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A mente é um mecanismo que se autoprotege. Um auditor1 não pode cometer nenhum engano que não possa ser remediado por ele próprio ou por outro auditor, exceto se ele usar drogas (como em narcossíntese), choque, hipnotismo ou cirurgia. As coisas que se salientam neste livro são, então, as maneiras de realizar a terapia tão rapidamente quanto possível, com o mínimo de erros; porque os erros tomam tempo. Os auditores vão cometer erros, isso é inevitável. Se eles cometerem o mesmo erro repetidamente, será melhor arranjar alguém que lhes dê terapia.
Provavelmente há milhares de maneiras de se meterem em sarilhos com a cura mental, mas todas estas maneiras podem ser classificadas nos seguintes grupos:
A mente não permitirá que a sobrecarreguem seriamente, enquanto ela puder conservar uma consciência parcial de si própria; só pode ser sobrecarregada quando a sua consciência for reduzida a um ponto tal que não possa avaliar nada: então, ela pode ficar totalmente perturbada. A rêverie de Dianética deixa o paciente plenamente consciente de tudo o que está a ocorrer e com recordação total de tudo o que aconteceu. É possível haver tipos de terapia que não fazem isto e que são úteis, mas estes devem ser abordados com o pleno conhecimento de que não são à prova de erro. Assim, Dianética usa rêverie para a maior parte do seu trabalho e, usando rêverie, não é possível ao auditor meter-se em sarilhos de que não possa extricar a si e ao seu paciente. Ele está a trabalhar com um mecanismo quase à prova de erro, desde que a mente conserve alguma consciência: um rádio, um relógio ou um motor elétrico são muito mais susceptíveis de danos nas mãos de um operário do que a mente humana. A mente humana foi construída para ser tão resistente quanto possível. Verificar-se-á que é difícil metê-la em situações que a tornem desconfortável e com a rêverie é impossível embrulhá-la o suficiente para causar uma neurose ou insanidade.
No manual de infantaria dos Estados Unidos há uma frase sobre decisão: "Qualquer plano, por mais mal concebido que seja, se for ousadamente executado, é melhor do que a inação".
Em Dianética, qualquer caso, por mais sério que seja, por mais inábil que o auditor seja, estará melhor se for iniciado do que se o deixarem intocado. É melhor iniciar a terapia, mesmo que tenha de ser interrompida depois de duas horas de trabalho, do que não iniciar a terapia de todo. É melhor entrar em contato com um engrama do que deixá-lo sem ter sido tocado, mesmo se o resultado for desconforto físico para o paciente - porque, daí para a frente, esse engrama não possuirá tanto poder e o desconfoto diminuirá gradualmente.
Este é um fato científico. O mecanismo que Dianética utiliza é uma capacidade do cérebro que o ser humano, como um todo, não sabia que possuía. É um processo de pensamento que todos possuem inerentemente e que se destinava, evidentemente, a ser usado no processo geral de pensar, mas que, por alguma estranha omissão, o ser humano nunca descobriu antes. Assim que sabe que possui esta nova faculdade, a pessoa é mais capaz de pensar do que antes - e pode aprender esta faculdade em dez minutos. Além disso, quando a pessoa aborda um engrama com esta faculdade (que, quando intensificada, é a rêverie), algumas das ligações de subnível desse engrama são quebradas e os fatores aberrativos deixam de ter tanta força, tanto no âmbito físico como no mental. Além disso, o conhecimento de que existe uma solução para as doenças mentais é um fator estabilizador.
Abordar um engrama com rêverie está muito longe de ser o mesmo que restimular o engrama exteriormente, como é feito na vida. O engrama só é um personagem poderoso e perigoso enquanto estiver intocado. Estando no seu lugar e ativo, ele pode ser restimulado e causar inúmeras doenças mentais e físicas. Mas abordá-lo com rêverie significa abordá-lo em um circuito novo que o desarma. O poder do engrama é, em parte, o medo do desconhecido: o conhecimento, por si só, traz estabilidade.
Não pense que não vai pôr os pacientes desconfortáveis. Isto não é verdade. O trabalho do auditor, quando toca um engrama que não consegue ser levantado, poderá levar o paciente a ter dores de cabeça, vários padecimentos e dores e até doenças físicas ligeiras, mesmo quando o trabalho é feito com cuidado. Mas há anos que a vida tem vindo a fazer isto ao paciente numa escala muito maior e, por mais maltratado que um caso esteja, por mais aberrações que apareçam para atormentar o paciente por um ou dois dias, nenhuma delas é tão séria quanto as que podem ser provocadas pelo ambiente a atuar sobre um engrama que não foi tocado.
O auditor pode fazer tudo ao contrário, de pernas para o ar e completamente errado e o paciente ainda assim estará melhor - mas apenas se o auditor não tentar usar drogas, não usar hipnotismo e não tentar misturar Dianética com alguma terapia mais antiga. Uma vez que tenha usado Dianética, ele não voltará a recorrer às tentativas místicas para curar mentes. Em suma, o que se salienta aqui é que, desde que o auditor comece por tomar um caso relativamente simples (para ver como funcionam os mecanismos da mente) e use somente rêverie, ele não pode meter-se em sarilhos. É certo que haverá aqueles que acreditam ser tão experientes em tocar atabaques ou em agitar chocalhos, que não darão a Dianética uma oportunidade de funcionar como Dianética, mas em vez disso entram a toda a pressa e começam a atormentar o paciente com "inveja do pênis" ou a fazê-lo arrepender-se dos seus pecados. Mas o paciente que comece a ver isto será inteligente se simplesmente trocar de posição com o auditor, do divã para a cadeira do auditor, e limpar algumas das aberrações do auditor antes de prosseguirem o trabalho.
Qualquer indivíduo que tenha lido este livro uma vez até ao fim e conseguido um paciente com recordação sônica para uma tentativa experimental, saberá mais sobre a mente, nessas ações, do que alguma vez soube antes. E ele estará mais habilitado e capaz de tratar a mente do que qualquer outro que tivesse tentado fazê-lo, independentemente da sua reputação, há muito pouco tempo atrás. Isto não quer dizer que as pessoas que já tenham tido experiência com pacientes mentais não tenham, conhecendo Dianética (conhecendo Dianética), uma vantagem sobre os que não compreendem algumas das fraquezas de que o ser humano é capaz em um estado aberrado. E, por outro lado, isto não quer dizer que um engenheiro, um advogado ou um cozinheiro, com alguns casos de Dianética na sua bagagem, não estejam mais habilitados do que todos os outros praticantes de qualquer formação ou tipo. Neste caso, não há qualquer limite.
Não se poderia dizer, assim de repente, se um hipnotizador ou um psicólogo capaz, pronto e disposto a deitar fora e a desaprender os erros de ontem, estaria mais bem preparado para praticar Dianética. No campo da medicina psicossomática, o médico, possuidor de grande experiência na cura, poderá muito bem estar acima de outros auditores no trabalho de Dianética. Mas este não é necessariamente o caso, pois na pesquisa tem-se provado que homens e mulheres, com os antecedente profissionais mais improváveis, de repente se tornaram auditores mais hábeis do que aqueles que estão em campos que se pensaria serem mais afins. Os engenheiros, particularmente, são material excelente e fazem auditores excelentes. Além disso, Dianética não está a ser entregue a uma profissão, porque nenhuma profissão poderia abrangê-la. Ela não é suficientemente complicada para justificar anos de estudo numa universidade. Pertence ao ser humano e é duvidoso que alguém pudesse monopoliza-la, pois não se encaixa em nenhum tipo de legislação, seja onde for. E se houvesse legislação para fazer de Dianética uma profissão licenciada, então seria de temer que ouvir histórias, anedotas e experiências pessoais também teria de ser legislado numa profissão. Tais leis colocariam todos os humanos de boa vontade, que escutam as dificuldades de um amigo com compaixão, atrás de uma cerca de arame farpado. Dianética não é psiquiatria. Não é psicanálise. Não é psicologia. Não é relações pessoais. Não é hipnotismo. É uma ciência da mente e necessita de tanto licenciamento e regulamentação como a aplicação da ciência da física.
As coisas contra as quais existe legislação são uma questão de lei, porque poderão, de algum modo, prejudicar indivíduos ou a sociedade. Existe legislação sobre psicanálise em cerca de três estados da União e existe legislação contra ou sobre a psiquiatria em toda parte. Se um auditor deseja constituir-se como psiquiatra, com o poder de fazer a vivissecção de cérebros humanos, se ele quer constituir-se como médico e ministrar drogas e medicamentos, se ele quer praticar hipnotismo e introduzir sugestões em um paciente, então ele tem de enquadrar isso na psiquiatria, medicina e nas leis locais sobre o hipnotismo, pois ele entrou noutros campos que não a Dianética. Em Dianética, não se usa o hipnotismo, não se opera cérebros e não se ministra drogas. Dianética não é abrangida por legislação em parte alguma, pois não há lei que possa impedir que um humano se sente e conte os seus problemas a outro humano. E se alguém quiser um monopólio de Dianética, pode ter a certeza de que ele o quer por motivos que nada têm a ver com Dianética, mas sim com lucros. Não há psiquiatras suficientes no país para sequer começar a prover de pessoal as instituições de doentes mentais. Com certeza que esta geração, sobretudo com todo o trabalho iatrogênico2 que tem sido feito, continuará a precisar dessas instituições e precisará de psiquiatras: o campo deles é o tratamento do insano, por definição, e isso não tem nada a ver consigo, nem comigo. Na psicologia, a Dianética introduz-se sem perturbar nada que esteja relacionado com o seu pessoal, pesquisa ou postos de ensino, pois a psicologia é simplesmente o estudo da psique, e agora que existe uma ciência da psique, ela pode seguir adiante com determinação. Assim, Dianética não é inimiga de ninguém e está totalmente fora de todas as legislações existentes, nenhuma das quais antecipou ou criou qualquer provisão para uma ciência da mente.