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Capítulo 2
Os Limites das Drogas Psiquiátricas


A Droga Psiquiátrica pode ser o Problema
Como e Por Que Parar de Tomar
Medicamentos Psiquiátricos
Edição revista e atualizada, 2007

Peter R. Breggin, M.D.
David Cohen, Ph.D.

Veja este livro em português
Limites das Drogas Psiquiátricas
    2.1  Aprendendo o que as drogas fazem
    2.2  Efeitos das drogas psiquiátricas
    2.3  Desequilíbrios bioquímicos?
    2.4  Drogas psíquicas causam desequilíbrios
    2.5  Falhas no mito dos desequilíbrios
    2.6  Anestesia da alma
    2.7  "Melhora" com drogas psiquiátricas?
    2.8  Os limites das drogas psiquiátricas
    2.9  Limites das drogas em crises emocionais
    2.10  Pessoas são melhores que pílulas
    2.11  Conclusão

The Limits of Psychiatric Drugs
(*)

     Pharmaceutical companies and organized psychiatry have conducted a worldwide campaign to convince ever greater numbers of people to take psychiatric drugs. At the 1998 annual meeting of the American Psychiatric Association, an alliance of "mental illness advocates" announced the results of its international survey: Two-thirds of people "with psychiatric disorders" often wait two to five years or more before seeking treatment. This survey was funded by a grant from Bristol-Myers Squibb Company which manufactures both an antidepressant and an antianxiety drug28. The results were presented and discussed at the world's most prestigious psychiatric meeting by professors from Harvard Medical School, the New York University Medical School, and the University of Toronto.

As empresas de drogas farmacêuticas e a psiquiatria organizada têm conduzido uma campanha mundial para convencer, um número cada vez maior de pessoas, a tomar drogas psiquiátricas. Na reunião anual de 1998 da Associação de Psiquiatria Americana [American Psychiatric Association], uma aliança de "defensores da doença mental", anunciou os resultados da sua pesquisa internacional: Dois terços das pessoas "com desordens psiquiátricas", muitas vezes esperam de dois até cinco anos, ou mais, antes de procurar tratamento. Esta pesquisa foi financiada por uma doação da Bristol-Myers Squibb Company, que fabrica tanto uma droga antidepressiva quanto um ansiolítico29. Os resultados foram apresentados e discutidos na reunião psiquiátrica de maior prestígio do mundo por professores da Escola Médica de Harvard, da Escola Médica da Universidade de Nova York, e da Universidade de Toronto.
(*)

     The survey unintentionally confirmed a major reason that so many people don't seek treatment: The treatment frequently does more harm than good. More than 50 percent of patients drop out of psychiatric drug treatment "due to side effects", including drug-induced "sleep problems, anxiety and agitation, and sexual dysfunction". These results confirm the obvious limits of drug treatment; yet the survey director announced the need for a "worldwide" campaign to encourage more people to seek psychiatric treatment. A more recent survey found that 42 percent of American adults prescribed an antidepressant between 1996 and 2001 stopped taking it within one month; only 28 percent remained on the drug past three months (Olfson et al., 2006 [295]).

O levantamento involuntariamente confirmou, uma das principais razões devido a qual, muitas pessoas não procuram tratamento: O tratamento frequentemente faz mais mal do que bem. Mais de 50 por cento dos pacientes abandonam o tratamento com drogas psiquiátricas "devido aos efeitos colaterais", induzidos por drogas, incluindo "problemas de sono, ansiedade e agitação, e disfunção sexual". Estes resultados confirmam as evidentes limitações do tratamento com drogas; contudo o diretor da pesquisa anunciou a necessidade de uma campanha "mundial" para incentivar mais pessoas a procurar tratamento psiquiátrico. Uma pesquisa mais recente mostrou que 42 por cento dos adultos norte-americanos, que receberam uma receita médica de um antidepressivo entre 1996 e 2001, pararam de tomá-lo dentro de um mês; somente 28 por cento permaneceram com a droga após três meses (Olfson et al., 2006 [295]).
(*)

     The National Institute of Mental Health (NIMH) and pharmaceutical companies have been placing increasing emphasis on marketing psychiatric drugs to children30. Consistent with this strategy the survey urged "aggressive treatment in childhood and adolescence". Children, of course, have less power than adults to reject the drugs, no matter how bad the adverse effects become.

O Instituto Nacional de Saúde Mental [National Institute of Mental Health (NIMH)] e as empresas de drogas farmacêuticas tem colocado uma ênfase crescente no marketing de drogas psiquiátricas para crianças31. Consistente com esta estratégia, a pesquisa demandou "tratamento agressivo na infância e adolescência". Crianças, é claro, têm menos poder do que os adultos de rejeitar as drogas, não importa o quão ruim os efeitos adversos se tornem.
(*)

     Claims that "mental illness" is caused by "biochemical imbalances" is the major public relations thrust of current drug promotion. In magazine advertisements and during consultations with doctors in their offices, potential patients are repeatedly told that psychiatric drugs "work" by correcting known "biochemical imbalances" in the brains (Lacasse and Leo, 2005). Media reports treat these claims as the gospel truth, and the American Psychiatric Association reports that 75 percent of Americans believe in them (APA, 2005 [7]). What is the basis for them?

Afirmar que "doença mental" é causado por "desequilíbrios bioquímicos" é a maior investida de relações públicas atualmente, na promoção de drogas. Em anúncios de revista e durante as consultas com os médicos em seus consultórios, os pacientes em potencial estão repetidamente ouvindo que as drogas psiquiátricas "trabalham", corrigindo conhecidos "desequilíbrios bioquímicos" nos cérebros (Lacasse & Leo, 2005 [237]). Relatos da mídia tratam essas reivindicações como o evangelho da verdade, e a Associação de Psiquiatria Americana [American Psychiatric Association] relata que 75 por cento dos americanos acreditam nelas (APA, 2005 [7]). Qual é a base para estas afirmações?
(*)

2.1  Como aprendemos o que as drogas psiquiátricas fazem

How We Learn What Drugs Do
(*)

     During the FDA approval process, new drugs are first tested on healthy animals to see if they have effects similar to those already in use, such as other antidepressants or stimulants. They are sorted out for future testing on humans on the basis of how they affect animals. Thus, if they cause loss of appetite, weight loss, and hyperactivity in animals, they will be tested on people as "stimulants" or perhaps as "antidepressants"; and if they produce a calming effect, slowed reflexes, and sleep in animals, they will be tested on people as sleeping pills or tranquilizers.

Durante o processo de aprovação da FDA, as novas drogas psiquiátricas são primeiramente testadas em animais saudáveis para ver se elas têm efeitos semelhantes às já utilizadas, tais como outros antidepressivos ou estimulantes. Elas são escolhidas para testes futuros em seres humanos com base em seus efeitos em animais. Assim, se elas causam perda de apetite, perda de peso, e hiperatividade em animais, eles serão testados em pessoas como "estimulantes" ou talvez como "antidepressivos", e se elas produzem um efeito calmante, reflexos lentos, e sono em animais, elas serão testadas em pessoas como pílulas para dormir ou tranquilizantes.
(*)

     After being screened for their effects on animals, the drugs are tested on healthy volunteers to make a gross estimate of safety and to determine the doses needed to achieve a therapeutic impact. Only then are they tried on specific diagnostic groups of patients. The drug effects, which are the same in healthy animals, healthy volunteers, and diagnosed psychiatric patients, result from the drugs, impact on these animals, volunteers, and patients.

Depois de ser analisados os efeitos em animais, as drogas psiquiátricas são testadas em voluntários saudáveis para fazer uma estimativa grosseira da segurança e para determinar as doses necessárias para alcançar um impacto terapêutico. Só então elas são testadas em grupos diagnosticados específicos de pacientes. Os efeitos da droga psíquica, que sejam os mesmos em animais e voluntários saudáveis, e em pacientes psiquiátricos diagnosticados, são o resultado das drogas, e geram um impacto nestes animais, voluntários e pacientes.
(*)

     The process of testing drugs for FDA approval thus confirms, step by step, that psychiatric drugs have the same effects on healthy animals, healthy people, and patients with psychiatric diagnoses.

O processo de teste das drogas para a aprovação da FDA confirma assim, passo a passo, que as drogas psiquiátricas têm os mesmos efeitos em animais saudáveis, pessoas saudáveis e pacientes com diagnósticos psiquiátricos.
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2.2  Como as drogas psiquiátricas atuais afetam animais e pessoas

How Current Drugs Affect Animals and People
(*)

     Not all drugs were first discovered through the process of screening their effects on animals. Sometimes the effects were accidentally discovered in people. Nonetheless, it turns out that the drugs have the same effects on healthy animals and volunteers as on patients.

Nem todas as drogas psiquiátricas foram descobertas através do processo de análise dos seus efeitos em animais. Às vezes, os efeitos foram descobertos nas pessoas acidentalmente. No entanto, verifica-se que as drogas têm os mesmos efeitos em animais e voluntários saudáveis bem como em pacientes.
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     For example, so-called antianxiety drugs such as Xanax, Ativan, and Klonopin have the same calming effects on healthy animals and volunteers as on anxious people. As the dose increases, these drugs will put all creatures to sleep and eventually into a potentially fatal coma. The drugs also bring about the same adverse effects, such as memory loss, in healthy animals, healthy volunteers, and diagnosed patients.

Por exemplo, os chamados ansiolíticos como Xanax, Ativan, e Klonopin tem os mesmos efeitos calmantes em animais e voluntários saudáveis bem como em pessoas ansiosas. Com o aumento da dose, essas drogas vão colocar todas as criaturas para dormir e, eventualmente, em coma, potencialmente fatal. As drogas também trazem os mesmos efeitos adversos, como perda de memória, em animais e voluntários saudáveis, e nos pacientes diagnosticados.
(*)

     Stimulants also affect animals and people in the same characteristic ways. They produce "good caged rats" much as they produce "good school children"32. The drugged animals, like compliant school children, lose their motivation to explore, to innovate, to socialize, and to escape. instead, they sit around in their cages performing meaningless tasks, such as repetitive grooming or chewing on the bars.

Estimulantes também afetam os animais e as pessoas da mesma forma característica. Eles produzem "ratos enjaulados bonzinhos" tanto quanto "crianças quietas na escola"33. Os animais drogados, como crianças censuradas na escola, perdem a motivação para explorar, inovar, socializar, e escapar. Ao invés disso, eles se sentam em suas jaulas executando tarefas, sem sentido, tais como arrumar-se repetitivamente ou morder as barras.
(*)

     Even antipsychotic agents have the same effects on animals and people alike, producing apathy, indifference, docility, and movement disorders in all creatures34.

Mesmo agentes antipsicóticos têm os mesmos efeitos em animais bem como em pessoas, produzindo distúrbios de apatia, indiferença, docilidade, e movimento, em todas as criaturas35.
(*)

2.3  Podemos comprovar os desequilíbrios bioquímicos?

Can We Test for Biochemical Imbalances?
(*)

     Because of ethical and legal restraints, researchers cannot conduct studies that are certain to cause brain damage in human subjects. For example, they are not allowed to implant electrodes or to inject minute amounts of drugs into the brain tissue of living patients to test the effects of experimental drugs. Because there is no other way to do it, the basic biochemical research on drug effects is carried out on animals rather than on humans. Most of the information about a psychiatric drugs biochemical effect is deduced from conducting tests on living animal brains or, more often, from killing the animals in order to study their brain tissue following exposure to drugs. Furthermore, the animals almost never have anything wrong with them; the drug effects are being studied in healthy mammalian brains.

Devido a restrições éticas e legais, os pesquisadores não podem realizar estudos que certamente causarão danos cerebrais em sujeitos humanos. Por exemplo, eles não estão autorizados a implantar eletrodos ou injetar pequenas quantidades de drogas no tecido cerebral de pacientes vivos para testar os efeitos destas drogas experimentais. Como não há outra maneira de fazê-lo, a pesquisa básica sobre os efeitos bioquímicos das drogas é realizada em animais, em vez de humanos. A maioria das informações, sobre um efeito bioquímico de drogas psiquiátricas, é deduzida a partir da realização de testes em cérebros de animais vivos ou, mais frequentemente, matando os animais, a fim de estudar os seus tecidos cerebrais após a exposição às drogas. Além disso, os animais quase nunca tem nada de errado com eles, os efeitos de drogas estão sendo estudadas em cérebros de mamíferos saudáveis.
(*)

     In short, when explaining how a psychiatric drug like Prozac or lithium affects the biochemistry of the human brain, researchers are drawing almost entirely on animal research conducted on normal mammalian brains rather than from studies involving people with supposed biochemical imbalances in their brains!

Em resumo, ao explicar como uma droga psiquiátrica como o Prozac ou lítio afeta a bioquímica do cérebro humano, os pesquisadores estão se baseando quase que inteiramente em pesquisas com animais realizadas em cérebros normais de mamíferos, em vez de a partir de estudos que envolvam pessoas com supostos desequilíbrios bioquímicos no cérebro!
(*)

     The concept of biochemical imbalances in people diagnosed with depression, anxiety, or other "disorders" remains highly speculative and even suspect. Although we have ample reason to doubt the validity of this concept, there is at present no way to prove its validity. Specifically, we lack the technical capacity to measure biochemical concentrations in the synapses between nerve cells. Although medication advocates often speak with seeming confidence about how psychiatric drugs can correct biochemical imbalances in the brain, they are merely indulging in pure speculation or using figures of speech that they know will resonate with their audiences. Theres little evidence for the existence of any such imbalances and absolutely no way to demonstrate how the drugs would affect them if they did exist.

O conceito de desequilíbrios bioquímicos em pessoas diagnosticadas com depressão, ansiedade, ou outros "distúrbios" permanece altamente especulativo e até mesmo suspeito. Embora tenhamos muitas razões para duvidar da validade deste conceito, não há no presente nenhuma maneira de provar sua validade. Especificamente, nos falta a capacidade técnica para medir as concentrações bioquímicas nas sinapses, entre as células nervosas. Embora os defensores de medicamentos muitas vezes falem com aparente confiança sobre como as drogas psiquiátricas podem corrigir os desequilíbrios bioquímicos no cérebro, eles estão apenas sendo indulgentes com pura especulação ou utilizando figuras de linguagem que eles sabem que vão ressoar com suas audiências. Existem poucas evidências da existência de qualquer um desses tais desequilíbrios e absolutamente nenhuma maneira de demonstrar como as drogas iriam afetá-los caso eles existissem.
(*)

2.4  Causando desequilíbrios bioquímicos ao invés de curá-los

Causing, Not Curing, Biochemical Imbalances
(*)

     As confirmed in animal research, all psychiatric drugs directly affect the brain's normal chemistry by disrupting it. Ritalin, for example, is known to produce overactivity in three of the brain's neurotransmitter systems: dopamine, norepinephrine, and serotonin. However, the fact that a drug increases brain cell activity by no means indicates that it will increase behavioral activity.

Tal como confirmado na pesquisa com animais, todas as drogas psiquiátricas afetam diretamente a química normal do cérebro, interrompendo-a. Ritalina, por exemplo, é conhecida por produzir hiperatividade em três sistemas de neurotransmissores do cérebro: dopamina, norepinefrina e serotonina. Contudo, o fato de que uma droga aumente a atividade das células do cérebro de modo algum indica que ela vá aumentar a atividade comportamental.
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     In the case of stimulants such as Ritalin or amphetamine, the effects on people are very complex, variable even in the same user at different times, and sometimes inconsistent. Often these drugs subdue or numb those who take them, making them more docile and manageable. This is precisely why they are used to treat behavior problems in children. At other times, however, stimulants produce opposite effects, making some children and adults hyperactive and impulsive.

No caso de estimulantes como a Ritalina ou anfetaminas, os efeitos sobre as pessoas são muito complexos, variáveis, mesmo em um mesmo usuário em momentos diferentes, e por vezes de forma inconsistente. Muitas vezes, essas drogas subjugam ou entorpercem aqueles que as tomam, tornando-os mais dóceis e manipuláveis. Este é precisamente o motivo pelo qual elas são usadas para tratar problemas de comportamento em crianças. Em outras ocasiões, contudo, os estimulantes produzem efeitos opostos, tornando algumas crianças e adultos hiperativos e impulsivos.
(*)

     Prozac, Zoloft, Paxil, and Luvox produce hyperactivity in the serotonin system; but since serotonin nerves spread throughout the entire brain, the effects are widespread and ultimately involve other neurotransmitter systems such as dopamine. The minor tranquilizers, such as Xanax, Valium, Klonopin, and Ativan, produce hyperactivity in yet another neurotransmitter system, GABA; but GABA activation produces a suppressive effect on the overall functioning of the brain.

Prozac, Zoloft, Paxil, e Luvox produzem hiperatividade no sistema da serotonina, mas como os nervos serotonérgicos se ramificam por todo o cérebro, os efeitos são generalizados e, finalmente, envolvem outros sistemas de neurotransmissores tais como o da dopamina. Os tranquilizantes menores, tais como Xanax, Valium, Klonopina e Ativan, ainda produzem hiperatividade em outro sistema neurotransmissor, GABA; mas a ativação do GABA produz um efeito inibitório sobre o funcionamento global do cérebro.
(*)

     It is important to keep this in mind: The brain is always impaired by psychiatric drugs36. If a drug is strong enough to have a supposedly positive effect, then it is disrupting normal brain function. Although this conclusion may seem controversial, it is supported by common sense and an enormous amount of scientific research detailing the biochemical imbalances in the brain created by psychiatric medication37. These drug-induced biochemical imbalances commonly cause psychiatric disorders in routine psychiatric practice. An egregious example of how far researchers can go to deny damage caused by psychotropic drugs is illustrated by a report in which researchers found gliosis - scarring tissue around neurons that is a hallmark sign of cell death and degeneration - in healthy rhesus monkeys after they received antipsychotic drugs. The researchers nonetheless proposed that gliosis "may be beneficial to cortical function despite the negative connotation of the term `gliosis' due to long-established association with neurodegenerative processes" (Selemon et al., 1999 [338])!

É importante manter isso em mente: O cérebro é sempre prejudicado por drogas psiquiátricas38. Se uma droga é forte o suficiente para ter um efeito supostamente positivo, então ela está interrompendo a função normal do cérebro. Embora esta conclusão possa parecer controversa, ela é suportada pelo senso comum e por uma enorme quantidade de pesquisa científica detalhando os desequilíbrios bioquímicos, no cérebro, criados pela medicação psiquiátrica39. Estes desequilíbrios bioquímicos induzidos por drogas comumente causam distúrbios psiquiátricos na prática clínica rotineira. Um exemplo notório do quão longe os pesquisadores podem ir para negar os danos causados pelas drogas psicotrópicas é ilustrado por um relatório no qual os pesquisadores descobriram gliose - tecido cicatrizante ao redor dos neurônios o que é um sinal típico de morte celular e degeneração - em macacos rhesus saudáveis depois que receberam drogas antipsicóticas. Os pesquisadores, no entanto propuseram que a gliose "pode ser benéfica para a função cortical, apesar da conotação negativa do termo `gliose', devido à longamente estabelecida associação com os processos neurodegenerativos" (Selemon et al., 1999 [338])!
(*)

2.5  Mais falhas no mito dos desequilíbrios bioquímicos

More Flaws in the Myth of Biochemical Imbalances
(*)

     Even if some emotional problems turned out to be caused by subtle, as-yet-undetected biochemical imbalances, this finding would not be a rational justification for using any of the psychiatric drugs that are currently available. Because they impair normal brain function, such drugs only add to any existing brain malfunction. When psychiatric drugs are given to patients who do have known brain dysfunctions such as head injury or hormonal disorder, psychiatric drugs add to their brain dysfunction, frequently causing further mental deterioration. Experienced clinicians who work with brain-injured patients, for example, avoid prescribing brain-altering chemicals to them. And endocrinologists try to correct actual hormonal problems instead of suppressing their symptoms with psychiatric drugs. Unfortunately the psychiatric literature is also replete with examples of the opposite practice; prescribing multiple psychiatric drugs to persons with traumatic brain injuries, despite a dearth of evidence that these treatments reduce behavioral problems in such patients.

Mesmo que se descubra que alguns problemas emocionais são causados por desequilíbrios bioquímicos sutis, ainda que não detectados, estes achados não serão uma justificativa racional para a utilização de qualquer uma das drogas psiquiátricas que estão atualmente disponíveis. Devido ao fato que elas impedem o funcionamento normal do cérebro, tais drogas somente aumentam qualquer disfunção cerebral existente. Quando as drogas psiquiátricas são dadas aos pacientes que possuem disfunções cerebrais conhecidos como traumatismo craniano ou distúrbio hormonal, estas drogas aumentam a sua disfunção cerebral, frequentemente causando deterioração mental adicional. Clínicos experientes que trabalham com pacientes com lesões cerebrais, por exemplo, evitam prescrever para eles químicos que alterem o funcionamento do cérebro. E os endocrinologistas tentam corrigir problemas hormonais reais em vez de suprimir seus sintomas com drogas psiquiátricas. Infelizmente, a literatura psiquiátrica também está repleta de exemplos da prática oposta; prescrições de várias drogas psiquiátricas para pessoas com lesões cerebrais traumáticas, apesar da falta de evidências de que esses tratamentos reduzem os problemas de comportamento em tais pacientes.
(*)

     If psychiatric drugs could correct specific biochemical imbalances, specific types of drugs for specific disorders would be available. But this is not the case. For example, even though Prozac mainly affects just one neurotransmitter system, it is used with supposed success for a broad range of difficulties, from anxiety to depression to behavior problems in children. The same has been true of other psychiatric drugs. Even the first "antipsychotics", such as Thorazine, were originally marketed for nearly every possible human problem, from behavioral difficulties in children to insomnia and anxiety in adults, as well as for a variety of supposed psychosomatic disorders, including skin and digestive problems. Similarly, the stimulants, such as Ritalin and amphetamine, were originally advertised not only for behavioral control of children but also for stress and depression - and even for energizing old people.

Se as drogas psiquiátricas podessem corrigir desequilíbrios bioquímicos específicos, tipos específicos de drogas, para desordens específicas, estariam disponíveis. Mas este não é o caso. Por exemplo, mesmo que Prozac afete principalmente apenas um sistema neurotransmissor, ele é usado com um suposto sucesso para uma faixa ampla de dificuldades, da ansiedade à depressão até problemas de comportamento em crianças. O mesmo tem sido verdadeiro para outras drogas psiquiátricas. Mesmo os primeiros "antipsicóticos", tais como Thorazina, foram originalmente comercializados para quase todos os problemas humanos possíveis, desde dificuldades comportamentais em crianças até insônia e ansiedade em adultos, bem como para uma variedade de supostos distúrbios psicossomáticos, incluindo problemas digestivos e de pele. Similarmente, os estimulantes, tais como Ritalina e anfetamina, foram originalmente anunciados em propagandas, não só para controle comportamental de crianças mas também para estresse e depressão - e até mesmo para energizar as pessoas de idade.
(*)

     Furthermore, many psychiatric disorders are treated with a variety of drugs with widely varying biochemical effects. The treatment for depression, for example, involves drugs that affect the serotonin, norepinephrine, acetylcholine, dopamine, and GABA systems.

Além disso, muitos distúrbios psiquiátricos são tratados com uma variedade de drogas de ampla variação de efeitos bioquímicos. O tratamento para a depressão, por exemplo, envolve drogas que afetam os sistemas da serotonina, noradrenalina, acetilcolina, dopamina e GABA.
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     No psychiatric drug has ever been tailored to a known biochemical derangement. Instead, the drugs are marketed on the basis of whether they "work" in short clinical trials on one particular diagnostic group - although subjects in that group typically carry other diagnoses as well and may have little in common with each other (Cohen and Jacobs, 2007 [113]). The drug companies, followed by drug advocates, then construct an argument that the medications must be correcting a biochemical imbalance in this group of patients.

Nenhuma droga psiquiátrica jamais foi adaptada à uma desordem bioquímica conhecida. Em vez disso, estas drogas são comercializadas com base naquilo que elas "funcionam" em testes clínicos breves de um grupo de diagnóstico particular - embora os sujeitos neste grupo, tipicamente, têm outros diagnósticos também e podem ter pouco em comum uns com os outros (Cohen e Jacobs, 2007 [113]). As empresas de drogas psiquiátricas, são seguidas pelos defensores de droga, então constroem um argumento sugerindo que os medicamentos devem estar corrigindo um desequilíbrio bioquímico neste grupo de pacientes.
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     At the same time, no biochemical imbalances have ever been documented with certainty in association with any psychiatric diagnosis. The hunt goes on for these elusive imbalances; but their existence is pure speculation, inspired by those who advocate drugs40.

Ao mesmo tempo, nenhum desequilíbrio bioquímico foi jamais documentado, com certeza, em associação com qualquer diagnóstico psiquiátrico. Continua a caçada por estes desequilíbrios elusivos; mas sua existência é pura especulação, inspirada por aqueles que defendem as drogas41
(*)

2.6  Anestesia da alma

Anesthesia of the Soul
(*)

     Arguing that psychiatric drugs "work" by correcting a biochemical imbalance in patients is similar to arguing that surgical anesthesia renders patients unconscious by correcting a biochemical imbalance in them. The comparison is not farfetched. Some psychiatric drugs, such as the benzodiazepines, can be and are given in higher doses to produce surgical anesthesia. And the original "antipsychotic" drug, Thorazine, was first used by a French surgeon who noticed that it was useful in making surgical patients indifferent or apathetic toward the pain that they were undergoing42. There is also evidence that the SSRIs may produce a particular sort of emotional blunting, apathy, and unconcern (Barnhart et al., 2004 [29]; Garland and Baerg, 2005; Hoehn-Saric et al., 1990 [203]; Obproek et al., 2002). Scientific evidence can be marshaled to support the hypothesis that most psychiatric drugs "work" by producing a kind of anesthesia of the mind, spirit, or feelings (Breggin, 1991 [49], 1997a [55]).

Argumentar que as drogas psiquiátricas "funcionam", corrigindo um desequilíbrio bioquímico, em pacientes, é semelhante ao argumento de que a anestesia cirúrgica torna pacientes inconscientes, corrigindo um desequilíbrio bioquímico neles. A comparação não é absurda. Algumas drogas psiquiátricas, como os benzodiazepínicos, podem e são dadas em doses mais elevadas para produzir anestesia cirúrgica. E a droga "antipsicótica" original, Thorazine, foi usada pela primeira vez por um cirurgião francês que notou que ela era útil para fazer os pacientes cirúrgicos indiferentes ou apáticos em relação à dor que eles estavam passando43. Há também evidências de que os Inibidores de Reabsorção Seletivos de Serotonina (IsRSS [SSRIs]) podem produzir uma determinada espécie de embotamento emocional, apatia e indiferença (Barnhart et al., 2004 [29]; Garland e Baerg, 2005; Hoehn-Saric et al., 1990 [203]; Obproek et al., 2002). Uma evidência científica pode ser defendida para apoiar a hipótese de que a maioria das drogas psiquiátricas "funcionam" produzindo uma espécie de anestesia da mente, espírito, ou sentimentos (Breggin, 1991 [49], 1997a [55]).
(*)

2.7  O que significa "melhora" no contexto das drogas psiquiátricas?

What Does "Improvement" Mean in the Context of Psychiatric Drugs?
(*)

     If a person falls asleep more quickly due to the chemical effects of a sleeping pill such as Ambien or becomes more calm after taking a tranquilizer such as Valium, the effect is due to a suppression of brain function. The impact of the drugs, in fact, is very similar to that of alcohol. All three agents - Ambien, Valium, and alcohol - activate an inhibitory system in the brain called GABA. This inhibitory system, when made hyperactive by a drug, causes varying degrees of brain suppression that, following high enough doses, will produce sleep and then coma. The abnormalities caused in the GABA system can be studied in animal brains. Various abnormalities in brain waves in humans demonstrate how the drugs disrupt normal awake/asleep patterns in people, regardless of whether they have a sleep problem or anxiety.

Se uma pessoa cai no sono mais rapidamente, devido aos efeitos químicos de um comprimido para dormir, como Ambien, ou torna-se mais calma depois de tomar um calmante, como Valium, o efeito é devido a uma supressão da função cerebral. O impacto das drogas, de fato, é muito semelhante ao do álcool. Todos os três agentes - Ambien, Valium e álcool - ativam um sistema inibitório no cérebro chamado GABA. Este sistema inibitório, quando fica hiperativado por uma droga, causa diferentes graus de supressão do cérebro que, após doses altas o suficiente, vão produzir sono e depois coma. As anormalidades causadas, no sistema GABA, podem ser estudadas em cérebros de animais. Várias anormalidades nas ondas cerebrais em humanos demonstram como as drogas perturbam os padrões normais de vigília/sono das pessoas, independentemente delas terem ou não um problema de sono ou ansiedade.
(*)

     Similarly, in cases where an individuals mood swings seem to be "smoothed out" on lithium, the drug has suppressed the normal electrical transmission of brain cells, limiting the individuals capacity to feel or to react. Lithium literally replaces basic elements in the brains electrical transmission system, including sodium and potassium ions, thereby slowing down nerve conduction. This intrusion produces a grossly abnormal condition in any animal or person quite apart from any supposed biochemical imbalance.

Similarmente, nos casos em que as oscilações de humor de um indivíduos parecem ter sido "suavizadas" pelo lítio, a droga suprimiu a transmissão bioelétrica normal das células cerebrais, limitando a capacidade dos indivíduos de sentir ou reagir. O lítio literalmente substitui os elementos básicos no sistema de transmissão elétrica no cérebro, incluindo os íons de sódio e potássio, atrasando assim a condução nervosa. Esta intrusão, produz uma condição anormal grosseira em qualquer animal ou pessoa, independentemente de qualquer suposto desequilíbrio bioquímico.
(*)

     When a person's emotions are altered by drugs, the effect is not limited to the emotion-regulating centers of the brain. Indeed, since the brain is a highly integrated organ, and since the drugs cause widespread disruptions within it, emotional suffering cannot be dulled without harming other functions such as concentration, alertness, sensitivity; and self-awareness44.

Quando as emoções de uma pessoa são alteradas por drogas psiquiátricas, o efeito não se limita aos centros do cérebro reguladores de emoções. De fato, uma vez que o cérebro é um órgão altamente integrado, e uma vez que estas drogas causam rupturas generalizadas dentro dele, o sofrimento emocional não pode ser diluído sem prejudicar outras funções, como a concentração, atenção, sensibilidade, e auto-consciência45.
(*)

2.8  Os limites das drogas psiquiátricas em geral

The Limits of Psychiatric Drugs in General
(*)

     Despite a hugely successful promotional campaign by drug companies and biological psychiatry, the effectiveness of most or all psychiatric drugs remains difficult to demonstrate. The drugs often prove no more effective than sugar pills, or placebos46 - and to accomplish even these limited positive results, the clinical trials and data that they generate typically have to be statistically manipulated. Furthermore, no psychiatric drugs have consistently demonstrated effectiveness in studies lasting more than a few weeks or months47.

Apesar de uma campanha promocional de enorme sucesso por parte das empresas de drogas psiquiátricas e da psiquiatria materialista, a eficácia da maioria ou todas estas drogas permanece difícil de se demonstrar. Frequentemente se prova que estas drogas são inúteis e menos eficazes do que pílulas de açúcar, ou placebos48 - e para realizar até mesmo esses resultados positivos limitados, os testes clínicos e os dados que eles geram normalmente têm de ser estatisticamente manipulados. Além disso, não se demonstrou consistentemente a eficácia de nenhuma destas drogas psiquiátricas em estudos com duração superior a algumas semanas ou meses49.
(*)

     Concerning antidepressants, for example, meta-analyses (overviews) of hundreds of published clinical trials are challenging the idea that such drugs, including Prozac, have any genuine antidepressant effect (Horgan, 1999 [204]). Studies show that at least 80 percent of the antidepressant effect is a placebo effect-the positive response that people have to any treatment that they hope or think will work. But the remaining 20 percent of the positive result may be caused by the "active placebo" effect - which is related to the fact that the antidepressants, unlike placebos, have noticeable side effects that convince the subjects that they are getting "strong" or "real" medicine.

Em relação aos antidepressivos, por exemplo, meta-análises (súmulas) de centenas de testes clínicos publicados estão desafiando a idéia de que essas drogas, incluindo o Prozac, têm qualquer efeito antidepressivo genuíno (Horgan, 1999 [204]). Estudos mostram que pelo menos 80 por cento do efeito antidepressivo é um efeito placebo - a resposta positiva que as pessoas têm com qualquer tratamento que eles esperam, ou pensam que vai funcionar. Mas os restantes 20 por cento, do resultado positivo, podem ser causados pelo efeito "placebo ativo" - o que se relaciona com o fato de que os antidepressivos, ao contrário dos placebos, têm efeitos colaterais perceptíveis que convencem os sujeitos de que eles estão recebendo medicamentos "fortes" ou "reais".
(*)

     Ideally, clinical trials involving drugs are "double-blind", so that both the researchers and the patients are unaware of who is getting the real drug and who is getting the placebo. This research design is supposed to maintain the objectivity of both the investigators and the patients. Otherwise, both are likely to give higher ratings of improvement to the new "miracle drug" than to the sugar pill.

Idealmente, os testes clínicos envolvendo drogas psiquiátricas são "duplo-cego", de modo que ambos, os investigadores e os pacientes, não têm conhecimento de quem está recebendo a droga real e quem está recebendo o placebo. Se supõe que esta forma de pesquisa mantêm a objetividade de ambos, os investigadores e os pacientes. Caso contrário, ambos são susceptíveis à dar maiores notas de melhoria para a "droga milagrosa" nova do que para a pílula de açúcar.
(*)

     Unfortunately the ideal of the double-blind is rarely attained. The side effects of psychiatric drugs - including antidepressants, stimulants, and tranquilizers - are usually very noticeable. In short, they let the investigators and the patients know who is taking a real drug rather than a sugar pill. This knowledge destroys the double-blind and allows bias in favor of the drug to affect the outcome of drug studies50. Still, despite these advantages in favor of drugs, recent clinical trials of SSRI antidepressants consistently show these drugs to be equaled or outperformed by placebos (Cohen and Jacobs, 2007 [113]).

Infelizmente, o ideal de "duplo-cego", é raramente atingido. Os efeitos colaterais das drogas psiquiátricas - incluindo os antidepressivos, estimulantes e tranquilizantes - são geralmente muito perceptíveis. Em resumo, eles permitem que os investigadores e os pacientes saibam quem está tomando uma droga real ao invés de uma pílula de açúcar. Este conhecimento destrói o "duplo-cego" da pesquisa e permite um viés em favor da droga afetar o resultado dos estudos sobre elas51. Ainda assim, apesar destas vantagens em favor destas drogas, os recentes testes clínicos de IsRSS [SSRIs] e antidepressivos mostram consistentemente como elas apresentam resultados igualados ou superados por placebos (Cohen e Jacobs, 2007 [113]).
(*)

     Regarding antianxiety drugs such as Xanax, researchers have even greater difficulty establishing any effectiveness because the rebound and withdrawal effects often leave the patients worse off than before they started taking the drugs. Marginal positive results are erased by the eighth week, at which time many or most patients experience more anxiety than before they began taking the drugs52.

Em relação às drogas ansiolíticas tais como Xanax, os pesquisadores têm dificuldades ainda maiores de estabelecer qualquer eficácia, porque os efeitos rebote e de abstinência muitas vezes deixam os pacientes piores do que antes de começarem à tomar as drogas. Resultados positivos marginais são apagados por volta da oitava semana, nesta altura muitos ou a maioria dos pacientes experimentam mais ansiedade do que antes de começarem à tomar estas drogas53.
(*)

     Psychostimulants, such as Ritalin and Adderall, can also leave children worse off than before they began receiving the drugs. In addition, they have never been shown to have any long-term positive effects at all. Their impact is limited to subduing the behavior of children for a period ranging from seven to twelve weeks. Even in the short term, stimulants have not been shown to improve a child's mental state, academic performance, or learning. Prescription of these drugs is strictly a method for short-term behavioral inhibition54.

Psicoestimulantes, tais como Ritalina e Adderall, também podem deixar as crianças piores do que antes delas começarem à receber estas drogas. Adicionalmente, nunca foi demostrado que elas tenham qualquer efeito positivo de longo prazo no todo. Seu impacto se limita à controlar o comportamento das crianças por um período que varia entre sete à doze semanas. Mesmo no curto prazo, não se mostrou que os estimulantes melhorem o estado mental, desempenho acadêmico, ou aprendizagem de uma criança. A prescrição dessas drogas é estritamente um método para inibição comportamental de curto prazo55.
(*)

2.9  Os limites das drogas psiquiátricas para ajudar em crises emocionais

The Limits of Drugs for Helping in Emotional Crises
(*)

     Despite their almost universal use as a first resort, often the use of psychiatric drugs is justified as a "last resort" or as a means of "saving a life" from suicide or violence. Yet there is no scientific evidence that drugs are useful to people during acute emotional crises. The testing employed for the approval of psychiatric drugs by the FDA usually excludes people who are suicidal or violent56. And, in any case, the FDA has never approved a drug specifically for the prevention or control of suicide or violence.

Apesar de seu uso quase universal como um primeiro recurso, muitas vezes o uso de drogas psiquiátricas é justificado como um "último recurso" ou como um meio de "salvar uma vida" do suicídio ou violência. Ainda não há nenhuma evidência científica de que estas drogas sejam úteis para as pessoas durante crises emocionais agudas. Os testes empregados para a aprovação de drogas psiquiátricas pela FDA, geralmente exclui pessoas que são suicidas ou violentas57. E, em qualquer caso, a FDA nunca aprovou uma droga especificamente para a prevenção ou controle de suicídio ou violência.
(*)

     More generally there is no convincing evidence that any psychiatric medication can reduce the suicide rate or curtail violence. But there is substantial evidence that many classes of psychiatric drugs - including neuroleptics (antipsychotics), antidepressants, stimulants, and minor tranquilizer - can cause or exacerbate depression, suicide, paranoia, and violence.

Geralmente não há nenhuma evidência convincente de que qualquer medicação psiquiátrica possa reduzir a taxa de suicídio ou diminuir a violência. Mas há provas substanciais de que muitas classes de drogas psiquiátricas - incluindo neurolépticos (antipsicóticos), antidepressivos, estimulantes e tranquilizantes menores - podem causar ou agravar depressão, suicídio, paranóia e violência.
(*)

     Most people are aware that psychiatrists commonly tell their patients, "It can take eight weeks or more for the drug to take full effect". Yet there is little evidence in support of this assertion, given that clinical trials seldom last beyond four to six weeks. Because the brain compensates for drug effects, drugs often stop hating their anticipated effects after four to six weeks. Moreover, many patients drop out after a few weeks because of diminishing positive effects and increasing adverse effects, so there aren't enough left to draw any statistical conclusions beyond the short term. Thus it's very difficult to conduct a clinical trial that will last for more than a few weeks58.

A maioria das pessoas estão cientes de que os psiquiatras comumente dizem aos seus pacientes, "Pode levar oito semanas ou mais para a droga psiquiátrica fazer efeito integral". No entanto, há pouca evidência para apoiar esta afirmação, dado que os testes clínicos raramente duram além de quatro à seis semanas. Devido ao fato do cérebro compensar os efeitos destas drogas, elas, muitas vezes param de apresentar seus efeitos esperados após quatro à seis semanas. Além disso, muitos pacientes abandonam o tratamento após algumas semanas, por causa da diminuição dos efeitos positivos e aumento dos efeitos adversos, assim, não restam dados o suficiente para se tirar conclusões estatísticas além do curto prazo. Por isso é muito difícil conduzir a um teste clínico que dure mais de algumas semanas59.
(*)

     It's also difficult to show any good effect from psychiatric drugs during the first one or two weeks. This is another reason that drugs should not be relied upon to provide immediate relief to people who are in crisis or acute distress. For example, the FDA requires antidepressants to carry a warning about the danger of suicide during the first few weeks before the drug effect kicks in. The warning is misleading, however, since there's no evidence that the antidepressants reduce the suicide rate even after they achieve their maximum effect.

Também é difícil demostrar qualquer efeito bom das drogas psiquiátricas durante as primeiras semanas. Esta é outra razão pela qual estas drogas não devem ser fornecidas para prover alívio imediato às pessoas que estão em crise ou aflição aguda. Por exemplo, a FDA exige que os antidepressivos contenham na bula uma advertência sobre o perigo de suicídio durante as primeiras semanas antes do efeito inicial da droga. Contudo, a advertência é enganosa, uma vez que não há evidências de que os antidepressivos reduzem a taxa de suicídio, mesmo depois de chegar ao seu efeito máximo.
(*)

     Movies about mental hospitals or psychiatric treatment sometimes accurately depict how psychiatric drugs can turn people into zombies. In The Dream Team, a comedy starring Michael Keaton, mental patients successfully masquerade as doctors. The patients manage to escape by prescribing enforced medication for the psychiatrists themselves, who are last seen staring in a drugged stupor at the TV on a hospital ward.

Filmes sobre hospitais ou tratamentos psiquiátricos, algumas vezes, retratam acuradamente como as drogas psiquiátricas podem transformar as pessoas em zumbis. Em "The Dream Team (O Time dos Sonhos", uma comédia estrelando Michael Keaton, pacientes psiquiátricos conseguem se fazer passar por médicos. Os pacientes articulam sua fuga, prescrevendo medicação reforçada para os próprios psiquiatras, que são vistos pela última vez olhando a TV com um estupor de drogados em uma ala de hospital.
(*)

     To some extent, at least, this zombie effect can render people temporarily unable to harm themselves or others. For instance, "antipsychotic" drugs, which can be injected into the muscles to quickly subdue resistant patients, are used in this way in emergency rooms, hospitals, and prisons. The resistant patients are chemically controlled by the numbing effect on the brain. This procedure has accurately been called a "chemical lobotomy". "Antipsychotic" drugs also suppress the brain centers that control voluntary movement, rendering the person unable to respond with any speed, agility or determination-thus warranting the descriptive phrase "pharmacological straitjacket"60.

Até certo ponto, pelo menos, este efeito zumbi pode tornar as pessoas temporariamente incapazes de prejudicar a si mesmas ou aos outros. Por exemplo, drogas "antipsicóticas", que podem ser injetadas nos músculos para rapidamente subjugar pacientes resistentes, são utilizadas desta forma em salas de emergência, hospitais e prisões. Os pacientes resistentes são quimicamente controlados pelo efeito paralisante sobre o cérebro. Este procedimento tem sido chamado, com precisão, de "lobotomia química". Drogas "antipsicóticas" também suprimem os centros do cérebro que controlam o movimento voluntário, tornando a pessoa incapaz de responder com velocidade, agilidade ou determinação, portanto, justificando sua alusão descritiva: "camisa de força farmacológica"61.
(*)

     The use of such drugs should be viewed not as "therapy" but as chemical restraint - as a seemingly easy, inexpensive, and efficient way to temporarily subdue a person. Unfortunately doctors often fail to implement the best way to calm disturbed and disturbing individuals - by spending time with them in a confident, caring, and skillful manner (Breggin, 1997b [56]).

O uso de tais drogas deve ser visto não como "terapia", mas como contenção química - como uma forma aparentemente fácil, barata e eficiente de subjugar temporariamente uma pessoa. Infelizmente os médicos muitas vezes não conseguem implementar a melhor maneira de acalmar indivíduos perturbados e perturbadores - passando algum tempo com eles de uma maneira confidencial, cuidadosa e habilidosa (Breggin, 1997b [56]).
(*)

     Chemical force is sometimes used as a police method for controlling people, much as straitjackets, shackles, and "quiet rooms" are used for the same purpose. In fact, a good case can be made for the greater safety of physical restraint compared to chemical restraint; the former restrains the limbs, the latter can harm the brain. Furthermore, the use of drugs for short-term control does not empower patients to handle their own emotions and their lives more effectively. To the contrary holding people down in order to inject them with paralyzing drugs adds to their sense of personal shame, resentment, and helplessness. In any case, skilled individuals using sound therapeutic approaches are almost always able to calm down upset and menacing patients without the use of drugs.

Força química é por vezes utilizada como um método de polícia para controlar as pessoas, da mesma forma que camisas de força, algemas e "quartos tranquilos" são utilizados com o mesmo propósito. De fato, uma boa questão é se não é mais seguro a contenção física em comparação com contenção química; a primeira restringe os membros, esta última pode danificar o cérebro. Além disso, o uso de drogas para controle, no curto prazo, não habilita o paciente a lidar com suas próprias emoções e as suas vidas de forma mais eficaz. Ao contrário manter as pessoas por baixo, a fim de injetar nelas drogas paralisantes, aumenta o seu sentimento de vergonha pessoal, ressentimento e impotência. Em qualquer caso, os indivíduos habilidosos, usando as abordagens terapêuticas significativas, são quase sempre capazes de acalmar os pacientes chateados e ameaçados, sem o uso de drogas psiquiátricas.
(*)

2.10  Pessoas são melhores que pílulas - mesmo para os pacientes mais perturbados

People Are Better Than Pills - Even for the Most Disturbed Patients
(*)

     There is a great deal of discussion in the media and in professional journals about the relative merits of medication and psychotherapy. Claims are usually made for the superiority of medication; it is supposedly faster, more economical, and more effective. In reality, however, the comparable or superior efficacy of psychotherapeutic interventions, even for severely disturbed persons, is much better documented than most therapists or the public realize62.

Há uma grande discussão na mídia e em revistas profissionais sobre os méritos relativos da medicação e da psicoterapia. Reivindicações são feitas geralmente para a superioridade do medicamento; ele é supostamente mais rápido, mais econômico e mais eficaz. Na realidade, porém, a eficácia comparável ou superior de intervenções psicoterapêuticas, mesmo para as pessoas severamente perturbadas, é muito melhor documentada do que a maioria dos terapeutas ou o público percebe63.
(*)

     It is also misleading and futile to compare drugs to talk therapy. Drugs and psychotherapy don't have the same effects. Both their immediate effects and their outcomes are different. Their "efficacy" cannot be measured by the same standards. Drugs can suppress "symptoms", such as intense emotions, but they may also impair overall brain function. Psychotherapy can strengthen and liberate individuals to respond to their emotions in a rational way and to live better, more fulfilling lives.

Também é enganoso e fútil comparar drogas com terapia de conversa. Drogas psiquiátricas e psicoterapia não tem os mesmos efeitos. Ambos, os seus efeitos imediatos e seus resultados, são diferentes. Suas "eficácias" não podem ser medidas pelos mesmos padrões. Estas drogas podem suprimir "sintomas", tais como emoções intensas, mas também podem desequilibrar a função cerebral em geral. A psicoterapia pode fortalecer e liberar os indivíduos para responder às suas emoções de uma forma racional para viverem melhor, vidas mais plenas.
(*)

     Even emotionally disabled, institutionalized individuals respond better to personal attention than to drugs. Peter Breggin's "clinical" experience began in the 1950s when, as a college student volunteer, he worked with very disturbed and disturbing inmates in a dilapidated state mental hospital64. While still an undergraduate college student, he became director of the Harvard-Radcliffe Mental Hospital Volunteer Program65. He and his fellow students developed a special project that allowed more than a dozen of them to work with their own individual patients under the group supervision of a therapist. Each of the students was assigned a "chronic inmate" who had little hope of release from the hospital. They were able to help almost every patient to leave the hospital.

Indivíduos dentro de uma instituição, mesmo que emocionalmente inaptos, respondem melhor à atenção personalizada do que às drogas. A experiência "clínica" de Peter Breggin começou na década de 1950 quando, como um estudante de faculdade voluntário, ele trabalhou com internos muito perturbados e perturbadores em um hospital psiquiátrico dilapidado do estado66. Enquanto ainda era um estudante universitário de graduação, ele se tornou diretor do Programa de Voluntariado do Hospital Mental de Harvard-Radcliffe67. Breggin e seus colegas estudantes, desenvolveram um projeto especial que permitiu que mais de uma dúzia deles trabalhassem com seus próprios pacientes individuais tendo um terapeuta supervisionando o grupo. À cada um dos estudantes foi confiado um "interno crônico", que tinha pouca esperança de liberação do hospital. Eles foram capazes de ajudar quase todos os pacientes à deixar o hospital.
(*)

     There was no need for a special control group of untreated patients to show what would have happened without the intervention of the Harvard-Radcliffe student volunteers in their lives. The whole hospital was the control group! In the mid-1950s, the patients from the "back wards" were almost never discharged. Even after the "miracle drugs" were introduced, no large-scale increase in discharges occurred until a decade later, when hospital admission and discharge polices were changed for political and economic reasons68. Without the help of the volunteers as caring therapists and case aides, few if any of the patients would have left the state hospital for many years, if ever.

Não houve necessidade de um grupo de controle especial, de pacientes não tratados, para mostrar o que teria acontecido sem a intervenção, em suas vidas, dos estudantes voluntários do Harvard-Radcliffe. O hospital inteiro foi o grupo controle! Em meados dos anos de 1950, os pacientes das "alas dos que retornaram" nunca foram liberados. Mesmo após a introdução das "drogas psiquiátricas milagrosas", não ocorreu nenhum aumento em larga escala nas liberações até uma década mais tarde, quando as regras de admissão e liberação hospitalar foram alteradas por razões políticas e econômicas69. Sem a ajuda dos voluntários como terapeutas cuidadosos e auxiliares de caso, poucos ou nenhum dos pacientes teria saído do hospital estatal por muitos anos, ou talvez nunca.
(*)

     Therapy has also been shown to be more effective than drugs in helping patients diagnosed with their first "schizophrenic" break. Nowadays it is argued that these people must have drugs and that psychotherapy is futile; yet nothing could be further from the truth. In controlled studies, untrained therapists in a home-like setting have proven more successful than drugs and mental hospitals in treating patients diagnosed with their first episode of schizophrenia70. A key factor was the caring, noncoercive approach of these therapists.

Também tem se mostrado que a terapia é mais efetiva, para ajudar os pacientes diagnosticados com sua primeira crise "esquizofrênica", do que as drogas psiquiátricas. Hoje em dia, se argumenta que essas pessoas devem tomar estas drogas e que a psicoterapia é inútil; contudo nada poderia estar mais longe da verdade. Em estudos controlados os terapeutas não treinados provaram ser mais bem sucedidos, em um ambiente caseiro, do que estas drogas e os hospitais psiquiátricos, no tratamento de pacientes diagnosticados com o primeiro episódio de esquizofrenia71. Um fator-chave desses terapeutas foi a sua abordagem não coerciva e cuidadosa.
(*)

     According to an international study by the World Health Organization (WHO), less industrialized cultures characterized by extended families have a very positive effect on the recovery of individuals who are diagnosed as schizophrenic - in contrast to their counterparts in Western cultures, where isolated families are more common, in cultures with extended families, a large proportion of very disturbed individuals labeled schizophrenic had complete recoveries. Tragically, this study also showed that the availability of modern psychiatric treatment with drugs has a negative effect on the outcome for people diagnosed as schizophrenic (See de Girolamo, 1996 [130]). This finding corroborates our own assertion that biological psychiatry does more harm than good.

De acordo com um estudo internacional da Organização Mundial de Saúde (OMS), as culturas menos industrializadas caracterizadas por famílias extensas têm um efeito muito positivo na recuperação de indivíduos que são diagnosticados como esquizofrênicos - em contraste com suas contrapartes nas culturas ocidentais, onde famílias isoladas são mais comuns, em culturas com famílias extensas, uma grande proporção de indivíduos muito perturbados rotulados de esquizofrênicos teve uma recuperação completa. Tragicamente, este estudo também mostrarou que a disponibilidade de tratamento psiquiátrico moderno, com suas drogas, tem um efeito resultante negativo sobre as pessoas diagnosticadas como esquizofrênicas (Veja de Girolamo, 1996 [130]). Esses achados corroboram nossa própria afirmação de que a psiquiatria materialista faz mais mal do que bem.
(*)

     If nondrug, caring approaches work better for severely disturbed people, they are clearly even more effective with less impaired people who can benefit from relationships and "talk therapy".

Se abordagens de cuidado e sem drogas psiquiátricas funcionam melhor para as pessoas severamente perturbadas, eles são claramente ainda mais eficazes com as pessoas menos desequilibradas, que podem se beneficiar de relacionamentos e "terapia de conversa".
(*)

2.11  Conclusão

Conclusion
(*)

     Virtually everyone today recognizes that the public has been subjected to a high-power selling campaign for psychiatric drugs. This campaign, conducted by drug companies and organized psychiatry has convinced most people that psychiatric drugs are much safer and more valuable than they really are72.

Hoje em dia praticamente todos reconhecem que o público tem sido submetido a uma campanha intensa de vendas de drogas psiquiátricas. Esta campanha, realizada por empresas de drogas farmacêuticas e pela psiquiatria organizada convenceu a maioria das pessoas que estas drogas são muito mais seguras e mais valiosas do que realmente são73.
(*)

     Psychiatric drugs do not work by correcting anything wrong in the brain. We can be sure of this because such drugs affect animals and humans, as well as healthy people and diagnosed patients, in exactly the same way There are no known biochemical imbalances and no tests for them. Thats why psychiatrists do not draw blood or perform spinal taps to determine the presence of a biochemical imbalance in patients. They merely observe the patients and announce the existence of the imbalances. The purpose is to encourage patients to take drugs.

Drogas psiquiátricas não funcionam corrigindo qualquer coisa de errado no cérebro. Podemos ter certeza disso, porque tais drogas afetam animais e humanos, bem como pessoas saudáveis e pacientes diagnosticados, exatamente da mesma forma. Não há desequilíbrios bioquímicos conhecidos e nenhum teste para mensurá-los. É por isso que os psiquiatras não tiram sangue ou realizam uma punção lombar para determinar a presença de um desequilíbrio bioquímico em pacientes. Eles meramente observam os pacientes e anunciam a existência de desequilíbrios. O objetivo é encorajar os pacientes à tomar estas drogas.
(*)

     Ironically psychiatric drugs cause rather than cure biochemical imbalances in the brain. In fact, the only known biochemical imbalances in the brains of patients routinely seen by mental health professionals are brought about through the prescription of mind-altering drugs.

Ironicamente drogas psiquiátricas causam desequilíbrios bioquímicos no cérebro, ao invés de curá-los. De fato, os únicos desequilíbrios bioquímicos conhecidos, nos cérebros de pacientes, rotineiramente vistos por profissionais de saúde mental, são consequência da prescrição destas drogas que alteram a mente.
(*)

     Psychiatric drugs "work" precisely by causing imbalances in the brain - by producing enough brain malfunction to dull the emotions and judgment or to produce an artificial high. Some people may choose this alternative because they do not know that other options exist or because they have lost faith in themselves and in the ability of other people to help them, or because they have been taught to believe that their brain. is defective and that a drug will temporarily fix the problem.

Drogas psiquiátricas "funcionam" precisamente provocando desequilíbrios no cérebro - produzindo mau funcionamento do cérebro o suficiente para suprimir as emoções e julgamento ou para produzir uma alta artificial. Algumas pessoas podem optar por essa alternativa porque elas não sabem que existem outras opções ou porque perderam a fé em si mesmas e na capacidade de outros para ajudá-las, ou porque foram ensinadas a acreditar que o seu cérebro está com defeito e que uma droga vai corrigir temporariamente o problema.
(*)

     In the experience of the authors, when people are caught in emotional crises and are suffering from extreme emotional pain, the most important therapeutic intervention is a caring individual or group willing to create a safe space and a safe relationship. We further discuss this point in the final chapter, after examining in more detail the hazards of taking psychiatric drugs and the process of stopping them.

Na experiência dos autores, quando as pessoas são apanhadas em situações de crise emocional e estão sofrendo de dor emocional extrema, a intervenção terapêutica mais importante é um indivíduo cuidadoso ou um grupo disposto a criar um espaço e uma relação segura. Nós continuamos à discutir este ponto no capítulo 13, depois de examinar mais detalhadamente os perigos de ingerir drogas psiquiátricas e o processo de parar de tomá-las.
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     Swanson, J.M. (1993, 27-29 janeiro). Intervenção médica para crianças com desordem de déficit de atenção. Anais do Fórum sobre a Educação de Crianças com Desordem de Déficit de Atenção, pp 27-34. Washington, D.C.: EUA Departamento de Educação, Secretaria de Educação Especial e Serviços de Reabilitação, Divisão de Inovação e Desenvolvimento.

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     Umbarger, C., Dalsimer, J., Morrison, A., & Breggin, P. (1962). Estudantes universitários em um hospital psiquiátrico. New York: Grune & Stratton.

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     Wexler, B., & Cicchetti, D. (1992). O tratamento ambulatorial da depressão. Jornal de doença nervosa e mental, 180, 277-286.

(*)

Notas de Rodapé:

28 PRNewswire, 1998 [312]. The group referenced in the bibliography is the Global Alliance of Mental Illness Advocacy Networks (GAMIAN).
29 PRNewswire, 1998 [312]. O grupo referenciado na bibliografia é a Aliança Global da Rede de Advocacia de Doença Mental (Global Alliance of Mental Illness Advocacy Networks - GAMIAN).
30 This marketing strategy is described by Tanouye (1997) and by psychiatrists Vitiello and Jensen (1997). It is also reviewed in Breggin (1998a [57], ch. 15).
31 Essa estratégia de marketing é descrita por Tanouye (1997) e pelos psiquiatras Vitiello e Jensen (1997). É também revisada em Breggin (1998a [57], cap. 15).
32 Breggin (1998a [57]). See also Capítulo 3 for a discussion of Ritalin.
33 Breggin (1998a [57]). Veja também o Capítulo 3 para uma exposição sobre a Ritalina.
34 Documented in Breggin (1983a [46], 1997a [55]) and Cohen (1997a) [92].
35 Documentado em Breggin (1983a [46], 1997a [55]) e Cohen (1997) [92].
36 This concept - that psychiatric drugs always impair brain function - is explained in detailed medical terms in Breggin (1997a [55], ch. 1).
37 Confirmation that all psychiatric drugs disrupt biochemical processes in the brain can be found in summary form for most drugs in almost any psychiatric or psychopharmacological textbook. Euphemisms such as enhancing or activating may be used in such books, but the reader should be able to ascertain that in each case a measurable change in the brains normal function is involved.
38 Este conceito - de que as drogas psiquiátricas sempre prejudicam a função cerebral - é explicado em termos médicos detalhados em Breggin (1997a [55], cap. 1).
39 Uma confirmação de que todas as drogas psiquiátricas interrompem processos bioquímicos do cérebro pode ser encontrada na forma resumida, em referência a maioria destas drogas, em quase qualquer livro texto psiquiátrico ou psicofarmacológico. Eufemismos como aumentar ou ativar podem ser usados em tais livros, mas o leitor deve ser capaz de verificar que em cada caso, uma mudança mensurável na função normal dos cérebros está envolvida.
40 Within the privacy of professional writings, various experts in the field agree that no biochemical abnormalities have been demonstrated in psychiatric disorders. Textbooks are filled with speculations, often specifying several potential biochemical mechanisms, but in no case can they claim that such speculations have been proven. Indeed, the textbook chapters usually conclude with an admission that nothing has been proven but that "breakthroughs" are anticipated.
41 Dentro da privacidade dos escritos profissionais, vários especialistas na área concordam que nenhuma anormalidade bioquímica foi demonstrada em desordens psiquiátricas. Livros textos estão cheios de especulações, muitas vezes, especificando vários mecanismos bioquímicos potenciais, mas em nenhum caso, eles podem alegar que tais especulações foram comprovadas. De fato, os capítulos dos livros textos usualmente concluem com uma admissão de que nada foi provado, mas estas "descobertas futuras" são antecipadas.
42 Cohen (1997b) [93] describes the first use of Thorazine as a surgical anesthetic in France in the early 1950s.
43 Cohen (1997b) [93] descreve o primeiro uso da Thorazina como anestésico cirúrgico na França no início dos anos cinquenta.
44 In addition, Jacobs and Cohen (1999) [212] show how clinical trials of psychiatric drugs deliberately ignore various wide-ranging or persistent impairments in patients sensitivity and self-awareness, by focusing exclusively on "improvements" in a few target symptoms from a behavior checklist.
45 Além disso, Jacobs e Cohen (1999) [212] mostram como os testes clínicos das drogas psiquiátricas deliberadamente ignoram várias danos persistentes e amplos, na sensibilidade e auto-consciência dos pacientes, por focalizarem-se exclusivamente nas "melhorias" em alguns poucos sintomas-alvo de uma lista pré-estabelecida de comportamentos.
46 See Fisher and Greenberg (1997 [156], 1989 [153]) and, more recently Antonuccio et al. (1999) [14]. The lack of effectiveness of psychiatric drugs is also discussed in Breggin (1997a [55], 1998a [57]) and Breggin and Breggin (1994 [53]).
47 This point is further discussed below and in Capítulo 3.
48 Ver Fisher e Greenberg (1997 [156], 1989 [153]) e, mais recentemente Antonuccio et al. (1999) [14]. A falta de eficácia das drogas psiquiátricas também é discutida em Breggin (1997a [55], 1998a [57]) e Breggin e Breggin (1994 [53]).
49 Este ponto é discutido abaixo e no Capítulo 3.
50 For a discussion of placebo effects in clinical trials involving antidepressants, as well as the ability of investigators to break the double-blind by figuring out who is taking active medication, see Breggin (1991 [49], 1997a [55]), Fisher and Greenberg (1989 [153], 1997 [156]), and Kirsch and Sapirstein (1998) [230].
51 Para uma discussão dos efeitos placebo em testes clínicos envolvendo antidepressivos, assim como a habilidade dos pesquisadores de quebrar o "duplo-cego" descobrindo quem está tomando a medicação ativa, ver Breggin (1991 [49], 1997a [55]), Fisher e Greenberg (1989 [153], 1997 [156]), e Kirsch e Sapirstein (1998) [230].
52 Evidence that antianxiety drugs actually worsen the condition of patients can be found in Breggin (1991 [49]), Jacobs (1995) [211], and Marks et al. (1989) [265].
53 Evidências, de que as drogas ansiolíticas pioram a condição dos pacientes, podem ser encontradas em Breggin (1991 [49]), Jacobs (1995) [211], e Marks et al. (1989) [265].
54 See Breggin (1998a [57]) for a detailed review of the literature on Ritalin. See also Swanson (1993) [357] for similar conclusions from within the establishment concerning Ritalin's limited effectiveness.
55 Ver Breggin (1998a [57]) para uma revisão detalhada da literatura sobre Ritalina. Veja também Swanson (1993) [357] para conclusões semelhantes, dos pesquisadores estabelecidos, sobre a eficácia limitada da Ritalina.
56 Breggin, 1997a [55], describes the kinds of studies used for drug approval. More specific information concerning Prozac as a model drug can be found in Breggin and Breggin, 1994 [53].
57 Breggin, 1997a [55], descreve os tipos de estudos utilizados para a aprovação de drogas psiquiátricas. Informações mais específicas sobre o Prozac como uma droga padrão, podem ser encontradas em Breggin e Breggin, 1994 [53].
58 Breggin and Breggin (1994 [53]) discuss clinical trial length in detail. In regard to Prozac, only a small number of patients managed to complete the brief four-to-six-week trials. See also Breggin (1997a [55]) and Cohen and Jacobs (2007) [113] for a discussion of how FDA drug trials are conducted.
59 Breggin e Breggin (1994 [53]) discutem em detalhes a duração dos testes clínicos. Em relação ao Prozac, apenas um pequeno número de pacientes conseguiu completar o breve teste de quatro à seis semanas. Veja também Breggin (1997a [55]) e Cohen e Jacobs (2007) [113] para uma discussão de como testes destas drogas são conduzidos para aprovação da FDA.
60 The effects of neuroleptics are described and documented with citations to the literature in Breggin (1991 [49], ch. 3) and Breggin (1997a [55], ch. 2), as well as in Cohen, 1997a [92].
61 Os efeitos dos neurolépticos são descritos e documentados, com citações à literatura, em Breggin (1991 [49], cap. 3) e Breggin (1997a [55], cap. 2), assim como em Cohen, 1997a [92].
62 For critiques of the efficacy of psychiatric drug therapy see Antonuccio et al. (1989 [15], 1994 [12], 1995 [13]); Beck, Rush, Shaw, and Emery (1979) [31]; Bleuler, 1978 [40]; Breggin (1991 [49], 1997a [55], 1998a [57]); Breggin and Breggin (1994 [53], 1998 [57]); Breggin and Stern (1996); Fisher and Greenberg (1989 [153], 1997 [156]); Greenberg et al. (1992) [189]; Karon and VandenBos (1981); Kirsch and Sapirstein (1998) [230]; Moore (1998) [287]; Mosher and Burti (1994) [290]; and Wexler and Cicchetti (1992) [388]. The many books and articles by Carl Rogers (1961 [320], 1994), often based on research studies, also address the efficacy of therapy Rogers (1994) ultimately links the success of therapy to empathy on the part of the therapist.
63 Para críticas à eficácia da terapia com drogas psiquiátricas, ver Antonuccio et al. (1989 [15], 1994 [12], 1995 [13]); Beck, Rush, Shaw e Emery (1979) [31]; Bleuler, 1978 [40]; Breggin (1991 [49], 1997a [55], 1998a [57]); Breggin e Breggin (1994 [53], 1998 [57]); Breggin e Stern (1996); Fisher e Greenberg (1989 [153], 1997 [156]); Greenberg et al. (1992) [189]; Karon e VandenBos (1981); Kirsch e Sapirstein (1998) [230]; Moore (1998) [287]; Mosher e Burti (1994) [290], e Wexler e Cicchetti (1992) [388]. Os muitos livros e artigos escritos por Carl Rogers (1961 [320], 1994), muitas vezes baseados em estudos de pesquisas, também abordam a eficácia da terapia, Rogers (1994) por fim, conecta o sucesso da terapia com a empatia por parte do terapeuta.
64 Reported by Peter R. Breggin, M.D.
65 The Harvard-Radcliffe Mental Hospital Volunteer Program is described in the first chapter of Breggin (1991 [49]). The original book about this program, including a description of the case aide project, can be found in Umbarger et al. (1962) [375]. The program was so successful that it received praise as a prototype in the final report of the Joint Commission on Mental Illness and Health of the U.S. Congress (1961) [217]. The shift in political power to biological psychiatry a decade or two later effectively terminated this program and others like it.
66 Relatado por Peter R. Breggin, M.D.
67 O Programa de Voluntariado, do Hospital Mental de Harvard-Radcliffe, é descrito no primeiro capítulo de Breggin (1991 [49]). O livro original sobre este programa, incluindo uma descrição do projeto de ajuda de caso, pode ser encontrado em Umbarger et al. (1962) [375]. O programa foi tão bem sucedido que recebeu elogios como um protótipo no relatório final da Comissão Mista de Doença Mental e Saúde do Congresso dos EUA (1961) [217]. A mudança no poder político para a psiquiatria materialista, uma ou duas décadas mais tarde, efetivamente terminou este programa e outros como ele.
68 Contrary to psychiatric mythology, the advent of neuroleptic drugs, such as Thorazine, did not "empty the hospitals". These drugs take effect within minutes; the emptying process did not begin for a decade or more. What really led to the mass discharge of patients from the hospitals (often to the streets or to wretched nursing homes and board and care facilities) were administrative changes, about which many books have been written (reviewed in Breggin, 1991 [49]).
69 Ao contrário da mitologia psiquiátrica, o advento das drogas neurolépticas, como Thorazine, não "esvaziou os hospitais". Essas drogas tem efeito em poucos minutos, o processo de esvaziamento não começou em uma década ou mais. O que realmente levou à liberação em massa de pacientes dos hospitais (muitas vezes para as ruas ou para lares de pobres cuidados e assistência) foram as mudanças administrativas, sobre as quais muitos livros foram escritos (revisto em Breggin, 1991 [49]).
70 Soteria House, originated by Loren Mosher (1996 [289]; Mosher and Burti, 1994 [290]), provided this successful model. Its efficacy was demonstrated by controlled studies, but it's fate was sealed when psychiatry became dominated by it's biological wing.
71 Soteria House, originada por Loren Mosher (1996 [289]; Mosher e Burti, 1994 [290]), preconizou este modelo bem sucedido de tratamento em casa. Sua eficácia foi demostrada por estudos controlados, mas o seu destino foi selado quando a psiquiatria tornou-se dominada por sua ala biológica.
72 For detailed descriptions of the economic forces that push drugs and perpetrate the myths of "biochemical imbalances" and drug efficacy see Breggin (1991 [49], 1997a [55], 1998a [57]), Breggin and Breggin (1994 [53], 1998 [57]), and Cohen (1990 [117], 1994 [111]).
73 Para obter descrições detalhadas das forças econômicas que empurram drogas psiquiátricas, perpetuam os mitos dos "desequilíbrios bioquímicos" e a eficácia destas drogas, ver Breggin (1991 [49], 1997a [55], 1998a [57]), Breggin e Breggin (1994 [53], 1998 [57]), e Cohen (1990 [117], 1994 [111]).