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Sem dúvida, para a filosofia, o vocabulário é de máxima importância e, sobretudo, o elemento etimológico da composição dos têrmos. Como, na ortografia atual, são dispensadas certas consoantes, mudas, entretanto, na linguagem de hoje, nós a conservamos apenas quando contribuem para apontar étimos que facilitem a melhor compreensão da formação histórica do têrmo empregado, e apenas quando julgamos conveniente chamar a atenção do leitor para êles. Fazemos esta observação sòmente para evitar a estranheza que possa causar a conservação de tal grafia.
Argumentos Correlatos a Favor da Tese 39
Conceitos Lógicos e Conceitos Ontológicos 61
Do Valor do Nosso Conhecimento 77
Refutação do Agnosticismo, do Relativismo e do Nihilismo 87
Comentários às Proposições Examinadas 101
Refutação do Atomismo Adinâmico 135
A Indubitabilidade dos Universais 153
Validez da Metafísica Geral (Ontologia) 161
Validez da Metafísica Especial 163
Objecções Kantianas e Respostas Correspondente 167
Justificação dos Princípios 169
Quadro Combinado das Formas Puras do Juízo e das Categorias, Segundo Kant 173
Com a publicação de "Filosofia Concreta", encerra-se a primeira parte da "Enciclopédia de Ciências Filosóficas e Sociais", num total de 10 obras já publicadas.
Seguir-se-á a segunda parte, iniciando com "Filosofia Concreta dos Valôres", onde serão tratados os principais temas da Axiologia moderna, visualizados através das positividades conquistadas pela Filosofia Concreta. Em seqüência a êsse livro, iniciaremos a publicação de nossas obras de problemática, além de o "Tratado de Estética". "Sociologia Fundamental e Ética Fundamental"1, "Filosofia e História da Cultura", "Tratado de Esquematologia", encerrando a segunda parte com "Tratado Geral das Tensões", o qual concreciona, numa totalidade, as diversas doutrinas, por nós expostas nesta parte.
Assim como levamos três anos para editar a primeira parte desta Enciclopédia, esperamos levar o mesmo tempo e, no máximo, cinco anos, para dar publicidade aos restantes volumes, escritos durante trinta anos de devotado e silencioso trabalho e de estudo da filosofia.
O apoio que esta obra teve do leitor brasilerio foi inegàvelmente um facto inédito, não só em nosso país, como em todo o mundo. Somam-se a mais de uma centena de milhares os exemplares vendidos no Brasil2, facto auspicioso que revela o grau de independência do leitor brasileiro, tão e tantas vêzes acusado de indiferença para com os estudos mais elevados, como afirmam aquêles brasileiros que podem conhecer mais ou menos bem o que se passa em outros países, mas que ignoram absolutamente o que se dá entre nós.
Durante o lançamento de nossos livros, tivemos o máximo cuidado de não usar nenhuma providência demagógica de publicidade, nenhum recurso publicitário, permitindo ao leitor manifestar-se espontâneamente, guiado apenas por seu próprio e autônomo juízo. Recebemos, no decorrer dêstes anos, milhares de cartas, vindas de todo o país, e escritas por pessoas cultas de todos os sectores da nação, muita das quais nos autorizam publicar suas opiniões. Entretanto, sempre nos furtamos a fazê-lo, sem menosprêzo aos que nos escreveram.
Em compensação, essas cartas muito nos desvaneceram, e foram de grande efeito moral para levar avante o nosso plano de edições, que se afigurava a muitos irrealizável, já que não tínhamos nenhum grupo de capitalistas a financiá-lo.
Tratava-se de obedecer a uma norma que havíamos traçado. Queríamos provar de modo indubitável a certos editôres e livreiros, descrentes da possibilidade de uma tal obra, que ela, poderia obter bom êxito, sem emprego dos costumeiros recursos de publicidade, nem críticas encomendados, etc.
Queremos mais uma vez dirigir aqui o nosso profundo agradecimento ao apoio inconteste desse caluniado leitor brasileiro, que revela agora, graças ao nosso exemplo, uma maturidade cultural que ainda dará seus frutos; maturidade brasileira, de pensamento nosso, autônoma e criadora, sem a eterna subserviência ao pensamento alheio, ofuscado diante das autoridades de além-mar, resquícios de um colonialismo passivo, que, felizmente, começa a desaparecer de nossa terra.
Outrossim, queremos salientar, e nunca é demais fazê-lo, que não nos filiamos a nenhum ismo de qualquer espécie. Com êste livro, expomos, tão claramente quanto é possível fazê-lo na filosofia, o nosso pensamento, que é a Filosofia Concreta. Esta é uma matematização da filosofia (no sentido mais elevado de metamatemática, que não se cinge apenas ao campo do quantitativo), fundada em juízos apodíticos, universalmente válidos, que decorrem, segundo o nosso método dialéctico, de fundamentos ontológicos.
Se algumas vêzes nosso pensamento coincide com o escolástico, é porque, naquele, há positividades que são do patrimônio cultural da humanidade, e que só a ignorância e a influência de uma mentalidade burguesa, sequiosa de originalidade, que domina infelizmente o pensamento moderno, poderia levar a esquecer ou menosprezar. Essas positividades se identificam com as da Filosofia Concreta, como se identificam com ela as do pensamento genuìnamente pitagórico, do socrático-platônico, do aristotélico, do plotiniano, do de Tomás de Aquino, do de Duns Scot, do de Suarez etc.
A Filosofia Concreta não é uma síncrese nem uma síncrise do pensamento humano. Não é um acumulado de aspectos julgados mais seguros e sistematizados numa totalidade. Ela tem sua existência autônoma, pois seus postulados são congruentes e rigorosamente conexionados uns aos outros. Se muitas vêzes coincidem com o que há de afirmativo em outros pensamentos, é que são êles adequados aos da Filosofia Concreta. O valor do pensamento exposto neste livro não se funda no de autoridades várias da filosofia. A autoridade, e a única que aceitamos, é a dada pelo próprio pensamento, quando em si mesmo encontra a sua validez, a sua justificação, pois cada uma das teses, expostas e apresentadas neste livro, é demonstrada pelas diversas vias pensamentais que nêle propomos.
Esclarece-se, assim, de uma vez por todas, que não nos filiamos a nenhum pensamento senão ao nosso, o da Filosofia Concreta, cuja validez está em si mesma e em suas demonstrações. Como construção filosófica, ela valerá na medida que valerem essas demonstrações3.