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Capítulo 9
Crianças em apuros


O Amor do Espírito
na Hellinger Sciencia

Bert Hellinger
Re-formatação do
livro eletrônico original

Crianças em apuros
    9.1  Todas as crianças são boas
        9.1.1  Meditação: Nós, como crianças difíceis
    9.2  Uma história para um órfão
        9.2.1  Ajudar as crianças
    9.3  Exemplo: Criança portadora de deficiência - Agora eu concordo
        9.3.1  Nota preliminar
        9.3.2  A constelação
    9.4  Exemplo: Crianças abortadas são representadas
        9.4.1  As consequências para a mulher
        9.4.2  As consequências para as crianças
        9.4.3  As consequências para o relacionamento de casal
        9.4.4  Indicações de livros e vídeos sobre o tema crianças em apuros
            9.4.4.1  DVDs
            9.4.4.2  Livros

9.1  Todas as crianças são boas

     Desejo olhar ainda para um outro âmbito de modo espiritual. Trata-se das crianças difíceis.

     Nenhuma criança é difícil. O sistema é difícil. Algo em sua família encontra-se fora de ordem. A desordem principal de uma família é que alguém foi excluído ou esquecido. O que então uma criança difícil faz? Olha para aqueles que foram excluídos. À medida que os excluídos retornam ao campo de visão, a criança fica desobrigada.

     Por exemplo, observei que as assim chamadas crianças hiperativas, que não param quietas, estão olhando para um morto, para o qual a família não está olhando. Por isso, disse a frase que muitos estranham: todas as crianças são boas. O fato de serem boas pode ser demonstrado durante as Constelações familiares. Acrescentei mais um ponto a essa frase: seus pais também - como crianças.

     Como crianças, os pais também costumavam olhar para alguém. Especialmente os pais que julgamos difíceis são crianças que estão olhando para uma pessoa excluída. Muitas vezes não estão disponíveis para seus filhos, pois olham para a pessoa excluída.

     De que depende, em última instância, também no caso das Constelações familiares espirituais? Que todos recebam o seu lugar, que aqueles, aos quais foi negado o seu lugar, recebam-no de volta. Assim todos respiram aliviados.

     Darei um exemplo. Um dia, procurou-me um professor que cuidava de alunos difíceis, principalmente aqueles que eram ameaçados de serem expulsos do colégio. Tentou integrá-los, com muito amor e com sucesso. Um dia me ligou dizendo: "Meu filho mais novo está tão agressivo que querem expulsá-lo do colégio. O que devo fazer?"

     Podemos ver aqui que mesmo aquele que tem muita experiência e alcança muitas melhorias, está entregue ao destino, porém não ao seu destino e sim ao destino de outras pessoas da família.

     Disse a ele: "Venha a um curso meu com sua família". Ele veio com sua mulher e seus dois filhos. O filho agressivo era o mais novo.

     Fui professor durante muitos anos. Sei como lidar com meninos. Conheço o lado bom deles.

     Então, a família estava sentada do meu lado. Olhei para eles e percebi imediatamente que a mãe desejava morrer. Por isso o filho era agressivo. Disse a ela: "Quando olho para você vejo que deseja morrer." Ela me respondeu: "É verdade."

     Mas por que deseja morrer? Naturalmente por ser uma boa filha. Disse a ela: "Primeiro vou posicionar a sua mãe." Então, não abordei diretamente o problema.

     Posicionei a sua mãe, que olhou imediatamente para o chão, para um morto. Perguntei para a mulher: "Para quem a sua mãe está olhando? Deseja ir até um morto". A mulher respondeu: "Minha mãe teve um namorado que ela amou muito. Ele morreu em um acidente de carro." Sendo assim, coloquei um representante para o namorado, deitado no chão. Pôde-se ver que havia um grande amor entre ela e a pessoa morta. Ela era atraída para lá, foi até ele e se abraçaram. Então o morto fechou os olhos e estava satisfeito. A mãe da mulher voltou para o seu lugar e respirou, profundamente aliviada.

     Em seguida coloquei a mulher diante de sua mãe, e a mãe disse à filha: "Agora eu fico". A mulher ficou toda feliz e as duas se abraçaram. Estava evidente que antes desejava morrer no lugar de sua mãe. Em seguida apoiou-se de costas em sua mãe e estava radiante. Assim pus o pequeno filho diante dela, ele tinha cerca de 14 anos. Ela disse a ele: "Agora eu fico e me alegro se você também ficar."

     O filho se derreteu de tanto amor e aconchegou-se à mãe. Assim, tudo estava em ordem. De repente ele tornou-se uma boa criança.

     As crianças mais difíceis são aquelas com o maior amor. Muitas vezes, porém, não sabemos para onde estão olhando.

9.1.1  Meditação: Nós, como crianças difíceis

     Farei agora uma pequena meditação com vocês. Suponho que 20% de nós também foi, um dia, uma criança difícil. Abaixei um pouco a porcentagem, por precaução. Porém, a maioria entre nós passou pela experiência de os pais se preocuparem conosco. Talvez tenhamos adoecido ou então nos comportávamos de um modo que pensavam: o que será desta criança?

     Ok, agora fechem os olhos e retornem à época onde causavam preocupações para seus pais ou adoeciam. Olhem com amor para essa criança e deixem-se guiar por ela. Para onde a criança olha? Para aquele para o qual a família não está olhando. Dizemos a essa pessoa: "Olho para você com amor. Para mim você faz parte."

     Então talvez voltamos para nossos pais e dizemos a eles: "Estou olhando para alguém que amo. Por favor, olhem também comigo para lá."

     A maioria de vocês têm filhos. Talvez tenham também uma criança difícil, uma criança que os preocupa, que está doente, tem acidentes. Olhem para o mesmo lugar que essa criança está olhando - com amor.

     Talvez a criança esteja olhando para uma criança que foi abortada ou para alguém que vocês rejeitam, para alguém que talvez tenha sido, em uma geração passada, vítima de um crime realizado por alguém na família, talvez crimes cometidos na guerra e a criança olha para isso. Ou então olha para alguém que a família rejeita, por se envergonhar como, por exemplo, no caso de um criminoso, um assassino, alguém que realizou crimes durante a guerra. A criança olha para ele com amor, pois os outros se envergonham dele. Mas mesmo assim ele faz parte, assim como todos os outros.

     Agora olhamos para essa pessoa com amor, através do amor do espírito, que tomou todos a seu serviço, assim como são, sem distinção, pois os seus objetivos são mais amplos do que imaginamos.

     Vemos o efeito e o sentimos em nós. E sentimos como uma criança talvez possa se acalmar, como se sente melhor.

9.2  Uma história para um órfão

     O coordenador de um orfanato visitou um dos meus cursos em Moscou e trouxe um menino de 12 anos. O menino sentou-se ao meu lado e eu lhe contei uma história.

     Convivi muitos anos com a população negra da África do Sul. Um dia fui até um chefe de tribo e conversamos. Ele também me apresentou as suas mulheres. Tinha quatro e muitos filhos com elas. Então me falou de seus filhos, pois um menino o preocupava. Disse: "Não sei o que acontece com ele. Às vezes fica tão triste."

     Um dia o menino encontrou um amigo. Foram caminhar e encontraram mais um outro menino. Este era um pouco mais velho que eles. Disseram um ao outro: "Agora vamos olhar o mundo." Mas aquele menino disse: "Tem algo muito importante que preciso fazer antes." Pois havia perdido alguém que lhe era muito caro. Disse: "Preciso primeiro ir até seu túmulo." Foram juntos até lá. Quando estavam diante do túmulo, o menino disse: "Esperem mais um pouco. Antes preciso colher algumas flores". Colheu-as e se juntou aos outros, diante do túmulo.

     De repente ficou triste. Fechou os olhos e pensou nessa pessoa querida. Então sentou-se. Subitamente sentiu que a pessoa querida estava com ele. Sentiu de fato a sua presença, como se alguém colocasse os braços em torno dele e dissesse: "Estou sempre com você". Então ficou feliz.

     Assim partiram. Aquele menino olhou ao seu redor. De repente tudo era muito mais belo do que antes. As flores estavam mais belas. Ouviu os passarinhos cantarem e pensou: "Jamais os ouvi cantar de modo tão belo." Passaram por uma macieira. O menino colheu uma maçã e a mordeu. Nunca uma maçã lhe tinha sido tão saborosa. Assim continuaram caminhando.

     À noite retornaram para casa. O chefe da tribo perguntou a seu filho: "Então, o que você fez? Você está completamente transformado." O menino disse: "Estou, sim, pois encontrei um tesouro. Daqui por diante estará sempre comigo."

9.2.1  Ajudar as crianças

     Quero dizer algo aos educadores. Quando ajudamos demasiadamente uma criança, ela fica brava. Por isso ajudamos mantendo certa distância. Sobretudo ajuda-se em nome dos pais. Nesse sentido, é importante nos colocarmos abaixo deles. Quando nos colocamos acima deles como se fôssemos um pai ou uma mãe melhor, a criança fica zangada.

     A melhor maneira dos educadores ajudarem crianças que vivem em orfanatos é estando em sintonia com os pais deles. Isso inclui que concordem com que as crianças confiadas a eles possam tornar-se iguais a seus pais. Isso é importante, pois os filhos querem ser como os pais.

     Quando dizemos, por exemplo, a uma criança: "Seu pai foi um beberrão. Nem pense em se tornar igual a seu pai", a criança desejará, por lealdade ao pai, tornar-se igual a ele. É este o efeito na alma, diante desse tipo de alerta. Quando, no entanto, a criança pode ser como o pai e diz a ele em sua alma: "Quero ser igual a você", percebe como o pai o olha de modo carinhoso e talvez lhe diga: "Você também pode ser diferente de mim". Justamente através da concordância que uma criança pode ser tal como os pais, ela se torna livre para desenvolver-se para além da esfera dos pais. Através dessa concordância, o educador permanece no mesmo nível dos pais da criança.

     Toda criança ama seus pais, independentemente de como eles são. As crianças se sentem seguras com alguém que deseja ajudá-las, quando essa pessoa ama e respeita os pais que elas carregam dentro de si. Elas amam o ajudante ou a ajudante, pois sabem que eles se encontram em sintonia com seus pais e que podem encontrá-los sempre que assim desejarem.

9.3  Exemplo: Criança portadora de deficiência - Agora eu concordo

9.3.1  Nota preliminar

     Para muitos pais, terem uma criança portadora de deficiência significa um abalo de suas expectativas futuras. Por um lado se encontram conectados por um profundo amor a seu filho e sofrem com ele, pelo menos na maioria dos casos. Por outro, repreendem a si mesmos e procuram por um culpado entre eles e em outras pessoas, por exemplo, nos médicos. Dessa forma, no entanto, perdem a conexão mais imediata que têm com o seu filho e também consigo mesmo.

     O que ajuda os pais nessa situação? Quando reconhecem o seu destino e também o destino do filho como um movimento do espírito que os conduz, assim como seu filho, em direção a um caminho especial. Nesse caminho ambos recebem uma força e um significado que podem alcançar apenas através desse destino. Entrarão em sintonia, de um modo que deles exige o último, com a essência de nossa existência, com algo que vai muito além de nossas idéias mais corriqueiras sobre a felicidade, o amor e a vida.

     Esse destino é mais do que um destino apenas individual e pessoal. Vai muito além da família em questão, alcançando assim também o seu entorno, atuando de modo curativo. Torna-os modestos e humildes, envolvendo-os com uma solidariedade amorosa e humana.

9.3.2  A constelação

     Os pais chegam com um menino portador de deficiência, com cerca de 12 anos, que dizem ser também autista e sentam-se ao lado de Hellinger. O menino senta-se ao lado dele, do lado esquerdo sua mãe e, então, seu pai.

     O menino trouxe uma barra de chocolate para Hellinger. Ele agradece e abre o papel. Dá um pedaço ao menino e pega outro para si, colocando-o na boca.

     HELLINGER para o menino: - Está gostoso.

     MENINO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA com dificuldade: - Gostoso.

     Olha para a mãe e bate palmas, rindo. Quando os participantes desejam bater palmas também, Hellinger interfere.

     HELLINGER para o grupo: - Não reajam. Tudo deve permanecer apenas dentro da família, senão a incomodaremos.

     O menino alisa de modo amoroso o cabelo da mãe e a beija. Hellinger segura sua mão esquerda, até que se acalma. Em seguida pede aos pais que se coloquem no meio do círculo formado pelos participantes. A mãe se coloca à direita, ao lado do marido.

     Depois Hellinger coloca o menino diante de seus pais.

     HELLINGER aos pais: - Permaneçam um ao lado do outro e se olhem. Agora um diz ao outro: "É o nosso filho."

     MULHER para o homem: - É o nosso filho.

     HELLINGER para o homem: - Diga você também.

     HOMEM para a mulher: - É o nosso filho.

     HELLINGER: - "Nós o tomamos como nosso filho."

     MULHER: - Nós o tomamos como nosso filho.

     HOMEM: - Nós o tomamos como nosso filho.

     HELLINGER: - "Juntos cuidaremos dele."

     MULHER: - Juntos cuidaremos dele.

     HELLINGER: - "Com amor".

     MULHER: - Com amor.

     HELLINGER para o homem: - Olhe para a mulher e diga a ela: "Juntos cuidaremos dele com amor."

     HOMEM: - Juntos cuidaremos dele com amor.

     HELLINGER para os pais: - Agora olhem para além da criança, para bem longe, para seu destino. E para mais longe ainda e digam, internamente: "sim".

     Os dois olham por um longo tempo, centrados, para além do filho, para longe.

     HELLINGER: - E agora olhem para o filho.

     Hellinger aproxima o filho de seus pais. Este se apoia com as costas nos dois. Os pais se aproximaram de forma que o menino possa estar entre eles.

     Após um tempo o menino coloca os braços por trás, em volta de seus pais e olha alternadamente para um e para o outro. Beija a mãe na bochecha. Em seguida, beija também o pai.

     Alisa os cabelos da mãe. A seguir, encosta a cabeça no peito do pai e diz: "papai". Volta-se para sua mãe e diz a ela, várias vezes: "Mamãe." Então diz a eles: "Vocês são a minha família."

     HELLINGER aos pais: - Ok, isso foi tudo que pensei aqui. Mas sentem-se novamente ao meu lado.

     Para o grupo: - Em uma situação como esta onde os pais têm um filho portador de deficiência, algumas vezes sentem-se culpados. Aqui pudemos ver que a mãe se sente culpada.

     Ele olha para ela e para o marido.

     Para o marido: - O marido sabe disso. Sabe, sim.

     Hellinger pede que a mulher se levante e a conduz mais uma vez até o seu lugar na constelação. Os dois se olham longamente nos olhos.

     HELLINGER para a mulher: - Agora olhe para longe.

     Ela olha para longe. Hellinger está ao lado dela e a toca no ombro.

     Após um tempo: - Agora recolha internamente todos os seus desejos, todas aquelas grandes expectativas que você tinha. Tome-as de mãos abertas e as oferte.

     A mulher olha constantemente para longe. Suas mãos estão abertas como se segurasse algo de grande porte.

     ... e diga internamente Por favor

     Após um tempo: - Você está de mãos abertas para aquilo que está sendo presenteado agora.

     A mulher continua olhando para longe.

     ... e diga internamente "Agora concordo - com amor."

     Ela continua olhando durante vários minutos, centrada e de mãos abertas para longe. De repente vira a cabeça de modo aliviado e sorri para seu marido e filho. Os dois haviam se levantado. O homem está abraçando o filho por trás, e este segura a cabeça do pai por trás, com uma mão. Todos se sentam novamente ao lado de Hellinger.

     HELLINGER: - Acho que podemos parar aqui. Tudo de bom para vocês.

9.4  Exemplo: Crianças abortadas são representadas

     Uma mulher se senta ao lado de Sophie Hellinger. Após um tempo, Sophie coloca a sua mão direita entre as omoplatas da mulher.

     SOPHIE: - HELLINGER para o grupo: - Ela está muito nervosa, mergulhada em seus pensamentos. Seu coração bate forte.

     Para a mulher: - O que devemos fazer? Não estou certa se deseja trabalhar. Está com medo daquilo que talvez venha à luz.

     Coloca a mão nos olhos da mulher, para que ela os feche e depois a coloca novamente entre as suas omoplatas.

     Após um tempo: - Respire profundamente com a boca aberta. Inspire e expire várias vezes.

     Para o grupo: - Estou tentada a colocá-la em contato com outra energia e o mesmo faço comigo mesma.

     Após um tempo: - Agora sei do que se trata.

     Coloca a sua mão direita no colo da mulher.

     Para o grupo: - Hoje de manhã ela fez uma pergunta. Gostaria de retomá-la agora.

     Escolhe um representante para o filho de nove anos da mulher e pede para que se posicione. Após um tempo, ele dá alguns passos para trás. Em seguida escolhe uma representante para a mulher e pede para que se posicione diante do filho a uma certa distância.

     Para esta representante: - O filho sempre diz que seria melhor para ele se não vivesse.

     A representante da mulher coloca a mão direita no seu coração e respira profundamente. Olha para frente em direção ao chão. O filho se ajoelha lentamente e senta nos seus calcanhares.

     Sophie escolhe um homem como representante e pede que sente de costas diante do filho, para que olhe, assim como ele, em direção à mãe. Ele representa uma criança abortada, conforme se torna claro mais adiante.

     Para o grupo: - A representante da mãe disse que não consegue olhar para essa criança. Vê apenas os dedos do pé dela.

     A representante da mãe continua respirando profundamente e aponta para frente.

     SOPHIE para a mulher: - O segundo filho também é um menino?

     MULHER: - É.

     Sophie Hellinger escolhe um representante para esse menino e pede para que se sente ao lado de seu irmão, nos calcanhares.

     Para o representante do irmão mais velho: - Para quem você está olhando?

     FILHO MAIS VELHO: - Olho apenas para essa criança diante de mim.

     SOPHIE para a mulher: - O que exatamente seu filho disse?

     MULHER: - Ele diz: "Eu preferia me matar. Preferiria não ter nascido."

     SOPHIE para o representante do filho mais velho: - Diga a ele (à criança abortada): "Preferiria não ter nascido como você."

     FILHO MAIS VELHO: - Preferiria não ter nascido como você.

     A representante da mãe está muito comovida, porém não olha. O segundo filho se aproxima mais do irmão abortado.

     SOPHIE para a mulher: - Seu segundo filho diz o mesmo que o primeiro?

     MULHER: - Diz, sim.

     A criança abortada começa a ficar inquieta.

     SOPHIE para a representante da mulher: - Diga a ele: "Não quis você. Mesmo agora não quero olhar para você."

     REPRESENTANTE DA MULHER: - Não quis você. Mesmo agora não quero olhar para você.

     SOPHIE: - Diga a seus filhos: "Concordo que vocês o assumam no meu lugar. Obrigada."

     REPRESENTANTE DA MULHER: - Concordo que vocês o assumam no meu lugar. Obrigada.

     A representante da mulher respira profundamente e assente com a cabeça. A criança abortada deita-se lentamente de costas. O filho mais jovem deita ao lado dela. Os dois se olham e se abraçam

     SOPHIE para o filho mais velho: - Olhe para sua mãe e diga: "Mamãe por você faço qualquer coisa."

     FILHO MAIS VELHO: - Mamãe por você faço qualquer coisa.

     A representante da mãe acena com a cabeça.

     SOPHIE: - Diga para ele: "Obrigada."

     REPRESENTANTE DA MULHER: - Obrigada.

     SOPHIE: - "Eu concordo".

     REPRESENTANTE DA MULHER: - Eu concordo.

     O filho mais velho deita igualmente ao lado da criança e a abraça. Os três se abraçam.

     SOPHIE para a representante da mulher: - Como se sente?

     Ela fica inquieta e movimenta os braços, hesitando. Então anda lentamente em torno das crianças deitadas no chão.

     SOPHIE para o grupo: - Desejo esclarecer algo. A mulher tem dois filhos. Um deles ou até os dois dizem abertamente o que a família esconde. Porque sua mãe não olha, isso precisou continuar um segredo. Agora a verdade veio à luz. Agora que a verdade veio à luz, ela está mais calma internamente. Antes estava inquieta. Tem três filhos e não apenas dois. Mas não consegue olhar para um deles.

     Para a mulher: - Se existiu um aborto é importante que você reconheça isso, senão, não há solução. Aqui não se trata de justiça. Se você reconhecer isso existirá uma possibilidade de salvar as outras crianças. Aqui você pode ver o que acontece com eles. Enquanto você se recusar a ir até a criança abortada, seus filhos o farão em seu lugar. A solução necessita de tempo. Se você reconhecer e verbalizar isso, poderá olhar para a criança abortada. Antes a sua representante pôde ver somente os pés dela. Enquanto você permanecer presa aos seus pensamentos e, talvez, ficar procurando por justificativas e desculpas, estará desconectada internamente do que ocorre aqui. Primeiramente precisa reconhecer o que é.

     Quantos anos você tinha quando aconteceu?

     MULHER: - 17.

     SOPHIE para o grupo: - Imaginem só, uma menina tão jovem! Talvez tenha sido apenas por uma noite e de repente percebe que estava grávida. Subitamente tudo mudou. Vocês podem sentir o que isso significa para uma mulher: 17 anos e não tem mais volta?

     A representante da mulher está diante dos três filhos e olha para eles. Está indecisa se deve ir até eles.

     SOPHIE para a representante da mulher: - Talvez essa tenha sido a solução para você, até agora. Diga a seus filhos: "Antes vocês do que eu."

     REPRESENTANTE DA MULHER: - Antes vocês do que eu.

     Ela sacode a cabeça enquanto diz isso.

     SOPHIE: - Como você se sente?

     REPRESENTANTE DA MULHER: - Não, não quero isso.

     SOPHIE para a mulher: - Você verá o que vai acontecer agora. Tudo ainda está no ar.

     A representante da mulher continua indecisa. Então se agacha lentamente, toca com a mão direita o pé da criança abortada, porém olha para outra direção, não para as crianças.

     SOPHIE para a mulher: - Existiu mais uma criança?

     MULHER: - Existiu sim.

     SOPHIE: - Está certa disso?

     MULHER: - Sim.

     A representante da mulher estende a mão esquerda para frente como se quisesse tocar alguém. Em seguida curva-se profundamente nessa direção. Após um tempo, ergue-se novamente e toca seu pescoço com a mão.

     SOPHIE para a mulher: - Ela se sente culpada, sentimentos de culpa, no entanto, nunca trazem a solução. Você havia escolhido um nome para essa criança?

     MULHER: - Sempre achei que era uma menina. Dei-lhe um nome, chamei-a de Greta. Não sabia se era uma menina ou um menino, tinha apenas uma sensação de ser uma menina.

     SOPHIE: - Diga: "Greta".

     A mulher hesita. Sophie escolhe uma mulher para esta criança e pede para que se posicione diante da representante da mulher. Esta diz: tem alguém por aqui, mas consigo ver apenas seus pés. Então se abaixa até o chão e toca com a outra mão os pés da mulher (representante da criança). O filho mais novo senta-se e olha para ela. Ela o olha de modo amoroso e lhe estende a mão.

     SOPHIE para a mulher: - Será que eram gêmeos?

     Sophie vai até a representante de Greta e quer afastá-la da representante da mãe. Esta, no entanto, não a solta.

     Ela seca as lágrimas.

     SOPHIE para a mulher: - É estranho.

     Para a representante da mulher: - Diga a ela "Agora vejo seu rosto."

     REPRESENTANTE DA MULHER: - Agora vejo seu rosto.

     SOPHIE para a mulher: - Houve algo especial na família do pai dessas crianças?

     MULHER: - Ele tinha uma irmã gêmea.

     Sophie conduz a outra representante até as crianças. O filho mais novo, ainda ajoelhado, toma sua mão e encosta sua cabeça nela.

     SOPHIE: - A criança abortada abriu os olhos e está aliviada. Assim como o filho mais velho.

     Para a representante da mulher: - Agora você pode olhar.

     A representante da mulher se deita entre a criança abortada e o filho mais velho e abraça os dois. A representante de Greta também se ajoelha e olha em direção ao filho mais novo. Todos se abraçam. Agora estão juntos da mãe, conectados através de um abraço profundo.

     Após um tempo, Sophie pede para que os dois filhos se levantem. Eles se levantam e se abraçam por trás e olham para baixo para os outros. A representante da mãe permanece intimamente abraçada à criança abortada. A representante de Greta está ajoelhada e olha para ela. A mãe também estende o braço em sua direção e a aproxima de si. Greta agora se deita ao lado da outra criança abortada. A mãe olha de modo amoroso para os dois e os acaricia.

     SOPHIE para o filho mais velho: - Diga à criança abortada: "Sou o terceiro".

     FILHO MAIS VELHO: - Sou o terceiro.

     SOPHIE: - "Você é o primeiro."

     FILHO MAIS VELHO: - Você é o primeiro.

     SOPHIE: - "Agora sou o terceiro."

     FILHO MAIS VELHO: - Agora sou o terceiro.

     SOPHIE: - "Você permanece o primeiro."

     FILHO MAIS VELHO: - Você permanece o primeiro.

     SOPHIE ao filho mais novo: - "Sou o quarto".

     FILHO MAIS NOVO: - Sou o quarto.

     Os dois filhos vivos riem um para o outro e acenam com a cabeça.

     SOPHIE: - Como estão?

     FILHO MAIS VELHO: - Muito melhor.

     FILHO MAIS NOVO: - Melhor.

     Sophie escolhe um representante para o pai dos dois filhos e o coloca diante deles.

     Para o filho mais velho: - Diga ao seu pai: "Temos mais dois irmãos."

     FILHO MAIS VELHO: - Temos mais dois irmãos.

     SOPHIE: - "Sou o terceiro".

     FILHO MAIS VELHO: - Sou o terceiro.

     SOPHIE: - "Por parte de minha mãe".

     FILHO MAIS VELHO: - Por parte de minha mãe.

     SOPHIE para o filho mais novo: - "E eu sou o quarto".

     FILHO MAIS NOVO: - E eu sou o quarto.

     SOPHIE: - "Temos ainda uma irmã e um irmão".

     O pai e os dois filhos se aproximam lentamente e se abraçam profundamente.

     Nesse meio tempo, Sophie conduziu a mulher para diante dos dois filhos abortados que ainda estão intimamente abraçados à representante da mulher. Sophie pede que a representante se levante e dê alguns passos para trás. A mulher chora.

     Para a mulher: - Permaneça forte. Diga a eles: "Não quis vocês."

     MULHER: - após um momento de hesitação, chorando Não quis vocês.

     SOPHIE: - "Esta é a verdade".

     MULHER: - Esta é a verdade.

     SOPHIE para a mulher: - Abra os olhos.

     Para o grupo: - Acho que posso parar por aqui. Não posso fazer mais por ela. O resto ela precisa fazer por conta própria. Precisa saber que enquanto não der um lugar a essas duas crianças, seus filhos irão no seu lugar até elas. Sua representante lhe mostrou o que deve fazer e sua alma sabe. Seus filhos agora sabem que são o terceiro e o quarto e se sentem seguros com seu pai.

     A mãe não precisa ter pena de si mesma. Ela fez isso. Não podemos dizer que teria sido melhor se tivesse agido diferente, pois também esses filhos concordam com seu destino. Se a mãe reconhecer o que fez, ficará mais forte para cuidar dos outros filhos. Até agora não foi possível, pois as crianças abortadas esperam ser reconhecidas por ela. Reconhecer o que foi e dizer sim para as consequências é um movimento divino. Enquanto disser não ou buscar justificativas, tudo ficará pior para todos.

     Para a mulher: - Quantos anos as crianças teriam agora? Imagine que elas tivessem 25 anos agora. Como seria isso para você?

     MULHER: - Seria maravilhoso.

     SOPHIE: - Imagine como seria. Seus filhos sabem, por isso dizem que seria melhor se não estivessem vivos. A solução certa para eles seria que essas crianças fossem reconhecidas. Está em suas mãos, apenas em suas mãos.

     Para a representante Obrigada.

     A mulher agradece a Sophie e volta ao seu lugar.

     BERT HELLINGER: - Este tipo de trabalho revela o que significa expor-se a tudo que aconteceu e a todas as consequências. Não houve uma tentativa aqui de encobrir, amenizar ou desculpar algo. Vocês podem imaginar que efeito isso teria na família, se aquilo que aconteceu tivesse sido desculpado ou justificado, algo que os ajudantes por vezes tentam. Alguns não ousam nem mesmo verbalizar a palavra aborto ou perguntar a alguém se houve um, mesmo quando está evidente. Então esse tipo de ajuda se torna um grande jogo onde pessoas inocentes são sacrificadas.

     Quero agradecer à mulher por ter tido coragem de revelar a sua questão. Pudemos aprender bastante. Isso nos encoraja a nos expormos de modo diferente a situações onde se trata de vida e morte.

9.4.1  As consequências para a mulher

     SOPHIE: - HELLINGER para o grupo: - Direi ainda algo a respeito do procedimento. Apenas após ter entrado em contato com ela, com uma energia superior, através da respiração conjunta, eu pude me expor à sua questão. Antes ela estava presa aos seus pensamentos e seu coração estava explodindo. Toda sua energia estava na cabeça. Depois, no entanto, através da respiração, a energia se deslocou para seu colo. Senti o mesmo em relação a mim e soube imediatamente que algo diferente havia acontecido neste caso. Coloquei minha mão em seu colo para sentir se essa energia permanecia com ela ou se desaparecia. Se desaparecesse, sei que não poderia trabalhar com ela. Essa energia parecia ser quente e sofrida.

     No caso de um aborto ocorre algo diferente com a mulher. Um médico na Califórnia fez o aborto de mais de mil crianças. Depois quis saber melhor o que ocorre em um aborto. Com a ajuda de uma câmera, revelou o que ocorre com um embrião, que já se encontra um pouco desenvolvido, no colo da mãe antes do aborto. A criança sente a ameaça. Quando a pinça é introduzida, ela tenta escapar. O vídeo prova essas tentativas da criança. O médico o exibe em todos os lugares, para que todos saibam o que ocorre com uma criança, durante um aborto.

     Quando uma mulher passou por um aborto, a energia da criança ainda permanece em seu colo. A energia não pode ir embora enquanto o aborto não for reconhecido e verbalizado pela mãe.

     O homem não é atingido da mesma forma pelo aborto. Imaginem que uma mulher passou um tempo breve com um homem e logo após a relação acabou. De repente a mulher percebe que parou de menstruar. O que ocorre na mulher? Nada é mais como antes. De repente tudo mudou. Não é mais uma menina e nem uma jovem mulher, em poucos meses será mãe. Se decidir abortar a criança será sempre sua a decisão. Não pode transferi-la para ninguém como, por exemplo, para sua mãe, mesmo que tenha apenas 14 anos.

9.4.2  As consequências para as crianças

     Durante um congresso na Espanha, um juiz nos disse algo sobre a sua experiência com mulheres e seus filhos. Por vezes seus filhos são tão agressivos que as mães começam a ter medo deles. Chamam a polícia, pois não sabem mais como lidar com essas crianças. Ele nos contou que há cinco anos atrás ainda não tinham casos desse tipo. Quatro anos atrás havia apenas três ou quatro casos dessa espécie. Há anos eram 20, e dois anos atrás, 200. A agressividade das crianças sempre se voltava contra as mães, jamais contra os pais.

     Durante o congresso, em uma constelação com uma mulher que não sabia mais como lidar com seu filho de apenas dois anos, revelou-se que a criança se acalmou imediatamente quando a criança abortada foi novamente incluída.

     Para a mulher: - É esse o efeito que uma criança tem sobre os outros filhos, até que a mãe esteja pronta a tomá-la em seu coração e dizer a ela: "Agora você é bem-vinda. Essa criança agora teria 25 anos de idade." Imagine tudo aquilo que teria sido possível, deste modo e permita que exerça um profundo efeito sobre você, sem nenhum sentimento de autopiedade. Apenas olhe para ela. Então verá imediatamente a transformação de seus filhos. Se você olhar apenas para eles e disser: "Por vocês faço tudo, vocês vivem", nada muda. Os dois esperam que você dê o seu amor para essas outras crianças.

     Para o grupo: - Precisamos considerar mais um ponto. Se a mãe presentear seus dois filhos vivos com o amor e a atenção que deveria existir para os quatro, os filhos vivos não saberão como lidar com isso. É demais para eles. Sufoca mais do que ajuda.

     Para a mulher: - É assim?

     Ela confirma.

     Para o grupo: - Já ajudei a várias mulheres com essas observações e indicações. Quando a mulher disse às crianças abortadas, durante a constelação: "Não quis vocês", acalmaram-se imediatamente. A sua alma deseja que ela o diga.

     Para a mulher: - Como se sente agora?

     MULHER: - Estou calma.

     SOPHIE HELLINGER: - Olho sempre para essas crianças. Meu amor é deles. Provavelmente também terão filhos mais tarde. Ao invés de visitar nossos filhos no cemitério, daremos a eles um lar na família, para que possam viver nele.

     Para a mulher: - Você tem um jardim na sua casa?

     Ela acena com a cabeça.

     Plante duas árvores para os dois filhos em um lugar bonito. Sempre quando olhar para elas diga: "Olá." Deste modo ficarão em sua memória. O que aconteceu um dia permanecerá para sempre conosco. Agora você está com outra aparência.

9.4.3  As consequências para o relacionamento de casal

     SOPHIE: - HELLINGER para o grupo: - É de grande ajuda para os homens e mulheres quando sabem o que ocorre na mulher que abortou uma criança. Essa mulher não está mais totalmente presente para o marido, pois uma parte dela permanece com a criança. Com frequência um marido que se encontra nessa situação diz a ela: "Você não está realmente disponível, está sempre em outro lugar". Não está aqui para mim.

     Para a mulher: - É assim com seu marido?

     Ela acena com a cabeça.

     Para o grupo: - Parte dela está com estes filhos.

     Para a mulher: - Se estas crianças forem reconhecidas, algo também poderá se modificar aqui.

     Para o grupo: - Devemos considerar mais um ponto. Muitas mulheres trazem um olhar que revela uma grande saudade. Muitos homens se sentem atraídos por esse olhar. A saudade , porém, aponta para outra direção, muitas vezes para uma criança abortada. Por vezes um homem quer salvar a mulher. O que, no entanto, pode realmente fazer? Nada, pois esta saudade não está direcionada a ele e sim, a uma criança abortada. Quando deseja ajudá-la mesmo assim, dará mais do que a mulher poderá tomar. Deste modo o equilíbrio entre o dar e tomar se encontra em perigo. Portanto, um aborto atua em diversos níveis.

     Quando um homem passa por uma experiência dessas com sua mulher, poderá compreendê-la melhor. Concorda que ela possa estar disponível apenas em parte para ele e sua família. Quando exige mais do que ela pode dar, algumas vezes a única saída para ela é deixar o marido.

     Para a mulher: - Tudo de bom para você.

     BERT HELLINGER: - Obrigado, Sophie, obrigado.

     Aplausos no grupo.

9.4.4  Indicações de livros e vídeos sobre o tema crianças em apuros

     Vocês podem encontrar exemplos detalhados sobre a ajuda para crianças em apuros nos seguintes livros e vídeos:

9.4.4.1  DVDs

     Liebe in unserer Zeit

     Schulungskurs Bad Suiza - 3 DVD 4 Stunden, 31 Minuten

     Liebes Kind

     Lebenshilfen für Kinder und ihre Eltern

     Schulungskurs in Bad Suiza - 3 DVD 4 Stunden, 16 Minuten

     Haltet mich, dass ich am Leben bleibe Lõsungen für Adoptierte

     216 Seiten, 163 Abb. 2. Auflage 2001. Carl-Auer-Systeme Verlag

     In der Seele an die Liebe rühren Familien-Stellen mit Eltern und Pflegeeltern von behinderten Kindern

     120 Seiten, 80 Abb. 1998.

     Carl-Auer-Systeme Verlag (vergriffen)

     O outro jeito de falar

     Um curso para pessoas com distúrbios de fala e seus ajudantes

     146 p., 2007, Editora Atman

     Histórias de amor

     182 p., 2007, Editora Atman

     Alie Kinder sind gut und ihre Eltern auch Vortrag und Meditationen

     Schulungskurs in Bad Suiza

     1 Stunde, 12 Minuten

9.4.4.2  Livros

     Kindliche Not und kindliche Liebe

     Familien-Stellen und systemische Lõsungen In Schule und Familie.

     Hrsg. Sylvia Gomez Pedra.

     208 Seiten, 119 Abb. 2. korr. u. überarbeitete Auflage 2002. Carl-Auer-Systeme Verlag

     Wenn ihr wüsstet, wie ich euch liebe

     Wie schwierigen Kindern durch Familien-Stellen und Festhalten geholfen werden kann.

     Mit Jirina Prekop.

     280 Seiten, 104 Abb. 3. Auflage 2003. Kõsel Verlag.

     Dieses Buch ist auch ais Taschenbuch erschienen bei Knaur (Mens Sana)

     ISBN 3-426-87250-1