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Como Multiplicar a
Inteligência do Seu Bebê

mais suave revolução
Glenn Doman • Janet Doman

Capítulo 3
A Gênese do Gênio

Institutos para o Desenvolvimento do Potencial Humano
Institutes for the Achievment of Human Potential
A Gênese do Gênio

     Nós, dentre todas as pessoas deveríamos ter sabido. Nós, da equipe dos Institutos para o Desenvolvimento do Potencial Humano deveríamos ter sabido disso melhor e muito antes.

     Nós deveríamos ter descoberto antes dos outros não, porque somos mais inteligentes, mas porque temos convivido com milhares de crianças pequenas e com seus pais, vinte e quatro horas por dia, há mais de quarenta anos. Isto nos levou a tropeçar na verdade com muito maior freqüência do que os outros.

     Deveríamos ter descoberto há muito tempo que cada bebê tem dentro de si a semente da genialidade.

     Deveríamos ter descoberto em tempos passados que:

  1. Somos membros de um grupo chamado Homo Sapiens, e porque fazemos parte dele, cada um de nós herdou os genes que nos proporcionam o singular córtex humano;
  2. Nascemos num meio ambiente que possibilita ou não a estimulação;
  3. Cada vez que um bebê vem ao mundo, junto com ele surge o potencial para mais um gênio.

     Ele chega com a grande dádiva genética do córtex humano. A pergunta é: Que tipo de ambiente daremos ao córtex humano para crescer e se desenvolver?

     A genialidade está disponível a todos os bebês humanos. Deveríamos ter descoberto isso em nossas entranhas, através das nossas experiências e em nossas mentes, por meio do conhecimento formal. A gênese do gênio não está só nos genes dos nossos ancestrais comuns, mas é como uma sementinha destinada a frutificar plenamente em cada bebê humano.

     Nós deveríamos ter sabido muito bem, há muitos anos, que a genialidade não é a dádiva de um Deus que deseja que umas poucas crianças sejam altamente superiores, enquanto a grande maioria permanece inferior.

     Muito menos ainda é a genialidade um acidente que acontece às cegas a cada cem, mil ou um milhão de anos sem rima ou razão.

     Nós deveríamos ter descoberto - há vinte, vinte e cinco ou talvez cinqüenta anos - que a genialidade, essa capacidade do singular córtex humano, não é absolutamente um presente.

     Pelo contrário, é um direito inato, comum a todos, do qual temos sido privados pela falta de conhecimento. É uma grande oportunidade que tem sido roubada de um grupo de criaturas que tem a genialidade como patrimônio hereditário.

     Nós deveríamos ter sabido que cada mãe é capaz de nutrir a semente da genialidade no seu próprio bebê. Ela tem a capacidade de aumentar a inteligência de sua criança até onde sua vontade e habilidades permitirem.

     Nós deveríamos ter sabido, porque temos lidado com crianças e pais por tantos anos.

     Crianças maravilhosas, altamente beneficiadas pelo conhecimento, amor e respeito a seus pais.

     Meninos e meninas, potencialmente maravilhosos, ora considerados dentro da média, cujos pais, assim como nós, estão determinados a fazer que não continuem dentro da média.

     Crianças de cérebro lesado cujos pais, assim como nós, desejam tirar da incapacidade, muitos dos quais já funcionando intelectualmente de maneira superior.

     Nariz com nariz, olho com olho, mão com mão, coração com coração, preocupação com preocupação, alegria com alegria, sucesso com sucesso, vibração com vibração, e às vezes fracasso com fracasso, mas sempre determinação com determinação.

     Por mais de cinqüenta anos para o mais antigo de nós.

     Nós somos aqueles que fazem as coisas com as crianças e os pais.

     Nós ensinamos a pais e crianças de verdade.

     Nós lidamos com fatos e não com teorias.

     Nosso dia-a-dia inclui crianças que são maravihosas, charmosas, engraçadas, amorosas, simples, extrordinárias e irresistíveis. Porque são crianças, isso às vezes inclui algumas com febre, convulsões, chorando, vomitando, de fraldas sujas, nariz escorrendo, famintas, irritadiças - crianças reais.

     Quando relatamos como as coisas estão no mundo das crianças e as usamos como exemplos, estamos lidando com fatos. São crianças de verdade que têm nomes e endereços, mães e pais.

     Suas muitas façanhas são fatos e não teorias.

     Olhando para trás, não é surpreendente que tenhamos avançado tanto no nosso conhecimento do desenvolvimento infantil, o que surpreende é a quantidade de tempo necessária para chegar onde estamos.

     O que nós queremos é tornar cada criança superior a si própria, melhor do que ela era ontem.

     No princípio o nosso objetivo era somente fazer crianças cegas, surdas, paralíticas e mudas poderem ver, ouvir, andar e falar. Nós fizemos isso durante cinco anos, tendo alguns sucessos e muitos fracassos.

     Conseguimos isso tratando o cérebro, onde estava o problema, e não os braços, olhos, pernas e ouvidos onde estavam os sintomas.

     Duas coisas aconteceram:

     Primeiramente - um importante número de crianças paralíticas puderam andar, algumas cegas começaram a ver e algumas mudas passaram a falar.

     Em segundo lugar - quase todas essas crianças haviam sido diagnosticadas como retardadas mentais, sem esperança, mas à medida que começaram a andar, ler, e usar a matemática, enxergar e ouvir, seu Q.I. foi aumentando. Alguns dentro da média, e outros bem acima.

     Nos parecia que, enquanto seu Q.I. aumentava, sua capacidade de falar, ler, usar a matemática e outras funções também ia crescendo.

     Só a partir de 1960, começou a ficar claro que não era assim de jeito nenhum. De fato, só parecia ser desta maneira.

     Mesmo em 1960, isso não nos atingiu como um raio. Foi acontecendo devagar, como uma luz que vai ficando mais clara a cada dia. Mesmo hoje, quando a luz parece cristalina, é difïcil para nós imaginar por que levou tanto tempo para que entendêssemos e por que razão isso não é tão aparente para todas as pessoas.

     Não foi porque ficaram mais inteligentes que as crianças escreveriam melhor, leriam melhor, usariam a matemática melhor, aprenderiam melhor e, muitas vezes, desempenhando melhor do que as não lesadas.

     Foi exatamente o contrário.

     À medida que enxergavam mais, liam melhor; quando ouviam mais, podiam entender com mais facilidade; quando começavam a sentir, foram capazes de mover-se melhor.

     Em resumo, foi quando as crianças liam, falavam, movimentavam-se melhor e assimilavam mais informações que o seu Q.I. realmente aumentou.

     Não somente isso era verdade em relação às crianças de cérebro lesado, como também para todas as crianças normais e acima da média.

     A verdade é que a inteligência é o resultado do raciocínio e não o raciocínio um produto da inteligência.

     A verdade que finalmente conseguimos entender tocou tanto a nossa alma que mal pudemos descrever a experiência.

     O que havíamos buscado por tanto tempo, e agora descoberto por acaso, era nada menos que a gênese do gênio e esta gênese existe do nascimento aos seis anos.

     Compensou todos os anos que nós dispendemos procurando por ela, e ainda mais: se a inteligência for então o resultado do raciocínio, que é a gênese do gênio, é melhor olharmos para ela com maior profundidade.

     Uma coisa, no entanto, nos parece certa - é bom - e não ruim ser inteligente.