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Capítulo 2
O Encontro dos Dois Urantianos


História dos Documentos de Urantia
De Larry Mullins
Com Meredith Justin Sprunger

Traduzido generosamente por
Francisco Santos de Oliveira
O Encontro dos Dois Urantianos
    2.1  O encontro
    2.2  A questão da origem
    2.3  Nota do Who's Who sobre William Samuel Sadler

     OS PARTICIPANTES-CHAVE no encontro de 7 de maio de 1958 eram certamente o Dr. Sadler e o Dr. Sprunger. É importante armar o palco para este encontro, fornecendo informes secundários adicionais, tanto acerca do Dr. Sadler quanto do Dr. Sprunger, de forma que o leitor compreenda o significado do encontro. Cada um era uma personalidade formidável. O Dr. Sadler era enérgico e dominante de uma maneira pessoal amigável. Ao tempo em que o Dr. Sadler se encontrou com o Dr. Sprunger e seus ministros associados, Sadler estava com aproximadamente 82 anos de idade, ainda vigoroso, mas bem amadurecido no outono de uma carreira muito bem-sucedida. Meredith Sprunger era um gracioso e talvez menos afirmativo homem de 42 anos. Ainda assim alguém que possuía comparável profundidade e desenvolvimento acadêmico.

     O Dr. William S. Sadler era sem dúvida um homem de estatura profissional e acadêmica única. A inclusão do Dr. Sadler em 1942 no Who's Who dá uma idéia de sua versatilidade e talento (veja nota no final do capítulo). Ele tinha sido notado nacionalmente, e retratado num artigo no magazine Reader's Digest. Seu treinamento tinha sido excepcionalmente amplo em duas disciplinas-chave: Psicologia e Teologia. Os livros do Dr. Sadler refletiam discernimento religioso, extensa experiência clínica, assim como profundo conhecimento da ciência da mente humana. Se havia alguma fraqueza em sua visão holística que era aparente a partir dos seus trabalhos escritos, poderia ser a terceira disciplina-chave - a grande unificadora intelectual - a filosofia.

     O Dr. Meredith Sprunger era um daqueles raros homens eruditos que era tão competente em religião e ciência quanto o Dr. Sadler. Como um ministro ordenado ele tinha naturalmente uma forte experiência educacional em Teologia. Além disso o Dr. Sprunger tinha um doutorado em psicologia, uma prática clínica, era treinado como um cientista social, e engajado numa bem-sucedida carreira acadêmica no Instituto de Tecnologia da Indiana. Com sua longa experiência como um professor e administrador colegial, o Dr. Sprunger era também perfeitamente treinado em filosofia. Foi assim que o Dr. Sprunger trouxe para o encontro o que podia ser considerado um conhecimento de trabalho até mesmo mais amplo e equilibrado do que o do Dr. Sadler, nas grandes disciplinas do conhecimento humano: a ciência, a religião e a filosofia.

     O palco estava pronto para um relacionamento único. O Dr. Sprunger ganharia a confiança e o respeito de William Sadler. Os dois se tornariam colegas em suas buscas de melhor compreender, e ajudar a propagar, a Revelação de Urantia. Já se passara mais de uma década quando o Dr. Sprunger oficiou no serviço comemorativo do seu amigo e colega. Mais tarde ele escreveria, acerca do lado humano do Dr. Sadler:

     "Embora o Dr. Sadler fosse uma pessoa extraordinária, com grandes talentos e diferente experiência a serviço da humanidade, ele era também uma pessoa calorosa e amante com um grande senso de humor. A experiência de vida do Dr. Sadler preparou-o unicamente para servir como um pioneiro no campo da medicina, da psiquiatria e da religião."6

2.1  O encontro

     O Dr. Sadler estava bem ciente da curiosidade do grupo ministerial na origem dos Documentos de Urantia, tanto quanto do interesse deles na técnica pela qual haviam sido materializados. No início da reunião, O Dr. Sadler informou aos ministros que, embora não lhe fosse permitido dizer o pouco que sabia acerca da materialização dos Documentos, nada havia que o impedisse de explicar as maneiras pelas quais os Documentos não haviam se materializado. Ele ofereceu um documento que listava todas as formas imagináveis de mente subconsciente ou atividade psíquica. No rodapé do documento estava uma nota em que se lia:

     "A técnica de recepção do Livro de Urantia em inglês de nenhuma maneira se equipara ou intromete com qualquer dos fenômenos de consciência marginal acima."

     O Dr. Sadler prosseguiu para explicar que, tanto quanto ele podia determinar, o aparecimento dos Documentos de Urantia estava associado com alguma forma de atividade supra-consciente - não subconsciente7.

     Durante a reunião, o Dr. Sadler discutiu francamente qualquer pergunta que os ministros lhe dirigiram. Contudo, ele tornou claro que não falaria sobre duas coisas: o nome do indivíduo que era usado de alguma forma não revelada para a materialização dos Documentos, nem discutiria ele os detalhes da materialização. O Dr. Sadler explicou que do pequeno grupo, conhecido como a "Comissão de Contato", que tinha tido intercurso com a personalidade de contato e os Reveladores, tinha sido exigido que fizessem votos de segredo acerca desses assuntos. Perguntaram-lhe por que foram impostas essas restrições. O Dr. Sadler deu estas razões:

     "1. A principal razão para não revelar a identidade da personalidade de contato é que os reveladores não quiseram que qualquer ser humano - qualquer nome humano - fosse jamais associado ao Livro de Urantia. Eles queriam que a revelação se erguesse sobre suas próprias declarações e ensinamentos. Eles decidiram que as futuras gerações devem ter o livro inteiramente livre de ligações com mortais - eles não queriam um novo S. Pedro, S. Paulo, Lutero, Calvino ou Wesley. O livro nem mesmo mostra a marca de impressão do impressor que o trouxe à existência." [NOTA: Um impressor tradicionalmente inclui uma pequena marca de sua identidade sobre grandes publicações. Neste caso, de R.R. Donnelley & Sons foi exigido que renunciassem a essa identificação.]

     "2. Há muitas coisas ligadas com o aparecimento dos Documentos de Urantia que nenhum ser humano entende completamente. Ninguém realmente sabe exatamente como esta revelação veio a aparecer em inglês escrito. Se alguém se dispusesse a dizer tudo o que ele realmente sabe acerca das [sic] técnicas e métodos empregados através dos anos de obtenção dessa revelação, tal narrativa a ninguém satisfaria - simplesmente haveria demasiadas coisas faltando8."

     O Dr. Sadler também explicou que, além da Comissão de Contato, tinha havido outro grupo, maior, associado com os Documentos de Urantia. Este grupo era conhecido como o "Fórum". Vários membros do Fórum tinham especulado que as restrições acima eram impostas porque os Reveladores nada queriam de "miraculoso" associado com o aparecimento dos Documentos de Urantia.

     O Dr. Sadler confidenciou ao grupo de ministros que ele tinha despendido grande número de anos procurando descobrir explicações naturais para o que ele tinha estado observando. Tinha feito uma consulta com Sir Hubert Wilkins, um distinguido cientista e explorador que tinha interesse em fenômenos psíquicos. Também contatara Howard Thurston, um mágico profissional que era conhecido por sua habilidade para desmascarar psíquicos e médiuns fraudulentos. Todos os peritos de fora que foram consultados concordaram que os fenômenos associados com a personalidade de contato não eram classificáveis como as conhecidas assim chamadas atividades psíquicas, tais como escrita automática, telepatia, clarividência, transes, mediunidade espírita, canalizações - nem como qualquer perturbação psicológica tal como divisão da personalidade9.

     Era obvio para o Dr. Sprunger que William Sadler tinha começado como um profissional, pesquisador objetivo e céptico, e ainda assim de alguma forma tinha-se tornado um crente. O Dr. Sprunger perguntou-lhe como ocorrera essa transformação. O Dr. Sadler respondeu:

     "Nós instituímos nosso Fórum na metade dos anos vinte como um chá informal de domingo, um lugar onde um grupo de cerca de trinta pessoas interessadas podia se encontrar e discutir temas médicos ou sociais. O Fórum era composto de pessoas de todos os caminhos da vida, incluindo profissionais tais como médicos, advogados, dentistas, ministros e professores, assim como donas de casa, secretárias, fazendeiros e trabalhadores. O Fórum tornou-se eventualmente envolvido em examinar os Documentos de Urantia, e em discuti-los. Comecei a ler-lhes cada semana um dos Documentos e aceitava perguntas dos membros do Fórum acerca do que eles tinham ouvido. Com o tempo, pareceu-me que o pessoal no Fórum estava ficando cada vez mais impressionado com o conteúdo dos Documentos, e estava perdendo objetividade. Eu estava mais preocupado com Lena, minha esposa."

     Na verdade, Lena Sadler era evidentemente uma forte crente nos Documentos muito antes de William. Ela aparentemente estimulou-o a continuar o processo, quando o interesse dele começou a enfraquecer. Desafortunadamente, Lena morreu de câncer em 1939, com a idade de 64, mais de 15 anos antes que os Documenrtos de Urantia se tornassem o Livro de Urantia.

     "Assim, certo domingo", continuou o Dr. Sadler,

     "eu fiz um discurso para o grupo acerca da importância de manter para com o material uma abordagem rija, crítica e objetiva. Para minha surpresa, a resposta que obtive foi quase como uma reunião de testemunho! A essência da reação foi: `Não nos importa quem escreveu esses Documentos, eles simplesmente fazem mais sentido do que qualquer outra coisa que jamais lemos ao longo dessa linha'."

     "Agora eu acredito que minha própria reputação profissional estava em jogo. Eu tinha declarado várias vezes em público que não havia fenômeno mediúnico genuíno, e não ia deixar que um enganoso caso mudasse meu modo de pensar. Eu sentia que no devido tempo eu descobriria uma explicação natural para esse caso notável."

     "Contudo, à medida que os anos se passavam, eu ficava cada vez mais impressionado com a qualidade e a consistência do material que estava sendo recebido. Fiquei satisfeito em minha própria mente de que o sujeito envolvido nas materializações não pudesse ser o autor dos Documentos que estávamos recebendo. Simplesmente, ele não tinha as qualificações nem a habilidade para assim fazer. Finalmente fiquei satisfeito por não estar lidando com uma mistificação ou fraude, mas com algum gênero de fenômeno autêntico."

     "Finalmente, na metade dos anos trinta - mais de vinte anos depois que tinha pela primeira vez encontrado esse caso - eu estudei cuidadosamente um Documento avaliando as personalidades dos apóstolos de Jesus. Foi nesse ponto que intelectualmente eu lancei a toalha. Sou um psiquiatra e creio que conheço meu negócio. Mas este documento foi um verdadeiro golpe para o meu orgulho. Creio que se eu reunisse meia dúzia dos melhores psiquiatras do mundo e dispuséssemos de anos para prepará-lo, não poderíamos produzir coletivamente um documento com estes toques de autenticidade e discernimento. Por isso eu disse para comigo: `Eu não sei o que é isto, mas sei que se trata da mais alta qualidade de material religioso-filosófico que jamais li'."

     Desse ponto em diante, o Dr. Sadler não apenas tornou-se um destacado diretor profissional do grupo, mas tornou-se um atuante e dedicado líder10.

2.2  A questão da origem

     Idealmente, de uma perspectiva filosófica humana, uma Revelação é mais útil quando avaliada segundo o seu conteúdo, não segundo alguma suposta origem miraculosa. Contudo, muitas pessoas acreditam que uma origem misteriosa - ou mesmo aparentemente "miraculosa" - de um material de revelação confere real validade ao conteúdo do próprio material. Ainda assim, no caso dos Documentos de Urantia, o Dr. Sadler fez grande esforço para evitar que a explicação daquela materialização ficasse ligada a alguma ocorrência sobrenatural. Quanto a esse fato, não há, que eu saiba, nenhum registro autêntico de que ele ou qualquer membro da Comissão de Contato jamais testemunhou um acontecimento sobrenatural associado com a materialização do texto dos Documentos de Urantia. Para muitos dos acontecimentos relativos à materialização, eles atestaram que não podiam explicar, mas nem uma só vez proclamaram ter testemunhado qualquer dos eventos de materialização. Mesmo assim, os próprios Documentos de Urantia dizem-nos que se a mente humana não pode abraçar a verdadeira origem de um fenômeno, ela criará uma origem:

     "Livro de Urantia", parágrafo 115.1_1:  ...  "Intelectos parciais, incompletos e em evolução estariam indefesos no universo mestre, seriam incapazes de formar o primeiro padrão de pensamento racional, não fosse pela habilidade inata de toda mente, alta ou baixa, para formular uma estrutura de universo no qual pensar. Se a mente não pode abraçar conclusões, se ela não pode penetrar nas verdadeiras origens, então tal mente infalivelmente postulará conclusões e inventará origens para que possa ter um recurso de pensamento lógico dentro da estrutura desses postulados de origem mental. E conquanto tais estruturas de universo para as criaturas de pensamento sejam indispensáveis para as operações intelectuais racionais, elas são, sem exceção, errôneas em grau maior ou menor." (pág. 1260 [1])

     Veremos que o Dr. Sadler pode ter eventualmente autorizado, por essa razão, a preparação de uma "História do Movimento de Urantia". Mais tarde, em discussões privadas com o Dr. Sprunger, William Sadler reiteraria que ele não sabia como a materialização dos Documentos fora realizada. O Dr. Sadler também insistiu que tudo o que era sabido acerca da materialização dos Documentos de Urantia pode ser encontrado em várias partes do livro. Contudo, baseados nessas referências do Livro de Urantia e na própria experiência do Dr. Sadler em relação às materializações, os colegas foram levados a especular sobre o processo, como veremos.

     O Dr. Sprunger e seus colegas ministeriais deixaram Chicago com uma idéia muito melhor de como os Documentos de Urantia vieram à existência. Devia ser enfatizado mais uma vez que as origens dos Documentos de Urantia tem pouca relevância no avaliar a verdade e a qualidade espiritual de seu conteúdo. É, contudo, uma importante área de pesquisa que estava destinada a ser revisitada. A 6 de outubro de 1958, O Dr. Sprunger e o grupo ministerial encontraram-se com o Dr. Robert V. Moss, que era naquela ocasião o Professor de Estudos do Novo Testamento no Seminário Teológico de Lancaster e Presidente da Igreja Unida de Cristo. O objetivo do encontro de Bend do Sul era avaliar o Livro de Urantia. Houve uma viva e animada discussão. Embora o Dr. Moss não tivesse lido o livro inteiro, ele fez notar que o material Bíblico no Livro de Urantia estava essencialmente em harmonia com a melhor erudição da época, e que o livro tinha muitas passagens inspiradoras.

     Uma semana depois do encontro, o Dr. Moss escreveu ao Dr. Sprunder e fez uma provocativa pergunta:

     "Ocorreu-me que não tratamos de uma questão básica. Como você sabe, o Cristianismo é uma religião histórica e por causa disso a base de revelação pode ser testada pela erudição. Parece extremamente importante que a fonte das revelações de Urantia sejam expostas em qualquer discussão séria de suas afirmações. Dizer que não há base histórica para a "revelação" é dizer que ela difere enormemente do entendimento bíblico da maneira na qual Deus age11."

     Assim sendo, é razoável concluir que uma investigação da origem dos Documentos de Urantia levaria uma importante contribuição para a avaliação do próprio texto. Na verdade, continuaram debates sobre as sequências e técnicas da origem. Na década seguinte, o Dr. Sprunger ocupar-se-ia com essas questões. Ele teria muitas conversações com o Dr. Sadler, assim como com outros membros da Comissão de Contato: Bill Sadler Jr. e Emma Louise Christensen (Christy). Ele também se encontraria e desenvolveria associações com muitos membros do Fórum.

     Nossa própria busca por respostas tem início nos primeiros anos do século vinte. Foi um período particularmente colorido da história do mundo. Matisse e Renoir ainda estavam pintando. E outro aspirante a artista, chamado Adolf Hitler, estava tentando vender suas aquarelas em Viena. Theodore Roosevelt era Presidente dos Estados Unidos Os Americanos ainda estavam falando de dois irmãos chamados Orvile e Wilbur Wright que em 1903 haviam voado com sucesso numa máquina mais pesada que o ar. Chicago era então o centro da produção cinematográfica, e Bill Harris tinha destacado:

     "Nas campinas um pouco fora das cidades, pela primeira vez alguém decapitou alguém mais, nos desfiladeiros, em filmes de vaqueiros. Eles chamavam a isso a Idade de Ouro de Chicago. E em qualquer divisão das artes, do jazz à poesia, Chicago era claramente o lugar para se estar12."

     Jornalistas como Carl Sandburg, Ben Hecht, e Ring Lardner estavam se voltando para idéias mais sérias - e a América estava se levantando e tomando conhecimento. H. L. Mencken escreveu:

     "Em Chicago, um espírito paira sobre a superfície das águas13."

     Foi nessa notável cidade de Chicago, no Illinois, que a intrigante história dos Documentos de Urantia foi posta em movimento.

2.3  Nota do Who's Who sobre William Samuel Sadler

     Sadler, William Samuel:

     Psiquiatra, nascido em Spencer, Indiana, EUA, a 14 de junho de 1875, filho de Samuel Calvin e Sarah Isabel (Wilson) Sadler. Casou com Lena C. Kellogg, M.D. de Paris, Illinois, a 3 de dezembro de 1897. Teve dois filhos, Willus Kellogg (falecido) e William Samuel Sadler, Jr. Conferencista sobre psiquiatria e outros assuntos. Consultório particular: 533 Diversey Parkway, Chicago, Illinois, EUA.

     Educação:

     Experiência Profissional:

     Autor de:

Referências Bibliográficas

[1]
The Urantia Book, impressão de 1955 do texto original. Foi usada a publicação original. Se fizermos referência ao Livro de Urantia na forma 100.7_2, entenda-se Documento 100, item 7, parágrafo 2 do respectivo item. Caso haja apenas um número como por exemplo 1622, entenda-se página 1622. LU é a abreviação de Livro de Urantia.

Notas de Rodapé:

6 Uma biografia completa do Dr. Sadler está além do propósito de nosso livro. Contudo, uns poucos destaques de sua vida foram catados de um documento escrito por Meredith Sprunger após a morte do Dr. Sadler, e de um artigo no PERVADED SPACE, uma comunicação publicada pelo Urantiano de Chicago David Kulieke, na primavera de 1979. Nascido em Spencer, Indiana, em 1875, Sadler, como um garoto, não teve permissão de frequentar a escola pública depois da morte de sua irmã, porque seus pais ficaram temerosos de que ele também contraísse uma doença transmissível. Assim aconteceu que ele recebeu a maior parte de sua educação formal dos seus pais e tutores, e através de sua própria iniciativa. Mostrou sinais precoces de habilidade como orador, e por causa do seu notável conhecimento da Bíblia ele era chamado aos 14 anos o "rapaz pregador". Era também um notável vendedor, vendendo alimentos para a saúde de John Harvey Kellogg, irmão de W. K. Kellogg, fundador do império de cereais Kellogg. Aos vinte, como diretor de uma Missão Médica de Chicago, Sadler engajou-se em ensinar, falar e trabalhar com desordeiros. Ele deu início e editou uma revista que alcançou a circulação de 150.000 cópias. Seu treinamento teológico teve lugar no Instituto Bíblico Moody. Ele encontrou Lena Kellogg em 1893, quando ela era uma enfermeira estudante. Eles se casaram em 1897. Poucos anos mais tarde, os Sadler perderam seu primeiro filho, que morreu aos 11 meses. Logo depois disso, ambos os Sadler decidiram tornarem-se médicos, e frequentaram diferentes escolas médicas. Essa foi virtualmente a primeira educação formal de William Sadler Sr. Depois de poucos anos como um bem-sucedido cirurgião, ele decidiu tornar-se um psiquiatra. Depois de passar pelos exames exigidos, ele foi para a Europa (cerca de 1911) e estudou com Freud em Viena por quase um ano. Ao Dr. Sprunger ele disse que era um membro do "Clube dos Rapazes Louros" de Freud, assim como Jung e Adler, encontrando-se semanalmente com Freud para debates informais. Todos os três homens romperiam mais tarde com Freud, o Dr. Sadler prosseguindo e reconhecido no Quem é Quem Internacional como um "pioneiro na popularização da medicina preventiva". Apesar de todas as suas realizações, o Dr. Sadler disse a Meredith que ele considerava que sua mais importante contribuição para o mundo era a liderança de um pouco conhecido grupo chamado o "Fórum", que recebera a dádiva dos Documentos de Urantia de seres celestiais e os publicara como O Livro de Urantia.
7 O termo "superconsciente" é usado nos Documentos de Urantia para descrever os mais altos alcances da consciência humana, acima do nível consciente e distinto da mente subconsciente. A idéia de uma mente superconsciente tem sido sugerida por uns poucos cientistas, tais como Abraham Maslow, Roberto Assagioli, e Dra. Bárbara Brown. Os Documentos de Urantia propõem uma mente completamente operacional que funciona acima do nível da consciência humana e intromete-se nos mais altos alcances do pensamento humano por meio dos discernimentos religiosos e dos valores espirituais (ou o que o Dr. Maslow denominou os meta-valores):
"Mas também há um domínio de prece, no qual o indivíduo intelectualmente alerta e espiritualmente desenvolvido atingi mais ou menos contato com os níveis superconscientes da mente humana, o domínio do Ajustador do Pensamento residente." (LU 91.2_6 - pág. 996 [1])
"A prece induz o ego humano a buscar por ajuda em ambos os caminhos: por ajuda material para o reservatório subconsciente de experiência mortal, por inspiração e guiamento para as fronteiras superconscientes de contato do material com o espiritual, com o Monitor Misterioso." (LU 91.3_5 - pág. 997 [1])
"A maior parte dos fenômenos espetaculares associados com as assim chamadas conversões religiosas são de natureza inteiramente psicológica, mas de vez em quando ocorrem de fato experiências que são também de origem espiritual. Quando a mobilização mental é absolutamente total em todos os níveis do alcance superior psíquico, rumo ao atingimento do espírito, quando existe perfeição na motivação humana de lealdades para a idéia divina, então muito frequentemente ocorre um súbito abraço descendente do espírito residente para sincronizar com o propósito concentrado e consagrado da mente superconsciente do mortal crente. E são tais experiências de fenômenos intelectuais e espirituais unificados que constituem a conversão, a qual consiste em fatores que ultrapassam o puro envolvimento psicológico." (LU 100.5_4 - pág. 1099 [1])
8 THE HISTORICITY OF THE URANTIA BOOK por Meredith J. Sprunger, Documento revisado em 18 de dezembro de 1993, página 3.
9 IBID, página 3.
10 IBID, páginas 3-4.
11 IBID, página 1.
12 CHICAGO, A pHOTOGRAPHIC JOURNEY, por Bill Harris, Crescent Books, Nova York, 1989, página 15.
13 IBID, página 15.