ... Eu suspeitava que ele estava esperando por uma escusa plausível para ver-se instalado como presidente. A Controvérsia de Vern Grimsley apresentou a oportunidade. Eu recebi, a 31 de dezembro de 1983, a notícia de que eu já não era presidente e tinham tido início passos para me retirar do quadro".

     Considerando o apoio original de Martin Myers a Vern e o alegado longo apoio às "mensagens" de Christy, as acusações contra Kendall eram muito intrigantes. Kendall foi acusado de estar "sujeito à influência de fenômenos psíquicos" e que tais fenômenos "constituíam uma degradação dos ensinamentos do Urantia Book, no sentido de que o Livro estimula a função da sabedoria evolucionária e do julgamento racional tanto quanto possível amplificados pela experiência espiritual de alguém na solução de problemas e desafios ..."158

     Kendall contestou as acusações, e lembrou aos Curadores que "o assunto de como lidar com a situação francesa" em 1980, foi "resolvida" através da fé dos Curadores numa mensagem "recebida" por Christy e que ela (um Curador Emérito) e Martin (um Curador) tinham trazido à atenção dos outros Curadores159.

     Esse apelo à consistência lógica falhou, e, depois de 20 anos como Curador (e 10 anos como Presidente da Urantia Foundation), Kendall foi sumariamente humilhado e expulso, e Martin logo foi eleito novo presidente da Urantia Foundation. Myers eventualmente nomeou como Curadores os confrades da fraternidade Hoite Caston (junho de 1986) e Richard Keeler (julho de 1989). Quando indagado mais tarde por que ele indicara esses homens como Curadores, uma vez que ambos tinham eventualmente apoiado Vern, Martin respondeu que eles eram "testados contra rebelião"160. Ironicamente, em 1992 Keeler teria sucesso em retirar Myers da presidência. (Patrícia Mundelius, filha de Bill Sadler Jr. assumiu a Presidência depois que Martin foi desalojado, e seria eventualmente substituída por Richard Keeler, que tinha liderado a revolta da guarda palaciana contra Martin). Myers acionou a Urantia Foundation em 1993 por causa de sua remoção. As exatas acusações que resultaram em sua remoção nunca foram esclarecidas.

     Muitos urantianos tinham motivos para lembrar as advertências de Clyde Bedell sobre estabelecer para dirigir a Urantia Foundation uma oligarquia de cinco que se auto-perpetuam.

     Quando o irromper da III Guerra Mundial, predito por Grimsley, deixou de se materializar numa data específica, o movimento FOG rapidamente perdeu impulso e se transformou num fiasco, embaraçando vários líderes proeminentes e deixando cicatrizes permanentes. Em junho de 1984, Hoite Caston produziu um "relato" final de mais de 250 páginas em espaço um, acrescido de apêndices referentes ao caso. Isso tinha sido editado por Richard Keeler. O documento final foi descrito por Nancy Grimsley como "difamatório" e contendo "muitos exemplos de erro, distorções e falsa representação". O massivo "relato" refutava virtualmente cada aspecto da atividade, comportamento e caráter de Vern, e não deixava uma folha de grama de pé. Continha excertos das "mensagens", nas quais as supostas "vozes celestiais" faziam tolas brincadeiras e comentários licenciosos. O conteúdo repugnante de algumas dessas mensagens convenceu virtualmente todos aqueles que estavam na cerca a abandonar o apoio à FOG. Nancy pleiteou com Hoile não distribuir o documento mas sem resultado. Não obstante o tom de tablóide de muitos dos trabalhos de Caston, o relato continha muita sabedoria e é instrutivo quanto ao perigo de práticas carismáticas, especialmente a canalização.

     Mais do que nunca, depois do fiasco da "canalização" da III Guerra Mundial, talvez o segredo mais bem guardado do no 533 de Diversey Parkway tenham sido as atividades de "canalização" de Christy e a alteração do texto original. Evidentemente, não ciente dessas práticas, Caston fez o seguinte comentário na página 237 de seu relato:

     "Pode o movimento de Urantia permitir-se ter em posições de liderança indivíduos que [sic] aceitam orientação de vozes alucinatórias, visões, e outras formas de fenômenos psíquicos? Em minha opinião, esse comportamento seria altamente questionável se os próprios indivíduos estivessem tendo a experiência dos fenômenos, mas quando os líderes estão aceitando e pondo em prática os `contatos' e alegações imaginários de outra pessoa, o que isso diz acerca do senso de julgamento e responsabilidade?"

     As atividades de "canalização" de Christy eram todas causadoras de confusão porque entre os apócrifos valorizados pela Urantia Foundation uma das mais citadas "advertências" avisava contra esse mesmo fenômeno. A própria Christy, como Presidente da Urantia Brotherhood, usou-a numa carta para os "líderes" de Urantia:

     "Muitos estranhos `-ismos' e embaraçosos grupos procurarão ligar-se ao Urantia Book e sua crescente influência. Nossas mais tentadoras experiências podem bem ser com grupos tais que proclamarão bem alto suas crenças nos ensinamentos do Livro e que persistentemente buscam se ligar ao movimento. Grande sabedoria será necessária para proteger a Brotherhood que se reforma das influências distorcidas e desagregadoras de grupos múltiplos, assim como dos indivíduos igualmente desagregadores e perturbadores, alguns bem-intencionados, outros sinistros, que se esforçam para se tornar parte do corpo de autênticos constituintes da Urantia Broterhood".

     Mesmo assim, parece haver uma irresistível atração para tais "influências". Há também um inexplicável fluxo e refluxo das marés e lealdades conduzindo a oligarquia da Urantia Foundation. Depois que Hoile Caston e o Dr. Thomas C. Burns renunciaram como Curadores, alguns urantianos ficaram alarmados quando a Urantia Foundation dispôs-se outra vez a acolher o conselho de Vern Bennom Grimsley. Em novembro de 1999, a Urantia Foundation postou na Internet um relato, segundo o qual o novo grupo de Curadores tinha viajado para a Califórnia para ter ao final um encontro com Grimsley. Três membros da nova configuração de Curadores (Keeler, Siegel, e Jameson) tinham trabalhado pela FOG, e tinham dado considerável apoio financeiro à FOG. Não foi revelado exatamente o que foi discutido na conferência. Contudo, depois do encontro, os serviços de Grimsley como redator de discursos foram empregados pela Urantia Foundation para preparar um pronunciamento expressando o costumeiro tema da Fundação de "necessidade de unidade". O pronunciamento, quase inteiramente escrito por Mr. Grimsley, foi apresentado pelo Presidente Richard Keeler na Conferência da Fellowship em Vancouver, na Colúmbia Britânica, em 1999.

10.4  Conflitos, confusão e litígio

     A fricção entre a Urantia Foundation e a Urantia Brotherhood aumentou progressivamente quando Martin Myers tomou posse como Presidente da Urantia Foundation. Thomas Kendall observou:

     "A separação da Foundation com relação à Brotherhood tem erodido gradualmente. A Foundation tem adotado crescentemente uma atitude de proprietário não apenas com relação ao Urantia Book mas também com relação à Brotherhood ... pela aplicação do martelo do controle de marcas".

     Em outubro de 1989, o Presidente da Urantia Foundation Martin Myers anulou a licença da Urantia Brotherhood; era proibido para esta usar o nome Urantia e os três círculos concêntricos - as assim chamadas "marcas". Também foi ordenado à Urantia Brotherhood mudar seu nome, desde que se dizia que não lhe era mais permitido usar a palavra "Urantia". A Urantia Brotherhood obedientemente tornou-se The Fellowship. (Anos mais tarde o nome foi mudado para The Urantia Book Fellowship). Quase todas as Sociedades Brotherhood existentes votaram por ficar com a original Brotherhood, agora a "Fellowship"161.

     Seguindo-se a essa série de terremotos, um reviver do interesse na canalização voltou a aumentar entre os leitores do Urantia Book, e tem sido mais um fator de divisão no movimento. Muitos leitores ficaram alarmados com o fato de que, depois do caos que a canalização havia causado ao movimento nos anos oitenta, novamente atividades de canalização ganhassem impulso nos anos noventa - em alguns casos substituindo grupos sérios de estudo por sessões de "canalização", nas quais "seres celestiais" sem corpo começavam a "falar" através de "receptores" humanos para crédulos urantianos. A Urantia Foundation, sob Keeler, concedeu permissão para trabalhos de canalização serem publicados juntamente com excertos do Urantia book. Uma sessão de "canalização" foi um destaque da Conferência internacional da Fellowship em 1999, na qual uma alegada entidade chamada "Ham" supostamente "falou" através de um "receptor" humano e respondeu a perguntas da audiência. Conquanto não se opondo aos direitos de qualquer um de se ocupar com essas atividades em seu próprio tempo, muitos leitores experientes verificam que o ressurgimento da "canalização" representa desperdício e perda de conexão com os Documentos de Urantia. Alguns acreditam que as práticas de canalização carecem de significado, em vista das recomendações do Dr. Sadler sobre tais fenômenos psíquicos. Alguns urantianos acreditam que as "atividades de canalização" de Christy e a aceitação delas como um reforço do poder organizacional, confundiu os leitores acerca do papel dos fenômenos psíquicos e abriu uma caixa de Pandora de erros.

     Como já citado, o Dr. Sprunger se opunha a atividades de canalização desde o início. Referindo-se ao período de conflitos, litígio e diferentes visões filosóficas do contato e da orientação celestiais, Meredith observou filosoficamente:

     "Muitos de nós percebemos agora que a Quinta Revelação de Época foi lançada nos atormentados e turbulentos mares da luta evolucionária"162.

10.5  Nasce a IUA

     Depois da discórdia com a Urantia Brotherhood, a Urantia Foundation decide criar um novo braço fraternal e é estabelecida a Associação Urantia Internacional, ou IUA. Esse grupo é uma organização de serviço social orientado por projetos, formado pela Urantia Foundation para manter estudos em profundidade do Urantia Book e seus ensinamentos. Diferentemente do arranjo original de uma Brotherhood separada, como aprovado pelos Intermediários, a organização das IUA não é autônoma e está ligada de perto aos Curadores da Fundação. Os membros são encarregados de manter a Urantia Foundation e o copyright, e a organização continuamente solicita doações para os projetos da Urantia Foundation. As IUA declaram expressamente que não são organizações religiosas. Assim as IUA, como a Urantia Foundation e a Fellowship, evitam resolutamente definir uma missão religiosa como parte de sua visão.

10.6  Mais litígios

     Depois que Martin Myers tornou-se Presidente da Urantia Foundation em 1983, a política de litígios contra urantianos foi seguida com renovada energia. Entre a série de maiores processos estava um litígio de 1991 que foi lançado contra Kristen Maaherra, uma dona de casa do Arizona, por despachar índices gratuitos de computador contendo o texto do Urantia Book163. JJ Johnson foi também autuado sem aviso como um "co-conspirador", embora as acusações contra JJ fossem subsequentemente suspensas, sem explicação ou desculpa. A arma do litígio mostrou-se terrivelmente dispendiosa, drenando JJ de milhares de dólares para responder a acusações sem fundamento. Uns poucos anos mais tarde o marido de Kristen, Eric Schaveland, foi processado em ação separada pela Urantia Foundation por usar, num site, os três círculos concêntricos na cor azul celeste.

     Os processos contra Maaherra e Schaveland demonstraram ser a ruína do conjunto de advogados da Urantia Foundation anteriormente invencível. Com o apoio de doações de muitos urantianos, Kristen e Eric trouxeram resolutamente o cilindro legal da Fundação para uma posição de repouso. O litígio Maaherra fragmentou a comunidade urantiana a arrastou-se por quase uma década, despedaçando a vida familiar de Eric e Kristen e sugando milhões de dólares da Urantia Foundation. Por mais de dois anos durante esse litígio, The Urantia Book foi declarado estar no domínio público, com base em decisão da corte de que o copyright original de 1955 do Urantia Book, obtido nos Estados Unidos, não era válido. Eventualmente a Urantia Foundation obteve uma reversão e uma vitória de Pirro. O fraseado ambíguo da reversão deixou o copyright amplamente aberto a ulteriores litígios.

     A desafiadora resistência de Kristen e Eric pareceu inspirar outros urantianos a disputar o controle da Urantia Foundation sobre o texto. Em 1994, durante o litígio, e antes que qualquer julgamento tivesse sido feito, a Pathways Company desafiou o copyright imprimindo e vendendo, para os leitores de Urantia, cerca de 5.000 cópias da Parte IV dos Documentos de Urantia, A Vida e os Ensinamentos de Jesus.

     Durante o período em que os Documentos de Urantia estiveram no domínio público em 1995, a Pathways Company publicou o texto completo original de 1955 dos Documentos de Urantia, informando pela primeira vez os leitores em geral das alterações que tinham sido feitas nas impressões da Fundação depois de 1955 e listando as mais significativas nas páginas traseiras de sua impressão. A Uversa Press (The Fellowship, antigamente Urantia Brotherhood) publicou os Documentos de Urantia num formato de duas colunas em 1996. Em 1999, a Michael Foundation da Cidade de Oklahoma publicou a Parte IV dos Documentos de Urantia (sem o Documento 120) sob o título: Jesus: A New Revelation. Esta publicação continha uma lista de alterações que a Urantia Foundation tinha feito ao texto original.

     Enquanto isso, tornou-se lugar comum entre os Urantianos que o texto original de 1955 do Urantia Book não estava sendo publicado pela Urantia Foundation. Em resposta a indagações dos leitores, em 1994 a Urantia Foundation publicou um pequeno panfleto intitulado: "Correções do Texto". Admitindo por fim que tinham sido feitas alterações, o panfleto declara em parte: "Quase metade das alterações, inclusive um pequeno número que podiam ser consideradas como mais do que alterações menores, foram feitas na segunda e terceira impressões. Essas alterações foram feitas por aqueles indivíduos que eram diretamente responsáveis por preparar o texto original para publicação". Presumivelmente isso significava Christy e Marian Rowley. Como discutido no Capítulo 9, não tinha havido nenhuma declaração impressa no próprio livro para alertar o comprador de impressões posteriores com uma completa indicação de que o documento "Correções do Texto" (com suas aproximadamente 150 alterações) estava disponível.

     Quando o milênio se aproximava do fim, após quase um quarto de século de agressivo litígio com os urantianos, a Urantia Foundation lançou ainda outro processo, anunciando a 1 de dezembro de 1999, que estava propondo uma ação contra a Michael Foundation e seu fundador, Harry McMullan, por publicar os Documentos de Jesus. O anúncio dizia que a votação dos Curadores para acionar a Michael Foundation fora unânime. A Urantia Foundation anunciou:

     "O Copyright da Fundação no Urantia Book torna possível a preservação do texto inviolado pelos próximos Cinquenta anos".

     Mr. McMullan é um urantiano muito visível. Ele é um Conselheiro Geral, tendo servido no Comitê Executivo da original Urantia Brotherhood e subsequente Fellowship por quase duas décadas. Contudo, a Urantia Book Fellowship fez objeções a envolver-se no litígio e alegou que o conflito entre McMullan e a Urantia Foundation era um "assunto privado". Ainda assim alguns urantianos acreditam que a carta subsequente da Presidente da Fellowship Janet Farrington Graham para os membros, parecia apoiar a tese da Fundação de que imprimir separadamente os Documentos de Jesus tinha comprometido sua versão corrente "inviolada" do texto. No MENSAGEIRO PODEROSO da Fellowship, para o Outono de 1999, Farrington imprimiu novamente sua carta. Geralmente ambígua, a carta era muito específica num ponto. Referindo-se a um debate do Conselho Geral, de agosto de 1996, acerca da impressão dos Documentos de Jesus separadamente, ela escreveu:

     "O conselho foi então lembrado de que quando o Urantia Book pela primeira vez caiu no domínio público, o conselho votou unanimemente proteger e preservar o texto inviolado; esse projeto de publicar a Parte IV como um volume separado foi considerado como estando em conflito com aquela resolução".

     Farrington relata que os dois conselheiros que queriam fundamentar a impressão retiraram em seguida seus pedidos para "repensar o projeto". Alguns urantianos acreditam que ela deixou a forte implicação de que a impressão tinha sido resolvida pelo Conselho Geral, quando de fato não o foi. Certamente, a implicação de que a impressão da Parte IV separadamente viola de fato o texto original do Urantia Book nunca foi estabelecida. Muitos urantianos acreditam que uma tal idéia não atingiu o status de dogma entre alguns membros da Fellowship até que Vern Grimsley avisou: "Não dividam o livro". Outros urantianos acreditam que o tema que iniciou o litígio foi o controle do texto e do copyright, e nada tinha a ver com a preservação do texto original. Eles observaram que a ação de McMullan não afetou a preservação do texto original como a Urantia Foundation o tinha definido: manter três cópias da impressão de 1955 num ambiente de temperatura controlada. Uma versão inviolada do texto original não foi publicada pela Urantia Foundation desde 1955.

10.7  A Urantia Brotherhood

     A Urantia Brotherhood foi inicialmente projetada para funcionar como uma organização fraternal, independente da Urantia Foundation. Infelizmente, como o Dr. Sprunger assinala, os líderes do Fórum que formularam a constituição da Brotherhood não se deram o tempo para estruturá-la diretamente dos ensinamentos do Urantia Book. Eles decidiram usar um modelo organizacional e uma constituição projetada segundo o protótipo Presbiteriano do Século 16. No lugar dos 36 mais velhos do modelo do século 16, foi estabelecida um Conselho Geral da Brotherhood com 36 Conselheiros saídos do grupo dos "Setenta" da noite de Quarta-feira. A constituição da Brotherhood foi tacitamente aceita pelos Intermediários com o comentário de que ela permitia "sua própria reformulação". De acordo com as Histórias Um e Dois, esses Conselheiros e seus sucessores deviam dirigir a Brotherhood pelos nove primeiros anos. Depois disso, a Brotherhood passaria a ser governada pelas ações de uma Assembléia Trienal, composta de vários delegados eleitos pelas Sociedades Urantia164. Num ofício-memorando interno de 1958, Bill Sadler Jr. viu a Brotherhood amadurecendo para se tornar uma "instituição republicana" diretamente representativa.

     Em 1955, a recém-estruturada Urantia Brotherhood visualizou organizar milhares de grupos de estudo do Urantia Book e gradualmente estruturá-los em Sociedades Urantia. A natureza precisa dessas Sociedades era ambígua. Muitos dos membros fundadores da Urantia Brotherhood consideravam a organização como religiosa. A visão original do Dr. Sadler era que as Sociedades Urantia se desenvolveriam como grupos religiosos sérios. Sob a liderança do Dr. Sadler, um elemento chave da constituição das Brotherhood era o desenvolvimento de professores ordenados. Uma escola para treinar e ordenar professores foi estabelecida pouco depois da publicação do Livro. Em numerosas ocasiões o Dr. Sadler discutiu a natureza das novas organizações religiosas com o Dr. Sprunger165.

10.8  O temor de "originar igrejas"

     Enquanto a Brotherhood se desenvolvia, veio à tona na Urantia Brotherhood uma visão que era muito diferente daquela dos Drs. Sadler e Sprunger. Uma maioria crescente dos membros da Brotherhood primitiva partilhavam tanto um forte temor do que eles chamavam grosseiramente de "igrejificação" quanto uma atitude preconceituosa contra a religião institucionalizada. Havia até mesmo um marcado desconforto no grupo original quanto ao uso de preces na abertura dos encontros. O Conselho Geral da Brotherhood eventualmente eliminou da constituição os termos "professor ordenado", temendo que isso tivesse consequências institucionais. A Brotherhood agora se definia, não como uma organização religiosa, mas como "uma organização sócio-educacional com fins religiosos"166. Depois da morte do Dr. Sadler, a Urantia Foundation retirou de circulação todos os estudos bíblicos do Dr. Sadler. Esses auxílios ao estudo relacionavam o Urantia Book com conceitos bíblicos.

     Mesmo assim, na Urantia Brotherhood muitos eram entusiastas quanto a introduzir líderes religiosos, educacionais e outros ao Urantia Book. Meredith Sprunger escreveu daqueles primeiros dias:

     "Ilusões de grandeza quanto a dar início a um renascimento espiritual em nosso planeta trouxeram novo vigor às Conferências de Urantia. Gradualmente a realidade evolucionária começou a mudar o quadro. Líderes políticos e religiosos não ficavam impressionados. O Livro era sucintamente posto de lado como um documento gnóstico contemporâneo ou polidamente ignorado"167.

     No começo dos anos noventa, a Assembléia Trienal de Delegados ( que consiste de representantes das Sociedades, eleitos diretamente) votou pela representação direta no Conselho Geral. As Sociedades queriam representantes que fossem eleitos por elas e que prestassem contas diretamente a elas. Em resposta, o Conselho Geral das Fellowship votou para emendar a constituição e permitir a representação direta das sociedades e estabelecer uma separação entre os poderes Executivo e Judiciário. Contudo, o Comitê Executivo foi, por alguma razão, incapaz de efetivar a emenda da constituição. As atuais Urantia Book Felowship permanecem estruturadas segundo o modelo Presbiteriano de século 16, embora a própria Igreja Presbiteriana há muito o tenha descartado em favor de uma estrutura organizacional mais contemporânea. A proposta foi posta de lado sem resolução.

10.9  A nova Fellowship

     Desenvolveu-se uma fundamental mudança na Brotherhood original, do que resultou a atual The Urantia Book Fellowship. Enquanto a Urantia Brotherhood original foi concebida para ser uma associação fraternal de religiosos, a nova Fellowship está evoluindo como um facilitador de associações locais ou regionais de religiosos. O conceito de uma organização social monolítica evoluiu para uma organização de serviços que encoraja e estimula mais íntimas religiões locais e associações fraternais. David Kantor, membro do Comitê Executivo do Conselho Geral tem sido instrumental em levar esse conceito de serviço para um nível global, especialmente por meio da Internet, Sob a direção de Kantor, as atividades de Internet e website da Fellowship pela primeira vez têm trazido abertamente e com muito sucesso informações confiáveis, notícias, e a história do Movimento de Urantia para toda a comunidade de Urantia.

     A perspectiva de Mr. Kantor é que uma infra-estrutura de organizações de fracas raízes, desenvolvidas pelos urantianos num íntimo nível local, a esta hora serviria melhor à Revelação. Kantor observa que essas espécies de organizações pessoais "teriam melhores chances de sobreviver às lutas políticas que parecem engolfar maiores organizações sociais". Portanto, ele advoga que a Fellowship permaneça desembaraçada de laços religiosos, de forma que possa mais efetivamente servir de forma não justificada aos variados esforços urantianos para desenvolver expressões socializadas de suas crenças religiosas. Contudo, para alguns urantianos continuam os problemas de quão longe a tolerância pode ir, assim como de que maneira prover às necessidades do desenvolvimento religioso individual - e não socializado.

10.10  O problema da religião urantiana

     Os Documentos de Urantia não são uma religião, da mesma forma como Jesus de Nazaré não é uma religião. Ainda assim, os Documentos de Urantia são profundamente religiosos. Para muitos urantianos, a luta política secular pelo controle dos Documentos de Urantia tem de tal forma dominado o movimento que as questões mais significativas têm sido negligenciadas: os Documentos de Urantia mudam as vidas? Tornam eles as pessoas melhores - mais benevolentes, bondosas, mais empenhadas em servir à humanidade?

     Nos primeiros dias do movimento, essa questão estava surpreendentemente ausente. Os Documentos de Urantia surgiram num mundo em que o intelectualismo reinava supremo. Os primeiros membros do Fórum eram admoestados quanto a isso. Mary Lou Hales veio para o Fórum em 1932. Ela disse, numa entrevista de 1993:

     "Diziam-nos com efeito que - `Vocês estão aceitando essa Revelação intelectualmente, mas não a estão aceitando emocionalmente. Nós estamos muito ansiosos de que vocês permitam que ela faça mais em suas vidas'. E portanto era por culpa nossa, vocês vêem, que nós não a estávamos aceitando de forma correta, emocionalmente, permitindo que ela influenciasse nossas vidas da forma devida. [A Revelação] era maravilhosa. Nós estávamos todos vibrantes e excitados com ela e o que devíamos fazer acerca disso e daquilo, mas aparentemente não estávamos permitindo que ela realmente mudasse nossas vidas ou nos ajudasse a nos tornarmos mais espirituais168."

     O pai de Carolyn Kendall, Clarence Bowman, era membro do Fórum original. Quando os Documentos foram finalizados em 31 de maio de 1942, o Fórum tornou-se um Grupo de Estudo dos Domingos. Carolyn tinha 19 anos quando encontrou o Dr. Sadler e ela juntou-se ao Grupo dos Domingos. Ela disse isto de sua experiência religiosa:

     "O que eu senti espiritualmente estava estranhamente faltando no Fórum ... Foi mais tarde, muito depois da publicação, que eu percebi que havia uma mensagem espiritual ali. Bem, pode ser que eu fosse deficiente. Provavelmente eu era. Havia muitas pessoas altamente poderosas no Fórum, mas eu nunca ouvi que o Pai nos ama e que nós todos somos filhos e filhas do Pai. Isso não era enfatizado, era lido, mas não aparecia"169.

     Talvez, como consequência, uma cultura não religiosa caracterizou o começo do movimento. As três maiores organizações Urantia definem-se como seculares, ou pelo menos não religiosas. A Urantia Foundation, a Associação Urantia Internacional (IUA) e a Urantia Book Fellowship. Não obstante o excelente serviço que tem sido feito por muitos membros individuais à medida que estimulam expressões religiosas independentes, as culturas políticas de todas as organizações são relativamente seculares e não representativas. Geralmente as unidades individuais tendem a ter um sabor mais religioso. Essas atividades religiosas de fracas raízes é vista favoravelmente por alguns urantianos, os quais salientam que os Documentos de Urantia afirmam:

     "Livro de Urantia", parágrafo 5.4_3:  ...  "Todas as atividades humanas não religiosas buscam curvar o universo para o distorcido serviço do ego ..." (pág. 67 [1])

     Os grupos de Estudo de Urantia têm tradicionalmente permanecido fóruns intelectuais. Gradualmente, mais expressões religiosas têm sido encorajadas nas conferências da Urantia Fellowship. Hinos, preces e meditações de grupo são práticas cada vez mais aceitas, mas geralmente o medo da "igrejificação" prevalece. Quase todos os urantianos viram o caos político do movimento e observaram que muito pouco dele tem qualquer relação com a filosofia e a mensagem espiritual dos documentos de Urantia. Muitos urantianos concordam que muito foi perdido quando a Urantia Brotherhood abandonou suas escolas formais para o desenvolvimento de professores e líderes religiosos certificados. Uma quarta alternativa organizacional, para atender à necessidade de escoamentos puramente religiosos para os urantianos, há muito foi advogada por Meredith Sprunger.

10.11  O Dr. Sprunger sobre uma religião de urantia

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     O Dr. Sprunger acredita que há uma grande necessidade de novas instituições religiosas para servir à grande margem de desenvolvimento espiritual neste mundo, instituições religiosas autênticas que apelarão para as mais altas aspirações espirituais da humanidade. O Dr. Sprunger acredita que os Documentos de Urantia fornecerão a inspiração para esse renascimento espiritual vindouro. Além disso, ele afirma que essas instituições religiosas são um passo necessário no preenchimento da missão do Movimento de Urantia.

     Essas novas organizações espirituais não suplantarão nem competirão com as existentes organizações seculares de Urantia. Elas traçarão círculos grandes o bastante para incluir e unir muitos crentes, e complementar o que agora está sendo feito. Em anos recentes, têm emergido buscadores espirituais por todo o mundo, em números sem precedentes, acompanhados por um crescente desencantamento com as instituições religiosas existentes. No Movimento de Urantia há um crescente anseio por uma "comunidade religiosa" que vai além dos grupos de estudo usuais e das conferências ocasionais. Cada vez mais os urantianos anseiam por um sentido de "família espiritual" e uma clara identidade comunitária. Há um crescente desejo por nutrição espiritual, nutrição espiritual urantiana do nascimento à morte. As sociedades e os grupos de estudo urantianos, que são primariamente grupos sócio-intelectuais, não podem preencher todas as funções das instituições religiosas tradicionais. É convicção do Dr. Sprunger que a atividade mais importante no Movimento de Urantia a este tempo é focar sobre o desenvolvimento das fontes para ajudar a trazer à realidade novas instituições religiosas:

     "Novas instituições religiosas urantianas servirão como veículos através dos quais a Quinta Revelação de Época pode ser introduzida no mundo. Também necessitamos de dedicados urantianos para pesquisar e desenvolver simbolismos criativos tanto quanto expressões religiosas e sociais apropriadas da Quinta Revelação de Época".

     O Dr. Sprunger observa que já tem havido várias tentativas espontâneas mas de curta vida, para estabelecer tais instituições religiosas. Quando essas tentativas são feitas, há um perigo de que tais instituições sejam improvisadas sem ter o tempo e o esforço para estudar os ensinamentos do Urantia Book. Meredith sugere que grupos de dedicados urantianos devem estudar as informações fornecidas no Livro, de forma que novas organizações reflitam autenticamente as verdadeiras visões da Quinta Revelação de Época. A missão desses grupos seria desenvolver um corpo de fontes. De outra forma a pressão da necessidade moldará as organizações religiosas sem essa ajuda. O Dr. Sprunger previne:

     "A história da religião demonstra que, quando fortes ideais e aspirações espirituais inspiram o povo, e há insuficiente base estrutural intelectual e social para guiar esse povo em suas expressões religiosas criativas, todos os tipos de crenças irracionais estão propensas a aparecer, tais como: visões de anjos, canalização de seres celestiais, falar em línguas estranhas, tentativas de milagres ou predições de juízo final."

     Meredith observa que esses fenômenos psíquicos e emocionais quase sempre ocorrem numa atmosfera sócio-espiritual desestruturada. O modo mais efetivo de estabelecer uma ordem racional, uma estabilidade confiável, e uma genuína identidade espiritual é desenvolver escoamentos estruturados para a expressão social e espiritual urantianos. Esses escoamentos também responderão por iniciativas criativas e serviços amorosos.

10.12  É necessário um novo paradigma?

     Ainda há outra perspectiva religiosa a considerar. A urantiana Rosey Lieske, de Phoenix, Arizona está entre um crescente número de urantianos que acreditam apaixonadamente que os Documentos de Urantia apresentam uma mensagem que não pode ser abraçada pela análise intelectual nem orquestrada pela estrutura organizacional. Para Rosey os Documentos de Urantia definem com precisa clareza o chamado de Jesus de Nazaré para níveis cada vez mais íntimos de relacionamento pessoal, através de adoração, meditação e prece diretamente a Deus. Diz ela:

     "Nós vivemos num mundo que é voraz e tem necessidade do evangelho vivo de Jesus. Nós temos o gênio simples e brilhante por trás do plano de ação do mestre rumo ao eu espiritual - uma realização coletiva num nível planetário. Adoração e Serviço. Nem mesmo três palavrinhas. Apenas duas - prontas para serem enterradas ou mobilizadas para a ação".

     O apelo intelectual e emocional por unidade no Movimento de Urantia, deixa Lieske fria. Ela acredita que os Documentos nos dizem que "metas, não crenças" unificará algum dia os religiosos. Ela diz que formação crente, embora inevitável, não produzirá naturalmente resultado espiritual.

     "Comunidades espirituais não brotarão do solo de apenas concordância intelectual ou crente - somente a experiência real nascida da fé em ação, que é a vontade de amar a Deus - a vontade de servir à sua família. Metas, adoração inspirada e conduzida pelo serviço, metas que são feitas e encontradas - ao mesmo tempo pessoais e coletivas - fornecerão o dinamismo para o nascimento e a evolução da comunidade espiritual".

     Para Lieske todos os conflitos do Movimento de Urantia surgem porque as formas religiosas têm sido casadas com formas políticas. Ela acredita que as organizações urantianas falham em transmitir a mensagem espiritual de The Urantia Book porque os urantianos têm demasiado frequentemente vindo a venerar o próprio livro. Ela afirma que o reino nunca pode ser explicado, construído, feito manifesto, ou manipulado só pelas energias humanas. Ele só pode ser acessado através da adoração, que é o primeiro passo no programa do Mestre, e implementado no "mundo real" pelo segundo passo: serviço. Contudo, Rosey imagina se muitos urantianos contemporâneos podem como que fazer a ampliação do paradigma:

     "Permanece a questão quanto a se grande número de nossa comunidade espiritual amadurecerá e aproveitará a oportunidade para AGIR segundo a Revelação. Podem os urantianos substituir a política e o intelectualismo pelas mensagens transcendentes do evangelho - colocando-a como sua primeira prioridade - e esforçando-se para fazer o rebanho voltar para o Mestre? Encontra Deus, torna-te como ele - encontra teu irmão, serve-o".

     Continua o processo de "batismo de alegrias e tristezas" nos mares da luta evolucionária. Alguns urantianos acreditam que estamos agora engajados nos estágios preliminares de uma autêntica nova era de religião no mundo. O tempo dirá. Com que presteza o papel de uma liderança significativa pode ser assumida pelos urantianos é uma questão aberta. No Capítulo 8, relatamos que Bill Sadler Jr. citou (presumivelmente) os Reveladores quando disseram:

     "Indubitavelmente vocês viverão e morrerão sem perceber que estão participando do nascimento de uma nova era de religião neste mundo".

10.13  Nota pessoal

     Nota Pessoal para Nossos Irmãos e Irmãs de Língua Espanhola

     As conclusões que formulamos no Epílogo da edição de 2.000 da História dos Documentos de Urantia permanecem como declaradas no Epílogo. Nenhum fato material importante foi desafiado com sucesso. Não houve alterações intrusivas feitas por seres humanos na edição de 1955 dos Documentos de Urantia. Quanto a alguns dos eventos que tiveram lugar no Fórum, a publicação dos Diários de Sherman forneceram novas informações que justificaram uma nova redação do material relativo a "O tumulto de Sherman" na edição original. Contudo, Os Diários de Sherman não forneceram qualquer nova evidência que desse suporte à alegação de que o Dr. Sadler tinha alterado o texto dos Documentos de Urantia. Há aqueles que continuam, contudo, a acreditar que ele o fez. Continuam desafios à veracidade de fatos científicos individuais e seções históricas dos Documentos, e os leitores precisarão julgar esses assuntos por si mesmos.

     O que podem, então, os leitores de língua espanhola dos Documentos de Urantia concluir? Francamente, em meu julgamento os leitores de língua inglesa enfrentam os mesmos problemas. Em quais organizações acreditar, quais verdadeiramente servem à Revelação? Ou convém evitar as organizações como um todo? E por que a Revelação não tem atraído mais atenção na América? É possível que o mundo de língua espanhola será o primeiro a carregar a tocha da Revelação? Essas questões serão respondidas com o tempo. Depois de perto de quarenta anos estudando os Documentos e trabalhando com as organizações Urantia de todo tipo, minha própria perspectiva pode ser instrutiva.

     Parece que cada organização existente tem seu apelo particular e atrai certos leitores. Em meu julgamento, há também uma invisível irmandade espiritual que transcende todas essas divisões e debates. Se dividirmos todos os buscadores da verdade em segmentos verticais, os que apóiam a Foundation num segmento, os que apóiam a Brotherhood noutro segmento, e assim por diante, a situação parece sem esperança. Contudo, se dividirmos todos os buscadores da verdade em camadas horizontais, de acordo com um julgamento razoável de sua maturidade e devoção aos valores da iluminação, surge um quadro diferente. Aqueles que seriam nossos líderes podem não mais ocupar os níveis mais altos, e muitos indivíduos que talvez fossem previamente desconhecidos serão encontrados seguramente no topo. Esses indivíduos de mente elevada são os líderes dos servidores que se devotam às tarefas da Revelação, quer tenham eles ouvido falar da revelação quer não. Como reconheceremos essas pessoas? Jesus deu-nos o teste perfeito: iremos conhecê-los pelos seus frutos. Em outras palavras, se eles clamam ser uma macieira, peça-lhes que lhe mostre suas maçãs. Ironicamente, o objetivo original da Revelação parece ter sido alcançado. A validade da Revelação deve depender do seu conteúdo não de sua suposta origem miraculosa ou de qualquer autoridade ou organização humanas. É claro que a Revelação nega sua infalibilidade e limitações. (Veja página 1008 [1]) É também claro que a Revelação nos foi dada para que façamos algo com ela. (Veja as páginas 2017-2018 [1]). Que vamos então fazer? Como conheceremos a verdade? Como traremos as verdades da Revelação para as pessoas do mundo?

     Os Documentos nos dizem que a única maneira de revelar a verdade é vivendo-a. Jesus viveu-a. Parece claro que somos chamados para transmitir a Revelação pelo modo como vivemos nossas vidas. Somos chamados, todos nós, não menos do que os clérigos. Em essência, os Documentos de Urantia são um chamado para que os mortais evolucionários sigam o Mestre e vivam a verdade. Essa tarefa está longe de completa. Ela foi posta em movimento há 400 bilhões de anos, quando a matéria-prima e os subterrâneos adormecidos do espaço começaram a turbilhonar no crescimento de uma poderosa empresa criativa. É uma tarefa que foi impulsionada pelo próprio Filho Criador sobre as poeirentas estradas de Israel há 2.000 anos e que voltou para que as mãos humanas a completem.

     Numa análise final, o que nós afirmamos acreditar é de pouca importância. Durante muito tempo as pessoas acreditaram que o mundo era plano. Se a nova Revelação da religião de Jesus é simplesmente um conjunto fechado de proposições para que nelas acreditemos, isso não é uma exigência de tão alto custo para entrar no reino. Se Jesus de Nazaré é o maior homem que jamais viveu, então há paz e conforto no evangelho, e nenhuma urgência. Mas, deveríamos recordar as palavras de C. S. Lewis, que disse:

     "Se você busca a paz, você nem encontrará a paz nem a verdade. Se você busca a verdade, você encontrará a paz e a verdade".

     Se ousarmos imaginar que é verdade que um ser pré-existente veio do Paraíso e criou o universo local, e que em seguida, disfarçado de um homem comum, voltou a um perigoso planeta evolucionário dilacerado pela luta, onde sofreu sobre a cruz da existência humana por quase 35 anos, e que sua tarefa, ainda não completada, de iluminar as mentes evolucionárias, ele a confiou aos seres humanos para que a concluam, então a religião de Jesus não é tão fácil.

     Se é verdade que Deus tem necessidade de nós e que Jesus ainda vive, nós nos encontramos fitando os olhos do ardente amor do Mestre. Não evitamos esse resultado quando nós, como Nalda à beira do poço, apontamos em todas as direções exceto nosso próprio coração? Se apontamos para as colinas distantes e falamos acerca dessa ou daquela declaração dos Documentos, ou acerca de comunidade e distribuição de livros, ou a respeito de missões instrutoras, e quem possui o Urantia Book e o que nós acreditamos, não estamos saindo do assunto? Se não evitarmos o olhar indagador do Mestre nós daremos a volta no círculo inteiro. A questão de se tomaremos nossas próprias cruzes e seguiremos ou não Jesus confronta-nos com urgência cada vez maior. O Mestre nos pede, incessantemente, para olharmos outra vez dentro dos nossos próprios corações, e diz que se um homem ou uma mulher desejar segui-lo deve esquecer-se de si mesmo e assumir diariamente suas responsabilidades e segui-lo. Se essa é verdadeiramente a tarefa diante de nós, a nova e eterna religião de Jesus, como revelada nos Documentos de Urantia, não é assim tão fácil. Não é de admirar que os Documentos o declarem à maneira de Nalda:

     "Livro de Urantia", parágrafo 195.9_6:  ...  "Os modernos homens e mulheres de inteligência fogem da religião de Jesus por causa de seus temores do que ela fará a eles - e com eles. E todos esses temores são bem fundados. A religião de Jesus de fato domina e transforma os seus crentes, exigindo que os homens dediquem as suas vidas a buscar um conhecimento do que é a vontade do Pai no céu, e exigindo que as energias da vida sejam consagradas ao serviço altruísta da irmandade dos homens."

     "Os homens e as mulheres egoístas simplesmente não pagarão esse preço, nem mesmo pelo maior tesouro espiritual jamais oferecido ao homem mortal. Somente quando o homem se houver tornado suficientemente desiludido, pelos desapontamentos dolorosos que acompanham as buscas tolas e decepcionantes do egoísmo, e depois da descoberta da esterilidade da religião formalizada, é que ele dispor-se-á a voltar-se, de todo o coração, para o evangelho do Reino, a religião de Jesus de Nazaré". (pág. 2083 [1])

Referências Bibliográficas

[1]
The Urantia Book, impressão de 1955 do texto original. Foi usada a publicação original. Se fizermos referência ao Livro de Urantia na forma 100.7_2, entenda-se Documento 100, item 7, parágrafo 2 do respectivo item. Caso haja apenas um número como por exemplo 1622, entenda-se página 1622. LU é a abreviação de Livro de Urantia.

Notas de Rodapé:

140 Essas "pessoas famosas" incluíam Sholen Asche, Ralph Bunche, Norman Cousins, Aldous Huxley, Eleanor Roosevelt e Edward Teller. THE FELLOWSHIP BULLETIN, Inverno de 1992, página 1.
141 Harold Sherman alega que ele e sua esposa tinham interessado Sir Hubert Wilkins no Fórum, mas isso parece ter sido um dos vôos da fantasia. A 17 de março de 1959, o Dr. Sadler escreveu em carta para o Reverendo Adams (Apêndice B): "Do ponto de vista da ciência geral, penso que os estudos do falecido Sir Hubert Wilkins foram os mais extensos e exaustivos. Por um período de vinte anos ele periodicamente passou algum tempo em Chicago examinando os papeis. Ele trabalharia semanas de uma vez, dez horas por dia ... " Isso deve ter sido pré-publicação uma vez que Wilkins dificilmente teria ido a Chicago para estudar os Documentos se ele tivesse um livro, e a atividade não poderia ter começado antes de 1935, pelo menos sete anos antes de Sherman ficar envolvido. Além disso, o Dr. Sprunger tinha declarado que o Dr. Sadler lhe disse que tinha consultado Wilkins nos primeiros dias.
142 AFFIDAVIT [Depoimento] de Martin Myers, 24 de maio de 1993.
143 "Livro de Urantia", parágrafo 66.8_6:  ...  "A doutrina do demônio pessoal em Urantia, embora tenha algum fundamento na presença planetária de traidores e iníquos como Caligástia, era não obstante inteiramente fictícia em seus ensinamentos de que um tal `demônio' poderia influenciar a mente humana normal contra sua escolha natural e livre. Mesmo antes da outorga de Michael em Urantia, nem Caligástia nem Daligástia jamais foram capazes de oprimir os mortais ou de coagir qualquer indivíduo normal a fazer qualquer coisa contra a vontade humana. O livre arbítrio do homem é supremo em assuntos morais; mesmo o Ajustador do Pensamento residente recusa-se a compelir o homem a pensar um único pensamento ou a praticar um simples ato contra a escolha da vontade do homem". (Página 753 [1])
144 SPECIAL REPORT TO THE READERS OF THE URANTIA BOOK [Relato Especial para os Leitores do Urantia Book], abril de 1990, página 22.
145 Clyde Bedell deu-me essa carta junto com outras correspondências em 1984, poucos meses antes de sua morte.
146 VERN GRIMSLEY MESSAGE EVALUATION [Avaliação da Mensagem de Vern Grimsley], 17 de junho de 1984, página 10.
147 Relato de 21 de junho de 1990, por Thomas A. e Carlyn B. Kendall, intitulado: RESPONSE TO URANTIA FOUNDATION'S SPECIAL REPORT TO THE READERS OF THE URANTIA BOOK AND COMMENTS ON OTHER RELATED SUBJECTS [Resposta ao Relato Especial da Urantia Foundation para os Leitores do Urantia Book e Comentários Sobre Outros Assuntos Relacionados], página 7.
148 Carta do Dr. Paul D. Knott para leitores não revelados, 20 de novembro de 1983.
149 Relato de 21 de junho de 1990, por Thomas A. e Carlyn B. Kendall, intitulado: Resposta ao Relato Especial da Urantia Foundation para os Leitores do Urantia Book e Comentários Sobre Outros Assuntos Relacionados, página 8.
150 IBID., página 8.
151 URANTIA BROTHERHOOD BULLETIN, Primavera de 1982, página 5.
152 Relato de 21 de junho de 1990, por Thomas A. e Carlyn B. Kendall, intitulado: Resposta ao Relato Especial da Urantia Foundation para os Leitores do Urantia Book e Comentários Sobre Outros Assuntos Relacionados, página 8.
153 TO BE (upset) OR NOT TO BE [Ser (perturbado) ou não Ser], por Clyde Bedell, "Lido num encontro em Boulder, na noite de 27/10/83, depois de uma conversa assustadora sugerindo a estocagem de alimentos, água, etc., na qual tinha sido dada meia-hora ou algo assim para cada membro da família providenciar a preparação de um grande conjunto de peças para levar a um abrigo para onde fugir, ao soar de um alarme, etc.", páginas 3 e 5.
154 VERN GRIMSLEY MESSAGE EVALUATION [Avaliação da Mensagem de Vern Grimsley], 17 de junho de 1984, página 206.
155 IBID., página 28.
156 IBID., Apêndices.
157 Relato de 21 de junho de 1990, por Thomas A. e Carlyn B. Kendall, intitulado: Resposta ao Relato Especial da Urantia Foundation para os Leitores do Urantia Book e Comentários Sobre Outros Assuntos Relacionados, página 8.
158 IBID., página 8.
159 IBID. Tom está referindo-se a um episódio que ele registrou na página 6 (A data do surpreendente incidente foi aproximadamente novembro de 1980): "TAK: [Thomas A. Kendall] Depois do encontro do Quadro de Curadores no sábado seguinte, Christy e Martin tinham lido para mim que tinha, segundo alegado, chegado a ela no começo da semana. Dizia: `Não se torne envolvido em discussões longas e improdutivas com Mr. Weiss. Leia a página 840. `[NOTA: Jacques Weiss era um francês que traduzira The Urantia Book para o francês e em seguida publicou-o em 1962, depois de obter a permissão da Urantia Foundation.]' Eu interpretei a mensagem, como fizeram os assistentes administrativos Scott Forsythe e Michael Painter, como significando que não devíamos ficar atolados em longas negociações. Pode-se concluir que os outros Curadores interpretaram essa mensagem como significando que não devíamos ficar envolvidos em quaisquer negociações. A página 840 tinha a ver com a conspiração de Caligástia. O sentido dessa referência também está aberto a questões". Dessa passagem, escrita pelos mantenedores da Fundação Carolyn e Thomas Kendall nós podemos razoavelmente chegar a duas notáveis conclusões. Primeira, Martin Myers admitiu, e aparentemente encorajou, as "mensagens" canalizadas de Christy. Segunda, que essas "mensagens" tinham, não apenas evidentemente ditado as alterações do texto original do Urantia Book desde 1967 (como previamente documentado), mas o que se visava com os conteúdos dessas "mensagens" era usualmente pesado quando a urantia Foundation estabelecia suas políticas!
160 IBID., página 7.
161 Muitos leitores permaneciam frustrados pela "separação" Eu era um membro do Conselho Geral da Brotherhood quando o voto final foi tomado. Para mim mesmo e para a maioria dos outros Conselheiros, foi nosso mais doloroso momento como urantianos. Contudo, uma vez que a Brotherhood fora sumariamente desprovida de seus privilégios e as assim-chamadas "marcas" já tinham sido "levadas" pela Urantia Foundation, não fora deixada escolha para o Conselho Geral. Deve ser notado que dois futuros Curadores que eram membros do Conselho à época, Morris "Mo" Siegel e Gard Jameson, eram advogados vocais de desafiar as táticas de controle da Urantia Foundation e ambos votaram pela separação.
162 THE FUTURE OF THE FIFTH EPOCHAL REVELATION [O Futuro da Quinta Revelação de Época], de Meredith J. Sprunger, documento datado de 10/2/93, página 1.
163 A impressão do Urantia Book de 1955 tem uma declaração no fim do Livro Índice, imediatamente antes da INTRODUÇÃO: "(Um exaustivo índice do Urantia Book é publicado num volume em separado.)" Os Reveladores tinham aprovado o projeto anos antes. Quando Maaherra foi acionada 35 anos mais tarde, o compreensivo índice estava ainda não publicado.
164 História do Movimento de Urantia Um, por um grupo de Pioneiros Urantianos, assistidos por membros da Comissão de Contato, 1960, página 10.
165 THE FUTURE OF THE FIFTH EPOCHAL REVELATION [O Futuro da Quinta Revelação de Época], de Meredith J. Sprunger, documento datado de10/2/93, página 1.
166 IBID., página 1.
167 IBID., página 1.
168 THE CONJOINT READER, publicação da Escola de Significados e Valores, Santa Monica, CA, Verão de 1993, página 10.
169 IBID., página 3.
170 O material essencial para esta seção foi tirado de, e baseado em the future of the fifth epochal revelation [o futuro da quinta revelação de época], de Meredith J. Sprunger, documento datado de 10/2/93.