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Como Multiplicar a
Inteligência do Seu Bebê

mais suave revolução
Glenn Doman • Janet Doman

Capítulo 13
As Mães são as Melhores Mães do Mundo - Bem Como os Pais

Institutos para o Desenvolvimento do Potencial Humano
Institutes for the Achievment of Human Potential
13  As Mães são as Melhores Mães do Mundo - Bem Como os Pais

Como Deus não podia
estar em todos os
lugares, criou as mães.
- Provérbio Judaico

     A maternidade, e não outra, é a mais antiga das profissões.

     Tinha que ser assim, não tinha?

     É uma profissão muito honrada e muito antiga.

     Talvez seja esta a razão pela qual as mães e os gênios têm má publicidade. Talvez sejamos um pouco intimidados por eles.

     Os mitos acerca de mães suplantam os mitos a respeito de gênios e crianças.

     São tão ridículos que seriam cômicos se as suas conseqüências não fossem tão trágicas.

     O maior mito acerca de mães é que elas não são confiáveis para conhecer ou entender seus próprios filhos, porque estão intimamente envolvidas com eles.

     Somente os "profissionais" são capazes de conhecer e entender as crianças.

     Se isso fosse verdade, então certamente a vida das crianças seria importante demais para ser deixada nas mãos de suas mães.

     Bem, esse é o mito.

     A realidade é que as mães sabem mais sobre crianças do que qualquer outra pessoa viva, e até duzentos anos atrás eram as únicas pessoas que sabiam alguma coisa a respeito de crianças.

     As mães, sem o auxílio de qualquer professora, psicóloga ou psiquiatra infantil, obstetra, pediatra ou especialista em alfabetização, nos trouxeram das cavernas do período pleistocênico da pré-história até o que se conhece hoje apropriadamente como "Idade da Razão".

     Nós, os profissionais, que fizemos a nossa estréia na "Idade da Razão" e nessa época começamos a assumir a posse das crianças, conseguimos transportar (quase que da noite para o dia como os geólogos diriam) a humanidade da "Idade da Razão" até a "Idade Atômica".

     Pensemos um pouco a respeito desse questionável progresso.

     O problema é que a maioria dos profissionais simplesmente não acredita que os pais sejam capazes de lidar com as crianças.

     Dentre os profissionais que lidam com mães e crianças existe uma lei não ensinada e nem formalmente expressa, que diz "todas as mães são idiotas e não sabem de nada".

     Ninguém afirma realmente isso, mas não deixa de ser uma lei.

     O mais próximo que alguém chega a ouvir isso está contido na repetida afirmação: "educar crianças é importante demais para ser delegado às mães".

     A verdade é que a educação de crianças é importante demais para ser entregue a outras pessoas que não às mães e aos pais.

     Foram elas próprias que me ensinaram essa verdade absoluta - as mães sabem mais sobre seus filhos do que qualquer outra pessoa no mundo.

     Precisei conviver com milhares delas para aprender essa verdade.

     Os mitos são muito poderosos.

     Dentre milhares de mães magníficas nós conhecemos algumas preguiçosas, malucas e egoístas. Só que conhecemos menos malucas, preguiçosas e egoístas dentre as mães do que em qualquer outro grupo de pessoas. Fazendo-lhes justiça, temos que dizer que conhecemos outros grupos de pessoas maravilhosas.

     O problema é que as mães têm sido manipuladas pelos profissionais há tanto tempo que estão arriscadas a perder o seu magnífico comportamento instintivo e intuitivo em relação a seus filhos.

     A mãe lê um artigo numa revista feminina escrito por alguém com doutorado (comumente um homem) que afirma, com efeito, que "guardar o chicote é mimar a criança". E continua dizendo que "mãos enérgicas são necessárias no comando e nada como uma boa surra à moda antiga, administrada com vontade e regularidade, para manter as crianças na linha".

     A mãe diz para si própria que aquilo não parece certo, mas ela é só a mãe, enquanto ele é um doutor.

     Ela é só uma mãe. Só uma mãe?

     A mãe não começa a bater regularmente no seu filho, mas fica preocupada.

     Pouco tempo depois, lê outro artigo numa revista feminina escrito por outro Doutor em Educação. (um solteirão). O problema é que esse agora está dizendo que "nunca, nunca se deve encostar o dedo em uma criança ou se irá arruinar a sua psique infantil e ela crescerá odiando os pais."

     E agora, com mil diabos, o que deve a mãe fazer?

     Ela recebeu ordens conflitantes de dois profissionais diferentes, ambos com doutorado. E o que é mais importante, os dois estudaram em universidades famosas, ou pelo menos em faculdades estaduais de pedagogia.

     E a mãe diz para si própria que aquilo também não lhe parece certo, mas ainda não sabe bem o que fazer. "Eu sou só uma mãe."

     Só uma mãe?

     Há um ditado espanhol que diz: "Uma grama de maternidade é equivalente a um quilo de clero."

     Ou conversa fiada de acadêmicos.

     Então o que deve a mãe fazer?

     Pergunta justa. Eu não sei a resposta. Tenho, porém, uma forte suspeita de que se as mães pudessem esquecer todos os conselhos dos profissionais (incluindo os autores deste livro) e se cada vez que essa pergunta fosse feita elas agissem deste modo, quase sempre funcionaria.

     Se cada vez que a mãe achasse com convicção que deveria dar umas palmadas em seu filho, e sem ouvir o que os outros dissessem, ela o fizesse, e cada vez que ela sentisse que deveria abraça-lo e dar-lhe amor fizesse isso independentemente da opinião dos outros, penso que ela estaria certa 99% das vezes, qualquer que fosse a situação.

     As mães não são o problema das crianças - elas são a solução.

     São os profissionais que acreditam que as mães constituem o problema e, pelo menos nisso, os profissionais estão errados.

     Examinemos o mais básico dos mitos: o problema das mães é que elas estão emocionalmente envolvidas com suas crianças.

     Certamente isso implica dizer que de alguma forma as crianças estariam melhores se as mães não estivessem emocionalmente envolvidas com seus filhos.

     Pare por um momento e imagine um mundo onde mães não estivessem envolvidas emocionalmente a seus filhos.

     Que tipo de mundo seria?

     Até Napoleão em uma trégua entre invasões disse: "Deixe que a França tenha boas mães, pois assim poderá ter bons filhos."

     Até Wellington teria concordado com isso.

     O mito sobre envolvimento emocional vai além e afirma que, porque as mães estão envolvidas emocionalmente a seus filhos, não podem ser objetivas em relação a eles.

     Vai ficando mais engraçado - e mais triste.

     O exemplo mais claro e comum desta referida falta de objetividade é a afirmação que todas as mães secretamente fazem, que o seu pequeno bebê é um gênio, e se isso não prova que as mães podem ser objetivas acerca de seus bebês, o que prova?

     Buckminster Fuller disse: "Cada criança bem-nascida é originalmente um gênio, mas vai perdendo de mansinho sua genialidade por causa de adultos pouco inteligentes e/ou fatores ambientais adversos."

     É dito que é necessário ser um para conhecê-lo bem e, pelo menos nesse caso, isso se aplica aos gênios.

     Cada jovem mãe olha para seu bebê e vê a mesma coisa que o genial Buckminster Fuller viu. Uma vez que ninguém lhe contou que todos os bebês são gênios ao nascer, ela conclui que somente o seu é um gênio.

     Ela está certíssima - seu bebê é um gênio.

     Seu único erro está nessa afirmação. Assim que faz a observação que o seu bebê é muito esperto, ela está provando ser incapaz de ser objetiva a seu respeito.

     Deve ser de interesse, mais do que passageiro, saber que muitos e muitos gênios já perceberam que os bebês são gênios. Nós poderíamos ter escrito esse capítulo somente com suas citações a respeito das crianças.

     Os gênios olham para os bebês - e vêem a si próprios. As mães vêem os seus bebês do mesmo modo que os gênios. A única diferença é que as mães não podem fazer essa afirmação - e os gênios podem.

     Embora os mitos acerca de mães sejam muito extensos, iremos nos restringir a mais um: as mães são muito competitivas e querem que os seus filhos tenham um desempenho melhor que o das outras crianças.

     Apesar da acusação de que as mães são muito competitivas no que se refere aos seus filhos, e desejam com vontade que eles suplantem os vizinhos de maneira física, intelectual e outras, nós não achamos que isso seja verdade, pelo menos em relação à maioria das mães com quem tivemos o privilégio de trabalhar.

     Descobrimos que o que cada mãe quer não é que seu filho suplante os outros, mas que seja o melhor e o mais eficiente possível. As mães de todas as partes do mundo acreditam que isso não está ocorrendo.

     Como sempre - elas estão com a razão.

     A aprendizagem deve ser um processo agradável tanto para a mãe quanto para a criança.

     Mães e filhos são a combinação mais dinâmica e emocionante possível e tem sido assim desde que o processo começou, há muitos anos.

     Não somente isso é verdade como também é bom para as mães. Aprendemos isso faz muito tempo.

     Faz-me lembrar do quanto progredimos desde maio de 1963 quando a Suave Revolução teve início, de mansinho, com a publicação do nosso artigo "Ensine seu Bebe a Ler" na revista Ladies Home Journal.

     Aquele artigo foi publicado mais ou menos na mesma época em queum movimento chamado "feminismo" começava a aparecer.

     Muitas mudanças ocorreram na sociedade em decorrência desses dois eventos.

     Um dos mais importantes e menos notados resultados desses dois eventos foi que cada um exerceu um fascinante e contraditório efeito sobre o outro.

     À medida que as mulheres começaram a procurar, exigir e encontrar o seu lugar nos assuntos mundiais, surgiram as mulheres congressistas, mulheres governantes, mulheres astronautas, e líderes de todos os tipos de governo, religião, ciência, indústria, direito, e outras mais.

     Ao mesmo tempo, um outro tipo de liderança feminina estava tomando corpo bem devagarinho. De todas as mudanças, foi a mais disseminada, mais penetrante, mais poderosa e menos anunciada.

     Milhões de jovens mulheres viram outras tomarem conta das profissões e empregos que até então eram exclusivamente masculinos.

     Entretanto, elas almejavam uma profissão e um tipo de vida diferente para si. Descobriram que queriam mesmo ser o que escolhemos chamar de "mães profissionais".

     Não é tanto que elas não quisessem entrar no mundo dos homens. E que desejavam muito mais ser mães.

     Elas não aceitavam o mito moderno que a maternidade é um tipo de escravidão na qual as mulheres supostamente se sacrificam lavando fraldas sujas e limpando a casa.

     Essas mulheres encaravam a maternidade como a profissão mais emocionante e recompensadora que se podia imaginar.

     Estavam tão preocupadas quanto as outras em relação à situação do mundo e a necessidade de mudá-lo para melhor.

     Acreditavam que tinham um papel importante a ser desempenhado nessa transformação.

     Haviam decidido que a melhor maneira de melhorar as coisas não era aprimorando as instituições, mas melhorando a qualidade de toda a população mundial. Elas controlavam a matéria prima e o recurso mais importante do mundo - os bebês.

     As mães estavam apreensivas com o colapso do sistema escolar cada vez mais evidente.

     Foi aí que, devagarinho e em número cada vez mais crescente, resolveram solucionar elas próprias o problema. Seus maridos, em número igualmente crescente, silenciosamente concordaram. As escolas, o sistema educacional, as associações de pais, os conselhos de educação e os comitês de ação não foram capazes de controlar a maré de uma escolaridade cada dia mais cara e improdutiva.

     Elas decidiram ser mães profissionais.

     E foi aí que a revolução suave descobriu a Suave Revolução.

     Os resultados têm sido surpreendentes.

     Quando esse novo tipo de mãe descobriu que podia não somente ensinar seu bebê a ler, como também fazê-lo melhor e mais facilmente do que o sistema escolar estava conseguindo aos sete anos, ela se lançou com garra ao projeto - abrindo as portas de um mundo novo e maravilhoso.

     Um mundo de mães, pais e filhos.

     Carregavam em si o potencial de mudança do mundo em muito pouco tempo e para infinitamente melhor.

     Jovens e inteligentes mães ensinaram seus bebês a ler em inglês e muitas vezes em duas ou três outras línguas.

     Ensinaram matemática às suas crianças com tal velocidade que as deixava agradavelmente incrédulas.

     Deram a seus filhos de um, dois e três anos a capacidade de as similar conhecimentos enciclopédicos sobre aves, flores, insetos, árvores, presidentes, bandeiras, geografia e inúmeros outros assuntos.

     Ensinaram-lhes rotinas de ginástica na trave de equilíbrio, a nadar e a tocar violino.

     Em resumo, elas descobriram que podiam ensinar a seus filhos absolutamente tudo o que pudessem apresentar de maneira clara e direta.

     O mais interessante é que descobriram que, ao fazer isso, haviam multiplicado a inteligência dos seus bebês.

     De maior importância foi a descoberta que essa foi a experiência mais deliciosa que mães e filhos poderiam ter tido juntos.

     O seu amor mútuo e, em maior escala, o seu respeito mútuo foram multiplicados.

     No que diferem essas mães das que sempre existiram?

     Não somente é verdade que a maternidade é a profissão mais antiga, com também é verdade que as mães foram as primeiras e continuam sendo as melhores professoras que já existiram.

     Foram as mães, afinal de contas, que nos trouxerarn das cavernas do Ausralopitecus até a Idade da Razão.

     Ficamos pensando se nós profissionais, que nos conduzimos da Idade da Razão até a Idade Atômica, iremos levar o mundo tão longe nos próximos mil anos quanto as mães o fizeram no passado.

     Qual era então a diferença entre as mães profissionais e as tradicionais?

     Elas diferiam de duas maneiras. Minha própria mãe me parece um exemplo típico. Criou seus filhos, dos quais sou o mais velho, com profundo amor e um equilíbrio intuitivo da mistura certa de carinho e disciplina maternal. Ela fez isso, entretanto, com grande sacrifício pessoal e foi recompensada única e indiretamente pelo meu próprio progresso.

     As mães profissionais acrescentaram duas novas dimensões às virtudes e intuições antigas. Essas dimensões foram o conhecimento profissional acrescentado à velha intuição e o desfrutar de uma satisfação imediata, no ato, acrescido de futuras alegrias indiretas.

     Nada de escravidão entre essas mães. É claro que elas ainda têm que lidar com as fraldas sujas e o trabalho da casa como a minha própria mãe o fizera. Agora, porém, não precisam mais enfrentar uma vida inteira somente de trabalhos pesados.

     De jeito nenhum.

     Estas mães estão tendo uma segunda educação que resultou ser muito mais produtiva e recompensadora do que poderiam imaginar.

     Em uma época da vida que foi o ápice para a minha mãe, elas estão, de uma maneira muito real, só começando.

     Os Institutos não ensinam nada às crianças. São as mães que realmente ensinam seus filhos. Eis aqui as nossas jovens mães, no auge de sua vida, não no começo do fim, mas no fim do começo.

     Elas estão aos 25 ou 32 anos aprendendo a falar japonês, ler espanhol, tocar violino, fazer ginástica olímpica, indo a concertos, visitando museus, e muitas outras coisas esplêndidas que a maioria de nós sonha em fazer em futuro distante (que para muitos nunca chega). E o fato de estarem fazendo essas coisas com seus filhos pequenos multiplica a sua alegria.

     Elas têm um sentido de alto propósito e muito orgulho de suas crianças e da contribuição que essas darão ao mundo.

     Elas igualmente expandiram e aumentaram seu próprio conhecimento e sentem-se mais confiantes e mais capazes do que antes para começar a ensinar seus filhos.

     Elas esperavam que seus filhos mudassem, mas ficaram espantadas ao descobrir que seus próprios objetivos e ambições de vida cresceram ao tornarem-se mães profissionais.

     É um bom resultado indireto, não acham?

     Essas são as mães profissionais.

     Será que isso significa que a não ser que, a mãe esteja disposta a ser mãe profissional em tempo integral, não é possível multiplicar a inteligência do seu bebê?

     É claro que não.

     Os milhares de mães (e pais) que conhecemos constituem três grupos.

     O primeiro é o das mães de tempo integral, já descrito. Elas se dedicam à sua carreira com a mesma seriedade de qualquer outro profissional. São absolutamente devotadas aos seus bebês.

     O segundo grupo é composto de mães que passam muito tempo com seus bebês, mas não o dia todo. Elas também são absolutamente devotadas a eles. Seus motivos para passar menos tempo com seus filhos varia de necessidade econômica a um grande desejo de fazer outras coisas.

     O terceiro grupo é composto de mães que só podem passar curtos períodos de tempo com seus bebês. Elas também são absolutamente devotadas a seus filhos. A grande maioria delas é forçada, por mas condições financeiras, a trabalhar e passar grande parte do dia fora de casa.

     Isso é trágico tanto para as mães quanto para as crianças.

     Uma sociedade sadia deveria proporcionar a cada mãe que deseje ficar em casa com seu filho, esse direito.

     Todos esses grupos de mães têm em comum a devoção absoluta a seus filhos e como conseqüência a determinação de dar-lhes oportunidades para ser tudo de bom que possam ser na vida.

     Obviamente existe um quarto grupo com quem nós não convivemos. É o de mães, desde aquelas cujos filhos as aborrecem, até as que realmente não gostam dos seus bebês.

     Como resultado, esse grupo varia das que ignoram seus filhos (além de vesti-los e alimentá-los) até as que maltratam as crianças a ponto de matá-las. O fato de nós não vermos ou conhecermos esse grupo de mães não é surpreendente.

     Num programa de televisão, há pouco tempo, o jornalista e entrevistador perguntou-me, baseando-se nos meus sentimentos em relação a crianças, se eu achava que os casais deveriam obter licença para poder ter os seus bebês?

     Eu respondi que nunca havia pensado nisso e que iria pensar.

     Eu tenho pensado nisso desde então.

     Se eu achasse os governos ou organizações suficientemente sadios para exercer a sabedoria de Salomão e estar 100 por cento corretos em determinar, a priori, pais que poderiam ser negligentes, cruéis ou assassinos, até que não seria uma má idéia, só que eu não tenho confiança nos governos para crer que tal sabedoria possa existir.

     Além disso, eu acredito que algumas mulheres que aparentam ser indiferentes ou não gostar de crianças se tornarão mães de primeira qualidade depois que seus bebês nascerem.

     A chegada de um recém-nascido transforma maravilhosamente os adultos.

     Felizmente, o quarto grupo de pais, aquele que nós não vemos, é muito pequeno.

     O primeiro grupo de mães, aquele que quer e pode passar todo o dia com seus filhos e o faz, pode e consegue multiplicar a inteligência de seus bebês quando bem-informado.

     O segundo grupo de mães pode e multiplica a inteligência dos seus bebês quando sabe o que fazer. Talvez passe em média três a quatro horas por dia com seus filhos. Isso possibilita o ensino da leitura, matemática e conhecimentos enciclopédicos. Assim fazendo, estão aumentando o tamanho do cérebro ao multiplicar o conhecimento de seus bebês e não somente acrescentando algo à sua inteligência.

     Este grupo provavelmente não vai ter tempo para ensinar violino, línguas estrangeiras (a não ser que os pais sejam bilingües) ou ginástica olímpica aos seus bebês.

     Eu fico confuso, com freqüência, na sociedade atual, com toda essa conversa das mães terem que sair para trabalhar e não serem capazes de passar o dia todo ensinando suas crianças.

     A implicação disso é que, como minha mãe tradicional não saia para trabalhar, ela não fazia mais nada a não ser passar o dia ensinando aos seus filhos.

     A simples idéia de que, durante os vinte cinco anos que ela passou criando os seus filhos, não tinha mais nada a fazer divertiria bastante minha mãe (e suas contemporâneas). Durante a maior parte desses vinte e cinco anos, minha mãe não tinha lavadora automática, fogão a gás ou elétrico, máquina de costura automática, forno e muito menos torradeira, lavadora de pratos, triturador de lixo, liquidificador, abridor de latas automático ou ar-condicionado.

     Portanto, além de criar três filhos, minha mãe tinha algumas outras coisas a fazer, como costurar à mão, remendar meias, colocar carvão no fogão, fazer a comida no fogão à lenha, lavar roupa à mão e assim por diante, até tarde da noite. É verdade que minha mãe não saiu para trabalhar durante os anos que estávamos crescendo.

     Não é verdade que ela não tenha trabalhado.

     E o mesmo acontecia a todas as outras mães e crianças que conheci, até completar 18 anos.

     Não gostaria de sugerir que éramos pobres e sem cultura. Mamãe havia conseguido fazer o curso de formação de professores, também conhecido por "normal" em um colégio estadual. Papai ganhava o que era considerado um bom salário na época da Grande Depressão, e cada centavo que sobrava era gasto na compra de livros que adorávamos e que enchiam nossa pequena casa.

     Minha estimativa é de que minha mãe, e todas as outras dessa época, tinha menos do que quatro horas diárias para dedicar a cada um de seus filhos.

     As mães sempre tiveram mais o que fazer do que ensinar suas crianças. O milagre é elas terem conseguido fazer tão excelente trabalho no pouco tempo dispendido para tal.

     E o terceiro grupo de mães com pouco tempo para dedicar a seus bebês? Poderá ele multiplicar a inteligência de seus bebês como propõe esse livro?

     Essas mães, quando o desejam, necessitam ao máximo deste livro e seus ensinamentos.

     Já se tornou corriqueiro dizer que o importante não é a quantidade de tempo que passamos com os bebês, e sim a qualidade desse tempo.

     É claro que a qualidade de tempo dispendido é importante. Só que a quantidade é igualmente relevante.

     Nós vivemos numa sociedade que deseja crer que as mulheres podem ser tudo para todos ao mesmo tempo.

     Tal coisa não é possível.

     A noção que é possível ser um tipo de super mãe que trabalha fora de casa em tempo integral e, ainda assim, acha tempo para dar a seus filhos o mesmo tipo de atenção que recebia de sua mãe, que ficava o dia todo em casa quando ela era pequena, é claro, é impossível.

     Não pode ser feito.

     Na verdade, é injusto esperar isso de qualquer mulher. Ninguém quer dizer isso porque significa que nós, como indivíduos, e como uma sociedade, devemos decidir entre o amanhã de nossas crianças e o nosso próprio futuro profissional.

     Em uma sociedade mais sadia, quando uma mulher decidisse ter um bebê, deveria tirar seis anos (e não seis meses) para ficar com seu filho. Depois disso, poderia voltar ao que estava fazendo antes de ter o bebê.

     Muitas e muitas mulheres profissionais fizeram isso. Elas contam que a experiência de ser mãe em tempo integral foi o cargo mais importante que já tiveram. E afirmam ser agora melhores médicas, advogadas e etc do que eram antes de tirar uma licença para ser mães profissionais.

     Seis anos é um curto período na vida de um adulto, mas para a criança esses seis anos jamais voltarão.

     Como é trágico que na nossa sociedade, com freqüência, mãe e pai precisem trabalhar muitas horas para proporcionar uma razoável existência material a seus filhos. O resultado disso é que a criança vê muito pouco dos país no período em que mais necessita deles.

     Quando atingimos a segurança material que tanto nos preocupava, queremos passar um tempo com nossos filhos que, a esse ponto, já são jovens adultos. Agora são eles que não têm tempo disponível para nós. Descobrimos então, quando já é tarde, que perdemos o barco. Talvez o segundo carro ou aquelas férias não fossem tão importantes quanto imaginávamos.

     Existe muita coisa a ser repensada por nossa sociedade e por nós em relação à vida dos bebês entre o nascimento e os seis anos.

     Todos deveriam saber no íntimo dos seus corações que, separar crianças pequenas de suas mães, colocando-as com outras dezenas de pequeninos também separados de suas mães, não é uma boa idéia.

     Todos sabem disso, mas ninguém quer fazer essa afirmação.

     A nossa atual frente de trabalho foi construída com base na premissa de que crianças pequenas não precisam estar com suas mães e podem ser agrupadas como ovelhas e, no final, tudo vai dar muito certo.

     Isto é uma mentira.

     Tempo com qualidade é importante, mas não existe substituto para a mãe ou pai de cada criança.

     Nunca houve e nunca haverá.

     Quanto mais nova for a criança, mais importante será ainda a quantidade e a qualidade máxima de tempo dispendido.

     As mães são as melhores professoras assim como os pais.

     Se tudo continuar a ir bem no mundo, eles continuarão a sê-lo.

     Charles Simmons disse um dia: "Se alguém quiser consertar os erros e vícios do mundo, comece por alistar as mães."

     Nós começamos alistando as mães há mais de três décadas e nunca nos arrependemos. O mundo, como todos os que lêem jornais sabem, poderia usar uma boa quantidade de reforma de seus erros e vícios.

     Não seria muito difícil provar que o mundo está completamente louco.

     Existem os que perguntam se faz sentido tornar as crianças altamente competentes e sãs dentro de um mundo essencialmente insano.

     Se pensarmos um pouco sobre isso concluiremos que a única esperança possível de tornar são este mundo louco é gerar crianças altamente competentes e sãs.

     O mundo em si, no seu estado natural normal, não só é bastante sadio como, maravilhosamente ordenado. São as pessoas, e somente elas, que tornam o mundo são ou doente. Que outra maneira poderíamos achar de fazer o mundo melhor amanhã do que através da criação de crianças bem ajustadas e sadias? As crianças deste mundo são a essência de um amanhã que vai acontecer - amanhã cedo.

     Nós, os seres humanos, somos a matéria de que os sonhos são feitos.