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As doenças psicossomáticas são as que têm origem mental mas que, não obstante, são orgânicas. Apesar do fato de, antes de Dianética, não existir nenhuma prova científica precisa sobre isto, havia uma forte crença na sua existência desde os tempos da Grécia e, em tempos recentes, foram elaboradas e vendidas várias drogas que deveriam curar essas doenças. Experimentou-se algum sucesso, o suficiente para justificar muito trabalho por parte dos pesquisadores. As úlceras péticas, por exemplo, cederam à persuasão e à alteração do ambiente. Uma droga recente chamada ACTH tem tido resultados surpreendentes, mas extremamente imprevisíveis. Descobriu-se que as alergias cedem, mais ou menos, a coisas que deprimem a histamina no corpo.
O problema da doença psicossomática é inteiramente abrangido por Dianética e, através da técnica de Dianética, essa doença tem sido totalmente erradicada em todos os casos.
Cerca de 70 por cento da atual lista médica de doenças cai na categoria de doença psicossomática. Quantas mais poderão ser classificadas como tal, depois de Dianética ter estado a ser praticada durante alguns anos, é difícil de prever, mas é certo que há mais doenças que são psicossomáticas do que as que foram classificadas como tal até à data. Que todas as doenças são psicossomáticas é, naturalmente, absurdo, pois afinal de contas, existem formas de vida chamadas germes que têm a sobrevivência como sua meta.
A obra de Louis Pasteur formulou a teoria microbiana da doença. Com Dianética acrescenta-se a teoria não microbiana da doença. Estas duas, com a bioquímica, complementam-se para formar todo o campo da patologia, segundo o que se pode determinar nesta altura - desde que o vírus seja, é claro, incluído na teoria microbiana.
Dianética acrescenta mais uma página à teoria microbiana, porque inclui a predisposição. Há três estágios de patologia: predisposição, pelo que se quer dizer os fatores que prepararam o corpo para a doença; precipitação, pelo que se quer dizer os fatores que fizeram com que a doença se manifestasse; e perpetuação, pelo que se quer dizer os fatores que causam a continuidade da doença.
Há dois tipos de doença: ao primeiro pode chamar-se autogêneo, o que significa que a doença teve origem dentro do organismo e foi autogerada; e exogêneo, o que significa que a origem da doença foi exterior. Na realidade, embora isto seja boa medicina, não é tão exato como Dianética o desejaria. A própria doença mental é, na realidade, de origem exterior. Mas medicamente, consideramos que o corpo pode gerar as suas próprias doenças (autogêneas) ou que a doença pode vir de uma fonte exterior, como as bactérias (exogênea). A teoria microbiana de Pasteur seria a teoria da doença exogênea (gerada exteriormente). A doença psicossomática seria autogênea, gerada pelo próprio corpo.
O tratamento do ferimento acidental, a cirurgia para várias coisas, tais como a deformação inerente ao corpo por causas genéticas e a ortopedia, que na realidade pode ser incluída em ambas as classes, permanecem apropriadamente fora do campo de Dianética - embora se possa mencionar que quase todos os acidentes podem ser rastreados à dramatização de engramas e que os Clears raramente têm acidentes.
A palavra psico refere-se, naturalmente, à mente e somático refere-se ao corpo; o termo psicossomático significa que a mente faz o corpo adoecer ou doenças que foram criadas fisicamente dentro do corpo por perturbação da mente. É natural que, quando se resolve o problema da aberração humana, essas doenças tomam-se uniformemente susceptíveis de cura.
Artrite, dermatite, alergias, asma, algumas dificuldades coronárias, problemas de visão, bursite, úlceras, sinusite, etc., formam uma seção muito pequena do catálogo psicossomático. Dores e padecimentos bizarros em várias porções do corpo são, geralmente, psicossomáticos. As enxaquecas são psicossomáticas e, como as outras, são uniformemente curadas pela terapia de Dianética. (E a palavra curada é usada no seu sentido mais lato.)
Exatamente quantos erros físicos são psicossomáticos, depende de quantas condições o corpo pode gerar a partir dos fatores nos engramas. Descobriu-se, por exemplo, que a constipação comum é psicossomática. Os Clears não se constipam. Desconhece-se o papel, se existe algum, que o vírus tem na constipação comum, mas sabe-se que quando se removem os engramas sobre constipações estas não aparecem mais - o qual é um fato de laboratório que até agora não foi desmentido por 270 casos. A constipação comum surge, normalmente, de um engrama que a sugere e que é confirmado pelo muco real presente noutro engrama. Um número de doenças provocadas por germes é predisposto e perpetuado pelos engramas. A tuberculose é uma dessas doenças.
O próprio engrama, como já se tratou, segue um ciclo de ação. O corpo é predisposto para a conduta e condições contidas no engrama logo quando este é recebido. Depois, uma experiência a nível consciente faz key-in do engrama e outra experiência, ou o conteúdo do próprio engrama, poderá torná-lo crônico. Isto é predisposição, precipitação e perpetuação no plano mental.
Os engramas, as incapacidades herdadas, os acidentes e os germes são os quatro meios pelos quais um organismo pode ser fisicamente diminuído em relação ao seu estado ótimo. Muitas condições a que se têm chamado "incapacidades herdadas" são, na realidade, engrâmicas. Os engramas predispõem as pessoas para acidentes. Os engramas podem predispor e perpetuar infecções bacterianas. Por isso, o catálogo de doenças afetadas por Dianética é muito longo. Este não é um livro que dá uma lista de efeitos, mas sim um livro que expressa causas e, assim, pede-se ao leitor que use o seu próprio conhecimento ou consulte uma obra sobre medicina para compreender exatamente quantos milhares de condições resultam de engramas que perturbam ou desarranjam o corpo.
Presentemente, prevê-se que a pesquisa de Dianética inclua o cancro e diabetes. Há uma série de razões para supor que estes poderão ser de origem engrâmica, especialmente o cancro maligno. Isto foi comentado para que se dê atenção a essa possibilidade; não se fez qualquer tipo de teste com pacientes cancerosos ou diabéticos, e este pensamento é pura teoria e não deve ser interpretado como qualquer espécie de declaração sobre uma cura do cancro. Contudo, as doenças acima catalogadas foram totalmente testadas e cederam uniforrnemente à terapia de Dianética.
O mecanismo pelo qual a mente é capaz de causar uma incapacidade física ou predispor o corpo para uma doença e perpetuá-la é, na sua causa básica, uma coisa muito simples. A complexidade surge quando se começa a combinar todos os fatores possíveis - então pode-se escrever uma lista espantosa de doenças potenciais.
Pode-se fazer uma série de testes simples em pacientes narcotizados ou hipnotizados que comprovarão clinicamente, noutros laboratórios, este mecanismo básico. Fez-se uma série desses testes durante a formulação de Dianética, com sucesso uniforme.
Tomemos, primeiramente, uma coisa que é apenas ligeiramente psicossomática e que quase nem é uma doença. Um paciente é hipnotizado. É-lhe dada a sugestão positiva de que ele poderá ouvir muito mais intensamente. Isto é "ouvido amplificado". Tratando de evitar que ele obtenha dados por outros meios (incluindo meios de proteção contra a telepatia entre o operador e o sujeito), pode-se ver que o ouvido pode ser ampliado muitas vezes para além do normal. De fato, existem aberrados em toda a parte que têm "ouvido amplificado". Por sugestão, a potência do ouvido pode ser aumentada ou diminuída de modo que uma pessoa fique quase surda ou possa ouvir alfinetes caírem a uma grande distância. Quando a sugestão é removida, o ouvido do sujeito volta ao seu anterior estado normal.
De modo similar, pode-se fazer experiências com os olhos, usando a sensibilidade à luz. A vista do paciente é aumentada ou diminuída, de modo que os seus olhos sejam muito mais ou muito menos sensíveis à luz do que é normal para ele. Isto é feito inteiramente com base na sugestão verbal, tal como: "A luz parecer-te-á muito, muito forte" ou "A luz parecerá tão fraca que tu terás dificuldade em ver". Com a primeira sugestão, pode-se fazer com que o paciente veja quase tão bem como um gato, embora outras pessoas possam pensar que é impossível ver objetos que o paciente aponta sem errar. Na segunda sugestão, o paciente pode ser posto sob uma luz quase ofuscante e, no entanto, pode ler através de um clarão com um conforto aparente.
O sentido táctil pode igualmente ser aumentado ou diminuído por sugestão verbal até que o tato se torne dolorosamente aguçado ou tão embotado que mal se perceba.
O mesmo acontece com os vários sentidos. Aqui temos apenas a palavra falada a penetrar na mente e a causar mudanças na função física.
Vejamos agora o coração. Com a hipnose profunda ou drogas, pomos o paciente em transe amnésico, um estado de ser em que o "Eu" não está a controlar, mas em que o operador é o "Eu" (isto na verdade, é tudo o que há quanto à função da hipnose: a transferência do poder analítico, através da lei da afinidade, do sujeito para o operador, uma coisa que teve um desenvolvimento racial e valor de sobrevivência nos animais que viviam em alcateias).
É preciso ter o cuidado de escolher um paciente que tenha um coração muito saudável e que não tenha antecedentes de doenças cardíacas para esta experiência que, mais do que qualquer outra experiência hipnótica, pode tornar um paciente muito doente se ele tiver antecedentes cardíacos. E nenhum destes testes hipnóticos devem ser realizados por alguém antes de ele ter terminado de ler este livro e saber como se fazem desaparecer as sugestões; pois a hipnose, como é praticada, é estritamente uma bomba com o rastilho aceso e o hipnotizador que não esteja familiarizado com Dianética é tão capaz de fazer desaparecer uma sugestão que ele tenha feito, como é capaz de descascar um átomo. Ele pensou que tinha a resposta, mas Dianética tem tratado de muitos antigos sujeitos hipnóticos que estavam totalmente "enleados", como dizem os engenheiros interessados em Dianética. Isto não é uma crítica à hipnose ou aos hipnotizadores, que muitas vezes são pessoas capazes, mas sim um comentário de que há mais coisas para saber a esse respeito.
O coração, apenas por sugestão positiva, pode ser acelerado, abrandado ou excitado de outras maneiras. Aqui temos palavras, dirigidas às camadas profundas da mente, que causam ação físicas. Além disso, o fluxo sanguíneo pode ser inibido em algumas áreas do corpo por meio de uma simples sugestão. (Avisa-se que esta experiência sobrecarrega particularmente o coração.) Pode-se, por exemplo, negar sangue a uma das mãos, de modo que se você cortasse uma veia nessa mão, esta mal sangraria ou não sangraria nada. Um excelente truque de um swami, que impressionou muito o autor quando ele esteve na Índia, foi a inibição do fluxo sanguíneo pelo próprio indivíduo, enquanto desperto. Sob comando, um ferimento sangrava ou não sangrava. Isto parecia uma coisa fantástica e teve bastante publicidade que aqui estava um svvami que se tinha associado ao Nirvana de tal forma que ele controlava todas as coisas materiais. O espanto diminuiu quando o autor soube que ele, através da hipnose, podia fazer o seu próprio corpo fazer a mesma coisa, sem envolver nenhum Nirvana. O mecanismo desvanece rapidamente e, ao fim de poucos dias, precisa de ser renovado: o corpo tem a sua própria operação ótima e embora se possa manejar essa função "analiticamente", manter o sangue a circular na mão não é trabalho analítico de escalão superior. A questão aqui é que o fluxo sanguíneo pode ser interrompido por sugestão verbal. As palavras estabelecem uma conexão com o ser físico.
Quanto ao modo como isto pode acontecer, nós não estamos tão interessados na estrutura como estamos na função, neste estágio da ciência da mente. Se, conhecendo apenas a função, nós podemos curar sempre as aberrações e as doenças psicossomáticas, por que não poderemos predizer novas doenças e condições e, em geral, "fazer milagres" como se chamava a estas ações no passado, antes de o ser humano saber alguma coisa sobre a mente?
Os excretos estão entre as coisas mais fáceis de regular por sugestão. A prisão de ventre pode ser provocada ou curada por sugestão positiva, com extraordinária rapidez e facilidade. A urina também pode ser controlada desse modo. E o mesmo sucede com o sistema endócrino.
É mais difícil fazer testes em algumas das funções endócrinas menos compreendidas. Atê agora, a pesquisa glandular não progrediu muito. Mas removendo engramas e observando o reequilíbrio do sistema endócrino, tornou-se óbvio que o sistema endócrino é uma parte do mecanismo de controle com que a mente maneja o corpo. As glândulas são facilmente influenciadas. Estes fluidos e secreções - testosterona, estrogênio, adrenalina, hormônios tireóideanos, hormônios paratireóideanos, pituitrina, etc. - são substâncias que a mente usa como um dos meios de controlar o corpo. Eles formam os circuitos de retransmissão, por assim dizer. Cada um tem a sua própria ação dentro do corpo.
Esta experiência tende a provar a falácia de uma antiga suposição de que a mente era controlada pelas glândulas. Um aberrado recebe uma injeção de 25 mg de testosterona em óleo, duas vezes por semana. Poderá haver alguma melhoria no seu estado físico por um breve período - a sua voz poderá tornar-se mais grave e poderão crescer-lhe mais pêlos no peito. Agora, sem sugestão, simplesmente apagamos os engramas do seu banco reativo para que estes possam reformular-se como experiência no banco padrão. Antes de termos completado esta tarefa, o seu corpo começa a assimilar mais testosterona. A dose pode ser acentuadamente reduzida e, ainda assim, produzir mais benefícios do que anteriormente. Finalmente, a dose pode ser eliminada. À mesma experiência também foi feita com pessoas que não tinham sido capazes de receber qualquer benefício de substâncias glandulares, como a testosterona e o estrogênio, e com pessoas que ficaram doentes pela administração dessas hormônios. O apagamento dos engramas no banco reativo produziu uniformemente uma condição em que elas podiam receber o benefício das hormônios, mas em que essa administração artificial não era necessária, exceto em casos de idade muito avançada. O que isto significa para a gerontologia (o estudo da longevidade na vida) não pode ser avaliado atualmente, embora possa predizer-se, confiantemente, que a eliminação dos engramas no banco reativo tem uma influência marcante no prolongamento da vida. Daqui a uns cem anos estes dados estarão disponíveis, mas até agora nenhum Clear viveu tanto tempo.
Neste momento, para o nosso propósito, é fácil demonstrar o efeito da sugestão positiva sobre o sistema endócrino e a falta de efeito das hormônios artificiais sobre os aberrados.
Este tipo de engrama tem um efeito terrivelmente redutor sobre a produção de testosterona: "O sexo é horrível, é repugnante, detesto-o".
Pode-se demonstrar que as partes do sistema nervoso autônomo (que se acreditava funcionar sem muita conexão com a mente) são influenciadas pela mente. Há um efeito de espiral descendente (note as linhas no gráfico de potencial de sobrevivência) em que o engrama inicia a disfunção no regulador da função vital; isto produz uma disfunção na mente que, por sua vez, tem um efeito maior sobre o regulador da função vital; isto, por sua vez, reduz a atividade física, e a mente, sendo parte do órgão e que, tanto quanto sabemos, também é orgânica, fica com o seu tom ainda mais reduzido. O tom mental faz com que o tom do corpo desça. Este, estando baixo, faz descer o tom mental. Isto é uma questão de progressão geométrica invertida. Um humano começa a ficar doente e, tendo engramas, fica ainda mais doente. Os Clears não estão sujeitos a esta espiral descendente. Na verdade, esta coisa horrível chamada doença psicossomática é tão inteiramente superficial, que esta é a primeira coisa a ceder e pode ser aliviada sem Clareamento.
A razão pela qual os vários preparados farmacêuticos que procuram alterar a doença psicossomática têm um sucesso tão incerto reside no fato de que a mente, contendo esses engramas que são "sobrevivência" (um fulano precisa tanto disso como de um buraco na cabeça), controla o regulador da função vital para produzir doenças ativamente. Aparece algo para as retirar (mas elas são "sobrevivência" e essas malditas células insistem idiotamente nisso) e a mente tem de inverter rapidamente a atividade e repor a doença no lugar. Tente influenciar a mente reativa por meio da razão ou de agulhas e verá que ela não é mais fácil de convencer do que um humano enlouquecido por drogas, que está decidido a matar toda a gente em um bar. Ele também está a "sobreviver".
Um preparado como o ACTH tem um efeito ligeiramente diferente. Este é demasiado exclusivo para se fazer qualquer pesquisa com isto, mas de acordo com os relatórios feitos sobre este preparado, o ACTH parece afetar os engramas no sentido do tempo. Isto é, ele altera a localização reativa do indivíduo no tempo, como veremos na parte sobre terapia. O ACTH e talvez muitos outros preparados da mesma categoria movem o indivíduo de um engrama crônico para outro. Isto é tão seguro como mudar os ditadores na Europa. O seguinte poderá ser duas vezes pior. Poderá até mesmo ser um maníaco e este é horrível, apesar da sua aparente "euforia".
O tratamento por eletrochoque, os espancamentos de Bedlam e outras coisas dessa espécie, incluindo o tratamento cirúrgico de coisas de origem psicossomáticas, têm outro efeito, mas não muito diferente dos efeitos de drogas como o ACTH, na medida em que eles dão outro choque que transfere o padrão do engrama para outra parte do corpo e troca a posição das aberrações (quando essas coisas funcionam, é porque a nova aberração é menos violenta do que a antiga). Os choques, os golpes, a cirurgia e talvez mesmo coisas como o veneno de cobra mudam o efeito do banco de engramas sobre o corpo, não necessariamente para pior ou para melhor; mudam-no simplesmente. É como lançar os dados: às vezes acerta-se no sete.
Depois há o tratamento de doenças psicossomáticas por remoção de tecidos. Este simplesmente remove a área que está ocupada a dramatizar ma linha física. Isto pode ser a remoção de um dedo do pé ou de um cérebro. Na época em que este livro está a ser escrito, estas coisas são de uso bastante comum. A remoção de um dedo do pé dirige-se a uma parte do conteúdo do engrama, o somático, e a remoção de partes do cérebro (como na leucotomia transorbital e na lobotomia pré-frontal ou qualquer outra coisa mais recente) dirige-se erroneamente à "remoção" da aberração psíquica. Também há um sistema de renúncia a funcionar nisto: o cirurgião ou o paciente tem uma aberração sobre "livrar-se disso" e, portanto, pedaços do corpo são cortados ou removidos. Alguns pacientes renunciam a partes anatômicas, por serem aconselhados a isso ou por sua própria insistência, tal como os antigos sangravam numa flebotomia. Há um paralelo direto entre sangrar um paciente para o curar e cortar partes dele para o curar. Ambos baseiam-se em um engrama de renúncia (livrar-se de) e nenhum deles é de maneira alguma eficaz. Espera-se que a medicina da bacia do barbeiro acabe por morrer, como morreram os seus pacientes.
Estas são as cinco classes de doenças psicossomáticas:
A Classe 1a inclui coisas comuns como a prisão de ventre e coisas extraordinárias como a artrite. A artrite é um mecanismo complexo com uma causa simples e uma cura relativamente simples. Lembre-se que há duas coisas presentes em um engrama: dor física e comando verbal. Na artrite, ambas têm de estar presentes (como na maioria das doenças psicossomáticas). É preciso que tenha havido um acidente com a articulação ou a área afetada, e deve ter havido um comando durante a "inconsciência" que acompanhou o ferimento, que tornaria o engrama susceptível à restimulação crônica. (Comandos como "Isto é sempre assim" ou "Não para de doer" ou "Estou preso" produzirão resultados semelhantes.) Na existência deste engrama e tendo o mesmo feito key-in, há uma dor crônica na área do ferimento. Poderá ser mínima, mas não deixa de ser dor. (Pode haver uma dor, mas esta não ser sentida, se o engrama contêm um comando que seja anestésico, tal como "Ele nunca sentirá isto", que produz uma condição semelhante, mas torna a pessoa "inconsciente" à dor nessa área.) Essa dor no corpo provavelmente diz às células e ao sangue que essa área é perigosa. Por isso, ela é evitada. O comando permite que a mente influencie, digamos, a paratireóidc, que contêm o segredo do conteúdo de cálcio na circulação sanguínea. Um depósito mineral começa então a formar-se na região. Esse depósito mineral não é necessariamente a causa da dor, mas é um restimulador orgânico, de modo que quanto mais minerais houver, maior será a dor e mais o engrama faz key-in. Isto é a espiral descendente. E isto é a artrite em ação. Compreenda que a paratireóide e a negação de sangue à área são a causa teórica; o fato científico é que, quando se encontra e apaga um engrama sobre uma região que contêm artrite, a artrite desaparece e não volta, fato comprovado por chapas de raios X. Isto ocorre todas as vezes e não se deve a qualquer sugestão ou medicamento. Isto acontece porque um engrama é apanhado e rearquivado. Com a eliminação do engrama, a dor e a artrite desaparecem. Isto constitui toda uma classe de doenças, da qual a artrite é apenas uma. Os mecanismos que isto envolve variam ligeiramente. Podem ser todos incluídos sob o título de "perturbação física causada pela redução do fluxo de fluidos no corpo".
A Classe 1b de doenças psicossomáticas, o aumento do fluxo de fluidos, contêm coisas como a tensão arterial alta, a diarreia, a sinusite, o priapismo (atividade excessiva das glândulas sexuais masculinas) ou qualquer outra condição física resultante de uma superabundância de fluido.
A Classe 2a pode causar coisas como um braço atrofiado, um nariz chato, órgãos genitais subdesenvolvidos ou qualquer outro subdesenvolvimento de uma glândula que tenha a ver com o tamanho (que pertencerá também à classe 1a), a calvície (que, tal como o resto, também pode fazer parte do padrão genético e, portanto, inerente) e, em suma, a redução do tamanho de qualquer parte do corpo.
A Classe 2b causa coisas como mãos excessivamente grandes, nariz comprido, orelhas excessivamente grandes, órgãos aumentados ou qualquer outra deformação física comum. (É possível que o cancro possa ser incluído sob este título como uma cura excessiva.)
A Classe 3 incluiria a tuberculose (alguns casos), problemas de fígado, problemas nos rins, erupções cutâneas, constipações comuns, etc. (pertencendo igualmente a outras classes, como acontece com todas de um modo ou de outro).
A Classe 4 incluiria aquelas doenças que, apesar de surgirem sem influência psicossomática, fixam-se por acidente numa área anteriormente ferida e, por restimulação, mantêm um engrama ativado naquela área de modo que a condição se torne crônica. A tuberculose podia ser incluída aqui. A conjuntivite, todas as feridas infectadas e qualquer condição que se recuse a sarar, etc.
Esta quarta classe também incluiria todas as dores e doenças bizarras que parecem não ter patologia real.
A Classe 5 inclui um catálogo extremamente amplo de condições, qualquer uma das quais poderá ser incluída nas outras classes ou poderá provir unicamente de engramas que ditam a presença ou a necessidade de uma doença. "Tu estás sempre constipado", "Tenho os pés doloridos", etc., anunciam uma doença psicossomática e os mecanismos do corpo podem fornecê-la.
Qualquer doença pode ser precipitada por engramas. A doença poderá ter origem em germes; o indivíduo tem um engrama que diz que ele poderá ficar doente e, com base nessa generalização, adoece com qualquer mal que esteja à mão. Além disso, e de modo ainda mais geral, o engrama reduz a resistência física do corpo à doença. E quando o engrama entra em restimulação (talvez devido a uma discussão familiar, a um acidente ou alguma coisa parecida), a capacidade que o indivíduo tem de resistir à doença diminui automaticamente.
Como será explicado, as crianças têm muito mais engramas do que se supunha. Quase todas as doenças de infância são precedidas de um distúrbio psíquico e se este distúrbio psíquico está presente - mantendo um engrama restimulado - essas doenças podem ser muito mais violentas do que deviam. O sarampo, por exemplo, pode ser apenas sarampo ou pode ser sarampo acompanhado de restimulação engrâmica, e neste caso pode ser quase ou inteiramente fatal. Um exame de muitos casos, neste assunto da doença de infância ser predisposta, precipitada e perpetuada por engramas, faz-nos pensar até que ponto as doenças em si serão realmente violentas. Elas nunca foram observadas numa criança Clareada e há motivo para investigar a possibilidade de as doenças de infância serem, em si mesmas, extremamente leves e só serem complicadas por um distúrbio psíquico, isto é, pela restimulação de engramas.
De fato, poder-se-ia fazer esta pergunta sobre todo o campo da patologia: Qual é o efeito real da doença se lhe for subtraída a equação mental? Até que ponto é que as bactérias são perigosas?
Até agora o campo da bacteriologia permaneceu sem princípios dinâmicos. A dinâmica, sobrevivência, é aplicável a todas as formas de vida e as "formas de vida" incluem os germes. O propósito do germe é sobreviver. Os seus problemas são o alimento, a proteção (ofensiva e defensiva) e a procriação. Para conseguir estas coisas, o germe sobrevive no seu nível de eficiência ótima. Sofre mutações, altera-se com a seleção natural e muda dinamicamente por necessidade de sobrevivência (este último passo é aquele que faltava na teoria da evolução) a fim de levar a cabo o máximo de sobrevivência possível. Comete erros ao matar os hospedeiros, mas ter um propósito de sobreviver não quer dizer necessariamente que uma forma sobreviva.
Em patologia, o germe, empenhado no seu propósito, age como um supressor da dinâmica de sobrevivência da espécie humana. Ainda não se determinou qual é a gravidade desse supressor na ausência da supressão engrâmica no humano. Existem dados suficientes para indicar que um ser humano, com o seu potencial na quarta zona, não está, aparentemente, muito sujeito a doenças: a constipação comum, por exemplo, seja ou não um vírus, passa-lhe ao largo; não há infecções crônicas. Aquilo que os anticorpos têm a ver com isto ou o que é este fator, também é outra questão. Mas é certo que um Clear não adoece facilmente. No aberrado, a doença acompanha de perto a depressão mental (depressão do nível dinâmico).
A aberração da mente e do corpo por engramas leva, então, não só à doenças psicossomáticas, mas também à patologia real - que até agora tem sido considerada como mais ou menos independente do estado mental. Como foi provado por pesquisa clínica, o clareamento de engramas faz mais do que remover a doença psicossomática - potencial, aguda ou crônica. O clareamento também tende a tornar o indivíduo imune à recepção da patologia: não se sabe ainda até que ponto, porque para estabelecer estas estatísticas é necessária uma visão tão ampla e a tão longo termo que o projeto exigirá milhares de casos e observações de médicos durante um longo período.
A quantidade de aberração que uma pessoa manifesta, isto é, a posição que ela ocuparia numa escala de sanidade, tem pouco a ver com a doença psicossomática. Essas doenças só precisam de um ou dois engramas de uma natureza específica para se manifestarem. Esses engramas poderão não ser aberrativos de nenhuma outra forma, exceto por predisporem o indivíduo para a doença. Ter uma doença psicossomática não é a mesma coisa que ser "maluco" ou ter tendências hipocondríacas. O hipocondríaco pensa que tem doenças, um caso especial da Classe 5 dada acima.
A perturbação cai nitidamente em duas categorias. A primeira é a perturbação mental, qualquer condição irracional que nós em Dianética chamamos aberração para evitar a constante catalogação de milhares ou milhões de manifestações que a irracionalidade pode ter. A outra perturbação do indivíduo é somática: isto aplica-se inteiramente ao seu ser físico e à sua capacidade e saúde físicas. Estas duas coisas estão presentes em todos os engramas: a aberração e o somático. Mas o engrama pode manifestar-se cronicamente como somático (aqui fez-se um substantivo de um adjetivo e este é comummente empregado em Dianética para evitar o uso da palavra dor, que não abrange tudo e que é restimulativa) ou como aberração, ou como as duas coisas ao mesmo tempo.
Um engrama tem de conter dor física. Quando é restimulado na vida diária, essa dor física poderá ou não aparecer. Se não aparece como dor, mas sim como aberração, então o indivíduo está em outra valência que não a sua (a "necessidade de manifestar as suas hostilidades"). Se ele for suficientemente são para estar na sua própria valência, a dor física estará presente. Em Dianética, dizemos que o somático apareceu. Quando qualquer somático aparece, a menos que o indivíduo seja um preclear em terapia, parte da aberração também está a aparecer. Em suma, a aberração pode aparecer sozinha ou pode aparecer o somático com alguma parte da aberração. Quando uma pessoa dramatiza outra valência que não a sua, a aberração está presente; quando a dramatização, a repetição do engrama como se este fosse um disco fonográfico em uma ou em outra valência, é suprimida por qualquer outro fator, como a polícia ou uma pessoa mais forte ou mesmo pelo próprio indivíduo (tem-se chamado repressão a isto - o termo não é usado aqui por estar carregado de outros significados), o somático irá certamente aparecer à vista. O indivíduo está, então, aparentemente em "melhor situação", como as células queriam que estivesse, se ocupar o papel de sobrevivência no engrama, a valência vencedora, porque pelo menos ele não está doente. Mas quantas pessoas foram mortas, quantos bancos foram roubados, quantos cônjuges foram levados à loucura por essas dramatizações? Assim, a saúde de um indivíduo seria considerada pela sociedade, no seu esforço para proteger os seus membros, como um assunto secundário. Na verdade, a "sociedade" não tem tido conhecimento deste aspecto mecânico. O indivíduo que dramatiza a valência de sobrevivência nos seus engramas poderá fazer coisas violentas a outras pessoas. O indivíduo que não se permite tal dramatização, ou que é forçado a afastar-se desta dramatização pela sociedade, ficará certamente com doenças psicossomáticas. "Cara, ganho eu, coroa, perdes tu." A solução é aliviar ou apagar o engrama, pois o problema tem muitos aspectos adicionais: o ser humano que dramatiza os seus engramas, com ou sem a sociedade, não está apto para sobreviver; e se os dramatiza, está sujeito a quaisquer comentários insultuosos que tenham sido feitos à valência em que ele está, por outra valência contida nesse mesmo engrama.
As combinações das classes e dos aspectos da doença psicossomática, aqui listadas e descritas, levam a algumas situações altamente complexas. É um fato científico que não existe nenhuma doença psicossomática sem uma aberração. E é verdade que não existe nenhuma aberração sem uma doença psicossomática potencial ou real. Uma das doenças psicossomáticas que menos se esperaria encontrar como um caso psicossomático é a doença da perversão sexual.
O pervertido sexual (e neste termo Dianética, para ser breve, inclui todas as formas de anormalidades na Segunda Dinâmica, tais como a homossexualidade, o lesbianismo, o sadismo sexual, etc., e todas as incluídas no catálogo de Ellis e Krafft-Ebing) está, na realidade, bastante doente fisicamente. A perversão, como doença, tem tantas manifestações, que esta deve estar espalhada por toda a série de classes citadas acima desde (1) até (5). O desenvolvimento excessivo ou o subdesenvolvimento dos órgãos sexuais, a inibição ou exagero seminal, etc., encontram-se alguns em um pervertido e alguns noutro. E, em resumo, o pervertido é sempre uma pessoa muito doente, de um modo ou de outro, quer ele esteja consciente disso ou não. Ele está muito longe de ser culpado pela sua condição, mas também está tão longe de ser normal e é tão extremamente perigoso para a sociedade, que a tolerância da perversão é tão má para a sociedade como a sua punição. Por lhe terem faltado até agora os meios adequados, a sociedade foi apanhada entre a tolerância e a punição, e é claro que o problema da perversão não foi resolvido. Saímos aqui um pouco do assunto mas, quanto à perversão, pode-se comentar que a melhor explicação que antes havia para isto era alguma coisa acerca das meninas terem inveja do pênis do Papá ou de os meninos ficarem perturbados com aquela coisa terrível, a vulva, que a Mamã um dia teve o descuido de deixar ver. É preciso muito mais do que estes puros disparares para fazer um pervertido. Antes pelo contrário, seria preciso uma coisa como dar pontapés na cabeça de um bebê, passar-lhe por cima com um cilindro das estradas, cortá-lo em dois com uma faca enferrujada, fervê-lo em lisol e tudo isto enquanto pessoas loucas lhe gritam as coisas mais horríveis e obscenas. O ser humano é um personagem muito duro. Ele é tão duro que venceu todo o reino animal e pode fazer tremer as estrelas. E quando se trata de desequilibrar a sua Segunda Dinâmica, aquilo que é preciso para isso é uma combinação de Dante e Sax Rohmer. Deste modo, o pervertido, contendo centenas e centenas de engramas malignos, tem tido pouca escolha entre estar morto e ser um pervertido. Mas com uma ciência eficaz para resolver o problema, uma sociedade que continue a tolerar a perversão e todos os seus efeitos tristes e sórdidos não merece sobreviver.
A perversão pode ter outros aspectos. Em uma sociedade que foi examinada, essas aberrações tinham-se multiplicado tanto que surgiu um culto místico principal que sustentava que todas as doenças mentais tinham origem no sexo. Isto, naturalmente, deu um maior ímpeto às aberrações na Segunda Dinâmica (sexo), pois tal crença cultual deve ter sido originada por um indivíduo que tinha aberrações severas na Segunda Dinâmica. Esta crença de que o sexo era a única fonte da aberração e sofrimento humanos atraiu naturalmente, como praticantes, indivíduos que tinham padrões aberrativos semelhantes. E assim o culto reforçou ainda mais os fatores aberrativos existentes na sociedade, visto que toda a sua atividade visava fazer do sexo uma coisa horrenda e pavorosa, rotulando-o como a fonte primária das doenças mentais da sociedade. O profeta desse deus foi Maniqueu, um persa do século III, que ensinou que todas as coisas a respeito do corpo, sobretudo o sexo, eram diabólicas. O culto de Maniqueu prolongou-se por boa parte da Idade Média e depois desapareceu, para nunca mais perturbar o ser humano.
Qualquer dinâmica pode ser bloqueada: a Dinâmica Pessoal, a Dinâmica do Sexo, a Dinâmica do Grupo ou a Dinâmica da Humanidade. Cada uma delas foi, em determinado período, alvo de um ou outro culto que procurava curar todos os males humanos e salvá-lo. Dianética não está interessada em salvar o ser humano, mas pode fazer muito no sentido de evitar que ele seja "salvo". Como um corpo organizado de conhecimento científico, Dianética apenas pode tirar as conclusões que observa no laboratório.
Pode-se observar que a Igreja está totalmente correta em fazer tudo o que está ao seu alcance para evitar a blasfêmia. A blasfêmia pode muitas vezes ser proferida durante a "inconsciência" de uma pessoa que foi agredida. Isto introduziria nomes sagrados e pragas nos engramas que, ao reagirem dentro do indivíduo, lhe dão um terror anormal e uma compulsão ou repulsão em relação a Deus. O que está mal não é a religião, mas sim a blasfêmia da religião. Esta blasfêmia cria o fanático louco e o ateu assassino, os quais a Igreja dispensaria com muito prazer.
Na esfera da doença psicossomática, qualquer combinação da linguagem ê, em um engrama, um fator tão nocivo como qualquer outro. O raciocínio idiota da mente reativa, que considera tudo o que está em um engrama igual a tudo o que está em um engrama, também considera que tudo o que é semelhante ao engrama no mundo exterior (os restimuladores) é causa suficiente para pôr o engrama em ação. Por conseguinte, pode surgir a doença e a aberração.
Há, contudo, uma peculiaridade nas doenças psicossomáticas que é crônica: a mente reativa do aberrado exerce um livre-arbítrio na medida em que só os engramas pró-sobrevivência se tornam crônicos. Em um nível reativo, pode-se dizer que o aberrado não se permitirá sofrer a doença dos seus engramas, a menos que essa doença tenha um valor de "sobrevivência". Isto é muito importante na terapia. As doenças psicossomáticas crônicas que um paciente apresenta são aquelas que têm um fundo de compaixão (pró-sobrevivência).
Não é possível "estragar" uma criança com amor e afeição. Quem quer que tenha postulado que isso era possível, estava a postular com dados errôneos e sem nenhuma observação. Uma criança precisa de todo o amor e afeição que possa obter. Fez-se um teste em um hospital que tendia a mostrar que os bebês desenvolviam febres, quando eram deixados sem atenção. Quando eles recebiam atenção, as febres baixavam logo. O teste, conquanto não tenha sido pessoalmente observado pelo autor, parece ter sido conduzido com os controles apropriados, de acordo com o relatório. Se for verdade, isto postula no ser humano um mecanismo que usa a doença para conseguir afeição numa base genética. Não há nenhuma razão para que não seja assim; houve anos de engenharia mais do que suficientes - quase dois mil milhões - para incorporar tudo no plano genético. Esses bebês, em vários grupos, foram deixados no hospital para o teste, pelos seus pais; eles ficaram uniformemente doentes quando não receberam afeição. Se esses testes foram efetuados com exatidão, temos aqui a lei da afinidade em ação. O seu propósito não foi ajudar Dianética, mas mostrar que deixar um bebê em um hospital depois do nascimento, por causa de ele ter uma doença ligeira, agrava invariavelmente essa doença.
Uma série de experiências de Dianética, severamente controladas, durante um período muito mais longo, demonstrou que a lei da afinidade, conforme é aplicável à doença psicossomática, era, com uma margem muito ampla, muito mais poderosa do que o medo e o antagonismo. É uma margem tão ampla que poderia ser comparada com a resistência de uma viga de aço em relação a uma palha. Descobriu-se, como se disse acima, que as doenças psicossomáticas crônicas só existiam quando havia por detrás delas um engrama de compaixão. A lei da afinidade pode ser interpretada como a lei da coesão; "afinidade" pode ser definida como "amor" em ambos os seus significados. A privação ou a ausência de afeição poderia ser considerada como uma violação da lei da afinidade. O humano precisa de estar em afinidade com o humano para sobreviver. O suicida normalmente comete o ato com base na computação de que a remoção da sua pessoa beneficiará, de algum modo, as outras pessoas - isto, a nível da mente reativa, é uma computação muito comum que deriva exclusivamente de engramas. O líder industrial violento, com o seu aspecto implacável, quando sofre de uma doença psicossomática, normalmente retira-a de um engrama de compaixão.
O engrama de compaixão finge ser pró-sobrevivência. Como disse um preclear, um humano não é vitimado pelos seus inimigos, mas pelos seus amigos. Um engrama surge sempre de um momento maior ou menor de "inconsciência". Não existe engrama sem "inconsciência". É só quando o analisador está fora de circuito que o mundo exterior se pode tornar interior, irracional e trabalhar a partir de dentro. Assim que o analisador identifica um desses engramas como tal, esse engrama perde cerca de 20 por cento da sua capacidade de aberrar e, normalmente, 100 por cento da sua capacidade de causar uma doença psicossomática. A dor é extremamente perecível. O prazer é gravado em bronze. (Aqui não há poesia, mas ciência. A dor física apagar-se-á com uma breve atenção. Mas uma experiência agradável ou mesmo mediana está tão solidamente fixada na mente, que nenhum tratamento conhecido de Dianética poderá abalá-la e uma grande quantidade de esforço foi dedicado às gravações de prazer só para lhes testar a permanência. Elas são permanentes; a dor física é perecível. É uma pena, Schopenhauer, mas você estava totalmente enganado.)
Expor um lock (um momento de "angústia mental") ao analisador uma vez que o engrama que lhe dava força tenha desaparecido, faz com que esse lock desapareça como poeira soprada pelo vento. O analisador funciona baseado na Doutrina do Dado Verdadeiro: não quer ter nada a ver com algo que ele descubra ser falso. A simples exposição de um engrama sem o aliviar tem algum valor terapêutico (20 por cento) e isto fez surgir a crença de que bastava uma pessoa conhecer os seus males para que estes desaparecessem. Seria bom se assim fosse.
O engrama mais aberrativo é, então, aquele que é retido pelo conceito da mente reativa - essa idiota - de que este é necessário à sobrevivência do indivíduo. Este engrama de compaixão é aquele que aparece e permanece crônico como doença psicossomática. Há duas razões para isto: a pessoa normalmente está na sua própria valência quando recebe um engrama de compaixão; e a mente reativa da pessoa, conhecendo bem o valor da afinidade, apresenta a doença psicossomática para atrair afinidade. Aqui não há qualquer volição da parte do "Eu" analítico do indivíduo. Mas há toda a "volição" da parte da mente reativa.
Um engrama de compaixão seria uma coisa como esta: um menino, muito vitimizado pelos pais, está extremamente doente. A avó cuida dele enquanto ele está a delirar, tranquiliza-o dizendo-lhe que cuidará dele, que ficará ali até que ele fique bom. Isto coloca um valor de "sobrevivência" muito alto em estar doente. Ele não se sente seguro junto dos pais; ele quer a presença da avó (ela é a valência vencedora porque manda nos pais dele) e ele agora tem um engrama. Sem o engrama não haveria doença psicossomática. Doença, "inconsciência" e dor física são essenciais para receber este engrama. Mas este não é um engrama de contra-sobrevivência. É um engrama de pró-sobrevivência. Pode ser dramatizado na valência da própria pessoa.
A doença psicossomática, em um caso como este, seria um "bem precioso". O "Eu" nem conhece a computação, pois o analisador estava desligado quando o engrama foi recebido. Nada fará o analisador recordar-se desse engrama, exceto a terapia de Dianética. E o engrama não se limpará.
Agora com esse engrama, nós temos um paciente com sinusite e uma predisposição para infecções pulmonares. Poderá ser que ele tenha tido a pouca sorte de casar com uma réplica da sua mãe ou da sua avó. A mente reativa não consegue diferenciar entre a avó ou a mãe e a esposa, se elas forem mesmo que vagamente semelhantes no modo de falar, tom de voz ou maneirismos. A esposa não é compassiva. Lá vem o engrama para exigir essa compaixão. E mesmo que a esposa pense que a sinusite e a infecção pulmonar são suficientemente repugnantes para levar ao divórcio, a mente reativa mantém o engrama ativado. Quanto mais ódio da parte da mulher, mais aquele engrama faz key-in. Pode-se matar um homem assim.
O engrama acima é um engrama de compaixão típico. Quando um terapeuta tenta retirar esse engrama do paciente, a mente reativa recusa-se a perdê-lo. O "Eu" não o recusa. O analisador não o recusa. Esses estão esperançosos de que o engrama se solte. Mas a mente reativa mantém-no pregado, até que o Dianeticista lhe meta um pé-de-cabra por baixo. Depois o engrama vai-se. (Aliás, poder-se-á levantar locks suficientes para aliviar esta condição. Mas o paciente desenterrará outro engrama!)
A resistência às terapias do passado resultou destes engramas de compaixão. E no entanto, eles estão ali mesmo à superfície, totalmente expostos como doenças psicossomáticas crônicas.
Dar qualquer quantidade de medicamentos a um paciente com uma doença psicossomática apenas resulta em um alívio temporário. O "Eu" não quer a doença. O analisador não a quer. Mas o corpo a tem, e se alguém conseguir curá-la sem remover esse engrama, o corpo, sob o comando da mente reativa, encontrará outra coisa para substituir aquela doença ou desenvolverá uma "alergia" ao medicamento ou anulará totalmente o efeito do medicamento.
Em Dianética, a aplicação da técnica para aliviar os engramas que causam esses males trouxe, invariavelmente, o alívio a todos os pacientes tratados, sem recaídas. Em suma, as doenças psicossomáticas podem agora ser curadas. Todas elas.