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Capítulo 0
Preliminares


A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema
Como e Por Que Parar de Tomar
Medicamentos Psiquiátricos
Edição revista e atualizada, 2007

Peter R. Breggin, M.D.
David Cohen, Ph.D.

Veja este livro em inglês-português
Preliminares
    0.1  Capa
        0.1.1  Contra capa
    0.2  Aclamação antecipada de "A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema"
        0.2.1  Candace Pert, Ph.D.
        0.2.2  Loren Mosher, M.D.
        0.2.3  Bertram P. Karon , Ph.D.
        0.2.4  Steven Rose, Ph.D.
        0.2.5  John Horgan
        0.2.6  Thomas J. Moore
        0.2.7  Kate Millett
        0.2.8  Tony Stanton, M.D.
        0.2.9  Alberto Fergusson, M.D.
        0.2.10  Milton F. Shore, Ph.D.
        0.2.11  Fred Bemak, Ph.D.
        0.2.12  Douglas C. Smith, M.D.
        0.2.13  Clemmont E. Vontress, Ph.D.
        0.2.14  Wolf Wolfensberger, Ph.D.
        0.2.15  Rhoda L. Fisher, Ph.D.
        0.2.16  Steven Baldwin, Ph.D.
        0.2.17  Thomas Greening, Ph.D.
        0.2.18  Thomas J. Scheff, Ph.D.
        0.2.19  David H. Jacobs, Ph.D.
        0.2.20  Al Siebert, Ph.D.
        0.2.21  Jay Haley
        0.2.22  Paula J. Caplan, Ph.D.
        0.2.23  William Glasser, M.D.
    0.3  Gratidão e dedicatória às esposas
    0.4  Um aviso quanto ao uso de drogas psiquiátricas
    0.5  Notas dos tradutores sobre drogas psiquiátricas, abstinência e psiquiatria materialista
    0.6  Introduções à nova edição: confirmações científicas da primeira edição
        0.6.1  Introdução de Peter Breggin
            0.6.1.1  A FDA finalmente reconhece o suicídio induzido por antidepressivo
            0.6.1.2  Confirmando a sobre-estimulação
            0.6.1.3  Suicídios em adultos induzido por antidepressivo
            0.6.1.4  A FDA resiste aos fatos
            0.6.1.5  Reconhecimento da crise de abstinência dos antidepressivos
            0.6.1.6  Os antidepressivos têm algum efeito positivo?
            0.6.1.7  Novas descobertas da FDA sobre drogas estimulantes para tratamento da DHDA em crianças
            0.6.1.8  Um novo conceito: dopagem provocada por drogas psiquiátricas
        0.6.2  Introdução por David Cohen
            0.6.2.1  Informação sobre drogas psiquiátricas na Internet
            0.6.2.2  A indústria farmacêutica exposta e re-exposta
            0.6.2.3  Drogas para esquizofrenia, depressão e desordem bipolar - uma farsa
            0.6.2.4  Medicamentos e prescrições fora de controle
            0.6.2.5  Conclusão
    0.7  Introdução: qual é o seu último recurso?
        0.7.1  Nosso recurso final
        0.7.2  Recurso das drogas
        0.7.3  Buscando alívio
        0.7.4  O que o sofrimento nos diz
        0.7.5  O novo recurso final
        0.7.6  O que nós realmente sabemos sobre como nosso cérebro funciona?
        0.7.7  A ciência por trás das drogas psiquiátricas
        0.7.8  Existem desequilíbrios bioquímicos?
        0.7.9  O que realmente sabemos sobre as drogas psiquiátricas e o cérebro?
        0.7.10  O que aconteceria se tratássemos nossos computadores da maneira como tratamos o cérebro?
        0.7.11  O que esse ponto de vista nos faz
        0.7.12  Ervas e remédios "naturais"

0.1  Capa

"A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema"
Como e Por Que Parar de
Tomar Medicamentos Psiquiátricos
Peter R. Breggin, M.D. e
David Cohen, Ph.D.

0.1.1  Contra capa

     "Em uma linguagem não-técnica, de fácil entendimento, [os autores] trazem uma mensagem incrivelmente importante e dificilmente reconhecida para pessoas que precisam entender o lado negro das drogas psiquiátricas e como parar de tomá-las. Recomendo de coração [este livro]." - Candace Pert, Ph.D., autor de "Molecules of the Mind [Moléculas da Mente]"

    

"Este é um livro corajoso, compassivo, e um antídoto muito necessário para o viés pró-droga da moderna psiquiatria e psicologia." - John Horgan, autor de "The Mind Undiscovered [A Mente Não-Descoberta]".

    

"Eu desejaria ter tido esse livro quando eu estava tentando sair das drogas psiquiátricas." - Kate Millett, autora de "The Trip Loony Bin"

    

"Este livro há muito tempo é esperado. Drs. Breggin e Cohen tornam possível a prática de psiquiatria com consciência." - Bertram Karon P., Ph.D., Professor de Psicologia Clínica, Universidade Estadual de Michigan

Cobre todas as drogas psiquiátricas, incluindo:
Celexa • Lexapro • Prozac • Paxil • Zoloft • Cymbalta
Effexor • Remeron • Wellbutrin • Adderall • Dexedrine
Focalin • Ritalina • Concerta • Strattera • Ativan • Klonopin
Xanax • Valium • Dalmane • Halcion • Restoril
Ambien • Lunesta • Abilify • Geodon • Invega • Risperdal
Seroquel • Leponex • Haldol • Permitil • Thorazine
Trilafon • Compazine • Reglan • Depakote • Equetro
Lamictal • lítio • Catapres • Neurontin
Tegretol • Tenex • Topamax • Trileptal

     ISBN-10: 0-7382-1098-6

     ISBN-13: 978-0-7382-1098-8

0.2  Aclamação antecipada de "A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema"

0.2.1  Candace Pert, Ph.D.

Professor Pesquisador de Fisiologia e Biofísica
Georgetown University Medical Center
Autor de Molecules of the Mind [Moléculas da Mente]
Washington, D.C.
"Em linguagem não-técnica e fácil de entender, Peter Breggin e David Cohen trazem uma mensagem incrivelmente importante e dificilmente reconhecida para pessoas que precisam entender o lado escuro das drogas psiquiátricas e como parar de tomá-las. Eu recomendo de coração."

0.2.2  Loren Mosher, M.D.

Soteria Associates [Associados Soteria],
Ex-chefe do Center for Studies of Schizophrenia
[Centro de Estudos de Esquizofrenia]
,
National Institute of Mental Health
[Instituto Nacional de Saúde Mental]
San Diego, California
"Confrontar de frente a atual prática de prescrição de drogas psiquiátricas é uma tarefa difícil - nós devemos à Breggin e Cohen um voto de agradecimento por falar a verdade abertamente. Apesar do que as empresas farmacêuticas nos querem fazer crer, nós não precisamos de `uma vida melhor através da química?' Este livro vai ajudar a derrubar esse mito e prover conselhos práticos sobre como evitar as drogas psiquiátricas e sair fora delas."

0.2.3  Bertram P. Karon , Ph.D.

Professor de Psicologia Clínica
Michigan State University [Universidade Estadual de Michigan]
East Lansing, Michigan
"Este livro é esperado há muito tempo. Drs. Breggin e Cohen tornam possível a prática da psiquiatria com consciência."

0.2.4  Steven Rose, Ph.D.

Professor de Biologia e Diretor,
Brain and Behavior Research Group
[Grupo de Pesquisa do Cérebro e do Comportamento],
Universidade Aberta
Milton Keynes, Inglaterra
"A abordagem médica moderna para qualquer problema humano é encontrar uma droga - uma espécie de bala mágica - para corrigi-lo. Mas muitas drogas fazem mais mal do que bem, e algumas até mesmo causam os problemas que elas supostamente deveriam corrigir. E uma vez na droga, sair fora também pode ser perigoso. Neste livro claro e importante, Peter Breggin e David Cohen delinearam os problemas e forneceram uma explicação passo-a-passo de como sair fora da droga que pode estar prejudicando você".

0.2.5  John Horgan

Autor de The Undiscovered Mind [A Mente Desconhecida]
Garrison, Nova York
"Este é um livro corajoso, compassivo, e um antídoto muito necessário para o viés pró-droga da moderna psiquiatria e psicologia"

0.2.6  Thomas J. Moore

Autor de "Prescription for Disaster:
The Hidden Dangers in Your Medicine Cabinet"
["Receita para o Desastre:
Os Perigos Ocultos em seu Armário de Remédios"]
Washington, D.C.
"`A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema' é uma visão clara, precisa e completa dos perigos das drogas psiquiátricas, e um delineamento prudente dos passos que devem ser dados por aqueles que querem parar de tomá-las."

0.2.7  Kate Millett

Autora de "Sexual Politics [Política Sexual]" e
"The Loony Bin Trip [A Viagem Loony Bin]"
New York, New York
"Eu gostaria de ter tido esse livro quando eu estava tentando sair das drogas psiquiátricas. Que maravilhoso que você tenha providenciado este guia."

0.2.8  Tony Stanton, M.D.

Consultor Psiquiátrico
Bremerton, Washington
"Trabalhando como consultor, eu estou constantemente procurando maneiras de ajudar os clientes a alcançar uma visão mais educada sobre a medicação psicotrópica. Breggin e Cohen reuniram uma mina de ouro de informações para auxiliar neste processo. Não imagino nenhum outro livro que tenha feito um trabalho tão superbo de tornar tais informações acessíveis em qualquer ponto da decisão de tomar ou interromper a medicação psicotrópica."

0.2.9  Alberto Fergusson, M.D.

Psiquiatra, Psicanalista e Diretor de Instituto
Bogotá, Colômbia
"Este livro é uma das coisas mais importantes que aconteceu à psiquiatria e especialmente aos chamados `pacientes psiquiátricos' durante este século. Tendo trabalhado por mais de 20 anos com os chamados esquizofrênicos - as principais vítimas do o abuso de drogas psiquiátricas prescritas - eu posso dizer que Peter Breggin e David Cohen devem ser elogiados pela coragem que tiveram de desmascarar muitas conclusões pseudo-científicas frequentemente presentes na literatura supostamente científica".

0.2.10  Milton F. Shore, Ph.D.

Ex-presidente, American Orthopsychiatry Association
[Associação Americana de Ortopsiquiatria]
Recebedor do Prêmio da American Psychological Association
[Associação Psicológica Americana]
por Contribuições Professionais Significativas (1998)
Silver Spring, Maryland
"Foi necessário muita coragem para que os Doutores Breggin e Cohen escrevessem este livro tão significativo ...  Como defensores dos enfoques não-farmacológicos ...  os autores delinearam um programa cuidadoso e altamente responsável para a retirada dos medicamentos psiquiátricos."

0.2.11  Fred Bemak, Ph.D.

Professor de Aconselhamento Educacional e
Chefe da Seção do
Wellness and Human Services College of Education
[Colégio de Educação de Serviços Humanos e Bem-Estar],
Universidade Estadual de Ohio, Columbus, Ohio.
"Este livro lidera o caminho para explicar e redefinir a crescente patologia da cultura de drogas psiquiátricas. É uma lembrança de onde estamos e de psicoterapias sem prescrição destas drogas, onde podemos ir."

0.2.12  Douglas C. Smith, M.D.

Psiquiatra, Juneau, Alaska
"Cem anos a partir de agora, as pessoas vão ler os atuais livros de psiquiatria com a mesma incredulidade que temos agora acerca do derramamento de sangue e óleo de cobra. `A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema' será lembrado como o ponto da virada, e como o farol que mostrou o caminho para sair desses dias sombrios de utilização generalizada destas drogas. Breggin e Cohen, como amigos de confiança, nos fornecem informações críticas que precisamos saber, a fim de estarmos bem informados e tomarmos decisões sobre as drogas psiquiátricas, incluindo quando e como parar de tomá-las. Eles apresentam tudo isso dentro de uma filosofia coerente de vida e de saúde que torna obsoleto o uso rotineiro de drogas psiquiátricas. Se você chegou a esse ponto inevitável de estar desiludido com a sua droga psiquiátrica, este livro vai ser seu melhor amigo e guia."

0.2.13  Clemmont E. Vontress, Ph.D.

Professor e Conselheiro Emérito
George Washington University
Ganhador do Prêmio Anual de Conselheiro Educacional (1995)
da American Mental Health Counselors Association
[Associação Americana de Conselheiros de Saúde Mental].
Washington, D.C.
"Este livro inovador, informativo e fácil de ler é uma dádiva de Deus para as pessoas leigas como os pais, professores, conselheiros, assistentes sociais e psicólogos que precisam conhecer os perigos potenciais de se buscar para os filhos, estudantes ou clientes, médicos que prescrevam medicação psiquiátrica."

0.2.14  Wolf Wolfensberger, Ph.D.

Professor Pesquisador de Educação
Syracuse University
Diretor, do Training Institute for Human Service Planning
[Instituto de Treinamento de Planejamento de Serviços Humanos],
Líder e Agente de Mudança
Syracuse, New York
"`A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema', fornece muita informação útil e prática, e é muito necessário considerando que existe tal propaganda maciça das indústrias farmacêutica e médica sobre tais drogas. Esta propaganda deve ser combatida, e este livro contribui para esse esforço."

0.2.15  Rhoda L. Fisher, Ph.D.

Psicólogo Clínico
Syracuse, New York
"`A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema' é uma tentativa honesta e direta para apresentar uma imagem clara do efeito destas drogas, por que utilizamos drogas psiquiátricas, o seu papel na sociedade, e muito mais. Este livro preenche uma necessidade real em nossa atual cultura de drogas e em nossa corriqueira confiança completa no prescritor de drogas em si mesmo. A principal importância do livro será a de servir como um contrapeso para o mito de uma cura `milagrosa' com droga. Este livro deve obrigatoriamente estar na estante de todos!"

0.2.16  Steven Baldwin, Ph.D.

Editor Sênior, Ethical Human Sciences and Services
[Serviços e Ciências Humanas Éticas]
Professor de Psicologia Fundador
Faculdade de Ciências Sociais, Universidade de Teesside,
Teesside, no Reino Unido (UK)
"Eu recomendo `A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema' como o guia número um de auto-ajuda para sair das drogas psiquiátricas."

0.2.17  Thomas Greening, Ph.D.

Professor de Psicologia, Escola de Graduação de Saybrook
[Saybrook Graduate School]
Editor, Journal of Humanistic Psychology
[Jornal de Psicologia Humanista]
Los Angeles, California
"Qualquer um que esteja considerando dizer `sim' para as drogas psiquiátricas, ou querendo `apenas dizer não', primeiro deve dizer `SIM' para compra e leitura deste livro essencial e informativo. O objetivo de Breggin e Cohen é o empoderamento das pessoas problemáticas que procuram ajuda, eles não objetivam propaganda, pressão ou lucro. Este livro questiona, informa, adverte, e deixa o leitor muito mais capaz de escolher sabiamente."

0.2.18  Thomas J. Scheff, Ph.D.

Professor Emérito de Sociologia
Universidade da Califórnia, Santa Barbara
"Eu recomendo muito este livro para as pessoas que tomam drogas psiquiátricas e para os médicos que prescrevem-nas. Essas drogas são muito poderosas, tanto para o bem quanto para o mal. Como as consequências de quase todas elas ainda são desconhecidas, as pessoas que as usam estão servindo de cobaias, na maioria das vezes sem seu próprio conhecimento. Os doutores Breggin e Cohen são especialistas nos efeitos negativos das drogas. Seus pontos de vista devem ser tão amplamente conhecidos como as promoções positivas enganosas das empresas fabricantes de drogas psiquiátricas."

0.2.19  David H. Jacobs, Ph.D.

Psicólogo Clínico, Faculdade de Residência
Instituto da Califórnia de Ciência Humana
San Diego, Califórnia
"Este livro inovador fornece uma fonte compreensiva e honesta de informação sobre os efeitos adversos e de abstinência das drogas psiquiátricas comumente usadas. Ele deve estar no consultório de todos os trabalhadores de `saúde mental' médicos e não médicos. Deve também ser lido por qualquer um que que esteja considerando o uso de drogas psiquiátricas e todos aqueles que querem parar de tomá-las."

0.2.20  Al Siebert, Ph.D.

Autor de "The Survivor Personality"
["A Personalidade Sobrevivente"]
Portland, Oregon
"A maturidade emocional, auto-confiança e a competência de viver vêm da luta com os estresses, medos e adversidades. Quando os jovens se tornam viciados em drogas permanecem emocionalmente imaturos até que eles parem de tomar as drogas e começem à aprender a lidar com os problemas. Breggin e Cohen salientam que o mesmo é válido para usuários crônicos de medicamentos psiquiátricos. Somente quando eles pararem com a dependência química imposta à eles pela psiquiatria que poderão desenvolver a força interior para lidar com as dificuldades da vida."

0.2.21  Jay Haley

Universidade Internacional dos Estados Unidos
Autor de "Leaving Home [Saindo de Casa]" e
"Learning and Teaching Therapy
[Aprendendo e Ensinando Terapia]"
La Jolla, Califórnia
"Os médicos Peter Breggin e David Cohen levam o leitor através das vias arriscadas da medicação psiquiátrica com informações precisas como guia. Dr. Breggin foi uma voz no meio da noite clamando pela responsabilidade com a medicação psiquiátrica. Agora, ele lidera uma orquestra de protesto."

0.2.22  Paula J. Caplan, Ph.D.

Autora de "They Say You're Crazy"
["Eles Dizem que Você é Louco"]
[82] e
"The Myths of Women's Masochism"
["Os Mitos do Masoquismo da Mulher"]
Professor Visitante, Centro de Pembroke
Universidade de Brown
Província, Rhode Island
"Breggin tem sido um pioneiro corajoso, não só em apontar mas também em meticulosamente documentar as maneiras pelas quais o `Imperador' do tratamento de saúde mental tradicional está nu. Seu incessante levantamento de questões e documentação da publicidade falsa e acobertamentos das empresas de drogas psiquiátricas e das várias formas de abuso de pacientes por uma variedade de terapeutas é inestimável e insubstituível."

0.2.23  William Glasser, M.D.

Psiquiatra, autor de "Reality Therapy [Terapia da Realidade]" e
a vindoura "Reality Therapy in Action"
["Terapia da Realidade em Ação"]
Chatsworth, Califórnia
"Atualmente o pensamento médico falso, que há uma droga curadora para quase todas as doenças comuns, faz mais mal dentro do argumento psiquiátrico moderno que a doença mental é facilmente diagnosticada e curada por uma droga livre de efeitos colaterais. Atualmente o pensamento psiquiátricos correto é mais evidente nos livros de Peter Breggin. Neles, ele explica claramente que os pacientes com doenças mentais estão em quase todas as instâncias sofrendo de sua incapacidade de se conectar com as pessoas importantes em suas vidas e precisam de ajuda para fazer essas conexões vitais. Ele sustenta que as consultas seguras e livres de drogas são um caminho mais efetivo para ajudar as pessoas, e eu concordo entusiasticamente com esta premissa."

0.3  Gratidão e dedicatória às esposas

Para nossas esposas
Ginger e Carole
Que nos inspiram
Com seu amor, brilho e coragem

0.4  Um aviso quanto ao uso de drogas psiquiátricas

     Drogas psiquiátricas são muito mais perigosas do que muitos consumidores e até mesmo os médicos percebem. Todas estas drogas produzem numerosas reações adversas sérias e potencialmente fatais, e a maioria são capazes de causar problemas de abstinência que são emocionalmente e fisicamente estressantes. Algumas produzem dependência física poderosa e podem causar problemas de abstinência com risco de vida.

     Embora este seja o primeiro livro a descrever em detalhes como e por que parar de tomar drogas psiquiátricas, não se pretende que ele seja um substituto da ajuda profissional. Especialmente quando as drogas psiquiátricas têm sido tomadas em grandes doses por períodos prolongados de tempo, supervisão clínica experiente pode ser útil e mesmo necessário durante o processo de retirada.

     Este livro intenciona ajudar qualquer um que esteja pensando em começar ou parar de tomar drogas psiquiátricas. Ele também pode ser útil para pessoas que estão tomando medicamentos psiquiátricos sem qualquer intenção imediata de parar. Além disso, ele se destina à qualquer um que tem amigos ou entes queridos que estão tomando estas drogas.

     Muitos profissionais, que estão envolvidos com a prescrição ou acompanhamento deste tipo de medicação, também podem achar este livro útil. Os capítulos que se seguem contêm informações básicas sobre os perigos e reações de abstinência destas drogas psiquiátricas, perigos os quais muitos médicos podem não ter consciência - incluindo até mesmo os médicos que prescrevem frequentemente drogas psiquiátricas.

0.5  Notas dos tradutores sobre drogas psiquiátricas, abstinência e psiquiatria materialista

     Conforme o contexto, traduzimos a palavra "drug" por "droga psiquiátrica", "droga de drogaria", "droga farmacêutica", "droga comercial", "droga psico-comercial", ou "droga psíquica". Traduzir "drug" por "droga" poderia confundir as drogas ilícitas com as drogas lícitas. Contudo, lembramos que, muitas das "drogas ilícitas" foram e são muitas vezes usadas como medicamentos, drogas psiquiátricas, drogas de drogaria também chamadas mais genericamente de drogas farmacêuticas. Pelos mesmos motivos traduzimos "drug company" por "empresa de droga farmacêutica", ou "empresa farmacêutica". Constatando que nesta área o comércio e o lucro sobrepujam algumas vezes a própria vida, frequentemente traduzimos "to take drugs" por "consumir drogas psiquiátricas".

     Traduzimos a palavra "withdrawal" como "abstinência", "retirada" ou "redução". Traduzimos "disorder" como "desordem" e algumas vezes como transtorno. Buscamos, na edição bilingue, manter o texto original em inglês para permitir ao leitor uma tradução e interpretação mais pessoal dos originais. Lembramos que este é um trabalho conjunto, e também, receptivo à melhorias e correções.

     Ousamos traduzir "biological psychiatric" por "psiquiatria materialista", traduzir "biopsiquiatric" por "psico-materialista", pelos seguintes motivos:

     As pseudo-teorias que justificam a prescrição de drogas psiquiátricas para seres humanos se embasam em conceitos doentiamente materialistas a respeito das pessoas. Na verdade é a pessoalidade humana que unifica todos os fatores associados de individualidade: o corpo, a mente, a alma e o espírito. As teorias psiquiátricas materialistas não reconhecem nem fazem um discernimento dos valores do espírito, dos significados da mente e dos fatos do corpo material que são unificados pela pessoalidade humana. São os ciclos de vida de expansão-contração, entre a semente e o ventre do todo, que movimentam as energias interiores e exteriores. A vida anima as energias - material, mental e espiritual - dos seres vivos. Por isso, as teorias psiquiátricas materialistas não merecem nem ao menos serem chamadas de biológicas ou vitais, pois prejudicam a vitalidade criativa natural dos seres humanos e não reconhecem a essência espiritual da vida.

0.6  Introduções à nova edição: confirmações científicas da primeira edição

0.6.1  Introdução de Peter Breggin

     Em 1999, quando foi originalmente publicado o livro "A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema", ele foi o primeiro deste tipo - o único à examinar os efeitos adversos de todas as classes de drogas psiquiátricas e como parar de tomá-las com segurança. Nesta segunda edição, o nosso livro continua a ser único em sua ênfase, mas em muitos aspectos, tornou-se menos controverso. Nos últimos oito anos, a pesquisa científica e a "Food and Drug Administration (FDA) [Administração de Drogas e Alimentos]" tem confirmado muitas das preocupações manifestadas na primeira edição, incluindo a nossa ênfase em como os antidepressivos e estimulantes causam efeitos mentais danosos e comportamento perigosamente anormal, tais como psicose, violência e suicídio.

     Ambos de nós temos sido muito ativos na pesquisa científica nos anos entre a primeira e esta segunda edição do livro "A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema". Eu publiquei mais de uma dúzia de artigos científicos e livros que continuam a desenvolver e demonstrar muitas das observações e conceitos descritos na primeira edição deste livro1. Nos últimos anos, o meu testemunho foi aceito em muitos casos adicionais criminais, de má conduta e de responsabilidade iatrogênica de produtos envolvendo os efeitos adversos desses medicamentos.

0.6.1.1  A FDA finalmente reconhece o suicídio induzido por antidepressivo

     A FDA finalmente tem confirmado as observações da primeira edição deste livro, de que os antidepressivos produzem graus perigosos de estimulação com comportamentos agressivos e que eles também produzem suicídio em crianças e adultos.

     Nas audiências públicas de 2004, a FDA apresentou re-avaliações dos testes clínicos com antidepressivos para crianças e jovens menores de dezoito anos, documentando que o risco de suicídio foi o dobro em crianças que tomam antidepressivos, em comparação com indivíduos semelhantes tomando pílulas de açúcar. A agência também informou que apenas um quinto dos testes clínicos controlados demonstraram alguma utilidade para os antidepressivos em crianças e jovens com idade inferior a dezoito anos2. Os antidepressivos não só foram ineficazes em crianças e adolescentes, como também se comprovou que eles provocam suicídio.

     A FDA aplicou as suas conclusões a todos os antidepressivos mais recentes, incluindo a bupropiona (Wellbutrin), citalopram (Celexa), fluoxetina (Prozac, Sarafem), fluvoxamina (Luvox), mirtazapina (Remeron), nefazodona (Serzone), a paroxetina (Paxil), sertralina (Zoloft), o escitalopram (Lexapro) e venlafaxina (Effexor). Um antidepressivo mais recente, a duloxetina (Cymbalta), apresenta riscos semelhantes.

     Ao resumir as audiências, o presidente do painel Wayne K. Goodman, M.D., confirmou o surgimento de um "padrão" de "toxicidade comportamental" e, especificamente, se referiu a "ativação" ou estimulação excessiva como um problema fundamental. Ele sugeriu que os sintomas ou sinais de sobre-estimulação "podem representar um precursor para o sintoma que mais tememos, o de intenção de suicídio". Dr. Goodman lembrou a audiência que apenas 20 por cento dos testes clínicos mostrou qualquer eficácia e advertiu: "Assim, além dos efeitos adversos que foram motivos de preocupação, nós questionamos a respeito do benefício global destes antidepressivos, elevando então naturalmente perguntas sobre relação benefício/risco" (FDA, 2004b [158]).

     Em 22 de março de 2004, a FDA emitiu um comunicado de imprensa, juntamente com um Aviso de Saúde público sobre os "Cuidados que se deve ter ao Usar Antidepressivos em Adultos e Crianças". O comunicado da FDA à imprensa declarou que é "conhecido" a associação dos antidepressivos com a "ansiedade, agitação, ataques de pânico, insônia, irritabilidade, impulsividade hostilidade akatisia (inquietação severa), hipomania e mania" (FDA, 2004a [157]). Sem usar os termos estimulação ou a ativação, a FDA, pela primeira vez confirmou que os antidepressivos causam um padrão perigoso destes efeitos ao longo de um continum de ansiedade e agitação por meio da mania.

     A FDA publicou uma nova regra para os rótulos e bulas exigidos de todos os antidepressivos em 26 de janeiro de 2005, incluindo caixas com uma targa preta intitulada "Suicídio em Crianças e Adolescentes". O aviso começa "os antidepressivos aumentam o risco de pensamento e comportamento suicida (ideação suicida) em estudos de curto prazo em crianças e adolescentes com Desordem Depressiva Maior (DDM) e outras desordens psiquiátricas" (FDA, 2005a [159]).

     A FDA também adicionou ao rótulo uma seção intitulada "AVISOS - Piora clínica e risco de suicídio" para crianças e adultos. Ao fazer isso, a agência federal confirmou a minha preocupação de longa data que os antidepressivos pioram a condição de muitos pacientes. Rótulos dos antidepressivos devem agora avisar que nos adultos "devem ser observados o agravamento da situação clínica e a tendência ao suicídio, especialmente durante os primeiros meses do curso de terapia com drogas ou em tempos de mudanças de dose, seja o aumento ou a diminuição desta dose".

0.6.1.2  Confirmando a sobre-estimulação

     A mídia e a profissão psiquiátrica têm-se focalizado quase que exclusivamente nos novos avisos sobre suicídio nas bulas dos antidepressivos, enquanto os avisos de maior alcance da FDA, sobre o excesso de estimulação, têm sido largamente ignorados. Todas as bulas de antidepressivos devem agora avisar em detalhes sobre o excesso de estimulação ou ativação. Esta nova adição crucial à todos os rótulos de antidepressivos, se aplica à crianças e adultos e é encontrada na seção intitulada "ADVERTÊNCIAS - Piora Clínica e Risco de Suicídio". De uma forma um pouco embelezada, a nota de imprensa inicial da FDA, apresenta uma bula de drogas psiquiátricas que associa os antidepressivos com a produção de "ansiedade agitada, ataques de pânico, insônia, irritabilidade, hostilidade; agressividade, akathisia impulsiva (agitação psicomotora), hipomania e mania".

     Outra seção da nova bula orienta os médicos sobre quais informações devem ser dadas aos pacientes e suas famílias. A nova bula alerta sobre a "piora clínica e suicídio" e repete a descrição da super-estimulação, acrescentando "e outras mudanças incomuns no comportamento, piora da depressão e idéias de suicídio".

     A FDA também publicou um livreto especial para ser incluído nas bulas e para ser dada aos pais de crianças que tomam antidepressivos (FDA, 2005b [160]). Em um item intitulado "O Que Devemos Esperar em Crianças ou Adolescentes que Tomam Antidepressivos", o livreto lista doze itens psiquiátricos com ênfase e asteriscos. Quase todos estes itens confirmam a super-estimulação causada por antidepressivos e vários mencionam especificamente as manifestações de violência e suicídio. Aqui estes alertas estão em sua totalidade:

     Imediatamente após a lista, o livreto, adicionalmente, adverte sobre a retirada:

     Nunca deixe a sua criança parar de tomar antidepressivos sem primeiro falar com o médico dele ou dela. Parar de tomar antidepressivos de repente pode causar outros sintomas.

0.6.1.3  Suicídios em adultos induzido por antidepressivo

     Depois de comprovar que os antidepressivos causam suicídio em indivíduos com idade inferior a dezoito anos, em 2005-2006, a FDA exigiu que as empresas de drogas farmacêuticas reavaliassem os dados sobre suicídio de adultos. Como resultado, em maio de 2006, GlaxoSmithKline enviou uma correspondência em massa enderaçada: "Caro Profissional de Cuidados de Saúde" [178], alertando que Paxil aumenta o risco de comportamento suicida em adultos de todas as idades que sofrem de Desordem Depressiva Maior, bem como para jovens adultos que sofrem de desordens depressivas menores e desordens de ansiedade (GlaxoSmithKline, 2006 [178]).

     Em 13 de dezembro de 2006 o comitê consultivo da FDA3 se reuniu para discutir os resultados globais da re-avaliação dos dados sobre suicídio de adultos. A FDA concluiu que os antidepressivos causaram um aumento das taxas de suicídio em pessoas com idade entre 18 e 24 anos, que estavam tomando antidepressivos, em comparação com aqueles que estavam tomando placebo.

     A FDA aparentemente gostaria de acreditar que com a idade de 25 anos as pessoas mudam biologicamente ou psicologicamente de alguma forma tal que o aviso sobre suicídios induzidos por antidepressivos, não se aplicam à eles; mas o bom senso e a experiência clínica nos dizem que o risco aumentou para todas as idades. Pacientes mais jovens podem ser mais propensas a ter essas horrendas reações adversas à drogas psiquiátricas, mas elas ocorrem também em pessoas mais idosas. Ensaios clínicos não foram feitos para detectar tendências suicidas e devido a sua insensibilidade em relação ao problema, eles só identificaram a maior vulnerabilidade encontrada em pacientes mais jovens.

0.6.1.4  A FDA resiste aos fatos

     Todas essas "novas" observações e conclusões da FDA já estavam disponíveis na primeira edição deste livro: "A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema". A comunidade psiquiátrica e a FDA têm sido lentas para captar as observações que venho fazendo há décadas e que foram resumidas na primeira edição deste livro. Em 1991, no livro: "Toxic Psychiatry" ("Psiquiatria Tóxica") [49], eu descrevi pela primeira vez como Prozac pode causar "comportamento assassino e suicida" por meio de super-estimulação:

     Prozac frequentemente afeta os indivíduos como se eles estivessem tomando estimulantes, tais como anfetaminas, cocaína, ou PCP ...  Tal como as anfetaminas ou cocaína, Prozac pode produzir todo um conjunto de efeitos estimulantes, tais como insônia, aumento da energia, nervosismo, ansiedade, euforia artificial e mania. Alguns pacientes que estão tomando Prozac, realmente parecem "hiper" ou "tensos", e até mesmo agressivos, mesmo sem perceber isto ...  De fato, a revisão interna da FDA dos efeitos colaterais do Prozac, feita pelo psiquiatra Richard Kapit, menciona duas vezes estes efeitos "estimulantes", mas estas observações importantes não foram incluídas nos requisitos finais da bula desta droga psiquiátrica4.

     Em muitos livros depois de 1991, eu continuei a avisar sobre a superestimulação, violência e suicídio induzidos por antidepressivos. Estes alertas estão baseados em estudos clínicos adicionais e em pesquisas apresentadas nos livros "Talking Back to Prozac" (1994) [75], "Brain-Disabling Treatment in Psychiatry" (1997) [55], e finalmente, "The Antidepressant Fact Book" (2002) [66]. Eu também publiquei artigos científicos culminando em 2003 com a revisão científica mais detalhada sobre todo o assunto, intitulada "Suicidality, Violence and Mania caused by Selective Serotonin Reuptake Inhibitors" (IsRSS [SSRIs]) [69].

     Enquanto isso, em 1997, o psiquiatra David Healy [198] uniu-se a nós com uma crítica dos antidepressivos, "The Antidepressant Era" ("A Era dos Antidepressivos"), descrevendo ainda mais o risco de suicídio; e em 2000 o psiquiatra Joe Glenmullen [179] escreveu "Prozac Backlash [Reação ao Prozac]" [179], documentando extensivamente o papel da akatisia, (agitação psicomotora) induzida por antidepressivos, na promoção de violência e suicídio.

     A nova linguagem exigida pela FDA, nas bulas dos antidepressivos, segue de perto a pressão das minhas observações em meu artigo de 2003, que foi distribuído para o comitê da FDA antes que ele tira-se as suas conclusões. Nesse artigo, eu descrevi e documentei como os antidepressivos causam akatisia e a síndrome de estimulação que começam com "insônia, nervosismo, ansiedade, hiperatividade e irritabilidade e, em seguida, avança em direção à agitação mais severa, agressividade e diferentes graus de mania". Observe a semelhança entre o conceito e a linguagem na nova bula aprovada pela FDA quando ele descreve a indução por antidepressivos de "ansiedade, agitação, ataques de pânico, insônia, irritabilidade, hostilidade, agressividade, impulsividade, akatisia (agitação psicomotora), hipomania e mania".

     Foi naturalmente gratificante testemunhar este resultado depois de anos e anos de trabalho, muitas vezes face a face com a exclusão profissional, hostilidade judicial e descrença da mídia; mas para incontáveis milhões de pacientes e suas famílias, os avisos vieram muito tarde.

     Como vamos dar conta de um lapso tão longo da FDA, em reconhecer que os antidepressivos induzem super-estimulação, bem como agressão hostil e tendências suicidas? Muito obviamente, as empresas de drogas farmacêuticas e a FDA querem se proteger de serem criticadas por negar os problemas que alguns de nós têm alertado desde o início de 1990. Mais insidiosamente, como eu tenho documentado recentemente sobre Paxil e GlaxoSmithKline, no meu site e em "Ethical Human Psychology and Psychiatry" ["Psiquiatria e Psicologia Humana Ética"], as empresas farmacêuticas fazem esforços extremos para ocultar dados incriminadores sobre suas drogas psiquiátricas, da FDA, das profissões de saúde e do público5.

0.6.1.5  Reconhecimento da crise de abstinência dos antidepressivos

     Como destacamos na primeira edição deste livro, todos os antidepressivos podem causar reações de abstinência emocionalmente e fisicamente estressantes e perigosas. Muitos pacientes sentem que não podem parar de tomá-los, devido à uma grande variedade de sintomas, desde dores de cabeça severas do "tipo-choque" até depressões esmagadoras6.

     Paxil produz algumas das piores reações de abstinência, mas GlaxoSmithKline, o fabricante do antidepressivo, tem lutado contra o reconhecimento da gravidade desses problemas. Há alguns anos, eu era um consultor em um processo na Califórnia para forçar o fabricante do Paxil a aumentar suas advertências referentes as reações de abstinência desta droga psiquiátrica. O advogado Don Farber de San Rafael relatou-me que a empresa "resolveu o caso" de forma satisfatória, o que é um eufemismo da indústria farmacêutica sobre um acordo legal sem que esta admita culpa ...  Simultaneamente, sob pressão da FDA, a empresa atualizou a advertência na bula do antidepressivo sob o título em negrito, a "descontinuação do tratamento com Paxil". A bula agora resume os relatórios que recebeu sobre as reações de abstinência7:

     Disforia [dolorosa] de humor, agitação por irritação, tonturas, distúrbios sensoriais (por exemplo, parestesias tais como sensações de choque elétrico), confusão ansiosa, dor de cabeça, letargia, labilidade emocional, insônia e hipomania. Embora esses eventos sejam geralmente auto-limitantes, têm havido relatórios de sintomas de descontinuação sérios.

     As bulas dos novos antidepressivos notificam que os sintomas de abstinência podem tornar-se "intoleráveis". Consistente com nossas sugestões no início da primeira edição deste livro, GlaxoSmithKline agora recomenda a retirada lenta com a retomada da dose anterior, se o sofrimento se torna insuportável.

0.6.1.6  Os antidepressivos têm algum efeito positivo?

     Em "Toxic Psychiatry", em 1991 [49], e novamente em mais detalhes no livro "Talking Back to Prozac", em 1994 [75], eu documentei que os antidepressivos são tão ineficazes que até mesmo os estudos rigorosos de empresas de drogas farmacêuticas têm dificuldade em demonstrar qualquer efeito positivo. Salientei que as drogas psiquiátricas são pouco melhores do que pílulas de açúcar e que o desempenho um pouco melhor dos antidepressivos no curto prazo em testes clínicos é devido a muitos fatores externos incluindo influência do pesquisador e a manipulação de dados. Pesquisas recentes confirmaram essas observações.

     Em 2002 uma equipe liderada pelo psicólogo Irving Kirsch [231], da Universidade de Connecticut, publicou uma análise dos dados de eficácia, submetidos à FDA entre 1987-1999, para o Prozac, Paxil, Zoloft, Effexor, Serzone e Celexa (Kirsch et al, 2002 [231]; Veja também Kirsch e Sapirstein, 1998 [230]). Para aprovar uma droga, a FDA exige apenas dois estudos positivos, mas as empresas de drogas farmacêuticas, invariavelmente, têm de realizar vários testes clínicos antes que eles possam obter um par de testes clínicos positivos. Kirsch e seus colegas examinaram todos os estudos realizados pelas empresas, não apenas aqueles usados para obter a aprovação pela FDA. Depois de analisar todo o grupo de testes clínicos com antidepressivos realizados pelas empresas farmacêuticas, Kirsch e seus colegas concluíram que houve pouca ou nenhuma evidência de que a droga psiquiátrica funcionou. Sua pesquisa demonstrou que os efeitos benéficos ou positivo em comparação com placebo foram "insignificantes".

     Em 2006 Joanna Moncrieff [283] e Kirsch publicaram outra revisão e análise de eficácia de antidepressivos no "BMJ" ("British Medical Journal", "Jornal Médico Britânico"), focadas nos IsRSS [SSRIs] como Prozac, Zoloft, Paxil. Eles concluíram que esses medicamentos "não têm uma vantagem clinicamente significativa em relação ao placebo".

0.6.1.7  Novas descobertas da FDA sobre drogas estimulantes para tratamento da DHDA em crianças

     A primeira edição de "A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema" também enfatizou os perigos associados com as drogas estimulantes usadas para tratar a Desordem de Hiperatividade e Déficit de Atenção (DHDA (TDAH)). Como Brian Kean (2005 e 2006 [222]) tem amplamente documentado, uma campanha de marketing em todo o mundo continua a aumentar o número de crianças cujos direitos humanos básicos estão sendo pisoteados por diagnósticos não científicos e tratamentos tóxicos. Enquanto isso, a FDA admitiu que estes medicamentos são muito mais perigosos do que anteriormente admitido. As inocentes bulas aprovadas pela FDA para drogas estimulantes como Adderall, Dexedrine, Ritalina e Concerta têm iludido os médicos e o público no sentido de subestimar seus perigos. Poucos profissionais ou consumidores percebem o quão viciante estas drogas podem ser e menos ainda percebem que elas frequentemente causam sérios efeitos colaterais psiquiátricos, tais como psicose, mania, agressividade e suicídio.

     Em 2005, a FDA finalmente reconheceu que estava recebendo inúmeros relatos de efeitos psiquiátricos prejudiciais induzidos por estimulantes, tais como psicose, alucinações visuais, ideação suicida, agressão e violência (FDA, 2005d [162], 2006 [163]). Então, no início de 2006, a "Divisão de Avaliação de Risco das Drogas" da FDA emitiu um relatório alarmante que declarou8:

     O achado mais importante desta revisão é que os sinais e sintomas de psicose ou mania, principalmente alucinações, podem ocorrer em alguns pacientes sem fatores de risco identificáveis, em doses habituais de qualquer uma das drogas psiquiátricas atualmente usadas para o tratamento da DHDA (TDAH) (Desordem de Hiperatividade e Déficit de Atenção). As bulas atuais das drogas, para o tratamento da DHDA, não abordam claramente o risco de sinais ou sintomas de psicose ou mania (tais como alucinações), induzidos pelas drogas ...  Uma proporção substancial dos casos relatados de psicose foram reportados tendo ocorrido em crianças com idade de 10 anos ou menos, uma população na qual as alucinações não são comuns.

     Seus dados foram derivados de todas as drogas envolvidas no tratamento da DHDA (TDAH) (Desordem de Hiperatividade e Déficit de Atenção), incluindo Strattera, anfetamina (Adderall e Dexedrine) e metilfenidato (Focalin, Concerta, Metadate, Metilin, Ritalina, e manchas de pele devido ao metilfenidato). Os dados também incluem Provigil, uma droga usada às vezes como um estimulante. Uma lista completa pode ser encontrada no apêndice.

     O relatório da FDA também identificou agressão induzida por estimulante, incluindo muitos casos que foram "considerados de risco de vida ou que foi necessário hospitalização". Ele observou que a FDA já tinha colocado um aviso de risco de suicídio na bula do Strattera (FDA, 2005c [161]) e ele alertou, com menos convicção, que os outros estimulantes também demonstraram sinais de induzirem suicídio.

     Com estas observações e advertências sobre drogas estimulantes, a FDA começou a prestar mais atenção aos avisos que eu tinha emitido, pela primeira vez em 1998, como o apresentador científico sobre os efeitos adversos de drogas psiquiátricas em crianças na "Consensus Development Conference" on the "Diagnosis and Treatment of Attention Deficit Hyperactivity Disorder" ("Conferência de Desenvolvimento Consensual" sobre o "Diagnóstico e Tratamento da Desordem de Hiperatividade e Déficit de Atenção"), uma reunião amplamente divulgada e patrocinada pelo National Institutes of Health (NIH - Institutos Nacionais de Saúde)9. No meu relatório publicado e em minhas apresentações para a conferência, especificamente alertei sobre o número inesperadamente elevado de casos de agressão, psicose e tendências suicídas induzidas por estimulantes. Usando uma versão anterior dos mesmos dados, que a FDA recentemente tinha publicado - relatórios enviados a ela de várias fontes - em 1998 eu já tinha encontrado centenas de reações adversas às drogas psiquiátricas, como hostilidade, agitação, depressão, depressão psicótica, psicose, alucinações, labilidade emocional e pensamento anormal. Eu também relatei descobertas de muitos casos listados como overdose (sobre-dosagem), overdose intencional e tentativa de suicídio. Eu ampliei esta advertência em "Psychostimulants in the treatment of children diagnosed with ADHD: Risks and mechanism of action" (1999)10, e em "Talking Back to Ritalin [Falando em Retrospectiva da Ritalina]" (2001)11.

     Por que eu fui capaz de perceber esses sinais em 1998, enquanto as empresas de drogas psiquiátricas nunca os encontraram e a FDA só tomou conhecimento em 2005? Eu estava procurando por possíveis problemas com estas drogas, enquanto os fabricantes delas e a FDA estavam evitando olhar para estes problemas.

     Em última análise, a FDA falhou em suas promessas iniciais de atualizar seriamente suas advertências sobre os recém-descobertos efeitos psiquiátricos adversos de estimulantes. Em setembro de 2006, a agência realizou audiências sobre o assunto e decidiu não "assustar" os pais, colocando uma tarja preta nas bulas sobre os efeitos colaterais de natureza cardiovascular ou psiquiátrica. Em fevereiro de 2007, a FDA emitiu um novo comunicado à imprensa anunciando sua intenção de avisar sobre o risco de eventos adversos cardiovasculares, incluindo morte súbita em pacientes com problemas cardíacos sérios subjacentes ou defeitos e ataque cardíaco em adultos com fatores de risco não especificados. Ela então passou a minimizar os achados de acontecimentos adversos psiquiátricos, citando "um risco ligeiro de leve aumento (cerca de 1 por 1000) para os eventos adversos relacionados com drogas psiquiátricas, tais como ouvir vozes, suspeitar por nenhuma razão, ou tornar-se maníaco, mesmo em pacientes que não tiveram problemas psiquiátricos anteriores". A taxa citada de 1 evento por 1000 é inescrupulosamente pequena. Uma revisão retrospectiva dos registros clínicos, por exemplo, revelou que quase 10 por cento das crianças, ou 100 por 1000, desenvolveram sinais de psicose, incluindo casos de "paranóia", "alucinações visuais" e "alucinações auditivas; agressividade e comportamento agitado" (Cherland e Fitzpatrick, 1999 [87]).

0.6.1.8  Um novo conceito: dopagem provocada por drogas psiquiátricas

     Por que tantas pessoas tomam tais drogas prejudiciais? Por que elas insistem em tomá-las muito depois de as drogas começarem a fazer mais mal do que bem?

     O uso persistente de drogas nocivas não se limita às drogas psiquiátricas. As pessoas frequentemente abusam de drogas sem prescrição médica, tais como álcool e maconha, apesar de seus óbvios efeitos nocivos para a mente e emoções. Em casos extremos, alcoólatras arruinam suas vidas e as vidas de suas famílias, na medida que eles próprios bebem até a morte. Álcool, é claro, causa dependência (o novo nome para o vício). Mas, mesmo na ausência de vício, muitas vezes as pessoas tomam drogas em seu óbvio detrimento pessoal, e muitas vezes em detrimento de outros também.

     Ao longo dos anos tenho avaliado dezenas de casos clínicos e legais em que os indivíduos têm sofrido severos e algumas vezes duráveis prejuízos mentais ao tomar drogas psiquiátricas. Em muitos desses casos, os indivíduos cometeram atos terríveis que estavam totalmente fora do caráter deles. Recentemente, quando re-avaliei a minha vasta experiência com esses casos, percebi que todas as drogas psicoativas produzem um efeito que pode ser chamado de dopagem medicamentosa ou, mais tecnicamente, anosognosia por intoxicação (Breggin, 2006e [74]). Anosognosia significa a incapacidade de reconhecer a doença em si mesmo. Drogas psiquiátricas que prejudicam a função mental, ao mesmo tempo prejudicam a capacidade do indivíduo de reconhecer aquela disfunção.

     Todas as drogas psicoativas - isto é, todas as drogas que afetam o cérebro e a mente - tendem a esconder ou mascarar seus efeitos mentais prejudiciais dos indivíduos que as utilizam. Muitas vezes, essas drogas fazem os indivíduos dopados sentirem que estão mentalmente melhor quando eles estão na realidade mentalmente - deficiente. Na dopagem extrema provocada pelas drogas psiquiátricas, elas induzem as pessoas na direção de pensamentos e ações, tais como violência e suicídio, que normalmente elas achariam terríveis.

     Todas as classes de drogas psiquiátricas - antidepressivos, estimulantes, tranquilizantes, estabilizadores de humor e antipsicóticos - provocam deficiências mentais que muitas vezes passam despercebidas pela vítima, até mesmo quando elas são severas. (As drogas nestas categorias estão listadas no Apêndice). Isto desorienta os pacientes medicados fazendo-os acreditar que eles estão agindo melhor, mesmo quando eles estão piorando. Como resultado, muitas vezes as pessoas sentem que não podem viver sem drogas psiquiátricas, quando uma história cuidadosa revela que suas vidas se deterioraram durante o tempo que elas foram expostas à elas.

     Antidepressivos, estimulantes e tranquilizantes (especialmente Xanax) frequentemente causam sobre-estimulação irreconhecida que podem levar a atos de agressão ou suicídio. Estabilizadores de humor como o lítio e drogas antipsicóticas como Zyprexa, Risperdal, Seroquel, Geodon muitas vezes levam a uma tal supressão das emoções que o paciente e o médico tendem a ignorar isto ou a diagnosticar erroneamente este efeito colateral como sendo uma depressão clínica. O conceito de dopagem medicamentosa ajuda a explicar como reações adversas passam despercebidas ou não apreciadas, e por que tantas pessoas se sentem compelidas a tomar tantas drogas que lhes causam prejuízos mentais. O conceito de dopagem medicamentosa esclarece a compulsão destrutiva de persistir em tomar drogas nocivas. O assunto da dopagem medicamentosa será ampliado e documentado com dezenas de casos no meu próximo livro, "Medication Madness: True Stories of Mayhem, Murder and Suicide Caused Psychiatric Drugs [Loucura Medicamentosa: Estórias Verdadeiras de Mutilação, Assassinato e Suicídio Causados por Drogas Psiquiátricas]".

     Em conclusão, muita coisa aconteceu nos últimos oito anos, que confirmam as nossas preocupações e avisos expressos na primeira edição deste livro. O leitor pode estar certo de que as observações feitas neste livro são baseadas em dados científicos, mesmo que algumas destas observações permaneçam à frente do seu tempo.

     Peter R. Breggin, M.D.

     Ithaca, Nova York

www.breggin.com

0.6.2  Introdução por David Cohen

     A primeira edição de "A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema" apareceu no auge de um período de "euforia biopsiquiátrica" - o orgulho excessivo e arrogância ligada à visão de que as pessoas que sofrem emocionalmente ou portam-se mal têm cérebros e genes com defeito e devem tomar drogas psiquiátricas.

     Pareceu-me então que este ponto de vista se assemelhava a um culto. Foi impermeável à razão ou evidência, hostil à contra-argumentos, e trancou seus adeptos num abraço químico estranho. Na época, argumentar que o uso prolongado de drogas psicotrópicas não tinha justificativa científica e era potencialmente muito perigoso, e sugerir como parar de tomar drogas psiquiátricas, iria tão diretamente contra o pensamento convencional e prático que poderia parecer imprudente.

     Contudo, nos oito anos entre as duas edições deste livro, os argumentos básicos estabelecidos na primeira edição se mostraram ser prescientes, bem fundamentados, e úteis para pacientes e médicos. Isto pode ter ocorrido em parte por causa do seguinte:

     Deixe-me discutir brevemente algumas dessas mudanças, e o que elas poderiam significar para você como um consumidor, atual ou potencial, de drogas psiquiátricas, ou como alguém que está considerando a possibilidade de parar de tomar estas drogas.

0.6.2.1  Informação sobre drogas psiquiátricas na Internet

     Quando nós elaboramos "A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema" em 1998, a Internet ajudou-nos principalmente na busca das fontes bibliográficas e no exame de algumas centenas de postagens de indivíduos, discutindo as reações de abstinência online. Contudo, quando eu digitei "retirada de antidepressivos", em um mecanismo popular de busca da Web, enquanto escrevia esta introdução no início de 2007, o resultado, surpreendente, foi de 1,2 milhões de "links". As poucas listagens que eu consultei ofereciam conselhos gerais dos profissionais e leigos sobre a descontinuação das drogas, as estratégias de parar, os usuários, a retirada diária, os resumos de relatos de casos publicados, maneiras de cortar os comprimidos ou dividir as cápsulas, propagandas sobre antidepressivos naturais ou "ervas desintoxicadoras", resumos jurídicos, discussões on-line entre os consumidores, bem como material variado, incluindo algumas análises extremamente sofisticadas de leigos sobre os efeitos destas drogas. É claro que, assim como informações sobre as drogas psiquiátricas oriundas de especialistas, as informações procedentes da Internet devem ser avaliadas criticamente, e nós oferecemos no Capítulo 7 algumas diretrizes para avaliar a qualidade dos sítios na Rede que oferecem conselhos para se parar de tomar estas drogas.

     Para mim, contudo, este conteúdo ilustra como a criação de conhecimento sobre as drogas psiquiátricas mudou e continuará a mudar para muito além dos limites tradicionais estabelecidos pelos especialistas credenciados. Reações de abstinência e dependência de antidepressivos não surgiram a partir de observações feitas por especialistas. Em vez disso, os especialistas já não podem ignorar esses problemas quando eles foram descritos sem intermediários por dezenas de milhares de pacientes.

0.6.2.2  A indústria farmacêutica exposta e re-exposta

     Atualmente, se tornou um assunto dominante de estudo a forma ampla que a indústria farmacêutica molda a pesquisa e prática da medicina e psiquiatria, e como isso impede a regulamentação das drogas psiquiátricas a favor da indústria.

     Na sua busca incessante de lucros, a indústria de drogas farmacêuticas utiliza todos os meios ao seu dispor para moldar o modo como as pessoas pensam sobre doença, saúde e tratamento. Isto significa, notadamente, que ela cuidadosamente orquestra a produção de infomerciais12 que são passados para os decisores políticos, médicos e consumidores, como estudos científicos, em detrimento da saúde dos pacientes e da integridade da pesquisa científica.

     Somente em 2004 e 2005, os seguintes títulos, dentre outros, documentam essa realidade deprimente em detalhe; "The Truth About the Drug Companies: How They Deceive Us and What to Do About It" ("A Verdade sobre as Companhias de Drogas Farmacêuticas: Como Elas Nos Enganam e O Que Fazer Sobre Isso"), por Marcia Angell [11], ex-editora-chefe do "New England Journal of Medicine [Jornal de Medicina da Nova Inglaterra]" e professora da "Escola Médica de Harvard"; "On the Take: How Medicine's Complicity with Big Business Can Endanger Your Health" ("Em Pauta: Como a Cumplicidade da Medicina com as Grandes Empresas Pode Colocar em Risco sua Saúde"), por Jerome Kassirer [221], também um ex-editor-in-chefe do "New England Journal of Medicine [Jornal de Medicina da Nova Inglaterra]" e professor da "Escola de Medicina da Universidade Tufts"; "Let Them Eat Prozac: The Unhealthy Relationship Between the Pharmaceutical Industry and Depression" ("Que Eles Comam Prozac: A Relação Doentia Entre a Indústria Farmacêutica e a Depressão"), por David Healy [199] psicofarmacologista e historiador da psiquiatria; "Selling Sickness: How the World's Biggest Pharmaceutical Companies Are Turning Us All Into Patients" ("Vendendo Doença: Como as Maiores Companhias Farmacêuticas do Mundo estão Transformando Todos Nós em Pacientes"), pelos jornalistas-médicos Ray Moynihan & Alan Cassels; "Medicines Out of Control? Antidepressants and the Conspiracy of Goodwill" ("Medicamentos fora de Controle? Antidepressivos e a Conspiração da Boa Vontade"), por Charles Medawar, fundador da organização "Social Audit (Auditoria Social)" do Reino Unido, e professora Anita Hardon; "Overdo$ed America: The Broken Promise of American Medicine" ("América sofrendo Overdo$e: A Promessa Quebrada de Medicina Americana"), por John Abramson [1], instrutor clínico da "Escola de Medicina de Harvard"; "The $800 Million-Dollar Pill: The Truth About the Cost of New Drugs" ("A Pílula de $800 Milhões de Dólares: A Verdade sobre o Custo das Novas Drogas Farmacêuticas"), por Merrill Goozner [183], jornalista; e Geração "Generation Rx: How Prescription Drugs are Altering American Lives, Minds, and Bodies" ("Geração Rx: Como as Drogas Médicas Prescritas estão Alterando as Vidas, Mentes e Corpos dos Americanos"), por Greg Critser [124] autor, e jornalista.

     Se eu tivesse que escolher uma mensagem crucial extraída da soma destas obras incitadoras, ela seria o seguinte: As escolhas pessoais e individuais que ambos, você e seu médico, fazem com relação ao seu tratamento para aflições emocionais são, muitas vezes, simplesmente o resultado final das campanhas de marketing organizadas pela indústria para vender seus produtos.

0.6.2.3  Drogas para esquizofrenia, depressão e desordem bipolar - uma farsa

     Apesar de durante décadas, ter havido uma enxurrada de relatórios de testes clínicos financiados pela indústria, presumivelmente demonstrando a superioridade e segurança das drogas psiquiátricas, o Instituto Nacional de Saúde Mental [National Institute of Mental Health (NIMH)] foi solicitado para apoiar, com um custo combinado de $100 milhões de dólares, três grandes estudos para testar as últimas drogas psíquicas que tratam dos distúrbios psiquiátricos mais importantes.

     Os estudos foram incomuns no aspecto deles envolverem milhares de pacientes, a maioria dos quais teriam sido excluídos de grande parte dos testes clínicos de curto prazo. Sob condições de tratamento mais realistas e usando os resultados mais reais do que nos testes clínicos convencionais, muitos desses pacientes foram acompanhados por mais de um ano. As principais conclusões dos estudos começaram a aparecer no final de 2005 e continuam surgindo no momento presente no qual este livro está sendo escrito.

     O projeto sobre a Eficácia dos Ensaios Clínicos de Intervenção com Antipsicóticos (CATIE) recrutou cerca de 1.500 indivíduos diagnosticados com esquizofrenia e aleatoriamente consignou-os para receber uma dentre cinco drogas antipsicóticas diferentes (quatro das novas drogas "atípicas": Zyprexa, Risperdal, Seroquel, Abilify, e um antipsicótico antigo raramente usado hoje em dia: Trilafon). Após 18 meses, dentre os cinco grupos, entre 64 por cento e 82 por cento dos pacientes tinham parado o tratamento por causa de "efeitos colaterais intoleráveis ou falta de eficácia ou outras razões" (Lieberman et al., 2005 [256]). A maioria dos observadores foram tomados de surpresa, por terem aceitado como fatos científicos as mensagens promocionais, da indústria de drogas farmacêuticas, de que os antipsicóticos atípicos eram basicamente poções mágicas. Não fiquei surpreso, tendo demostrado anteriormente como os estudos dos antipsicóticos atípicos eram tão atrelados com desvios e manipulações sistemáticas, que poucos dos seus créditos poderiam se sustentar diante de um escrutínio crítico (Cohen, 2002 [99]).

     O projeto de Alternativas de Tratamento Sequenciados para Aliviar a Depressão (STAR*D) recrutou cerca de 2.900 pacientes diagnosticados com depressão majoritária não-psicótica e os submeteu ao que a psiquiatria moderna considera ser o melhor tratamento para a depressão. Na primeira sequência, todos esses pacientes foram tratados com o antidepressivo IRSS [SSRI] 13 Celexa. Os médicos poderiam adaptar individualmente as doses com base na resposta dos pacientes e, em média, cada paciente foi medicado por cerca de doze semanas. O resultado: menos de 30 por cento tiveram uma remissão dos sintomas durante o período de estudo total (20 meses) (Trivedi et al, 2006 [373]). O estudo continuou, com estratégias diferentes de medicação - tais como o acréscimo ou a mudança para outros antidepressivos - aplicados a medida que diminuia o conjunto de indivíduos que não desistiram. Em uma sequência particular, cerca de 727 pessoas inicialmente medicadas sem sucesso com Celexa e que depois concordaram em tomar outra droga psiquiátrica: Wellbutrin, Zoloft ou Effexor por até 14 semanas, uma média de apenas 21 por cento experienciaram uma remissão dos sintomas - menos do que o percentual daqueles que desistiram por causa dos efeitos colaterais intoleráveis (23 por cento). E mais da metade de todos os participantes relataram que experimentaram moderados à severos efeitos colaterais mais da metade do tempo (Rush et al., 2006 [326]).

     Finalmente os resultados do Programa de Melhoramento do Tratamento Sistemática da Desordem Bipolar (STEP-BD), descrito como o maior estudo do tratamento da desordem bipolar já realizado, também apareceram recentemente. O estudo clamou ter usado a abordagem do "melhor tratamento disponível"(principalmente anticonvulsivos, antipsicóticos, lítio e benzodiazepinas), e como nos outros estudos de tratamentos psiquiátricos que acabamos de descrever, recrutou uma amostra representativa de quase 1500 pacientes, de todo o país, que passou por dois anos completos de tratamento. Os resultados: apenas 28 por cento dos indivíduos tratados atingiram a remissão completa e não sofreram nenhuma recorrência durante os dois anos (Perlis et al, 2006 [304]).

     Tenha em mente que não havia grupos tratados com placebo nesses três estudos. Conservadoramente, pode-se estimar que pelo menos metade dos indivíduos que responderam às drogas psiquiátricas teriam respondido à placebos - o que teria revelado os efeitos desejados destas drogas, como sendo ainda menos impressionantes. Tenha em mente também que os sujeitos em todos os estudos podem ter recebido vários medicamentos. No estudo STAR*D, por exemplo, em adição ao Celexa, foram dadas ao critério do médico, drogas psiquiátricas adicionais para contrapor os problemas de sono, ansiedade, agitação, bem como disfunção sexual induzida pelo Celexa.

     Resta ainda ser visto como os médicos que procuram obter o consentimento informado de seus pacientes para receber drogas psiquiátricas para a depressão, psicose ou desordem bipolar irão discutir estes últimos resultados com seus pacientes. Comentando os resultados do CATIE, o investigador principal docemente admitiu que:

     "As reivindicações de superioridade dos [novos antipsicóticos] foram grandemente exageradas. Isto pode ter sido incentivado por uma expectativa excessiva da comunidade de médicos e pacientes ansiosos em acreditar no poder dos novos medicamentos. Ao mesmo tempo, o marketing agressivo dessas drogas pode ter contribuído para aumentar esta percepção de sua eficácia na ausência de informações empíricas" (Lieberman, 2006 [255]).

     Divulgar clamores muito exagerados, sobre a superioridade de novas drogas psiquiátricas, na ausência de informações empíricas - isto é ciência, ou propaganda?

0.6.2.4  Medicamentos e prescrições fora de controle

     Muitos praticantes, reconhecendo que os resultados destes estudos sobre tratamentos desafiam diretamente a prática usual, sugerem que a melhor orientação ainda é "use medicamentos sabiamente". Mas, como argumenta este livro, isso não é tão simples quanto possa parecer. É difícil encontrar um médico que admita que ele ou ela não prescreva medicação com sabedoria apesar de ser desconcertantemente fácil de identificar práticas de prescrição de drogas psiquiátricas prejudiciais, sem suporte científico, involuntariamente imposta, ou claramente excessivas.

     Em um caso recente em que eu revisei os prontuários médicos, uma criança de dez anos de idade no meio de uma disputa da custódia estava recebendo, prescrições do mesmo médico, de seis drogas psicotrópicas, pertencentes a cinco diferentes classes de medicamentos. Ao longo dos últimos anos, a criança tomou e deixou de tomar mais de quinze diferentes drogas psiquiátricas. As notas de caso, e resumos de alta de tratamento, estavam cheios de descrições de comportamentos que podem ser razoavelmente atribuídos à confusão mental e a montanha russa emocional e física, ao qual este coquetel de drogas incrivelmente irracional, provavelmente, estava sujeitando a criança. No entanto, nem os médicos da criança, nem o juiz responsável pelo caso, nem um psicólogo clínico experiente nomeado pelo tribunal para fazer recomendações, expressou que qualquer coisa poderia estar errada com esse quadro.

     O cenário maior inclui o seguinte: O número de prescrições de antipsicóticos para crianças de dois a 18 anos aumentou de menos de 500.000 em 1995-1996 para quase 2,5 milhões em 2001-2002 (Cooper et al, 2006 [121]). A maioria destas prescrições foram para casos nos quais os antipsicóticos não foram estudados em crianças. Tendências ainda mais dramáticas estão sendo relatadas sobre a prescrição de anticonvulsivos para jovens (Blader e Carlson, 2007 [39]). No entanto, os periódicos de psiquiatria que relataram estes achados, meramente sugeriam que fossem feitos mais estudos controlados sobre antipsicóticos ou anticonvulsivos em crianças.

     Indiscutivelmente, "melhores" evidências não vão provavelmente retardar esse motor funcionando fora de controle. A ausência de evidências não impediu os médicos (não só os psiquiatras, mas os pediatras, médicos de família e das unidades de emergência, e outros tipos de provedores) de fazer experiências com antipsicóticos e anticonvulsivos. É difícil ver como qualquer mecanismo auto-corretivo podem entrar em jogo para trazer de volta à sanidade no cuidado de crianças aflitas.

0.6.2.5  Conclusão

     Em suma, agora mais provavelmente do que em qualquer momento anterior, eu acredito que a maioria das pessoas são capazes de recorrer a informações imparciais e de melhor qualidade, e de perspectivas críticas para ajudá-las a decidir se, quando, e por quanto tempo devem tomar medicamentos psiquiátricos, e como parar de tomá-los de forma segura.

     Contudo, a situação continua bastante ímpar, com a maioria dos consumidores e até mesmo os médicos profundamente imersos na escuridão, no que diz respeito as armadilhas comuns, do uso de drogas psiquiátricas, com um número crescente de crianças submetidas às drogas mais potentes e prejudiciais, e com a maioria das fontes de informação, sobre estas drogas, ainda controladas pela indústria farmacêutica e revestida de interesses médicos.

     Nós estamos gratificados com a resposta dos leitores da primeira edição de "A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema", e estamos esperançosos de que esta segunda edição vai continuar a satisfazer as suas necessidades e responder às suas perguntas.

     David Cohen, Ph.D.

     Miami Beach, Florida

veja também:

     www.criticalthinkrx.org

0.7  Introdução: qual é o seu último recurso?

     Este livro está repleto de informações técnicas e científicas sobre as drogas psiquiátricas (especialmente os seus perigos) e como parar de tomá-las. Contudo, também é importante compreender os princípios psicológicos, sociais e éticos, que podem afetar a sua decisão de usar ou não usar drogas psiquiátricas.

     Podemos aprender muito sobre nós mesmos e como vemos a vida, perguntando: "Para onde nos voltamos quando nos sentimos emocionalmente perturbados ou desesperados? Para onde vamos quando a vida parece insuportável e nós temos pouca ou nenhuma esperança? Quais são os nossos recursos finais na vida? - os lugares e pessoas à quem pedimos ajuda, direção e inspiração?"

0.7.1  Nosso recurso final

     Todas as pessoas parecem precisar da fé, mas as variedades de fé parecem ser infinitas. Para muitas pessoas, o último recurso é religioso ou espiritual: Deus e a oração, ou outras crenças e práticas, e talvez um ministro confiável, padre, rabino, ou conselheiro. Para outros, o último recurso pode ser um ente querido - um marido ou esposa, um pai, um amigo. Outros ainda podem acreditar que eles próprios são o último recurso. Eles podem se voltar para o trabalho criativo, natureza, animais de estimação, hobbies, esportes, ou alguma outra busca aparentemente mais individual ou pessoal. Cada vez mais, as pessoas hoje em dia também se voltam para a ciência para encontrar respostas sobre como viver a vida. Provavelmente para a maioria das pessoas, o último recurso é uma combinação desses recursos: Deus, a natureza, a ciência, outras pessoas, e elas mesmas. Em última análise, todos os recursos humanos estão relacionados. Compromisso com uma vida de princípios, racional e com amor, torna-se a pedra angular da vida e o recurso final.

0.7.2  Recurso das drogas

     Muitas pessoas, contudo, dependem de um outro recurso mais limitado, quando elas enfrentam crises psicológicas ou sociais. Elas se voltam para substâncias psicoativas ou alteradoras da mente. Embora elas possam acreditar ou ter a esperança de que estão se apoiando em uma ciência aparentemente objetiva, na realidade, elas estão colocando sua fé no marketing da indústria de drogas farmacêuticas - e assim também fazem seus médicos.

     Considere a situação aparentemente diferente com respeito às drogas ilícitas ou recreacionais. Para milhões de pessoas em todo o mundo, o último recurso é o tabaco, álcool, ou substâncias, como maconha e cocaína. Muitos se voltam para elas sempre que eles se sentem à beira de experimentar emoções dolorosas. Em casos extremos, eles se tornam viciados nestas substâncias e constroem suas vidas em torno delas. Quando eles, eventualmente, tentam largar seu vício, podem descobrir que não lhe restam outros recursos e nenhum outro agora-aqui para ir. Suas vidas foram esvaziadas pela sua dependência das drogas. Eles tem de reconstruir, a partir dos escombros, a sua fé em Deus ou outras convicções éticas, a sua confiança em outras pessoas, e sua confiança em si mesmas e seu amor pelo trabalho criativo ou pela natureza.

0.7.3  Buscando alívio

     Se as pessoas se sentem melhor quando bebem álcool ou fumam maconha, é porque elas se sentem melhor quando seu cérebro está prejudicado. Drogas psiquiátricas não são diferentes. As pessoas que tomam tais drogas podem sentir menos seu sofrimento emocional. Elas podem até chegar à um estado de anestesia relativa. Mas a medida que elas se sentem melhor, é porque elas estão experimentando uma intoxicação com as drogas psiquiátricas.

     A maioria de nós pode simpatizar com as pessoas que estão dispostos a sacrificar a função cerebral em troca de um embotamento do sofrimento emocional, mas será que os terapeutas ou médicos devem oferecer esta alternativa? Devemos nos voltar para essa alternativa em nossas próprias vidas? Será que o custo é muito grande em termos de disfunção cerebral e incapacidade de lidar com os problemas reais em nossas vidas?

     O recurso de substâncias psicoativas, sejam lícitas ou ilícitas, recreativas ou psiquiátricas, envolve um estreitamento compulsivo de foco na busca de soluções para os problemas da vida. Quase sempre a ênfase é na obtenção de alívio de emoções dolorosas, muitas vezes, independentemente do custo potencial.

0.7.4  O que o sofrimento nos diz

     Sofrimento emocional é inevitável na vida. Mas isto tem um significado - um propósito, o sofrimento é um sinal de que a vida importa. Especificamente, é geralmente um sinal de que algo em nossas vidas que é muito importante precisa ser tratado. Depressão, culpa, ansiedade, vergonha, raiva crônica, entorpecimento emocional - todas estas reações sinalizam que algo está errado e requer atenção especial. A profundidade do sofrimento é um sinal do desejo da alma por uma vida melhor, mais criativa, com mais princípios.

     Por exemplo, quando nos confrontamos com um paciente em depressão profunda, devemos imediatamente nos focar em aliviar a dor? Pelo contrário, devemos responder dizendo que a dor é um sinal da intensidade do espírito da pessoa: "A força e a intensidade de seu sofrimento indica a força e a intensidade do seu espírito. Seu desconforto mostra o quão vivo você está. Agora imagine se você pudesse aprender a transformar toda esta energia auto-destrutiva em energia criativa e em amor pela vida."

0.7.5  O novo recurso final

     Os últimos dez a vinte anos testemunharam uma mudança drástica do ponto de vista sobre o último recurso de orientação moral e psicológica: Independentemente da sua religião ou filosofia, muitas pessoas educadas e informadas passaram a acreditar que a psiquiatria e as drogas psiquiátricas fornecem o melhor recurso para si próprias, quando estão em estresse psicológico. De fato, tais drogas são cada vez mais a primeira alternativa. Parece que substituimos a confiança em Deus, nas outras pessoas, e em nós mesmos, pela confiança em doutores médicos e drogas psiquiátricas. A fonte final de orientação e inspiração não é mais a própria vida em si com seus recursos infinitos, mas sim a psiquiatria materialista com sua visão estreita da natureza humana.

     Essa visão de nós mesmos é uma das mais espantosas. Ela sugere que a maioria, se não todos, os nossos problemas psicológicos, emocionais e espirituais são "desordens psiquiátricas" melhor tratados por especialistas que receitam drogas psicoativas. Nossos problemas emocionais e espirituais não apenas são vistos como desordens psiquiátricas, como também se declara que eles tem uma origem biológica e genética.

     A propaganda, para esta perspectiva notificável, é financiada pelas empresas de drogas farmacêuticas e espalhada pela mídia, pela psiquiatria organizada, por médicos individuais, por lobbies de "consumo", e até mesmo por agências governamentais como o Instituto Nacional de Saúde Mental [National Institute of Mental Health (NIMH)]. Como resultado disto, muitos americanos educados tomam como garantido que a "ciência" e a "pesquisa" têm demonstrado que as depressões emocionais ou os "problemas de comportamento" tem causas biológicas e genéticas e necessitam de drogas psiquiátricas. De fato, eles acreditam que estão "informados" sobre a pesquisa científica. Poucas pessoas percebem que estão sendo submetidas a uma das mais bem sucedidas campanhas de relações públicas da história.

     Nestes dias, o seu médico provavelmente sugere medicação para graus relativamente leves de crises e estresses emocionais: mesmo algumas semanas de tristeza moderada ou ansiedade são capazes de levar à uma receita médica. Se sua criança tem sido difícil de lidar por algumas semanas em casa ou na escola, isto, também, é susceptível de resultar em um receituário. O problema pode ter durado por apenas um período curto, mas o tratamento com drogas psiquiátricas pode durar por anos ou mesmo por uma vida toda.

     O diagnóstico psiquiátrico tornou-se tão difundido que é quase impossível mencionar qualquer tipo de "sentimento" à um médico sem se receber um rótulo de doença mental e uma receita com a mais recente droga psiquiátrica. E este cenário não se limita à emoções fortes ou aflições sérias. Sentindo-se fatigado? Tome Prozac. Sentindo-se como se tivesse perdido o seu entusiasmo ou direção? Tome Paxil ou Zoloft, especialmente se o Prozac não funcionou. Sentindo-se preso em uma relação abusiva? Tome Effexor, Luvox, ou lítio. Sentindo-se um pouco nervoso? Tome Xanax, Klonopin, ou Ativan. Tendo problemas para disciplinar a sua criança? Dê à criança Ritalina, ou Dexedrina ou Adderall. Tendo dificuldade para se concentrar no trabalho que você acha chato? Tente Ritalina para você mesmo. Tendo altos e baixos de qualquer tipo? Tome um número qualquer de drogas psiquiátricas.

0.7.6  O que nós realmente sabemos sobre como nosso cérebro funciona?

     Será que nós sabemos o que estamos fazendo com nossos cérebros e mentes quando tomamos drogas psiquiátricas? Sabemos o que estamos fazendo com nossas crianças quando lhes damos estas substâncias?

     Considere esta realidade extraordinária. O cérebro humano tem mais células individuais (neurônios) do que há estrelas no céu: Bilhões! E cada neurônio pode ter 10.000 ou mais conexões (sinapses) para outras células do cérebro, criando uma rede com trilhões de interconexões. Na verdade, o cérebro é considerado o órgão mais complexo do universo inteiro. Com seus bilhões de neurônios e trilhões de sinapses, é mais complexo do que todo o universo físico de planetas, estrelas e galáxias.

     Cientistas possuem idéias bem desenvolvidas sobre como o universo físico funciona. Eles possuem fórmulas matemáticas para descrever as várias forças que controlam as relações entre as entidades físicas desde buracos negros até partículas subatômicas. Todas essas forças também afetam o cérebro humano. Contudo, os processos vivos do cérebro adicionam complexidades desconhecidas ao universo físico. Estes trilhões de interconexões entre as células cerebrais, por exemplo, são mediados por centenas de mensageiros químicos (neurotransmissores), bem como por hormônios, proteínas, íons pequenos, como sódio e potássio, e outras substâncias. Temos conhecimento limitado sobre como alguns desses mensageiros químicos trabalham, mas pouca ou nenhuma idéia sobre como eles se combinam para produzir a função cerebral.

0.7.7  A ciência por trás das drogas psiquiátricas

     É dito ao público que uma grande quantidade de ciência está envolvida na prescrição de drogas psiquiátricas, mas isso não é correto - já que nós sabemos tão pouco sobre como o cérebro funciona. O conhecimento que temos sobre os efeitos das drogas psiquiátricas no cérebro é grandemente limitado à estudos de tubo de ensaio das reações bioquímicas que ocorrem em pedaços de cérebro animal. Nós simplesmente não entendemos o impacto global das drogas sobre o cérebro.

     Nós também não temos uma idéia clara sobre a relação entre o funcionamento do cérebro e os fenômenos mentais, tais como "humores" ou "emoções", como depressão ou ansiedade. Nós nem ao menos sabemos por onde começar a procurar porque não entendemos completamente como o cérebro funciona.

     Alguns teóricos insistiriam que nos concentremos no nível molecular, procurando por desequilíbrios bioquímicos. Mas isso é pura especulação. Por que um desequilíbrio bioquímico estaria na raiz do sentimento de depressão, mais do que estaria na raiz do sentimento felicidade? E se houvessem substratos bioquímicos para extrema tristeza e felicidade, seria este fato suficiente para tornar as pessoas doentes? A idéia dos desequilíbrios bioquímicos individuais está totalmente em desacordo com a complexidade do cérebro.

     Qual o desequilíbrio bioquímico que estamos procurando? O da criança que está fora de controle ou o do cuidador que tem dificuldades em discipliná-la? O da criança que não está aprendendo ou o do professor que não descobriu a forma de alcançar esta criança? O do indivíduo que se tornou ansioso ao lidar com as pessoas ou o do adulto que abusou do indivíduo quando ele era uma criança? O da pessoa que está profundamente deprimida com a perda de um ente querido ou o do médico que recomenda eletrochoque? O da pessoa que se sente insegura ou ansiosa ou o do médico que pensa que os problemas da pessoa precisam de drogas psiquiátricas? Em suma, de quem é o cérebro que não está funcionando direito?

0.7.8  Existem desequilíbrios bioquímicos?

     Como um dos nossos colegas disse recentemente, "desequilíbrios bioquímicos são as únicas doenças que se espalham pela palavra da boca". Individualmente todos nós devemos usar a nossa própria compreensão intuitiva da vida para determinar a probabilidade de que nossos problemas são causados por algumas disfunções cerebrais ainda não detectadas e não por conflitos no lar, no trabalho ou na sociedade, experiências de vida dolorosas, valores confusos, uma falta de direção, ou outros aspectos da vida humana.

     É claro, nossos corpos podem afetar nosso emoções extravasadas. Todos nós achamos muito mais fácil manter uma atitude brilhante e entusiasmada, quando fisicamente saudáveis, do que quando fisicamente doentes. E qualquer coisa desde a falta de sono até o resfriado comum pode afetar o nosso humor.

     Contudo, os médicos comumente dão às pessoas drogas psiquiátricas sem verificar sinais óbvios de desordem física séria, tais como hipotireoidismo, deficiência de estrogênio, ou ferimento na cabeça devido à um acidente de carro. Além disso, eles parecem particularmente propensos a "olhar por cima" a importância dos sintomas físicos em mulheres. Algumas mulheres, com sinais evidentes de uma desordem hormonal ou condição cardíaca, são colocadas em antidepressivos e ansiolíticos sem primeiro ser exigido, por seus internadores ou psiquiatras, que se submetam a uma avaliação física.

     Portanto, é teoricamente possível que algumas pessoas, ansiosas ou deprimidas, podem estar sendo aflingidas por uma disfunção física, até o momento não detectada. Mas essa especulação não justifica a conclusão infundada de que as pessoas, em aflição emocional, são afetadas por desequilíbrios bioquímicos específicos ou que tais desequilíbrios possam ser corrigidos com drogas psiquiátricas.

     Em nossa própria experiência, a maioria das pessoas com depressão e ansiedade têm razões óbvias que explicam como se sentem. Estas razões são muitas vezes aparentes em suas vidas diárias e podem ser complicadas por experiências passadas na infância ou no início da sua vida adulta. Mas, mesmo se algumas pessoas de fato tenham desequilíbrios bioquímicos sutis e não detectados, não há razão para dar-lhes drogas tais como Prozac ou Xanax que causam desequilíbrios bioquímicos e prejudicam a função cerebral.

     Vamos novamente considerar o recurso final. Ele é definido por nossos valores, nossa família e amigos, e por nós mesmos - ou por um doutor em medicina com uma prancheta de receitas?

0.7.9  O que realmente sabemos sobre as drogas psiquiátricas e o cérebro?

     Quase todas as pesquisas sobre drogas psiquiátricas é feita no cérebro normal de animais, geralmente ratos. Como observado anteriormente, grande parte desta pesquisa envolve triturar os tecidos cerebrais para investigar grosseiramente os efeitos em uma ou mais reações bioquímicas do cérebro. Pesquisas mais sofisticadas envolvem micro instrumentação que injeta pequenas quantidades de drogas no cérebro vivo e medem a atividade de células cerebrais. No entanto, mesmo estes métodos mais refinados são grosseiros em comparação com a atividade molecular real no cérebro. Por exemplo, nós não temos técnicas para medir os níveis reais de neurotransmissores nas sinapses entre as células. Assim, toda a conversa sobre desequilíbrios bioquímicos é pura adivinhação. Mais importante, o que está realmente sendo estudado é a interrupção dos processos normais pela intrusão de substâncias estranhas.

     Esta pesquisa, de modo algum reforça a idéia de que drogas psiquiátricas corrigem desequilíbrios. Em vez disso, ela mostra que as drogas psiquiátricas criam desequilíbrios. No tratamento psiquiátrico moderno, nós pegamos a criação singular conhecida mais complicada do universo - o cérebro humano - e derramamos sobre ele drogas, na esperança de "melhorar" a sua função quando, na realidade estamos atrapalhando a sua função.

     A noção de que Prozac corrige desequilíbrios bioquímicos é pura especulação - propaganda da indústria psiquiátrica biológica. Mas a interrupção de reações bioquímicas no cérebro, causando severos desequilíbrios bioquímicos e taxas anormais de atividade entre as células cerebrais, é um fato comprovado sobre o Prozac, que não pode, honestamente, ser contestado por qualquer um que conhece a pesquisa.

     Como o cérebro reage à invasão de drogas psiquiátricas, tais como Prozac, Ritalina, ou Xanax?

     O cérebro reage como se ele estivesse sendo invadido por substâncias tóxicas: ele tenta superar, ou compensar, os efeitos nocivas das drogas. No processo, o cérebro literalmente destrói sua própria capacidade de responder às drogas psiquiátricas. Ele entorpece-se diante da droga e, ao fazê-lo, de fato mata algumas de suas próprias funções. Assim, quando um médico nos diz que o Prozac está colocando as nossas substâncias bioquímicas em equilíbrio, nós estamos sendo danosamente enganados. Na realidade o Prozac está perturbando profundamente a função do cérebro.

     Prozac, Ritalina, e Xanax, como a maioria das drogas psiquiátricas, super-estimula sistemas de neurotransmissores particulares, quer seja através do aumento da secreção de um neurotransmissor ou impedindo a sua remoção das sinapses entre as células nervosas. Prozac, por exemplo, super-estimula um mensageiro químico chamado serotonina, bloqueando sua retirada da sinapse. O cérebro reage inicialmente inibindo a liberação de serotonina e, em seguida, reduzindo o número de receptores que podem responder à serotonina.

     Estes processos auto-destrutivo no cérebro são relativamente fáceis de pesquisar. Eles foram demonstrados nos laboratórios privados da Eli Lilly - o fabricante do Prozac - mesmo antes da droga psiquiátrica ter sido aprovada para comercialização pela "Food and Drug Administration [Administração de Drogas e Alimentos]". Muito antes do marketing do Prozac, a droga era conhecida rotineiramente por causar drásticos desequilíbrios bioquímicos ao invés de corrigi-los.

     Quanto tempo leva para o cérebro se recuperar dos desequilíbrios causados pelo Prozac? Nós não temos uma resposta para esta questão crítica. Por que não? Porque as empresas de drogas farmacêuticas e a comunidade científica nunca realizou a pesquisa relativamente simples e de baixo custo que seria necessária. No entanto, nós devemos suspeitar de que o cérebro nem sempre se recupera do Prozac ou antidepressivos semelhantes, tais como Paxil e Zoloft.

     Nós já sabemos que a recuperação do cérebro, da exposição à muitas drogas psiquiátricas, pode ser prolongada e que a recuperação completa pode nunca acontecer. Estudos têm demonstrado este resultado para as drogas estimulantes tais como as anfetaminas, incluindo Dexedrina e Adderall, que são prescritas para as crianças. Embora o veredito final sobre a Ritalina não esteja concluído, sua semelhança com os outros estimulantes é tal, que devemos estar preocupados com sua capacidade de causar alterações irreversíveis. Sabemos também que mudanças irreversíveis podem ocorrer em resposta às drogas usadas no tratamento da esquizofrenia, tais como Haldol, Permitil e Risperdal. Estas drogas podem causar deficiências severas permanentes da função cerebral, de fato, nós devemos suspeitar que qualquer droga psicoativa - qualquer droga que afete a função mental - tenda a produzir mudanças irreversíveis em algumas, se não a maioria, das pessoas.

     Que esperança podemos ter de que, banhar o cérebro em uma droga psiquiátrica, vai realmente melhorar o funcionamento global deste órgão misterioso? Quase nenhuma. Na verdade, como já observado, a maioria do que sabemos sobre os vários neurotransmissores tem sido adquirido ao estudar como as drogas psiquiátricas perturbam ou estragam o seu funcionamento.

0.7.10  O que aconteceria se tratássemos nossos computadores da maneira como tratamos o cérebro?

     Imagine o que aconteceria se tratássemos a nossos, muito mais simples, computadores da mesma forma como tratamos o cérebro em psiquiatria. Considere o caso de um computador que está "travando" com muita frequência. Com considerável licença poética, nós podemos comparar esta disfunção mecânica com a tendência humana de tornar-se "oprimido" ou "sobrecarregado" com depressão, ansiedade ou obsessões e compulsões, e incapaz de funcionar facilmente na vida cotidiana.

     Talvez o computador esteja falhando por razões que têm à ver com o seu hardware. Por exemplo, o computador pode precisar de mais memória ou um novo disco rígido. Alternativamente, o problema pode ser rastreável ao seu software - para um ou mais dos programas instalados no computador. Então, novamente, o operador do computador e seus programas podem ser responsáveis. Ou a fonte do problema pode estar fora do computador e até mesmo fora do escritório, como no caso de picos de energia.

     Ao solucionar tal problema, especialistas em computadores rotineiramente levam todos esses fatores em consideração - o computador, o programa, o operador e a fonte de alimentação. Se a causa do problema não é imediatamente aparente, eles podem executar testes experimentais ou programas, a fim de diagnosticar o problema.

     A abordagem utilizada por psiquiatras e outros médicos, em contraste, é de mentalidade simplória e destrutiva. Na psiquiatria contemporânea o médico quase sempre assume que o problema reside no "hardware" do cérebro (ie, em "desequilíbrio bioquímico"). Nas palavras de um psiquiatra bem conhecido, dificuldades emocionais e comportamentais são causados por um "cérebro quebrado".

     Psiquiatras modernos parecem considerar-se consultores do cérebro, mas eles têm pouco conhecimento com o qual estabelecer esta perícia. Ao contrário dos consultores de computador, os psiquiatras não têm nenhuma maneira de identificar ou localizar a fonte do problema em um cérebro dos pacientes. Assim, o paciente deve receber as suas afirmações especializadas na base da fé.

     Como você reagiria se o seu consultor de computadores tratasse seu computador da forma como os psiquiatras tratam pacientes e seus cérebros? Suponha que, invariavelmente, seu consultor concluísse que o problema está no hardware da sua máquina, em vez de no programa, no operador, ou em algum fator externo, como a fonte de alimentação. Suponha que o seu consultor sempre comece colococando agentes tóxicos em seu computador. Suponha ainda que nunca o seu consultor garanta que conseguirá um bom resultado, enquanto continua a colocar agentes tóxicos em sua máquina sem levar em conta as consequências - e, quando pressionado a dar uma explicação, faça vagas referências à "fios cruzados" ou "desequilíbrios elétricos" em seu computador mas nunca olhe dentro, realize qualquer teste, ou providencie um diagnóstico física definitivo.

     Quanto tempo você concordaria com tal absurdo de seu consultor de computador? Não muito tempo. Se os consultores de computador se comportassem como psiquiatras, nós iríamos demití-los. No entanto, dezenas de milhões de pessoas concordam com tratamentos ainda mais desleixados e irracionais envolvendo seus cérebros e mentes que são muito mais complexos e vulneráveis do que os computadores.

0.7.11  O que esse ponto de vista nos faz

     O que acontece quando começamos à ver um ser humano como um objeto? Nós perdemos a nossa própria capacidade de racionalidade e de amor. É impossível reduzir um sofrimento emocional de uma pessoa à aberrações bioquímicas sem fazer alguma coisa psicologica e moralmente destrutiva para essa pessoa. Nós reduzimos a realidade da vida deste indivíduo à uma especulação focada e estreita sobre a química do cérebro.

     Ao assumir tal visão distorcida da pessoa, os médicos também fazem mal a si mesmos. Eles suprimem sua tendência natural de ser empático para com outros seres humanos. Assim, em seus esforços para serem "objetivos" e "científicos", os psiquiatras biológicos e médicos, acabam fazendo coisas muito destrutivas para as pessoas, incluindo eles próprios.

0.7.12  Ervas e remédios "naturais"

     Embora este livro seja sobre as medicações psiquiátricas que são aprovadas pela FDA, muitos leitores podem ter dúvidas sobre os remédios de ervas psicoativas que podem ser obtidos no balcão (OTC). Eles podem se perguntar se essas substâncias mais "naturais" podem ser utilizadas, ao invés das drogas psiquiátricas, durante o processo de retirada ou como um substituto geral. Em resumo, nós não recomendamos o uso de ervas psicoativas para esses propósitos.

     Muitas pessoas acreditam que tais remédios naturais tendem a ser mais seguros do que as drogas das receitas médicas. Essa é a implicação veiculada por muitos livros que avaliam medicamentos fitoterápicos, como PDR para Medicamentos de Ervas (1998) [300] e Medicina Alternativa (1994). Ambas possuem uma lista de muito menos efeitos adversos dos remédios de ervas típicos (tais como a Erva de São João como um antidepressivo ou o ginseng como um estimulante) do que são geralmente descritos na literatura de drogas psiquiátricas utilizadas para propósitos correspondentes (tais como Prozac ou Ritalina).

     No entanto, qualquer um que utiliza ervas psicoativas, deve fazê-lo com cautela. Algumas dessas ervas têm efeitos adversos reconhecidos. Por exemplo, ginseng, em grandes doses, pode causar dependência, com sérios efeitos adversos. As citações científicas normalmente listadas para as ervas são principalmente relatórios em um idioma diferente do Inglês, não prontamente acessíveis para o leitor comum nos Estados Unidos. A composição de muitas destas substâncias, incluindo a Erva de São João e ginseng, é muito complexa, com numerosos agentes activos que foram pouco estudados. Preparações de diferentes fabricantes - ou mesmo do mesmo fabricante - podem não ser padronizadas. E, finalmente, mesmo que a FDA muitas vezes não consiga cumprir suas determinações, as drogas priquiátricas, aprovadas pela FDA, são geralmente mais bem estudadas do que remédios à base de ervas, em relação aos efeitos adversos.

     Algumas pessoas podem acreditar que uma longa história de uso sem efeitos nocivos conhecidos é em si mesmo uma boa indicação da segurança de uma erva psicoativa. Contudo, considere duas das mais amplamente utilizadas substâncias naturais psicoativas, álcool e tabaco: Ambas já foram recomendadas por médicos para fins medicinais, e ambas foram intensamente promovidas pelo governo e interesses corporativos. O álcool tem sido usado por muitas razões por incontáveis milhões de seres humanos desde antes da história registrada, mas, só nas últimas décadas, os efeitos nocivos do uso crônico e excessivo de álcool, tem sido reconhecido generalizadamente. A sociedade também se tornou cada vez mais alerta a respeito da associação entre uso agudo de álcool e muitas formas de violência e acidentes. Da mesma forma, o tabaco tem uma história antiga de uso em rituais nas sociedades nativas americanas e, em séculos mais recentes, do uso crônico generalizado na sociedade ocidental. Mas a periculosidade, de se fumar, não teve amplo reconhecimento até algumas décadas atrás.

     Qualquer droga que afete o cérebro e a mente deve ser encarada com precaução, especialmente no contexto de uso diário ou persistente. E qualquer pessoa que decida usar remédios de ervas deve ler o máximo possível sobre eles. Usar esses agentes é, até certo ponto, um passo rumo ao desconhecido. Ao contrário, todas as drogas psiquiátricas têm riscos sérios e bem documentado.

     Mesmo se as substâncias psicoativas fossem inofensivas, nós teríamos que questionar a sua utilização para propósitos "terapêuticos" ou "psiquiátricos" - isto é, para superar os problemas psicológicos e sociais. O uso de uma substância psicoativa para tais fins é errado, em princípio, porque representa uma tentativa de corrigir o cérebro ao invés dos problemas que estão dentro da vida, relacionamentos e ambiente interno da pessoa.

     É compreensível, claro, que as pessoas querem alívio do sofrimento emocional, assim como elas tendem a tomar aspirina, ibuprofeno, ou outras drogas para dores de cabeça, musculares e nas articulações. Os últimos tratamentos desempenham um papel importante, especialmente se eles são administrados durante um curto prazo. Contudo, tanto a aspirina quanto o ibuprofeno também têm muitos efeitos adversos potencialmente sérios, que vão desde úlceras estomacais à paradas cardíacas.

     O uso de "analgésicos emocionais" é mais questionável. Se uma pessoa tem dores de cabeça por causa do estresse de um casamento em conflito ou um local de trabalho frustrante, seria em última análise auto-destrutivo confiar em pílulas, ao invés de lidar com as questões envolvidas. Além disso, todas as drogas psiquiátricas têm muito mais efeitos negativos sobre o funcionamento do cérebro e da mente do que a aspirina ou ibuprofeno. Medicamentos psiquiátricos são, em primeiro lugar, drogas psicoativas ou psicotrópicas: Eles influenciam a maneira como a pessoa sente, pensa e age. Como a cocaína e a heroína, eles mudam a capacidade de resposta emocional do cérebro. Se usado para resolver problemas emocionais, eles acabam empurrando os problemas para debaixo do tapete de intoxicação por drogas, enquanto criam problemas adicionais induzidos por estas drogas.

     Há uma outra lição, à ser adquirida, com o tempo que levamos para reconhecer os perigos do tabaco e do álcool. Como se levou séculos para compreendermos os efeitos nocivos destas substâncias naturais sobre os indivíduos, famílias e sociedade, nós não podemos alegremente assumir que conseguiremos aprender sobre os perigos das drogas psiquiátricas em questão de meses ou anos.

     Muitas drogas psiquiátricas são eficazes em trazer alívio, à curto prazo, do sofrimento emocional. Álcool, por exemplo, afeta o mesmo sistema neurotransmissor geral afetado por tranquilizantes tais como Xanax, Valium, Klonopin e Ativan. Tem os mesmos efeitos clínicos, também. Milhões de pessoas "tomam uma bebida" para relaxar ou se acalmar, para aliviar a ansiedade ou mesmo a depressão, e para adormecer com mais facilidade. No entanto, o álcool, bem como os tranquilizantes, tem muitos efeitos negativos sobre o comportamento, tende a piorar os vários problemas para os quais ele é usado, e pode tornar-se viciante.

     A questão, então, não é se "As drogas afetam os processos mentais?" Muitas drogas psiquiátricas são chamadas de "psicoativas" precisamente porque elas têm efeitos sobre a mente. Em vez disso, a questão é se "Elas devem ser receitadas como tratamento?"

     Este livro é destinado à ajudar as pessoas à compreenderem alguns dos perigos médicos e psicológicos de depender de drogas psiquiátricas, mas ele só pode esclarecer o vazio psicológico e social criado por tal confiança em agentes que alteram a mente. O livro também oferece abordagens para parar de tomar drogas psiquiátricas, mas, neste contexto também, ele só pode sugerir os tipos de recursos para os quais as pessoas devem se voltar para viver uma vida significativa e satisfatória. A escolha não é entre as drogas psiquiátricas e alguma outra "terapia" mas entre as drogas psiquiátricas e todos os recursos que a vida pode nos oferecer.

Referências Bibliográficas

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Notas de Rodapé:

1 Para citar algumas publicações do Doutor Breggin desde a primeira edição deste livro, veja Breggin (1998 [57], 1999a-c [61], 2000 [64], 2001a&b [65], 2002a&b [67], 2003 [69], 2006a-e [70]). Os artigos podem ser obtidos a partir do site www.breggin.com .
2 A FDA falhou em mencionar que os três estudos positivos foram patrocinados por fabricantes de drogas psiquiátricas e conduzidos por indivíduos ligados à empresas de drogas farmacêuticas.
3 Oficialmente chamado de "Psychopharmacologic Drugs Advisory Committee (PDAC)" ("Comitê Consultivo de Drogas Psicofarmacológicas").
4 Pp. 165 ff.
5 O meu relatório, contra o produto da GlaxoSmithKline, pode ser encontrado em www.breggin.com. Publiquei partes dele com explicações introdutórias na "Ethical Human Psychology and Psychiatry [Psiquiatria e Psicologia Humana Ética]", o jornal patrocinado pelo "International Center for the Study of Psychiatry and Psychology" ("Centro Internacional para o Estudo de Psiquiatria e Psicologia") (Breggin, 2006b-d [71]).
6 Ver Moncrieff (2006 [283]) para observações semelhantes.
7 Referência de Mesa dos Médicos [Physicians' Desk Reference] (2006, p. 1504, primeira coluna). Está escrito em meio a uma montanha de outros dados.
8 Gelperin e Phelan (2006) [170]. Citações nesta seção são das páginas 3-4 do memorando interno da FDA.
9 Além de enfatizar esses dados em uma troca verbal com outro especialista, que negava o risco psicose induzida por estimulante, apresentei meus impactantes dados do sistema da FDA de notificação espontânea no meu relatório publicado para a "Consensus Development Conference (Conferência de Desenvolvimento de Consenso)" (Breggin, 1999b [62]).
10 "Psicoestimulantes no tratamento de crianças diagnosticadas com DHDA (TDAH): Riscos e mecanismo de ação"
11 Os dados são descritos e entabulados com maior detalhes no livro "Talking Back to Ritalin [Falando em Retrospectiva da Ritalina]", Revisado (2001 [65], pp. 43-44).
12 N.T.: Infomerciais são informações comerciais.
13 N.T.: IRSS [SSRI] - Selective Serotonin Reuptake Inhibitors (Inibidores de Reabsorção Seletivos de Serotonina).