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Filho: Como será que Jesus se relacionava com Deus?
Pai: Jesus conhecia Deus como sendo O Pai Universal. É revelado que:
"Livro de Urantia", parágrafo 196_2: "O Jesus humano via Deus como sendo santo, justo e grande, assim como verdadeiro, belo e bom. Todos esses atributos da divindade, ele os focalizava na sua mente como a `vontade do Pai no céu'. O Deus de Jesus era, ao mesmo tempo, `O Santo de Israel' e `O Pai vivo e amoroso do céu'. O conceito de Deus, como um Pai, não foi original de Jesus, mas ele exaltou e elevou essa idéia como uma experiência sublime, realizando uma nova revelação de Deus e proclamando que todo ser mortal é um filho desse Pai de amor, um filho de Deus."
Filho: E a adolescência de Jesus?
Pai: José, o pai humano de Jesus, faleceu quando ele tinha apenas 14 anos. Veja como ele se tornou um pai para os seus oito irmãos menores!
"Livro de Urantia", parágrafo 126.2_1: ... "a trágica notícia de que José havia sido gravemente ferido pela queda de um mastro ... Mas José morreu por causa dos ferimentos" ...
"Este jovem carpinteiro, agora com pouco mais de quatorze anos de idade ... a responsabilidade de tomar conta da sua mãe viúva e de sete irmãos e irmãs - e de um outro mais, que estava para nascer ... fatos que forçariam este jovem predestinado a assumir tão cedo as responsabilidades tão pesadas, mas altamente educativas e disciplinadoras, de tornar-se o dirigente de uma família humana, de tornar-se pai dos seus próprios irmãos e irmãs, de sustentar e proteger a sua mãe, de funcionar como guardião do lar do seu pai" ...
"Jesus aceitou de bom grado as responsabilidades tão subitamente confiadas a ele e assumiu-as fielmente até o fim" ...
... "Jesus, muito cedo, demonstrou possuir tino e sagacidade para os negócios financeiros. Ele era liberal, mas com simplicidade; era econômico, mas generoso. Revelou-se um administrador sábio e eficiente dos bens do seu pai."
"Livro de Urantia", parágrafo 126.3_2: ... "nasceu Rute, o bebê da família. E, com a sua melhor disposição, Jesus empenhou-se em ocupar o lugar do seu pai, confortando e ministrando à sua mãe durante essa provação difícil e peculiarmente triste. Por quase vinte anos (até ele começar o seu ministério público) nenhum pai poderia ter amado e cuidado de uma filha com mais afeição e fidelidade do que Jesus cuidou da pequena Rute. E ele foi um pai igualmente bom para todos os outros membros da sua família."
Filho: Será que podemos pedir a Jesus que interceda em nossa vida de forma que ela se torne também exemplar?
Pai: Podemos pedir para nosso senhor interceder em nossa mente.
"Livro de Urantia", parágrafo 48.6_26: ... "Se a vossa própria mente não vos presta um bom serviço, podeis substituí-la pela mente de Jesus de Nazaré, que vos irá sempre servir bem."
Outra coisa maravilhosa que podemos fazer, inspirados no exemplo de Jesus, é observar a forma positiva através da qual ele educava seus irmãos:
"Livro de Urantia", parágrafo 127.4_2: "No começo desse ano, Jesus havia conquistado totalmente a aceitação da sua mãe para os seus métodos na educação das crianças - o estímulo positivo para que fizessem o bem, em lugar do velho método judeu de proibir de fazer o mal. Na sua casa, e em toda a sua carreira de ensinamento público, Jesus invariavelmente empregou a forma positiva de exortação. Sempre, e em todos os lugares, ele dizia: `Tu devias fazer isso - deverias fazer aquilo'. Ele nunca empregava o modo negativo de ensinar, que se derivava de tabus antigos. Ele evitava colocar ênfase no mal, proibindo-o, e ao mesmo tempo exaltava o bem por exigir que ele fosse feito. A hora da prece no lar era a ocasião para discutir toda e qualquer coisa relativa ao bem-estar da família."
Filho: Acredito que todos devemos ser positivos como o Mestre. Estou aberto a ouvir mais coisas exemplares sobre a vida de Cristo. A revelação da vida de Jesus será uma inspiração e um estímulo para todos os sinceros buscadores de Deus! Conte mais coisas sobre ele.
Pai: É muito confortador conhecer Deus como um Pai amoroso e amado ao invés de um Rei poderoso e temido. Jesus tinha cerca de 12 anos quando foi pela primeira vez à Jerusalém. Ele usou um argumento irrefutável para afirmar o amor de nosso Pai no Céu. Basicamente ele sustentou que nosso Pai divino é muito melhor que qualquer pai humano, e se um pai humano não provoca castigos infernais nos seus próprios filhos, então é ilógico que Deus, o Pai Universal, faça tais coisas. Nas palavras do menino Jesus:
"Livro de Urantia", parágrafo 125_6: ... "Jesus voltou-se subitamente para os seus pais e, olhando com apelo dentro dos olhos do seu pai, disse: `Meu pai, não pode ser verdade - o Pai nos céus não pode tratar assim os seus filhos que erram pela Terra. O Pai celeste não pode amar os seus filhos menos do que tu me amas. E eu sei bem, não importa quão pouco sábio seja o que eu possa chegar a fazer, tu não irias jamais derramar a tua ira sobre mim, nem expandir a tua raiva em mim. Se tu, meu pai terreno, possuis esses reflexos humanos do divino, quão mais pleno de bondade não deve ser o Pai celeste e transbordante de misericórdia. Eu me recuso a acreditar que o meu Pai nos céus me ame menos do que o meu pai na Terra'."
Pai: Olha que interessante a seguinte citação sobre o menino Jesus com 12 anos no templo de Jerusalém. Ele não falava para se exaltar intelectualmente, buscava sempre revelar a verdade. Mestre Jesus é realmente sublime.
"Livro de Urantia", parágrafo 125.5_8: ... "Nessa tarde memorável, no templo, Jesus demonstrou aquela mesma relutância em tirar vantagem injusta de um oponente, coisa que caracterizou toda a sua ministração pública subsequente. Enquanto jovem, e mais tarde como um homem, ele parecia estar totalmente isento de todo o desejo egoísta de vencer uma discussão para experimentar meramente um triunfo lógico sobre os seus semelhantes; estando interessado supremamente apenas em uma coisa: em proclamar a verdade perene e assim efetuar uma revelação mais completa do Deus eterno."
Filho: A vida de Jesus é realmente um exemplo inspirador para todos nós.
Pai: Sem desestimular nosso idealismo, observe a forma como Jesus se dedicou aos problemas corriqueiros de sua família humana, quando seu pai José faleceu. Se Jesus foi tão simples, sábio e disciplinado ao resolver sequencialmente seus problemas familiares e só então iniciar sua missão maior, como podemos nos arrogar à posições messiânicas descabidas da nossa realidade cotidiana?
As vezes tentamos fugir de nossos problemas simples nos movimentando para resolver problemas maiores que estão fora da nossa alçada. Quando isso ocorre é bom lembrar do exemplo de simplicidade grandiosa de Jesus:
"Livro de Urantia", parágrafo 126.5_4: ... "Aparentemente, todos os planos de Jesus, para a sua carreira, estavam frustrados. Do modo como estavam as questões agora, o futuro não parecia muito brilhante. Mas ele não vacilou e não se desencorajou. Continuou a viver o dia a dia, fazendo bem os deveres do momento e fielmente desempenhando-se das responsabilidades imediatas daquele período da sua vida. A vida de Jesus é o consolo eterno de todos os idealistas desapontados."
Filho: Parece que Jesus se tornou um pai-irmão para seus familiares.
Pai: Foi exatamente isso que Jesus fez, ele se tornou um pai para seus irmãos, e na época que ele tomou esta decisão tinha apenas 16 anos!
"Livro de Urantia", parágrafo 127.1_7: ... "Lá pelo fim desse ano ele havia já decidido que, depois de criar todos e de vê-los casados, iniciaria publicamente o seu trabalho de mestre da verdade como um revelador do Pai celeste ao mundo" ...
... "Ainda que muito jovem, era um pai real para a família; passava cada hora possível com os mais jovens e, de fato, eles o amavam. Sua mãe afligia-se de vê-lo trabalhando tão duramente; lamentava que ficasse, dia após dia, labutando na bancada de carpinteiro, ganhando a vida para a família, em vez de estar, como tão carinhosamente haviam planejado, em Jerusalém estudando com os rabinos. Mesmo havendo tanta coisa no seu filho que Maria não conseguia entender, ela o amava e apreciava profundamente a boa vontade com a qual ele assumia a responsabilidade da casa."
É importante lembrar que Cristo é um Filho Descendente de Deus, que descende da Ilha do Paraíso até os mundos habitados como a Terra - Urantia. Jesus Cristo, que viveu na terra em sua sétima auto-outorga, é um Filho Criador da ordem dos Michaéis. Foi ele que criou este universo local aonde nós estamos, com potencialmente cerca de 10 milhões de mundos habitados como o planeta terra. Por outro lado, nós somos potencialmente Filhos Ascendentes de Deus. Nós humanos, ascendemos a partir de nossa origem animal, material e mortal, nos mundos evolucionários como a terra. Nós ascendemos para nosso destino divino, espiritual e eterno na Ilha do Paraíso, aonde habita Deus, o Pai Universal, Pai do Filho Eterno e Original, e junto com ele Progenitor do Espírito Infinito, também chamado de Agente Conjunto. E de fato, é revelado que em certo sentido, o Espírito Infinito é filho e agente conjunto do Pai-Pai e do Filho-Mãe no seio da Trindade do Paraíso.
Filho: Agora eu sei da altíssima posição da qual Jesus descendeu quando veio à terra. Contudo creio que é mais fácil para mim conhecer primeiramente o Jesus humano. Você tem mais coisas interessantes para contar a respeito do Mestre?
Pai: Jesus tinha apenas 17 anos, quando os nacionalistas judeus chegaram a oferecer dinheiro e sustento para sua família, para que ele pudesse se dedicar ao projeto de libertação da nação judaica. O jovem pai-irmão ponderou que o dinheiro não pode amar ...
"Livro de Urantia", parágrafo 127.2_8: ... "Manteve-se nos termos do seu argumento inicial, sustentando que o seu primeiro dever era para com a sua família, que uma mãe viúva e oito irmãos e irmãs necessitavam de algo mais do que o dinheiro poderia comprar - as necessidades físicas da vida - , que eles tinham direito aos cuidados e à orientação de um pai, e que ele não podia, em sã consciência, eximir-se da obrigação colocada em seus ombros por um acidente cruel. Elogiou a sua mãe e o seu irmão Tiago, o de mais idade, por terem tido a boa vontade de liberá-lo, mas reiterava que a sua lealdade a um pai morto o proibia de deixar a família, não importava quanto dinheiro viesse a ser dado para o sustento material deles, fazendo a inesquecível afirmação de que `o dinheiro não pode amar'" ...
Filho: Eu não quero desculpar nossas falhas humanas, contudo este Jesus exemplar parece-me mais divino do que humano ...
Pai: Jesus Cristo era uma só pessoa, ele era Filho do Homem e Filho de Deus. Ele viveu uma vida realmente humana e aos poucos foi se conscientizando da presença do espírito do Pai Universal que vivia em sua mente:
"Livro de Urantia", parágrafo 129.4_2: ... "A experiência religiosa puramente humana - o crescimento pessoal espiritual - do Filho do Homem quase atingiu o apogeu da sua realização durante esse que foi o seu vigésimo nono ano. A experiência de desenvolvimento espiritual foi de um crescimento consistentemente gradativo, desde o momento da chegada do seu Ajustador do Pensamento até o dia em que se completou e confirmou-se a relação humana natural e normal entre a mente material do homem e a dotação mental do espírito - o fenômeno de fazer dessas duas mentes uma única; experiência esta que o Filho do Homem atingiu, de modo completo e em finalidade, como um mortal encarnado do reino, no dia do seu batismo no Jordão."
"Livro de Urantia", parágrafo 0.5_3: ... "Nos níveis experienciais alcançados, todas as ordens ou valores de pessoalidades são associáveis e mesmo co-criacionais. Até mesmo Deus e o homem podem coexistir em uma pessoalidade unificada, como tão admiravelmente é demonstrado no status presente do Cristo Michael - Filho do Homem e Filho de Deus."
Estou ressaltando este ponto porque se pensarmos que Deus e seu Filho Criador estão em um pedestal inatingível, não iremos antever a possibilidade de fusão do Criador e da criatura. Não pretendo dizer que nós um dia conseguiremos fazer o que Jesus fez, e com a Graça que ele o fez. O ser humano vive na interface entre o animal e o divino. As duas naturezas co-existem em nós.
Contudo, não devemos ser indulgentes, com nossa natureza animal, imaginando um deus inacessível e negado a influência do espírito divino que vive no fórum íntimo de nossa pessoa humana. É importante reconhecermos a natureza humana de Jesus, e seguindo seu exemplo, nos tornarmos uma pessoa forte e unificada, com o crescimento da alma e uma mente espiritualizada. É possível um ser humano amar e engrandecer o divino dentro de si mesmo e em todos.
Filho: Existe alguma característica que podemos utilizar para discernir a natureza Divina, humana e animal que coexistem em nós?
Pai: Talvez esta característica seja o altruísmo. No meu entendimento as ações, inspiradas pelo Divino em nós, beneficiam toda nossa família universal. Deus é um Pai Perfeito, e nós somos recebidos por Ele como filhos e filhas. Para Ele todos nós temos igual valor potencial. Por isso eu concluo que o altruísmo, que beneficia à todos, é uma característica das ações inspiradas pelo espírito divino que cria as nossas almas no ventre de nossa mente humana receptiva.
Egoísmo é quando pensamos somente no nosso próprio ego. Altruísmo é quando pensamos também no outro. Um animal não é capaz de ser altruísta. A escolha verdadeiramente altruísta, à favor do outro, só pode ser um impulso advindo do espírito de nosso Pai Universal. Somente nosso Criador nos vê à todos como filhos de igual valor. O verdadeiro amor ao próximo, o verdadeiro altruísmo procede de Deus em nós. Por isso, o ato altruísta é um ato conjunto do Criador divino e da criatura humana. O ato altruísta é religioso pois religa o Criador e a criatura!
Não podemos desculpar nosso ego egoísta, diante da alternativa mais moral e divina, que a vida sempre nos apresenta aqui e agora, pois afinal:
"Livro de Urantia", parágrafo 103.2_8: ... "Quando um ser moral escolhe não ser egoísta, ao deparar com o impulso de ser egoísta, esta é a experiência religiosa primitiva. Nenhum animal pode fazer essa escolha; tal decisão não só é humana, como é religiosa. Ela abrange o fato de se ter consciência da existência de Deus, demonstrando o impulso para o serviço social, a base da irmandade dos humanos. Quando a mente escolhe um julgamento moral certo, por um ato de livre-arbítrio, essa decisão constitui uma experiência religiosa."
Filho: Eu me pergunto, será que além de nos religarmos com o espírito de nosso Criador, que vive em nossa mente, poderemos um dia nos unir e fusionar com este Espírito?
Pai: Sim, e se um dia nos fusionarmos com este espírito divino, nosso Ajustador de Pensamentos, o fragmento de Deus em nós, iremos verdadeiramente nos tornar filhos ascendentes de Deus. E então, ascenderemos até a Ilha do Paraíso, a morada de Deus, nosso Pai Universal:
"Livro de Urantia", parágrafo 40.7_2: ... "As vossas próprias raças de mortais sobreviventes pertencem a esse grupo de Filhos ascendentes de Deus. Vós sois agora filhos planetários, criaturas evolucionárias derivadas de implantações dos Portadores da Vida e modificadas pela infusão da vida Adâmica; ainda não sois filhos ascendentes; mas sois, de fato, filhos com o potencial de ascensão - até mesmo às alturas mais elevadas da glória e da realização na divindade - e esse status espiritual de filiação ascendente, podeis atingi-lo pela fé e cooperação voluntária com as atividades espiritualizantes do Ajustador residente. Quando vós e o vosso Ajustador estiverdes finalmente e para sempre fundidos; quando fordes um, exatamente como, no Cristo Michael, o Filho de Deus e o Filho do Homem são um; então, verdadeiramente, vos havereis transformado nos filhos ascendentes de Deus."
Filho: Que palavras motivadoras. Aos poucos estou me convencendo que a vida eterna é possível. Entendi que somos seres com um corpo de origem animal. Contudo vive em nossa mente um fragmento de Deus Único. Este espírito divino que reside em nós é chamado na revelação de Ajustador do Pensamento. Cada escolha que fizermos de acordo com o guiamento deste espírito divino em nós, se eterniza em nossa alma criada. Nossa própria alma é filha do espírito divino do Criador e da mente humana da criatura que somos. Nossa alma é engrandecida em cada pensamento, palavra e ação inspirada pelo espírito de Deus em nós!
Pai: Sim, cada momento da vida é uma oportunidade para co-criarmos com Deus mais um pouco de nossa alma imortal. Quando nosso corpo físico falecer, se tivermos aproveitado a vida para co-criar com Deus nossa própria alma, poderemos sobreviver. Nossa alma, que é nossa parte sobrevivente, irá ressuscitar em mundos celestiais. Então, em condições melhores, continuaremos nosso trabalho até fusionar com nosso Ajustador de Pensamentos, o espírito pré-pessoal de Deus em nós. Neste ponto de união e fusão do Criador e criatura, seremos vistos como filhos ascendentes de Deus. Então daremos seguimento na nossa jornada ascendente até a morada de Deus, nosso Pai Universal!
Nossa principal meta é ressuscitar e fusionar com o Ajustador de Pensamentos que vive em nossa mente. Nunca esqueça que todo este trabalho objetiva principalmente uma coisa: a salvação e vida eterna de todos da nossa família humana. Este esforço do GAIA de unificação das famílias, cura do corpo e espiritualização da mente, é somente uma plataforma para maximizar as chances de sobrevivência de nossa pessoalidade. De que valerá nossa vida humana se não sobrevivermos e vivenciarmos a ressurreição no primeiro mundo das mansões? Qual o valor de nosso esforço se ficarmos agindo egoisticamente e buscando coisas efêmeras que não sobreviverão quando nosso corpo falecer?
Não podemos esquecer de diariamente adorar nosso Pai Espiritual, o fragmento de Deus Único em nós, O Ajustador de Pensamentos que vive em nossa mente e conosco "tece" nossa própria alma. Trabalhemos para que todos nós possamos viver eternamente pela graça de Deus.
É claro que cada um de nós tem que com fé buscar o espírito divino do Criador do Paraíso no centro causal de nossa própria pessoa, alma e mente. Tudo isso Jesus falou de maneira muito mais simples quando perguntou aos discípulos: De que vale a um homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua própria alma?
"Livro de Urantia", parágrafo 158.7_5: ... "Após recobrarem-se do primeiro choque da reprimenda pungente de Jesus, e antes de reassumirem a sua viagem, o Mestre acrescentou ainda: `Se algum homem quiser seguir-me, que esqueça de si próprio, que assuma as suas responsabilidades diariamente e me siga. Pois todo aquele que quiser salvar a sua vida egoisticamente, perdê-la-á, mas todo aquele que perder a sua vida, por minha causa e por causa do evangelho, salvá-la-á. De que vale a um homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua própria alma? O que pode um homem dar em troca da vida eterna? Não vos envergonheis de mim e das minhas palavras em meio a essa geração pecadora e hipócrita, do mesmo modo que não terei vergonha de reconhecer-vos quando, em glória, eu aparecer diante do meu Pai na presença de todas as hostes celestes. Todavia, muitos, dentre os que agora estão diante de mim, não terão o gosto da morte, antes de verem esse Reino de Deus chegar com poder'."
Filho: Se entendi bem, o mais importante é sobrevivermos e alcançarmos a vida eterna. Vida eterna! Me explica como a minha pessoa pode sobreviver na ressurreição. O que tenho que fazer aqui e agora para alcançar esta meta eterna?
Pai: Nossa pessoalidade unifica os quatro fatores de individualidade: 1. corpo, 2. mente, 3. espírito e 4. alma. Nossa pessoa sobrevive junto com a sobrevivência da alma moroncial. Nossa alma imortal é filha do espírito divino interior e da mente humana que, como um ventre-mãe, engrandece esta alma, ao escolher cumprir a vontade do Pai dos céus. A fé é a única condição necessária para a salvação eterna. Estude a definição da alma revelada no:
"Livro de Urantia", parágrafo 0.5_10: A alma do homem é uma aquisição experiencial. À medida que uma criatura mortal escolhe "cumprir a vontade do Pai dos céus", assim o espírito que reside no homem torna-se o pai de uma nova realidade na experiência humana. A mente mortal e material é a mãe dessa mesma realidade emergente. A substância dessa nova realidade não é nem material, nem espiritual - é moroncial. Essa é a alma emergente e imortal que está destinada a sobreviver à morte física e iniciar a ascensão ao Paraíso.
Somos uma criatura humana em busca da fusão com o Ajustador de Pensamentos, o espírito pré-pessoal que vive em nossa mente, um fragmento procedente do seio de Deus, O Pai Universal. O destino de nosso ser é nos unir e fusionar com este espírito divino. Nossa alma é o início desta fusão. A alma é uma co-criação do espírito divino do Criador e da mente humana da criatura. Nosso desafio é em cada pensamento, palavra e ação optarmos pela vontade perfeita do espírito de nosso Criador divino. Fazendo assim, engrandecemos nossa própria alma. O que estou tentando ensinar-te, sobre as realidades da pessoalidade, aprendi no item 5 da Introdução do Livro de Urantia.
Filho: Eu nunca ouvi ninguém falando desta forma sobre a religião religadora com o espírito de Deus no ser humano! Realmente a maioria das pessoas que conheço não se preocupa muito em buscar a vida eterna. Mas quem sou eu para julgar. Acredito que nosso Criador trabalha de forma única no íntimo de cada um de nossos irmãos e irmãs humanas.
Contudo estes diálogos religiosos e teológicos são muito complicados para mim. Preferia que você continuasse falando do exemplo e da vida de Jesus. Na verdade eu tenho uma questão: Jesus pensou em casar?
Pai: Esta parte da história emociona nossas almas. É revelado que quando Jesus tinha 19 anos, uma moça chamada Rebeca, considerou a possibilidade de casar com ele:
"Livro de Urantia", Item 127.5: Rebeca, a Filha de Esdras ... "Embora Jesus fosse pobre, o seu nível social em Nazaré não era de forma nenhuma prejudicado. Era um dos jovens mais destacados da cidade e altamente considerado pela maioria das moças. Posto que Jesus fosse um espécime tão esplêndido de robustez física e de desenvolvimento intelectual masculino, e, considerando a sua reputação de líder espiritual, não era de se estranhar que Rebeca, a filha mais velha de Esdras, o abastado mercador e comerciante de Nazaré, descobrisse que, aos poucos, estava apaixonando-se por esse filho de José" ...
... "Jesus ouviu de modo atento e compassivo a exposição daquelas coisas, feita primeiramente pelo pai, e depois pela própria Rebeca. Respondeu gentilmente que, com efeito, nenhuma soma de dinheiro poderia tomar o lugar da sua obrigação de criar pessoalmente a família do seu pai, de `cumprir o mais sagrado de todos os encargos humanos - a lealdade à sua própria carne e sangue'. O pai de Rebeca ficou profundamente tocado pela devoção de Jesus à família e retirou-se da conversa. A única observação que fez a Maria, a sua esposa, foi: `Não poderemos tê-lo como filho; ele é nobre demais para nós'."
"E então começou aquela conversa extraordinária com Rebeca. Até então, na sua vida, Jesus fizera pouca distinção na sua relação com os meninos e as meninas, com os jovens e as moças. Tinha estado muito ocupado com a premência das questões terrenas e práticas, e a sua mente estivera intrigada demais com a contemplação da sua carreira final `de cuidar dos assuntos do seu Pai', para que ele pudesse chegar a considerar com seriedade a consumação de um amor pessoal, em um casamento humano. Agora, no entanto, se via frente a frente com mais um desses problemas com os quais todos os seres humanos comuns têm de confrontar-se e optar. De fato foi ele `testado, sob todos os aspectos, como vós o sois'."
"Depois de escutar com atenção, ele agradeceu sinceramente a Rebeca, pela admiração exprimida por ela, acrescentando, `isso irá alegrar-me e confortar-me por todos os dias da minha vida'. E explicou que não era livre para, com qualquer mulher, ingressar em relações, a não ser aquelas de uma consideração de irmandade simples e de pura amizade. Deixou claro que o seu primeiro e mais importante dever era criar a família do seu pai, que ele não poderia considerar o casamento até que o seu dever estivesse cumprido; e, então, acrescentou: `Se sou um filho predestinado, não devo assumir obrigações que durem toda uma vida; até o momento em que o meu destino se torne manifestado'."
"Rebeca ficou com o coração partido. Não aceitou ser consolada e insistiu com o seu pai para que se transferissem de Nazaré, até que finalmente ele consentiu em mudar-se para Séforis. Nos anos que se seguiram, aos muitos homens que queriam a sua mão em casamento, Rebeca não tinha senão uma resposta. Vivia para um só propósito: o de aguardar a hora em que aquele, que para ela era o maior homem que jamais vivera, começasse a sua carreira como um mestre da verdade viva. E ela seguiu-o com devoção durante os seus anos memoráveis de trabalho público, estando presente (sem que Jesus a percebesse) naquele dia em que ele chegou triunfalmente em Jerusalém; e esteve `entre as outras mulheres', ao lado de Maria, naquela tarde fatídica e trágica em que o Filho do Homem estava na cruz, pois, para ela, bem como para mundos incontáveis no alto, ele era `o único digno do amor total e o maior entre dez mil'."
Filho: Que bonita esta história! E como Jesus era com as crianças?
Pai: As crianças amavam Jesus, e Jesus amava as crianças. A revelação fala desta relação com as crianças quando Jesus tinha somente 25 anos. Nesta época ele trabalhava como carpinteiro na loja de reparos. Jesus, Joshua ben José, era o Tio Joshua das crianças!
"Livro de Urantia", parágrafo 128.6_11: ... "As crianças eram sempre bem-vindas à loja de reparos. Jesus mantinha areia, blocos de madeira e calhaus de pedras ao lado da loja, e as crianças ficavam ali se divertindo. Quando se cansavam das brincadeiras, os mais intrépidos iam dar uma olhada dentro do ateliê e, se o dono não estivesse muito ocupado, eles ousavam entrar e dizer: `Tio Joshua, venha e conte-nos uma grande história'. Então eles o levavam para fora, puxando-o pelas mãos até que ele se assentasse na pedra favorita, perto da esquina da loja, com as crianças no chão, em um semicírculo diante dele. E como os pequeninos gostavam do tio Joshua! Estavam aprendendo a rir, e a rir de coração. Era costume, de um ou dois dos menores, subirem nos seus joelhos e assentarem-se lá, olhando maravilhados para as suas feições expressivas enquanto ele contava as suas histórias. As crianças amavam Jesus; e Jesus amava as crianças."
Filho: Que legal este Jesus. Eu também gosto muito das crianças. Elas são tão simples. Basta um pouco de atenção para fazer uma criança feliz. Os jovens da minha idade já tem outros interesses. Fico me perguntando se os jovens também se sentiam atraídos por Jesus.
Pai: Sim. A revelação conta que Jesus, quando tinha 27 anos, viveu em Cafarnaum. Ele trabalhava na oficina de construção de barcos de Zebedeu, amigo de seu pai José, e pai de seus futuros discípulos João e Tiago. E que ele invariavelmente atraía a gente jovem, pois sempre estava interessado no que faziam, e raramente lhes oferecia conselho, a menos que o pedissem.
"Livro de Urantia", parágrafo 129.1_9: ... "Na sinagoga de Cafarnaum encontrou muitos novos livros nas estantes da biblioteca, e passava pelo menos cinco tardes por semana em estudos intensos. Uma noite ele devotava à vida social com os mais velhos, e uma noite passava com a gente jovem. Havia alguma coisa de muito graciosa e inspiradora na pessoalidade de Jesus, que invariavelmente atraía a gente jovem. Pois Jesus sempre os fez sentirem-se à vontade na sua presença. Talvez o seu grande segredo em dar-se bem com eles consistisse nos dois fatos seguintes: que estivesse sempre interessado no que faziam, e que raramente lhes oferecia conselho, a menos que o pedissem."
Filho: Se eu estivesse presente, pediria uma orientação para ele: como fazer amigos?
Pai: Encontrei um ótimo conselho de Jesus para fazermos amigos:
"Livro de Urantia", parágrafo 130.7_2: ... "Quando Ganid perguntou o que se devia fazer para ter amigos, tendo notado que a maioria das pessoas com quem se encontravam, por casualidade, sentiam-se atraídas para Jesus, o Mestre disse: `Torna-te interessado pelos teus semelhantes; aprende a amá-los e aguarda a oportunidade de fazer algo por eles, algo de que tu estejas seguro de que eles queiram que seja feito', e então citou um velho provérbio judaico: `Um homem que gostaria de ter amigos, deve mostrar-se amistoso'."