Livro de Urantia

Grupo de Aprendizes da Informação Aberta

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O Básico do
Livro de Urantia

Mary Livingston
Tradução - Elyr Silva

Sumário

Introdução
    0.1  Dedicatória
    0.2  Agradecimentos
    0.3  Índice original
Deus o Pai Universal
Deus o Filho Eterno
Deus o Espírito Infinito
A Trindade do Paraíso
O Universo Mestre
Os Sete Espíritos Mestres
Os Anciães dos Dias
Os Filhos de Deus Descendentes
O Ser Supremo
10  O Universo Local
11  A Soberania dos Filhos Criadores
12  As Personalidades do Universo Local
13  Os Ajustadores do Pensamento Espirituais
14  A Vida Eterna
15  Vivendo na Presença de Deus
16  O Desenvolvimento de Urantia - *A Carreira de Outorgamento de Michael
17  O Estabelecimento das Raças Humanas - *Atividades Celestiais
18  A Primeira Revelação Transcendental em Urantia
19  O Fracasso da Primeira Revelação Transcendental - *A Rebelião de Lúcifer
20  Entretanto a Evolução Continua
21  A Segunda Revelação Transcendental
22  O Fracasso da Segunda Revelação Transcendental
23  O Segundo Jardim
24  O Intervalo - *Depois do Segundo Jardim
25  A Terceira Revelação Transcendental
26  A Culminação da Terceira Revelação Transcendental
27  A Difusão dos Ensinamentos de Melquisedeque
28  O Desenvolvimento do Judaísmo
29  A Quarta Revelação Transcendental
30  Intervalo - O Desenvolvimento do Cristianismo
31  A Quinta Revelação Transcendental
32  Apontamento Final
33  Idéias para Grupos de Estudo, Projetos e Perguntas de Ensinamentos

0  Introdução

    

    

     "O Básico do Livro de Urantia" é um guia de introdução para novos leitores e adultos jovens. A intenção da autora é prover entendimento geral, fácil de ler, dos conceitos principais apresentados no "Livro de Urantia", a fim de motivar outros a ler "o grande livro azul".

     Isto foi conseguido ao condensar 196 documentos, desenhando um formato cronológico, introduzindo novos termos somente como estão definidos, marcando os documentos do "Livro de Urantia" ou as páginas em questão para sua posterior leitura e incluindo perguntas, idéias e projetos, para promover a participação nos grupos de estudo.

     Serve como degrau para introduzir àqueles que crêem que os falta tempo, capacidade ou profundidade para ler o livro de Urantia.

     O BÁSICO DO LIVRO DE URANTIA

     Mary Livingston

0.1  Dedicatória

     Para Cristina e Michael
meus futuros adolescentes,

     Para meu esposo, Tom,
Um futuro novo leitor,

     E para toda a nossa gente jovem
e novos leitores.

     É meu sincero desejo que "O Básico do LIVRO DE URANTIA" sirva como uma revelação ascendente do amor do Pai do Paraíso a todas as crianças do universo. Está escrito para nossos adolescentes, adultos jovens, e novos leitores que necessitam de um alicerce preliminar sobre o qual construir os conceitos mais elevados apresentados no "Livro de Urantia".

     "O Básico do Livro de Urantia" NÃO pretende tomar o lugar do "Livro de Urantia" (já que isso seria o equivalente a tratar de iluminar o sol com uma vela) senão servir como o detonador da espiritualidade explosiva de cada um e preparar o caminho para os superlativos escritos da Quinta Revelação Transcendental.

Mary Linvigton

0.2  Agradecimentos

     De novo dou graças especiais a Carol Hay que me ajudou a dar conta de que poderia fazê-lo por mim mesma, o qual me fez valorizar muito mais sua amizade e apoio.

     Obrigado Jorge Ortega por juntar uma vez mais seu toque artístico esta vez no desenho da capa original.

     E um caloroso agradecimento a cada um dos meus amigos que tomaram seu tempo para revisar as várias seções deste livro e ofereceram suas sugestões.

     O livro de Urantia abriu a porta da minha espiritualidade e expandiu meu mundo de amigos. A família Siegel deu-me boas vindas ao seu lar, à família Hay pacientemente respondeu minhas incessantes perguntas enquanto apoiavam meus trabalhos criativos, e as pessoas do Boulder Central Study que agora o revisaram mantendo-me intelectualmente ativa.

     Ser parte da Jesusonian Foundation é para meu mundo como viver na encruzilhada de uma caravana. Dá-me oportunidades inumeráveis para servir aos meus, aos pequenos e invisíveis irmãos. E uma oportunidade de irradiar amor sendo meu brilhante exemplo Paula Thompson, que diariamente me inspira a ver a vida sob a perspectiva divina.

     Espero dar a cada pessoa que cruze meu caminho um momento de amor, serviço cordial e boa semente espiritual. E quando, em minha baixa condição humana, eu as ensinar a seguir ao Mestre, que seja, "toda glória a Deus".

     Obrigado Pai por todos meus irmãos especiais, visíveis e invisíveis!

     A capa do Livro em português foi modificada tendo agora fotos de esferas de energia.

0.3  Índice original

O BÁSICO DO LIVRO DE URANTIA
Índice Original

     Deus o Pai Universal

     Deus o Filho Eterno

     Deus o Espírito Infinito

     A Trindade do Paraíso

     O Universo Mestre

     Os Sete Espíritos Mestres

     Os Anciães dos Dias

     Os Filhos de Deus Descendente

     O Ser Supremo

     O Universo Local

     A Soberania dos Filhos Criadores

     As Personalidades do Universo Local

     Os Ajustadores do Pensamento Espiritual

     A Vida Eterna

     Vivendo na Presença de Deus

     O Desenvolvimento de Urantia *A Carreira do Autorgamento de Michael

     O Estabelecimento das Raças Humanas *Atividades Celestiais

     A Primeira Revelação Transcendental em Urantia

     O Fracasso da Primeira Revelação Transcendental *A Rebelião de Lúcifer

     Entretanto - A Evolução Continua

     A Segunda Revelação Transcendental

     O Fracasso da Segunda Revelação Transcendental

     O Segundo Jardim

     Neste Interim - Depois do Segundo Jardim

     A Terceira Revelação Transcendental

     A Culminação da Terceira Revelação Transcendental

     A Difusão dos Ensinamentos de Melquisedeque

     O Desenvolvimento do Judaísmo

     A Quarta Revelação Transcendental

     Intervalo - O Desenvolvimento do Cristianismo

     A Quinta Revelação Transcendental

     Apontamento Final

     Idéias para de grupos de estudo, projetos e Perguntas para Ensinamentos

1  Deus o Pai Universal

     Deus é o Primeiro Pai. Ele é a Primeira Fonte e Centro de todas as coisas e seres. Deus o Pai é o grande e único EU SOU. Ele é infinito: sem princípio nem fim. Ele é perfeito e para sempre imutável. Para Deus não existe o tempo, não há passado, presente ou futuro.

     Deus não é um acidente; Ele não é um homem, uma máquina, ou a natureza. Deus é espírito universal, verdade eterna, realidade infinita e personalidade paterna. Ainda que não possamos ver a Deus com nossos olhos, Ele é uma pessoa. Deus não se esconde de nós ainda que viva em uma luz à qual nenhuma criatura material pode aproximar-se. Deus se mostra a cada um de nós segundo a habilidade total de cada criatura para entender espiritualmente as qualidades da verdade, beleza e bondade.

     Não podemos ver o amor, porém podemos sentir o que o amor faz por nós e como nos faz feliz. De maneira similar, não podemos ver ao Pai, porém podemos sentir sua presença em nossas vidas e experimentar essa felicidade.

     A verdade, a beleza e a bondade são fatos espirituais reais e estão unidos em Deus que é amor. O coração de Deus está sempre aberto para nós. O Pai "Se deleita em seus filhos". Cada um de nós pode sentir sua proximidade e amor, já que o Pai envia uma pequena fração, um fragmento, de si mesmo a viver dentro de nós para ajudar-nos e guiar-nos espiritualmente cada um para Ele. Deus o Pai Universal não só planejou nosso destino eterno senão que Ele é nosso eterno lugar de destino.

     Deus é caráter magnífico. Ele é bom, amoroso e misericordioso. Nunca necessitamos tentar influenciar a Deus porque nossa necessidade sincera é sempre garantida na totalidade de seu amor. O Pai é imparcial e justo. Porém, Ele nunca é irado, vingativo ou enraivecido. Podemos sofrer devido as conseqüências das nossas próprias decisões, quando às vezes ferimos a nós mesmos, porém isso não deve confundir-se com um castigo.

     É verdade que Deus é surpreendentemente poderoso, tendo criado o Paraíso e seus um bilhão de mundos perfeitos, e é também verdade que Deus criou e controla essas incríveis forças e energias do Universo, porém nós, seus filhos, amamos o Pai não por seu poder senão por sua natureza perfeita. O Pai é verdadeiramente carinhoso, bondoso, misericordioso, justo e considerado.

     Todo o bem, formoso, verdadeiro e amoroso vem de Deus, que é todas essas coisas. O Pai conhece e ama a cada um de seus filhos, e tu podes conhecê-lo e amá-lo. Todos os que conhecem inclusive uma pequena parte de Deus ou quem tem um crescente amor por Ele, quer ser como o Pai. E por isso que os mensageiros do Paraíso têm levado para sempre a amorosa mensagem de Deus: "Sede perfeitos, assim como Eu sou perfeito", através dos universos inclusive até a gente de Urantia, o nome que Deus outorgou a nosso planeta.

     Porém o Pai não faz que nós o amemos. Ele nos permite eleger. O amor de Deus é dado livremente a cada filho que quer seu amor e ele conhece tuas necessidades ainda antes que tu. Se escolheres ser guiado pela força espiritual em ti, então não podes fracassar em alcançar o grande destino estabelecido por nosso amoroso e perfeito Pai. Teu crescente amor pelo Pai e teu desejo de ser como Ele, é verdadeiramente a ventura maior de tua vida!

2  Deus o Filho Eterno

     Ainda que Deus não tenha princípio, podemos imaginar um ponto da início e uma ordem de eventos. Neste começo imaginário, o Filho Eterno surge de Deus. Deus é desta maneira um Pai, a Primeira Grande Fonte e Centro. Porém Deus é também o Filho Eterno, a Segunda Grande Fonte e Centro, já que Ele proveio de Deus mesmo. Se bem que isto é um mistério para nós, é verdade que Deus não se duplicou a si mesmo. O Filho Eterno é o Filho de Deus Original e Unigênito, o qual significa que provém do Pai e é o Pai. O Pai Universal é primeiro um criador e depois um controlador. O Filho Eterno é primeiro um co-criador e depois um administrador divino do governo espiritual do universo de universos. Deus o Pai Universal e Deus o Filho Eterno são cada qual únicos e originais. Ambos são perfeitos e imutáveis, porém cada um se expressa de distinta maneira. Cada vez que o Pai se expressa o faz através de seu filho Eterno, que é o Verbo divino e vivente.

     O Pai nos ama como um pai. O Filho Eterno considera todas as criaturas como o faz um pai e como o faz um irmão. O Filho não pode amar mais que o Pai, porém pode mostrar misericórdia (amor que é especialmente clemente e bondoso) de uma maneira adicional. Não é só um criador como o Pai senão que é também o Filho Eterno do mesmo Pai, compartilhando por isso a experiência de filiação de todos os outros filhos do Pai Universal.

     O Filho Eterno está dedicado à revelação do Deus de amor ao universo de universos. Tal como entendemos o amor podemos comparar o amor de Deus como o amor de um pai, enquanto que o amor do Filho Eterno é mais parecido ao afeto de uma mãe. Não há diferença na quantidade de amor, só na forma que é expresso.

     O Pai, ao eternizar o Filho Original, outorgou-lhe o poder e privilégio de unir-se a Ele no ato divino de produzir filhos adicionais (Filhos Paradisíacos) que possuem atributos criativos. O Pai Universal e o Filho Eterno fez isto e o seguem fazendo. A administração do Filho Eterno nos superuniversos não é discernível por parte das personalidades criaturas. Sem dúvida, nos universos locais, o Filho Eterno está pessoalmente na figura dos Filhos Paradisíacos.

     O plano de conquista progressiva é o plano de ascensão evolucinária do Pai Universal, enquanto que o plano do Filho Eterno consiste em sua doação dos Filhos de Deus aos mundos evolucinários, para aí encarnar e fazer real o amor do Pai e a misericórdia do Filho. E assim um Filho Criador coordenado se encarnou como Jesus de Nazaré em Urantia, em conexão com sua carreira de auto-outorga experiencial para aquisição da soberania.

     Um fragmento do Pai vive dentro de nós, porém o espírito do Filho banha a toda a criação e nos atrai para Deus. Parte do Pai vive em nós e o espírito do Filho nos rodeia, enquanto que os dois trabalham para sempre como um para nosso avanço espiritual.

3  Deus o Espírito Infinito

     Quando Deus o Pai Universal e Deus o Filho Eterno compartiram o primeiro planejamento exato, surgiu Deus o Espírito Infinito. Então, a Terceira Grande Fonte e Centro atuou e um bilhão de mundos perfeitos chegaram à existência, os mundos de Havona; este Universo Central foi criado por Ele em obediência às vontades unidas do Pai e do Filho Eterno. O Espírito Infinito é igual e único, original e imutável como o Pai e o Filho. O Pai se expressa através da personalidade do Filho Eterno, o Verbo de Deus, enquanto que o Pai atua através da personalidade do Espírito Infinito, o Deus de Ação.

     O Espírito Infinito comparte a perfeição e o amor do Pai, porém é mais o ministro de misericórdia do grande universo. O Espírito é amor aplicado, o amor combinado do Pai e do Filho. Deus o Pai ama aos homens; Deus o Filho Eterno serve aos homens; Deus o Espírito Infinito nos inspira a encontrar a Deus. O Espírito Infinito está presente não só como si mesmo, senão também como o Pai e como o Filho, e como o Pai-Filho. Deus o Espírito é a primeira das Deidades do Paraíso que reconheceremos. Devemos ir através Dele até o Filho, e do Filho até o Pai.

     Quando o plano de conquista do Pai e o plano de auto-outorga do Filho foram formulados e proclamados, o Espírito Infinito pôs em operação a colossal e universal empresa do ministério da misericórdia. Este é o serviço que resulta tão essencial para a operação efetiva dos planos de conquista e auto-outorga, e todas as personalidades espirituais do Espírito Infinito participam no ministério da misericórdia. Não só na criação senão também na administração o Espírito Infinito real e literalmente funciona como executivo conjunto do Pai e do Filho. Assim como o Pai atrai a toda personalidade para si mesmo, e assim como o Filho atrai a toda a realidade espiritual, assim o Espírito Infinito exerce um poder de atração sobre todas as mentes; Ele indefinidamente domina e controla o circuito mental universal. Todos os valores intelectuais verdadeiros e genuínos, todos os pensamentos divinos e as idéias perfeitas, são atraídos inequivocamente para esse circuito universal da mente.

     Por cada Filho Criador do Pai e do Filho Eterno, o Espírito Infinito cria uma companheira, uma Filha Criativa (Espírito Criativo Materno). O termo "Espírito Santo" se refere em realidade ao circuito espiritual das Filhas Criativas do Espírito Infinito do Paraíso. O Espírito Santo é o circuito original para cada universo local e está confinado ao reino espiritual da dita criação. Existem muitas influências espirituais que invariavelmente coincidem com o ministério espiritual das influências combinadas do Espírito Infinito e um Espírito Mãe do universo local (Filha Criativa). Hás de saber que quando tratas com os assuntos práticos de tua vida diária estás nas mãos das personalidades espirituais que tem origem no Espírito Infinito. E estas personalidades do Espírito Infinito estão para sempre dedicadas ao serviço do ministério do amor do Pai e da misericórdia do Filho para todas as criaturas inteligentes dos mundos evolucinários. "Estes seres espirituais constituem a escada vivente pela qual o homem mortal sobe do caos á glória".

4  A Trindade do Paraíso

     Não obstante exista apenas uma Deidade, há três pessoalizações positivas e divinas da Deidade. Deus o Pai Universal, o Filho Eterno e o Espírito Infinito são as três pessoas da Trindade do Paraíso. A Trindade é uma associação de pessoas infinitas funcionando impessoalmente, mas sem contradizer a pessoalidade. Para ajudar-te a entender a Trindade do Paraíso podes imaginar-te a ti e a dois amigos como uma equipe. Tua equipe realmente não tem personalidade ou vida por si mesmo, senão através de seus três membros e suas personalidades; a equipe funciona e emprega certo caráter. É certo que as três pessoas perfeitas da Trindade do Paraíso estão em perfeita harmonia e unidade, de tal maneira que juntas são como uma.

     O Pai, Filho e Espírito não só atuam de forma pessoal e coletiva, senão que também atuam em grupos variados, de tal forma que finalmente funcionam em sete diferentes capacidades: O Pai, o Filho, o Espírito, o Pai-Filho, o Pai-Espírito, o Filho-Espírito ou o Pai-Filho-Espírito. As Deidades pessoais têm atributos, porém a Trindade deve ser vista mais em posse de funções tais como administração da justiça, ação coordenada, e super controle cósmico. Sem dúvida, como as todas as associações vivas, a Trindade é mais que somente função já que o potencial de um grupo é sempre maior que os atributos dos seus membros individuais.

     A Primeira Fonte e Centro funciona fora de Havona da seguinte maneira:

  1. Como criador através dos Filhos Criadores.
  2. Como controlador; por meio do centro de gravidade do Paraíso.
  3. Como espírito, graças ao Filho Eterno.
  4. Como mente, mediante o Espírito Infinito.
  5. Como pai, mantém contato paterno com cada criatura através de seu circuito pessoal.
  6. Como pessoa, atua diretamente em toda a criação através de seus fragmentos exclusivos.
  7. Como Deidade total, funciona assim somente na Trindade do Paraíso.

     O Filho Eterno funciona como Um com o Pai, exceto na outorga dos fragmentos de Deus, porém não está proximamente identificado com as atividades intelectuais das criaturas materiais, nem com as atividades energéticas dos mundos materiais.

     O Espírito Infinito é surpreendentemente universal e atua nas esferas da mente, a matéria e o espírito. Não o concerne diretamente a gravidade física, a gravidade espiritual nem o circuito da personalidade do pai, porém participa, mais ou menos, em todas as demais atividades do universo.

     O homem mortal deve ver o mistério da Trindade: três como uno e em uno, de acordo com teu esclarecimento individual e em harmonia com as reações de tua mente e tua alma. Porém já sejas que entendas ou não este mistério de Deus, entende que todos somos parte de sua família universal.

5  O Universo Mestre

     O Pai Universal, o Filho Eterno, o Espírito Infinito e seus associados divinos estão pessoal, literal e realmente presentes na Ilha do Paraíso. Esta Ilha nuclear de Luz e Vida é tão enorme que sobrepassa a imaginação. O Paraíso é o centro eterno do universo de universos e é o único lugar estático de toda a criação. A Ilha do Paraíso é um lugar tanto material como espiritual e desde o ser infinito de Deus fluem para toda a criação as correntes da vida, a energia e a personalidade.

     Havona, o Universo Central, não é uma criação do tempo. Este universo sem princípio nem fim consiste em um bilhão de esferas perfeitas. Havona rodeia a Ilha do Paraíso, e gira ao seu redor.

     O Grande Universo compreende sete superuniversos gigantescos, os quais giram e rodeiam juntos ao redor do Universo Central. Tudo no Grande Universo é evolucinário, e se sugere que os sete superuniversos estão ainda incompletos. Enquanto que o Universo Central é uma criação de perfeição, os mundos evolucinários são imperfeitos, a perfeição é a meta. Cada um dos sete superuniversos têm 100.000 universos locais. Cada um desses universos locais está organizado em 100 constelações as quais, estão organizadas em 100 sistemas por constelação. Para dar-te uma idéia da vastidão da criação evolucinária, cada um dos 700.000 universos locais têm ou terá 10 milhões de mundos habitados!

     Enquanto que o Universo Central é a criação de Deus, os superuniversos evolucinários são as criações reais dos Filhos Paradisíacos de Deus da ordem dos Michaéis. Cada universo local é criado e governado por um Filho Criador Michael individual.

     Os níveis do espaço exterior existem mais além dos sete Superuniversos. Distantes, no espaço, existem circuitos de força e informação e energias em processo de materializar-se. Entre os circuitos de energia dos sete superuniversos e este gigantesco cinturão de atividade e força existe uma zona espacial imóvel, livre de pó de estrelas e névoa cósmica.

     Este cinturão contínuo de atividade cósmica que rodeia toda a criação conhecida, organizada e habitada, está situado no primeiro nível do espaço exterior. Grandes atividades estão tomando lugar ainda no segundo nível do espaço exterior do Universo Mestre.

     Existe um total de quatro níveis do espaço exterior que estão destinados a evoluir. Teoricamente, o infinito nunca poderá obter uma expressão completa exceto através da criação infinita, porque não há limite (potencialmente) para o Universo Mestre. Porém tal e como existe e é administrado agora, o Universo Mestre é visto como limitado por causa do espaço aberto em suas margens exteriores.

     Deus tem retido pouco controle sobre a operação e administração dos mundos do tempo e do espaço, os mundos evolucinários; em vez disso delegou sua supervisão e cuidado experiencial a suas muitas ordens de criação.

6  Os Sete Espíritos Mestres

     Os Sete Espíritos Mestres do Paraíso são as personalidades primárias do Espírito Infinito. Este sétuplo ato criativo de auto-duplicação esgotou, as possíveis combinações matemáticas das três pessoas da Deidade.

     Os Sete Espíritos Mestres têm sua origem nas sete semelhanças seguintes e delas derivam suas características individuais:

  1. O Pai Universal
  2. O Filho Eterno
  3. O Espírito Infinito
  4. O Pai e o Filho
  5. O Pai e o Espírito
  6. O Filho e o Espírito
  7. O Pai, o Filho e o Espírito

     O Pai do Paraíso somente fala, através do seu filho, enquanto que o Pai e o Filho atuam conjuntamente somente através do Espírito Infinito. Fora do Universo Central o Espírito Infinito fala unicamente nas vozes dos Sete Espíritos Mestres.

     Em caráter e natureza espiritual esses Sete Espíritos Mestres são como um, porém em todos os demais aspectos de identidade possuam diferenças individuais. Têm muitas funções, porém seu domínio particular é a supervisão de cada um dos sete superuniversos.

     Os Sete Espíritos Mestres são a plena representação do Espírito Infinito, para os universos evolucionários. Eles representam a Terceira Fonte e Centro, nas relações de energia, mente e espírito.

     Muito da realidade dos mundos espirituais é da ordem da morôncia, uma fase da realidade universal desconhecida em Urantia. A vida moroncial é o longo período de crescimento entre nossa vida física e nossa vida espiritual. E neste reino onde os Espíritos Mestres contribuem mais ao plano de ascensão do homem até o Paraíso.

     Quando o progresso guia um peregrino até o Universo Central, o Espírito Mestre que preside sobre o superuniverso do qual provém é imediatamente reconhecível para ele. Nós proviemos do sétimo superuniverso, Orvônton, cuja capital é Uversa.

     O Sétimo Espírito Mestre de Orvônton revela o maravilhoso balanço e mescla das naturezas divinas do Pai, o Filho e o Espírito, e sempre trabalha em harmonia com os Espíritos Reflexivos de Uversa.

7  Os Anciães dos Dias

     Existem sete ordens de Personalidades Supremas da Trindade das quais os Anciães dos Dias são uma. Todas as Personalidades Supremas da Trindade foram criadas para serviços específicos. Os Sete Espíritos Mestres determinam a natureza de seus Superuniversos, porém os Anciães dos Dias ditam a administração desses mesmos superuniversos.

     Todos os vinte e um Anciães dos Dias foram criados ao mesmo tempo e são a descendência superperfeita da Trindade do Paraíso. Representam o princípio dos registros de personalidade e é por isso que são chamados os Anciães dos Dias. Estes seres elevados sempre governam em grupos de três. Em poder e área de autoridade são os mais capazes e potentes de qualquer dos governantes diretos das criações do espaço-tempo.

8  Os Filhos de Deus Descendentes

     Os filhos ascendentes, tais como os mortais, alcançam a perfeição por meio de sua participação prática na técnica criativa conhecida como evolução. As ordens descendentes de filiação incluem personalidades que são de criação direta e divina. Eles vão para baixo ou melhor para fora, até os universos, inclusive aos planetas individuais. Estes Filhos que vêem das Deidades da Ilha Central do Paraíso são chamados Filhos de Deus Paradisiacos. Eles são:

  1. Filhos Criadores os Michaéis
  2. Filhos Magisteriais os Avonales
  3. Filhos Instrutores da Trindade os Dainales

     As quatro ordens restantes de filiação descendente são os chamados Filhos de Deus do Universo Local. Eles são:

  1. Filhos Melquisedeques
  2. Filhos Vorondadeques os Altíssimos e Pais da Constelação
  3. Filhos Lanonandeques os Soberanos dos Sistemas e Príncipes Planetários
  4. Os Portadores de Vida

     Os Filhos de Deus do Paraíso têm três origens: os Filhos Primários ou Criadores são trazidos à existência pelo Pai Universal e o Filho Eterno. Os Filhos Magisteriais são descendentes do Filho Eterno e o Espírito Infinito. Os Filhos Instrutores da Trindade são originários do Pai, do Filho e do Espírito. Estes Filhos do Paraíso são revelados a si mesmos como ministros-criadores divinos, servidores, outorgadores, juízes, mestres e reveladores da verdade. No Universo Local tanto os Filhos Magisteriais como os Filhos Instrutores servem sobre a direção do Filho Criador.

9  O Ser Supremo

     As mentes evolucinárias estariam desvalidas no Universo Mestre, seriam incapazes de formar o primeiro padrão de pensamento racional, se não fosse pela habilidade de toda mente, elevada ou baixa, de formar um quadro do universo dentro do qual pensar. Os quadros conceituais do universo servem como um andaime, que eventualmente dá lugar à expansão de um entendimento cósmico em crescimento. Nosso entendimento sobre a verdade, a beleza e a bondade, a moralidade, a ética, o dever, o amor, a divindade, a origem, a existência, o propósito, o destino, o tempo, o espaço inclusive a Deidade, é somente relativamente verdadeiro. Deus é muito, muito mais que um Pai, porém o Pai é o conceito humano mais elevado de Deus.

     Deus o Supremo é, antes de tudo, uma pessoa espiritual, e esta pessoa espiritual provém da Trindade. Porém, em segundo lugar, o Supremo é uma Deidade de crescimento - crescimento evolucinário e o crescimento vem tanto do factual como do potencial. Deus o Pai, o Filho e o Espírito são imutáveis enquanto que Deus o Supremo é o Deus do crescimento e da troca. Ele é a ponte entre o infinito e o finito, entre o completo e o incompleto, e entre o absoluto e o potencial. Se não fosse pelo Ser Supremo, o imperfeito não poderia aperfeiçoar-se. Todo crescimento ocorre através do Supremo, o Deus da experiência.

     Nos universos evolucinários, o espírito, e através da mediação da mente, está lutando pelo domínio e a coordenação da mente com o espírito dentro do quadro conceitual do universo. Esta união está expressa nos níveis da Deidade em e com o Supremo. Porém a evolução real de predomínio do espírito é um crescimento baseado em atos de livre arbítrio dos Criadores e das criaturas do Grande Universo.

     Em um ser humano a vida física responde, em parte, aos ditames da mente pessoal. Esta mente pode ser dominada, com propósito, pela guia do espírito e o resultado de tal desenvolvimento evolucinário contribui à unificação das realidades cósmicas. O esforço é realizado pelas personalidades do tempo e o espaço, porém, a culminação deste esforço é o ato do Supremo. A evolução das partes é um reflexo do crescimento, com propósito do todo. Toda personalidade luta na conquista e toda personalidade participa no destino.

     Com Deus, o Pai, a filiação é o grande relacionamento. Com Deus, o Supremo, a realização é o pré-requisito para o status - é preciso fazer alguma coisa, assim como ser alguma coisa. Quando fazemos a vontade de Deus, o Supremo se torna um passo mais real.

     O Supremo é a beleza da harmonia física, a verdade de significado intelectual e a bondade de valor espiritual. Ele é a doçura do êxito verdadeiro e a dita conquista sempre eterna. Ele é a super alma do Grande Universo, a consciência do cosmo, a realização da realidade finita e a personificação da experiência Criador-criatura. A progressão do universo dos Criadores Descendentes, reveladores de Deus, as criaturas ascendentes que buscam a Deus é uma revelação da evolução da Deidade do Supremo na qual tanto os descendentes como os ascendentes logram um entendimento mútuo o descobrimento da irmandade eterna e universal.

10  O Universo Local

     Os Filhos Criadores da ordem paradisíaca de Michael são os criadores e governantes dos Universos Locais do espaço e do tempo. Estes soberanos e criadores dos universos têm sua origem no Pai e no Filho, porém cada um é único em natureza e personalidade. Cada um é o "Filho unigênito".

     O Espírito Infinito está destinado a funcionar como o ajudante factual e afetivo de cada Filho Criador. Portanto, cada Filho Criador está acompanhado de uma Filha Criativa do Espírito Infinito, esse ser que está destinado a converter-se na Ministra Divina, o Espírito Materno de um novo Universo Local.

     O primeiro ato completo de criação física em Nébadon, nosso Universo Local, foi o mundo sede, a esfera arquitetônica de Sálvington e seus satélites. Passaram cerca de um bilhão de anos de nosso tempo desde o momento dos movimentos iniciais dos Centros de Poder e os Controladores Físicos até a chegada do pessoal vivente nas esferas terminadas de Sálvington. Depois foram construídos 100 mundos sede para as constelações projetadas e 10000 esferas sede para os sistemas locais projetados. Ditos mundos arquitetônicos estão desenhados tanto para as personalidades físicas, como para as espirituais e moronciais, ou estados de transição do ser.

     Quando um Filho Divino e Perfeito toma posse do espaço de seu universo escolhido; quando os problemas iniciais da materialização do universo e de equilíbrio bruto foram resolvidos; quando formou uma equipe de trabalho cooperativa e efetiva com a Filha do Espírito Infinito complementar, então este Filho Universal e este Espírito Universal iniciam a união que dá origem a inumeráveis filhos do universo local; uma ordem vasta e maravilhosa de diversas criaturas. Em conexão com este evento o Espírito Filha do Universo troca sua natureza, tomando as qualidades pessoais do Espírito Mãe do Universo Local.

     Em seguida se provê o governo, estendendo-se desde os conselhos supremos do universo, aos pais das constelações, aos soberanos dos sistemas locais e subsequentemente aos mundos, cada um presidido por um Príncipe Planetário, que se tornarão lares de várias criaturas mortais.

     Quando um Filho Michael se ausenta do seu universo, seu governo é dirigido pelo primeiro ser nativo que pertence à ordem das Estrelas Brilhantes Matutinas (Gabriel). O conselho e a assessoria do União dos Dias (Emanuel) são também inestimável na ausência de Michael. E o Espírito Mãe de um universo local permanece sempre em sua sede estendendo seu cuidado amante e seu ministério espiritual.

     Urantia pertence ao Sistema Local de Satânia que agora tem 619 mundos habitados, localizados em mais de 500 sistemas solares físicos diferentes. Desde Jerusém, a capital de Satânia, há 200.000 anos luz de distância até o centro físico do super universo de Orvônton, distante, muito distante no denso diâmetro da Via Láctea.

     Todas as criações dos sete superuniversos são finitas, evolucionárias e consistentemente progressivas. Nenhum universo se estabelece em luz e vida senão até que suas possibilidades físicas de expansão e desenvolvimento tenham sido esgotadas, e uma vez que o estado espiritual de todos os seus mundos habitados tenham sido para sempre estabelecidos e assegurados.

     A perfeição é uma conquista progressiva, exceto no Universo Central. Todas as criaturas de vontade têm natureza evolucinária, exceto os seres perfeitos de origem na Deidade, começando no estado mais baixo e escalando sempre para cima, em realidade para dentro. E todo aquele que elege o plano de vida eterna de Deus ascenderá através de nosso sistema local do universo, constelação e capitais pelo superuniverso, através do Universo Central e finalmente até a Ilha do Paraíso para estar na presença do Pai.

11  A Soberania dos Filhos Criadores

     O termo soberania quando é aplicado ao governo pode ser entendido de melhor maneira com o exemplo de uma república federativa onde cada um dos estados têm iguais direitos e representação um estado não é mais importante ou poderoso que outro. Todos os estados dão voluntariamente a sua soberania a um governo federal, e o resultado é a paz interestadual.

     O governo espiritual universal é supremamente soberano. Nenhum planeta, sistema, constelação, universo local, setor ou superuniverso é mais importante ou poderoso e todos outorgam sua soberania e lealdade a Deus que é supremo.

     A um Filho Criador se lhe dá a posse física do universo local que ele mesmo cria por consentimento da Trindade do Paraíso e o Espírito Mestre do Universo de que se trate. Os Filhos Criadores realmente têm livre vontade e um Filho Criador poderia reclamar sua soberania completa sobre sua criação pessoal em qualquer momento e, portanto os Filhos Criadores fazem um juramento de não reclamar a soberania, se não de ganhá-la. Nunca um Filho Criador rompeu seu juramento.

     Assim como Deus tem um plano de conquista para os mortais, tem um plano de conquista da soberania para seus Filhos Criadores através da auto-outorga. A elevação de um Filho Michael desde seu governo de primeira etapa como representante do Pai, até a supremacia da soberania ganha por conta própria, vem como resultado de suas próprias experiências na criação de seu universo e suas auto-outorgas encarnadas. Michael de Nébadon elegeu ganhar sua soberania suprema sobre nosso universo.

     Um Filho Criador antes das auto-outorgas governa seu universo local de forma suprema quando não há rebeliões, porém este limitado regime não seria aparente se a soberania não fosse nunca desafiada. Se uma rebelião ocorre dentro de um universo de um Filho antes de suas auto-outorgas, os representantes do Paraíso tomam um papel muito ativo. A rebelião dentro do universo de um Filho depois das auto-outorgas é pouco provável. Ele se torna um governante soberano e comprovado.

     Antes da culminação da carreira de auto-outorgas, um Filho Criador governa com limitações de soberania auto-impostas, e em concrdância com o Pai. Depois de haver terminado seu serviço de auto-outorgas, ele se torna digno e competente, através da experiência, para reger totalmente seu universo e administrar seus mundos, por seu próprio direito, como Rei de Reis e Senhor de Senhores; ele tornou-se um Filho Superior um governante estabelecido, supremo e soberano.

     A carreira de auto-outorgas é um método para experimentar sete níveis de criaturas através da técnica de auto-outorga encarnada. Um Filho Criador encarnado não só aparece na semelhança das criaturas do nível do qual se trata, senão que ele é a dita criatura. Retrata o nível mais alto de perfeição da vida da criatura, para a Deidade do Paraíso e para todas as inteligências do universo. Revela uma fase da evolução da Deidade, no nível da auto-outorga, para todo o universo. E através dessa experiência Criador-criatura alcança uma relação nova e mais elevada com o Ser Supremo.

     Depois de cada auto-outorga um Filho Criador vai até a "mão direita do Pai" para obter a aceitação do Pai pela auto-outorga e para receber instruções sobre a próxima missão de serviço universal.

     O Mestre Michael de Nébadon completou sua sétima e última auto-outorga como Jesus de Nazaré e desde então governa com poder e glória completos na qualidade de soberano supremo de todo Nébadon.

12  As Personalidades do Universo Local

     Cada universo local está caracterizado por uma supervisão dual, o início do conceito Pai-Mãe. O Pai do universo é o Filho Criador Michael e a Mãe do universo é o Espírito Filha Criativa.

     Cada universo local está abençoado pela presença de personalidades do Universo Central e do Paraíso. A cabeça do grupo do Paraíso em Nébadon está o embaixador da Trindade do Paraíso, Emanuel de Sálvington. Emanuel é um União dos Dias, um Filho Trinitário elevado, que funciona como conselheiro de nosso Filho Criador, porém só aconselha quando se o solicita. É um ser de magnífica dignidade e tem a distinção de ser a única personalidade em todo Nébadon que nunca reconheceu subordinação a seu irmão Michael. Ele considera Michael como seu igual, em autoridade, posição e caráter.

     Cada universo local tem só um ser da ordem das Brilhantes Estrelas Matutinas. Essa primeira criação serve como chefe executivo para O Filho Criador Michael. Gabriel, nossa Brilhante Estrela matutina é maravilhoso e igual aos seus pais, porém ele por si mesmo não é um criador.

     O Pai Melquisedeque é descendente original do Filho Criador e da Filha Criativa, e colabora com eles em trazer à existência a um grupo inteiro de Filhos Melquisedeques. O Pai Melquisedeque é o primeiro assistente de Gabriel e em sua ausência assume responsabilidades de chefe executivo. Normalmente Gabriel se encarrega de assuntos de política do universo, enquanto que o pai Melquisedeque se ocupa de procedimentos práticos. Gabriel preside em assuntos regulares e o Pai Melquisedeque sobre missões especiais, extraordinárias e de emergência.

     Os Filhos Melquisedeques formam uma ordem autogovernada e são o modelo e os mestres do autogoverno. Os Melquisedeques ocupam a posição e assumem as responsabilidades do Filho mais velho de uma grande família. Seu trabalho é ensinar, treinar e aconselhar, atuar como observadores imparciais e servir de comissionados consultivos e têm a inteira confiança de todas as classes de vida inteligente.

     A ordem dos Brilhantes Estrelas Vespertinas também foi criada pelo Filho Criador e a Filha Criativa. As Brilhantes Estrelas Vespertinas servem de muitas formas, porém principalmente como os oficiais de união de Gabriel. Um ou mais destes superanjos funcionam como representante de Gabriel na sede de cada constelação e sistema em Nébadon.

     Os Arcanjos são o tipo de espírito mais elevado que são criados em grandes quantidades em um universo local, e Nébadon tem cerca de 800.000. Os Arcanjos estão mais dedicados ao trabalho de sobrevivência da criatura mais que à administração de Nébadon, e portanto não estão ordinariamente sob a supervisão de Gabriel.

     Os Filhos Vorondadeques, ou os Altíssimos, servem como chefes dos governos das constelações. O Altíssimo governante, o Pai da constelação, tem dois associados, um mais velho e outro mais novo. Constituem o gabinete do conselho supremo do Filho Criador e estão normalmente ocupados com o bem estar das constelações e a unificação da administração do universo local inteiro.

     Os Filhos Lanonandeques são os governantes contínuos dos planetas e os soberanos rotativos dos sistemas. À esta ordem de filiação foi requerida passar através de um treinamento nos mundos Melquisedeque antes de servir. Foram classificados por habilidade, personalidade e mérito. Os Lanonandeques constituem uma ordem baixa no que compete a níveis de Divindade e são, portanto, mais capazes de acercar-se às criaturas mais baixas das raças inteligentes. Estão ainda em grande perigo de desencaminhar-se, de separar-se da técnica aceitável do governo universal. Porém em habilidade executiva são superados somente por Gabriel e seus associados não revelados.

     Os Portadores de Vida constituem uma ordem distinta de Filhos do Universo e são a descendência do Filho Criador, o Espírito Materno do Universo, e um dos três Anciães dos Dias designados como governantes de seu superuniverso. Estes Anciães dos Dias, os únicos que podem decretar a extinção de um ser inteligente, participam na criação dos Portadores de Vida, a quem se os confia o desenho e transporte da vida das criaturas às esferas planetárias. Depois de plantar a vida em um novo mundo, os Portadores de Vida permanecem aí durante longos períodos, para fomentar seu desenvolvimento.

     Depois que terminou o círculo de criação entre o Filho Criador e o Espírito Mãe do Universo, o Filho Criador personalizou aos formosos e magníficos filhos e filhas da ordem chamada Filhos Materiais de Deus. Eles são os Adãos e Evas criados para cada sistema local de Nébadon e formam uma ordem de filiação reprodutiva. Sua descendência funciona como cidadãos da capital de um sistema ainda que alguns sejam comissionados na qualidade de Adãos Planetários. Em uma missão planetária o Filho e a Filha Material começam a raça Adâmica designada para mesclar-se eventualmente com os mortais de dito planeta.

     Depois que um ciclo criativo está completo o Espírito Materno do Universo inicia seu trabalho solitário de reprodução do espírito. Os anjos são os espíritos ministrantes e as hostes mensageiras em todos os universos. Os anjos do Universo Central são os Supernafins; os Seconafins são do Superuniverso. Os Serafins, juntos com os Querubins e Sanobins, constituem os corpos angélicos de um universo local e são a descendência do Espírito Materno do Universo.

     Os Serafins, ainda que superiores espiritualmente aos humanos, compartem todas as nossas emoções exceto o medo. Verdadeiramente amam aos humanos, valorizam nossa música, arte e humor real, e simpatizam com nossas dificuldades morais e espirituais. Os anjos não são masculinos, femininos nem físicos, senão se designam como positivos e negativos. Devido a que são filhas do Espírito Materno do Universo se faz referencia a elas mediante pronomes femininos. Os anjos não tem corpos físicos nem asas e nos tornaremos similares a eles nos mundos estância.

     Em meio caminho ou na metade entre os mortais e os anjos estão os Seres Intermediários. Existem dois tipos de Seres Intermediários: Primários e Secundários. Os Seres Intermediários Primários se derivam do séquito modificado ascendente-mortal do Príncipe Planetário e são o grupo mais espiritual. Os Seres Intermediários Secundários se derivam dos Adãos e Evas Planetárias ou de seus filhos, e são o grupo mais material. Todas as criaturas Intermediárias têm serviços diversos nos mundos planetários, porém os Seres Intermediários Primários são os historiadores que registram os documentos da história planetária, conservados na capital do sistema.

     Ainda assim, existem muitas outras ordens reveladas e não reveladas. Ao final estão as criaturas evolucinárias (os mortais), derivados das implantações dos Portadores de Vida e modificados pela infusão de vida Adâmica. Ainda que sejamos os mais baixos, temos um destino de alcance eterno e uma carreira universal aberta de par em par para a glória, a grandeza e as alturas da conquista!

13  Os Ajustadores do Pensamento Espirituais

     Ainda que o Pai Universal resida no Paraíso, também está presente nas mentes de seus filhos mortais. Um fragmento real do Pai vive dentro do intelecto de cada mortal em Urantia de mente normal e moralmente consciente.

     A chegada do Ajustador do Pensamento Espiritual ocorre quando uma criança toma a sua primeira decisão moral, aproximadamente, durante o quinto ano de vida física. A missão principal de cada Ajustador do Pensamento é a de representar, de ser o Pai Universal, para as criaturas. Eles provêem do pai e são o Pai. Também trabalham com o propósito de encaminhar as almas imortais dos homens às alturas espirituais da perfeição do Paraíso. São indispensáveis para a ascensão ao Paraíso.

     Teu Ajustador é o potencial de tua nova e próxima ordem de existência. Por e com o consentimento de tua vontade, o Ajustador labora com a mente material para construir, através do ajuste e a espiritualização, uma nova mente para a tua vida futura. São ajudantes celestiais não são terrenos. Não estão interessados em fazer a vida mortal mais fácil; mais que nada se ocupam em por desafios para que as decisões sejam estimuladas e multiplicadas.

     É o Ajustador que cria, dentro do homem, aquele anseio infindável, a aspiração insaciável de ser como Deus, de alcançar o Paraíso, e ali, diante da pessoa factual da Deidade, adorar a Fonte Infinita da dádiva divina. E todo mortal que consciente ou inconscientemente segue a guia de seu Ajustador interior vive de acordo com a vontade de Deus.

     O Ajustador é a realidade divina universal de que Deus é o Pai do homem. O Ajustador do Pensamento Espiritual é a bússola cósmica infalível do homem, que sempre e inequivocamente orienta a alma para Deus. O Ajustador é a possibilidade para a eternidade do homem, e o homem é a possibilidade para a personalidade do Ajustador.

     Os Ajustadores do Pensamento não são personalidades porém são entidades reais, mais que seres, entidades espirituais. Planejam, trabalham, amam, e tem habilidade de comunicar-se entre si. São servidores da vontade mortal porque a vontade humana funciona no nível pessoal da realidade do universo, e os Ajustadores são pré-pessoais - respondem à vontade e atos da personalidade existente.

     A alma do homem é uma aquisição por experiência. A medida que um mortal elege fazer a vontade do Pai, o Ajustador se torna o pai de uma nova realidade. O mortal e sua mente material são a mãe desta mesma realidade emergente. E esta nova criação é chamada alma.

     À medida que alcanças níveis mais altos de espiritualidade teu Ajustador adquire uma maior hierarquia de funcionamento, até que a última eleição de tua vontade mortal permita a teu Ajustador completar a unidade de tua identidade e tua alma. Isto promove a fusão imediata. A fusão é a união da alma e o Ajustador. Tua alma e teu Ajustador estão destinados a tornar-se um. Todas as experiências e valores de um se tornam possessão do outro de tal maneira que os dois se tornam em realidade uno. Esse novo ser, este ser fusionado, pertence tanto ao passado eterno como ao futuro eterno.

     Deus embarcou na aventura eterna com o homem. Se segues o guia das forças espirituais dentro e ao redor de ti não podes falhar em obter o elevado destino autorgado por teu amoroso Pai Universal. A experiência inteira da comunhão com a guia do Ajustador estimula um estado moral, uma motivação mental, e uma experiência espiritual. As provas são imediatas e abundantes nas vidas daqueles que contatam esse espírito interior.

     O amor é a característica dominante de todas as relações pessoais de Deus com suas criaturas. A ação pessoal direta com o Pai Universal ocorre através da presença de Seu espírito fragmentado, os Ajustadores do Pensamento.

14  A Vida Eterna

     Como mortal inicias tua aventura de vida eterna quando te comprometes a fazer a vontade do Pai; quando eleges seguir as guias espirituais dentro e ao redor de ti, quando de todo coração te esforças por conhecer a Deus e ser como Ele, e quando realmente desejas a vida eterna.

     A vida eterna, a conquista e a ascensão é um processo inteiramente progressivo. Nossos corpos físicos servem um tempo muito curto, enquanto que a fase moroncial a fase entre o físico e o espiritual é comparativamente longa. De fato passarás por 8 transformações moronciais no mesmo sistema, 71 em nossa constelação e 491 enquanto habites nas esferas de Sálvington até que hajas progredido como um espírito de primeira etapa. Se assim o eleger, vós ireis passar exatamente por 570 mudanças moronciais diferentes e ascendentes.

     Estamos interados de um tipo de morte, porém, existe na realidade três relacionadas com a sobrevivência da personalidade. A morte espiritual ou da alma ocorre quando alguém deliberadamente rechaça a sobrevivência ou está espiritualmente além de qualquer ajuda porque abraçou permanentemente o pecado e resiste qualquer assistência posterior. Depois de que todos os seres espirituais pertinentes tenham acordado, os governantes de Orvônton ordenam a liberação do Ajustador do Pensamento residente. Ainda que o corpo e a mente continuem funcionando (até a morte física) esta é em realidade a morte permanente e final. Os mortais que são ressuscitados e depois elegem não continuar, dado que realmente entendem o que estão elegendo da mesma maneira cessarão de existir. Ninguém é obrigado a aceitar a vida eterna.

     A morte mental ou intelectual ocorre quando a ação da vontade humana foi destruída e sob esta circunstancia o Ajustador do Pensamento é liberado. Se anteriormente à morte da mente o humano elegeu a vida eterna então sua alma sobreviverá. A morte física, quando o corpo e a mente deixam de funcionar, também libera o Ajustador do Pensamento.

     Depois da morte o Ajustador perde temporariamente a personalidade porém não a identidade e o humano perde e identidade porém não a personalidade. Ambos se reúnem nos mundos de estância se o mortal não rechaçou deliberadamente a sobrevivência.

     A alma está totalmente inconsciente durante o sono da morte, um período entre a morte física e a ressurreição. Nunca um humano já falecido faz contato com seres viventes na Terra; nunca um Ajustador do Pensamento regressa à Terra como o ser que anteriormente habitou; nunca os sobreviventes enviam mensagens de volta todo este tipo de comunicação está proibida.

     Teus padrões de memória de criatura, teu espírito-mente, estão em posse de seu separado Ajustador do Pensamento. Tua identidade, tua alma moroncial, está na segura custódia dos Guardiães Seráficos do Destino. É a reunião da alma moroncial e do espírito-mente o que constitui a ressurreição de um sobrevivente dormente.

     O Templo da Nova Vida no mundo de mansões número um, tem câmaras de ressurreição para tantos como um milhão de indivíduos simultaneamente. Por toda a eternidade recordarás tuas profundas impressões ao ver as manhãs de ressurreição. Porém nada assim se pode comparar com a realidade experiencial da sobrevivência. Haverás experimentado a sobrevivência e a ressurreição!

     Depois de tua consciência e sorte ao experimentar a sobrevivência seguramente notarás tua nova forma moroncial. As formas de vida moroncial são diferentes, já não são de carne e osso e tua forma de personalidade refletirá progressivamente tua verdadeira beleza e eu interior. Na vida física, os mortais podem ser belos por fora, ainda que sejam pouco amáveis por dentro; na vida moroncial, e de forma crescente, nos seus níveis mais elevados, a forma da personalidade variará diretamente de acordo com a natureza da pessoa interior. Já não tem corpos masculinos ou femininos já que teu tempo de reprodução terminou, porém sim reténs características masculinas e femininas de personalidade. Tanto a comida quanto a água são plenamente utilizadas no corpo moroncial; mas não há dejetos residuais. Ainda que já não sejas de carne e osso somente estás um grau acima do nível físico, porém muito distante do nível espiritual.

     Depois de teu despertar nas salas de ressurreição, ser-te-á designado um novo lar e te darão dez dias (trinta dias de Urantia) de tempo livre. Quererás buscar no registro aos amigos e seres queridos que morreram antes de ti e visitá-los. Também explorarás os formosos arredores e aprenderás sobre o programa de treinamento, que logo começarás.

     Na Terra, os professores do jardim de infância começam com crianças de distintos antecedentes, experiências, níveis de habilidades e amadurecimento. O único modo de iniciar o ensinamento é individualmente. Os mestres no mundo de estância número um devem ter uma situação similar, e dizem que "começas lá exatamente onde hajas parado aqui". O treinamento é chamado ministração corretora de deficiências e consiste na correção e cura de defeitos do caráter e deficiências da experiência. Os defeitos relacionados com a vida familiar e a paternidade, a intolerância humana e a discriminação, são corrigidos ou se projetam para sua correção futura em Jerusém. Evoluiu-se o suficiente na vida mortal, então, ao final de teu tempo livre entrarás no sonho de transição e avançarás para teu mundo designado e apropriado.

     O mundo de mansões número dois provê a remoção dos conflitos intelectuais e das variedades de desarmonia mental. A mota, desconhecida para nós, é uma técnica para descobrir a verdade, a beleza e a bondade. O método de ensino usado apresentar as idéias filosóficas mais elevadas do homem, junto com a mota moroncial. O ensinamento da mota começa no primeiro mundo de mansões, porém é estudada mais profundamente no segundo.

     No terceiro mundo de estância mansões continua a mota, porém aqui o progresso real se baseia na compreensão dos significados cósmicos e as inter-relações do universo. O treinamento se torna positivo em vez de corretivo de defeitos e deficiências. No mundo de mansões três também se permitirá visitar a sede das ordens angélicas e suas escolas de treinamento.

     Alcança-se um progresso real nas áreas da cultura moroncial e a vida social no quarto mundo de mansões. Uma nova ordem social se apresenta, a qual está baseada na verdadeira apreciação e o amor desinteressado do destino supremo compartido a meta do Paraíso de adoração e perfeição divina. Permitir-se-á visitar as escolas de treinamento dos superanjos, que incluem às Brilhantes Estrelas Vespertinas. Antes de deixar o mundo de mansões número quatro terás dominado o idioma do universo local.

     De tuas experiências no mundo de mansões número cinco, o livro de Urantia diz: "Esse é verdadeiramente um tempo de expansão de horizontes. Para as mentes ampliadas dos mortais ascendentes, tem início o alvorecer magnífico e estupendo daquele destino superno e divino, que aguarda a todos que completam a ascensão progressiva ao Paraíso; ascensão esta que foi iniciada de um modo tão laborioso, mas tão jubiloso e auspicioso. É mais ou menos nesse ponto que o mortal ascendente comum começa a manifestar um entusiasmo experiencial autêntico pela ascensão a Havona. O estudo torna-se voluntário; o serviço altruísta passa a ser natural e a adoração espontânea. Um caráter verdadeiramente moroncial está florescendo; e uma criatura moroncial real está evoluindo."

     Agora aperfeiçoas o idioma de Uversa, a capital de nosso superuniverso. Todos os mortais ascendentes são bilíngues desde a capital do sistema (sendo a nossa Jerusém) até Havona. No quinto mundo das mansões, aprendes sobre os mundos de estudo da constelação. Muito dessa preparação continuará nos mundos seis e sete.

     A fusão com teu Ajustador do Pensamento pode haver ocorrido previamente, porém quase sempre não sucede senão até que estejas no quinto ou sexto mundo de mansões. A fusão perfeita de tua mente teu Ajustador divino está marcada por uma simples cerimônia mediante a qual, na presença de teus amigos, os mensageiros de confirmação dizem:

     "Este é um filho amado, em quem eu muito me comprazo". Este é o momento da verdadeira entrada à carreira eterna de serviço. Provindo de origens tão baixas, é destacável que ainda sigamos sendo mais ou menos materiais e estamos ainda distantes de ser espírito.

     No sexto mundo de mansões a instrução começa com a técnica da administração do universo. Assim mesmo, iniciam as primeiras lições sobre a próxima carreira espiritual em preparação para a graduação dos mundos de mansões.

     A preparação para a cidadania de Jerusém é a tarefa e conquista que coroa o sétimo mundo de mansões. Centenas de vezes durante a ascensão dos mundos de mansões havias visitado Jerusém, porém sempre como convidado. Hás progredido como um indivíduo, porém partirás a Jerusém como parte de um grupo. Quase sempre se permite aos ascendentes esperar no sétimo mundo a um ser amado para unir-se com ele.

     Um enorme mar de cristal circular de quilômetros de diâmetro, se encontra em quase todos os mundos arquitetônicos. A parte de seu precioso valor serve como campo de aterrissagem aos serafins de transporte, contém fatores superuniversais de refletividade e modifica as correntes do espaço para os fluxos de energia física que chegam. Quando chega o momento da partida para Jerusém, todo mundo se reúne neste mar de cristal para despedir de teu grupo de graduação.

     A chegada de teu grupo é recebida por todo Jerusém, à qual os profetas chamaram o céu, e baseados em nossos padrões a grandiosidade de Jerusém está mais além de nossa imaginação humana. Jerusém harmoniza e se adapta perfeitamente às três fases de existência; a material, a moroncial e a espiritual. Esta formosa esfera, cem vezes maior que Urantia, tem luz e temperatura controladas. Existem milhares de pequenos lagos e abundantes plantas físicas e vida moroncial. Tudo está balanceado delicadamente sem luta pela existência.

     Jerusém tem ainda um centro de transportação compatível com as correntes de energia. Das áreas de fabricação e laboratório assombrariam inclusive aos químicos e inventores mais experientes. Nesta secção existe uma economia material baseada em técnicas mecânicas perfeitas, e de ganho físico. O mar de cristal tem um enorme anfiteatro onde se sentam mais de cinco bilhões de seres - materiais e moronciais. Escutar as notícias que chegam do universo é um passatempo favorito, e as transmissões do Paraíso são apoiadas pelos amigos de Uversa, para que tudo ouvido se torne entendido.

     O treinamento se enfocará nas atividades de grupo e em tua vontade de colaborar desinteressadamente com o grupo antes que a ti. Também é necessário que tenhas experiência de paternidade, a qual é fundamental para entender a relação do Pai Universal com seus filhos do universo. Geralmente, se criaste a três ou mais filhos durante tua vida na carne terás obtido a experiência necessária. Este serviço de ministério paterno é essencial tanto para os homens como para as mulheres; todos devem experimentar a paternidade.

     Os filhos que morreram antes da chegada de seus Ajustadores do Pensamento ou que não haviam feito uma eleição, enquanto sua carreira até o Paraíso são cuidados nos berçário no mundo de transição de número um. Os estudantes dos mundos das mansões que têm uma ou mais crianças no berçário probatório podem solicitar a oportunidade de funcionar como progenitores solidários dos seus próprios filhos e outras crianças.

     Desde Jerusém, a capital do sistema, progrides através dos setenta mundos da constelação até a esfera capital de Edêntia. Esta é a vida moroncial verdadeira, e a época mais estável em tua carreira mortal ascendente até a conquista do estado de finalitor. Aprenderás o segredo das inter-relações agradáveis e proveitosas, e dominarás a ética de grupo.

     Lenta e sistematicamente viverás, trabalharás, descansarás, cooperarás e alcançarás harmonia social com os seres moronciais intelectualmente similares, e em tudo mais, são totalmente diferentes. O treinamento da constelação enfatiza o bem-estar grupal, racial, nacional e planetário mais do que a conquista individual pois, sobretudo, os Altíssimos governam os reinos dos homens mais que os corações dos homens.

     Desde Edêntia te unirás a ascendentes mortais de todas as constelações de Nébadon e juntos passarão através dos 490 mundos de treinamento na obtenção da cidadania de Sálvington. Estes mundos maravilhosos são chamados Universidade Melquisedeque. O sistema de educação inclui os mundos encarregados da vida física com laboratórios de energias viventes, vida moroncial, vida espiritual incipiente, intermediária, avançada, e auto-realização coordenada suprema. Uma intensa revisão e coordenação de experiência preparar-te-ão para as escolas Melquisedeque de treinamento universal.

     Depois do treinamento da constelação, residirás no mundo lar de Melquisedeque, na esfera de mesmo nome, para começar a educação especializada e o treinamento progressivo de Sálvington. Aqui se localizam as escolas especializadas, tais como a Faculdade Melquisedeque de Dotação Espiritual e a Faculdade de Ética Superior.

     Como irás descobrindo, Urantia é de muitas formas um mundo espiritualmente confuso e irregular, tal e como nosso sistema, devido em parte à rebelião contra Michael de Nébadon. A eleição por parte de Michael de Urantia, sobre sua auto-outorga como Jesus de Nazaré, literalmente, pois a Urantia no mapa do universo. Isto, combinado com os problemas administrativos da rebelião de Lúcifer; transformou ao universo local de Nébadon em uma clínica de treinamento para outros universos. Portanto, a ordem Melquisedeque em Nébadon e suas escolas são reconhecidas em 10.000 universos locais e estão cheias de estudantes visitantes e observadores. Apesar de nossa baixa herança evolucinária e nossa pobreza espiritual, somos de muitas maneiras os mortais de nosso superuniverso mais avantajados em experiências. O termo "aventura" se aplica apropriadamente a nossas carreiras de ascensão.

     Passarás da etapa final moroncial e adquirirás verdadeira identidade espiritual justo antes de deixar Sálvington. Até agora fostes um progressor moroncial ensinado, treinado, fomentado e guiado pela elevadas personalidades de Nébadon. Como um cidadão do mundo capital de Sálvington serás preparado para a aventura do superuniverso onde te converterás em pupilo dos Anciães dos Dias. Michael de Nébadon, nosso Filho Criador, e nosso Espírito Materno do universo local confirmarão tua etapa de espírito. Esta confirmação estabelece para sempre tua condição como um mortal ascendente já que nenhum pupilo do super-universo jamais se desviou.

     Como espírito jovem no superuniverso teu treinamento continua. Quanto mais aperfeiçoado te tornes, é mais difícil transmitir uma descrição terrena comparável. O livro de Urantia diz que se dá ênfase no domínio da administração do universo local e superuniversal. "A razão de toda esta experiência não é totalmente clara agora, porém este treinamento sem dúvida é sábio e necessário em vista do seu possível destino futuro como membros do Corpo de Finalidade". (p. 342)

     Com o desenvolvimento do espírito completo te tornarás um Peregrino de Havona, onde tua educação pessoal começa: intelectual, espiritual e experiencial. Se todo este treinamento e educação soam intermináveis, o é. Porém não esqueças que já não és uma criatura do espaço e do tempo, se não um espírito aperfeiçoando-se. Progredirás de um mundo perfeito a outro, em um total de um bilhão de esferas perfeitas, até que alcances a residência no Paraíso.

     Nos mundos divinos do universo central, a vida é tão rica, plena, completa e repleta, que transcende totalmente à concepção humana de qualquer coisa que um ser criado pudesse talvez experimentar. As atividades sociais e econômicas dessa criação eterna são inteiramente distintas das ocupações das criaturas materiais que vivem nos mundos evolucionários, tais como Urantia. Até mesmo a técnica de pensamento em Havona é diferente do modo do pensar em Urantia.

     À medida que tu, recém-chegado à Havona, progrides espiritualmente, e adquires a compreensão da identidade do Espírito Mestre do teu superuniverso, poderás alcançar a compreensão da Supremacia. Em seguida te preparas para a aventura da Deidade. Depois de alcançar o Espírito Infinito progredirás até o Filho Eterno e desde o Filho Original eventualmente reconhecerás ao Pai Universal. Esta gloriosa conquista significa a aceitação para o serviço do Paraíso, o qual te constitui como membro integrante do Corpo de Finalidade.

     Os membros do Corpo de Finalidade são aperfeiçoados espíritos da sexta etapa e são enviados a designações que requerem a participação dos assuntos da administração dos superuniversos. Considerando este destino aparente, o fato é que existe um passo a mais, ainda que a natureza deste último passo ainda não é revelada. Os mortais glorificados não alcançaram estado de finalitores de espírito último. Eles alcançaram o limite atual da perfeição da criatura, mas não a finalidade do serviço da criatura. Conseguiram a realização da adoração da Deidade, porém não a finalidade da conquista experiencial da Deidade.

     Existe mistério e especulação quanto ao destino último do Corpo de Finalidade do Paraíso. "Parece evidente para todos nós que as designações presentes das criaturas aperfeiçoadas evolucinárias participam na natureza dos cursos de pós-graduação do entendimento do universo e administração superuniversal; e todos nós perguntamos: Por que os Deuses estão tão interessados em treinar profundamente aos sobreviventes mortais na técnica de administração do universo?" (p. 348)

     Certamente por quê?

     A vida eterna é um presente divino, que livremente podes escolher receber. " ... morte é só o início de uma interminável carreira de aventura, uma vida sempre eterna de antecipação, uma viagem eterna de descobrimento". (p. 159).

15  Vivendo na Presença de Deus

     Todos os mortais moralmente conscientes e de mente normal em Urantia estão habitados por Deus o Pai; um fragmento do Pai está dentro de ti. Isto não te faz semelhante a Deus porém podes eleger livremente viver em associação com Deus; podes escolher a vontade de Deus compartilhando tua vida interior.

     À vontade de Deus é o caminho de Deus. Porém, como conheces a vontade de Deus, o caminho de Deus? A imitação de Deus é a chave para a perfeição. Teus ideais e conceitos mais elevados de Deus determinarão o que percebes como vontade Deus; é algo totalmente individual e baseado em tua relação pessoal com Deus.

     Uma relação não pode existir sem certo tipo de comunicação. A oração, inclusive com seu elemento de proveito próprio, é uma forma de comunicação; dividir tua vida com Deus. Através da oração incrementa tua consciência de Deus, tua perspicácia da divina presença dentro de ti.

     A oração pode ser muito produtiva ao teu crescimento espiritual se sinceramente quiseres descobrir os valores verdadeiros da vida, o amor supremo de Deus e o amor desinteressado a teus semelhantes. "Pedi e recebereis; buscai e encontrareis.".

     Detenha-te e consideras sobre quê pedes, guia e ajuda. Vês desenvolver-se o crescimento e o amadurecimento espiritual? Tem prosseguido a pedir uma vida mais fácil a pedir que recebas ajuda para dar o melhor de ti espiritualmente ou converte-te em um ser humano mais amante?

     A atitude também tem um papel no teu desenvolvimento espiritual. Vês a vida como uma luta constante e às vezes perguntas "Por que eu?", ou vês a vida como uma oportunidade de ganhar valiosas experiências? Sempre te deténs a considerar e sopesar o significado do teu problema imediato? Pergunta-te a ti mesmo se este problema importará no próximo ano ou dentro de um bilhão de anos. O problema importará se surge através de, ou tem que haver com uma relação, importará? Ao menos a experiência de trabalhar através destes problemas tem um valor perdurável? Durante toda tua carreira de ascensão as relações são importantíssimas e de valor supremo.

     Depois de ler "A vida e os ensinamentos de Jesus" no livro de Urantia encontrarás muito útil, inclusive penetrante, perguntar-te a ti mesmo, que é o quê realmente faria Jesus se estivesse em tua situação. Ocasionalmente não saberás o que Jesus faria, excepcionalmente não saberás o caminho de Deus.

     Teu crescimento espiritual não pode ser aprendido ou perdido, dado ou recebido, porque o crescimento está baseado na experiência pessoal e em teus hábitos de pensamento e ação. Os hábitos que favorecem o crescimento e produzem experiências espirituais incluem; consciência de que teus semelhantes também estão habitados por Deus, reconhecimento do valor de teus semelhantes, e de que pode ser amado, compartir tua vida espiritual com teus semelhantes, resolução de problemas através da oração, meditação reflexiva sobre significados cósmicos e valores divinos, evitar o egoísmo, dar serviço amoroso, negação a abusar da misericórdia divina, e viver em companheirismo na presença de Deus.

16  O Desenvolvimento de Urantia - *A Carreira de Outorgamento de Michael

     Urantia teve sua origem em nosso sol e este se originou na nebulosa Andronover, componente do universo local de Nébadon. A nebulosa Andronover se iniciou cerca de 875 bilhões de anos e a dispersão e nascimento do nosso sol ocorreu faz cerca de 6 bilhões de anos.

     Faz 3 bilhões de anos nosso sistema solar alcançou um nível de estabilidade e funciona de forma muito similar agora a como o fazia antes. Durante este período de desenvolvimento, ocorriam eventos extraordinários em outra parte de nosso universo local de Nébadon.

     *Faz quase um bilhão de anos Michael embarcou em sua primeira missão de auto-outorga. Em sua transmissão de despedida anunciou que seu irmão mais velho, Emanuel, assumiria a autoridade em Nébadon, enquanto ele estaria em uma missão não explicada para fazer a vontade das Deidades do Paraíso. Só a Ministra Divina, Emanuel e Gabriel conheciam a natureza e o paradeiro do Filho Criador de Nébadon.

     Três dias depois uma transmissão nunca antes escutada dos Melquisedeques anunciou a chegada de um estranho Melquisedeque, mas não de seu número, porém, sim inteiramente similar a sua ordem. Os Anciães dos Dias haviam emitido ordens, aprovadas por Emanuel de Sálvington, as quais solicitavam que o novo Filho Melquisedeque fosse recebido em sua ordem e designado ao serviço de emergência dos Melquisedeques de Nébadon. Nada mais aparece nos registros de Sálvington durante cem anos de Urantia e depois só se registra o regresso, e o governo reassumido sem anúncio por parte de Michael.

     Sem dúvida, um registro do serviço deste Filho Melquisedeque único, que incluiu vinte e quatro missões de emergência no universo, é preservado em um simples templo próximo do lar do Pai Melquisedeque. Este registro certifica que este visitante na semelhança de um Melquisedeque, viveu, trabalhou e fielmente executou todas suas designações. O registro termina: "Por consentimento universal se tornou chefe dos Melquisedeques, tendo ganhado nosso amor e adoração por sua sabedoria sem par, amor supremo, e magnífica devoção ao dever. Ele nos amou nos entendeu, e serviu conosco, e para sempre nós somos seus companheiros Melquisedeques, devotos, já que este estranho em nosso mundo agora se tornou eternamente um ministro do universo de natureza Melquisedeque".

     A estabilização da crosta terrestre começou a cerca de 850 milhões de anos.

     *Nesta ocasião começaram os problemas com os protestos de Lutêntia, o rebelde Soberano de Sistema, que envolvia em um julgamento que passou pelos Pais da Constelação, e aprovado pelo Fiel dos Dias. Este Soberano de Sistema estava tão insatisfeito com o veredicto que encabeçou uma rebelião contrária ao a soberania do Filho Criador de Nébadon. Quando foi solicitado um novo soberano do Sistema, Michael partiu de sua esfera sede, deixando a autoridade nas mãos de Emanuel. Três dias depois um novo e desconhecido membro da ordem primária dos Filhos Lanonandeques se reportou, trazendo credenciais dos Anciões dos Dias, certificadas por Emanuel, e solicitou este novo Filho ser designado como Soberano Interino do Sistema, para substituir ao deposto Lutêntia.

     Nenhum Soberano de Sistema foi tão amado, honrado ou respeitado. Com justiça e misericórdia, pois o confuso sistema em ordem. Ministrou a todos os seus membros e inclusive ofereceu compartilhar o trono do sistema com Lutêntia, se só se desculpasse com Emanuel. Lutêncio relutou rechaçou, sabendo que este estranho Soberano do Sistema era Michael, porém milhões de seus seguidores mal encaminhados aceitaram o perdão. Quando o Soberano do Sistema permanente chegou toda a Palônia lamentou a perda do governante mais nobre e bondoso nunca antes conhecido em Nébadon, chamado o Soberano Salvador.

     Na celebração de despedida Lutêntia mandou esta mensagem: "Justo e reto és em todos os sentidos. Ainda que continuasse rechaçando o governo do Paraíso, sou compelido a confessar que tu és um administrador justo e misericordioso". Três dias depois que este Soberano do Sistema se foi, Michael assumiu o governo de Nébadon.

     A formação da massa de terra continental e os oceanos têm cerca de 700 milhões de anos, assinalou que Urantia estava alcançando condições favoráveis como habitat da vida marinha.

     *Nesta ocasião os Portadores de Vida de outro planeta solicitaram um Filho Material como Príncipe Planetário interino. O Príncipe deste outro planeta havia falhado quando o seu Soberano do Sistema se desviou, sendo esta a segunda rebelião desse tipo em todo Nébadon até o momento. Havendo posto a autoridade nas mãos de Emanuel e despedindo-se do Espírito Materno do universo, Michael se desvaneceu do campo de despacho se Sálvington para aparecer sem anúncio três dias depois. O novo e misterioso Filho Material foi designado Príncipe Planetário do mundo 217 e trabalhou só durante uma geração inteira neste mundo em quarentena de secessão e rebelião.

     Conseguiu o arrependimento do Príncipe Planetário desertor e todo o seu séquito e restabeleceu o planeta no serviço leal do governo do Paraíso. Quando um Filho e uma Filha Material visíveis chegaram ao mundo liberado, o Príncipe Planetário emergente partiu formalmente. Três dias depois Michael estava em seu lugar em Sálvington e pouco depois as transmissões do superuniverso faziam a quarta proclamação, que anunciava o avanço adicional da soberania de Michael em Nébadon.

     Fazem quase 550 milhões de anos quando o corpo de Portadores da Vida retornou a Urantia. Em cooperação com as forças espirituais e superfísicas, organizaram e iniciaram os modelos originais de vida desse mundo e os plantaram nas águas hospitaleiras desse reino.

     *Por volta deste momento as transmissões do universo anunciaram a chegada não anunciada de um serafim desconhecido que provou pertencer à ordem suprema dos anjos e foi designado aos corpos de conselheiros de ensinamento. Durante este tempo foi um conselheiro de ensinamento seráfico, o que poderíamos chamar um secretário particular, e trabalhou para vinte e seis instrutores-mestres distintos, funcionando em vinte e dois mundos diferentes. Sua última designação foi como ajudante de um Filho Mestre Trinitário que nunca esteve seguro da identidade de seu colega.

     Durante toda essa época, todos os serafins supremos eram vistos com peculiar interesse e escrutínio, sabendo que o Soberano amado estava fora, no universo, no corpo de um Serafim. Com respeito aos anjos, seu Criador e Governante é, "sob todos os pontos de vista, provado e testado, à semelhança da personalidade seráfica".

     A transição da vida vegetal a animal ocorreu 100 milhões de anos depois das implantações marinhas, há 450 milhões de anos. Os desenvolvimentos repentinos continuariam durante toda a marcha evolucinária.

     Faz 400 milhões de anos, a vida marinha, tanto a vegetal quanto a animal, estava distribuída por todo o planeta quando repentinamente apareceram os primeiros animais multicelulares, apareceram e dominaram as águas. Durante os próximos 90 milhões de anos ocorreriam as elevações e os afundamentos de terra, com os deslocamentos naturais das águas. As plantas das terras migram para distâncias cada vez mais extensas e distantes das linhas litorâneas.

     *Faz um pouco mais de 300 milhões de anos Michael transferiu a autoridade do universo a Emanuel e anunciou que seu destino era Uversa, a capital do nosso superuniverso Orvônton. As transmissões de Uversa logo reportaram que um peregrino ascendente de origem mortal de Nébadon, sem anúncio nem número havia chegado acompanhado por Gabriel de Sálvington, e que era um verdadeiro espírito recebido em sua comunidade.

     Eventod, como era chamado, era uma personalidade magnífica na exata semelhança da etapa de espírito dos mortais ascendentes. Viveu e executou seus deveres de um espírito mortal junto com seus companheiros de vários universos locais de Orvônton. Provou ser digno da confiança e segurança de seus superiores, e digno do respeito e admiração leal de seus companheiros. Continuou a sua carreira, até o momento do avanço de um grupo de mortais ascendentes até Havona; depois do que manteve uma conversa com os Anciães dos Dias e, imediatamente, em companhia de Gabriel, deixou Uversa, subitamente e sem maior cerimônia, aparecendo, pouco depois, no seu lugar habitual em Sálvington.

     Michael aparentemente estava encarnando em semelhança de suas variadas ordens de personalidade do universo desde os elevados Melquisedeques (e provavelmente) até os mortais de carne e osso. Especula-se muito sobre a técnica mediante a qual um Criador Universal pode assumir a personalidade, e viver a vida, de uma de suas próprias criaturas subordinadas, porém segue sendo um mistério para todos, exceto para os Filhos que encarnam.

     Há 250 milhões de anos, ocorreu a súbita aparição da família dos peixes seguida pela aparição repentina na Terra da família das plantas criptogâmicas. A medida que a família das criptogâmicas povoou a Terra, diminuíram os níveis de bióxido de carbono.

     Há 210 milhões de anos, os mares árticos, de águas quentes, cobriram a maior parte da América do Norte e Europa. Das águas salgadas dos mares, os caramujos, os escorpiões e as rãs arrastaram-se para a terra. Logo depois, os insetos fizeram a sua primeira aparição e, juntamente com aranhas, escorpiões, baratas, grilos e gafanhotos, logo se espalharam pelos continentes do mundo. Gradualmente a era da vida marinha diminuía e a segunda etapa da evolução se desenvolvia na Terra.

     *Faz cerca de 150 milhões de anos Michael anunciou que para sua sexta auto-outorga assumiria a carreira de um mortal moroncial de estado ascendente. Anunciou, além disso, que sua sétima e última auto-outorga seria na semelhança da carne mortal, em algum mundo evolucinário. Antes de deixar Sálvington com um Serafim e Gabriel, se dirigiu aos habitantes reunidos e então partiu à vista de todos. Em todos os aspectos o mortal moroncial de Endantum foi aprovado igual que seus companheiros repersonalizados dos mundos materiais de toda a constelação de sua permanência.

     Michael foi o amigo e simpático ajudante inclusive na forma mais baixa de inteligência criada. Foram informados mais adiante sobre o seu regresso, milhões e milhões de seres reuniram-se para celebrar o retorno de Michael. Em resposta às expressões de apreço de um Soberano tão vitalmente interessado por suas criaturas, Michael respondeu, "Eu tenho apenas cuidado dos assuntos do meu Pai. Estou apenas dando cumprimento à satisfação dada aos Filhos do Paraíso, de amar e buscar compreender as suas criaturas".

     Faz cerca de 140 milhões de anos que os dinossauros répteis apareceram repentinamente. Durante um período de 25 milhões de anos a era dos dinossauros alcançou seu esplendor e desapareceu. Haviam evoluído em criaturas cada vez maiores que requeriam enormes quantidades de comida e careciam da inteligência para sobreviver. Finalmente, quando a Terra esteve tão super povoada de dinossauros, estes literalmente morreram de fome.

     De repente, faz 90 milhões de anos, as árvores com flores, apareceram. Os bosques de plantas criptogâmicas foram substituídos por pinheiros, sequóias e outras árvores. Vinte e cinco milhões de anos depois, a família das plantas com flores mudou e elas se espalharam por todo o mundo.

     A marcha evolucinária continuou e faz 55 milhões de anos os primeiros pássaros verdadeiros apareceram de repente. Cinco milhões de anos depois, os répteis ancestrais surgiram de improviso o primeiro dos mamíferos primitivos. Evoluíram para viver na terra, nas copas das árvores, no ar e debaixo d'água.

     Os tipos modernos de mamíferos começaram a fazer sua aparição faz 30 milhões de anos. Naquele momento apareceram improvisadamente os tipos ungulados tais como o cavalo. Assim mesmo, os ancestrais primitivos dos lêmures fizeram sua primeira aparição. Ao final desta era as formas ancestrais da maioria das coisas vivas já existiam então. O clima variável e o terreno contribuíram à migração e adaptação dos seres vivos.

     Faz cerca de um milhão de anos ocorreram três mutações repentinas do tipo de lêmure mamífero as quais se converteriam nos ancestrais da espécie humana. Entre a descendência dos migrantes asiáticos dos antigos tipos de lêmure da América do Norte, subitamente apareceram os mamíferos primitivos. Só setenta gerações depois, também de repente, apareceram um novo e mais elevado grupo de mamíferos intermediários. Isto foi seguido por uma terceira mutação repentina, e surgiram os Primatas.

     Urantia foi registrada como um planeta habitado quando os Primatas progressivos repentinamente produziram os dois primeiros seres humanos, os ancestrais da humanidade.

17  O Estabelecimento das Raças Humanas - *Atividades Celestiais

     A estirpe da espécie humana provém dos lêmures primitivos, igual aos tipos modernos de lêmures, gibões e macacos. Estes primeiros lêmures, agora extintos, foram ancestrais de ambas espécies; não evoluímos dos lêmures, gibões ou macacos modernos. A ascendência direta da humanidade teve lugar no sudoeste da Ásia, emigrou então à península da Pérsia ou Mesopotâmia e os descendentes superiores deste mamífero primitivo do tipo lêmure fundaram dois grandes grupos: As tribos modernas de símios e a espécie humana de hoje em dia. O homem e o macaco estão relacionados somente quando surgiram dos mamíferos intermediários.

     Os dois mamíferos intermediários superiores foram gêmeos, um macho e uma fêmea, e foram designados primatas por serem, os ancestrais animais diretos dos primeiros humanos. Estes dois primatas se mantinham eretos e cresceram até uma altura de mais de um metro e cinqüenta centímetros. Aprenderam a comunicar-se através de sinais e sons, ainda que não pudesse fazer que o resto de sua tribo os entendesse. Finalmente, quando tinham cerca de quatorze anos de idade, eles fugiram de sua tribo e estabeleceram uma nova espécie de primatas, a raça humana, na costa oeste da Mesopotâmia.

     Desde os antigos mamíferos aos mamíferos intermediários e até aqueles dois Primatas superiores passaram 21.000 anos quando de repente nasceram os primeiros dois humanos. O nascimento desses gêmeos, um macho e uma fêmea, ocorreu faz 993.494 anos contando até 2009.

     Estes dois seres tinham pés e polegares humanos perfeitos. Na aparência geral, se pareciam muito aos esquimós de hoje em dia. Desenvolveram novas emoções tais como a admiração, a vaidade, e as emoções de adoração tais como o temor reverencial, o tributo, a gratidão e a humildade. A ignorância dos fenômenos naturais e o temor deram vida à religião primitiva.

     Muito cedo, os gêmeos aprenderam a comunicação verbal, porém não puderam ensinar muito aos seus pais. Foi um dia importante quando tinham ao redor de 9 anos e decidiram viver com e para o outro e fugiram de sua tribo. Por temor a desagradar a seu pai adiaram esta decisão, porém fizeram planos. Tinham cerca de 11 anos quando seu plano de fugir foi concretizado. Logo antes de partir houve um ataque de gibões, e sua mãe foi eliminada enquanto os protegia. Seu pai chegou e venceu aos gibões. Os gêmeos realizaram seu plano e fugiram para o norte durante a noite. Seu pai estava tão desiludido e se recusou a comer e depois vagou pelo bosque onde foi golpeado até morrer por gibões hostis.

     *Durante toda a evolução os Portadores de Vida testemunharam este progresso, porém antes que o circuito planetário pudesse ser estabelecido os ministros mais elevados da mente já estavam funcionando na mente evolucinária. Quando os gêmeos tinham cerca de dez anos o espírito da adoração fez seu primeiro contato e então quando a decisão final de fugir foi tomada, o espírito da sabedoria começou a funcionar em Urantia. Este foi o sinal da existência, na Terra, de mente com a dignidade da vontade, cujo reconhecimento veio de Sálvington, Edêntia e Jerusém. A longa supervisão do planeta realizada pelos Portadores de Vida havia finalizado.

     Os gêmeos chamavam um ao outro de Sonta-an e de Sonta-en; Sonta-an significando "amado pela mãe", e Sonta-en significando "amada pelo pai". Por todo Nébadon foram conhecidos como Andon que significa "a primeira criatura similar ao pai que mostra sede humana de perfeição" e Fonta, que significa "a primeira criatura similar ao filho que mostra fome humana de perfeição". Porém não foi se não até sua fusão com Ajustador do Pensamento que os concederam estes nomes.

     A idéia de fazer fogo das chispas de pedras foi concebida por Andon em sua travessia para o norte, porém não foi se não até que as noites se tornaram frias quando trataram de acender uma fogueira. Durante dois meses tentaram sem êxito acender pedaços de madeira até que Fonta teve a idéia de usar um velho ninho de ave como comburente. Este maravilhoso descobrimento os permitiu desafiar o clima e os tornou para sempre independentes de seus parentes animais.

     O primeiro filho de Andon e Fonta nasceu quase dois anos depois da noite em que o casal partiu de casa. O chamaram Sontad e ele foi a primeira criatura que nasceu, em Urantia, a ser enrolada em uma coberta protetora no momento do nascimento. Dezenove filhos e quase 50 netos e seis bisnetos nasceram durante sua vida. Todos estes Andonitas mostraram um espírito de clã, caçavam juntos e viviam em semi-covas interconectadas.

     Foi com a idade de quarenta e dois anos, quando umas pedras caíram devido a um terremoto, que morreram Andon, Fonta, cinco de seus filhos e onze de seus netos. Sontad então assumiu a liderança do clã junto com sua esposa, sua irmã mais velha. Até a vigésima geração, esta família de Andon e Fonta se manteve unida até que a competição pela comida e a tensão social ocasionaram a dispersão dos Andonitas. E assim, os descendentes de Andon e Fonta se deslocaram para o oeste na Europa e se estabeleceram em mais de mil locais separadamente. Durante milhares de anos viveram ao longo do rio Somme na França, acampando próximo das bordas dos bosques e ao lado dos arroios. A medida que a era do gelo descia mais para o sul seus descendentes tiveram que viver em covas para proteger-se.

     No transcurso dos seguintes 10.000 anos a cultura e o estado espiritual Andonitas se estagnaram. O impulso da fome originou uma forma de culto animal entre os Andonitas. Várias formas de adoração animal tais como a doutrina cristã da expiação do pecado mediante o "derramamento de sangue", os sacrifícios animais primitivos dos hebreus se originaram com os primeiros Andonitas. Depois de 10.000 anos um líder chamado Onagar trouxe paz e dirigiu as várias tribos para a adoração do "Doador do Alento aos homens e animais". Onagar evangelizou suas novas doutrinas de um só Deus, a Deidade e uma vida depois da morte no chamado "Grande Além". Esta gente foi ainda os primeiros a cozinhar a carne em vez de comê-la crua. Porém esta idade dourada do homem primitivo se deteriorou subseqüentemente e esteve em seu ponto mais baixo faz 900.000 anos ou apenas 100.000 anos depois do nascimento de Andon e Fonta.

     Faz quase 850.000 anos os descendentes de Badonan, um tataraneto de Andon, começaram o extermínio de seus vizinhos inferiores e animais que se haviam mesclado tanto com as criaturas simiescas do bosque que dificilmente eram humanas. Os descendentes desta cepa de Badonan mesclada, porém melhorada foram consideradas como um povo novo - Neandertal.

     As raças de Neandertal dominaram o mundo durante quase meio milhão de anos. Fizeram ferramentas com pedras, foram lutadores excelentes e viajaram extensamente. Vagaram, caçaram e lutaram, porém em resumo, progrediram pouco. Sua religião tão primitiva esteve baseada em horríveis medos das forças naturais tais como as nuvens, a neblina, os trovões, e especialmente à escuridão. Quando a lua brilhava na noite controlavam seu medo, porém nas noites sem lua se aterrorizavam e sacrificavam os seus melhores exemplares de homens e mulheres, em um esforço para induzir a lua a brilhar de novo. A cerimônia do sacrifício humano persistiu durante muito tempo, ainda que o propósito mudasse.

     Há 500 mil anos nos altiplanos norte ocidentais da Índia depois de uma guerra implacável, viveram quase 100 famílias de Badonan (Neandertal). Eles eram os descendentes mais superiores de Andon e Fonta que viviam então. Uma destas famílias, a família sangique começou de repente a ter filhos com um intelecto inusualmente elevado e com a tendência singular de torna-se de cores variadas quando se expunham a luz do sol. Assim se converteram nos ancestrais das seis raças de cor em Urantia.

     Em outros planetas evolucinários a seqüência é: primeiro evolui o homem vermelho, e época depois, uma por uma, as restantes cinco raças de cor fazem a sua aparição, e então segue a chegada do Príncipe Planetário e seu séquito. Sem dúvida Urantia mostrou ser mais inusual já que Andon e Fonta evoluíram primeiro, e depois as seis raças de cor apareceram simultaneamente e em uma só família, e a chegada do Príncipe Planetário ocorreu quase meio milhão de anos depois da aparição da vontade humana.

     Dos 19 filhos da família sangique cinco eram vermelhos: o povo vermelho foi extraordinário e de muitas maneiras superior a Andon e Fonta. Era o grupo mais inteligente, estabeleceram uma civilização e um governo tribal, e não praticavam o casamento plural. Infelizmente não se davam bem com seus irmãos amarelos na Ásia, e posto que as tribos vermelhas se debilitaram ao lutar entre eles mesmos, as tribos amarelas os tiraram da Ásia. Faz 85.000 anos da raça vermelha quase pura migrou para a América do Norte e ocorreu um declive na inteligência e na cultura espiritual.

     Quase se extinguiram por causa das guerras tribais, pareciam condenados quando da aparição de um grande líder espiritual há 65.000 anos. Onamonalonton trouxe paz e reviveu a adoração de Deus, o "Grande Espírito" durante várias gerações. Muitos de seus últimos descendentes chegaram até os tempos modernos, entre os Índios Pés Negros. Porém de novo as guerras tribais impediram o estabelecimento de uma grande civilização. Quando os europeus descobriram a América, o homem vermelho não podia governar o homem branco, e não queria servir voluntariamente a ele. Nessas circunstâncias, se as duas raças não se misturam, uma ou a outra fica condenada.

     Duas crianças da família sangique eram alaranjadas: o povo alaranjado era construtor; amavam construir qualquer coisa e inclusive construíam grandes montes de pedra somente para ver que tribo podia construir o monte maior. Faz 300.000 anos Porshunta foi seu líder mais sábio. O povo laranja viveu ao longo do Nilo, até que foi massacrado pelo povo verde faz quase 100.000 de anos; os sobreviventes foram absorvidos pelos povos verdes e índigo.

     Quatro dos filhos sangiques eram amarelos. O povo amarelo cultivou um espírito de irmandade entre eles e desenvolveram comunidades e lares baseados na agricultura. Entraram num período de grande obscuridade espiritual faz quase 100.000 anos quando, um brilhante líder chamado Singlangton proclamou a adoração da "Única Verdade". A sobrevivência do homem amarelo na China moderna ocorreu graças a que são uma das nações mais pacíficas de Urantia.

     Dois dos dezenove filhos sangiques, eram verdes. Um dos grupos menos progressistas era a raça verde. Ao princípio de seu estabelecimento tiveram um líder cultural chamado Fantad, que os guiou na adoração da "A Única Fonte de Vida". Sua posterior migração dos altiplanos, da Índia para três áreas os debilitou enormemente. Aqueles que foram à África destruíram a seus quase igualmente inferiores primos laranja. Ambas raças tiveram líderes com características e traços de gigantes, muitos deles mediam entre dois metros e quarenta centímetros e dois metros e setenta centímetros. Muitos da cepa gigante da raça verde estavam no Egito, e se mesclaram posteriormente com a raça índiga.

     Quatro dos filhos sangiques eram azuis: o povo azul tinha a inteligência do homem vermelho e a alma e sentimento do homem amarelo. Foram os que mais responderam ao séquito do Príncipe Planetário e ficaram confusos quando ocorreu a rebelião de Lúcifer. Afortunadamente cerca de 500 anos depois um grande mestre chamado Orlandof dirigiu a muitas tribos para adoração do Deus verdadeiro conhecido como "Chefe Supremo". Depois foram elevados outra vez pelos descendentes de Adão e Eva aos quais preferiu aos homens azuis sobre as outras raças de cor que existiam. Os artefatos da Antiguidade da Pedra são da raça azul. As raças brancas de hoje em dia são descendentes do povo azul, mesclados ligeiramente com os povos amarelo e vermelho e, mais tarde, elevados em muito pela assimilação de porções maiores da raça violeta.

     Dois dos filhos sangiques eram índigo; a gente negra, a última em emigrar, conquistou a África, e exceto quando tirados dali a força como escravos, permaneceram naquele continente. Devido a que estavam isolados como o homem vermelho, tão pouco recebeu o benefício de mesclar-se com os descendentes de Adão e Eva. Orvonon, quem ensinou sobre "Deus de Deuses" foi um grande líder espiritual e iluminador dos povos índigos. E assim foi a fundação da espécie humana faz quase um milhão de anos e o nascimento das raças evolucinárias de cor faz meio milhão de anos.

18  A Primeira Revelação Transcendental em Urantia

     Há cerca de quinhentos mil anos, concomitantemente com o aparecimento das seis raças coloridas ou sangiques, Caligástia, o Príncipe Planetário, chegou a Urantia. Havia quase meio bilhão de seres humanos primitivos espalhados pela Europa, Ásia e África nesse momento e a sede do Príncipe foi estabelecida no centro da população mundial na Mesopotâmia.

     Caligástia era um Filho Lanonandeque da ordem secundária e havia completado cinco missões de honra e confiança, quando era membro do séquito pessoal do nosso Soberano do Sistema, Lúcifer. Nenhum outro Príncipe Planetário tinha uma experiência de preparação mais rica. Urantia era considerada como afortunada por contar com uma mente tão experimentada, brilhante e original.

     Caligástia buscou repetidamente uma comissão como Príncipe Planetário e não foi aprovado muitas vezes, senão até que foi designado finalmente a Urantia. Tinha um registro de lealdade e devoção, invejável, porém possuía uma intranqüilidade e uma tendência a não estar de acordo em alguns assuntos menores relacionados com a ordem estabelecida. E Caligástia estava desenvolvendo secretamente orgulho de personalidade; estava enamorando-se de si mesmo.

     Como é normal, um corpo de assistentes e ajudantes administrativos são enviados junto com o Príncipe Planetárlo. Daligástia, também um Filho Lanonandeque Secundário, era a cabeça deste grupo e o assistente de Caligástia. Em honra a Daligástia, a sede do Príncipe foi chamada Dalamátia.

     O séquito planetário, os membros corpóreos do corpo de assessores do Príncipe, conhecidos como os cem de Caligástia, eram os mais fascinantes. De mais de 785.000 cidadãos ascendentes de Jerusém, Caligástia escolheu a 100 para a missão de Urantia. Cada membro escolhido era de um planeta de origem diferente e nenhum era de Urantia.

     Os cem chegaram por meio de transporte seráfico. Os Portadores de Vida, com aprovação, tinham uma porção extraída do plasma vital de cinqüenta seres masculinos e cinqüenta femininos, aos quais representavam a sobrevivência das melhores cepas dos descendentes de Andon e Fonta. Este material vivente foi transplantado nos corpos materiais construídos dos cem de Caligástia. Desde o momento da chegada, a criação dos corpos especiais e a transferência do plasma vital, até a consciência, demoraram exatamente dez dias. Muita de nossa mitologia surgiu das lendas mutiladas em relação com a repersonalização em Urantia dos cem de Caligástia.

     O séquito corpóreo de 50 homens e 50 mulheres eram relativamente humanos já que tinha o plasma vital de uma das raças humanas, o plasma vital Andônico de Urantia. Sem dúvida estavam totalmente satisfeitos com uma dieta sem carne e este costume influenciou grupos, cuja origem vinha de raças evolucinárias, que se alimentavam exclusivamente de carne. Este séquito, sendo de natureza dual, foi munido com corpos sintonizados ao circuito de vida do sistema. As correntes vitais do sistema que circulavam através de suas formas materiais, e preveniam o envelhecimento e a morte, derivavam da fruta da árvore da vida, enviada de Edêntia. Os cem Andonitas que contribuíram com seu plasma humano foram modificados às correntes vitais do sistema no momento da doação e então puderam viver o mesmo tempo que o séquito ao compartir do fruto da árvore da vida. Esta fruta, sem dúvida, não tinha valor para nenhum dos outros humanos.

     O séquito corpóreo com corpos rematerializados era capaz de produzir uma nova ordem de seres físicos, porém se os avisou que não o fizessem, exceto sob certas condições. Ainda que seguissem suas instruções e não utilizaram a reprodução sexual, sim, exploraram cada fase imaginável da união da mente e a alma. Durante seu trigésimo terceiro ano em Urantia dois do séquito descobriam acidentalmente um fenômeno de sua união moroncial (da alma), supostamente não material e não sexual. Criaram o primeiro dos Seres Intermediários Primários visível para o séquito e os seres celestiais, porém invisível para os homens. Caligástia autorizou a todo o séquito corpóreo para que produzissem seres similares e eventualmente se criou o corpo original de 50.000 Seres Intermediários Primários.

     A organização dos cem acessores de Caligástia ocorreu nos dez conselhos seguintes:

  1. O conselho de alimentação e do bem estar material.
  2. O conselho de domesticação e de utilização de animais.
  3. Os consultores encarregados do controle de animais predadores.
  4. O corpo docente encarregado da disseminação e conservação do conhecimento.
  5. A comissão da indústria e do comércio.
  6. O colegiado da religião revelada.
  7. Os guardiães da saúde e da vida.
  8. O conselho planetário de arte e ciência.
  9. Os governadores das relações tribais avançadas.
  10. A corte suprema de coordenação tribal e de cooperação racial.

     Cada uma das dez comissões planetárias pôs-se a fazer progredir lenta e naturalmente os objetivos confiados a eles. Treinaram e inspiraram aos indivíduos superiores das tribos circunvizinhas e, por solicitude, os enviavam de regresso a sua gente como emissários de elevação social. A única grande tarefa era transformar paulatinamente o homem, desde um caçador até um pastor, esperando depois evoluir para um agricultor familiar e amante da paz. O processo de melhorar os costumes sociais das pessoas simples de Urantia, através da associação com uma cultura mais aprimorada e com mentes superiores, era lento, porém efetivo. A meta é a progressão por evolução não a revolução por revelação. E durante 300.000 anos trabalharam lentamente.

19  O Fracasso da Primeira Revelação Transcendental - *A Rebelião de Lúcifer

     Caligástia havia sido o Príncipe Planetário de Urantia durante trezentos mil anos, assistido por Daligástia, numerosas ordens celestiais, os cem de Caligástia rematerializados e seus associados humanos modificados. Lúcifer era o Soberano do Sistema e Satã era seu primeiro assistente.

     Nesta época Satã fez uma de suas chamadas periódicas de inspeção e informou a Caligástia sobre o plano de Lúcifer para anunciar sua "Declaração de Liberdade". O Príncipe Caligástia, com premeditação concordou atraiçoar a Urantia associando-se a rebelião.

     O erro sugere uma falta de agudez intelectual (mau entendimento); o mal, a deficiência de sabedoria (ajuste errôneo); o pecado, pobreza espiritual abjeta (uma eleição consciente de opor-se ao progresso espiritual); porém a iniqüidade (pecado persistente e habitual) indica o desaparecimento do controle da pessoalidade. A iniqüidade consiste em um desafio aberto e persistente da realidade reconhecida, e significa um tal grau de desintegração da pessoalidade que beira a insanidade cósmica.

     Depois da inspeção de Satã, Caligástia teve uma longa conferência com Daligástia e então os dois convocaram a uma junta extraordinária com os dez conselhos. Anunciou-se que Caligástia se proclamaria a si mesmo soberano absoluto de Urantia e que todos os grupos deveriam ceder suas funções e poderes a Daligástia, até que fossem reorganizados.

     Van, presidente do conselho supremo da coordenação convenceu a todos que não participassem neste ato de rebelião pessoal se não até que apelassem a Lúcifer. Sem saber sobre o envolvimento de Lúcifer nem dos planos de pós-rebelião, entraram em comoção com as ordens de Lúcifer que designavam a Caligástia como soberano supremo em Urantia e exigiam fidelidade inquestionável.

     Durante o discurso subseqüente de sete horas Van acusou formalmente a Daligástia, Caligástia e Lúcifer de apoio contumaz contra a soberania do universo de Nébadon e apelou aos Altíssimos de Edêntia para solicitar apoio e confirmação. Portanto, sem aviso prévio, os circuitos do sistema foram cortados. Urantia estava isolada totalmente separada de todo conselho ou aviso exterior: Isto ocorreu por que Lúcifer havia emitido seu manifesto rebelde em Jerusém e todas as transmissões recebidas, emitidas e inter planetárias se detiveram no sistema de Satânia.

     *O manifesto de Lúcifer tomou forma na seguinte "Declaração de Liberdade":

     1 - A realidade do Pai Universal.

     Lúcifer alegou que o Pai Universal era um mito inventado pelos Filhos do Paraíso para poder controlar os universos. Dizia que o Pai não existia e que os finalitores estavam compactuando com os Filhos do Paraíso. Essencialmente declarava que Deus era um engano uma grande mentira e que todos os que declaravam ter visto o Pai eram uns mentirosos.

     2 - O governo universal do Filho Criador - Michael.

     Lúcifer reconhecia a Michael como seu Pai-Criador; porém declarava que Michael não tinha direito a governar Nébadon em nome de um hipotético Pai do Paraíso. Depois declarou que os planetas deveriam governar-se a si mesmos e que a vida eterna era automática exceto pelas execuções dos Anciães dos Dias.

     3 - O ataque ao plano universal do treinamento dos mortais ascendentes.

     Lúcifer condenava todo o plano de ascensão mortal, declarando que muito tempo e energia se gastavam em treinar tão completamente aos mortais para um destino desconhecido e fictício. Declarou que os ascendentes deveriam gozar de liberdade de autodeterminação individual. Satã proclamou então Lúcifer como o "amigo dos homens e dos anjos" e o "Deus da liberdade". Aos Príncipes Planetários os prometeu governar de forma suprema se aliassem-se com Lúcifer e poderiam unir-se voluntariamente à confederação de sistemas locais organizada por Lúcifer, sob a direção de Satã.

     Quando a rebelião de Satânia estourou, Michael aconselhou-se com Emanuel, o seu irmão do Paraíso. Depois de sua conferência Michael anunciou que seguiria a mesma política que usara nas outras duas rebeliões de sistemas no passado, a qual consistia numa atitude de não-interferência. Gabriel assumiu o comando dos seres leais de Satânia em representação do Filho Criador, cuja autoridade estava sendo desafiada. Estabeleceu-se nas esferas de Jerusém dedicada ao Pai e desfraldou o emblema material do governo da Trindade de toda a criação os três círculos concêntricos na cor azul-celeste sobre um fundo branco.

     Houve uma terrível guerra nos céus. Não uma guerra física, sim muito pior já que a vida eterna estava em jogo. Muitas personalidades viajavam para escutar a Lúcifer no anfiteatro planetário, e depois para ouvir a Gabriel; iam de um lado para o outro até que chegassem a uma decisão final. E todo ser era livre para eleger.

     Passaram mais de dois anos, do tempo do sistema, antes que se designasse ao sucessor de Lúcifer. Trinta e sete Príncipes Planetários uniram seus mundos à causa de Lúcifer. Lúcifer e seus seguidores foram destronados e perderam todos os poderes de governo, porém se lhes permitiu viajar livremente por todo o sistema, inclusive aos planetas. A última vez que Lúcifer e Satã estiveram presentes em nosso mundo foi quando se aliaram para confrontar o Filho do Homem. Não foi se não até completar a última auto-outorga de Michael, quando a rebelião de Lúcifer terminou em Satânia, e começaram os primeiros passos da audiência sobre seu caso.

     Sete anos cruciais transcorreram desde que os circuitos planetários foram cortados. O traiçoeiro Príncipe Caligástia dirigiu os rebeldes desleais e Van reuniu os fiéis. Só 9881 dos 50.000 seres intermediários se mantiveram leais, porém fielmente resguardaram para Van seu novo assentamento sem muralhas e pobremente protegido, a leste de Dalamátia; e este grupo possuía a inestimável árvore da vida. Dos cem de Caligástia somente quarenta membros (incluindo a Van) foram leais; e dos cem Andonitas modificados, 56 permaneceram fiéis; e estes 56 seres se lhes permitiu comer do fruto da árvore da vida.

     Os sessenta membros do corpo planetário de assessores que se uniram à rebelião escolheram Nod como o seu líder. Ao dar-se conta de que sem a árvore da vida estavam condenados a extinguir-se, Daligástia os ordenou começar a reproduzirem-se sexualmente. Seus descendentes foram conhecidos como os Noditas e seu lar foi nomeado a terra de Nod. Durante sete longos anos Van esperou sem receber resposta. Sua inquebrantável "lealdade ao governo do universo era produto de um pensamento claro, um razoamento sábio, um juízo lógico, uma motivação sincera, um propósito desinteressado, uma lealdade inteligente, uma memória experiencial, um caráter disciplinado, e uma dedicação inquestionável de sua personalidade a cumprir a vontade do Pai no Paraíso".

     O herói humano sobressalente da rebelião de Lúcifer foi Amadon, um descendente varão de Andon e Fonta que contribuiu com seu plasma vital ao séquito do Príncipe, e que era o associado e assistente humano de Van. Amadon, sem experiência no universo e com um mínimo de inteligência resistiu todos os ensinamentos enganosos do brilhante, experimentado e altamente inteligente Caligástia.

     Imediatamente depois da chegada dos administradores Melquisedeques, as personalidades leais de estado imortal, exceto Van e Amadon, foram levados a Jerusém. Os mortais leais Andonitas (não os doadores do plasma) foram conhecidos como Amadonitas sob a liderança de Van e Amadon. Os descendentes dos Amadonitas foram biologicamente elevados durante a era pós-rebelião e continuaram proporcionando lideranças ao mundo.

     Van e Amadon, sustentados pela árvore da vida e com o ministério vital especializado do conselho de 12 Melquisedeque e o conselho de apelação, permaneceram em Urantia durante mais de cento e cinqüenta mil anos. O estado presente da rebelião de Lúcifer, no momento da apresentação dos Escritos de Urantia, progrediu com a primeira audiência no caso de Gabriel versus Lúcifer. Desde a auto-outorga final de Michael, Lúcifer está detido nos mundos de prisão de Jerusém e Satã uniu-se a ele quando o caso foi aberto recentemente. Assim mesmo, no momento da auto-outorga de Michael, o desbancado Caligástia foi julgado, porém foi deixado livre em Urantia. Caligástia não tem absolutamente nenhum poder para entrar nas mentes dos humanos, a menos que realmente desejem ser malditos por sua presença pecaminosa. Os filhos fiéis de Deus não tem nada a temer, porque Caligástia não tem nenhum poder ou influência sobre eles.

     Para compreender a rebelião de Lúcifer é necessário compreender a liberdade verdadeira e a falsa. A auto-vontade e a auto-expressão sem controle são egoísmo puro, liberdade falsa que leva um injusto poder sobre os demais. Nenhum ser tem o direito de negar a nenhum outro ser o direito de amar e ser amado, o privilégio de adorar a Deus e de servir a seus semelhantes, como tampouco nenhum ser tem o direito de negar a outro ser as prerrogativas de vontade e os potenciais de personalidade. Lúcifer e seus associados puseram suas vontades auto motivadas contra o propósito eterno da vontade de Deus e desta maneira trataram de negar aos mortais a eleição do livre arbítrio e conseguir a conquista experiencial do Pai.

     Devido a que Caligástia "nos vendeu" junto com os outros planetas em rebelião, estamos em quarentena, há cerca de trezentos mil anos, para que os mundos leais sejam protegidos de sofrerem com o isolamento que viria por conseqüência das ações separadoras e alienantes de uma minoria obstinada, perversa e rebelde. Não sabemos o que seria ter comunicação planetária livre e aberta com o resto da criação. Só podemos especular como será quando a rebelião de Lúcifer for julgada e os circuitos forem religados.

     Como planeta compartilhamos as provações temporárias das decisões que Caligástia fez na qualidade de Príncipe Planetário da mesma maneira que experimentamos os resultados das eleições e ações feitas pelo Presidente de nosso país. Não somos pessoalmente responsáveis pela rebelião de Lúcifer ou da traição do Príncipe Caligástia a Urantia, sem dúvida somos pessoalmente responsáveis do que fazemos como indivíduos sem importar as desafortunadas circunstâncias. Ainda que nosso planeta esteja em isolamento, nós como indivíduos somos igualmente amados, cuidados e ensinados como sempre.

20  Entretanto a Evolução Continua

     As criaturas mortais volitivas são denominadas homens primitivos até a chegada do Príncipe Planetário e então se inicia uma nova dispensação. Nos mundos normais esta é a era quando o governo aparece na Terra e um auto estado de civilização se desenvolve. As primeiras revelações sobre a verdade mais elevada e de organização universal são apresentadas a um mundo, de medo e de ignorância com uma religião evolucinária. A religião progride então mediante revelação gradual assim como por crescimento evolucinário. Porém esta não é a idade do "Príncipe da Paz" as lutas raciais e as guerras tribais continuam e culminam em um nacionalismo intenso. Esta vida nacional começa a reiniciar a organização tribal.

     Porém a grande conquista social desta época é a aparição da vida familiar e a conseqüência da igualdade dos sexos, sendo esta preliminar a uma conquista mais completa dos ideais da vida domiciliar. Assim mesmo a idade da agricultura, e o apoio da vida do lar, faz sua aparição. O plano para promover o incremento de tipos mais elevados de mortais e a redução dos inferiores é também uma conquista desta época. "Porém a vida em um mundo habitado é tão modificada pela rebelião que vocês podem ter pouca ou nenhuma idéia de tal regime em um planeta normal".

     Van e Amadon permaneceram em Urantia, durante mais de cento e cinqüenta mil anos, depois da rebelião de Lúcifer. Os doze Melquisedeques preservaram os remanescentes da civilização e suas políticas foram fielmente levadas a cabo por Van. Depois de mil anos seguintes à rebelião, haviam mais de trezentos e cinqüenta grupos avançados de Andonitas ligeiramente mesclados com as raças sangiques e Noditas, espalhados por todo o mundo.

     Os Andonitas foram a primeira raça humana, os aborígenes, enquanto que as raças sangiques foram as seis raças de cor que provieram da mesma família sangique. Os Noditas eram os descendentes dos membros rebeldes do séquito do Príncipe os seres rematerializados que receberam o plasma vital humano, porém que se tornaram mortais depois da rebelião e constituíram a oitava raça de Urantia. Depois da destruição de Dalamátia os Noditas se dividiram em três grupos: um permaneceu perto do Golfo Pérsico, outro emigrou para o leste, para o Vale do Rio Eufrates, e outro grupo foi para oeste, às costas Sírias do Mar Mediterrâneo. Os Noditas se mesclaram livremente com as raças sangiques e alguns de seus descendentes depois se uniram a Van e seus seguidores leais ao norte da Mesopotâmia próximo do Lago Van. Estes Noditas e Amadonitas (seguidores de Van e Amadon) estavam entre os "poderosos homens de outrora" eram os povos mais avançados e cultos da Terra.

     O trabalho de fomentar a evolução natural da raça humana continuou até que se autorizou o envio de um Filho e uma Filha Material para Urantia.

21  A Segunda Revelação Transcendental

     Os escritos de Urantia (documentos 68 até 71) descrevem a evolução da civilização, a cultura, a educação, a indústria, o nacionalismo e o governo. Estes impressionantes escritos dão conta detalhada de como e porque a humanidade evoluiu até nossas etapas recentes em só 44 páginas. Estes escritos oferecem um cenário maravilhoso e o comparam com o documento 72, "O Governo em um Planeta Vizinho".

     O estado físico ou biológico do povo de Urantia evoluiu de maneira bastante normal, porém a decadência cultural e a pobreza espiritual seguiram rapidamente à rebelião de Lúcifer. Van e seus associados pregaram sobre a chegada de um Filho de Deus, um elevador racial, um instrutor da verdade e um sucessor digno para o traidor Caligástia, porém à maioria do povo não se importava ou não tinha interesse.

     Oitenta e três anos antes da chegada de Adão e Eva, Van e Amadon haviam reunido mais de 3000 trabalhadores voluntários, dedicados a preparar-se para o Filho esperado. Levou 3 anos para selecionar o local que se converteria no Jardim do Éden. Era uma grande e estreita península, quase uma ilha, já que a área que a conectava só media quarenta e três quilômetros de largura. A península se projetava até o oeste desde as Costas Orientais do Mar Mediterrâneo. Nos dois anos seguintes foi transladada a sede cultural do mundo, incluindo a árvore da vida, ao novo local.

     O Jardim teria de ser um parque de beleza floral e magnificência. Os animais se manteriam em terra firme e a carne para os trabalhadores era trazida daí; nenhum animal jamais foi abatido no Jardim. Os planos arquitetônicos para o Éden previam casas e terras abundantes para um milhão de seres humanos. Os edifícios administrativos estavam no norte, a oeste estariam as Escolas, no sul se construiriam os lares para os trabalhadores voluntários, enquanto que "a leste do Éden" se construíram os lares do Filho Prometido e sua descendência. O centro do Jardim do Éden estava o belo templo de pedra para adorar o Pai Universal e Van plantou a árvore da vida no meio do templo.

     No momento da chegada de Adão, embora apenas um quarto do Jardim estivesse pronto, havia milhares de quilômetros de valetas de irrigação terminadas e mais de vinte mil quilômetros de vias e estradas pavimentadas. Havia um pouco mais do que cinco mil construções de tijolos nos vários setores, e árvores e plantas além da conta. As regulações sanitárias mantinham a água pura e os dejetos eram enterrados até que depois se estabeleceu um sistema de esgoto e deságüe. Não foi senão até os séculos XIX e XX, quando a humanidade teve outra vez técnicas tão avançadas para a saúde e para a prevenção de enfermidades.

     *Quando foi feita a solicitação de voluntários para a aventura Adâmica em Urantia, todo o corpo decano de Filhos e Filhas Materiais se ofereceu como voluntário. O Adão e Eva eleitos foram empregados dos laboratórios de prova de Jerusém e durante quinze mil anos anos haviam dirigido a divisão de energia experimental aplicada à modificação de formas vivas. Antes deste trabalho haviam sido professores nas escolas de cidadania para os recém chegados a Jerusém.

     O casal foi examinado e instruído sobre as responsabilidades do governo num mundo tão arrasado por conflitos. Foram colocados sob juramentos conjuntos de lealdade aos Altíssimos de Edêntia e a Michael de Sálvington. Inicialmente estariam sujeitos aos Melquisedeques de Urantia, até que eles decidissem ceder o governo ao casal. Adão e Eva foram acompanhados por seus cem filhos à sede de desmaterialização de sua ordem. Os filhos se regozijaram porque seus pais seriam os governantes visíveis do planeta 606 do sistema de Satâmia. Seus filhos despediram-se enquanto que Adão e Eva caíam dormindo num lapso de consciência da personalidade antes do transporte seráfico.

     Meio dia, há 37.919 anos contados até 2005, chegaram sem aviso, transportes seráficos que pousaram lentamente sobre a superfície perto do templo do Pai Universal em Urantia. Passaram 10 dias antes que o Adão e a Eva rematerializados simultaneamente recobrassem a consciência no templo e fossem saudados por Van e Amadon. Adão e Eva, os fundadores da raça violeta, tinham um trabalho difícil pela frente. Não iniciariam o programa de elevação racial se não até que sua família alcançasse meio milhão de descendentes puros.

     Milhares de pessoas vieram vê-los durante os meses seguintes, mas Adão e Eva estavam dolorosamente conscientes de seu isolamento planetário. Estranhavam a falta das familiares transmissões e as comunicações interplanetárias. Em um mundo normal teriam trabalhado com o Príncipe Planetário e seu experimentado séquito. Em vez disso havia silêncio nas transmissões e o Príncipe caído os dificultava o trabalho. Ao final da primeira semana o entusiasta e emocionado povo havia decidido que Adão e Eva eram, na realidade, deuses dignos de adoração. Adão explicou as ordens de filiação divina e que apenas o Pai e aqueles a quem ele designava podiam ser cultuados ou adorados. Fez-se o costume de adorar ao Pai no templo no sétimo dia da semana e esta foi a origem do dia sabático ou sábado.

     Depois de sete anos os Melquisedeques cederam a administração dos assuntos mundiais a Adão, e regressaram a Jerusém. As coisas foram mais ou menos bem dentro do Jardim, porém cada vez que tentavam melhorar o mundo exterior se encontravam com a resistência direta e bem planejada de Caligástia e Daligástia. As pessoas fora do Éden eram seres humanos selvagens, bárbaros e semi-civilizados e ainda que Adão tratasse de preveni-los de Caligástia era incrivelmente difícil dado que Caligástia e Daligástia eram invisíveis para eles.

     Adão e Eva iniciaram e instruíram a gente dentro das escolas do Jardim sobre muitas, muitas coisas: a oração e a adoração, a igualdade sexual e a vida domiciliar; a saúde e a sanidade, o intercâmbio e o comércio, os códigos sociais e civis de conduta, e seu sistema de escolas era insuperável. Depois de 117 anos, quatro gerações, sua família contava com 1647 descendentes Adanitas de pura linhagem. Porém o progresso parecia impossível fora do Jardim entre o povo que estava na obscuridade espiritual e cujas mentes e moral se encontravam em um nível baixo e que falavam milhares de idiomas locais diferentes. Estas pessoas não estavam totalmente preparadas para a unidade ou a proclamação da irmandade dos homens.

     Nenhum, dentre os Filhos Materiais de Nébadon, provavelmente, jamais esteve diante de uma tarefa tão difícil, porém o êxito era questão de aferrar-se a longa prova de resistência. Sem dúvida, ambos se impacientavam, especialmente Eva, e foi através da impaciência de Eva e os erros de julgamento de Adão que se desviaram do plano ordenado, "trazendo rapidamente o desastre entre eles e o ruinoso atraso sobre o progresso no desenvolvimento em toda Urantia".

22  O Fracasso da Segunda Revelação Transcendental

     Eva havia sido instruída antes da missão em Urantia sobre os perigos que enfrentariam, e foi prevenida de que nunca se afastasse do lado de seu companheiro, isto é, que não tentasse nenhum método pessoal ou secreto para fazer avançar os empreendimentos comuns. Caligástia visitou a Adão e a Eva com freqüência, porém eles inclusive seus filhos, não sofreram a mínima influência por menor que fossem as sugestões de acomodações ou atalhos. O obstinado Caligástia decidiu deixar de trabalhar sobre Adão e tentar uma armadilha para a mãe da raça violeta, através do uso de certos membros Noditas.

     Serapatátia se tornou o líder da confederação das tribos Noditas no momento em que Adão havia terminado seus primeiros cem anos na Terra. Serapatátia era honesto, sincero e estava muito impressionado pelo trabalho de Adão a cujo programa deu seu total apoio. A maioria de seu povo, que então seguia Adão e a Eva, estava enormemente encantado com este progresso. Serapatátia nunca soube que estava sendo usado por Caligástia.

     Logo Serapatátia esteve na comissão de relações tribais e se reuniu com Adão e Eva especialmente com Eva para discutir os planos de melhoramento. Um dia Serapatátia teve uma idéia enquanto falava com Eva. Ele cria sinceramente que se os Noditas, a raça mais progressiva e cooperativa, tivessem um líder que nascesse entre eles e que fosse em parte originário da raça violeta, então teriam um poderoso laço que os uniria ao Jardim. Ele pensava que isso seria o melhor para o mundo e que haveria um progresso real que ele veria durante sua própria vida. Estes planos cresceram secretamente durante mais de cinco anos e afinal Eva aceitou a ter um encontro secreto com um líder Nodita chamado Cano.

     Cano era extremamente formoso, tinha uma mente brilhante, era entusiasta e aprovava tanto os planos de Adão como os de Serapatátia, além de que era o sincero líder espiritual de uma colônia vizinha de Noditas amistosos. Antes que Eva se desse conta totalmente do que estava sucedendo, e estando influenciada pelos encantos totais de Cano, aceitou a levar a cabo o plano de Serapatátia. Agregou suas próprias idéias e apoio impacientes ao plano divino e deu o passo fatal.

     Adão reconheceu que algo estava errado e logo escutou a história completa de Eva sobre o plano de Serapatátia, que operava junto com o plano divino. Eva havia estado de acordo em unir-se a prática do bem e do mal: o bem levava a cabo o plano divino de acordo com os seus juramentos de lealdade enquanto que o mal era a desadaptação dos planos que desembocam em desarmonia e em confusão planetária. Adão discerniu toda a conjuntura infeliz e somente sentiu compaixão e simpatia por sua companheira errada. Eva estava verdadeiramente comocionada quando se deu conta de que o fracasso a havia deposto. Adão não podia suportar o pensamento de servir só em Urantia e no dia seguinte buscou a Laota, a brilhante mulher Nodita encarregada das escolas dos Jardins, e, propositalmente tomou a mesma tola decisão que Eva havia tomado. Adão por seu amor por Eva elegeu deliberadamente compartilhar o mesmo destino de sua consorte.

     Quando a gente do Jardim escutou o que havia se passado com Eva se encolerizaram. Declararam guerra ao assentamento nodita vizinho e mataram a todo homem, mulher e criança. Cano, o pai de Caim, o filho ainda sem nascer que levava Eva, também foi assassinado. Serapatátia estava tão vencido pela culpa e o medo que decidiu afogar-se no rio.

     Adão vagou só durante trinta dias, o que foi atrozmente doloroso para Eva. Seus filhos trataram de reconfortá-la, porém não saber onde estava Adão ou o que haveria sucedido era aterrador para todos eles. Adão regressou e fez planos para seu futuro ainda que não estivesse seguro da natureza de sua ofensa. Transcorreram setenta dias desde a falta de Eva, quando os Melquisedeques regressaram para retomar o governo e os assuntos de Urantia de novo. Adão então soube que havia fracassado, porém não sabia o que se passaria e como seriam julgados. E ainda havia mais problemas. As notícias sobre a matança dos Noditas se difundiram na colônia vizinha e os demais assentamentos estavam preparando atacar o Jardim.

     Adão e Eva, seus filhos, e mil e duzentos seguidores leais deixaram o Jardim para encontrar novos lares. Três dias depois, sua caravana foi detida por transportes seráficos provenientes de Jerusém. Os filhos de Adão e Eva que tivessem menos de 20 anos seriam levados a Edêntia como pupilos dos Altíssimos enquanto que aqueles maiores de 20 anos podiam eleger entre ir-se ou permanecer em Urantia com seus pais. Dois terços elegeram ir-se a Edêntia na qualidade de pupilos dos Altíssimos. Adão e Eva, que haviam iniciado sua missão com tão grandes esperanças, que haviam deixado o Jardim em desgraça, agora haveriam de prosseguir com a perda de mais de três quartos de seus filhos.

     Enquanto a caravana se deteve, Gabriel apareceu para anunciar que o Adão e a Eva Planetários de Urantia haviam sido julgados por descumprimento ao violar seu acordo de lealdade como governante de Urantia e que agora eram mortais. Agora viveriam suas vidas como um homem e uma mulher de Urantia. Adão e Eva estavam enormemente aliviados de ter sido julgados por descumprimento, em vez de contumácia ou rebelião ao governo do universo. Se tivessem sido mais pacientes, eventualmente teriam tido êxito.

     O anúncio público de que Michael havia selecionado Urantia para sua última auto-outorga foi feito e todos os olhos observariam o pequeno, porém altamente enaltecido mundo quando Michael estaria dando o passo mais incerto de toda sua carreira.

23  O Segundo Jardim

     A caravana viajou até o leste durante quase todo um ano antes de chegar a terra entre os rios Tigre e Eufrates no que se converteria no segundo Jardim. Durante a viagem Laota morreu dando a luz a sua filha Sansa. Eva sofreu muito, mas sobreviveu, devido à sua força superior. Eva amamentou Sansa, a criança de Adão e Laota, a qual foi criada junto com Caim seu filho. Sansa cresceu e transformou-se em uma mulher de grande capacidade. Tornou-se a mulher de Sargan, o chefe das raças azuis do norte; e contribuiu para o avanço dos homens azuis daqueles tempos.

     Abel foi o primeiro filho de Adão e Eva a nascer no segundo Jardim. Ele quase sempre o recordava a Caim que Adão não era seu pai e os garotos cresceram odiando-se um ao outro. Um dia quando Abel tinha 18 anos, com seus insultos fez aborrecer tanto a Caim, próximo dos 20 anos, que este o matou. Caim se havia deixado envolver pela cruel recordação dos erros de Adão e Eva, assim que quando se inteiraram do que havia sucedido, apoiaram sua decisão de deixar o Jardim. Caim se foi então à terra de Nod e casou-se com Remona, prima distante sua. O plano de Serapatátia para unir aos Adanitas e Noditas foi alcançado de alguma maneira, já que no transcurso de sua vida Caim trouxe grande paz durante sua vida às tribos circunvizinhas.

     Adamson, o primeiro filho nascido no primeiro Jardim elegeu ficar em Urantia com seus pais depois da falta, porém sua companheira e seus 32 filhos haviam decidido ir-se a Edêntia. Depois de um tempo no segundo Jardim Adamson e seus 27 seguidores se mudaram para o norte para estabelecer um novo assentamento. Adamson se casou com Ratta, a última descendente dos integrantes caído do séquito do Príncipe Planetário.

     Deram origem não somente a uma grande linha de líderes mundiais como também às Criaturas Intermediárias Secundárias. Cada quarto filho de sua descendência era de uma ordem única, algumas vezes invisíveis aos mortais, porém estes 16 filhos viveram e morreram como mortais. Sem dúvida estes 16 produziram 1984 seres intermediários secundários que viveram, porém não se reproduziram. Os filhos restantes e os descendentes de Adamson e Ratta, os Adamsonitas, mantiveram uma cultura elevada durante quase sete mil anos, fomentando grandes civilizações na Grécia, Mesopotâmia, Europa e na Índia.

     Adão e Eva sentiam muita saudade do seu lar anterior de beleza e de tranqüilidade, bem como dos seus filhos que haviam sido deportados para Edêntia. Esse casal magnífico havia sido reduzido ao status da carne comum do reino; mas eles suportaram com graça e coragem aquela diminuição no seu status. Fizeram avançar enormemente ao povo em conquista cultural e desenvolvimento intelectual. Os adamitas assentaram as bases da arte, a ciência, a literatura, a arquitetura, a saúde e a religião, e seus métodos educativos jamais foram ultrapassados.

     Ainda que as raças de Urantia tivessem recebido uma herança muito limitada de Adão devido à falta, a elevação racial física foi considerável. O plasma de vida do fundador da raça violeta, a nova raça em Urantia, se combinou com as melhores cepas dos Noditas, constituindo os primitivos inícios da poderosa raça Andita.

     Adão e Eva haviam cometido sérios erros de juízo, porém não pecaram nem se rebelaram deliberadamente. Quase sempre pensaram e foram reconfortados pela única mensagem pessoal que receberam de Michael que, em parte, dizia "Eu considerei as circunstâncias da vossa falta, lembrei-me do desejo dos vossos corações, de serem sempre leais à vontade do meu Pai, e vós sereis chamados do abraço do sono mortal, quando eu vier a Urantia, caso os Filhos subordinados do meu Reino não vos buscarem antes dessa época". Ainda que não compreendessem o significado completo desta mensagem, sempre proclamaram que um Filho de Deus viria alguma vez. Mantinham uma ardente esperança de que o mundo de seus desatinos, desviada Urantia se converteria no planeta mais afortunado e invejado de todo Nébadon.

     Adão viveu 530 anos; morreu do que se poderia chamar de velhice. Eva morrera dezenove anos antes, por causa de um coração enfraquecido. Ao terceiro dia, depois da morte de Adão, o casal foi ressuscitado junto com 1316 de seus associados do primeiro Jardim. Tinham deixado Jerusém como um Filho de Deus, porém regressaram filho de homem (mortais ascendentes). Foram designados como dois dos 24 conselheiros que compõe o presente grupo do conselho de Urantia.

24  O Intervalo - *Depois do Segundo Jardim

     A civilização do segundo Éden era artificial no aspecto de que não evoluiu lentamente e, portanto estava destinada a deteriorar-se aos níveis dos povos vizinhos e das habilidades culturais dos povos violeta que evoluíram naturalmente. Existiram vários centros de civilização desde o ano 35.000 a.C., até seu desaparecimento final por volta do ano 2000 a.C. Porém em sua maioria fora desses centros, Urantia enfraquecia em face da selvageria.

     Os Adamitas constituíam uma nação verdadeira com quase 4 milhões e meio de habitantes por volta do ano 19.000 a.C. e sua mescla e distribuição racial criou um cenário para a era Andita de civilização que se estendeu desde 15.000 a.C. até o 6000 a.C. Os Anditas eram uma mistura da raça violeta de linhagem pura (Adamitas) e os Noditas, eram normalmente raças evoluídas. Os Anditas tinham entre um oitavo e um sexto da herança racial de Adão e foram a melhor reserva humana que apareceu em Urantia desde o povo violeta de estirpe pura.

     Enquanto os Anditas pré-brancos se uniam mais e mais com os Noditas, convertia-se cada vez mais a migração pacífica em uma migração militar, que cresceu para converter-se em conquistas reais e esses Anditas foram os posteriores conquistadores, chamados Arianos na Índia. Muitos viajaram para a China e 132 partiram do Japão numa frota de pequenos botes até chegar a América do Sul onde estabeleceram a ascendência dos posteriores governantes Incas. Estes marinheiros Anditas também modificaram biologicamente aos grupos nativos Polinésios e a Ilha de Páscoa foi durante muito tempo um centro religioso e administrativo de um destes grupos perdidos.

     Conforme os Anditas se dispersavam da Mesopotâmia desde o 8000 até 6000 a.C. sua cultura se expandiu pela Europa, Índia, China, o norte da África e as Ilhas do Pacífico. Os Anditas passaram às páginas da história devido à migração de sua gente superior, que emergiram junto a seus vizinhos inferiores. Os remanescentes da cultura do Jardim resistiram e podem encontrar-se inclusive nas civilizações do século XX de Urantia.

     Para qualquer um que tenha curiosidade sobre como passamos de "daqui para lá" o documento 81, "O Desenvolvimento da Civilização Moderna", responde muito bem esta pergunta.

     Os documentos da "religião" (do 85 até 91 e 92) são os mais intrigantes. Os oito documentos foram apresentados com 82 páginas e pode ser que encontre muitas das coisas que só sabias em teu coração, e que elas tomem forma e fiquem melhores em tuas idéias e crenças crescentes.

     Alguns dos melhores documentos são os que têm a ver com o matrimônio e a família os quais são muito lúcidos. O único negativo que temos que assinalar sobre os documentos de 82 até 84, é que são demasiados curtos.

     Podes facilmente continuar com "O Básico do Livro de Urantia", porém ler estes documentos (81 até 92) te dará um entendimento a fundo da história e os eventos que nos trouxeram até os tempos modernos.

25  A Terceira Revelação Transcendental

     Depois da falta de Adão e Eva as raças humanas continuaram fazendo progressos intelectuais, porém aos poucos, estavam perdendo terreno espiritualmente, até o ponto em que a verdade revelada estava ameaçada de extinguir-se. Por volta de 3000 a.C., o conceito de Deus havia-se tornado muito nebuloso nas mentes dos humanos. Os Melquisedeques sabiam da planejada auto-outorga de Michael, ainda que desconhecessem quando ocorreria. Solicitaram que se tomasse alguma providência para apresentar a luz da verdade em Urantia, porém lhes foi dito que deveriam continuar a manter a verdade da maneira que eles próprios escolhessem.

     Maquiventa Melquisedeque, um dos 12 conselheiros planetários, se ofereceu como voluntário para personalizar-se na Terra como um homem temporal do mundo. Ainda que isto houvesse sido feito só seis vezes em toda a história de Nébadon, as autoridades de Sálvington lhe deram a permissão. E assim Maquiventa se outorgou à este planeta 1973 anos antes do nascimento de Jesus. Dentro de uns poucos anos, Melquisedeque havia reunido em torno de si um grupo de alunos, discípulos e crentes, que formaram o núcleo da futura comunidade de Salém (na Palestina), que transformou-se na cidade de Jébus, sendo posteriormente chamada Jerusalém.

     Nenhum humano presenciou a materialização de Maquiventa. Simplesmente ele entrou na tenda de Andon, um pastor, e anunciou, "Eu sou Melquisedeque, sacerdote de El Elyon, o Altíssimo, o único Deus".

     Em poucos anos Melquisedeque tinha um séquito de pupilos, discípulos e crentes e organizou suas escolas em Salém com o fim de revelar a verdade. Porém, para a maioria de seus estudantes, Edêntia era o céu e o Altíssimo era Deus. Também acreditavam que os três círculos concêntricos, que luziam no medalhão de Melquisedeque, eram os três reinos; - dos homens, anjos e de Deus. Pouquíssimos dentre os seus seguidores chegaram a saber que os três círculos eram um símbolo da infinitude, um emblema da eternidade e da universalidade da Trindade do Paraíso. Inclusive, o convertido Abraão acreditava que o símbolo representava aos três Altíssimos de Edêntia que funcionavam como um.

     Porém, não se fez nenhum esforço para trocar estas crenças e à maioria não foi ensinada, mais além do fato do governo dos Altíssimos de Edêntia; alguns foram instruídos sobre verdades mais avançadas do Universo Local, e para o seu brilhante discípulo Nordan, o quenita, e para os seus estudantes mais sinceros, Melquisedeque ensinou as verdades do superuniverso, inclusive de Havona. Melquisedeque ensinou também as verdades do superuniverso a Katro e sua família, com quem viveu durante mais de trinta anos; e estas verdades foram transmitidas inclusive até os dias de seu ilustre descendente Moisés.

     Melquisedeque ensinou de acordo à habilidade de cada um de seus crentes, porém sempre foram instruídos com a doutrina de um único Deus, Criador celestial, um Pai divino. Preparou o povo para a aparição de Michael, ensinando-lhes que outro Filho de Deus viria, porém que nasceria de uma mulher. E seus ensinamentos sobre um só Deus, o Pai de todos, foram apresentadas depois a Abraão como um Deus que aceita ao homem nos simples termos da fé pessoal. E quando Michael (Jesus) apareceu na Terra confirmou tudo o que Melquisedeque havia ensinado sobre o Pai do Paraíso.

     As cerimônias de adoração em Salém eram simples e básicas: crença em El Elyon, o Altíssimo Deus e único Pai Universal; aceitação de que o Altíssimo Deus outorgava em favor da fé, não mediante sacrifícios nem oferendas; e a promessa de obedecer aos sete mandamentos de Melquisedeque e de comunicar a boa nova a todos os homens. Contudo, inclusive isto era demasiado e muito avançado para os homens naqueles dias. Durante muito tempo se havia acreditado que o homem nascia sob castigo dos deuses e que os sacrifícios e presentes eram a única forma de obter o perdão. Estava mais além de seu entendimento que a salvação, o favor divino, era um presente gratuito, porém Abraão acreditava em parte.

     Abraão assistiu à escola de Salém em três ocasiões distintas e finalmente se tornou um converso e um dos estudantes mais brilhantes de Melquisedeque. Não foi uma casualidade, se não uma eleição, que Salém fosse selecionada para a aparição de Maquiventa. Haviam fatores geográficos, o fato de que a Palestina estava centralmente localizada com relação ao comércio, às vias de comunicação existentes e à civilização do mundo de então. Porém, o estabelecimento de um contato com famílias favoráveis cuja descendência tivessem o potencial mais alto para a liderança, era uma consideração importante. Terah, o pai de Abraão, cumpria com estas expectativas e assim Abraão pode ser considerado um indivíduo escolhido.

     Terah e sua família souberam de Melquisedeque por um mestre em Ur. Depois da morte de Terah, Abraão e seu irmão, Nahor, foram convidados para ir escutar as verdades de Salém e foi-lhes dito que, em sua iluminada descendência, todo mundo seria abençoado. Nahor decidiu não ir, porém Lot, o sobrinho de Abraão foi com seu tio a Salém.

     Abraão e Lot viveram nas colinas próximas a Salém onde podiam montar uma defesa contra os invasores do norte. Em uma viagem ao Egito, Abraão serviu, como comandante de duas operações militares exitosas, para um parente distante que estava no trono egípcio. Abraão e sua esposa Sara viveram na corte, contudo, renunciaram a essas honras para regressar ao seu trabalho mais espiritual em Salém. Sem dúvida Abraão tinha uma mente militar, e foi somente depois de grandes dificuldades que Melquisedeque impediu que Abraão cercasse às tribos vizinhas com a espada para que pudessem aprender de maneira mais rápidas as verdades de Salém!

     Melquisedeque havia estabelecido relações pacíficas, permitindo somente uma política de defesa para Salém, e quando não aprovou os esquemas de conquista de Abraão este foi para Hebron e estabeleceu uma capital militar. Abraão era temido enormemente pelos pequenos reis fronteiriços e jogava muito com seus temores, esperando uma oportunidade para atacar. Seu pretexto se apresentou quando alguns governantes supostamente atacaram a propriedade de seu sobrinho Lot, que vivia em Sodoma. Depois de seu ataque e vitória, Abraão se converteu em um líder de uma confederação de tribos e eventualmente o rei de Sodoma se uniu à confederação militar de Hebron.

     Abraão ia bem em seu caminho para estabelecer um estado poderoso na Palestina quando o pensamento de que não tinha nenhum filho que o sucedesse começou a lhe preocupar. Falou com Melquisedeque que o persuadiu de renunciar a seu projeto de conquista material e governar em favor do reino espiritual do céu. Melquisedeque o explicou que as tribos retrógradas estavam suicidando-se devido as suas tolas práticas e estariam tão débeis que os descendentes de Abraão grandemente aumentados poderiam sobrepor-se facilmente a eles.

     Abraão acreditava em Melquisedeque e fez um acordo, uma aliança formal que representa um pacto entre a divindade e a humanidade: Deus está de acordo em fazer tudo e o homem está de acordo com a promessa de Deus e em seguir suas instruções. O homem acreditava que a salvação poderia ser assegurada apenas por obras (sacrifícios e oferendas), e agora Melquisedeque traz de novo a boa notícia de que a salvação, o favorecimento de Deus, deveria ser conquistado pela fé.

     Depois do nascimento de Isaac, ao aceitar publicamente o convênio, Abram trocou seu nome pelo de Abraão. Assumiu a liderança civil e militar de Salém, renovou o templo, providenciou novas tendas para toda a escola, melhorou os rebanhos, e a operação diária, e contribuiu para um melhor manejo dos missionários de Salém. Abraão não era muito religioso, porém era um homem de negócios, astuto, eficiente que ademais era inteiramente sincero e acreditava em Maquiventa Melquisedeque.

     Melquisedeque instruiu missionários que saíram de Salém e penetraram especialmente no Egito, na Mesopotâmia, e na Ásia Menor. Os descendentes de Adamson, agrupados em torno das margens do lago de Van, eram ouvintes dispostos dos educadores hititas do culto de Salém. Desse antigo centro andita, os educadores eram despachados para regiões longínquas, não apenas da Europa, como da Ásia, chegando inclusive até as Ilhas Britânicas, Islândia e Japão. Porém as tribos eram retrógradas e, exceto na Palestina, a idéia de um único Deus nunca se proclamou completamente em nenhuma outra tribo ou raça. Os novos ensinamentos foram absorvidos pelas anteriores crenças, superstições, e práticas mágicas, porém uma nova revelação é sempre contaminada pelas crenças evolucionárias mais antigas.

26  A Culminação da Terceira Revelação Transcendental

     Pouco depois da destruição de Sodoma e Gomorra, Maquiventa Melquisedeque decidiu terminar sua auto-outorga de emergência em Urantia. Havia muitas razões para tomar esta decisão, porém a razão principal era que estava sendo considerado cada vez mais como um semideus e as tribos circunvizinhas, inclusive seus associados, começaram a reverencia-lo com um temor altamente supersticioso. Embora Melquisedeque houvesse dito a seus seguidores que alguma vez haveria de ir-se, tal e como havia chegado, não estavam preparados. Deu boa noite e foi para sua tenda, e pela manhã tinha ido. Seus companheiros o levaram.

     A organização montada em Salém quase desapareceu, ainda que as tradições daqueles dias fossem as que Moisés havia elaborado quando guiou aos hebreus para fora do Egito. Abraão nunca superou completamente a perda de Melquisedeque. Partiu de Salém e logo fez conversões, porém se contaminou com suas superstições especialmente da prática de sacrificar aos filhos primogênitos. Sem dúvida converteu-se em um grande líder espiritual reverenciado por todas as tribos e honrado por todos os reis. Antes de sua morte Abraão acordou com seu irmão, Nahor, uma esposa para seu filho Isaac. Abraão morreu confiando em sua fé em Deus, que tinha aprendido de Melquisedeque nas desaparecidas escolas de Salém.

     José, o bisneto de Abraão, era um crente firme em Melquisedeque e nos posteriores ensinamentos de Abraão e de Isaac. Porém ficou mais difícil, para cada geração, compreender a história desta terceira revelação da verdade em nosso planeta. Passados quinhentos anos, muitos viam toda a história de Melquisedeque e seus ensinamentos como um mito.

     Os registros completos daqueles dias pareciam impossíveis, inclusive fantásticos, para os sacerdotes e escribas hebreus posteriores. Assim, houve uma edição massiva dos registros do Antigo Testamento, o que resultou em muitas distorções. As conversas entre Abraão e Deus, de fato, aconteceram entre Abraão e Melquisedeque; os contatos com o "anjo de Deus" eram, em realidade, visitas à Melquisedeque. As idades de Abraão, e sua única esposa Sara, foram trocadas para tornar milagroso o nascimento de Isaac.

     Os judeus, para superar sua inferioridade nacional como cativos na Babilônia, foram para o outro extremo. Declararam-se o povo escolhido de Deus e destruíram ou editaram seus registros para elevar a Abraão e seus demais líderes muito acima das demais pessoas, incluindo Melquisedeque. Ao fazer isto, eles perderam de vista os ensinamentos de Melquisedeque sobre o Filho de auto-outorga prometido, e poucos dos seus descendentes estavam dispostos ou aptos para reconhecer e receber a Michael quando veio a Terra como Jesus de Nazaré.

     Maquiventa Melquisedeque regressou para assumir sua carreira como um dos doze conselheiros planetários de Urantia. Colaborou durante dezenove séculos com muitos dos profetas tratando de manter vivas as verdades de Salém até a auto-outorga de Michael. Depois de muito tempo do triunfo de Michael em Urantia, Maquiventa foi designado como um dos 24 diretores adjuntos ao serviço de Urantia em Jerusém e recentemente foi elevado à posição de embaixador pessoal do Filho Criador em Jerusém, sendo-lhe outorgado o título de Príncipe Planetário Vice-Regente de Urantia.

     As especulações e sugestões sobre o futuro são emocionantes se considerarmos as possibilidades associadas com as seguras aparições futuras dos Filhos Magisteriais e Instrutores da Trindade combinadas com a promessa específica feita por Michael, durante sua auto-outorga como Jesus, de regressar pessoalmente. Os reveladores informam que: "É possível, em alguma era futura, ... que possamos testemunhar as presenças em Urantia, simultaneamente, de Maquiventa, Adão, Eva e Cristo Michael, bem como a de um Filho Magisterial ou mesmo de Filhos Instrutores da Trindade.".

27  A Difusão dos Ensinamentos de Melquisedeque

     Os nobres homens e mulheres que difundiram os ensinamentos de Melquisedeque por todo o Hemisfério Oriental foram os missionários mais entusiastas e motivados de qualquer religião em Urantia. Os missionários de Salém predicaram o Deus único de Melquisedeque, o Altíssimo do céu, e a salvação através da fé.

     As distorções dos ensinamentos originais devido a superstições, rituais existentes, dogmas, e cerimônias de sacrifício se haviam tornado tão severas ao redor de seiscentos anos antes da chegada de Michael (Jesus) que a missão de Melquisedeque esteve em perigo de fracassar. Através de Melquisedeque e uma técnica de coordenação de agências espirituais pouco entendidas, Urantia teve um século inusual (600 a.C) caracterizado por mestres religiosos, morais e filosóficos eminentes em todo o mundo civilizado. E graças a estes mestres, o evangelho de Salém foi reafirmado e revitalizado.

     Na China, Lao-tsé foi um homem com grande visão espiritual. Ensinou que o Tao era a Causa Primeira Una de toda a criação. Compreendeu o conceito da Trindade, pois escreveu: "A Unidade surge do Tao Absoluto, e da Unidade surge a Dualidade cósmica e, dessa Dualidade, a Trindade vem à existência, e a Trindade é a fonte primordial de toda a realidade". Apresentou a doutrina de fazer o bem em retribuição ao mal e comparou a fé verdadeira com a atitude de uma criança pequena. A sua compreensão do propósito eterno de Deus foi clara, pois ele disse: "A Deidade Absoluta não se esforça em lutas, contudo, é sempre vitoriosa"; "não força a humanidade, mas permanece sempre pronta para responder aos seus desejos verdadeiros". Lao ensinou a não-resistência; e a distinção que fez entre a ação e a coerção, mais tarde, perverteu-se nas crenças que defendem "nada ver, nada fazer e nada pensar". Contudo, o popular taoísmo do século vinte tem muito pouco em comum com os conceitos ensinados na realidade por Lao-tsé.

     Também na China durante o século sexto antes de Cristo, apareceram os ensinamentos de Confúcio. Seus escritos eram na realidade sábios refrãos de filósofos antigos e pondo a moralidade em lugar da magia. Porém Confúcio era extremista em sua ênfase com a ordem e o respeito pelos ancestrais. Hoje em dia os escritos de Confúcio são o tecido moral básico para a cultura de quase um terço do mundo.

     Na Índia, o culto védico de muitos deuses estava sob a direção dos mestres-sacerdotes brahmânicos, que puderam fusionar os ensinamentos de Salém com a idéia de um Pai Brahma como a fonte de todos os deuses. Porém, eles não puderam aceitar o ensinamento da salvação através da simples fé, nunca puderam abandonar seus dogmas, rituais, nem cerimônias de sacrifício. Para combater os novos ensinamentos os Brahmanes editaram e revisaram um dos seus livros sagrados mais antigos, o Rig-Veda e os seguintes Vedas, para compor seus rituais de adoração e sacrifício aos povos. Sua religião se contaminou tanto de superstição e ritual, que ela metamorfoseou-se no sistema mais variado de teologia já desenvolvido pelo homem mortal. A concentração no ego e a perpetuação do ego levaram à crença em um círculo interminável de encarnações como homem, animal ou erva, na doutrina da reencarnação. Esta doutrina foi seguida da invenção da doutrina segundo a qual se escapa eternamente do eu, pela submersão no repouso e na paz universal da união absoluta com Brahman.

     Nascido também no sexto século a.C. em Nepal, Índia, apareceu Gautama Siddhartha. Praticou yoga durante seis anos sem êxito e então formulou aquelas teorias que mais tarde se converteram na filosofia do budismo. Os ensinamentos de Siddhartha destruíram toda a base para superstição, os rituais mágicos e medo aos fantasmas e aos demônios, e a prática da salvação através da dor física, o sacrifício e os sacerdotes. Os discípulos de Siddhartha o chamavam o iluminado, o Buda, e ele ensinou a melhor filosofia, sem Deus, jamais inventada pelo homem. Depois este evangelho foi considerado milagroso e ele como um deus. A grande debilidade de seus ensinamentos foi que nunca produziu uma religião com serviço social desinteressado. O Budismo foi promovido pelo notável governador civil de casta inferior, Asoka quem durante um período de mais de 25 anos treinou e enviou a mais de dezessete mil missionários, fazendo do Budismo a religião dominante na metade do mundo. O Budismo existe agora porque promove a calma, o autocontrole, a serenidade e a felicidade, e aqueles que crêem nesta filosofia tendem a viver melhores vidas.

     Com o passar dos séculos, na Índia, a população retornou, em uma certa medida, aos rituais antigos dos Vedas e se desenvolveu a teologia hindu de quatro níveis descendentes de deidade e divindade. O hinduísmo tem uma atitude tolerante de adoção para com outras religiões, assegurando que Buda e Cristo são encarnações de Vishnu, um dos membros da suprema trindade do hinduísmo. Os hindus rechaçavam os ensinamentos dos missionários sobre Jesus porque era uma estranha "religião do homem branco". Hoje em dia existe uma grande necessidade de apresentação do evangelho de Jesus - a Paternidade de Deus e a filiação e a conseqüente irmandade de todos os humanos, que é realizada pessoalmente na ministração do amor e do serviço social. A armação e a estrutura estão presentes na Índia para o Evangelho original de Jesus sem os dogmas e as doutrinas que o transformam em uma religião ocidental.

     Na Europa foram os cínicos quem mantiveram a forma mais pura dos ensinamentos de Melquisedeque, o príncipe de Salém. Estes ensinamentos foram posteriormente incorporadas à recente religião cristã em formação. A doutrina de Salém também foi muito difundida pelos soldados judeus que lutaram na Europa. As doutrinas básicas da filosofia grega, da teologia judaica e da ética cristã foram fundamentalmente repercussões dos ensinamentos iniciais de Melquisedeque. Quando os missionários de Salém chegaram a Grécia encontraram as tradições de Adamson e dos Anditas, porém estes ensinamentos haviam sido contaminados pelas hordas de escravos inferiores, chegados a Grécia anteriormente. Os ensinamentos de Salém foram então quase destruídos pelos bárbaros helênicos que chegaram, já que suas crenças foram a base da mitologia grega que durou mil anos. Os mestres de Salém haviam influenciado ao povo helênico para que não surgisse um sacerdócio na Grécia. Quando a mitologia morreu os gregos careciam de uma religião nacional e de um sacerdócio que fomentasse uma. No século sexto a.C. os gregos experimentaram um magnífico avanço intelectual. A moral, ética e filosofia gregas avançaram além do conceito de deus, houve um desequilíbrio entre o crescimento intelectual e o espiritual, o que foi tão perigoso para a Grécia como o foi para a Índia. Os gregos não se deram conta de que a verdadeira religião cura a fome da alma, cura a inquietação espiritual e o desespero moral.

     Muitos poucos dos missionários de Salém chegaram à Itália e aqueles que o fizeram foram incapazes de superar o sacerdócio difundido com sua nova galáxia de deuses e templos que se converteram na religião do estado romano. Esta religião das tribos latinas consistia em sua maioria de formas, votos, e tabus e estava condenada a colapsar-se porque era mais patriótica que religiosa. Os cultos de mistério seguiram, tanto na Grécia como em Roma, devido a que não tinham uma verdadeira religião e o povo comum desejava a salvação. O maior desses cultos devastadores foi a religião de mistério da seita da Mãe de Deus, que tinha a sua sede, naqueles dias, exatamente no local da atual igreja de São Pedro em Roma.

     No século sexto a.C. um jovem egípcio extraordinário, Iknaton, conduziu a toda sua nação do politeísmo para o monoteísmo, para o ensinamento de Melquisedeque sobre El Elyon, o único Deus. Superficialmente se adorava a Aton, o deus-sol, porém ensinou a seus seguidores uma religião consistente, uma relação pessoal entre o homem e O Pai de tudo, incluindo a Aton. Seus conceitos da Deidade eram mais elevados que os conceitos hebreus posteriores, porém suas idéias fracassaram porque não eram nacionalistas, coisa que o povo daqueles tempos demandava. A fragilidade de sua doutrina repousa no fato de que ele propôs uma religião tão avançada que apenas os egípcios bem educados poderiam compreender totalmente os seus ensinamentos. Depois da sua morte os sacerdotes regressaram ao poder e destruíram muitos de seus documentos, porém doze dos Salmos do Antigo Testamento foram na realidade escritos por Iknaton, não pelos hebreus.

     No Irã durante o século sexto a.C., Zoroastro ensinou sobre os Sete Espíritos Mestres, sobre os quais havia aprendido em Ur, Mesopotâmia. Sua nova religião era de ação - de trabalho - , não de preces e de rituais. Ele se atreveu a combater o mal, a inação e o atraso. As tradições judaicas do céu e do inferno, e a doutrina dos demônios, se derivaram principalmente de seus ensinamentos. Quando o antigo culto de Mitras foi revivido pelos sacerdotes iranianos coexistiu em tempo com o judaísmo e o cristianismo, os quais foram influenciados pelos ensinamentos de Zoroastro; e através deles a religião muçulmana foi também influenciada por Zoroastro.

     Os missionários de Salém nem sempre tinham êxito e seus ensinamentos fracassaram e em lançar raízes no deserto da Arábia. As famílias e os clãs árabes adoravam aos seus próprios deuses domésticos e existiam crenças desorganizadas por todo o deserto. A única coisa que unia o povo era o estranho respeito que tinham pela pedra de Kaaba em certo templo na Meca. Deste ponto de interesse comum se desenvolveu a religião islâmica. Sua debilidade faz-se no uso da força militar para perpetuar sua religião, junto com a degradação da mulher, enquanto que sua fortaleza é a sua apresentação clara e bem definida de Alá como a sua e a única Deidade.

     Um dos propósitos de Maquiventa Melquisedeque ao encarnar como o "sacerdote de Salém" foi a difusão final da idéia de um só Deus. Outro propósito igualmente importante foi preparar o povo para a auto-outorga de Michael, o Filho desse Deus Universal.

28  O Desenvolvimento do Judaísmo

     De maneira objetiva, a religião hebraica está baseada no convênio entre Abraão e Melquisedeque, porém de maneira evolucinária adotou-se o credo dos Quenitas na Palestina o qual foi influenciado pelos ensinamentos morais egípcios, o pensamento religioso babilônico, e pelos conceitos iranianos do bem e do mal. Assim através dos hebreus, todos estes pensamentos religiosos e idéias de moralidade foram transmitidos depois ao mundo ocidental.

     Os semitas estavam entre os povos mais mesclados de Urantia por ter fatores hereditários de quase todas as raças do mundo. Depois dos dias de Melquisedeque e Abraão certas tribos de semitas, devido a suas crenças religiosas inusuais, foram chamados os filhos de Israel e depois foram chamados hebreus, judeus, e o "povo eleito". Os descendentes de Abraão formaram o núcleo do povo judeu, porém eles não foram os ancestrais dos semitas nem da grande maioria da gente que se incorporou aos clãs de Israel e elegeram seguir a Moisés como os filhos de Abraão.

     Os primeiros semitas criam que tudo estava habitado por um espírito, que devia ser temido e adorado. Yahvé era um de seus milhares de deuses da natureza e estava associado com o vulcão Sinai do Monte Horeb. Várias versões da Deidade persistiram, e em diferentes momentos os semitas e os descendentes imediatos de Abraão adoravam Yahvé como a El Elyon.

     A medida que o tempo passou houve confusão de terminologia e os semitas que condenavam pronunciar o nome de sua Deidade usaram muitos termos tal como: O Altíssimo, o Ancião dos Dias, o Criador do Céu e da Terra, o Senhor, o Anjo do Senhor, o Senhor das Hostes, o Senhor Deus de Israel, o Espírito de Deus, o Todo Poderoso, o Santíssimo e o Pai do Céu. Jehová é um termo que, em épocas mais recentes, tem sido usado para designar o conceito finalmente evoluído e concluído de Yahvé, depois da longa experiência dos hebreus. Todavia, o nome Jehová não veio a ser usado senão depois de mil e quinhentos anos da época de Jesus.

     Exceto pelo matiz do conceito de El Elyon de Melquisedeque entre os mais educados do Egito, o velho ritual de magia e sacrifícios de Yahvé era praticado pelos escravos hebreus cativos. Dificilmente tinham uma religião digna de um nome e careciam de um verdadeiro conceito de Deus. Este desconsolado e ignorante grupo de seres humanos pode fechar seus conceitos de um Criador Supremo nos tempos depois de seu escape do Egito pelo deserto árabe sob a guia desse grande líder, mestre e organizador, Moisés.

     A mãe de Moisés pertencia a família real do Egito enquanto que seu pai era um oficial semita de união entre o governo e os cativos. Foi sua crença comum nos ensinamentos de Melquisedeque que produziu esse inusual matrimônio. Moisés compartilhou sua sorte com o povo de seu pai e negociou a liberdade pacífica de seus companheiros semitas. O rei aceitou deixa-los regressar ao deserto e eles aceitaram manter relações amistosas com os faraós e não unirem-se a nenhuma aliança contra o Egito. O rei rompeu este acordo declarando que seus espiões haviam descoberto deslealdade entre os escravos. Ao redor de um ano depois a milícia egípcia estava lutando contra as invasões da Líbia e Grécia, momento em que Moisés guiou os seus seguidores fora do Egito em uma fuga noturna espetacular.

     Moisés havia sido instruído com os ensinamentos de Melquisedeque por sua mãe e seu pai, porém seus seguidores conheciam pouco sobre esses ensinamentos. Quando chegaram ao Monte Sinai, Moisés havia formulado um conceito maior da Deidade o qual sabiamente decidiu proclamar como um conceito expandido do velho deus tribal do seu povo, Yahvé. Sem dúvida Moisés estava atormentado tentando ensinar esta nova e mais elevada idéia da Deidade aos escravos ignorantes usando o antigo termo Yahvé, que sempre havia sido representado por um bezerro de ouro.

     A erupção do Monte Sinai depois da terceira semana de sua estadia permitiu a Moisés impressionar a seu povo, dizendo que seu Deus era poderoso, terrível e temível. Seu entendimento limitado fazia necessário que se falasse de Deus como feito a sua imagem, propenso ao aborrecimento, ira, a severidade e até influenciado pela conduta do homem. Yahvé, sob os ensinamentos de Moisés, se converteu no Deus de Israel. O cativeiro posterior, que escravizou os judeus na Babilônia, finalmente liberou o conceito em evolução de Yavé para que assumisse o papel monoteísta do Deus de todas as nações.

     Os hebreus não tinham nenhuma língua escrita na época do êxodo, e não foi senão até de mais de mil anos depois da morte de Moisés quando as tradições foram consignadas; e por isso muito pouco de seu grande trabalho está registrado. E lamentável como Moisés tentou adaptar seus conceitos sublimes de El Elyon, o Altíssimo, para os hebreus ignorantes. Moisés temia proclamar a misericórdia de Yavé, preferindo assustar o seu povo com o temor da justiça de Deus.

     Antes que Moisés morresse cedeu a direção dos hebreus a Joshua quem desesperadamente tratou de manter o conceito de um Yahvé supremo em suas mentes. Quando os judeus chegaram às férteis terras da palestina estavam entorpecendo-se, e quase perderam de vista os elevados ensinamentos de Moisés e quase perderam sua oportunidade de ser o grupo que conservou o ensinamento de Melquisedeque sobre um só Deus até a auto-outorga de Cristo. Porém a longa linha de líderes espirituais, desde Moisés até Malaquías, fizeram o que ninguém mais havia feito antes, converteram seu conceito de Deidade na personalidade de Yavé como um Pai, se não do indivíduo, pelo menos da raça.

     Samuel, o primeiro dos profetas hebreus, vinha de uma linha de mestres de Salém. Através de sua grande devoção pode suportar a quase total oposição aos seus esforços para regressar a Israel à adoração de Yahvé supremo dos tempos de Moisés. Somente pode ganhar o serviço da metade mais inteligente dos hebreus enquanto a outra metade continuava com a adoração a seus deuses tribais e a seus conceitos mais baixos de Yahvé. A contribuição maior de Samuel foi o ensinamento de que Yahvé era imutável e perfeito não sujeito aos caprichos nem como um homem arrependido. Yahvé se tornou um criador e um Supervisor de toda criação. Jamais, desde Moisés, tais promessas confortantes aos humildes e aos menos afortunados haviam sido proclamadas, e milhares de desesperados entre os pobres começaram a ter esperança de que podiam melhorar o seu status espiritual.

     No século dez antes de Cristo, a nação hebraica se dividiu em dois reinos políticos que diferiam em sua atitude para com a propriedade privada de terras. Ainda que um grupo cria em Yahvé e outros no culto a Baal, não era uma disputa religiosa, era pela terra. Os sulistas árabes errantes consideravam como um presente de Yahvé a terra que não podia ser vendida ou hipotecada, enquanto que os cananeus do norte, mais estabelecidos (os baalitas), compravam livremente, vendiam e hipotecavam as suas terras.

     Baal significava dono e o culto a Baal dava o direito a possuir e vender terra. Também supunha-se que Baal era o deus da fertilidade da terra que enviava chuva e o favor de boas colheitas. Os baalitas (adoradores de Baal) possuíam casas, terras e escravos e viviam nas cidades e cada Baal tinha um lugar sagrado, um sacerdócio, e uma "mulher sagrada". Dessa diferença básica de pontos de vista sobre a terra, evoluíram os antagonismos amargos, nas atitudes sociais, econômicas, morais e religiosas tomadas pelos cananeus e pelos hebreus.

     O profeta Elias trocou os problemas de Yahvé-Baal da terra aos pontos de vista religiosos dos hebreus e os cananeus. Fez um problema moral das velhas práticas sobre a terra e iniciou uma campanha contra os Baalitas. Yahvé era um e os Baalitas eram muitos; o Deus único ganhou sobre os muitos enquanto que Elias, seguido por seu associado Eliseu, reinstalou o conceito de Deus no reino do norte tal e como havia sido nos tempos de Samuel.

     Amós, um líder que seguiu a Elias, elevou os conceitos de deus a atrever-se a denunciar a criminalidade, a embriaguês, a opressão, e a imoralidade das tribos do norte da Palestina. Pela primeira vez os hebreus escutaram que Yahvé não toleraria o pecado em suas vidas (o povo eleito) mais que o fazia com outros povos. Proclamou que Yahvé era "o Deus de todas as nações" salvando deste modo a doutrina do supremo Yahvé e mantendo a revelação de Melquisedeque.

     Oséias veio depois de Amós, e continuou as advertências morais. Predicou o perdão através do arrependimento, não mediante os sacrifícios, e proclamou um evangelho de amor e bondade, e de misericórdia divina.

     Durante o período da ampla difusão da consciência moral e as ameaças de castigos proclamadas contra os pecadores pessoais e de crimes nacionais, apareceu o primeiro Isaías. Predicou a natureza eterna e a sabedoria infinita de Deus.

     Miquéias e Abdias embelezaram o evangelho de Isaías com a satisfação da alma. Denunciaram os sacerdotes e seu inteiro sistema de sacrifícios. E não fora a resistência obstinada dos sacerdotes, esses instrutores teriam posto abaixo todo o cerimonial de sangue do ritual hebreu de adoração.

     Jeremias declarou sem medo que Yavé não estava ao lado dos hebreus em suas batalhas militares, senão que Yahvé era o Deus de todas as nações, toda a Terra, e todo o povo. Jeremias elevou o nível de Deidade de Yahvé a uma dignidade planetária, inclusive cósmica. Muitos encontraram dificuldade em conceber Yahvé fora da nação hebraica e durante o cerco de Jerusalém os sacerdotes e governantes civis encarceraram num calabouço a Jeremias por traição.

     A nação dos hebreus havia caído diante dos exércitos da Babilônia, e o seu Yavé nacionalista sofria com as pregações internacionais dos líderes espirituais. O ressentimento dos sacerdotes judeus fez que alterassem a história inventando fábulas e milagres para restabelecer aos judeus como o povo eleito. Sua intenção era animar o decaído valor de seus companheiros no cativeiro, e nunca afirmaram que escreviam por inspiração; eles não professaram estar escrevendo um livro sagrado. Depois destes escritos e alguns outros foram reunidos em um livro de ensinamentos supostamente infalíveis. Porém se não fosse por Isaías, o segundo, os sacerdotes teriam tido mais influências sobre seus companheiros cativos.

     Isaías concebe no Deus de Justiça, amor, retidão, e misericórdia do Isaías anterior e concebe, como Jeremias, que Yahvé era o Deus de todas as nações. Este pregador nunca se cansou de proclamar a Deus de amor. Retratou belamente a majestuosidade do supremo Yahvé, o Deus de amor, chefe do universo, e o Pai afetivo de todos os seres. Era um pregador tão eloqüente que fez conversões tanto entre os judeus como entre seus captores.

     Uma vez mais o evangelho de Melquisedeque brilhava para abençoar a humanidade. Os escritos do segundo Isaías podem ser encontrados no livro com esse nome, nos capítulos 40 à 55. São as apresentações mais sublimes e verdadeiras do conceito espiritual de Deus que o homem tinha desde Maquiventa até a época de Jesus.

     Os ensinamentos dos dois Isaías teriam preparado o caminho para o reconhecimento e o acolhimento do Messias prometido. Todavia, ele não foi totalmente bem sucedido porque os sacerdotes estavam dedicados à obra de edificar um nacionalismo errôneo, com conceitos errados e racialmente egoístas sobre a missão do Messias.

     Como nação, os judeus finalmente perderam sua identidade política, porém a religião hebraica sincera continuou devido a que o supremo Yahvé, comparado a outros conceitos da Deidade, era claro, vívido, pessoal e moral. Os judeus amavam a justiça, a sabedoria e a retidão, porém a religião judia fracassou em fomentar o descobrimento filosófico criativo nos reinos da verdade.

     E esta é a longa e exitosa história inusual de Maquiventa Melquisedeque e seus ensinamentos; a Terceira Revelação Transcendental em Urantia. O conceito de um Deus Universal estava agora vivo nos corações dos homens e as mulheres e Urantia estava pronta para o Filho desse mesmo Deus.

     Michael nasceu um criador, foi educado como um administrador e aperfeiçoado como um executivo, tinha que adquirir sua soberania por experiência e completaria sua carreira de auto-outorgas no mundo de Urantia. Seria eternamente entronizado como soberano indiscutível e supremo do universo de Nébadon. Esta auto-outorga final coincidiria com a Quarta Revelação Transcendental em nosso mundo.

29  A Quarta Revelação Transcendental

     Durante cada uma das seis auto-outorgas anteriores, Michael de Nébadon tinha se subordinado voluntariamente à vontade das associações das personalidades da Trindade do Paraíso. Em sua primeira auto-outorga estava sujeito à vontade do Pai-Filho-Espírito. Em sua segunda auto-outorga estava sujeito à vontade do Pai-Filho; na terceira, à vontade do Pai-Espírito; e na quarta, à vontade do Filho-Espírito. Em sua quinta auto-outorga se subordinou à vontade do Espírito Infinito e na sexta auto-outorga esteve sujeito à vontade do Filho Eterno.

     A auto-outorga de Michael em Urantia, sua sétima, teria um propósito duplo. Sujeitaria-se à vontade mais elevada do Pai Universal com o fim de completar a representação completa da Trindade do Paraíso para todas as criaturas do universo; completaria, além disso, a sua carreira de auto-outorga, de experiência requerida na compreensão de suas criaturas. Assim, a auto-outorga em Urantia completaria o abraço simultâneo do ponto de vista sétuplo da Deidade do Paraíso e dos pontos de vista da criatura do espaço e do tempo. Michael cumpriria sua missão de trazer a Deus para o homem e o homem para Deus e assim obter o poder e a autoridade ilimitados, inquestionáveis e supremos do universo de Nébadon.

     Depois da habitual conferência de pré-outorga com Gabriel, Michael se apresentou então ante Emanuel, seu irmão mais velho e conselheiro do Paraíso.

     Emanuel confirmou a execução perfeita das seis missões anteriores de auto-outorga de Michael. Apontou que Michael logo apareceria em Urantia, o desordenado e desencaminhado planeta de sua eleição, como uma criança desamparada o qual era uma experiência nova e nunca antes provada por ele. Assim como as criaturas de Nébadon são totalmente dependentes de Michael, o Criador e pai do universo local, para ser conduzido de maneira segura através de suas carreiras no universo, Michael seria totalmente dependente do Pai do Paraíso através de sua carreira como mortal.

     Emanuel anunciou o mandado dos Anciães dos Dias ao qual prevenia todos os riscos espirituais em Nébadon durante a auto-outorga voluntária de Michael. Emanuel aceitaria novamente a responsabilidade da administração de Nébadon, com a cooperação de Gabriel, e da segurança de todas suas criaturas leais. Michael poderia assim se focar na missão da revelação aumentada do Pai do Paraíso para os seres inteligentes de Nébadon.

     Então Emanuel ofereceu os conselhos seguintes, e as admoestações a respeito da última auto-outorga:

  1. Michael nasceria como todos os mortais. Cresceria como todas as crianças do reino e completaria sua educação humana. Viveria sua vida tal como ele o elegesse, enquanto se sujeitava à vontade do Pai do Paraíso. Terminaria sua vida como um homem, tal como todos os homens, e ascenderia ao Pai para receber a soberania suprema de seu universo.
  2. Depois de que Michael se tornasse suficientemente autoconsciente de sua identidade divina terminaria tecnicamente a rebelião de Lúcifer no sistema de Satânia. Isto o deveria fazer na humildade da condição assumida de Filho do Homem, um débil mortal que se torna poderoso por seguir fielmente a vontade do Pai do Paraíso. Encontraria-se e julgaria a Caligástia e a Lúcifer, e terminaria para sempre suas vergonhosas representações errôneas. Depois deste ato e de completar sua auto-outorga mortal, todos os desafios similares feitos a autoridade de Michael se terminariam eternamente.
  3. Michael devia fazer todas as coisas necessárias durante a auto-outorga para reparar a tristeza e a confusão que foram trazidas a Urantia pela traição de Caligástia e o fracasso Adâmico. Depois de terminar a secessão em Urantia, Michael devia então aceitar o título de "Príncipe Planetário de Urantia".
  4. Gabriel e todos os interessados cumpririam o desejo de Michael de terminar sua auto-outorga com um chamado a juízo para despertar aos sobreviventes mortais do reino e para estabelecer a dispensação do Espírito da Verdade outorgado.
  5. Emanuel aconselhou a Michael assumir o papel de mestre enquanto estivesse em Urantia. Primeiro se deveria prestar à atenção à liberação e inspiração da natureza espiritual do homem. Emanuel disse: "em seguida, ilumina o obscurecido intelecto humano, cura as almas dos homens e emancipa suas mentes dos medos estranhos. E depois, de acordo com tua sabedoria mortal, ministra para o bem físico e o bem estar material de teus irmãos na carne. Vive uma vida religiosa ideal para a inspiração e edificação de todo o teu universo". (pág. 1328).
  6. A vontade da criatura finita e a vontade do Criador Infinito se tornariam una na vida terrena de Michael tal e como estão unindo-se na Deidade evolucinária do Ser Supremo. Michael outorgaria o Espírito da Verdade para que todos os mortais de Urantia estivessem totalmente abertos ao ministério dos Ajustadores do Pensamento Espirituais, o presente pessoal do Pai do Paraíso.
  7. Ainda que Michael tivesse outorgando sua vida a Urantia, viveria sua vida para a inspiração espiritual de cada inteligência humana e super humana em toda sua vasta criação. Sua vida na Terra não seria vivida com o fim de ser um exemplo que os mortais copiassem. Em vez disso, sua vida seria uma inspiração para todas as vidas em todos os mundos de Nébadon, em todas as gerações, em todas as eras por vir. Sua vida serviria para motivar toda vida inteligente.
  8. A grande missão de Michael durante sua curta vida na carne seria revelar Deus aos homens, mediante seu devoto compromisso de viver uma vida dedicada do fundo do coração a fazer a vontade do Pai do Paraíso. Em algum momento interpretaria com novo enaltecimento, ao Pai do Paraíso, e exibiria para os seres super mortais de Nébadon as possibilidades alcançadas de um humano que conhece a Deus. Michael mostraria assim a todo o seu universo; Deus que busca ao homem e o encontra, e o homem que busca a Deus e o encontra.
  9. Emanuel recordou a Michael que os atributos criadores da sua divindade pessoal permaneceriam com ele e ainda quando vivesse como Filho do Homem. Depois da chegada de seu Ajustador do Pensamento teria o poder de vontade para terminar sua encarnação em qualquer momento. Depois da chegada de seu Ajustador e seu reconhecimento progressivo de sua missão, foi advertido sobre o pensamento de qualquer desejo super humano de conquista ou poder já que suas prerrogativas de criador eram inseparáveis de sua presença pessoal. Porém nenhum evento supra-humano ocorreria fora da vontade do Pai a menos que Michael, em um ato consciente e deliberado da vontade, fizesse uma decisão unânime.

     Emanuel aconselhou ainda a Michael sobre aspectos menores de sua vida. Sugeriu a Michael que desse o exemplo na realização de algumas coisas práticas e de ajuda imediata para os teus semelhantes mortais. Aconselhou a Michael de viver sua vida familiar e comunitária segundo as práticas estabelecidas no tempo e na geração de sua auto-outorga. Devia evitar quaisquer entrelaçamentos com a estrutura econômica e comprometimentos políticos com os teus dias.

     Sob nenhuma circunstância Michael deveria interferir com a evolução normal das raças de Urantia. Sem dúvida, isto não devia ser interpretado como uma limitação aos seus esforços por deixar um sistema melhorado de ética religiosa positiva.

     A vida e os ensinamentos de Cristo Michael (Jesus) estavam destinados a se transformarem na herança comum de todas as religiões e de todos os povos, portanto, devia evitar o estabelecimento formal de qualquer culto, religião ou grupo ético segregador.

     Nada potencialmente idólatra devia ser deixado no planeta; Michael não devia deixar escrito e não devia permitir que os seus seguidores fizessem imagens, desenhos, ou qualquer retrato dele. Ainda que Michael vivesse como um homem normal, provavelmente não entraria numa relação de matrimônio. Tal relação seria totalmente honrosa e consistente com sua auto-outorga. Porém, um dos mandatos da encarnação proíbe que um Filho originário do Paraíso, que esteje em auto-outorga, deixe descendência em qualquer planeta.

     E finalmente Emanuel aconselhou a Michael entregar-se ao guiamento de seu Ajustador interior para assim viver a vida perfeita nos mundos planetários. Sua vida não necessariamente seria vista como perfeita por um só homem em uma só geração em qualquer mundo (incluindo Urantia), se não que seria valorizada como supremamente completa nos mundos altamente perfeitos de seu vasto universo. Emanuel então assumiu a jurisdição de todo Nébadon como soberano interino durante o período da sétima auto-outorga de Michael em Urantia.

     Na presença de todos os reunidos, Michael deixou seu lugar em Sálvington. Ao meio dia, em 21 de agosto do ano 7 a.C.1 com a amorosa ajuda de mulheres viajantes amigas, Maria e José se converteram em pais de seu primeiro filho. Chamaram a seu filho Joshua (Jesus) ben José.

     Jesus foi uma criança normal, sã, inteligente e muito inquisitiva. José que era um carpinteiro e empreiteiro exitoso pode prover muitas coisas para sua crescente família (oito filhos) tais como viagens, lições de músicas e instrumentos e quadros para escrever. Tanto Maria como José foram pais dedicados que deram ambiente enriquecedor e amplas oportunidades de aprendizagem.

     Desde cedo Jesus aprendeu com sua mãe, como cuidar de seus animais, como fazer queijo, como tecer, e como cuidar de flores e plantas. José falava fluentemente tanto o aramaico quanto o grego, e de seu pai Jesus aprendeu a ler e escrever estes dois idiomas antes de entrar à escola, onde aprendeu hebreu, seu terceiro idioma. Jesus amava estudar a natureza e desfrutava de longas caminhadas de exploração com seu pai. José ensinou ainda a Jesus a carpintaria, e o lugar onde estava a oficina de carpintaria da família, deu muitas oportunidades para que Jesus conhecesse a gente de todo o mundo que viajava em caravana. Quase sempre José levava a Jesus com ele em viagens de negócios, promovendo mais oportunidades para ele estudar a gente e os métodos através dos quais os homens viviam. E Jesus aprendeu com outros membros de sua família; semear a terra com um tio e a pescar com outro.

     Depois de sua graduação nas escolas da sinagoga, Jesus foi autorizado a participar na celebração de sua primeira Páscoa em Jerusalém. Lentamente se manifestava o pensamento dele estar destinado a realizar uma missão na Terra, para o esclarecimento do homem e a revelação de Deus. No dia antes do sábado de Páscoa, a mente de Jesus se inundou de iluminação espiritual e seu coração humano se encheu de compaixão afetiva pelas multidões espiritualmente cegas e moralmente ignorantes. Essa noite, pela primeira vez em sua carreira humana apareceu um mensageiro designado que foi enviado por Emanuel que lhe disse: "É chegada a hora. Já é tempo de começares a cuidar dos assuntos do teu Pai".

     "A medida que o tempo passava, o mistério da encarnação se fez para todos nós, mais e mais indecifrável. Dificilmente podíamos compreender que este rapaz de Nazaré era o criador de todo Nébadon. Com o passar do tempo, podíamos ver que a sua mente humana estava discernindo cada vez mais que, enquanto vivia sua vida na carne, em espírito sobre seus ombros repousava a responsabilidade de um universo." (pág. 1376).

     Nenhum ser humano jovem, passando pelas primeiras confusões e ajustamentos aos problemas da adolescência, jamais experimentou um teste mais crucial do que aquele pelo qual Jesus passou durante essa transição até a adolescência e a maturidade. Ainda que seus pais verdadeiramente o amassem, eles não o compreendiam, ou melhor dito, não podiam entendê-lo. Nada, absolutamente nada miraculoso sucedeu, e isto desalentou especialmente a sua mãe.

     Jesus continuou seus estudos avançados junto aos mestres da sinagoga e seguiu com a educação familiar de seus irmãos e irmãs mais jovens, tudo isto enquanto formulava planos para "ocupar-se dos assuntos de seu Pai". O futuro luzia muito brilhante quando os assuntos desta família de Nazaré foram destruídos pela morte acidental de José.

     Apenas com quatorze anos de idade, Jesus assumiu a responsabilidade de sua mãe grávida e de seus irmãos e irmãs, com idades desde 1 até 10 anos. A capacidade de ingressos, inclusive para um excelente carpinteiro de 14 anos, não podia sustentar nove pessoas e um bebê (Rute), assim que lentamente sentiram o aperto crescente da pobreza e os terrenos que José possuía foram vendidos. Porém as dificuldades financeiras não foram às únicas. Antes de chegar aos 21 anos, Jesus havia declinado uma oferta de matrimônio com Rebeca; tinha evitado envolver-se na política dos zelotes, ocasionando que ele não mais estava nas graças de um favorecimento universal na comunidade de Nazaré; e de novo enfrentou a morte quando faleceu Amós, seu irmão menor. Jesus era um irmão-pai carinhoso e consagrado aos seus irmãos e pacientemente dedicou-se a seu cuidado e criação. Seguindo a tradição de José.

     Jesus levou a cada um de seus irmãos à idade 13 anos a Jerusalém para sua primeira páscoa no templo, e os ajudou a escolher um trabalho para viver e os deu permissão para casar-se quando chegou o momento. Jesus inclusive se preocupou com a educação de suas irmãs, ainda e quando as mulheres não eram educadas nem se as permitia assistir à escola. Também se preocupou com cada membro de sua família fosse treinado no cuidado e nos trabalhos domésticos.

     Criar uma família não era um trabalho fácil e Judá em particular era um adolescente difícil: evitava as suas responsabilidades financeiras, fugiu de casa, e inclusive foi preso uma vez. Jesus teve a oportunidade de experimentar as dificuldades que enfrentam os pais terrestres.

     Finalmente, à idade de 26 anos, quando Rute, a mais jovem tinha 12 anos e a família estava assegurada, alguns em seus lares ou trabalhos, Jesus estava pronto para deixar o lar. Havia trabalhado duro todos esses anos e havia se preparado para a recompra da oficina de carpintaria da família. Antes de sair de Nazaré presenteou Tiago, o segundo filho mais velho de José, com o título de posse total da loja de reparos. Nesse momento Tiago assumiu a posição de "chefe e protetor da casa de José" e a responsabilidade financeira total da família. Jesus estava então livre de suas responsabilidades para com sua família terrestre, porém prometeu enviar dinheiro cada mês até que "sua hora tivesse chegado".

     Em uma manhã chuvosa de domingo, em janeiro do ano 21, de maneira calada e sem cerimônias, Jesus deixou sua família. Durante um tempo trabalhou com um velho amigo de seu pai, Zebedeu, e seus filhos Tiago, João e Davi construindo barcos em sua oficina ao lado do Mar da Galiléia. De novo, Jesus procurou dinheiro para as necessidade de sua família, teve uma longa conversa com o seu recente amigo, João Zebedeu, e pediu-lhe continuar com as contribuições mensais para a sua família; explicou que desejava viajar antes de começar o trabalho de seu Pai. Somente Zebedeu pai soube da viagem de Jesus a Roma na qualidade de intérprete de um rico homem de negócios que vinha da Índia e como tutor de seu filho de 17 anos.

     Esta viagem de 2 anos estava caracterizada pelo trabalho de ministério pessoal de Jesus. Completou o seu contato de aperfeiçoamento educacional com os povos diversificados do mundo dos seus dias e geração. A cada um deles os disse ou fez algo que transformou suas vidas em algo mais rico e valioso.

     Depois de seu regresso de Roma, Jesus visitou os membros de sua família e ainda que se visse muito normal, cada vez mais o considerava mais difícil de entender. A oportunidade de viajar apresentou-se de novo quando o condutor de uma caravana adoeceu gravemente. Jesus, que era linguista, ofereceu-se como voluntário para fazer este trabalho que duraria mais de um ano. Estes foram os momentos de transição desse ser que começara a vida como um Deus, surgindo como um homem, e que agora estava preparando-se para completar a sua carreira terrena como um homem, surgindo como Deus. Teve um grande progresso ao completar a harmonia de sua mente humana e seu Ajustador interior, e sua personalidade se preparava para esta grande troca em sua atitude para o mundo.

     Um ano de percursos solitários pela Palestina e Síria seguiram seu trabalho na caravana. Jesus passou seu tempo trabalhando, observando, estudando, visitando, ministrando e aprendendo como o homem vive, pensa, sente e reage ao ambiente da existência humana. Foi também durante este período quando Jesus comungou com Deus durante seis semanas nas escarpas do monte Hermom.

     Jesus tinha acordado com um jovem que lhe depositasse comida duas vezes por semana num ponto específico na metade do caminho da montanha, porém enfrentou sua última luta a sós com as realidades da existência mortal. Foi à grande prova unicamente com seu Ajustador interior para que o guiasse. Durante essas semanas completou sua meta mortal de compreensão mental e do controle da pessoalidade. Assegurou-se totalmente de sua natureza divina. Próximo do fim desta estada Jesus pediu que lhe fosse concedido à permissão ao seu Pai para sustentar uma conferência como filho do homem, como humano mortal, com seus inimigos de Satânia. Satã, representando Lúcifer e o traiçoeiro Caligástia foram feitos completamente visíveis ante Jesus. As suas muitas proposições e contrapropostas Jesus somente respondeu, "Que prevaleça a vontade do meu Pai no Paraíso, e que a vós, meus filhos rebeldes, possam os Anciães dos Dias julgar-vos divinamente. Eu sou o vosso Criador-pai; não posso julgar-vos com justiça; a minha misericórdia vós já a desprezastes. Eu vos entrego ao julgamento dos Juízes de um universo maior". (pág. 1493).

     Michael de Nébadon ganhou a soberania inquestionável de seu universo entre as árvores e no silêncio da natureza no Monte Hermom. Havia terminado os compromissos dispostos como Filho Criador; a rebelião de Lúcifer em Satânia e a secessão de Caligástia em Urantia estavam virtualmente terminadas. Havia pagado o último preço que se requeria para obter a soberania de seu universo. Quando desceu da montanha viu ao jovem que vinha com a comida e chamando-o Jesus disse: "O período de descanso chegou ao fim; devo agora voltar a cuidar dos assuntos do meu Pai".

     De regresso a Cafarnaun, Jesus trabalhou de novo na oficina de barcos de Zebedeu até que chegou o dia em que deixou suas ferramentas e disse: "É chegada a minha hora". Jesus se apresentou então ante João o Batista no Rio Jordão. Ele "era um mortal deste reino, que havia atingido o pináculo da ascensão evolucionária humana, em todos os pontos relacionados à conquista da mente e à auto-identificação com o espírito. Era como um mortal perfeccionado, dos mundos evolucionários do tempo e do espaço, que ele comparecia naquele dia ao Jordão. Uma sincronia perfeita e uma completa comunicação haviam sido estabelecidas entre a mente mortal de Jesus e o espírito Ajustador residente." (pág. 1511). A única diferença entre os fragmentos do Pai que nos habitam e o Ajustador de Jesus é que seu Ajustador tinha vivido previamente em Maquiventa Melquisedeque encarnado preparando-se para a missão especial de Michael.

     O batismo para Jesus não era um ritual de arrependimento, nem de remissão de pecados, senão sua consagração a realizar a vontade do Pai do Paraíso. Quando João pôs suas mãos sobre Jesus para batiza-lo o Ajustador deixou a alma aperfeiçoada de Jesus para retornar momentos depois proveniente do Pai do Paraíso como um Ajustador Personalizado. Somente Jesus percebeu seu próprio espírito divino anterior descendo em seu regresso a ele em forma personalizada, porém João e dois dos irmãos de Jesus conseguiram ouvir a este mesmo espírito do Paraíso dizer: "Este é o meu Filho adorado, em quem eu muito me comprazo". Quando Jesus olhou para cima e orou, apresentou-se uma visão de si mesmo como um Filho de Deus antes de sua encarnação, e de como seria quando terminasse sua auto-outorga final. A visão celestial foi presenciada somente por Jesus e isto finalizou sua vida puramente humana. O Filho divino encontrou o seu Pai; e o Pai Universal encontrou o Seu Filho encarnado.

     Jesus ficou quarenta dias em retiro com objetivo de formular os planos e determinar a técnica que usaria para proclamar o novo reino de Deus nos corações dos homens. Quando estava nas colinas Jesus teve sua primeira comunicação desde que deixou Sálvington, com Gabriel, seu chefe executivo do universo. Enquanto Gabriel e Michael falavam, o Pai da Constelação de Edêntia apareceu e anunciou a sua liberação da auto-outorga para a encarnação em Urantia, feita pelo irmão-tutor de Jesus, Emanuel. O trabalho de auto-outorga de Michael se completou concomitantemente à obtenção da soberania aperfeiçoada de seu universo e o término da rebelião de Lúcifer. Agora ou em qualquer momento que queira escolher, estava livre, para terminar sua auto-outorga encarnada, ascender à direita do Pai, receber a soberania, e assumir sua merecida e incondicional regência de Nébadon. Michael elegeu um plano de ministério mundial não somente para benefício do povo de Urantia, senão para todos os mundos de Nébadon e optou terminar sua carreira na Terra tal e como tão nobremente a tinha começado. Este foi na realidade o período de grandes decisões e quando se reuniu com seus discípulos sua face resplandecia com a glória da vitória espiritual e do cumprimento moral.

     Logo Jesus tinha elegido pessoalmente a seis apóstolos, e com o tempo cada um deles elegeria a outro. Nos seguintes quatro meses viveram com o "rabino" e aprenderam a não temer-lhe ou aborrecer-se com sua divindade. E Jesus ensinou: "Eu vim para proclamar o estabelecimento do Reino do Pai. E esse Reino deverá incluir as almas adoradoras dos judeus e gentios, dos ricos e pobres, dos livres e escravos porque meu Pai não tem preferência por ninguém, Seu amor e Sua misericórdia estendem-se a todos". (pág. 1536) E os apóstolos ainda que a princípio se surpreendessem prontamente, aprenderam que as mulheres deviam merecer direitos iguais aos dos homens, no Reino.

     Os apóstolos aprenderam de Jesus sobre o Reino do céu, e Jesus aprendeu muito com eles sobre o reino dos homens e a natureza humana, tal como esta existe em Urantia e nos outros mundos evolucionários. Jesus não posava como um místico suave, doce, gentil e amável. Era um homem robusto, digno e naturalmente bom e seus ensinamentos são comovedoramente dinâmicos. E os vigorosos pescadores galileus chamavam-no de Mestre.

     O evangelho de Jesus é expresso quando ensinava no templo na Páscoa em Jerusalém. A ênfase da mensagem deles era:

  1. O reino do céu está à mão.
  2. Pela fé na paternidade de Deus, vós podeis entrar no reino do céu, tornando-vos assim os filhos de Deus.
  3. O amor é a regra para viver dentro do reino - a suprema devoção a Deus que, ao mesmo tempo, significa amar ao próximo como a si mesmo.
  4. A obediência à vontade do Pai, produzindo os frutos do espírito, na vida pessoal de cada um; essa é a lei do reino.

     A medida que o evangelho do reino se difundiu, os sacerdotes e governantes dos judeus se preocuparam sobre o que fazer com Jesus e seus apóstolos.

     O ensinamento público de Jesus consistia principalmente em pequenos discursos e parábolas, porém ele ensinava aos seus apóstolos por meio perguntas e respostas. Durante quatro meses de aprendizado teve mais de cem reuniões longas e sinceras com eles. Certa ocasião, pregando em Arquelais, os apóstolos foram desanimados por alguns gregos e romanos que pensavam que os ensinamentos que ministravam serviam apenas aos fracos e aos escravos, declarando que os homens não podiam viver dessa maneira. Jesus falou longamente sobre isso, em parte disse: "Eu vim a este mundo para fazer a vontade do meu Pai e para revelar Seu caráter amoroso a toda a humanidade. Essa, meus irmãos, é minha missão. E vou realizá-la, independentemente da má compreensão desses meus ensinamentos, da parte de judeus ou gentios, nos dias presentes ou em outra geração. ... O filho nem sempre compreende a sabedoria e o amor dos motivos da disciplina restritiva do pai."

     "Todavia, eu declaro-vos que meu Pai no Paraíso rege o universo dos universos por meio do poder do pulso do seu amor. O amor é a maior de todas as realidades do espírito. A verdade é uma revelação libertadora, mas o amor é a relação suprema. E quaisquer que sejam os erros cometidos pelos vossos semelhantes na direção do mundo de hoje, o evangelho que eu proclamo, em uma idade que virá, irá reger este mesmo mundo. A meta última do progresso humano é o reconhecimento reverente da paternidade de Deus, e a materialização amorosa da irmandade dos homens."

     "Porém, quem disse que meu evangelho é destinado apenas aos escravos e aos debilitados? Acaso parecem vocês débeis ou João o Batista parecia um débil? Devido a que meu Pai é um Deus de amor e se deleita ao praticar a misericórdia, não pensem que o serviço no reino é fácil. A ascensão ao Paraíso é a suprema aventura de todos os tempos, a árdua conquista da eternidade."

     "O serviço do reino na Terra requerirá todo o valor que vocês e seus companheiros têm. Os incrédulos de hoje podem zombar de vocês por causa da pregação de um evangelho de não-resistência e de vidas sem violência, porém vocês são somente os primeiros de uma longa linha de crentes sinceros que surpreenderá a toda a humanidade por sua heróica devoção a estes ensinamentos. Nenhum exército mostrou jamais mais valor que o que será retratado por vocês e por seus sucessores que proclamarão ao mundo as boas notícias, a paternidade de Deus e a irmandade dos homens. A coragem da carne é a forma mais baixa de bravura. A bravura da mente é um tipo mais elevado de coragem humana; e o tipo mais elevado e supremo de bravura é a lealdade sem concessões às convicções esclarecidas das realidades espirituais profundas. E dito valor constitui o heroísmo do homem que conhece a Deus. E todos vocês são homens que conhecem a Deus."

     Desde esse mesmo dia, a mensagem deles teve um novo tom de predomínio da coragem. Os doze continuaram a adquirir um espírito positivamente dinâmico de agregação em torno do novo evangelho do Reino.

     Jesus ensinou e respondeu a quase qualquer pergunta concebível que possas imaginar. Semeou as sementes e ministrou às multidões enquanto ia de passagem, porém nada era mais importante que o indivíduo necessitado. Quando as marés políticas começaram a subir, e os governantes judeus os escutavam com a única esperança de apanhá-los, Jesus começou a ensinar às multidões utilizando o método da parábola (os escritos de Urantia contêm pelo menos 30 parábolas de Jesus).

     Os judeus se aferravam à idéia de um redentor que faria prodígios. Jesus se recusou a ceder às propostas de efetuar maravilhas materiais e exibições de poder. Quando curava aos enfermos lhes dizia que não o contassem a ninguém, porém a maioria imediatamente corria voz de suas curas milagrosas. Quando cinco mil pessoas se reuniram para escutar Jesus e ficaram muito depois do almoço, ele desejava alimentar a sua gente faminta. Desafortunadamente em seu pensamento limitado tentaram coroá-lo como rei. Jesus os admoestou por querer um rei para ter pão grátis quando o que ele queria dar era comida espiritual para suas almas. Dos cinco mil que foram miraculosamente alimentados e que, quando os seus estômagos estavam cheios e os seus corações vazios, queriam fazer de Jesus um rei, apenas quinhentos continuaram seguindo-o.

     Ante a morte de seu íntimo amigo desde muito tempo, Lázaro, e com o consentimento do pai, Jesus exibiu seu poder sobre a vida e a morte realizando a ressurreição dele que estava morto há quatro dias. Suas ações ocorreram em parte, para o benefício dos escribas e fariseus de Jerusalém, com o objetivo de que poderiam ter uma oportunidade a mais para aceitar seus ensinamentos.

     Depois de Lázaro saiu de sua tumba, depois de que foi ressuscitado dentre os mortos, Jesus disse: "Meu filho, o que aconteceu a ti será também experimentado por todos aqueles que acreditam nas boas-novas do evangelho, exceto pelo fato de que eles serão ressuscitados em uma forma ainda mais gloriosa. Tu serás uma testemunha viva da verdade daquilo que eu disse - eu sou a ressurreição e a vida."

     Embora muitos tivessem acreditado em Jesus por causa dessa obra poderosa, outros apenas endureceram o próprio coração, mais ainda, para rejeitá-lo. Os alarmados fariseus rapidamente convocaram a uma reunião do Sinédrio com o fim de determinar o que deveria ser feito. Muito antes haviam decidido prender Jesus. Na terça-feira, 4 de abril, do ano 30 a.C., Jesus se despediu de Lázaro; deu conselhos de despedida ao corpo de mulheres; deu conselho pessoal a cada um de seus apóstolos; e pronunciou seu último discurso no templo de Jerusalém. Depois de um dia de descanso, Jesus, na quinta-feira, falou para cerca de cinqüenta dos seus seguidores de confiança. Nessa noite teve lugar à última ceia quando Jesus estabeleceu a ceia de comemoração, dizendo: "Esta é a nova Páscoa, que eu deixo convosco; a da memória à minha vida de auto-outorga, a palavra da verdade eterna; e do meu amor por vós, da efusão do meu Espírito da Verdade sobre toda a carne".

     Jesus explicou novamente a necessidade de partir e falou claramente com o objetivo de que seus apóstolos estivessem preparados para os eventos que logo ocorreriam. Os disse que a vida, na criação eterna do Pai, não é um descanso sem fim, na indolência e sossego egoísta; mas é, antes, uma progressão incessante na graça, na verdade e na glória. Prometeu regressar durante um tempo depois de sua morte e os assegurou que logo depois de regressar ao Pai, enviaria um novo mestre espiritual, seu Espírito de Verdade. Porém tudo isso era muito difícil de compreender pelos apóstolos. Michael de Nébadon, como o humano encarnado, Jesus de Nazaré, nasceu igual a todos os humanos, viveu como todos os humanos e experimentou a morte tal como todo os humanos devem fazê-lo. Em algum momento teria que despojar-se de seu corpo mortal, porém isso pode ter sucedido de muitas maneiras. O Pai nunca planejou, executou, nem desejou a morte de Jesus numa cruz entre dois ladrões. A morte era o fim natural da experiência mortal de Michael, porém não tinha que ser nem violenta nem inusitada. Tudo isso foi um feito do homem, não de Deus. O evangelho que menciona que o homem mortal pode, por meio da fé, tornar-se consciente espiritualmente, consiste em que és um filho de Deus, e não dependente da morte de Jesus. É bem verdade, de fato, que todo o evangelho do Reino haja sido imensamente iluminado pela morte do Mestre, no entanto foi ainda e muito mais iluminado pela sua vida.

     Da época da ressurreição moroncial até a hora da sua ascensão espiritual às alturas, Jesus fez dezenove aparições isoladas, na forma visível, para os seus crentes na Terra. A última aparição do Mestre foi na manhã de quinta-feira, 18 de maio, na parte ocidental do monte das Oliveiras, com os seus onze apóstolos (Judas Escariotes havia se suicidado) silenciosos e um tanto desorientados. Suas últimas palavras para eles foram: "estou a ponto de deixar-vos e de ascender ao meu Pai; e, muito em breve, nós enviaremos o Espírito da Verdade a este mundo onde estive; e, quando ele houver chegado, vós ireis começar a nova proclamação do evangelho do Reino, inicialmente em Jerusalém e depois nas partes mais distantes do mundo. Amai aos homens com o amor com o qual eu vos amei, e servi aos semelhantes mortais como eu servi a vós. Pelos frutos do espírito nas vossas vidas, levai as almas a acreditar na verdade de que o homem é um filho de Deus, e de que os homens são irmãos. Lembrai-vos de tudo o que eu vos ensinei e da vida que eu vivi entre vós. O meu amor vos abriga, o meu espírito residirá convosco e a minha paz habitará em vós. Adeus."

     Quando o Mestre moroncial terminou de falar desapareceu de sua vista tal e como havia feito depois de outras aparições. O Mestre foi para Edêntia, passando por Jerusém, onde os Altíssimos liberaram Jesus de Nazaré do seu estado moroncial. Através de canais espirituais de ascensão Michael dirigiu-se à direita do Pai do Paraíso para receber sua soberania como Filho Michael Mestre. Em Sálvington foi-lhe dada às boas vindas como soberano supremo e incondicional de Nébadon, o universo que ele mesmo havia criado, servido e entendido completamente.

     Em nenhuma de suas auto-outorgas Michael revelou a Deus, o Supremo, contudo, o conjunto e a soma total de todas as sete outorgas é uma nova revelação do Ser Supremo para Nébadon. Michael, um Filho Mestre sétuplo, havia se identificado eternamente com o Supremo. Especula-se que na próxima era do universo colaborará com o Ser Supremo, na primeira Trindade experiencial, nos universos do espaço exterior. Como todos os Filhos do Pai, o Michael Mestre de Nébadon continua seu progresso incessante na graça, na verdade e na glória.

     Urantia é o templo sentimental de todo o Nébadon, o principal de dez milhões de mundos habitados, o lar mortal de Cristo Michael, o soberano de todo o Nébadon, um ministro de Melquisedeque para os reinos, um salvador do sistema, um redentor adâmico, um companheiro seráfico, um companheiro dos espíritos ascendentes, um progressista moroncial, um Filho do Homem na semelhança da carne mortal, e o Príncipe Planetário de Urantia. "E vossos registros dizem a verdade quando diz que este mesmo Jesus prometeu voltar algum dia ao mundo de sua auto-outorga final, o Mundo da Cruz". (pág. 1319)

     Assim terminou a sétima e última auto-outorga do Filho do Paraíso do Universo Local de Nébadon da ordem de Michaéis Mestres e a Quarta Revelação Transcendental em Urantia.

30  Intervalo - O Desenvolvimento do Cristianismo

     O culto a Mitras foi durante um tempo o culto de mistério com o maior número de seguidores e competia com a recentemente formada religião cristã. O mitraísmo surgiu no Irã e foi influenciado pelos ensinamentos de Zoroastro, especialmente suas idéias sobre o bem e o mal. Os ensinamentos de Zoroastro e todas as demais religiões surgiram dos ensinamentos de Melquisedeque, distorcidas em diversos graus.

     O culto mitraico retratava um deus militante, que tinha origem em um grande rochedo, lançando-se em façanhas valentes e fazendo a água jorrar de uma rocha com um golpe da sua flecha. Houve um dilúvio, do qual um homem escapou em uma embarcação especialmente construída, e uma última ceia, na qual Mitras celebrou o deus-sol antes de ascender aos céus. Esse deus-sol, ou Sol Invictus, era uma degeneração de Ahura-Mazda, o conceito da deidade do zoroastrismo. Mitras foi concebido como o campeão sobrevivente do deus-sol na sua luta com o deus das trevas.

     Aqueles que aderiam a esse culto adoravam em cavernas e outros locais sagrados, cantando hinos, murmurando palavras mágicas, comendo a carne dos animais sacrificados e bebendo o seu sangue. Três vezes ao dia, eles adoravam, com cerimoniais semanais especiais no dia do deus-sol e com a observância bem elaborada de todos no festival anual de Mitras, aos vinte e cinco de dezembro. Acreditava-se que a participação no sacramento assegurava a vida eterna, a passagem imediata, depois da morte, ao seio de Mitras, para ali permanecer, em bênção, até o dia do julgamento. No dia do julgamento, as chaves mitraicas do céu abririam os portões do Paraíso para receber os fiéis; depois do que, todos os não batizados, entre os vivos e os mortos, seriam aniquilados com o retorno de Mitras à Terra. Os maus seriam destruídos pelo fogo, e os justos reinariam com Mitras para sempre. A princípio, essa era uma religião apenas para os homens, e havia sete ordens diferentes nas quais os crentes podiam ser sucessivamente iniciados. Mais tarde, as esposas e as filhas dos crentes foram admitidas aos templos da Grande Mãe, que eram contíguos aos templos mitraicos.2

     Durante o terceiro século depois de Cristo, tanto a igreja mitraica, como a cristã, se pareciam muito por fora e cada uma tinha altares similares com fundos que mostravam a seu sofrido salvador qual tinha trazido a salvação a um mundo degredado pelo pecado. Ambas as religiões batizavam aos crentes e praticavam o sacramento do pão e do vinho. Os adoradores de Mitras colocavam seus dedos em água benta ao entrar no templo e este costume foi adotado pelas igrejas cristãs nos arredores de Roma, pelas pessoas que, nesse momento, pertenciam a ambas as religiões. A grande diferença entre o mitraísmo e o cristianismo, à parte o caráter de Mitras e de Jesus, era que uma encorajava o militarismo, enquanto a outra era ultrapacifista. A tolerância do mitraísmo pelas outras religiões (exceto o posterior cristianismo) conduziu ao seu fim total. Contudo, o fator decisivo na luta entre as estas duas foi a admissão das mulheres como membros plenos da comunidade da fé cristã.

     Em parte, o cristianismo foi fundado com influências das doutrinas de Paulo de Tarso. O mitraísmo fora a religião dominante de Tarso durante a sua adolescência. Grande parte do Novo Testamento está dedicado, não a retratar a vida religiosa e inspiradora de Jesus, senão a discutir a experiência religiosa de Paulo e suas convicções religiosas pessoais. É interessante notar que as cartas que Paulo escreveu para os seus conversos, expressando seus pontos de vista pessoais, foram muito depois consideradas como "a palavra de Deus", ainda que Paulo mal sonhava que isto ocorreria. Contudo, os instrutores bem-intencionados como ele não devem ser considerados responsáveis pelo uso feito dos seus escritos por sucessores mais recentes. É pertinente observar que a filosofia grega, ligada à teologia de Paulo, ainda forma a base da ética européia.

     A religião cristã se desenvolveu através de todos estes ensinamentos, influências, cultos, crenças pessoais, e o feito histórico da vida de Jesus. O cristianismo, hoje, tornou-se uma religião bem adaptada aos costumes sociais, econômicos e políticos das raças brancas. Ele deixou, há muito, de ser a religião de Jesus, embora ainda retrate valentemente uma bela religião sobre Jesus, para os indivíduos que buscam sinceramente seguir o caminho dos ensinamentos dela. Tem glorificado Jesus como o Cristo, o ungido Messias do Senhor, mas esqueceu, em boa medida, o evangelho pessoal do mestre: a Paternidade de Deus e a fraternidade universal de todos os homens.

     Ao final a religião cristã dominou o Ocidente. O mitraísmo proveu os rituais, a filosofia grega contribuiu com as idéias e os valores éticos, e o cristianismo foi à técnica para conservar os valores morais e sociais. Muitos dos primeiros cristãos eram conversos judeus e por tanto muito do sistema de teologia e moral hebraicas, e a crença no mais além e no Yahvé supremo foi também incorporado ao cristianismo.

     O cristianismo contém mais dos ensinamentos de Jesus que outras religiões, porém também incluem muitas coisas de que Jesus nunca ensinou. As doutrinas cristãs da expiação, o ensinamento de que Jesus foi o Filho sacrificado que pagou pelos pecados do mundo para que a severa justiça de Deus, o Pai, fosse satisfeita e sua ira divina se apaziguasse, foi o resultado dos primeiros esforços para conectar o ensinamento do evangelho com a teologia judia, e assim ganhar adeptos entre os judeus não crentes. Estes esforços fracassaram em ganhar aos judeus, porém tiveram êxito em confundir e alienar a muitas almas honestas de todas as gerações seguintes.

     O segundo grande engano no desenvolvimento inicial do cristianismo foi enfocar-se na pessoa de Jesus até o ponto de que o evangelho se viu eclipsado e obscurecido pelos aspectos temporais de sua vida humana. Os primeiros cristãos estavam tão preocupados nos eventos circustaciais sobre Jesus, que não enfatizaram o que Jesus disse sobre sua missão de trazer o homem mais perto de Deus e a Deus mais próximo do homem. Ainda que o cristianismo seja ainda uma bela religião sobre Jesus, em sua maior parte foi esquecida a religião pessoal de Jesus: a paternidade de Deus e a irmandade universal de todos os homens.

     Oriente e Ocidente terão dificuldade em dividir a adoração do Pai Universal, se o cristianismo seguir promovendo uma religião sobre Jesus e enfatizando as diferenças das religiões do mundo. Tanto as religiões do ocidente como do oriente podem aceitar a verdadeira religião de Jesus, a qual é seu ponto em comum, tão somente se tiverem a vontade de reconhecê-lo.

31  A Quinta Revelação Transcendental

     Todas as revelações elevam e iluminam as religiões de evolução. A religião evolucinária não é lógica; é sentimental e está baseada num mundo hipotético de fantasmas-espíritos e medo ao desconhecido. A religião revelada é oferecida pelo mundo espiritual real. É uma técnica que economiza quantidades enormes de tempo separando os erros da evolução das verdades de aquisição no espírito. E esta técnica da expansão espiritual da religião evolucinária é parte do plano universal. E também um plano supervisado.

     A cosmologia é um sistema de crenças que explicam a origem e a estrutura do universo dentro um quadro quadro conceitual ordenado, assim como a relação dos mortais com o universo. Urantia, por ser geralmente ignorante das origens, incluindo as origens físicas, tem necessitado de instrução sobre cosmologia de vez em quando. Porém, as leis da revelação restringem a participação de conhecimento prematuro ou não ganho, a sabedoria humana deve evoluir. Os fatos históricos e as verdades religiosas desta revelação se manterão durante épocas, porém muitas das declarações científicas necessitarão ser revisadas à medida que a humanidade alcance progressivamente novos descobrimentos, já que a revelação de fatos não descobertos é desaconselhada. Os futuros estudantes não deveriam perder de vista a verdade espiritual genuína de uma revelação devido às limitações e restrições do conhecimento científico humano atual. O trabalhar dentro deste quadro atual de conhecimento trará consigo erros de cosmologia; erros que poderiam tentar a futuros estudantes a descartar toda a revelação. Porém, recorda que a ciência trata com os fatos e a religião trata com os valores, enquanto que a mente pretende unir a ambos em um conceito de realidade completa.3

     A Quinta Revelação Transcendental para Urantia é única, posto que não seja o trabalho de uma personalidade do universo se não o trabalho combinado de muitos seres do universo. Porém, não se apresenta como uma revelação completa, pois, é incompleto qualquer ensinamento anterior ao alcance do Pai Universal. Não se apresenta como sendo perfeita já que qualquer coisa que as mentes e as linguagens humanas interpretam está sujeita a falhas e imperfeições. O que os documentos de Urantia dizem, o que revelam, não falhará em expandir teu crescimento espiritual se integras este novo conhecimento com um coração e uma mente abertos. O estudo de um só segmento de qualquer obra de arte é possível, sem dúvida um indivíduo deve ver toda a obra para julgar seu valor como obra mestra. Ainda que qualquer leitura do "Livro de Urantia" seja benéfica, os documentos de Urantia devem ser lidos em sua totalidade para poder apreciar de maneira completa e sua sublimidade; é a integridade do livro o que mais enaltecerá tua vida espiritual pessoal.

     Porém em última análise, a Quinta Revelação Transcendental, do "Livro de Urantia", deve ser julgada por seus frutos e de acordo com sua excelência divina. Toda revelação, pessoal e transcendental, é um presente. Um presente oferecido livremente para ser compartilhado e enaltecido através de tua experiência pessoal. Todos que vêem teus frutos espirituais testemunharão tua nova beleza e teus ganhos espirituais. Nós, que desfrutamos do presente de Quinta Revelação Transcendental somos os encarregados de uma verdade espiritual revelada, enaltecida e iluminada. Serás um encarregado leal e incrementarás os ganhos dos frutos de teu espírito através do serviço desinteressado e de ministério a teus irmãos? Estais comprometido a desenvolver uma relação pessoal mais próxima com teu Pai Universal?

32  Apontamento Final

     Na página 215 do "Livro de Urantia" está escrito que a mente humana desejaria normalmente entender os documentos de Urantia começando desde o simples e finito até o complexo e infinito; em outras palavras da origem humana ao destino divino. "Porém esse caminho não leva à sabedoria espiritual. Tal procedimento é o caminho mais fácil para certa forma de conhecimento genético, porém, quando muito só pode levar a origem do homem; revela pouco ou nada sobre seu destino divino".

     Dita técnica; começando de baixo para chegar ao elevado, está em perigo de cometer quatro erros de raciocínio:

  1. Pode deixar totalmente de perceber a meta evolucionária final e completa; seja de alcance pessoal, ou de destino cósmico.
  2. Pode cometer o supremo erro filosófico de supersimplificar a realidade cósmica evolucionária (experiencial), levando assim à distorção de fatos, à deturpação da verdade e uma interpretação errônea dos destinos.
  3. O estudo da causação é uma leitura da história, mas o conhecimento de como um ser se transforma, não proporciona, necessariamente, uma compreensão inteligente do status atual e do verdadeiro caráter desse ser.
  4. A história, isoladamente, falha em revelar adequadamente o desenvolvimento futuro - o destino. As origens finitas são de ajuda; no entanto só as causas divinas revelam os efeitos finais. Os fins eternos não são mostrados pelos começos no tempo. O presente pode ser interpretado de fato à luz do passado e do futuro, apenas de um modo correlacionado.

     Perguntava-me se escrever "O Básico do Livro de Urantia" era o correto já que tentei simplificar e parafrasear seqüencialmente a essência dos conceitos e os ensinamentos do "Livro de Urantia". Ainda que também hajam algumas passagens que apóiam minha decisão em escrever este livro, por favor, lembra que minhas interpretações são muito limitadas e que não podes julgar os méritos do "Livro de Urantia" baseando-te em minha versão dos conceitos básicos. Minha intenção é prover uma revelação ascendente para nossa gente jovem e ajudar aos novos leitores que pudessem inicialmente pensar que não são capazes, sem ajuda, de ler as 2097 páginas do "Livro de Urantia".

     Minha esperança é que tu, leitor, tenhas obtido três coisas: primeiro, um entendimento adequado dos ensinamentos fundamentais do "Livro de Urantia" para que não se sintas aborrecido, se não convencido, a ler os documentos de Urantia; segundo, curiosidade, emoção e antecipação à medida que progridas no "grande livro azul"; e finalmente uma consciência e uma confiança amante na presença divina dentro de ti que, junto com as forças espirituais que te rodeiam, trabalhará para teu avanço espiritual.

     E que tua luz espiritual brilhe claramente para sempre!

     Em Seu amor e serviço, Mary.

33  Idéias para Grupos de Estudo, Projetos e Perguntas de Ensinamentos

URANTIA

     TÍTULOS E PERGUNTAS     DOCUMENTOS

     DEUS O PAI UNIVERSAL     1-5

     Discuta sobre como algum dia cresceremos até a perfeição. Se poderás agora ser perfeito como Deus, quais dos atributos do Pai preferirias ter? Discuta os conceitos do princípio e do tempo.

     DEUS O FILHO ETERNO     6-7

     Discuta sobre se tendes a sentir a Deus dentro de ti, ou ao redor de ti. Discuta como o Pai e o Filho são o mesmo e o que é único em cada um.

     DEUS O ESPÍRITO INFINITO     8-9

     Discuta sobre como o Espírito Infinito é único e o que tem em comum com o Pai e o Filho Eterno. Por que supões que poderemos reconhecer o Espírito Infinito antes que o Filho Eterno ou o Pai?

     A TRINDADE DO PARAISO     10

     Pensa em situações onde as pessoas são indivíduos, porém unidos, isto é: famílias, grupos de estudo, o país. De que maneira a Trindade do Paraíso não é como as partes de um triângulo? (Dois lados não podem funcionar ou formar uma criação completa).

     O UNIVERSO MESTRE     12-15

     Algumas vezes imaginaste uma criação tão grande? Imaginas viajando pela criação, que é o que mais te chamarias a tua atenção?

     OS SETE ESPÍRITO MESTRES     16

     Se os sete retratos possíveis da Deidade fossem representadas pelas cores do arco Iris, de que cor seria nosso Superuniverso?

     OS ANCIÃES DOS DIAS     18.3

     De que maneira, seria distinta a vida se tivéssemos um juiz perfeito ou um governante perfeito?

     OS FILHOS DE DEUS DESCENDENTES     20.1

     Como se sentes ao aprender sobre a existência de novas ordens de seres? Não tens curiosidade sobre sua natureza e personalidades? Que temos todos em comum?

     O SER SUPREMO     115-117

     Debata sobre ao que se sente ser parte do crescimento de Deus o Supremo. Não sentes que não estás só "nisto"?

     O UNIVERSO LOCAL     32-56

     Não parece lógico e incrível a criação dos universos locais por parte do Filho e a Filha, Criadores, com sua beleza, planejamento e organização? Como se ajusta isto em teu entendimento do Pai, o Filho e o Espírito?

     A SABEDORIA DOS FILHOS CRIADORES     21

     Os filhos Criadores ganham sua sabedoria. Pensa em situações onde as pessoas em tua vida ganham tua lealdade. Estás disposto a seguir a alguém devido a sua posição? Ganha Deus sua soberania?

     AS PERSONALIDADES DO UNIVERSO LOCAL     33-40

     Tens algum interesse particular em alguma das várias ordens de personalidades do universo? PROJETO: Cada membro ou equipe investiga sobre cada uma das diferentes ordens de seres. Não somente utilizem os documentos de Urantia como bibliografia e diferentes fontes incluindo à Bíblia. Compartilhem seus descobrimentos de tal maneira que teus amigos sintam que podem reconhecer a tal magnífica personalidade. Assim mesmo, periodicamente julguem a "Quem Sou?" descobrindo atributos e características de uma personalidade.

     OS AJUSTADORES DO PENSAMENTO     5, 107-111

     Ler o documento 108, seção 1, página 1185 / documento 110, seções 3 e 5, páginas 1205 e 1207 / documento 91, seção 7, página 1000. Qual é tua relação com o teu Ajustador? Deveríamos acreditar que tuas melhores idéias ou pensamentos são do teu Ajustador? Como o sabemos? Algumas pessoas dão um nome a seu Ajustador; qual poderia ser um bom nome para teu?

     A VIDA ETERNA     30.4, 35.3, 43- até 48, 112

     Que pensavas da vida eterna antes de ler isto? Tens curiosidade de ler os documentos de Urantia? Hás trocado drasticamente tuas idéias sobre o céu e sobre o que realmente farás na eternidade? Como crês que possa ser a função dos Corpos de Finalidade? Cada um de nós obtém ajuda em nossas carreiras eternas; que parece ser o mais valioso? Que características da personalidade seriam bom ter para a eternidade?

     VIVENDO NA PRESENÇA DE DEUS     .

     Como sabes qual é a vontade de Deus para ti? Podes conhecer a vontade de Deus para outros? Falas ou oras com Deus somente quando tens problemas? Depois de que um problema surgiu te deténs a perguntar-te que aprendeste com a experiência? Estás trabalhando para desenvolver hábitos que promovam o crescimento espiritual? Como supões que te preocupas em conhecer a vontade de Deus, compartilhando tua vida com Ele ou desenvolvendo "bons" hábitos?

     O DESENVOLVIMENTO DE URANTIA     57-119

     * A CARREIRA DO OUTORGAMENTO DE MICHAEL

     Como se compara o desenvolvimento de nosso planeta com o que previamente havias aprendido? Cresceu a abrangência de teu pensamento ao ler sobre as auto-outorgas de Michael que tiveram lugar em outras partes do universo?

     O ESTABELECIMENTO DAS RAÇAS HUMANAS     62-64

     *ATIVIDADES CELESTIAIS

     Porque os cientistas não podem encontrar o "elo perdido"? Parece estranho o fato da existência das seis raças de cor? Que crês que pensavam os Portadores de Vida quando evoluíamos?

     A PRIMEIRA REVELAÇÃO TRANSCENDENTAL EM URANTIA     66

     Que supões que ocorreria a um mundo evolucinário sem uma revelação de significado transcendental? Qual dos conselhos pensa que são mais interessantes? Como imaginas que era o fruto da árvore da vida, ou o que sabias?

     O FRACASSO DA PRIMEIRA REVELAÇÃO TRANSCENDENTAL     53-54, 67

     *A REBELIÃO DE LÚCIFER

     Que é o que mais admiras em Van e Amadon? Estava Lúcifer cosmicamente louco? Que sentiste ao ler sua "Declaração de Liberdade"? Por que pensas que o seguiram? Como sabes que o dás tua lealdade à pessoa equivocada? Como pode alguém estar seguro de que não está sendo mal guiado? Olha a Lúcifer com "olhos divinos" e apresenta uma defesa a seu favor. Trata de defender a seus seguidores. Quem é mais difícil de defender?

     ENQUANTO ISSO A EVOLUÇÃO CONTINUA     52, 65

     Imagina como seria a vida de hoje em Urantia se não tivéssemos envolvidos na rebelião de Lúcifer se houvéssemos progredido igual aos mundos normais descritos.

     A SEGUNDA REVELAÇÃO TRANSCENDENTAL     73-74

     Como crê qual foi à situação mais difícil à que enfrentaram Adão e Eva? Como pensas que raciocinarias hoje se um homem e uma mulher cor violeta se materializassem em tua igreja local ou grupo de estudo? Que opinas dos conceitos sobre o demônio? Em que se pode comparar o relato de Adão e Eva com suas idéias prévias?

     O FRACASSO DA SEGUNDA REVELAÇÃO TRANSCENDENTAL     75

     Como era o plano divino confiado a Adão e Eva e por quê se desviaram dele? Sentes compaixão por Eva, Adão, Serapatátia, Cano ou Laota? Como vês o julgamento realizado e as conseqüências de suas ações?

     O SEGUNDO JARDIM     76

     Em que se pode comparar a história bíblica de Caim e Abel com o que lês? Que pensas sobre a mensagem pessoal de Michael para Adão e Eva?

     NESTE INTERIM - DEPOIS DO SEGUNDO JARDIM (MATRIMÔNIO)     78, 82-84

     Antes de ler as seguintes seções debata e escreva sua opinião sobre outras perguntas: Por que as pessoas celebram cerimônias de matrimônio e qual é a base para realizá-las? Por que crês que muitos matrimônios terminam em divórcio? Como se ajusta tua espiritualidade ao divórcio? É "mal" o divórcio? Agora leia a página 924, a cerimônia de matrimônio; página 929, a idealização do matrimônio. Como vês tuas respostas anteriores depois de ler estas seções? Os filhos adâmicos se comprometiam em casar-se, por volta dos 18 anos, e "então entravam em um curso de instrução de dois anos com o objetivo de prepará-los para assumir suas responsabilidades maritais" (página 835). Que crês que aprendiam neste curso de dois anos? Trabalha em um compêndio sobre os tópicos e as perguntas que crês que seriam valiosas de aprender antes do matrimônio.

     A TERCEIRA REVELAÇÃO TRANSCENDENTAL     93

     Como reagirias se alguém tocasse a tua porta e te dissesse "Sou Melquisedeque, sacerdote de El Elyon, o Altíssimo, o único Deus"? Era Abraão um personagem? Ao ver quão paciente era Melquisedeque com Abraão e seus outros seguidores como crêem que sejam as coisas que nosso Ajustador e as personalidades ao nosso redor passam por nós?

     A CULMINAÇÃO DA TERCEIRA REVELAÇÃO TRANSCENDENTAL     93.10

     Sentes uma simpatia especial por Maquiventa? Qual foi tua reação ao ler a sugestão de que poderíamos estar na presença simultânea de Maquiventa, Adão, Eva, Cristo Michael e um Filho Magisterial o Instrutor da Trindade? Crês que isto poderia ocorrer durante teu tempo de vida em Urantia? Como os reconhecerias se sucedesse?

     A DIFUSÃO DOS ENSINAMENTOS DO MELQUISEDEQUE     94-95, 98

     A qual dos grandes mestres do século sexto antes de Cristo admiras mais? Que mestre estava mais próximo dos ensinamentos do Melquisedeque e qual estava mais distante? Quais foram os ensinamentos que mais se distorceram?

     O DESENVOLVIMENTO DO JUDAÍSMO     96-97

     Que pensas sobre Moisés? Qual profeta depois de Moisés que mais admiras? Quais são algumas das fortalezas desta religião?

     A QUARTA REVELAÇÃO TRANSCENDENTAL     120-196.

     Podes encontrar uma situação na vida de Jesus na qual encheu cada um dos requisitos da auto-outorga? Como explicas a data do nascimento de Jesus, sete anos antes de Cristo (a.C.)? Como crês que era ser o irmão ou irmã de Jesus? Três leituras relacionadas com os adolescentes são "Jesus e Judá" (1415-1416), "Rebeca" (1402-1403), e João Marcos (1920-1923). Com qual a leitura mais te identificas? Começa lendo sobre a viagem de dois anos de Jesus a Roma, como o tutor de um jovem chamado Ganid (1427-1441). Qual é o ensinamento que você mais gosta? Continuas lendo "As religiões do mundo" (1442-1454), porém detenha-te na seção 10, "nossa religião". De maneira individual ou grupal escrevam sua própria declaração "Nossa religião". Seria essa a religião de Jesus? Depois da seção, compara e discute. Termine lendo sobre a viagem a Roma (1455-1467). Qual ensinamento que mais gosta? Lê as descrições dos apóstolos (1548-1567). Com qual apóstolo te identificas mais? Lê as seções sobre Judas Escariotes (1972-1977 e 1997-1998). Achas que Judas Escariotes estará vivo eternamente, e por quê? Como achas que era o desejo do Pai para Michael? Qual o evangelho de Jesus? Quais os frutos do espírito? Assinalas tópicos de interesses e problemas comuns que as pessoas têm e encontras o que Jesus dizia sobre eles ou imaginas o que diria hoje em dia. Escreve uma parábola para ilustrar as diversas formas de administrar um problema.

     INTERVALO - O DESENVOLVIMENTO DO CRISTIANISMO     98.7, 195

     Dois grandes erros foram cometidos quando a religião cristã estava se desenvolvendo: 1 - a idéia da expiação, sobre de que Jesus foi o Filho sacrificado, e 2 - uma religião baseada na pessoa de Jesus. Se as pessoas destes dias tivessem entendido melhor a carreira de auto-outorga de Michael, crês que tinham usado a doutrina da expiação? Como crês que teriam respondido a esta pergunta? Se Jesus é o Filho de Deus por que permitiu ser crucificado? Que pensas que haveria sucedido se uma religião baseada nos ensinamentos de Jesus tivesse se desenvolvido?

     A QUINTA REVELAÇÃO TRANSCENDENTAL     1-196.

     Qual crês que seja o propósito do "Livro de Urantia"? Leia a parábola dos talentos (1916). Como se aplica isto a um leitor do "Livro de Urantia"? Jesus ensinou que não devemos tirar nada das pessoas, inclusive suas crenças, senão que déssemos à gente verdades mais elevadas e enaltecidas. Pratiquem em pares, dividindo o "Livro de Urantia", com uma pessoa fazendo perguntas e a outra respondendo. Ao responder, fostes cuidadoso para não tirar nada de quem perguntava? Eras amoroso e carinhoso ainda quando faziam perguntas "estúpidas" ou quando citavam alguma outra fonte, como a Bíblia, para discutir contigo? Crês, como os apóstolos, que a prática melhoraria tua habilidade de ensinar o "Livro de Urantia"? Mais de 250.000 livros foram vendidos (até 1994), ainda que menos de 4000 pessoas venham a grupos de estudo. Por que crês que isto ocorre? Crês que os leitores poderiam ter igrejas e ministros sem contaminar a Quinta Revelação Transcendental? Imagina que te pediram para apresentar um documento sobre o "Livro de Urantia", no próximo parlamento das religiões mundiais. Tendo em conta o desenvolvimento do cristianismo e como poderiam unir-se melhor o oriente e o ocidente, discute como prepararias tal documento, que deveria incluir e como poderias interessar algumas pessoas a ler o "Livro de Urantia". Por que não escrever um documento como este?

     APONTAMENTO FINAL     .

     Terias escrito ou impresso este livro? Que tens aprendido que pudesse apoiar um livro como este? Teria feito de forma diferente? Quais são algumas das formas que poderias ajudar a outros a expandir sua espiritualidade?

Copyright - 1994
Tradução para o português de Elyr Silva
elyrsilvajr@gmail.com
2009
606fad@gmail.com
Impresso no Brasil

Notas de Rodapé:

1 Nota do editor: Poderia-se perguntar se estamos no início do terceiro milênio depois de Cristo, porque o Livro de Urantia revela que Jesus nasceu no dia 21 de agosto do ano 7 antes de Cristo? Talvez porque a vinda do Ajustador de Pensamentos, outorgado pelo Pai Universal para o menino Jesus, estava prevista para acontecer em meados do ano 1 antes de Cristo, de forma que em meados do ano 1 depois de Cristo contaria-se um ano que o espírito Ajustador residia no menino Jesus. Cristo é o ungido do Senhor. Estamos conjecturando que a unção crística corresponde à vinda do espírito divino, enviado do Paraíso para viver na mente do ser humano e para assisti-lo na evolução da sua alma imortal e na sobrevivência eterna. Talvez possamos dizer que ocorre uma unção crística no momento da vinda deste espírito Ajustador, um fragmento real do Deus vivo que reside no intelecto de cada ser humano de mente normal e com uma consciência moral. Os Ajustadores chegam aos seus sujeitos humanos em Urantia, comumente, um pouco antes do sexto aniversário deles. Na geração atual, transcorrem cinco anos, dez meses e quatro dias; isto significa o dia 2 134 da sua vida terrestre. Isto aconteceu um pouco mais cedo no caso do precoce menino Jesus, quando ele chegou à idade da sua primeira decisão moral pessoal sincera, e um Ajustador do Pensamento veio residir nele, uma dádiva divina do Pai do Paraíso.
2 Nota do editor: Lemos sobre as doutrinas mitraicas da redenção, da expiação e da salvação. Acreditamos que é importante suplantar a idéia da expiação, substituindo-a pelo conceito da harmonização divina como uma filosofia para a sobrevivência dos mortais. A suposição errônea de que a retidão de Deus fosse irreconciliável com o amor altruísta do Pai celeste, pressupôs a ausência de unidade na natureza de Deus e levou diretamente à elaboração da doutrina da expiação, que é uma violentação filosófica tanto da unidade, quanto do livre-arbítrio de Deus. Há muito tempo deveríamos ter denunciado o erro desta doutrina de expiação do pecado por meio do "derramamento de sangue". Este erro, divulgado na "bíblia dos homens", será corrigido com a disseminação do evangelho ensinado na "Bíblia Revelada", a "Bíblia da Terra", o "Livro de Urantia". Cristo, um Filho Criador, não se encarnou à semelhança da carne mortal nem se auto-outorgou junto à humanidade de Urantia para apaziguar um Deus enraivecido, mas antes para levar toda a humanidade ao reconhecimento do amor do Pai e para a compreensão da sua filiação a Deus. Afinal, mesmo o grande advogado da doutrina da expiação, compreendeu algo dessa verdade, pois ele declarou que "Deus estava, em Cristo, reconciliando o mundo consigo próprio".
3 Nota do editor: Ver também "Religião, Filosofia e Ciência" integradas no Livro de Urantia. Item 2.3 - A mente intermedia as relações entre o espírito e a matéria. Parágrafo 2.3_2:
Como dissemos antes, ousamos associar a ciência com o conhecimento dos fatos materiais percebidos pelos sentidos. Ousamos associar a filosofia com a sabedoria dos significados intelectuais adquiridos pela mente. Ousamos associar a religião com a experiência de amor filial e dos valores espirituais do ser eterno e verdadeiro no centro paterno de nossa própria alma. Agora, estamos explicando como a mente faz a interface entre o espírito e a matéria, e como o cérebro é sensível à luz e às partículas materiais. Lembramos que é a pessoalidade que unifica os fatores de individualidade da criatura humana: corpo, mente, alma e espírito. O quadro a seguir resume estas associações:
pessoalidade humana unificada
religião valores espirituais espírito e alma
filosofia significados intelectuais mente
ciência fatos materiais corpo