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Capítulo 11
Dianética - Passada e Futura


Dianética:
A Ciência da Saúde Mental

Livro Três
A Terapia

L. Ron Hubbard
Ponte para liberdade dos engramas da mente reativa
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11  Dianética - Passada e Futura
    11.1  A história de dianética
    11.2  Dianética judiciária
    11.3  Dianética e a guerra
    11.4  O futuro da terapia

11.1  A história de dianética

     A história de Dianética seria a história de uma viagem de descoberta, uma exploração de reinos novos e quase desconhecidos, Terra Incógnita, a Mente Humana, uma terra que fica dois centímetros atrás da sua fronte.

     A viagem levou doze anos e a labuta foi longa, mas agora temos mapas e podemos ir e voltar à vontade.

     A observação de raças selvagens e civilizadas, nesta e em regiões distantes, formou os alicerces da pesquisa antropológica: os escritos de alguns humanos nos últimos quatro mil anos formaram os roteiros eruditos. Os antigos escritos hindus, o trabalho dos Gregos e Romanos da Antiguidade, incluindo Lucrécio, as obras de Francis Bacon, as pesquisas de Darwin e alguns dos pensamentos de Herbert Spencer compõem a maior parte dos antecedentes filosóficos. A absorção inevitável da nossa cultura atual proporcionou muita informação que não foi notada. O restante tem sido aquilo a que o navegador chama "fora do mapa".

     Em 1935 foi iniciada alguma da pesquisa básica; em 1938, os axiomas primários foram descobertos e formulados. Nos vários anos que se seguiram, esses axiomas foram postos à prova no laboratório do mundo. A guerra interrompeu o trabalho, como as guerras normalmente fazem por serem um caos, mas logo após a cessação das hostilidades, a pesquisa foi recomeçada. Em menos de um ano, os fundamentos desta ciência, tal como estes se aplicam à mente humana, tinham sido integrados. Estes foram testados numa longa série de pacientes escolhidos ao acaso e cada novo teste refinou mais o trabalho, mas cada aplicação trouxe resultados específicos.

     Cinco anos após o reinício deste trabalho, em 1950, a obra estava preparada para publicação, tendo todos os testes apresentado a conclusão de que Dianética é uma ciência da mente, que de fato revela leis do pensamento até agora desconhecidas e que tem funcionado em todos os tipos de doença psicossomática mental inorgânica e orgânica. Além disso, no refinamento da forma alcançada, provou que era possível o uso fácil desta obra por pessoas que não receberam qualquer formação prolongada.

     O objetivo que alcançamos aqui é uma ciência funcional e que pode ser aplicada com sucesso por indivíduos após um curto período de aprendizagem. Este objetivo nunca antes tinha sido atingido ou sequer aproximado.

     Quando alguém consegue pousar um pé em terras desconhecidas, ele toma conhecimento de mais coisas e o horizonte alarga-se mais com cada novo dado, incluindo corpos mais amplos de conhecimento. Dianética cura, e cura infalivelmente. E existem objetivos adicionais.

     A educação, a medicina, a política, a arte e, de fato, todos os ramos do pensamento humano, são clarificados com Dianética. E mesmo assim, isso não é suficiente.

     Dianética tem, por enquanto, uma história breve: tem uma juventude forte: antecipa um amanhã melhor. Antes de se tornar mais velha, a sua esfera de ação terá abarcado ainda mais. A história de Dianética mal começou.

     O Plano A incluía o aperfeiçoamento da ciência, o seu teste em pacientes de todos os tipos e, por fim, a disseminação de Dianética como terapia. Esse plano termina com a publicação deste livro.

     O Plano B inclui uma pesquisa adicional sobre a força vital, uma tentativa de resolver alguns dos males ainda não abrangidos, tais como o cancro e diabetes, e o aperfeiçoamento das técnicas descobertas e a sua disseminação. Isso concluirá o Plano B.

     O Plano C inclui um esforço para descobrir um escalão mais alto da origem e destino universais, se este for um problema de origem e destino, e os fatores e forças implicados, com o fim de garantir uma melhor compreensão e a aplicação útil do conhecimento assim adquirido, se for de fato adquirido, e a sua disseminação caso seja adquirido.

     Uma porção do Plano B é a organização de uma fundação, para que a pesquisa possa ser efetuada mais rapidamente.

     A história de Dianética mal começou. Só o futuro poderá dizer que outras coisas começam com o nascimento de uma ciência da mente.

11.2  Dianética judiciária

     Este breve sumário de Dianética judiciária é incluído na presente obra como um auxílio ao auditor.

     Dianética Judiciária abrange o campo do julgamento do ser humano, dentro da sociedade e entre as sociedades. Abrange, necessariamente, a jurisprudência e os seus códigos e estabelece definições e equações exatas para o estabelecimento da equidade. É a ciência do julgamento.

     A jurisprudência e os seus juízos são construídos sobre as pedras angulares do certo e do certo e do errado, do bem e do mal. A definição dessas coisas é inerente a Dianética: com estas definições é possível chegar a uma solução correta no que respeita a qualquer ação ou ações do ser humano.

     O teste fundamental da racionalidade é a capacidade de diferenciar o certo do errado. Os fatores fundamentais no estabelecimento da censura são o bem e o mal. Sem uma definição precisa destes quatro fatores, qualquer estrutura de lei ou de julgamento perde força e complica-se através da introdução de fatores arbitrários que procuram julgar por meio da introdução de erros para anular erros. Códigos penais que respondam a todas as necessidades só podem ser escritos quando existirem definições científicas precisas para os quatro fatores e só então é que poderá ser estabelecida e formulada uma equidade civil, que não conduza à injustiça.

     Os problemas de jurisprudência e, na verdade, de todo o julgamento estão inextricavelmente entrelaçados com os problemas do comportamento.

     Uma sociedade ideal seria uma sociedade de pessoas não-aberradas, de Clears, que levassem as suas vidas dentro de uma cultura não-aberrada: pois quer a pessoa quer a cultura poderão ser aberradas. As aberrações da cultura entram nas equações de conduta como fatores irracionais, tanto pela porta da educação, como pela dos costumes sociais e da jurisprudência. Não basta que o próprio indivíduo seja não-aberrado, pois ele encontra-se dentro dos limites de uma sociedade que construiu a sua cultura com muitos preconceitos e costumes irracionais.

     O estabelecimento da verdadeira fonte do erro e do mal é um problema fundamental de toda a jurisprudência. A verdadeira fonte está, infelizmente, nas irracionalidades daqueles em gerações passadas que, trabalhando com conhecimento limitado e oprimidos pelo meio circundante, procuraram soluções com equações que continham fatores falsos e indefinidos. Essas gerações, sepultadas há muito, não podem ser levadas a tribunal. Nós somos os herdeiros de todas as épocas passadas e isso é bom: mas também somos os herdeiros de todas as irracionalidades do passado e isso é mau. Em tais circunstâncias e na ausência de uma racionalidade geral, o auditor não pode julgar o preclear com exatidão relativamente às suas ações más ou erradas. O criminoso e o insano, o hipocondríaco e o marido que espanca a esposa, o ditador impiedoso que procura fazer tremer o mundo e o varredor de rua que apenas fica sentado a chorar são todos, e cada um deles, aprisionados e impelidos pelas suas próprias fontes de irracionalidade, pelo mundo que entrou nas profundezas ocultas das suas mentes torturadas pela dor e que, sob a forma de aberração social, os esmaga do exterior.

     O auditor está interessado no que foi feito ao seu paciente, não no que foi feito pelo seu paciente; pois aquilo que o paciente tenha feito está sempre fora do alcance da recordação e não foi a fonte, mas apenas a manifestação das suas mágoas.

     Havendo uma sociedade de pessoas não-aberradas, havendo uma cultura a que tenha sido retirada toda a irracionalidade, então e só então pode o ser humano ser verdadeiramente responsável pelos seus atos, então e só então. Mas precisamos de assumir agora a sombra da responsabilidade por esse fato. Um humano não precisa de se render aos seus engramas.

     Talvez nalguma data distante só sejam concedidos direitos civis, de acordo com a lei, à pessoa não-aberrada. Talvez nalguma época futura seja alcançado o objetivo de apenas a pessoa não-aberrada poder obter e beneficiar de cidadania. Estes são objetivos desejáveis, que produziriam um aumento marcante na capacidade de sobrevivência e felicidade do ser humano.

     Mesmo agora, os códigos de jurisprudência podem ser melhorados e é possível determinar com precisão se o ato que levou o indivíduo perante a lei foi um ato aberrado, ou se foi causado por uma aberração da cultura, ou se foi um ato cometido em detrimento de outrem ou da sociedade. O processo de punição pode, com certeza, ser aperfeiçoado de modo a sentenciar o indivíduo, não a mais aberração como prisioneiro ou um humano arruinado, mas a um plano mais elevado de razão, através da erradicação da aberração.

     Os atos passados de um indivíduo que foi Clareado deviam ser riscados dos seus registros, da mesma forma que as suas doenças o foram, pois com a remoção da causa não há motivo para punição, a menos que a própria sociedade seja tão aberrada que deseje funcionar com base em princípios sádicos28. Isto é mais do que mero idealismo, pois pode-se demonstrar que a aberração, nos indivíduos e na sociedade, aumenta progressivamente na proporção da quantidade de punição aplicada.

     Esforços para resolver problemas de jurisprudência, que ainda não abrangiam definições exatas para certo e errado, bem e mal, apenas podiam recorrer a um princípio conhecido em Dianética como a Introdução de um Arbitrário. Foram aplicadas regras gerais e imutáveis aos problemas em um esforço para os resolver e, no entanto, cada nova regra afastava ainda mais a razão, de modo que eram necessárias ainda mais regras. Uma estrutura arbitrária é aquela em que se observou um erro e se tentou corrigi-lo através da introdução de outro erro. Numa complexidade progressiva é preciso introduzir novos erros para anular os maus resultados dos erros anteriores. Uma cultura, para não falar da jurisprudência, torna-se complexa e desajeitada na proporção do número de novos males que é obrigada a introduzir, para anular males anteriores. Por fim, não pode haver razão; só pode haver força e, onde não existe a razão e no entanto existe força, não há nada senão o turbilhão de uma fúria insana. Onde houver uma fúria insana, ainda por resolver, com o tempo terá de surgir a apatia; e a apatia, em espiral descendente, chega inevitavelmente à morte.

     Estamos aqui numa ponte entre um estado do ser humano e o seguinte. Estamos acima do abismo que separa um planalto mais baixo de um planalto mais alto, e este abismo assinala um passo evolucionário artificial no progresso do ser humano.

     O auditor está nessa ponte. Quando Clareado, ele estará na sua extremidade mais alta. Ele verá muito tráfego a passar por essa ponte. Poderá ver costumes, leis, organizações e sociedades a tentarem evitar a ponte, mas ao prosseguirem nesse curso, estes tombam no vazio do abismo.

     Na sua atitude relativamente aos seus preclears ou à sociedade em geral, ele não pode ganhar nada repreendendo e julgando erros passados à luz do nível senciente atual. Além de não ganhar nada com isso, ele poderá inibir o progresso. É um fato inexorável que o ataque à irracionalidade já começou. Ataque a irracionalidade, não a sociedade ou o humano.

11.3  Dianética e a guerra

     Os organismos sociais a que chamamos estados e nações comportam-se e reagem, em todos os aspectos, como se fossem organismos individuais. A cultura tem a sua mente analítica, a natureza senciente combinada dos cidadãos em geral e dos seus artistas, cientistas e estadistas em particular. O banco de memória padrão social é composto pelos dados acumulados ao longo das gerações. E o organismo social tem também a sua mente reativa, representada pelos preconceitos e irracionalidades do grupo inteiro. Esta mente reativa é servida por um banco de engramas onde se encontram experiências passadas dolorosas, e que dita ação reativa em certos assuntos, sempre que esses assuntos sejam restimulados na sociedade. Isto, muito resumidamente, é uma analogia usada em Dianética Política.

     O organismo social comporta-se de uma maneira que pode ser representada na Escala de Tom; este tem a sua dinâmica de sobrevivência e os seus supressores, a sua supressão interna devida a engramas e o seu impulso na direção de um infinito de duração ótima. Criminosos, traidores e fanáticos, por exemplo, constituem os engramas internos que suprimem o potencial de sobrevivência na Escala de Tom.

     Há uma definição exata para cada nível social, na forma como se relaciona com a Escala de Tom. Uma sociedade livre, trabalhando em cooperação completa para realizar objetivos comuns, seria uma sociedade de Tom 4. Uma sociedade limitada por restrições arbitrárias e leis opressivas seria uma sociedade de Tom 2. Uma sociedade comandada e dirigida pelos caprichos de um humano ou de poucos humanos seria uma sociedade de Tom 1. Uma sociedade governada pelo mistério e superstição de alguma organização mística seria uma sociedade de Tom 0. O potencial de sobrevivência, em cada caso, pode ser visto em qualquer lugar da História. Qualquer Idade de Ouro é um Tom 4. Práticas opressivas, ganâncias individuais e erros de cálculo em geral reduzem a sociedade introduzindo-lhe elementos descontentes. Para fazer face a estes, no passado aplicou-se mais opressão. A sobrevivência da sociedade foi reduzida ainda mais. Com mais opressão vieram novos engramas e, assim, as oportunidades de uma sobrevivência longa deslizaram pela Escala de Tom abaixo. E com esta redução de potencial veio a dor, à medida que se entrava nas zonas inferiores.

     As sociedades sobem e descem na Escala de Tom. Mas existe um ponto de perigo, abaixo do qual uma sociedade não pode ir sem reagir tal como o faria um indivíduo igualmente suprimido: a sociedade atinge um ponto de ruptura e enlouquece. Este ponto encontra-se por volta de 2.0.

     A luta de sociedade com sociedade, de nação com nação tem muitas causas, todas elas mais ou menos irracionais. Houve muitas ocasiões em que uma sociedade foi forçada a esmagar outra menos senciente do que ela. Mas com cada colisão nasceram novos engramas, tanto no cenário internacional como dentro das próprias sociedades.

     A guerra é um Tom 1 internacional. Não é mais racional do que qualquer indivíduo que, chegando a um Tom 1 geral e crônico, é posto em um manicômio ou, temporariamente em Tom 1, comete algum crime e depois é aprisionado. Porém, não há um carcereiro para as sociedades, nesta altura só há morte e, portanto, elas morrem e têm morrido.

     Até agora, uma nação não tinha nenhum meio para empregar senão a força, quando confrontada com outra nação enlouquecida. Por contágio de aberração, ambas as nações enlouqueciam. Nenhuma nação venceu completamente uma guerra. Nenhuma nação finalmente triunfou pela força das armas. Nenhuma nação evitou a guerra se mostrando ameaçadora ou exibindo as defesas.

     Devido a estes ódios acumulados, o ser humano está agora perante armas tão poderosas, que ele próprio poderá desaparecer da Terra. O problema não está no controle dessas armas. Elas explodem quando e onde o ser humano lhes diz que explodam. O problema está no controle do ser humano.

     Não há nenhum problema nacional, no mundo de hoje, que não possa ser resolvido somente pela razão. Todos os fatores que inibem uma solução do problema da guerra e das armas são fatores arbitrários, e não têm mais validade do que as explicações justificativas de um ladrão ou assassino.

     O agricultor de Iowa não tem nenhuma disputa com o lojista de Estalinegrado. Aqueles que dizem que tais disputas existem estão a mentir.

     Não há preocupações internacionais que não possam ser resolvidas por meios pacíficos, não em termos de um governo supranacional, mas em termos de razão.

     Manobrando ideologias indefiníveis, manipulando a ignorância das massas, entidades inexistentes marcham pelo mundo como pesadelos na forma de Deuses do Ismo.

     Nenhum interesse pessoal é tão grande que exija a chacina da Humanidade. Aquele que a exigisse, aquele que não a evitasse por todos os meios racionais, é insano. Não há nenhuma justificação para a guerra.

     Por detrás das cortinas da língua e de costumes diferentes, os povos são ensinados a não reconhecer qualquer afinidade com outros povos. Ensinados pelos seus próprios terrores e governados pelas suas próprias aberrações, os dirigentes apresentam os outros ismos como coisas detestáveis.

     Hoje em dia, não existe na Terra um estado político perfeito, nem sequer há uma boa definição de um credo político perfeito. Os Estados são vítimas de aberrações internas e externas.

     Dianética trata a guerra porque há, de fato, uma corrida entre a ciência da mente e a bomba atômica. Poderá não haver uma geração futura para saber qual ganhou.

     Só a racionalidade pode guiar o ser humano através destas ameaças de extinção.

     A insanidade não existe sem uma confusão de definições e propósito. A solução para o problema internacional não se encontra no controle ou redução de armamento, nem mesmo na repressão dos humanos. Esta solução encontra-se na definição da teoria e da atividade políticas em termos tais, que não possa existir má interpretação de processos claros; encontra-se no estabelecimento de objetivos racionais para os quais as sociedades possam trabalhar, coletiva e individualmente; e encontra-se numa competição entre sociedades, com ganhos tão grandes, que nenhuma se torne dispensável para a outra.

     A luta primária do ser humano não é contra o ser humano: isso é insanidade. A luta primária do ser humano é contra os elementos que o oprimem como espécie e que impedem o seu impulso na direção de objetivos elevados. A luta do ser humano é com os elementos, com o espaço e o tempo, e com as espécies que lhe sejam destrutivas. Ele mal começou a sua conquista. Ele agora está armado de ferramentas suficientes e de ciência suficiente para ser bem-sucedido na sua conquista do Universo. Não dispõe de tempo para disputas, para se entregar a birras e estar de paleio à janela com os vizinhos sobre bombas atômicas.

     A utilização do poder atômico põe outros mundos ao seu alcance. Porquê discutir por causa deste? As recentes descobertas no campo da fotossíntese parecem oferecer uma boa perspectiva de alimentar e vestir o ser humano regiamente, mesmo que o seu número na Terra venha a ser mil vezes superior aos milhares de milhões atuais. Por que razão é que ele discute? Porquê?

     Dois humanos racionais entrarão numa competição por proveito, valor e produção. Será que estas nações enormes, estes poderosos, temíveis e estrondosos "gigantes" são na verdade meninos mal instruídos e com pouca sanidade mental, que gritam insultos uns aos outros pela posse de um gato morto? Então e os exércitos? Os exércitos morrem. Se o poder dá razão, então Roma ainda governa o mundo. Quem teme agora esta curiosidade arqueológica que foi Roma?

     Há um objetivo mais elevado, um objetivo melhor, uma vitória mais gloriosa do que cidades devastadas e mortos queimados pela radiação. Há liberdade, felicidade, abundância e um Universo inteiro para conquistar.

     Aquele que não o vê está longe de merecer governar. Aquele que se entrega aos seus ódios é demasiado insano para aconselhar.

     Quanto pode o ser humano conquistar? Ele perde, se conquista o ser humano. Ele ganha, se conquista os seus próprios medos e depois conquista as estrelas.

     Ataque os inimigos naturais do ser humano, ataque-os bem, e a guerra do ser humano com o ser humano não poderá ser um problema daí em diante. Isto é racionalidade.

     Dianética não é contra a luta; ela define o que poderá ser combatido. Essas coisas incluem as fontes de sofrimento do ser humano dentro do indivíduo, dentro da sociedade e os inimigos da Humanidade. O ser humano, desorientado, não tem reconhecido os seus inimigos. Eles agora são visíveis: ataque!

11.4  O futuro da terapia

     Dentro de vinte ou cem anos, a técnica terapêutica oferecida neste volume parecerá obsoleta. Caso isso não aconteça, então a fé do autor na inventividade dos seus semelhantes não terá sido justificada. Temos aqui uma coisa que não existiu antes, uma ciência da mente que funciona invariavelmente. Os métodos de aplicação não podem deixar de ser aperfeiçoados.

     Todas as ciências começam com a descoberta de axiomas básicos. Estes progridem à medida que se descobrem novos dados e se alarga o âmbito da ciência. Surgem várias ferramentas e técnicas continuamente, melhoradas e aperfeiçoadas. Os axiomas básicos, as descobertas iniciais de Dianética, são verdades científicas tão sólidas, que pouco serão alteradas. Os dados descobertos por esses axiomas já são muitos e expandem-se diariamente. As técnicas apresentadas neste volume para o uso desses dados serão, antes de passar muito mais tempo, modificadas e melhoradas. O seu mérito, neste momento, é que estas técnicas funcionam e produzem resultados científicos muito sólidos.

     Há muito tempo atrás, alguém estabeleceu os princípios básicos que tinham a ver com o fogo. Antes disso não tinha havido um fogo controlado. A culinária, o aquecimento e, finalmente, a metalurgia criaram uma nova cultura. Os princípios básicos do fogo não foram muito alterados. As técnicas empregadas para manejar o fogo, pouco após a sua descoberta pelo ser humano, hoje em dia seriam consideradas um tanto obsoletas. Hoje em dia temos fósforos, isqueiros e combustíveis, mas logo depois de se compreender e de se começar a usar o fogo, o acendedor de fogo por rotação e a pederneira e o aço teriam sido considerados invenções maravilhosas: mesmo assim, o ser humano já estava a usar o fogo há algum tempo e a usá-lo com proveito, como utilidade doméstica e como arma, quando o fogo por fricção e a pederneira e o aço foram descobertos ou inventados.

     No caso da roda, foram estabelecidos princípios básicos que não se alteraram até hoje. A primeira roda funcional deve ter sido uma coisa bastante difícil de manejar. Mas comparada com nenhuma roda, ela foi um milagre.

     Assim aconteceu com a terapia de Dianética. Os princípios básicos, axiomas e descobertas gerais de Dianética formam uma organização que o ser humano nunca antes possuiu. Tal como no caso das primeiras fogueiras e das primeiras rodas, a técnica terapêutica pode ser enormemente aperfeiçoada. Esta funciona agora; pode ser usada neste momento com segurança e eficácia.

     Esta técnica atual tem dois inconvenientes definidos. Requer mais perícia do auditor do que deveria ser necessária e não é tão rápida quanto poderia ser. Não deveria ser necessário que o auditor fizesse computações de qualquer espécie e, na verdade, poderia conceber-se uma técnica terapêutica em que não seja necessário um auditor, mas presentemente ele é vital. Fazer um Clear completo devia levar apenas um punhado de horas. Aqui, os problemas são relativos ao melhoramento em termos da necessidade de menos perícia e menos trabalho.

     Poder-se-ia dizer que caberia ao matemático e ao filósofo a tarefa de resolver todos os problemas e apresentar todos os aperfeiçoamentos. Na verdade, cabe a ele a tarefa de desenvolver qualquer técnica de aplicação, pois em qualquer sociedade deve haver uma partilha do trabalho.

     Quando os axiomas básicos e as computações ficaram concluídos, foi impossível publicá-los, pois não havia ninguém a quem tal pesquisa pudesse ser entregue para aplicação. Por isso, o trabalho teve de ser feito em toda a sua extensão, não apenas o trabalho de experimentação, mas também o desenvolvimento e a comprovação das técnicas de aplicação.

     Poder-se-ia fazer aqui uma analogia com a engenharia de pontes. Suponhamos que existem dois planaltos, um mais alto do que o outro, com um abismo profundo entre eles. Um engenheiro vê que, se o abismo pudesse ser atravessado pelo tráfego, o planalto mais alto que não havia sido usado até então, sendo muito mais fértil e agradável, tornar-se-ia o local de uma nova cultura. Ele incumbe-se da tarefa de construir uma ponte. Havia a suposição de que não era possível construir uma ponte através do abismo e, de fato, uma vez que as pessoas no planalto inferior não podiam ver o nível mais alto, a própria existência de um planalto mais alto era negada. O engenheiro, desenvolvendo novos princípios de construção de pontes e descobrindo novas significâncias nos seus materiais, consegue lançar uma ponte através do abismo. Ele próprio atravessa-a e inspeciona o planalto cuidadosamente; outros atravessam a ponte e, deleitados, examinam o novo terreno. Cada vez mais pessoas atravessam a ponte. Esta é sólida e, embora não seja larga, pode ser transposta com segurança. Não foi construída para tráfego pesado e veloz. Mas contêm os princípios básicos e os axiomas pelos quais o abismo pode ser transposto, vez após vez. Muitas pessoas começaram a aproximar-se do abismo e a olhar para cima.

     Que tipo de opinião teria o leitor da sociedade que está no planalto inferior se ela se limitasse a gemer, chorar, discutir e não desse qualquer ajuda na tarefa de alargar a ponte ou de fazer novas pontes?

     Neste manual, nós temos os axiomas básicos e uma terapia que funciona.

     Por amor de Deus, ponha mãos à obra e construa uma ponte melhor!


Notas de Rodapé:

28 A nossa sociedade atual não é aberrada a este respeito: o humano insano não é considerado culpado ou responsável pelos seus atos. A falta de uma definição de natureza precisa e científica para a insanidade, e não conseguindo reconhecer que todos os atos irracionais são insanidade temporária, a sociedade não tem sido capaz de levar a cabo a sua intenção fundamental.