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Em certo verão entre 1906 e 1911, houve um notável encontro envolvendo dois casais. Um dos casais era o Dr. William Sadler e sua esposa, a Dra. Lena Sadler; a identidade do outro casal não é conhecida. O acontecimento alteraria completamente as vidas de todos os quatro indivíduos, e teria implicações que ainda não são inteiramente compreendidas, quase um século depois.
A data exata e a natureza do encontro dos dois casais tem sido objeto de muita discussão. A data de 1911 deste episódio pode ser documentada por duas referências do Apêndice de "A Mente em Desordem". O Dr. Sadler simplesmente declara que ele foi levado ao contato com esse caso no "verão de 1911". Ele também declara: "Dezoito anos de estudo" tinha tido lugar ao tempo da publicação de "A Mente em Desordem", que ocorreu em 1929, novamente colocando o encontro em 191114. Alguns pesquisadores têm chamado isso um erro de impressão, proclamando que o Dr. Sadler entrou em contato com o assim chamado "sujeito adormecido" tão cedo quanto 1906. Dificilmente parece verossímil que ocorressem dois erros de impressão.
Uma data de 1908 é sugerida por outros pesquisadores, e é amparada pela evidência de que os Sadler, enquanto estavam esperando que uma nova residência fosse preparada, viveram temporariamente num apartamento em La Grange, Illinois, durante a primavera e o verão de 1908. Essa situação de residência temporária parece ter ocorrido apenas uma vez, e se ajusta com a versão da descrição do Dr. Sadler dos acontecimentos mais antigos que foram descobertos pelo autor Harold Sherman. A informação de Sherman é baseada numa conversação com o Dr. Sadler que teve lugar em 1942, na qual Sadler declarou que o primeiro encontro com o sujeito adormecido tinha sido cerca de "trinta e cinco anos atrás", aproximando-se mais das datas mais antigas15.
Longos e tediosos esforços têm sido feitos para estabelecer a data do primeiro contato de Sadler com o sujeito adormecido, com base nos registros de suas várias residências. Pode ter acontecido que eles tenham encontrado o sujeito adormecido em 1906 ou 1908 - não podemos estar seguros. Alguns acreditam que o Dr. Sadler criou intencionalmente confusão acerca da data para proteger a identidade do seu paciente, o indivíduo que se tornaria conhecido como o sujeito adormecido. É também possível que nos primeiros dias o sujeito adormecido aparentasse ser nada mais que um paciente com alguma espécie de desordem de sono. Como veremos, as sessões com o sujeito adormecido tiveram uma notável e enigmática mudança bastante mais tarde no processo.
Alguns escritores, com programas para desacreditar a autenticidade dos Documentos, detalharam informações biográficas sobre o Dr. Sadler e outros a fim de armar o palco para uma ou outra proclamação. Nesta história, estamos menos interessados em estabelecer as datas dos fatos e exaurir os aspectos biográficos de segundo plano dos participantes, do que em seguir o desenvolvimento histórico autêntico da Revelação.
É importante relatar aqui que todas as pessoas que se envolveram nos primeiros estágios do contato (e todos os estágios subsequentes) eram seres humanos bem comuns. Não obstante o status do Dr. Sadler como um psiquiatra e prolífero escritor no seu campo, tanto ele quanto sua esposa eram pessoas simples e comuns, com fraquezas e fortalezas exatamente como o resto de nós. Ninguém de meu conhecimento, associado ao Movimento de Urantia demonstrou qualquer status espiritual especial ou "capacidade" única. Nas primeiras sessões, podemos saber com segurança, que apenas o Dr. Sadler, a Dra. Lena, o sujeito adormecido e sua esposa estavam envolvidos. O filho do Dr. Sadler, Bill Sadler Jr., não esteve envolvido nos primeiros contatos, pois ele tinha apenas três anos de idade em 191116.
No Apêndice de "A Mente em Desordem", o Dr. Sadler estima que cerca de 250 seções noturnas com o sujeito adormecido tinha tido lugar por volta de1929. Temos apenas o testemunho do Dr. Sadler acerca dos acontecimentos que tiveram lugar antes da origem do Fórum e da ampliação da Comissão de Contato, no início dos anos vinte. Veremos que as atividades foram significativamente alteradas à medida que outras personalidades se tornaram envolvidas. Embora Sadler virtualmente nada tenha escrito acerca dos principais eventos que puseram a Revelação em movimento, Meredith Sprunger supre uma grande quantidade de informações que ele tinha colhido pessoalmente de Sadler.
Informações menos confiáveis acerca dos primeiros acontecimentos têm sido fornecidas por Harold Sherman, (um escritor e auto-proclamado psíquico) que era de modo geral hostil para com os Documentos de Urantia. Mesmo assim, Sherman e sua esposa eram repórteres, e eles proclamam que tiveram uma entrevista franca com o Dr. Sadler em agosto de 1942, na qual ele descreveu os primeiros episódios. Eles dizem que registraram suas lembranças imediatamente depois de ouvir a história17.
De modo geral, aquilo que Sherman escreveu, em seu livro "How to Know What to Believe [Como Saber no Que Acreditar]" é auto-serviço e configurado para apoiar seus próprios modos de ver os fenômenos psíquicos. Contudo, no segmento particular de seu livro referente à história do Dr. Sadler dos primeiros contatos, grande parte de suas informações mostram correlação com as do Dr. Sprunger e outros Urantianos dos primeiros tempos. Também em apoio dessa parte da narrativa de Sherman são os comentários de Carolyn Kendall, que trabalhou brevemente para o Dr. Sadler como recepcionista e que tem sido estreitamente associada com a Urantia Foundation. Carolyn declara que quando ela tinha "quase 19 anos de idade" (em 1951), o Dr, Sadler contou para ela a história do sujeito adormecido. Carolyn relembra que foi "essencialmente o mesmo que no livro de Sherman"18.
Se, em favor do argumento, nós desprezarmos a diferença e usarmos a data de 1908, pintamos um William Sadler com 33 anos de idade, sua esposa Lena, e um recém-nascido Bill Sadler Jr., vivendo num subúrbio da velha Chicago, em Illinois. Eles estavam temporariamente alojados num apartamento mobiliado, esperando que a nova residência deles fosse preparada. Sabemos que alguns registros relatam que meio tarde numa noite de verão houve uma batida na porta. Uma senhora, evidentemente outra inquilina diretamente abaixo do apartamento deles, tinha sabido que eles eram médicos.
"Vocês desceriam comigo?" pediu ela. "Algo aconteceu a meu marido. Ele tinha ido dormir, está respirando de maneira muito estranha, e não consigo acordá-lo19."
Os Sadler vestiram robes e chinelos e seguiram a distraída mulher para seu apartamento. No quarto de dormir eles encontraram um homem de meia-idade, jazendo num leito. Estava aparentemente dormindo, mas sua respiração parecia perturbada. Ele respirava um par de vezes rapidamente e em seguida suspendia a respiração por um intervalo quase alarmante. O Dr. Sadler rapidamente tomou-lhe o pulso e ficou surpreso de encontrá-lo normal. Contudo, a profundeza do sono do sujeito era bastante acentuada. O Dr. Sadler tentou várias vezes despertar o homem , mas sem sucesso. Finalmente, parecia que nada restava a fazer exceto esperar.
Aproximadamente uma hora se foi. O corpo do homem fez vários movimentos bastante violentos durante esse período. Então, subitamente ele se levantou e olhou em volta. "Quem são essas pessoas?" perguntou ele para sua esposa. Ela explicou que eles eram médicos que ela tinha chamado do andar de cima quando não pudera acordá-lo. Ele exclamou: "O que? Que aconteceu? Há algo errado?"
O Dr. Sadler perguntou: "Como se sente?" "Sinto-me bem", respondeu o homem. "Sobre o que era que você estava sonhando?" perguntou o Dr. Sadler. "Ora, nada." respondeu o homem. "Mas você esteve saltitando por toda a cama", disse Sadler. "Bem, eu nada sei a esse respeito", respondeu o homem. "Eu me sinto bem."
Após um pouco de conversa banal, o Dr. Sadler disse: "Veja, eu creio que seria aconselhável que você viesse para um exame completo, amanhã de manhã. Isso é bastante incomum, e queremos estar no lado em que não há perigo." O homem e sua esposa concordaram.
No dia seguinte o Dr. Sadler fez o exame e descobriu que o cavalheiro estava em excelente condição física. Depois de testá-lo completamente, Sadler conferiu a história familiar do homem. Não havia registro de insanidade ou epilepsia. O Dr. Sadler sugeriu que gostaria de manter o paciente sob observação durante algum tempo, e o paciente consentiu20.
Várias semanas se passaram. Então a esposa chamou e informou os Sadler de que seu marido estava outra vez em seu profundo sono peculiar. Os médicos corresponderam, e descobriram estar ele no mesmo estado de sono profundo de antes. Tentaram erguê-lo, até mesmo picando-o com alfinetes, mas nada funcionou. Afortunadamente o pulso permanecia normal durante todas as estranhas sequências de respiração e movimentos anormais, portanto nada acerca do extraordinário estado parecia apresentar risco de vida. Em seguida ele acordou como antes, completamente esquecido de qualquer comportamento incomum durante seu sono. Ambos os médicos estavam perplexos.
O fenômeno ocorreu várias vezes pelo outono daquele ano, quando a nova residência dos Sadler ficou pronta. O arrendamento do apartamento do paciente estava expirando ao mesmo tempo. Ele e sua esposa decidiram se mudar de forma que pudessem estar perto dos Sadler. Foi nesse novo endereço que o "sono" peculiar do paciente se tornou consideravelmente mais notável e embaraçoso.
Os Sadler logo foram chamados para a nova residência do sujeito. O procedimento costumeiro foi seguido, e os médicos se sentaram perto da cama, observando e esperando que ele despertasse. Lena Sadler notou que o sujeito estava umedecendo os lábios. "Talvez ele queira dizer algo. Talvez devêssemos fazer uma pergunta", disse ela. "Como você se sente?"
Para grande espanto de todos, o sujeito falou! Mas a voz era peculiar, não sua voz normal. A voz se identificou como um estudante visitante em missão de observação, vindo de outro planeta21! Esse "ser" aparentemente estava de alguma forma conversando através do sujeito adormecido. Ambos os médicos pensaram que estavam simplesmente observando um fenômeno conhecido como fala automática. Essa atividade envolve a mente subconsciente, e pode ter lugar sem que o paciente esteja cônscio disso.
Para verificar este diagnóstico, o Dr. Sadler providenciou para que o sujeito viesse para seu escritório, poucos dias depois da notável ocorrência. Ele estava seguro de que devia explorar a mente do sujeito, de maneira a descobrir a fonte de (o que parecia ao Dr. Sadler na ocasião) um fenômeno que estava enraizado no subconsciente do sujeito adormecido. Em casos de atividade subconsciente que aparentemente aciona comportamentos de outra forma inexplicáveis, o instrumento tradicional da psiquiatria é a hipnose. A pedido do Dr. Sadler, o sujeito adormecido concordou em ser hipnotizado.
Uma vez no escritório, o Dr. Sadler achou difícil por o sujeito "sob" hipnose. Depois de finalmente conseguir um estado de hipnose (nesta e em sessões subsequentes), o Dr. Sadler percebeu que absolutamente não havia no subconsciente ciência da informação que fora discutida pelo pretenso visitante celestial. Isso era muito espantoso e bastante embaraçoso. À medida que o tempo avançava outros supostos seres visitantes começaram a falar "através" do sujeito. O Dr. Sadler permanecia confuso quanto a como os desafiantes e incomuns seres materiais revelados poderiam ter sua origem na psique do paciente. A qualidade, a excelência e consistência do que estava sendo relatado impressionou a ambos os médicos. O Dr. Sadler e a Dra. Lena estavam também perplexos pelo fato de que o sujeito adormecido era indiferente ao processo e ao material que deste resultava. Embora a esposa do sujeito adormecido estivesse ansiosa acerca dos procedimentos, o sujeito parecia ter pouco interesse ou preocupação acerca do que tivesse acontecido durante o seu estado de sono profundo.
Não obstante seu malogro, o Dr. Sadler continuou e estar seguro de que podia encontrar uma "explicação científica" para o caso. Ele começou a consultar outros cientistas e médicos acerca do misterioso fenômeno do sujeito adormecido. Como declarado anteriormente, Howard Thurston e Sir Hubert Wilkens, peritos em fraudes espiritualistas e truques, foram convocados. Estes e outros especialistas foram incapazes de explicar o estranho comportamento do sujeito adormecido - e ficavam igualmente intrigados e desconcertados pelas notáveis informações vindas das sessões noturnas com ele.
Nesse entre tempo, a vida prosseguiu. A década entre 1911 e 1921 viria a ser uma das mais turbulentas e terríveis da história humana. O poderoso Titanic deslizou sob as ondas do Atlântico em abril de 1912, uma formidável reprovação da tecnologia dos seres mortais que tinham desafiado a natureza a afundá-lo. A perda material do Titanic foi largamente comunicada. Mas a indiferença corporativa da White Star Line foi calmamente aceita e não relatada pelas novas mídias da época: a companhia reduziu o pagamento da tripulação a partir do minuto em que o navio afundou. As desoladas viúvas receberam os cheques de pagamento diminuídos ainda mais, uma vez que o custo dos uniformes de seus maridos eram deduzidos - uma breve nota explicava que os uniformes não haviam sido recolhidos como era exigido. Dois anos depois o mundo civilizado estava em guerra. Mesmo assim, em 1919 estava tudo terminado, as sementes para a segunda Guerra Mundial estavam para ser semeadas na pós-colheita daquela primeira luta. Enquanto isso, em Chicago, o preparo do solo continuava para uma nova era de vida religiosa e descoberta espiritual. No início dos anos vinte, o esforço para trazer uma revelação memorável para iluminar a escuridão materialista de Urantia tomou uma nova direção.
Por volta de 1923, a caminho da Universidade do Kansas, para uma conferência sobre psicologia da Gestalt, O Dr. Sadler escreveu uma nota para Bill Sadler, seu filho, que estava com 15 anos e naquele momento no curso secundário. O Dr. Sadler sugeria que seria bom começar a se juntar com alguns dos amigos e colegas tanto da Dra. Lena quanto do Dr. Sadler para o chá e discussões filosóficas nas tardes de domingo. (Os Sadler tinham se mudado para sua espaçosa nova residência no número 533 de Diversey Parkway, no ano anterior). Ele propunha que Bill falasse sobre isso com sua mãe. Quando o Dr. Sadler voltou para Chicago, descobriu que sua esposa tinha convidado um grupo de cerca de trinta amigos para um chá às três horas da tarde de domingo22.
O grupo estava destinado a se tornar o "Fórum", e cedo começou a incluir indivíduos interessados de todos os caminhos da vida. Clyde Bedell23 disse-me que havia um breve processo de seleção consistindo de uma entrevista com o Dr. Sadler, e que as primeiras sessões eram bastante informais. Mais tarde, à medida que os Documentos de Urantia eram lidos, os encontros podem ter-se tornado um bocado tediosos. A troca de membros do Fórum era grande, e durante o seu período de existência, um total de 486 membros tinham ido e vindo. O encontro final do Fórum como tal, teve lugar em 31 de maio de 194224. Numa entrevista de 1983, Clyde Bedell falou daqueles primeiros dias. O Ano era 1924. Clyde tinha 26 anos de idade. Ele tinha apenas acabado de voltar para Chicago:
"Eu vi Lister Atwood ... Eu jantei domingo em sua casa ... Ele perguntou-me se eu gostaria de ir a um encontro de Fórum na casa de um eminente psiquiatra de Chicago. Fiz algumas poucas perguntas, e ele disse: `Bem, Sadler é um orador fantástico; fala sobre toda espécie de coisas. As discussões podem ir em qualquer direção. Mas ele é um homem fascinante, interessante, brilhante.' ... Assim, naquele primeiro domingo eu jantei na casa de Lister e nós fomos para o Fórum de Sadler, no Diversey, 533. Foi extremamente interessante. Não tenho idéia agora acerca do que se tratou, ou do que ele falou, ..."
Clyde prossegue para dizer que ele pediu permissão ao Dr. Sadler para convidar uma mulher para assistir a uma sessão. Ele trouxe sua futura esposa, Florence Evans, para o próximo encontro.
"Devo mencionar, incidentalmente, o fato de que pouco depois que eu me juntei ao Fórum, Lister Atwood estava cansado do Fórum ... Houve uma completa virada. Não havia limites sobre o que poderia ser discutido. Penso que muitas pessoas do Fórum inicial sentiram, anos mais tarde, que a ele tinham sido levados pelas circunstâncias. Se é esse o caso, o que ocorreu antes que os documentos começassem a vir ... não era uma parte das circunstâncias. É uma coisa estranha, mas ... muitas coisas que pensamos hoje que devíamos ter lembrado, não lembramos ... Em que ano os documentos começaram a aparecer? Não sei. Se tivéssemos sabido que uma coisa tal como uma revelação para toda uma época estava a caminho, teríamos mantido diários ..."25
À medida que o Fórum começou a discutir vários assuntos, o Dr Sadler foi continuando seus esforços para descobrir a fonte das enigmáticas manifestações noturnas do sujeito adormecido. Ele e sua esposa tinham começado a elaborar previamente várias perguntas acerca do universo, expressando-as quando surgia a oportunidade.
Sadler decidiu privadamente desenvolver uma série de perguntas especialmente difíceis, como um teste. Ele memorizou cinquenta e duas perguntas específicas (O Dr. Sadler se fazia notar por ter uma memória fotográfica notável) para ver se esses assim-chamados "visitantes estudantes" podiam averiguar o que estava em sua mente. Deve-se notar, de acordo com o Dr. Sprunger, que Sadler não acreditava que telepatia mental fosse possível.
Pouco depois, numa das seções noturnas com o sujeito, o Dr. Sadler e a Dra. Lena encontraram uma "personalidade eletrizante" que proclamou ser de um planeta distante. Ele excitou enormemente os médicos por seus comentários. Quando essa personalidade parecia estar para partir, o Dr. Sadler desafiou-o dizendo: "Como pode você provar que é quem diz ser?" A entidade respondeu: "Não posso provar - mas você não pode provar que eu não sou." Em seguida deixou o médico atordoado com esta observação: "Contudo, acabo de receber permissão para responder a quarenta e seis das cinquenta e duas perguntas que você tem mantido em sua mente."
Surpreendida, Lena disse bem alto: "Ora Will, você não tem uma tal lista de perguntas, tem?" O Dr. Sadler foi forçado a admitir, "Tenho sim, Lena, e cinquenta e duas é número exato."
A surpreendente personalidade passou então a responder, como prometido, as quarenta e seis perguntas aceitáveis26. Depois ele acrescentou uma aguda admoestação:
"Se você soubesse com quem está em contato, não me faria perguntas tão triviais. Você faria em vez disso perguntas que pudessem dar lugar a respostas de valor supremo para a raça humana27."
Ao tempo em que a observação acima foi feita (provavelmente no fim de 1924) podemos estar razoavelmente seguros de que o grupo que haveria de tornar-se a Comissão de Contato consistia de Dr. Sadler, que estava então com 48 anos, Dra. Lena (48), a irmã de Lena, Anna Bell Kellogg (49) e o marido dela, Wilfred Custer Kellogg (50). Emma Louise Christensen (36) tinha se tornado como que um novo membro, uma vez que fora "adotada" como um membro da família pelos Sadler em dezembro de 192328. Bill Sadler Jr. não esteve na sessão da "personalidade eletrizante", descrita acima, e relatou seu conhecimento a respeito, por "ouvir dizer"29 Clyde Bedell menciona, na entrevista de 1983, que os Kellogg tinham uma filha que pode ter "muito raramente" assistido a algumas das seções do sujeito adormecido. Ele também tinha uma vaga lembrança de outro médico que pode ter assistido ocasionalmente nos primeiros dias. O historiador Urantiano Mark Kulieke identifica o médico como possivelmente Meyer Solomon. (O Dr. Solomon escreveu uma "Introdução do Neurologista" para "A Mente em Desordem" em 1929, página xiii - xv. Ele era um professor na Escola de Medicina da Northwestern University).
Podemos razoavelmente admitir que foi preservada a primeira atitude de Bill Sadler Jr. com relação à Revelação. O Dr. Sadler escreveu no começo de 1958:
"Quando meu filho voltou para casa de uma licença de uma Unidade Militar da Marinha para ler os Documentos de Urantia, a primeira pergunta que ele me fez foi: `Pai, há alguém ganhando dinheiro com isso?' Eu respondi: `Não, filho, mas há um bom número de pessoas que estão gastando dinheiro nisso' "30
Eventualmente Bill Sadler Jr. tornou-se um dedicado membro da Comissão de Contato, um estudante dos Documentos, e talvez o primeiro Urantiano filósofo. A composição final da Comissão de Contato que viu o projeto em sua fase de conclusão31 consistia de seis membros: Os Drs. William e Lena Sadler, Wilfred e Anna Bell Kellogg, Emma Christensen (ou Christy) e Bil Sadler Jr.
Quem quer que estivesse presente quando a dramática declaração do visitante celestial foi feita, somos informados de que ela foi considerada como um desafio tanto quanto uma censura. Na noite da notável admoestação, diz-se que o Dr. Sadler mais tarde observou:
"Agora eles o pediram. Vamos fazer perguntas que nenhum ser humano pode responder32."
O palco estava montado. Logo depois, numa das reuniões do Fórum, uma pergunta ocasional de um membro ao Dr. Sadler poria em movimento uma nova cadeia de eventos, e a natureza casual dos chás informais dos domingos mudaria nitidamente. O Fórum se tornaria atraído para seu próprio encontro com o destino.