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Como Multiplicar a
Inteligência do Seu Bebê

mais suave revolução
Glenn Doman • Janet Doman

Capítulo 6
Homo Sapiens, o Presente dos Gens

Institutos para o Desenvolvimento do Potencial Humano
Institutes for the Achievment of Human Potential
Homo Sapiens, o Presente dos Gens

Se pareço ver mais adiante
do que outros é porque me
apóio nos ombros de gigantes.
- Barão Gottfried Wilheim
Von Leibwitz (1616-1716)

     Entender a hereditariedade só é um problema porque temos a nossa espécie, Homo Sapiens, confudida com as nossas famílias Smiths, Jones, Mc Shains, Buckners, Matsusawas, Véras, Samotos e assim por diante, através dos clãs.

     Em nossa cabeça acreditamos que não podemos, do ponto-de-vista hereditário, suplantar o que as últimas quatro ou cinco gerações de nossa família nos fizeram capazes de ser, geneticamente.

     Além de importantes características físicas, como cabelos e estrutura do corpo, das quais já falamos, o resto eu acho que não interessa.

     A noção de que eu não posso ser mais do que minha avó ou avô foram, e que você não pode ser mais do que os seus é tola demais para ser ridícula.

     Minha avó irlandesa morreu bem antes do meu nascimento, e por isso sei muito pouco sobre ela, mas me lembro bem da vovó Ricker. Ela era uma velhinha ótima, temente a Deus, de moral elevada, e a idéia de que eu não posso ser intelectualmente mais do que ela e vovô Ricker, ou vovô Doman, não vale a pena ser discutida em detalhes.

     Vocês sabem quem faria total objeção a isso? Meus avós, certamente.

     Meus avós passaram suas vidas providenciando para que suas crianças fossem mais do que eles. Para que seus filhos pudessem começar de onde eles haviam parado. Esse era o seu objetivo.

     A prioridade de meus pais sempre foi a mesma: começar de onde haviam terminado.

     E o nosso objetivo também é o que os nossos filhos nos suplantem e continuem de onde paramos.

     Nós fomos abençoados com uma grande família, pelo menos em sentido espiritual: toda a equipe dos Institutos. Eu tenho que dizer que eles estão fazendo um trabalho e tanto.

     Se Temple Fay voltasse aos Institutos, da escola no céu onde está neste momento, e pudesse sentar no auditório do prédio que tem o seu nome (como eu gostaria que ele pudesse) para ouvir o membro mais novo da equipe, levaria um certo tempo para ele entender o que estava sendo ensinado. Ele escutaria com atenção, e aí, sendo o gênio que era, abriria o maior sorriso e diria; "Sim, é claro, eu deveria saber disso".

     O mais novo membro da equipe dos Institutos hoje sabe mais acerca de crianças, e como o seu cérebro cresce, do que Temple Fay em toda a sua vida.

     Por outro lado, se o Dr. Fay pudesse sentar-se agora nesse mesmo auditório para assistir às minhas aulas, e me ouvi sse dizer as inúmeras coisas brilhantes que eu aprendi com ele, iria franzir a testa e afirmar:

     "Acho que escolhi o rapaz errado para ser meu discípulo. Ele não está apoiado sobre os meus ombros, está sentado no meu colo."

     Temple Fay foi provavelmente o maior neuro-cirurgião que já existiu, com exceção de Hipócrates (considerando-se há quanto tempo atrás Hipócrates viveu).

     Existem dezenas de milhares de pessoas vivas, ou talvez mais, que estariam mortas se não fosse pela refrigeração humana, invenção de Fay.

     Sua recompensa foi ser atacado por virtualmente todo o mundo.

     Muitos anos após o falecimento de Temple Fay, eu tenho prazer em olhar para o rosto de pais cujos filhos sofreram acidentes de carro e foram salvos pela técnica da hipotermia, quando vêm assistir a palestras no auditório do Edifício Temple Fay.

     Hoje não existe no mundo hospital algum que ouse intitular-se moderno se não tiver um ou mais departamentos utilizando a refrigeração humana.

     Nós, todos nós, ficamos de pé nos ombros do gigante Temple Fay, e ele nem se importou com o desconforto causado por nossos pés. Até gostou de senti-los.

     Vocês também não gostam de sentir suas crianças apoiadas nos seus ombros?

     Caso contrário, por que teriam escolhido um livro cujo título é Como Multiplicar a Inteligência do Seu Bebê?

     Será que o costume universal dos pais colocarem seus filhos nos ombros, hábito adorado por pais e crianças não é, na verdade, muito mais que um simples jogo agradável?

     A habilidade de fazer com que nossas crianças continuem de onde paramos é uma característica singular nossa. É um produto do maravilhoso e sem igual córtex humano.

     É isso, entre todas as demais coisas que caracterizam os seres humanos, que nos separa dos grandes macacos e do resto das criaturas de Deus.

     Cada chimpanzé que nasce está destinado a viver, passo a passo, a mesma vida que seus pais viveram antes dele. Ele está predestinado somente a ser um chimpanzé, o que significa que só é capaz de aprender o que seus pais lhe ensinam, ou, no máximo, o que qualquer outro membro de sua tribo lhe ensinar: Os pais prestam muita atenção e ensinam seus filhos com muita garra. Fazem um belo trabalho, e o resultado disso são chimpanzés de primeira-classe.

     Conosco é diferente.

     Posso ouvir vocês dizendo: "Não é isso que acontece conosco? O que esse livro propõe não é que façamos de nossas crianças seres humanos de primeira qualidade?"

     É claro que sim. Mas um chimpanzé de primeira é uma coisa estável, uma criatura que levaria muitos anos para mudar de forma significativa.

     O mesmo não ocorre com seres humanos.

     Oh, como nos modificamos. Nós não somos criaturas estáveis.

     Nem estamos limitados pelo que os nossos avós foram.

     Quando o homem, com seu cérebro engenhoso, inventou linguagens escritas abstratas, sua capacidade de transformação multiplicou-se milhares de vezes.

     Não estávamos mais confinados ao que nossos pais podiam nos ensinar. Nem por um minuto. O momento em que aprendemos a ler nos deixou livres.

     Livres!

     Não estávamos mais restritos ao que nossos pais podiam nos ensinar. Agora podíamos ler, por exemplo, qualquer coisa escrita na nossa língua, todas as coisas inteligentes, engraçadas ou carinhosas, escritas por talentosos homens e mulheres.

     Livres para aprender outras línguas, e é por isso que é bom ensinar os bebês a entender, falar, ler ou escrever vários idiomas.

     Você não se recorda daquele dia em que realmente aprendeu a ler?

     Sua experiência deve ter sido bastante semelhante à minha.

     Mamãe lia para mim desde que eu era bem pequeno, e ela sempre colocava o livro no meu colo enquanto eu me sentava no dela. E assim eu aprendia todas as palavras.

     Você não se lembra quando sua mãe pulou uma palavra ou frase porque estava cansada, e você disse: "Não, mamãe, isto não é tal coisa, está escrito - ."

     Eu tinha cerca de cinco anos. Era um dia chuvoso e não podia sair, então mamãe disse para eu me deitar no chão e ler um livro. "Aqui está um novo," disse ela.

     "Quando você encontrar uma palavra desconhecida, venha até a cozinha me perguntar, e eu lhe digo o que é."

     Assim o fiz.

     Fui lendo direto. E fui ficando agitado. De repente, desabou sobre mim como uma tonelada de tijolos. Eu descobri porque estava excitado. A pessoa que havia escrito o livro estava falando comigo. Estava me contando algo que eu não sabia. Eu tinha. Agora eu tinha o que toda criança no mundo quer mais do que qualquer outra coisa. Eu havia capturado o meu adulto, e ele não podia escapar. Ele não precisava lavar roupa, abaixar o fogo das ervilhas ou limpar as cinzas. Ele era meu.

     E foi assim que tudo começou. Eu comecei a ler tudo o que ia encontrando, fácil ou difícil, porque havia mamãe e papai sempre por perto para me ajudar.

     A mãe não faz parte do ambiente?

     É claro que ela é o ambiente da criança e, além do pai, é praticamente o seu único elemento.

     Então onde está o grande presente hereditário que o título desse capítulo propõe que lhes vamos contar?

     Quem é o seu gênio favorito? Edison? Beethoven? Mark Twain? Sócrates? Gainsborough? Einstein? Shakespeare? Bach? Pauling? Salk? Picasso? Vivaldi?

     Você sabia que está diretamente relacionado ao seu gênio favorito?

     Ninguém jamais viu um gene francês, ou alemão, italiano, japonês e nem, certamente, um gene americano.

     Quando Einstein morreu, pegamos o seu cérebro e o temos examinado até hoje.

     Estamos tentando descobrir o quanto ele tem de diferente do meu e do seu.

     Até agora nada.

     Boa sorte para os que estão tentando. Não há características alemãs, ou genes de Princeton ou genes atômicos, embora em vida estivesse cheio de conhecimentos de alemão, de Princeton e E=MC2 ou o que quer que fosse.

     É espantosamente igual ao seu, e igualmente importante, porque Einstein recebeu o cérebro do Homo Sapiens que é o potencial que todos cérebros humanos têm ao nascimento.

     Este era o fabuloso presente. Tinha os genes do Homo Sapiens, e isso era precisamente o mesmo que você e seu bebê haviam recebido.

     Eu devo dizer que tenho orgulho de ser um Doman, um membro da equipe dos Institutos, um nativo da Filadélfia, da Pensilvânia, americano e cidadão do mundo, já que sou todas essas coisas. Assim como você deve ter orgulho de todas as coisas que é, nós nos orgulhamos, com razão, de tudo o que somos.

     Só que essas não são as melhores coisas que somos - nem por um decreto. Nem estamos confinados a ser o que outros membros desses grupos são ou foram.

     Nós, seres humanos, estamos restritos a ser Homo Sapiens - e nada mais.

     Estamos limitados a ser seres humanos.

     Nós somos capazes de qualquer coisa que um ser humano possa ser.

     Nós podemos ser tudo o que seres humanos tenham sido.

     Nós somos capazes de tudo o que seres humanos possam vir a ser. Cada ser humano recebeu como dádiva os genes do Homo Sapiens.

     Se isto começa a soar como uma daquelas mensagens inspiradoras de Norman Vincent Peale, e outras boas pessoas que nos convidam, apropriadamente, a aproveitar ao máximo o que temos, muito bem, porque certamente acredito que devemos.

     Só que isto não é o que estou dizendo. Eu não estou lhes enviando uma mensagem inspiradora, mas sim uma mensagem biológica e neurológica.

     O tipo de pessoa humana que vamos ser, tanto excepcional, média ou lenta, delicada, humana, séria, cruel ou má, inspirada ou simples, será determinado, e muito, pelos primeiros seis anos de vida.

     Ao nascer, cada criança é um livro em branco com o potencial para ser qualquer coisa que um ser humano tenha sido, seja ou possa vir a ser. Ela permanece assim até os seis anos.

     Portanto, temos um presente genético. Nascemos com o maior presente que possa ser dado a alguém. Todos temos os genes do Homo sapiens.

     Agora nos deixe falar sobre crianças e os seis primeiros anos de vida.