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Como Multiplicar a
Inteligência do Seu Bebê

mais suave revolução
Glenn Doman • Janet Doman

Capítulo 9
Do Nascimento aos Seis Anos

Institutos para o Desenvolvimento do Potencial Humano
Institutes for the Achievment of Human Potential
Do Nascimento aos Seis Anos

"Eu nunca permiti que
a escola interferisse
na minha educação."
- Mark Twain

     Tudo o que um bebê é ou virá a ser será estabelecido no seu primeiro ano de vida.

     Ninguém sabe disso melhor do que as crianças pequenas. Elas têm pressa. Como prova disso, elas querem ferramentas e não brinquedos. Nenhuma criança jamais inventou um brinquedo. Dê um pedaço de pau para uma criança e não vai ser um taco de golfe ou bastão de beisebol, mas se tornará um martelo. E então, é claro, ela martela a nova e bonita mesa de cerejeira para praticar suas marteladas. E, lá vai ela de volta para o seu patinho de borracha. Dê a uma menininha uma concha de mariscos e imediatamente ela a converte num prato, com a sujeira e tudo.

     O que as crianças querem é ser como vocês. O mais rápido possível. Elas estão certas de querer isto.

     A capacidade de reter fatos novos é uma função inversa à idade.

     Você pode ensinar a um bebê qualquer coisa que possa apresentar-lhe de maneira honesta e direta.

     Nós acabamos de ver o milagre que é uma criança aprender seu idioma nativo - ou quatro ou mais deles - com uma facilidade que nenhum adulto pode igualar.

     Quando eu era adolescente, passei uma noite após a outra acordado, tentando aprender francês e não sou capaz nem de dizer uma frase erudita nessa língua.

     Eu nunca passei noite alguma estudando inglês enquanto criança, no entanto aprendi a falar sem ajuda, e agora escrevo livros que são lidos por milhares de pessoas.

     Os idiomas são compostos de fatos chamados palavras. Dezenas de milhares deles.

     A capacidade de reter fatos é uma função inversa à idade.

     Quanto mais velhos ficamos, mais difícil é para assimilarmos novos fatos.

     Quanto mais nova é uma pessoa, mais fácil é para ela aprender novas informações.

     É mais fácil ensinar a uma criança de cinco anos do que a uma de seis.

     É mais fácil ensinar uma de quatro anos do que uma de cinco.

     É mais fácil ensinar uma de três anos do que uma de quatro.

     É mais fácil ensinar uma de dois anos do que uma de três.

     É mais fácil ensinar uma de uma ano do que uma de dois.

     É é claramente mais fácil ensinar uma de seis meses do que uma de um ano.

     Pergunte a si próprio quantos poemas você aprendeu o ano passado e é capaz de recitar agora. A resposta é provavelmente poucos ou nenhum.

     Agora se pergunte quantas cantigas você aprendeu antes dos seis anos e é capaz de cantar.

     "Ciranda, cirandinha vamos todos cirandar ..."

     "Não atire o pau no gato tô tô ..."

     "Dorme nenêm, que a Cuca vem ..."

     "Escravos de Jó ..."

     "Brasil, meu Brasil brasileiro ..."

     "Se é para o bem de todos e felicidade geral ..." ou qualquer poesia ou cantiga que as pessoas de sua idade aprenderam quando crianças.

     Pergunte-se quantas noites passou decorando-as. Ou será que aprendeu por um tipo qualquer de osmose infantil?

     Quanto mais jovem a pessoa, mais fácil será assimilar os fatos e-retê-los.

     Muita gente acredita que quanto mais velhos, mais inteligentes nós ficamos - não é verdade.

     Quanto mais velhos, mais sabedoria adquirimos. Esta é a única vantagem dos adultos sobre as crianças.

     Já deve ter ficado claro para vocês que nós, dos Institutos, temos enorme reverência pelos pais e pelas crianças. Isso é verdade.

     Só que nós não somos místicos de forma alguma. Não temos uma grama de misticismo em nós. Somos pessoas altamente práticas que sabem o que funciona. Se fôssemos místicos, seria certamente em relação às mães, às crianças ou ao cérebro humano.

     Por mais amor, respeito e admiração que tenhamos pelas crianças, jamais encontramos uma de dois anos com sabedoria suficiente para não pular da janela do quarto andar, ou afogar-se numa piscina, se a vigilância dos adultos for relaxada.

     As crianças não têm sabedoria.

     Os bebês nascem sem sabedoria ou conhecimento.

     Ao nascimento, a capacidade de assimilar fatos dispara como um foguete sendo lançado da plataforma de Cabo Canaveral - diretamente para cima - e semelhante ao foguete, após atingir uma certa altura, diminui o ritmo numa curva achatada e embarca numa trajetória paralela ao solo.

     Aos seis anos a subida está praticamente terminada.

     A curva da sabedoria, por outro lado, cresce muito devagar e aos seis anos está só começando. É parecida com esta.

    

     Portanto a capacidade de aprender dispara como um foguete e depois cai rapidamente enquanto a sabedoria vai subindo devagarinho. Aos seis anos estas linhas se encontram.

     Neste ponto a capacidade da criança de reter informações sem esforço algum está quase terminada, para o resto da vida, e o crescimento cerebral significativo está completo. Ela é praticamente o que vai ser.

     Entretanto, a sua sabedoria está começando a se desenvolver. Vai continuar a crescer pela maior parte de sua vida.

     Quanto e o que será a criança capaz de aprender nestes preciosos primeiros seis anos?

     Tudo o que é importante.

     É mais fácil ensinar uma criança de um ano do que uma de sete anos.

     De fato, é muito mais fácil ensinar a de um ano.

     A leitura nada mais é que a aprendizagem de um grande número de fatos chamados palavras, e nós já vimos que é mais fácil ensinar uma nova linguagem a uma criança de um ano através da audição do que a uma de sete anos.

     É ainda mais fácil ensinar ao bebê uma língua escrita do que uma falad.a. A palavra escrita é sempre igual. Não tem sotaque, não é engrolada ou sussurrada.

     O leitor já ouviu a minha confissão sobre falar ou entender francês através da audição. É simples - eu não posso, nem uma frase. Mas eu posso ler um jornal em francês. Como também posso ler um jornal em português. É claro que eu nem de longe entendo tudo, mas capto as coisas que são importantes. Eu entendo a mensagem. Posso ler um relatório médico em italiano ou espanhol. Eu leio no meu próprio ritmo. Não poderia entender jornais franceses ou italianos, se alguém estivesse lendo para mim. É muito rápido e confuso; não fica parado para me dar tempo de descobrir o que é. É muito mais fácil ler uma palavra estrangeira do que ouvi-la.

     Existem três requisitos para ensinar uma criança de um ano a entender a linguagem através do ouvido. A palavra deve ser alta, clara e repetida, porque a capacidade de audição do bebê é ainda imatura.

     Todas as mães têm instintivamente falado com seus bebês em voz alta e clara e repetindo a mensagem.

     "VENHA PARA A MAMÃE." "VENHA PARA A MAMÃE," e o bebê vem para a mamãe.

     De fato é assim que a audição dele irá ficar cada vez melhor à medida que a trajetória ao cérebro cresce e amadurece.

     Este é um processo de natureza neurofisiológica.

     O processo de ler a mensagem através do olho é também neurofisiológico. É precisamente o mesmo processo do que aquele que recebe a mensagem pelo ouvido.

     Novamente, aqui estão as três exigências. A mensagem deve ser grande clara e repetida.

     E isto nós não fizemos.

     Nós não temos mostrado aos bebês palavras grandes, claras e repetidas. Para tornar um livro ou jornal leve, barato e fácil de carregar, nós diminuímos muito o tamanho da letra e a visão ainda imatura do bebê não permite que ela a veja.

     Isto resultou em duas coisas.

     Por dez mil anos nós mantivemos a linguagem escrita inacessível aos bebês, que são gênios lingüísticos.

     A capacidade visual dos bebês cresceu muito mais lentamente do que a auditiva.

     A visão, assim como a audição, cresce através do uso.

     Lembre-se de que as vias sensoriais compõem, em realidade, toda a metade posterior do cérebro.

     Nós iremos falar detalhadamente sobre a importância de usar estas vias, para que possam crescer, num capítulo mais adiante.

     É mais fácil ensinar uma criança de um ano a ler do que uma de sete.

     Isto é precisamente o motivo das nossas crianças de sete anos estarem indo mal nas escolas.

     A razão é simples: é muito tarde.

     O milagre não é que um terço delas não aprenda a ler na escola - este é o problema.

     O milagre é que dois terços consigam aprender tão tarde.

     Você sabia que algumas escolas de medicina estão dando cursos de remediação em leitura para seus alunos? Se isto não lhe deixar apavorada, eu não sei mais o que poderá fazê-lo.

     Finalmente, embora isto seja óbvio, uma boa razão para ensinar uma criança a ler antes de ir para a escola é que ela não estará dentre os muito desafortunados que fracassaram em aprender a ler na própria escola.

     É mais fácil ensinar uma criança de um ano a ter conhecimento enciclopédico do que uma de sete anos.

     Pelas mesmas razões que acabamos de ver em relação à leitura, é bom também para a criança receber conhecimento enciclopédico em várias áreas.

     Isso a ajudará imensamente a ser melhor educada quando for para a escola.

     Isso claramente a tornará à prova de escola, da mesma maneira que saber nadar torna uma criança à prova d'água.

     Nós estaremos ensinando precisamente como dar-lhe conhecimento enciclopédico no capítulo 18, "Como Dar a Seu Bebê Conhecimento Enciclopédico."

     É mais fácil ensinar matemática a uma criança de um ano do que a uma de sete anos.

     É mais fácil e melhor por todas as razões acima mencionadas.

     Entender matemática antes de ir à escola também torna seu filho à prova de escola. Nós lhe ensinaremos precisamente como ensinar matemática a seu bebê (ainda que seja difïcil para você) no capítulo 19, "Como Ensinar Matemática a Seu Bebê."

     Se você ensinar seu bebê a ler, lhe der conhecimento enciclopédico e ensinar-lhe matemática enquanto for bem novinho, você o terá presenteado com:

  1. O amor pela matemática que ele vai continuar a alimentar pelo resto da vida;
  2. Uma vantagem em dominar assuntos relacionados;
  3. Uma inteligência e capacidade maiores;
  4. Aumento do seu crescimento cerebral.

     E como se isto não fosse o bastante, ele será um ser humano mais alegre.

     As crianças que aprendem, quando o aprender é fácil, não ficam aborrecidas, frustradas, ou causam problemas para chamar a atenção. Elas vivem alegremente.

     Elas gostam de adultos. Elas também gostam de crianças. Fazem amizade mais rápida e facilmente do que a maioria das crianças.

     Nossas crianças são fáceis de distinguir - elas são aquelas altamente capazes, muito confiantes e muito, muito calmas.

     É mais fácil ensinar a uma criança de um ano uma série de fatos do que ensinar a uma de sete.

     Você tem um assunto favorito que gostaria de mostrar a um bebê de maneira honesta e direta? Vá em frente. Ele captará tudo com uma velocidade que vai espantá-lo e aprenderá de maneira magnífica.

     Você gosta de ornitologia, história da arte, esqui aquático, japonês, répteis, mergulho, corridas ou fotografia?

     Tudo o que tem a fazer é descobrir uma maneira de apresentar seus assuntos de maneira honesta e direta, e aos três anos, ele será um especialista.

     Aos vinte e um ele será uma autoridade no assunto ou um vencedor no que tiver escolhido.

     Nós encorajamos as crianças a serem generalistas, e aprender tudo o que lhes for oferecido para poder aprender bem.

     Crianças pequeninas aprendem fatos numa velocidade extraordinária que surpreende a imaginação do adulto.

     Ajude-o a começar e depois recue e observe.

     Se você ensinar a uma criança pequena os fatos, ela descobrirá as regras que os governam.

     Isso é inerente ao ser humano.

     Para colocar isso de forma ligeiramente diferente: se você lhe ensinar os fatos que são a essência de um assunto, ele descobrirá as leis que os governam.

     Um belo exemplo disso está nos erros de gramática cometidos pelas crianças pequenas. Este aparen.te paradoxo foi demonstrado pelo brilhante autor russo Kornei Chukovsky no seu livro From, Two to Five (De Dois a Cinco) publicado pela Editora da Universidade da Califórnia.

     Uma criança de três anos olha para fora da janela e diz "Aí vem o correieiro."

     "Quem?" Nós perguntamos.

     "O correieiro."

     Nós olhamos para fora e vemos o carteiro. Nós achamos graça do erro da criança e dizemos a ela que ele não se chama correieiro, mas sim carteiro.

     E esquecemos o assunto. Suponhamos que ao invés disso nós nos perguntássemos onde foi que essa criança arranjou a palavra correieiro? Certamente nenhum adulto lhe ensinou a dizer "correieiro." Onde foi então que ela a encontrou?

     Eu tenho pensado nisso por vinte e cinco anos e estou convencido de que só há uma possibilidade.

     Este garotinho de três anos deve ter revisto seu idioma e chegado à conclusão de que existem certas palavras como cabelo, costura, verdura, etc, que quando acrescidas do sufixo eiro, tornam-se cabelereiro, costureiro, verdureiro e assim por diante.

     Isto é um acontecimento monumental.

     Quando foi aúltima vez que você reviu a linguagem para criar uma regra? Posso sugerir que aos três anos?

     No entanto, dizemos que a criança cometeu um erro ao dizer "correieiro", porque ele é o "carteiro" e portanto ela estava errada.

     Palavra errada, sim, mas expressão certa.

     A criança estava certa sobre a lei de gramática por ela descoberta. O problema é que as línguas contém irregularidades e assim não seguem sempre regras lógicas. Se fossem regulares, essa criança de três anos estaria certa.

     Maravilhoso.

     Se você ensinar as leis às criancinhas, elas não poderão descobrir os fatos como resultado.

     Nós adultos temos a tendência de dividir todo o conhecimento de dois modos: concreto e abstrato. Por concreto, queremos dizer aquilo que entendemos e é facilmente explicável. Por abstrato, queremos dizer o que não compreendemos e o que é difïcil, se não impossível, de explicar.

     A criança muito pequena tem enorme capacidade de descobrir as leis se lhe ensinarmos os fatos.

     Não é possível descobrir os fatos, que são concretos, se aprendermos somente as regras, que são comumente abstrações.

     A definição de ciência de que mais gosto é: "Um ramo do conhecimento que se refere a um grupo de fatos sistematicamente arranjados para demonstrar o funcionamento das leis."

     Esta é a perfeita explicação para a maneira da qual as crianças encaram a aprendizagem. Primeiro elas absorvem um grande número de fatos, sem o menor esforço, e então os agrupam sistematicamente para descobrir as leis que os governam.

     Crianças pequenas usam exatamente o mesmo método de resolução de problemas que os cientistas.

     Se eu fosse forçado a descrever cada gênio que eu tive o privilégio de conhecer, em uma simples palavra eu diria que essa palavra é curioso.

     Eu detestaria ter que fazer isso uma vez que as pessoas muito inteligentes que eu conheci eram todas diferentes umas das outras. São meus amigos cabeças ocas que se parecem demais uns com os outros.

     Cientistas e gênios são profundamente curiosos.

     Curiosidade profunda é uma característica dos cientistas, dos gênios e das crianças muito pequenas.

     As crianças muito pequenas são cientistas.

     Elas aprendem mais, fato por fato, antes dos três anos de idade do que aprenderão pelo resto de suas vidas.

     A equipe dos Institutos, e, que nós saibamos, só mais um outro grupo, vem dizendo isso há trinta anos. Todas as outras pessoas achavam que isto era bobagem.

     Agora todos parecem afirmar isso.

     É verdade, apesar de todo mundo estar dizendo a mesma coisa.

     As crianças poderiam estar aprendendo três vezes mais durante os seus seis primeiros anos do que irão aprender pelo resto de suas vidas.

     Algumas estão, e que crianças maravilhosas isso as torna.

     A palavra "aprendizagem" não é sinônimo de "educação."

     A educação começa aos seis - e a aprendizagem começa com o nascimento.

     As crianças são excelentes aprendizes. Elas são limitadas somente pela quantidade de material que recebem para aprender e pela maneira como essa apresentação é feita.

     Os primeiros seis anos de vida são a gênese do gênio.

     São também os seis anos onde o cérebro mais cresce. Considerem o milagre do tamanho da cabeça.

     No momento da concepção, não existe cabeça, só uma célula fertilizada.

     Nove meses depois, o bebê recém-nascido tem uma cabeça de 35 centímetros de circunferência.

     Aos dois anos e meio, mede 50 centímetros.

     Aos 21 anos, mede 55 centímetros.

     Que demonstração dramática do crescimento cerebral, e da maneira brusca como decresce:

9 meses - 35 cm
21 meses - mais 15 cm
231 meses - mais 5 cm

     É fácil fazer de um bebê um gênio antes dos seis anos de idade.

     E é bastante divertido para os pais e para a criança.

     Tristemente, é muitíssimo difícil fazer de uma criança um gênio depois dos seis anos de idade.

     Os primeiros seis anos são de um valor imensurável.