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Os capítulos 7, 8 e 9 deste livro, foram em grande parte dirigidos aos adultos que querem parar de consumir drogas psiquiátricas. Contudo, como quase todos os princípios descritos nesses capítulos são relevantes para as crianças, eles devem ser lidos antes deste.
Os mais gerais destes princípios incluem a diminuição gradual da dose, o envolvimento de membros da família e um sistema de apoio, e orientação de um profissional experiente. Nós também enfatizamos a importância delas prestarem atenção aos seus próprios sentimentos, e de um planejamento e administração pessoal de sua própria experiência de abstinência. Obviamente, as crianças - especialmente as crianças mais novas - não podem planejar ou controlar seus próprios cuidados médicos: Elas necessitam de pais e outros adultos para fazer isso por elas. Mas as crianças podem e devem desempenhar um papel importante em cada etapa do planejamento, e, como com os adultos, deve ser dada atenção especial, aos seus sentimentos, durante todo o processo. Precisamente porque as crianças têm competência imatura ou mesmo despareada, seus cuidadores são obrigados a tentar arduamente buscar e responder às visões e sentimentos delas.
Desde que as crianças que recebem estimulantes são, de longe o maior grupo de menores que consomem drogas psiquiátricas, nós vamos nos focar na retirada de estimulantes das crianças diagnosticadas com "distúrbio de déficit de atenção e hiperatividade". Contudo, a maioria das observações que se seguem aplicam-se igualmente bem para crianças das quais está sendo retirada qualquer droga psicoativa. Atualmente, é cada vez mais comum que as crianças recebam antipsicóticos atípicos e anticonvulsivantes.
A ênfase neste capítulo é sobre as crianças menores - pré-adolescentes que são jovens demais para participar efetivamente nas decisões de tratamento e que não podem facilmente descrever em palavras suas respostas para as drogas psiquiátricas que estão tomando. Crianças mais velhas, que são mais capazes de se comunicar e tomar decisões, podem se tornar ativamente envolvidas de uma maneira mais semelhante à dos adultos. De fato, dependendo de sua maturidade, as crianças mais velhas podem ajudar a monitorar a velocidade da diminuição da sua dose destas drogas, em grande parte da mesma forma que os adultos o fazem.
Muitas vezes são dadas drogas psiquiátricas para sedação das crianças, que apresentam problemas especiais se o consumo for parado abruptamente. Independentemente delas terem tido epilepsia, crianças tomando sedativos e drogas farmacêuticas utilizadas para o tratamento de convulsões, podem experimentar estas convulsões durante a abstinência. Estas drogas incluem todos os tranquilizantes menores, como Klonopin e Xanax, bem como anticonvulsivantes, tais como Depakote, Tegretol, Dilantin, Lamictal, e Topamax. Mesmo entre as crianças que nunca foram maníacas, o lítio pode causar mania durante a abstinência. E mesmo entre as crianças que nunca foram hipertensas, parar de consumir abruptamente clonidina (Catapres) pode desencadear uma crise hipertensiva. Abstinência de estimulantes como a Ritalina e Adderall, e antidepressivos, como Paxil, Celexa, Effexor, Prozac, e Zoloft, pode causar "crises", acompanhadas por sentimentos depressivos e até mesmo suicidas.
Para aprender mais sobre os efeitos adversos e os efeitos de abstinência associados com qualquer droga psiquiátrica que sua criança esteje tomando, esteja certo de rever as informações nos capítulos anteriores deste livro, bem como em outros recursos.
As crianças, como os adultos, variam muito em termos da intensidade de sua resposta de abstinência quando estão parando de consumir drogas estimulantes. Algumas crianças experimentam pouco mais do que hiperatividade ou tensão rebote, por algumas horas. Outras, especialmente depois de meses ou anos de exposição à estas drogas, podem sofrer uma extensa e desconfortável abstinência. As manifestações de abstinência também variam. Algumas crianças podem apresentar maior rebeldia, hiperatividade e insônia, outras podem mostrar apatia e a uma maior necessidade de dormir.
Drogas estimulantes são retiradas de muitas crianças rotineiramente todo fim de semana. Se este for o caso com sua criança, os sintomas agudos de abstinência, provavelmente não vão ser um problema após cessar definitiva o uso de droga psiquiátrica que a criança está consumindo. Não menos importante, podem ressurgir os problemas prévios, após algumas semanas ou mesmo alguns meses, a medida que você, sua criança, e a escola, lidam com esta nova experiência livre de drogas farmacêuticas.
Alguma vez você já saiu de férias e esqueceu de trazer junto as drogas psiquiátricas da sua criança, ou parou de dá-las por algum outro motivo? Tais experiências devem dar-lhe um senso do que a resposta da sua criança vai ser durante a fase aguda da abstinência planejada que virá. Contudo, tenha em mente que reações de abstinência podem variar de um momento para o outro mesmo na mesma criança.
Alguns médicos dizem aos pais que crianças e adultos "reagem de forma diferente" aos estimulantes. Isto é falso. Qualquer reação de abstinência pode ocorrer em ambos, crianças e adultos.
Conforme descrito anteriormente, as crianças costumam experimentar sintomas de abstinência de estimulantes dentro de algumas horas após tomar a última dose. Se elas tomam Ritalina às três horas da tarde, por exemplo, elas tendem a ficar mais nervosas, ansiosas e "hiper", à noite. Este estágio de abstinência da droga psiquiátrica é chamado de rebote.
Alguns médicos dizem aos pais que o rebote não pode começar após um lapso de várias horas depois da última dose, e que não pode persistir por um período prolongado de tempo. De fato, rotineiramente o rebote começa em um intervalo de cinco à dez horas após a última dose. E se não for administrado mais estimulantes , o rebote pode tornar-se uma reação de abstinência de longo prazo que dure dias ou semanas. Em alguns casos, pode demorar um mês ou mais para as crianças se acalmarem depois de parar de consumir estimulantes durante as férias de verão. Estes efeitos de abstinência deverão manifestar-se ainda mais prolongadamente se as crianças forem submetidas ao regime mais exigente e e estressante de uma escola típica.
Ao planejar a retirada da droga psiquiátrica de sua criança, você deve levar em conta como e por que ela começou a consumir estas drogas na primeiro vez. Se sua criança foi medicada por causa de "problemas escolares", na ausência de "problemas em casa", então você pode ter poucos ou menos problemas parentais severos para lidar durante a abstinência. Não menos importante, novos conflitos entre pais e crianças estão propensos a se desenvolver durante este processo.
Por outro lado, se você concordou em medicar a sua criança por causa de seu comportamento perto de ti, então tu vais precisar, quase com certeza, de trabalhar muito arduamente em questões parentais a medida que sua criança sai das drogas psiquiátricas. Este trabalho irá exigir um sério auto-exame de seu próprio comportamento, juntamente com a abertura receptiva ao criticismo construtivo de seu cônjuge ou outros membros da família e muita atenção à qualquer opinião que sua criança for capaz de vocalizar. Em adição à isso, você terá que trabalhar em estreita colaboração com qualquer um que compartilhe contigo responsabilidades de cuidado, já que a consistência é uma parte importante da criação bem sucedida dos filhos.
Livros úteis, sobre o exercício da paternidade e da maternidade, podem ser encontrados em livrarias e bibliotecas. Olhe vários livros deste assunto e, em seguida, selecione um ou dois de referência para uma leitura cuidadosa. Você também pode querer assistir a aulas de formação de pais e mães e procurar se consultar com um especialista em parentalidade151.
Se for descoberto que a sua própria confusão ou inconsistência na educação da sua criança é uma das principais causas das dificuldades da sua criança, você deve saudar isto como sendo uma boa notícia, de fato, a melhor notícia possível! Isso significa que sendo um assunto dos pais, não há nada de errado com sua criança que não possa ser corrigido através de seus esforços e os de sua família. Embora possa parecer inicialmente mais fácil pensar que alguém ou alguma outra coisa é a causa dos problemas de sua criança, tal pensamento, em última análise tira o poder das suas mãos. Ao tomar a decisão de parar de medicar sua criança, você deve reafirmar-se como um pai ou mãe e retomar a responsabilidade por ela.
Quando as crianças têm estado consumindo drogas psiquiátricas por anos, seu desenvolvimento psicológico e social pode ter sido suprimido. Em vez de lutar pelos estágios normais de desenvolvimento, durante seu período de crescimento, essas crianças são empurradas para um estado de conformidade induzido por estas drogas. Elas podem não aprender a se expressar e conhecer a si mesmas, para lidar com as dores emocionais, para trabalhar nos conflitos com os outros, e para se responsabilizar pelo seu próprio comportamento. O seu sentido de autonomia e responsabilidade pessoal é quase sempre prejudicado. Todas estas questões podem vir à superfície de forma aguda durante a abstinência, e requerem atenção especial dos pais.
Nenhum de nós nascemos bons pais: Nós temos que aprender esse conjunto complexo e sutil de competências, "no trabalho". Com efeito, nós atravessamos os mesmos estágios de desenvolvimento que nossos filhos, mas de nossa própria perspectiva e com os nossos próprios processos de aprendizagem específicos. Contudo, quando as nossas crianças são medicadas, nós não temos a oportunidade de aprender as habilidades envolvidas na criação de uma criança livre de drogas psiquiátricas. Nós nos acostumamos a recorrer a medicação como a resposta. Ao mesmo tempo, podemos deixar de examinar a nós mesmos e nossas próprias competências parentais. Pais e crianças têm de aprender novas habilidades durante e após a retirada da droga de drogaria.
Médicos, professores, psicólogos escolares, e outros que trabalham pelo bem estar da criança, frequentemente recomendam medicação para os pais quando eles deveriam recomendar ou oferecer uma consultoria ou seminário sobre competências parentais. Mesmo os pais que têm com sucesso criado várias crianças podem ter dificuldades em encontrar a abordagem certa para outros de sua prole. Cada criança é um novo desafio. De fato, os talentos especiais de sua criança, como elevada energia e uma natureza independente, podem estar testando suas competências parentais. E cada novo desafio na vida de uma família, apresenta novas tensões e oportunidades para você e suas crianças. Consultas com um terapeuta orientado para família que seja especialista em identificar suas vulnerabilidades como pai, neste momento especial de sua vida, e com esta criança em particular, pode ser o fator crítico para ajudar sua criança à abster-se das drogas psiquiátricas.
Muitos pais mantêm suas crianças consumindo drogas psiquiátricas porque se sentem culpados ou envergonhados demais para enfrentar os erros que eles cometeram. Eles se sentem tão humilhados pelas críticas de seu exercício de paternidade e maternidade, que eles não podem enfrentar a necessidade de aprender novas abordagens. Por contraste, os pais mais bem sucedidos são aqueles que livremente admitem que eles rotineiramente cometem erros e necessitam de realizar reajustes constantes nos caminhos através dos quais eles se relacionam com suas crianças. Desista de qualquer pretensão que tu possas ter de ser um pai (mãe) "perfeito", e assuma que você tem muito a aprender. É uma questão de aceitar o axioma de que todos somos humanos.
Outros pais mantêm sua criança tomando medicação porque lhes foi dito que ela sofre de uma "severa desordem neurocomportamental" que vai piorar, a menos que um tratamento seja instituído com drogas psiquiátricas. Virtualmente todas as aflições da infância, realização tardia, ou mau comportamento, tem sido rotuladas como uma desordem. Pergunte ao seu doutor que exames médicos ou evidências necessita um diagnóstico médico efetivo, além do comportamento da criança.
Crianças pré-adolescentes são incrivelmente sensíveis a qualquer melhoria no comportamento dos pais. Às vezes, apenas umas poucas boas consultas com um especialista em parentalidade pode ajudá-lo a mudar significativamente a vida da sua criança para melhor. Especialmente no que diz respeito à administração dos comportamentos difíceis, tais como raiva e ressentimento, as novas abordagens dos pais podem transformar as respostas de uma criança da noite para o dia.
A maioria dos pais sofre de "desordem de déficit de atenção de pais". Eles raramente encontram tempo suficiente para dar às suas crianças toda a atenção que elas necessitam e merecem. Com efeito, as suas crianças tem tempo de sobra.
Na sociedade moderna, com sua crescente pressão econômica sobre as famílias e seus muitos lares mono-parentais, as drogas psiquiátricas se tornaram uma espécie de babá, as crianças fazem menos exigências dos pais enquanto estão envolvidas com estas drogas. Se você estiver planejando parar o consumo destas drogas da sua criança, esteja preparado para gastar mais tempo com ele ou ela. Esta pode ser a decisão mais importante e potencialmente gratificante de sua vida - passar mais tempo com seu filho de forma rotineira durante todo o período de dependência da sua criança em você.
Muitas crianças que rotineiramente utilizam medicação, talvez a maioria, têm pais que não estão suficientemente envolvidos na vida delas. Especialmente nos casos envolvendo meninos que são desobedientes e se ressentem de autoridade, o pai é muitas vezes a principal fonte da dificuldade - e, portanto, a principal fonte de potencial melhoria. Tais meninos necessitam de um vínculo mais forte de pai e filho por meio do qual aprendam um comportamento disciplinado e respeitoso. Contudo, nos casos em que o pai está passando tempo com a criança, mas uma melhoria comportamental correspondente não está ocorrendo, ele pode estar agindo muito mais como um amigo e não o suficiente como um pai. Quando um pai é negligente como um disciplinador, a criança é encorajada a tirar proveito de sua mãe ou outros cuidadores, impondo um fardo impossível para eles.
Em adição aos princípios da redução lenta e cautelosa que enfatizamos, é importante que você preste atenção especial aos sentimentos de sua criança. Todos os dias durante o período de abstinência, converse e brinque com ela, e sintonize em como ela se sente.
O tempo acamado apresenta uma boa oportunidade para visitar sua criança, especialmente se ele ou ela está tendo problemas para cair no sono durante a abstinência da droga psiquiátrica. Mas não se esqueça de checar antes e depois da escola também. Se você está no trabalho durante o dia, telefone diariamente, quando sua criança chega em casa da escola. Como as nossas outras sugestões, esta pode se tornar um hábito profundamente satisfatório que dure durante toda a infância e contribua para o amor e a confiança que você compartilha com sua criança.
Deixe claro para sua criança que a abstinência das drogas psiquiátricas pode ser difícil e que você quer ouvir sobre todos os sentimentos ou pensamentos incomuns ou desconfortáveis. Reassegure à sua criança que você vai prestar atenção, responder, e talvez alterar o cronograma de medicação, se necessário.
Jogar jogos pode ajudar uma criança nova à expressar sentimentos potencialmente delicados e, assim, ajudá-lo a se comunicar com ela. Por exemplo, você pode ter dois bichinhos de pelúcia em um bate-papo um com o outro. Comece por estabelecer qualquer assunto que você possa imaginar, especialmente se ele for bonito e engraçado. Então proponha à sua criança que os animais falem uns com os outros. Em um momento oportuno, introduza o tópico dos "sentimentos" na conversa entre os animais. Eventualmente, você pode perguntar-lhes como se sentem agora que eles estão tomando menos pílulas. Você pode ser surpreendido ao ouvir a sua criança, anteriormente reticente, começar a revelar informações na forma de um diálogo entre os dois bichinhos de pelúcia.
Outra abordagem lúdica envolve contar histórias. Proponha à sua criança - com bastante empolgação, se necessário - que ela inicie uma história sobre uma pequena menina ou menino. Após a história começar, você pode sugerir que a criança na história está tendo problemas para se dar bem em casa ou na escola. Em seguida, direcione a história para o que acontece se a menina ou menino começa a tomar medicamentos e então pára. Você pode descobrir que sua criança lhe diz sobre si mesma em sua história.
Outra maneira de conseguir a cooperação de sua criança é informá-la sobre as possíveis dificuldades que ela pode experimentar durante a abstinência. As crianças muitas vezes se tornam mais responsáveis quando a responsabilidade é confiada à elas. E a perspectiva de parar de consumir drogas psiquiátricas, muitas vezes motiva as crianças à melhorar a sua conduta.
Não se preocupe achando que estais dando à sua criança muita oportunidade de expressar seus sentimentos e desejos, você ainda pode permanecer no comando como o progenitor. De qualquer forma, o seu interesse maior nos sentimentos de sua criança irá encorajá-la a ser mais responsiva para os seus.
As crianças mais frequentemente consomem estimulantes por causa da pressão da escola. Muitas escolas encorajam os pais a procurar consultas médicas, a fim de medicar as crianças e controlar seu comportamento em sala de aula. No passado, a hiperatividade e outras formas de ações disruptivas foram os principais comportamentos alvos. Mais recentemente, as escolas começaram a advogar o consumo de drogas psiquiátricas baseado na suposição de que elas também contribuem para uma melhora da aprendizagem e do desempenho acadêmico. Contudo, não existe nenhum corpo de evidências científicas para suportar esta esperança. A maioria das revisões e dos painéis, concluíram que não foi demostrado que os estimulantes melhoraram a aprendizagem ou o performace acadêmica152. Como outros agentes psicoativos, eles são de longe muito mais susceptíveis de prejudicar a função mental.
Se os principais problemas de sua criança na escola são "sonhos durante o dia", esquecimento de coisas, e de algum outro modo uma atuação "desatenta", você deve ser capaz de parar o consumo das drogas estimulantes com relativa facilidade. Simplesmente explique ao professor que você prefere ter uma criança que "sonhe durante o dia" do que uma criança que não possa sonhar. Você pode também indicar que não existem dados científicos confirmando a utilidade de estimulantes para o tratamento da desatenção153.
Peça aos professores suporte para aumentar a atenção de sua criança na escola, talvez através de uma instrução mais individualizada destinada a estimulá-la à abordar necessidades educacionais específicas. Em adição à isso, passe um tempo fora da escola cultivando os interesses acadêmicos da sua criança, de uma maneira divertida. Leve-a na biblioteca e nos museus, filmes, concertos e outras atividades educacionais. Mas não recorra às drogas psiquiátricas para "melhorar" a atenção de sua criança. Estas drogas somente embotam a imaginação e vida de fantasia, sem fazer qualquer melhoria genuína na habilidade fatual da criança de se focar.
Alguns professores dão notas melhores para as crianças que consomem drogas psiquiátricas porque estas substâncias tornam-as mais conformadas. Mas notas melhores, não valem o preço da conformidade induzida por estas drogas. E, como já notado, drogas farmacêuticas não melhoram o fatual desempenho acadêmico ou de aprendizagem.
Muitos pais bem-intencionados escolheram medicar suas crianças para melhorar suas notas. Se você está entre eles, nós pedimos que você reconsidere suas prioridades. Sua relação pessoal com a sua criança deve ser uma prioridade muito maior do que as notas. De fato, a sua criança irá beneficiar-se muito mais sentindo-se amada e apreciada por você do que tirando boas notas. Pare de lutar com sua criança sobre trabalhos de casa e se concentre em aproveitar a paternidade ou maternidade. Deixe o professor, um tutor, ou um parente ou amigo ajudar no trabalho de casa se isso alivia um pouco da tensão entre você e sua criança. Um ou dois meses de alívio de conflitos sobre estudos podem permitir-lhe melhorar não só o seu relacionamento, mas também a sua perspectiva sobre o que é importante no longo prazo para a sua criança. Em nossa opinião, nada é mais importante do que a qualidade de seu relacionamento pessoal com sua criança.
Nós também pedimos que você coloque uma maior prioridade na integridade do cérebro da sua criança do que em boas notas. A medida que sua criança cresce, ele ou ela terá múltiplas oportunidades para desenvolver o interesse pela escola e na educação. Sobre esta matéria, algumas pessoas não se propõe à estudar até que sejam adultas, e outras, é claro, vão muito bem na vida apesar de irem muito pobremente na escola. Assim, enquanto as oportunidades futuras para a escola abundam, sua criança nunca vai ser capaz de obter um novo cérebro que não tenha sido afetado pelas drogas psiquiátricas.
Se a sua criança está em perigo de ser reprovada por uma nota, você pode sentir uma urgência particular sobre como corrigir a situação. Esta preocupação é compreensível, mas não deixe que ela se sobreponha a dois dos aspectos mais importantes da vida da sua criança - a relação entre vocês dois, e que ela possua um cérebro que não seja prejudicado por drogas psiquiátricas.
Manter a paciência, com as crianças que não alcançam boas notas, é uma ação muito mais positiva do que medicá-las. E, em qualquer caso, existem muitas outras maneiras de ajudar as crianças a um melhor desempenho na escola. O melhor é gastar tempo com sua criança - jogar jogos interessantes, ir aos museus, e, em geral, participar de atividades que tornam a aprendizagem uma parte da vida de sua família. Tutoria, especialmente na leitura, é muitas vezes a intervenção educacional mais eficaz disponível. Ler com a sua criança não é só academicamente benéfico, mas pode melhorar seu relacionamento como ela.
Como notado, muitas escolas pressionam os pais para colocarem suas crianças consumindo medicamentos, especialmente se elas são perturbadoras na sala de aula ou exigem mais atenção do que o professor está disposto ou é capaz de dar. Escolas particulares podem ameaçar expulsar as crianças. Escolas públicas utilizam outras formas de pressão psicológica que podem ser igualmente ameaçadoras.
Se você é um pai ou uma mãe que está determinado a não dar drogas psiquiátricas para suas crianças, tu podes re-direcionar sua energia considerando as muitas alternativas melhores que existem. Primeiramente, trabalhe em estreita colaboração com a escola para melhorar o comportamento perturbador da sua criança. Gaste tempo em sala de aula observando o comportamento dela, ou encontre um amigo ou parente que possa fazê-lo. Suas visitas vão ter a vantagem adicional de tornar claro para sua criança - e para o professor - que você considera a sério essas dificuldades. Faça todas as coisas que puder para garantir que a escola atende às necessidades do seu filho ou filha.
É de se esperar a resistência das escolas. Lidar com os professores e funcionários da escola que, compreensivelmente, resistem em mudar seus hábitos, a fim de acomodar as necessidades de sua criança, requer tempo, esforço, paciência, e engenho. Mas, esta alternativa que não medica a sua criança, tem a clara vantagem de enquadrar diretamente a dificuldade em termos educacionais, e de encorajar os adultos, em torno da sua criança, a chegarem nas soluções.
Nós às vezes aconselhamos aos pais a dizer para as autoridades da escola algo ao longo destas linhas: "Eu sei que a Ritalina tem uma boa chance de fazer o minha criança mais complacente em sala de aula, mas isso não é o tipo de 'melhoria' que eu quero para ela. Eu não bato na minha criança se ela sofre um revés em sala de aula, e eu me recuso dar drogas psiquiátricas para ela para este mesmo propósito". Você também pode expressar a sua preocupação em expor sua criança a estas drogas farmacêuticas que causam agitação, retardo de crescimento e problemas cardíacos sobre os quais a FDA tenha explicitamente alertado.
Em segundo lugar, discuta os problemas da sua criança na escola com um conselheiro independente, psicólogo ou consultor educacional. Se o profissional não está disposto a visitar a escola, você pode querer encontrar outro recurso.
Terceiro, lembre-se que muitas crianças maravilhosas que se tornam adultos criativos não tinham a pretensão de passar dia após dia em grandes grupos aprendendo matérias pouco importantes. Considere outras escolas, bem como a grande variedade de programas de escola em casa, que estão disponíveis.
No Capítulo 8, nós discutimos os princípios envolvidos na escolha de qual droga psiquiátrica ou que dose começar a reduzir. Lembre-se que se uma segunda droga de drogaria tem sido dada para minimizar um efeito colateral causado pela droga original, a segunda droga psíquica não deve ser retirada até que a dose da original seja reduzida. Assim, por exemplo, se foi dado à sua criança Klonopin para superar a insônia induzida pela Ritalina, reduzir a Ritalina deve ser o seu passo inicial.
Alternativamente, se a dose de uma droga psiquiátrica específica está causando efeitos adversos, você pode começar por reduzir esta dose. Por exemplo, se a dose da tarde de clonidina está tornando sua criança muito sonolenta - ou se a dose da tarde de Ritalina está tornando sua criança muito ativa na hora de dormir - começe a reduzindo esta dose.
Às vezes uma ou outra dose pode ser a mais prática de se reduzir primeiro. Se o comportamento da sua criança em casa é relativamente fácil de administrar em comparação com o comportamento dela na escola, então, comece por reduzir a dose que você dá depois da escola.
A sua criança deve parar de consumir drogas psiquiátricas de qualquer tipo o mais rapidamente possível. Estas drogas são prejudiciais para o crescimento do cérebro e desenvolvimento geral da sua criança. Mesmo que você e o médico da sua criança acreditem que as drogas psiquiátricas têm sido úteis, o consumo delas deve ser interrompido logo que possível. Nos casos em que drogas farmacêuticas estão sendo usadas para tratar crianças ou adultos, a melhor prática é sempre a menor dose pelo menor tempo possível. Em crianças com cérebros em crescimento e vulneráveis, a necessidade de evitar exposições tóxicas é especialmente crítica.
Lembre-se, o comportamento da sua criança pode piorar temporariamente durante a abstinência. É muito importante neste momento um ambiente positivo, amoroso, paciente e envolvente. Se a sua criança está indo para o acampamento de verão ou alguma outra atividade fora de casa, a redução da dose deve ser completada de preferência, pelo menos, algumas semanas antes.
Se sua criança tem estado consumindo drogas psiquiátricas por um ano ou mais, e se o comportamento na escola é o maior problema, você pode querer esperar até as férias de verão para começar a reduzir a dose. Ou você pode querer começar uma redução lenta e cautelosa durante o ano letivo. Se a escola relatar que a criança está "saindo do controle", você pode ter que adiar a redução até o verão.
Como pais, nós mesmos preferiríamos retirar nossas crianças da escola do que drogá-las com o propósito de permanecerem na escola. Nós vamos preferir qualquer alternativa viável, que não seja dar drogas psicoativas para nossas crianças, incluindo grandes mudanças em nosso próprio estilo de vida, a fim de prover melhor as necessidades delas.
Nós recomendamos a leitura, do livro de Peter Breggin intitulado "Talking Back to Ritalin [Falando em Retrospectiva da Ritalina]" (Breggin, 1998a [57]), como uma parte de qualquer decisão de iniciar ou parar o consumo das drogas estimulantes para o controle comportamental das crianças. Seu livro discute muitos assuntos explanados no presente capítulo, com um detalhamento consideravelmente maior - incluindo como lidar com as escolas e como desenvolver suas competências parentais.