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Neste programa o idealizador da Escola da Ponte nos conta um pouco da história e características da Escola, do Projeto Âncora da Ponte no Brasil e discute também a realidade da educação nesse país.
Quem escuta falar da Ponte, creio eu, associa a idéia da desorganização, pelo menos foi aquilo que me pareceu em certos momentos. E ela, com todo respeito que eu tenho por outras escolas, a Ponte é a escola mais estruturada, mais organizada que eu conheço. Por que ela se fundamenta sobretudo na coerência entre um projeto que contêm valores, escolas são pessoas e os seus valores, e uma práxis que pressupõe a introdução de dispositivos, muito behaviorista até, que controlam toda a atividade.
Ela organiza-se em trabalho de equipe fundamentalmente. É uma escola que é autônoma, é a única no mundo, aliás escola pública autônoma, com contrato, autonomia. Avaliada todos os anos pelo Ministério da Educação. Saiu agora o relatório de 2012, enfim eu sou muito vaidoso, a excelência está lá, a excelência acadêmica, a inclusão social está lá. Porque efetivamente ela vive de um modo que quem entra naquela escola não consegue parar de aprender.
Tem, no último levantamento de dispositivos organizacionais, foram inventariados 74 dispositivos criados na Ponte. Eu encontrei um deles há uns meses atrás numa escola em São Francisco nos Estados Unidos. Curioso! Fui a uma sala de aula e quando vejo a professora mostrar um dispositivo, eu achei curioso, que era o dispositivo do "Eu já sei e posso ajudar", ou "Preciso de ajuda, posso ajudar". Achei curioso que passasse o oceano, mas eu sabia que havia.
Então tudo se estrutura de modo a centrar na relação entre pessoas toda a aprendizagem. Partindo de desejos, de sonhos, que traduzem dificuldades, problemas que refletem necessidades pessoais ou do grupo. Tudo parte da realidade local ou blocal. Então todos os dispositivos tem a natureza, por natureza são locais ou blocais. Eu poderia dar uma lista imensa, desde "a caixa dos segredos" à "assembleia" passando pelo "preciso de ajuda", passando pela "comissão de ajuda".
E todos esses dispositivos eu considero constrangedores. Porque uma criança que chega à Ponte habituada a estar noutra escola onde esteja escutando aula ela sente o choque. Porque ela não pode ficar passiva. Tem logo um primeiro embate, digamos assim, deste estar passivo, na sua equipe de trabalho, na sua equipe. Ou seja, a equipe age como um todo, e portanto requer de cada um que faça a sua parte no trabalho de equipe, e portanto ela não pode ficar passiva.
Depois tem os professores que estão ali à disposição permanentemente, ajudando a criar guiões de pesquisa, a estrutura básica da pesquisa, ensinando a pesquisar, o que é importantíssimo, a saber selecionar informação, saber analisar e criticar, saber sintetizar, comparar, avaliar a informação. Depois temos dispositivos que têm a ver com a transformação da informação recolhida em conhecimento. E aí há todo um processo que agora não daria para explicar. E finalmente, finalmente que é o recomeço, tudo está estruturado para que essa informação transformada em conhecimento passe à ação, em projetos concretos de transformação social e pessoal. Então aí acontece a geração de competências básicas. Os nossos alunos são conhecidos por isso mesmo.
Temos ex-alunos com mais de 50 anos. E têm sido feitas histórias de vida, que eu não vou narrar porque eu sou muito vaidoso, muito presunçoso, mas de que eu me orgulho muito. Eles têm a marca da Ponte. Da Ponte e das outras escolas por onde eles passaram. Porque a Ponte é o fundamental só, e certamente foram ótimas escolas para eles, porque não os destruíram, ainda que não tenham esses dispositivos em outras escolas.
Mas também têm outra característica os alunos. É que enquanto nós os educamos no contexto de uma aprendizagem com o outro, em relação ao outro, em que ele gere o seu tempo, o seu espaço, os seus recursos, ele, quando vai para uma escola onde não há nada disso, onde há aula, onde há série, onde há o ciclo, ele respeita os rituais, sabe gerir o tempo mas também obedece ao toque da campanhia. Sabe planejar-se mas obedece ao planejamento do professor, porque aprende a respeitar o outro. É o "Eu e Tu" do Martin Buber que nós cultivamos dentro da escola.
Então é isso, é uma escola muito estruturada, em termos de gestão tem uma gestão horizontal do conselho, em que a decisão é sempre consensual, não há maiorias ali. Se tu discordas de mim, eu tenho que tentar entender porque tu discordas de mim. E ao tentar essa aproximação, ao aceitar que tu tens direito de pensar diferente, eu aprendo.
Então para além desse conjunto, dessa panóplia de dispositivos que são 74, acho que já são mais agora, e há outros que foram desaparecendo, mas a par disso há todo um sistema de relações baseadas na relação de agrado Max Page ???, tem teoria por trás. Tudo, toda prática tem teoria. Leva a que os nossos alunos realmente aprendam, e aprendam rápido, e aprendam bem. Eu gostaria que todos aprendessem. Quando me dizem: então os vossos alunos são os melhores nas provas, eu fico triste. Gostaria que todos fossem melhores.
Eu andei sete anos dando aula, cumprindo tudo aquilo que uma escola normal assume como prática de ensino. Mas no fim de cada ano eu perguntava: Porque eu ensino tão bem dando aula e há sempre alguns alunos que não aprendem? Porque há alguns alunos que reprovam?
Naquele tempo haviam exame em todos os anos, portanto o que me levou para modificar a minha prática, ou a minha práxis, foi exatamente isso. Eu cheguei a um momento que eu pensei de uma forma que qualquer português percebe, como eu costumo brincar. Se eu dava aula e eles não aprendiam, eles não aprendiam porque eu dava aula. É reversível o raciocínio. Então eu senti o chão fugir-me debaixo dos pés, porque eu só sabia dar aula. E sabia dar bem aula. Aliás eu prefiro professor que dê aula e ensine do que alguns pseudoinovadores que há por aí, que fazem da criança cobaia e não ensinam. Respeito muito a criança e a infância.
Então, a partir dessa pergunta eu fiquei muito incomodado, porque só me restavam dois caminhos: ou mudar de profissão, porque eu não poderia, tomando consciência disso, continuar fazendo o que fazia, ou mudar. Mas eu não tinha nada em que me suportar. Estava no tempo do fascismo em Portugal, da ditadura, de 48 anos de Salazar. Não entrava um livro de Vygotsky, Reale ???, Ianthe ???, Bakhtin1, não entrava nada. Nem Piaget2 entrava, um livro, nada. Então, eu tinha problemas em ir pegar algo, vamos chamar teoria, que me pudesse ajudar.
Entretanto chego à Escola da Ponte. E na Escola da Ponte encontrei duas pessoas que faziam as mesmas perguntas e não desistiam de fazer as perguntas, já com 20 ou 30 anos de profissão dando aula. Então juntei-me com elas, e foi muito bonito o que aconteceu. Descobrimos o valor do trabalho em equipe, descobrimos o valor da pesquisa partilhada em livros que nós encontrávamos lá no fundo das bibliotecas, no index, que ninguém podia ler, enfim. A partir daí foi todo um trabalho de perseverança, humildade, respeito pelo ritmo com que nós aprendíamos, preparando muito bem tudo aquilo que fazíamos, porque não iríamos deixar de dar aula, iríamos procurar outros modos. Aliás nós também damos aula, não tenho nada contra.
Mas quando nós compreendemos a origem da escola que era a nossa, aí nós compreendemos tudo. Percebemos que este modelo de escola que aí está, e que no Brasil se traduz numa tragédia de trinta milhões de analfabetos. Eu quando falo este número eu pergunto se algum educador consegue dormir tranquilo. As raízes dessa escola que ainda está aí, que desperdiça 56 bilhões de reais por ano, que mantém 4 milhões fora do sistema, e onde não se aprende praticamente nada, nós compreendemos a origem.
E foi a partir daí, sobretudo a partir da sociologia e da etologia da educação, e um pouco da antropologia, que nós compreendemos que teríamos mesmo que mudar. Porque não faz sentido que hoje os alunos do século XXI sejam ensinados por professores do século XX com um modelo epistemológico do século XIX. Pois foi aí que as coisas começaram.
Temos Comenius3 e "Didactica Magna", é possível ensinar a todos como se fossem um só. E aí surge a Prússia militar do século XVIII, a necessitar de homens uniformizados a toque de clarim, vem a França dos conventos que cria a cela de aula com a tia. O símio que não procria para vigiar as crias dos que morrem, a tia, e vem a Inglaterra da revolução industrial. Quando nós deslindamos tudo isso nós pensamos: faz sentido que haja uniformizações, celas de aula, padrões de tempo único e tudo mais. Mas não faz sentido no século XX nem XXI.
Então, aconteceu que os últimos estudos feito na Ponte começam todos da mesma maneira. Eu li um em francês, um pós-doc. francês que dizia assim: quando for feita a história da educação do século XX teremos que considerar dois períodos distintos, antes da Escola da Ponte, e depois da Escola da Ponte. E quando me perguntam como foi possível? Eu respondo: - respeitando quem não queria. Ouviste bem: respeitando quem não queria. Porque é preciso dar tempo às pessoas para elas entenderem e depois dar-lhes possibilidade de elas modificarem e esta re-elaboração da cultura pessoal e profissional é muito violenta. É sofrimento, há um lado obscuro da Ponte, o lado da fragilidade humana que eu não conto, porque assusta. Então aconteceu exatamente assim, com pessoas normalíssimas, que faziam a mesma pergunta. E que tiveram a ousadia, se quiser a loucura, de respeitando quem não queria, reservar o seu espaço.
O que fez? Foi considerar que "é preciso uma tribo para educar uma criança", provérbio africano. O que fez? Foi levar em conta o contributo do Paulo Freire4 que diz que "se aprende uns com os outros mediatizados pelo mundo". O que fez? Pegar em Agostinho da Silva e Lauro de Oliveira Lima5. Eu só estou a falar de brasileiros. Todos os projetos que eu acompanho no Brasil, são mais de 100, têm um referencial teórico apenas brasileiro. Não quero estrangeiros, muito menos a Ponte, muito menos eu, nem os antigos como a Montessori6 e outros que tais, eu quero Brasil. Eu não sou ufanista. Em vez de ler um Piaget, vamos ler o Lauro, em vez de ler um Dewey7, vamos ler o Anísio8, em vez de ler um Claparède, vamos ler o Lourenço Filho9, em vez de ver o Ferrière10, vamos ver o Fernando de Azevedo11. Percebem? Porque eles reinterpretaram.
Então no Brasil, essa é a novidade, eu resolvi esquecer a Ponte. E sexagenário voltei à escola com uma ponte no Brasil, feita por brasileiros sem o mínimo contributo da Ponte. É totalmente brasileiro e tem a mesma estrutura, a mesma organização de uma escola que rompe com a chamada escola prussiana ou tradicional.
Quando eu assumi no Brasil acompanhar esse projeto, que é o projeto Âncora, os professores perguntaram: - Vamos ter formação? - Para quê? - É que nós só sabemos fazer aquilo que nos ensinaram no magistério, na faculdade. Eu disse: - Ótimo. - Ah, mas nós só sabemos dar aula. - Ótimo. - Mas nós exigimos que (...) decorar a tabuada. - Ótimo. Nós não jogamos fora a criança com a água do banho, nós aproveitamos a pessoa como ela é, e damos-lhe as condições de ela se transformar. Foi muito interessante.
Nós só nos reunimos uma semana antes de começar o projeto. Estavam em pânico. E se quiserem eu explicarei porque eles estavam em pânico. No primeiro dia de uma semana, na segunda-feira, eles estavam prontos com um papel para a formação de professores. Eu percebi que eles estavam ansiosos. Eu disse: - vamos então começar, - vamos lá. Então eu disse: - escrevei nessa folha os 10 valores que comandam as vossas vidas. Eles olharam para mim como que para um extraterrestre - o que ele quer fazer disto? Escolas são pessoas. As pessoas dos professores são os valores que comandam as suas vidas e o que eles são fora da escola são dentro da escola. Um professor não ensina aquilo que diz, o professor transmite aquilo que é.
Então eu quero saber quais são os valores para ver se há valores comuns. Eles fizeram, em cinco minutos. Eu disse: - Então, paradinha para o café. - Já? - É, vão passear um pouquinho e deixai-me aqui. Peguei num quadro dupla entrada, cruzei, e não é que apareceram 5 valores em todos os papéis? Eu fiquei encantado, a Ponte tinha três. Porque este exercício foi feito há quase 40 anos na Ponte. Resultou em pleno. Então nós dissemos, se estes são os nossos valores, que dispositivos, que práticas, que metodologias são compatíveis, coerentes com estes valores? Que dispositivos? Então nós começamos a perceber que teríamos que mudar. Só que eles iriam mudar passado uma semana. Eu pensei, eles têm que começar a mudar a partir daquilo que são, daquilo que sabem, daquilo que é seguro. Nós não podemos criar insegurança nas pessoas.
Quando chegou a sexta-feira à tarde, na última meia hora, eu perguntei: - Então amigos, como é que vamos começar o projeto Âncora? Pela via soft, ou pela via hard? Eu tinha explicado, soft é começar dando aula, certo?, e ir mudando aqui e ali, grandes metas, pequeninos passos, criança não é cobaia, tudo isso, bem fundamentado cientificamente. Eu pensei que aquela gente que tinha dado 20, 30 anos de aula, fosse dizer: - vamos pelo soft. Não. (disseram) - Hard. Eu comecei a rir. - Estais a brincar comigo. - Não, vamos já direto. - Mas porquê? - Tu estás conosco. Aí eu levei um susto, - Estás conosco? Mas eu não vou ter... eu sou péssimo em trabalhar com crianças. Eu até trabalho com criança, mas pronto, muito discretamente. Quem faz o Brasil é o brasileiro, não é um portuguesinho agora.
Então foi muito bonito. Porque eu disse, então segunda-feira eu só tenho dois ombros para chorar dois de cada vez, mais não dá. Segunda-feira toda a gente chorava porque, e agora importa dizer, esse projeto Âncora ele foi composto com crianças e jovens jogados fora de outras escolas. Crianças de três favelas das mais violentas da periferia de São Paulo. Jovens que não sabem quem é o pai. Jovens violados que não controlam o esfíncter. Jovens que viram a mãe ser assassinada. Jovem que está no tráfico como aviãozinho. Jovem líder de gang. Jovem com 13, 14 anos que não sabe ler nem escrever. Percebem? Jovem na prostituição juvenil.
Como é que esses jovens que vinham de outras escolas expulsos se comportaram? Lógico. Só que ao fim de 15 dias, ao fim de 15 dias, foram duas semanas intensas. Aqueles jovens responderam de uma maneira tão linda. Tudo que era pixagem desapareceu. Não há um risco, não há papel no chão. Não há um caso de indisciplina. E as crianças que não sabiam ler, agora com 11, 12 anos estão a trabalhar conteúdos do oitavo e nono ano. Tão simples. Porquê? Porque aqueles professores foram respeitados naquilo que eles eram. Claro que eles arriscaram demasiado. Ou eu também. Eu aceitei ir para o lado hard porque sou louco. Não deveria ter aceito. Mas correu bem.
E quando lhes foi apresentado um público tão difícil como aquele era, eles entraram em pânico por duas razões. Pelo público, pelas crianças e jovens que eles iam receber. E porque eles tinham entendido, no fim daquela semana, que teriam que fazer algo correspondente aos valores em que acreditavam, e que não tinha nada a ver com a organização da escola tradicional. Foi isso, foi uma semana decisiva.
Eu digo que fiquei muito emocionado no fim daqueles 15 dias. Eu recordo-me que reunimos com os pais. Foi muito bonito. Uma das regras que nós, com eles, estabelecemos foi que quando alguém está a fazer barulho, zoeira, que prejudica, ninguém diz xiu, nem ameaça, nem diz oh, não chama a atenção. Levanta a mão, faz um sinal. Foi difícil, da primeira vez eles começaram, estavam todos a fazer zoeira, eu lembro que levantei o braço e fiquei cinco minutos à espera, mudei de braço e 25 minutos, tipo assim, mudando de braço à espera. Mas disciplinei-me, eu não poderia deixar de fazer aquilo.
Quinze dias depois, fizemos uma reunião numa ágora12, centenas de crianças com as famílias, uma zoeira total. A nossa cordenadora levantou o braço, as crianças olharam, levantaram o braço, os pais olharam levantaram o braço. Foi uma hora e meia de conversa em que ninguém falou para o lado. Reparai a transformação. Como é que ela se opera? Não é magia. É um outro conceito de escola, um outro conceito de educação. Se quiserem chamemos "comunidades de aprendizagem". Que o nosso amigo Paulo (Freire), e o nosso amigo Lauro, e o nosso amigo Agostinho e o Anísio Teixeira e a Maria Nilde Mascellani13 e outros fizeram em escrito há mais de 50 anos.
Eu tenho por hábito dizer que o Brasil tem os professores certos a trabalhar do modo errado. Quando se pretende ter o (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) IDEB 6 em 2022, considero isso pífio, miserável. Qualquer escola brasileira pode alcançar o IDEB 10 em dois ou três anos. E se duvidam, colocai-me lá. E não sou eu que vou fazer. Então como eu vejo, eu vejo, costumo brincar, de um modo estrábico. Ou seja, isto é uma metáfora. Vejo com um olhar externo que me leva a crer que o Brasil ainda compactua com velhas tradições e heranças históricas e sociais. É preciso saber a que senhor é que nós estamos a servir quando estamos em uma sala de aula. E um olhar interno porque eu partilho a vida, o dia a dia, de muitas escolas brasileiras.
O que eu vejo é que há mais de cem escolas no Brasil, e haverá muitas mais, porque eu não conheço, que mostram que é possível sair desse círculo vicioso da reprodução escolar social, da reprodução de uma sociedade injusta que nós temos. De uma produção ínfima, pífia, o termo é este que vós utilizais, e dessa sina do analfabetismo funcional e literal. Hoje a prática da leitura continua restrita ao livro, o que é ótimo, mas muito pouco, e a uma Internet consumida de um modo acéfalo. Tudo o que é web deveria contribuir para humanização da escola, e não é isso que eu vejo.
Eu acredito, eu gosto mais de ver do lado positivo, eu gosto mais de ver o meio copo cheio do que o meio copo vazio. Então eu falo sempre em dois registros. O primeiro um apelo, um apelo à política pública, aos titulares do poder, das secretarias, eu tenho muitos amigos secretários de educação, do Ministério, para que olhem para esses mais de 100 projetos. Então eu prefiro ver do lado positivo.
Que se tome em atenção esses mais de 100 projetos e muitos mais que deve haver por aí, para que cada qual, ao seu modo e com autonomia, partindo daquilo que está escrito no artigo 15 e no 23 da lei de diretrizes e bases, possibilitar a essas escolas que sejam, não é modelo, não há modelos, mas referências que possam levar a educação do Brasil para um patamar que ele pode ocupar. Não é inevitável que esteja no octagésimo não sei quanto do PISA (Programme for International Student Assessment), ou que esteja, não é inevitável. Aliás eu não quero saber do PISA para nada. Uma coisa que não me traz nada, mas é sintomático. Então o que eu vejo é que o Brasil tem tudo o que precisa. Tem é que mudar a política pública. Tem é que mudar o modo como hoje se vê a educação.
Paraná (Secretaria da Educação)