Livro de Urantia

Grupo de Aprendizes da Informação Aberta

Contato

Índice Superior

Arquivos de Impressão: Tamanho A4 (pdf), Texto (txt).


O Caminho para a Felicidade

Um guia de senso comum para uma vida melhor
L. Ron Hubbard
The Way to Happiness Foundation
www.thewaytohappiness.org

Sumário

Introdução
    0.1  Como usar este livro
    0.2  Por que lhe dei este livro
    0.3  Felicidade
Cuide de si mesmo
    1.1  Procure receber cuidados de saúde quando você estiver doente
    1.2  Mantenha o seu corpo limpo
    1.3  Mantenha os seus dentes em bom estado
    1.4  Coma adequadamente
    1.5  Descanse
Seja moderado
    2.1  Não use drogas prejudiciais
    2.2  Não beba álcool em excesso
Não seja promíscuo
    3.1  Seja fiel ao seu parceiro sexual
Ame e ajude as crianças
Honre e ajude os seus pais
Dê um bom exemplo
Procure viver com a verdade
    7.1  Não diga mentiras prejudiciais
    7.2  Não dê falso testemunho
Não cometa assassinato
Não faça nada ilegal
10  Apoie um governo do povo
11  Defenda as pessoas boas
12  Proteja e melhore o seu ambiente
    12.1  Mantenha uma boa aparência
    12.2  Cuide de sua própria área
    12.3  Ajude a cuidar do planeta.
13  Não roube
14  Seja digno de confiança
    14.1  Mantenha sua palavra uma vez dada
15  Cumpra suas obrigações
16  Seja diligente
17  Seja competente
    17.1  Olhe
    17.2  Aprenda
    17.3  Pratique
18  Respeite outras religiões
19  Tente não fazer aos outros aquilo que você não gostaria que lhe fizessem
20  Tente tratar os outros como você gostaria que eles o tratassem
21  Floreça e prospere
22  Epílogo

0  Introdução

0.1  Como usar este livro

     Você certamente deseja ajudar os seus amigos e conhecidos.

     Escolha uma pessoa cujas ações possam influenciar, ainda que remotamente, a sua própria sobrevivência.

     Escreva o nome dessa pessoa na primeira linha da capa.

     Escreva ou carimbe o seu próprio nome na segunda linha da capa.

     Ofereça este livro a essa pessoa.

     Peça à pessoa que o leia1.

     Você descobrirá que ela também está ameaçada pela possível má conduta de outras pessoas.

     Dê a essa pessoa mais alguns exemplares deste livro, mas não escreva o seu nome neles: deixe a outra pessoa escrever o nome dela nesses livros. Peça a ela que ofereça esses exemplares a outras pessoas ligadas à vida dela.

     Se continuar a fazer isto você aumentará bastante o seu próprio potencial de sobrevivência e o dessas pessoas.

Este é um caminho para uma vida muito mais
segura e feliz para você e para os outros.

0.2  Por que lhe dei este livro

    

     Sua sobrevivência 2 é importante para mim.

0.3  Felicidade

    

Felicidade3

     Alegria e felicidade verdadeiras são valiosas.

     Se uma pessoa não sobrevive, não pode obter alegria nem felicidade.

     É difícil tentar sobreviver numa sociedade caótica4, desonesta e geralmente imoral5.

     Todas as pessoas ou grupos tentam obter da vida todo o prazer e ausência de dor que puderem.

     A sua própria sobrevivência pode ser ameaçada pelas más ações das pessoas que o rodeiam.

     A sua felicidade pode se transformar em tristeza e tragédia devido a desonestidade e má conduta de outros.

     Tenho certeza de que você pode se lembrar de ocasiões em que isto realmente aconteceu. Estas más ações reduzem seu potencial de sobrevivência e diminuem sua felicidade.

     Você é importante para outras pessoas. Você é ouvido. Você pode influenciar os outros.

     A felicidade ou infelicidade das outras pessoas que conhece é importante para você.

     Sem muito trabalho, usando este livro você pode ajudá-las a sobreviver e a ter vidas mais felizes.

     Embora ninguém possa garantir que outra pessoa seja feliz, as possibilidades de sobrevivência e de felicidade dela podem ser melhoradas. E com as dela, as suas também o serão.

Está ao seu alcance indicar o caminho para
uma vida menos perigosa e mais feliz.

1  Cuide de si mesmo

    

1.1  Procure receber cuidados de saúde quando você estiver doente

     Quando estão doentes, mesmo com doenças contagiosas, as pessoas muitas vezes não se isolam nem procuram tratamento adequado. Isto, como você pode facilmente ver, tem tendência a colocá-lo em risco. Quando uma pessoa está doente, insista para que ela tome as precauções adequadas e receba o tratamento adequado.

1.2  Mantenha o seu corpo limpo

     As pessoas que não tomam banho nem lavam as mãos regularmente podem transmitir germes. Elas o colocam em risco. Você tem o direito de insistir para que as pessoas tomem banho regularmente e lavem as mãos. E inevitável que uma pessoa se suje quando trabalha ou faz exercícios. Faça com que ela se lave em seguida.

1.3  Mantenha os seus dentes em bom estado

     Dizem que se as pessoas escovassem os dentes depois de cada refeição, os dentes não se estragariam. Isto, ou uma goma de mascar após cada refeição, ajuda a evitar doenças da boca e mau hálito. Sugira às outras pessoas que mantenham seus dentes em bom estado.

1.4  Coma adequadamente

     As pessoas que não se alimentam adequadamente, não são de muita ajuda para você ou para elas mesmas. Têm a tendência para ter um baixo nível de energia. As vezes ficam de mau humor. Adoecem com mais facilidade. Para comer corretamente, não são necessárias dietas estranhas, mas e preciso comer alimentos nutritivos regularmente.

1.5  Descanse

     Embora muitas vezes na vida uma pessoa tenha de continuar a trabalhar além dos períodos normais de sono, não descansar adequadamente, pode fazer com que ela se torne um fardo para os outros. Pessoas cansadas não estão atentas. Podem cometer erros. Têm acidentes. Precisamente quando mais se necessita delas, podem deixar para você todo o trabalho que existe para fazer. Elas colocam os outros em perigo. Insista para que as pessoas que não descansam o suficiente, o façam.

2  Seja moderado

Seja moderado6.

2.1  Não use drogas prejudiciais

     As pessoas que usam drogas nem sempre veem o mundo real que as rodeia. Elas não estão realmente aí. Numa estrada, num contato casual, dentro de casa, elas podem ser muito perigosas para você. Essas pessoas pensam equivocadamente que se "sentem melhor" ou "atuam melhor" ou "só estão felizes" quando estão sob o efeito de drogas. Isto é apenas outra delusão. Mais cedo ou mais tarde as drogas as destruirão fisicamente. Desencoraje as pessoas de usarem drogas. Quando elas estiverem fazendo isso, incentive-as a procurar ajuda para se libertarem das drogas.

2.2  Não beba álcool em excesso

     As pessoas que bebem álcool não estão atentas. O álcool diminui a capacidade de reação delas, mesmo quando têm a impressão de que ficam mais alertas por causa dele. O álcool tem algum valor medicinal. Este valor pode ser muito superestimado. Não deixe alguém que esteve bebendo, dirigir um automóvel ou pilotar um avião para você. A bebida pode tirar vidas de muitas maneiras diferentes. Um pouco de bebida alcoólica vai longe. Seja moderado. Não deixe que o excesso de álcool resulte em infelicidade ou morte. Desencoraje7 as pessoas de beber em excesso.

Observando os pontos acima, uma pessoa
se torna fisicamente mais capaz de desfrutar a vida.

3  Não seja promíscuo

    

Não seja promíscuo8.

     O sexo é o meio pelo qual a espécie se projeta para o futuro através dos filhos e da família. O sexo pode proporcionar muito prazer e felicidade: a Natureza assim o quis para que a espécie pudesse continuar a existir. Mas, se ele for mal usado ou abusado, traz consigo pesadas consequências e castigos: parece que a Natureza também assim o quis.

3.1  Seja fiel ao seu parceiro sexual

     A infidelidade por parte de um parceiro sexual pode reduzir bastante a sobrevivência de uma pessoa. A história e os jornais apresentam muitos casos da violência das paixões humanas, causados pela infidelidade. O sentimento de "culpa" é o menor dos males. O ciúme e a vingança são os monstros maiores: nunca se sabe quando serão despertados. É muito bonito falar de "ser civilizado", "desinibido" e "compreensivo"; mas nenhuma conversa irá recompor vidas destruídas. Um "sentimento de culpa" está longe de ser tão cortante quanto um punhal nas costas ou vidro moído na sopa.

     Além disso, há a questão da saúde. Se não insistir na fidelidade de um parceiro sexual, você se expõe a doenças. Por um breve período de tempo afirmou-se que as doenças venéreas estavam todas sob controle. Isto agora já não é assim, se é que alguma vez foi. Atualmente existem estirpes incuráveis dessas doenças.

     Os problemas de má conduta sexual não são novos. A poderosa religião do Budismo, na Índia, desapareceu dessa região do mundo no século VII. Segundo os seus próprios historiadores, a causa foi a promiscuidade sexual em seus mosteiros. Mais modernamente, quando a promiscuidade sexual se torna uma coisa prevalecente numa organização, quer ela seja comercial ou de outro tipo qualquer, a organização pode acabar fracassando. Por mais civilizadas que sejam suas conversas sobre o assunto, as famílias se despedaçam diante da infidelidade.

     O impulso de um momento pode se tornar o desgosto de toda uma vida. Procure incutir isto naqueles que o rodeiam e proteja sua própria saúde e prazer.

     O sexo é um grande passo no caminho para a felicidade e alegria. Não há nada de errado com ele desde que seja seguido com fidelidade e decência.

4  Ame e ajude as crianças

     As crianças de hoje vão se tornar a civilização de amanhã. Hoje em dia, trazer uma criança ao mundo assemelha-se um pouco a jogar alguém dentro da jaula de um tigre. As crianças não conseguem lidar com seu ambiente9 e não dispõem realmente de recursos para fazê-lo. Elas necessitam de amor e de ajuda para vencer.

     Este é um problema delicado de se discutir. Existem quase tantas teorias sobre o modo de criar ou não uma criança quanto existem pais. No entanto, se isto for mal feito, pode resultar em muitos desgostos e a pessoa pode até complicar o resto de sua própria vida. Algumas pessoas tentam criar os filhos como elas próprias foram criadas e outras tentam fazê-lo exatamente ao contrário; muitas têm a idéia de que se deve deixar que as crianças cresçam por conta própria. Nenhum destes métodos tem sucesso garantido. O último método é baseado numa idéia materialista10 de que o desenvolvimento da criança é paralelo à história da evolução11 da espécie; que de alguma forma mágica, não explicada, os "nervos" da criança irão "amadurecer" à medida que ela crescer, tendo como resultado um adulto moral12 e bem comportado. Muito embora se prove facilmente que esta teoria é falsa - basta notar a enorme quantidade de criminosos cujos nervos, de alguma forma, não amadureceram - esta é uma maneira preguiçosa de se criar crianças e alcançou alguma popularidade. Com esta teoria, você não está cuidando do futuro de sua civilização nem de sua própria velhice.

     Uma criança, de certa forma, é semelhante a uma lousa em branco. Se você escrever as coisas erradas nesta lousa, ela dirá as coisas erradas. Mas, ao contrário de uma lousa, a criança pode começar a escrever: a criança tende a escrever aquilo que já foi escrito. O problema se torna mais complicado pelo fato de que, muito embora a maior parte das crianças seja capaz de uma grande decência, algumas nascem insanas e, hoje em dia, algumas até nascem viciadas em drogas: contudo tais casos são uma rara minoria.

     Não faz nenhum bem simplesmente tentar "comprar" a criança com uma enorme quantidade de brinquedos e bens ou sufocar e proteger a criança: o resultado pode ser bastante desastroso.

     A pessoa tem de decidir o que está tentando fazer que a criança se torne: isto é modificado por diversas coisas: a) aquilo que a criança basicamente pode se tornar, devido à sua natureza e potencial inerente; b) aquilo que a criança quer realmente se tornar; c) aquilo que queremos que a criança se torne; d) os recursos disponíveis. Mas lembre-se que, seja qual for o resultado de todas estas coisas, a criança não sobreviverá bem a menos que se torne independente e tenha uma conduta muito moral. De outra forma, é provável que o resultado final venha a ser um risco para todos inclusive a própria criança.

     Qualquer que seja o grau de afeição que você tenha pela criança, lembre-se de que ela não pode sobreviver bem, a longo prazo, se não estiver com seus pés no caminho da sobrevivência. Não será um acidente se a criança seguir por um mau caminho: a sociedade contemporânea está feita sob medida para que a criança fracasse.

     Será uma imensa ajuda se você conseguir que uma criança compreenda os preceitos13 contidos neste livro e concorde em segui-los.

     Uma coisa que funciona muito bem é simplesmente tentar ser amigo da criança. É certamente verdade que uma criança necessita de amigos. Procure descobrir qual é realmente o problema da criança e, sem menosprezar as soluções que ela dá, tente ajudá-la a resolvê-lo. Observe-as - e isto se aplica até mesmo aos bebês. Escute o que as crianças lhe contam sobre a vida delas. Deixe que elas ajudem - se não fizer isso, elas vão ficar oprimidas por um sentimento de obrigação14 que em seguida têm de reprimir.

     Será uma grande ajuda para a criança se você conseguir obter sua compreensão e seu acordo quanto a este caminho para a felicidade, e levá-la a segui-lo. Isso poderia ter um efeito enorme na sobrevivência da criança - e na sua também.

     De fato, uma criança não vive bem sem amor. A maior parte das crianças tem uma grande quantidade de amor para retribuir.

O caminho para a felicidade tem no seu percurso
o amor e a ajuda às crianças, desde o berço
até o começo da idade adulta.

5  Honre e ajude os seus pais

    

Honre15 e ajude os seus pais.

     Do ponto de vista de uma criança, os pais muitas vezes são difíceis de serem compreendidos.

     Existem diferenças entre as gerações. Mas isto, na verdade, não é uma barreira. Quando uma pessoa é fraca, tem a tentação de procurar refúgio em subterfúgios e mentiras: é isto que constrói a barreira.

     As crianças podem reconciliar suas diferenças com seus pais. Antes de começar qualquer gritaria, a pessoa pode ao menos tentar conversar sobre o assunto com calma. Se a criança for franca e honesta, este será certamente um apelo que será ouvido. Muitas vezes é possível chegar a uma conciliação16 em que ambas as partes se entendem e com a qual podem concordar. Nem sempre é fácil conviver com os outros, mas devemos tentar.

     Não se pode desprezar o fato de que os pais agem quase sempre com um desejo muito forte de fazer aquilo que eles pensam ser o melhor para os filhos.

     Os filhos estão em dívida para com os pais pela sua educação - no caso de os pais os terem educado. E embora alguns pais sejam tão independentes que não aceitem qualquer retribuição para aliviar essa obrigação, por outro lado, também é verdade que muitas vezes chega um momento em que é a vez de a geração mais nova cuidar dos pais.

     Apesar de tudo, devemos nos lembrar que eles são os únicos pais que temos. E como tal, aconteça o que acontecer, devemos honrá-los e ajudá-los.

caminho para a felicidade inclui ter
uma boa relação com os país ou
com aqueles que nos criaram.

6  Dê um bom exemplo

Dê um bom exemplo17.

     Uma pessoa influencia18 muita gente. A influência19 pode ser boa ou má.

     Se você seguir a sua vida de acordo com estas recomendações, estará dando um bom exemplo.

     As pessoas que nos rodeiam não podem deixar de ser influenciadas por isto, digam elas o que disserem.

     Qualquer pessoa que tente desencorajá-lo, está fazendo isso porque na verdade quer o seu mal ou está buscando servir seus próprios interesses. No fundo, ela respeitará você.

     A longo prazo suas possibilidades de sobrevivência irão aumentar, visto que os outros, influenciados por você, vão se tornar uma ameaça menor. Há outros benefícios.

     Não menospreze os efeitos que pode produzir nos outros simplesmente por mencionar estas coisas e por dar um bom exemplo.

O caminho para o felicidade requer que
se dê um bom exemplo aos outros.

7  Procure viver com a verdade

    

Procure viver com a verdade20.

     Dados falsos podem fazer alguém cometer erros estúpidos. Podem até mesmo impedir alguém de assimilar dados verdadeiros.

     Só é possível resolver os problemas da existência quando se tem dados verdadeiros.

     Se as pessoas ao nosso redor mentem para nós, somos levados a cometer erros e nosso potencial de sobrevivência fica reduzido.

     Os dados falsos podem vir de muitas fontes: acadêmica, social e profissional.

     Muitos desejam que você acredite em certas coisas apenas para servir aos interesses deles.

     O que é verdade é aquilo que é verdade para você.

     Ninguém tem o direito de forçá-lo a aceitar dados e de ordenar que acredite neles, ou sofra as consequências. Se uma coisa não é verdade para você, então não é verdade.

     Pense por si próprio, aceite o que é verdade para você e descarte o resto. Não há nada mais triste do que uma pessoa que tenta viver num caos de mentiras21.

7.1  Não diga mentiras prejudiciais

     As mentiras prejudiciais são o resultado de medo, maldade e inveja. Podem levar as pessoas a cometerem atos desesperados. Podem arruinar vidas. Criam uma espécie de armadilha em que ambos podem cair, o autor e o alvo. Isso pode resultar num caos interpessoal e social. Muitas guerras começaram por causa de mentiras prejudiciais.

     Uma pessoa deve aprender a detectar essas mentiras e a rejeitá-las.

7.2  Não dê falso testemunho

     Existem penalidades consideráveis relacionadas com jurar ou dar testemunho de "fatos" falsos; isto é chamado de "perjúrio": tem penalidades pesadas.

O caminha para a felicidade encontra-se
ao longo da estrada para a verdade.

8  Não cometa assassinato

Não cometa assassinato22.

     A maior parte das raças, desde os tempos mais remotos até o presente, tem proibido o assassinato e o tem punido severamente. Algumas vezes isto foi ampliado para "Não matarás", embora em uma tradução mais recente da mesma obra tenha sido verificado que esta dizia: "Não assassinarás".

     Há uma diferença considerável entre estas duas palavras: "matar" e "assassinar". Uma proibição contra toda e qualquer ação de matar eliminaria a legítima defesa; tenderia a tornar ilegal acabar com uma serpente que se preparasse para atacar um bebê; poria uma espécie inteira numa dieta vegetariana. Tenho certeza de que você pode imaginar muitos exemplos das dificuldades que seriam criadas por uma proibição contra toda a ação de matar.

     "Assassinar" é uma coisa inteiramente diferente. Por definição, significa: "A morte ilegal de um (ou mais) ser humano, por outro, especialmente quando realizada com premeditação". É fácil ver que nestes tempos de armas violentas, seria muito fácil cometer assassinato. Não poderíamos existir numa sociedade em que nós ou nossa família ou amigos estivessem à mercê de uns quantos indivíduos que andassem por aí tirando vidas ao acaso.

     O assassinato, com muita razão, ocupa a mais alta prioridade na prevenção e retaliação social.

     Os estúpidos, os perversos e os loucos, procuram resolver seus problemas reais ou imaginários com o assassinato. E sabe-se que eles o têm feito sem ter qualquer motivo em absoluto.

     Apoie qualquer programa demonstravelmente eficaz que lide com esta ameaça à humanidade e lhe dê força. A sua própria subrevivência pode depender disso.

O caminho para a felicidade não inclui assassinar
ou o assassinato dos seus amigos, da sua
família ou o seu próprio.

9  Não faça nada ilegal

     "Atos ilegais" são aqueles que são proibidos pela lei ou por regras oficiais. Estas são o resultado do trabalho de governantes, corpos legislativos e juízes. Geralmente se encontram escritas sob a forma de códigos legais. Numa sociedade bem organizada, são publicados e tornados conhecidos de um modo geral. Numa sociedade nebulosa - e muitas vezes dominada pelo crime - é necessário consultar um advogado ou ter uma formação especial para se conhecer todas as leis: uma sociedade assim, dirá que "a ignorância não é desculpa para transgredir a lei".

     No entanto, qualquer membro da sociedade, seja ele jovem ou idoso, tem a responsabilidade de saber o que essa sociedade considera ser um "ato ilegal". Para ficar sabendo disso, há pessoas a quem se pode consultar e existem bibliotecas onde estes podem ser procurados.

     Um "ato ilegal" não significa desobedecer a alguma ordem superficial, como "vá dormir". É uma ação que, quando cometida, pode resultar em punição pelos tribunais e pelo Estado - ser exposto ao escárnio23 público pela máquina de propaganda24 do Estado, ser multado e até mesmo preso.

     Quando uma pessoa faz alguma coisa ilegal, grande ou pequena, ela fica sujeita a ser atacada pelo Estado. Quando uma pessoa comete um ato ilegal, quer seja pega ou não, ela enfraquece suas defesas.

     Quase todas as coisas que valem a pena e que tentamos realizar, podem muitas vezes ser feitas de uma forma perfeitamente legal.

     O caminho "ilegal" é um atalho perigoso e que faz perder tempo. As "vantagens" imaginadas ao cometer atos ilegais, normalmente acabam não valendo a pena.

     O Estado e o governo tendem a ser uma máquina um tanto quanto irracional. Existem e funcionam com base em leis e códigos legais. Estes estão ajustados para esmagar a ilegalidade através de seus canais. Assim, podem se tornar um inimigo implacável25 e inflexível26 quanto ao tema de "atos ilegais". O certo e o errado das coisas não contam para nada perante as leis e os códigos legais. Somente as leis contam.

     Quando você perceber ou descobrir que as pessoas à sua volta estão cometendo "atos ilegais", deve fazer tudo o que puder para desencorajar isso. Até você próprio, mesmo sem tomar parte nesses atos, pode vir a sofrer por causa disso. O contador da firma falsifica os livros: em qualquer tumulto resultante, a firma poderia falir e você poderia perder o emprego. Tais acontecimentos podem afetar bastante a sobrevivência de uma pessoa.

     Na qualidade de membro de qualquer grupo sujeito a leis, encoraje a publicação clara dessas leis, para que elas possam ser conhecidas. Apoie quaisquer esforços legais ou políticos para simplificar, clarificar e codificar as leis que se aplicam a esse grupo. Adote o princípio de que todos os homens são iguais perante a lei, um princípio que, em sua própria época - os dias tirânicos27 da aristocracia28 - foi um dos maiores avanços sociais na história da humanidade e que não deve ser perdido de vista.

     Certifique-se de que as crianças e as pessoas sejam informadas sobre o que é "legal" e o que é "ilegal" e mostre-lhes, nem que seja só através de uma testa franzida, que você não aprova "atos ilegais".

     Aqueles que os cometem, mesmo quando "não são pegos", ficam mais fracos perante o poder do Estado.

O caminho para felicidade não inclui
o medo de vir a ser descoberto.

10  Apoie um governo do povo

    

Apoie um governo planejado e administrado para o povo.

     Homens e grupos perversos e sem escrúpulos podem usurpar o poder do governo e usá-lo para os seus próprios fins.

     Um governo organizado e conduzido somente em função dos interesses de certos indivíduos e grupos, faz com que a sociedade tenha um tempo de vida curto. Isto põe em perigo a sobrevivência de todo o mundo nessa terra e até mesmo daqueles que tentam fazer isso. A História está cheia de mortes governamentais como essas.

     Geralmente, a oposição a tais governos só traz mais violência.

     Mas alguém pode levantar sua voz em sinal de alerta quando há abusos desse tipo por todo o lado. E não é preciso apoiar ativamente um governo assim; sem fazer nada ilegal, ainda é possível, simplesmente retirando sua cooperação, levá-lo a uma reforma subsequente. No momento em que estas palavras estão sendo escritas, há vários governos pelo mundo afora que estão falhando somente porque seus povos estão expressando silenciosamente seu desacordo através da simples não cooperação. Estes governos estão em risco: qualquer vento contrário poderia derrubá-los.

     Em contrapartida, todo o apoio possível deveria ser dado quando um governo está obviamente trabalhando duro para TODOS os seus cidadãos, e não para algum grupo de interesse ou ditador insano.

     Existe um assunto chamado "governo". Nas escolas ensina-se principalmente "Educação Cívica", que é meramente como a organização atual está estruturada. O verdadeiro assunto, "governo", aparece sob diversos nomes: Economia Política, Filosofia Política, Poder Político, etc. Todo o assunto de "governo", e de como governar, pode ser bastante exato, quase uma ciência técnica. Se você está interessado em ter um governo melhor, um governo que não cause problemas, então deveria sugerir que esta matéria seja ensinada nas escolas, desde muito cedo. Além disto, também pode ler a respeito do assunto: este não é um tema muito difícil desde que consulte um dicionário para clarificar as palavras difíceis.

     Afinal de contas é o povo e seus líderes de opinião que suam e lutam e dão o sangue pelo seu país. Um governo não pode sangrar, nem sequer pode sorrir: um governo é apenas uma idéia que os homens têm. É somente o indivíduo que está vivo - você.

O caminho para a felicidade é difícil de seguir
quando obscurecido pela opressão da tirania. Um
governo benigno que é planejado e administrado
para TODAS as pessoas, é conhecido por facilitar o
caminho: quando isso acontece, ele merece apoio.

11  Defenda as pessoas boas

Não prejudique uma pessoa de boa vontade29.

     Apesar da insistência das pessoas perversas em dizer que todas as pessoas são más, também há por aí muitos homens e mulheres que são boas pessoas. Você pode ter tido a sorte de conhecer algumas pessoas assim.

     De fato, a sociedade funciona graças aos homens e mulheres de boa vontade. Os funcionários públicos, os líderes de opinião, as pessoas no setor privado que fazem seu trabalho são, em sua grande maioria, pessoas de boa vontade. Se não o fossem, teriam deixado de servir há muito tempo.

     Estas pessoas são fáceis de atacar: sua própria decência as impede de se protegerem em demasia. No entanto, a sobrevivência da maior parte dos indivíduos numa sociedade depende delas.

     O criminoso violento, o propagandista, a imprensa sensacionalista, todos tendem a desviar a nossa atenção do fato real e cotidiano de que a sociedade não funcionaria em absoluto se não houvesse indivíduos de boa vontade. Enquanto eles guardam as ruas, dão conselhos às crianças, medem a temperatura das pessoas, apagam incêndios e dizem coisas sensatas com uma voz calma, nós corremos o risco de negligenciar o fato de que são estas pessoas de boa vontade que mantêm o mundo funcionando e o ser humano vivo nesta Terra.

     Apesar de tudo, estas pessoas podem ser atacadas, por isso, medidas severas para defendê-las e protegê-las do mal devem ser advogadas e tomadas, uma vez que a sua própria sobrevivência, e a da sua família e amigos, depende delas.

O caminho para a felicidade é muito mais
facilmente seguido quando se dá apoio
as pessoas de boa vontade.

12  Proteja e melhore o seu ambiente

Proteja30 e melhore o seu ambiente.

12.1  Mantenha uma boa aparência

     Às vezes não ocorre a alguns indivíduos - visto que eles não têm de passar o dia olhando para si mesmos - que eles fazem parte do cenário e da aparência dos outros. E alguns não compreendem que são julgados pelos outros com base em sua aparência.

     Enquanto roupas possam ser caras, sabão e outros utensílios de cuidado pessoal não são difíceis de serem obtidos. As técnicas, às vezes, são difíceis de ser encontradas, mas podem ser desenvolvidas.

     Em algumas sociedades, quando são bárbaras ou se tornaram muito degradadas, pode até ser moda ter um aspecto desagradável em público. Na verdade, isto é um sintoma de uma falta de autoestima.

     Ao fazer exercício ou trabalhar, a pessoa pode ficar bem suja. Mas isso não a impede de se lavar e limpar. E alguns operários ingleses e europeus, por exemplo, conseguem manter certa classe na aparência, mesmo enquanto trabalham. Pode ser observado que alguns dos melhores atletas têm boa aparência apesar de estarem banhados em suor.

     Um ambiente desfigurado por pessoas com um ar desleixado pode ter um efeito sutil e deprimente sobre o moral31 de cada um.

     Encoraje as pessoas à sua volta a manterem uma boa aparência, elogiando-as quando o fazem, ou mesmo ajudando-as gentilmente a resolver seus problemas, quando não o fazem. Isto poderia aumentar a autoestima delas e ao mesmo tempo levantar-lhes o moral.

12.2  Cuide de sua própria área

     Quando as outras pessoas têm as coisas e áreas delas sujas e desarrumadas, isso pode se espalhar para a sua área.

     Quando as pessoas parecem não ser capazes de cuidar de suas coisas e áreas, isso é um sintoma de que elas sentem que, na verdade, não pertencem a esse lugar e que realmente não possuem suas próprias coisas. Quando eram jovens, as coisas que lhes foram "dadas" estavam condicionadas por precauções e limitações em demasia, ou lhes foram tiradas por irmãos ou pais. E possivelmente elas não se sentiam bem-vindas.

     Os pertences, os quartos e áreas de trabalho, os veículos dessas pessoas, mostram que estes não são realmente propriedade de ninguém. Pior ainda, às vezes pode ser observado uma espécie de raiva contra as coisas. O vandalismo32 é uma manifestação disso: a casa ou o carro "sem dono" são rapidamente destruídos.

     As pessoas que constroem e tentam manter as habitações para pessoas de poucos recursos, muitas vezes ficam consternadas com a rapidez com que estas começam a se deteriorar. Os pobres, por definição, possuem pouco ou nada. Atormentados de várias maneiras, eles também acabam sentindo que não pertencem a esse lugar.

     Mas quer sejam ricas ou pobres e por qualquer que seja a razão, as pessoas que não cuidam de seus pertences e áreas podem causar desordem às pessoas que as rodeiam. Estou certo de que você se lembra de alguns exemplos disso.

     Pergunte a tais pessoas o que é que elas realmente possuem na vida e se realmente pertencem ao lugar onde estão, e você receberá algumas respostas surpreendentes. E também lhes terá prestado uma grande ajuda.

     A capacidade de organizar e manter em ordem os bens e áreas pode ser ensinada. Para alguém pode ser uma idéia nova de que um objeto, depois de tirado de um lugar e usado, deva voltar a ser colocado no mesmo lugar para que possa ser encontrado de novo: algumas pessoas passam metade de seu tempo justamente procurando as coisas. Um pouco de tempo gasto em se organizar pode ser recompensado por maior rapidez no trabalho: isto não é um desperdício de tempo como alguns acreditam.

     Para proteger seus próprios bens e áreas, faça com que os outros cuidem dos deles.

12.3  Ajude a cuidar do planeta.

     A idéia de que cada um de nós tem uma parte no planeta, e de que pode e deveria ajudar a cuidar dele, pode parecer muito abrangente e, para alguns, totalmente fora da realidade. Porém, hoje em dia, o que acontece no outro lado do mundo, mesmo a uma distância muito grande, pode afetar o que acontece no seu próprio lar.

     Descobertas recentes, efetuadas por sondas espaciais enviadas a Vênus, mostraram que o nosso próprio mundo poderia se deteriorar até um ponto em que já não poderia manter a vida. E isso possivelmente poderia acontecer ainda durante a nossa vida atual.

     Derrubem muitas florestas, poluam muitos rios e mares, danifiquem a atmosfera e estaremos perdidos. A temperatura da superfície terrestre pode ficar escaldante, a chuva pode transformar-se em ácido sulfúrico. Todas as coisas vivas poderiam morrer.

     Alguém pode perguntar: "Mesmo que isso fosse verdade, o que eu poderia fazer a respeito disso?". Bem, mesmo se ele simplesmente franzisse a testa ao presenciar alguém que estivesse fazendo coisas para estragar o planeta, ele já estaria fazendo alguma coisa sobre o assunto. Mesmo se a pessoa se limitasse a ter a opinião de que destruir o planeta não é uma coisa boa e mencionasse essa opinião, ela já estaria fazendo alguma coisa.

     A atividade de cuidar do planeta começa em seu próprio quintal. Prolonga-se pela área por onde você passa para ir à escola ou ao trabalho. Inclui lugares como onde você faz um piquenique ou onde vai de férias. O lixo que suja o terreno e fontes de água, as matas secas que facilitam os incêndios, estas são coisas para as quais você não deve contribuir e sobre as quais pode fazer alguma coisa em momentos de lazer. Plantar uma árvore pode parecer muito pouco, mas já é alguma coisa.

     Em alguns países, os idosos e os desempregados, não ficam simplesmente sentados se despedaçando: eles são utilizados para cuidar dos jardins, parques e florestas, para apanhar o lixo e acrescentar um pouco de beleza ao mundo. Não há carência de recursos para se cuidar do planeta. Os recursos existentes são principalmente ignorados. Uma pessoa pode notar que o Corpo de Conservação Civil, nos Estados Unidos, organizado durante a década de 1930 para aproveitar a energia de oficiais e de jovens desempregados, foi um dos poucos projetos nessa época de depressão, se não o único, que criou mais riqueza para o Estado do que aquela que foi gasta. Reflorestou grandes áreas e fez outras coisas valiosas que cuidaram dessa parte do planeta que é os Estados Unidos. Pode-se notar que o CCC já não existe. Alguém pode fazer algo tão pequeno quanto dar a opinião de que tais projetos valem a pena e pode apoiar os líderes de opinião e as organizações que realizam o trabalho de conservação do ambiente.

     Não há carência de tecnologia. Porém, a tecnologia e sua aplicação custam dinheiro. O dinheiro torna-se disponível quando são seguidas políticas econômicas sensatas, políticas que não penalizam todo o mundo. Tais políticas existem. Há muitas coisas que as pessoas podem fazer para ajudar a cuidar do planeta. Elas começam com a idéia de que deveriam fazê-lo. Elas progridem ao sugerir às outras pessoas que também deveriam fazê-lo.

     O ser humano atingiu o potencial de destruir o planeta. Ele precisa ser conduzido rumo à capacidade e atividades para salvá-lo.

     Este é, afinal de contas, o local onde estamos vivendo.

Se os outros não ajudarem a proteger e a melhorar
o meio ambiente, o caminho para a felicidade
poderia não ter um leito sobre o qual viajar.

13  Não roube

    

Não roube.

     Quando alguém não respeita o direito de propriedade das coisas, seus próprios bens e propriedade estão em risco.

     Uma pessoa que, por alguma razão, não foi capaz de acumular bens honestamente, pode fazer de conta que, de qualquer forma, ninguém é dono de coisa alguma. Mas não tente roubar os sapatos dele!

     Um ladrão semeia o ambiente com mistérios: o que aconteceu com isto, o que aconteceu com aquilo? Um ladrão causa perturbações muito maiores que o valor das coisas que ele rouba.

     Diante de anúncios de coisas desejáveis, destroçados pela incapacidade de fazer algo suficientemente valioso que lhes permita adquirir bens, ou simplesmente levados por um impulso, aqueles que roubam imaginam que estão adquirindo algo valioso a baixo custo. Mas essa é a dificuldade: o custo. O preço real para o ladrão é incrivelmente alto. Os maiores ladrões da história pagaram pelos seus roubos passando o resto de suas vidas em esconderijos miseráveis ou em prisões, com somente alguns raros momentos de "boa vida". Nenhum a quantia de valores roubados compensa tal destino horrível.

     Os bens roubados perdem grande parte de seu valor: eles têm de ficar escondidos e são sempre uma ameaça à própria liberdade.

     Até mesmo em países comunistas, o ladrão é enviado para a prisão.

     Na realidade, roubar coisas é uma admissão de que não se é suficientemente capaz para conseguir essas coisas por meios honestos. Ou reconhecer que se tem uma certa dose de insanidade. Pergunte a um ladrão qual desses é o caso dele: será um ou o outro.

O caminho para a felicidade não pode ser
percorrido com bens roubados.

14  Seja digno de confiança

    

Seja digno de confiança.

     A menos que uma pessoa confie naqueles que a rodeiam, ela própria está em risco. Quando aqueles com quem conta a decepcionam, sua vida pode ficar desordenada e mesmo sua sobrevivência pode ser colocada em risco.

     A confiança mútua é a base mais firme das relações humanas. Sem ela, toda a estrutura cai por terra.

     Ser digno de confiança é uma coisa muito respeitada. Quando alguém é digno de confiança, considera-se que ele é muito valioso. Quando alguém tiver perdido isso, ele pode ser considerado sem valor.

     A pessoa deve levar os outros que a rodeiam a demonstrar que são dignos de confiança e a merecer essa confiança. Desse modo eles irão se tornar muito mais valiosos para si mesmos e para os outros.

14.1  Mantenha sua palavra uma vez dada

     Quando uma pessoa dá a certeza ou faz uma promessa ou um juramento de sua intenção, ela deve cumprir o que prometeu. Se alguém diz que vai fazer uma coisa, deveria fazê-la. Se diz que não vai fazer uma coisa, não deveria fazê-la.

     A opinião que os outros têm de alguém baseia-se, em grande parte no fato de essa pessoa manter sua palavra ou não. Até mesmo os pais, por exemplo, ficariam surpreendidos se soubessem o quanto podem descer no conceito de seus filhos quando não cumprem suas promessas.

     As pessoas que mantêm a palavra dada inspiram confiança e são admiradas. As que não o fazem são consideradas como lixo.

     Aquelas que quebram a palavra, raramente vão ter outra oportunidade.

     Uma pessoa que não mantêm sua palavra pode, ao fim de pouco tempo, dar por si envolvida e aprisionada em toda a espécie de "restrições" e exigências de "garantias", e pode mesmo ser excluída das relações normais com os outros. Não existe um autoexílio mais completo de seus semelhantes do que não cumprir as promessas uma vez feitas.

     Não devemos permitir que os outros deem sua palavra levianamente. E devemos insistir que quando uma promessa é feita, ela deva ser cumprida. Tentar se associar a indivíduos que não mantêm a palavra pode trazer muita desordem à vida de uma pessoa. Este aspecto é muito importante.

O caminho para a felicidade é muito, muito
mais fácil de percorrer ao lado de pessoas
em quem se pode confiar.

15  Cumpra suas obrigações

Cumpra suas obrigações33.

     Ao avançar pela vida, uma pessoa incorre inevitavelmente em obrigações. De fato, ela já nasce com certas obrigações e estas tendem a se acumular daí em diante. Isto não é novo e nem se trata de uma idéia nova o fato de uma pessoa ter uma dívida com os pais por estes a terem trazido ao mundo e por a terem criado. É um ponto a favor dos pais que eles não façam valer esse fato mais do que já fazem. Mas, mesmo assim, esta é uma obrigação: até mesmo a criança sente isso. E à medida que a vida segue seu curso, a pessoa acumula outras obrigações - com outras pessoas, amigos, a sociedade e até mesmo com o mundo.

     É um grande desserviço prestado a uma pessoa não lhe permitir que cumpra suas obrigações, ou que pague o que deve. Uma boa parte da "revolta da infância" é causada pela recusa dos outros em aceitar a única "moeda" que um bebê, uma criança ou um jovem pode usar para aliviar o "peso da obrigação": os sorrisos do bebê, os esforços desastrados da criança para ajudar, os conselhos que o adolescente pode dar ou simplesmente seus esforços para ser um bom filho, geralmente passam despercebidos ou não são aceitos; estes esforços podem ser mal dirigidos, muitas vezes são mal planejados; desvanecem-se rapidamente. Quando, com esses esforços, eles falham em reduzir o montante da dívida, essas tentativas podem ser substituídas por qualquer número de mecanismos ou racionalizações: "na verdade, ninguém deve nada a ninguém", "para começar, eles me deviam tudo isso", "eu não pedi para nascer", "meus pais ou tutores não são bons" e "de qualquer maneira, a vida não vale a pena ser vivida", só para indicar alguns. E, no entanto, as obrigações continuam a se amontoar.

     O "peso da obrigação" pode ser um fardo esmagador se uma pessoa não vê a maneira de descarregá-lo. Isto pode causar todo o tipo de confusões e perturbações em nível individual ou social. Quando este fardo não pode ser descarregado, as pessoas para quem se deve tornam-se alvo das reações mais inesperadas, muitas vezes sem o saberem.

     Pode-se ajudar uma pessoa que se encontre no dilema das obrigações e dívidas a ser pagas, simplesmente revendo com ela todas as obrigações em que incorreu e que não cumpriu - morais, sociais e financeiras - e arranjando alguma maneira para descarregar todas as que a pessoa sinta que ainda deve.

     Deve-se aceitar os esforços de uma criança ou de um adulto para pagar as obrigações de ordem não financeira que eles sintam que podem estar devendo: deve-se ajudar a arranjar uma solução mutuamente aceitável para o pagamento de dívidas financeiras.

     Desencoraje uma pessoa de incorrer em mais obrigações do que aquelas que ela pode realmente cumprir ou pagar.

O caminho para a felicidade é muito
difícil de percorrer quando carregamos
o peso de obrigações que nos são
devidas ou que não pagamos.

16  Seja diligente

Seja diligente34.

     O trabalho nem sempre é agradável.

     Mas poucas pessoas são mais infelizes do que aquelas que levam uma existência ociosa, aborrecida e sem propósito: as crianças olham entristecidas para a mãe quando não têm nada para fazer; a prostração de espírito dos desempregados, mesmo quando recebem "ajuda social"35 ou "seguro desemprego"36, é lendária; o aposentado, que já não tem mais nada para alcançar na vida, morre de inatividade, como mostram as estatísticas.

     Até mesmo o turista, atraído pelo convite ao descanso feito por uma agência de viagens, dá trabalho para o guia turístico se este não lhe arranjar algo para fazer.

     Até mesmo o pesar pode ser aliviado se a pessoa simplesmente se ocupar fazendo alguma coisa.

     O moral sobe a grandes alturas por meio da realização de coisas. De fato, pode ser demonstrado que a produção37 é a base do moral.

     Os indivíduos que não são diligentes descarregam o trabalho em cima das pessoas que os rodeiam. Eles tendem a sobrecarregar os outros.

     É difícil conviver com pessoas preguiçosas. Além de elas serem deprimentes, podem também ser um pouco perigosas.

     Uma solução funcional é persuadi-las a escolherem alguma atividade e fazer com que se mantenham ocupadas com esta. Será verificado que os benefícios mais duradouros provêm do trabalho que leva a uma produção real.

O caminho para a felicidade é uma via rápida
quando inclui trabalho diligente que
leva a uma produção palpável.

17  Seja competente

Seja competente38.

     Numa época de equipamentos complexos, máquinas e veículos de alta velocidade, a sobrevivência de uma pessoa, de sua família e de seus amigos depende, em grande parte, da competência geral dos outros.

     No mundo dos negócios, nas ciências, nas humanidades e no governo, a incompetência39 pode ameaçar as vidas e o futuro de algumas ou mesmo de muitas pessoas.

     Tenho certeza de que você pode se lembrar de muitos exemplos disto.

     O ser humano sempre teve um impulso para controlar seu destino. A superstição, a propiciação aos deuses certos, as danças rituais antes da caçada, todas estas coisas podem ser vistas como esforços para controlar o destino, não importa quão fracos ou ineficazes sejam.

     Foi só quando o ser humano aprendeu a pensar, a dar valor ao conhecimento e a aplicá-lo com competência, que ele começou a dominar o seu ambiente. A verdadeira "dádiva do céu" pode ter sido o potencial para ser competente.

     Nas ocupações e atividades comuns, o ser humano respeita a competência e a habilidade. Estas, em um herói ou atleta, são quase veneradas.

     A verdadeira prova da competência é o resultado final.

     Um homem sobrevive na medida em que é competente. Ele sucumbe na medida em que é incompetente.

     Encoraje a competência em qualquer ocupação que valha a pena. Elogie e recompense a competência sempre que a encontrar.

     Exija elevados padrões de desempenho. O teste de uma sociedade é se você, sua família e seus amigos, podem ou não viver nela em segurança.

     Os ingredientes da competência incluem a observação, o estudo e a prática.

17.1  Olhe

     Veja o que você mesmo vê, não o que alguém diz que você vê.

     O que você observa é o que você observa. Olhe para as coisas, para a vida e para os outros diretamente e não através de uma nuvem de preconceitos, de uma cortina de medo ou da interpretação de outra pessoa.

     Em vez de discutir com os outros, faça com que eles olhem. As mentiras mais flagrantes podem ser despedaçadas, os maiores fingimentos podem ser expostos, os quebra-cabeças mais intricados podem ser resolvidos e as revelações mais incríveis podem ocorrer, simplesmente por insistir gentilmente que alguém olhe.

     Quando outra pessoa achar que as coisas são confusas demais e difíceis de suportar, quando ela estiver com a cabeça girando, faça com que ela simplesmente pare e olhe.

     Geralmente, o que as pessoas descobrem é muito óbvio quando elas o veem. Elas podem então seguir em frente e resolver as coisas. Mas se as próprias pessoas não veem, não observam por si mesmas, aquilo pode ser muito pouco real para elas e nem todas as diretivas, ordens e castigos no mundo irão resolver as confusões que elas têm.

     Podemos indicar a direção para onde olhar e sugerir à outra pessoa que olhe: as conclusões têm de ser dela.

     Seja criança ou adulto, a pessoa vê o que ela mesma vê e essa é a realidade para ela.

     A verdadeira competência baseia-se na própria capacidade da pessoa para observar. Tendo isso como sua realidade, só então é que a pessoa consegue ser hábil e segura.

17.2  Aprenda

     Alguma vez já aconteceu que alguém tivesse dados falsos a seu respeito? Isso lhe causou dificuldades?

     Isto pode lhe dar uma idéia do caos que os dados falsos podem causar.

     Você também poderia ter alguns dados falsos sobre outras pessoas.

     Separar o verdadeiro do falso traz compreensão.

     Há muitos dados falsos por aí. Indivíduos mal intencionados inventam esses dados para servir a seus próprios fins. Uma parte dessas informações vem da simples ignorância dos fatos. Os dados falsos podem bloquear a aceitação de dados verdadeiros.

     O principal processo de aprendizagem consiste em inspecionar os dados disponíveis, separar os verdadeiros dos falsos, os importantes dos irrelevantes e chegar assim a conclusões que possam ser aplicadas. Se fizer isto, a pessoa está bem a caminho de se tornar competente.

     O teste de qualquer "verdade" é se ela é verdade para você. Se, na posse de um conjunto de dados, você clarificou todas as palavras desse conjunto que não havia compreendido completamente e examinou a cena, e ainda assim o assunto não lhe parecia verdadeiro, então, no que lhe diz respeito, o assunto não é verdadeiro. Rejeite-o. E, se quiser, leve a questão mais longe e conclua o que é a verdade para você. Afinal de contas, é você quem vai ter de usar ou não os dados e pensar ou não pensar com eles. Se uma pessoa aceita cegamente "fatos" ou "verdades" só porque lhe dizem que deve aceitá-los, quando esses "fatos" e "verdades" não lhe parecem verdadeiros, ou até lhe parecem falsos, o resultado final pode ser bastante infeliz. Esse é um beco que conduz à lixeira da incompetência.

     Outra parte da aprendizagem consiste simplesmente em reter coisas na memória - coisas como a ortografia das palavras, as tabelas e fórmulas matemáticas, ou a sequência dos botões que se deve pressionar. Mas, mesmo na simples memorização, a pessoa tem de saber para que serve o material e como e quando usá-lo.

     O processo de aprendizagem não é só empilhar dados em cima de mais dados. É um processo de obter novas compreensões e melhores maneiras de fazer as coisas.

     Aqueles que se dão bem na vida nunca param realmente de estudar e de aprender. O engenheiro competente se mantém a par das novas técnicas; o bom atleta revê continuamente os progressos de seu esporte; qualquer profissional mantém uma pilha dos seus textos à mão e os consulta.

     O novo modelo de batedeira elétrica ou de máquina de lavar, o último modelo de carro, todos exigem algum estudo e aprendizagem para poderem ser operados com competência. Quando as pessoas omitem isso, há acidentes na cozinha e pilhas de destroços sangrentos nas estradas.

     Só um indivíduo muito arrogante pensa que não há nada mais para aprender na vida. Só um indivíduo perigosamente cego não consegue descartar seus preconceitos e dados falsos, e substituí-los com fatos e verdades que podem mais adequadamente ajudá-lo em sua vida e na dos outros.

     Há maneiras de estudar para realmente aprender e poder usar o que foi aprendido. Em resumo, consiste em ter um professor e/ou textos que saibam do que estão falando; em clarificar todas as palavras que não compreenda completamente; em consultar outras referências e/ou a cena do assunto estudado; em encontrar os dados falsos que poderia ter: separar o verdadeiro do falso com base no que é agora verdade para si mesmo. O resultado final será a certeza e a competência potencial. Esta pode ser, na verdade, uma experiência brilhante e compensadora. É quase como escalar uma montanha traiçoeira através de espinheiros, mas chegar ao topo com uma nova visão do mundo inteiro.

     Uma civilização, para sobreviver, tem de promover em suas escolas os hábitos e as habilidades para estudar. Uma escola não é um lugar onde as crianças são deixadas para que não nos atrapalhem durante o dia. Seria dispendioso demais ter escolas só para isso. Não é um lugar onde se fabricam papagaios. A escola é onde se deveria aprender a estudar e onde as crianças podem ser preparadas para enfrentar a realidade, onde aprendem a lidar com esta de uma forma competente e são preparadas para tomar conta do mundo de amanhã, o mundo em que os adultos de hoje estarão na meia-idade ou na velhice.

     O criminoso inveterado nunca aprendeu a aprender. Os tribunais tentam lhe ensinar repetidamente que se voltar a cometer o crime, ele regressará à prisão: a maioria deles volta a cometer o mesmo crime e regressa à prisão. De fato, são os criminosos que causam a aprovação de cada vez mais e mais leis: o cidadão decente é o que obedece às leis; os criminosos, por definição, não o fazem: os criminosos não conseguem aprender. Nem todas as ordens, diretivas, punições e coação funcionarão num ser que não sabe como aprender e que não consegue aprender.

     Uma característica de um governo que se tornou criminoso - como às vezes tem acontecido na história - é que seus líderes não conseguem aprender: todos os relatórios e o bom senso podem lhe dizer que o desastre segue-se à opressão; no entanto, foram necessárias revoluções violentas para lidar com eles ou uma Segunda Guerra Mundial para nos livrar de um Hitler, e esses foram acontecimentos muito infelizes para a Humanidade. Tais pessoas não tinham aprendido.

     Deliciavam-se com dados falsos. Recusaram todas as evidências e as verdades. Elas tiveram de ser eliminadas.

     Os insanos não conseguem aprender. Compelidos por intenções malignas ocultas ou esmagados até o ponto de já não terem capacidade de raciocinar, os fatos, a verdade e a realidade estão muito além do alcance deles. Eles personificam os dados falsos. Eles não querem, ou realmente não conseguem, perceber ou aprender.

     Uma grande quantidade de problemas pessoais e sociais surge da incapacidade ou recusa em aprender.

     As vidas de algumas pessoas à sua volta descarrilaram porque elas não sabem como estudar, porque não aprendem. Provavelmente você consegue pensar em alguns exemplos disto.

     Se uma pessoa não consegue levar aqueles que a cercam a estudar e aprender, seu próprio trabalho pode se tornar muito mais difícil e até sobrecarregada, e seu potencial de sobrevivência pode ser consideravelmente reduzido.

     Uma pessoa pode ajudar os outros a estudar e a aprender, nem que seja apenas colocando ao alcance deles os dados de que devem dispor. Pode ajudar simplesmente reconhecendo o que eles tenham aprendido. Uma pessoa pode ajudar nem que seja apenas apreciando qualquer demonstração de aumento da competência. Se quiser, pode fazer mais do que isso: pode auxiliar os outros - sem disputas - ao ajudá-los a encontrar os dados falsos, ao ajudá-los a encontrar e clarificar palavras que eles não compreenderam, ao ajudá-los a encontrar e a resolver as razões pelas quais eles não estudam e aprendem.

     Como a vida é em grande parte feita de tentativas e erros, ao invés de repreender ou punir alguém que cometeu um erro, descubra por que o erro foi cometido e veja se essa pessoa pode aprender alguma coisa com isso.

     De vez em quando você pode se surpreender endireitando a vida de alguém simplesmente por tê-lo levado a estudar e a aprender. Tenho certeza que você pode pensar em muitas maneiras de fazer isso. E penso que descobrirá que as mais suaves funcionam melhor. O mundo já é suficientemente brutal para as pessoas que não conseguem aprender.

17.3  Pratique

Pratique40.

     A aprendizagem dá frutos quando é aplicada. É claro que se pode procurar a sabedoria por amor à sabedoria: até há uma certa beleza nisso. Mas, verdade seja dita, ninguém sabe se realmente é sábio ou não, até que veja os resultados das tentativas de aplicação dessa sabedoria.

     Qualquer atividade, perícia ou profissão - seja ela escavação de valas, advocacia, engenharia, culinária ou qualquer outra coisa - por mais bem estudada que seja, acaba colidindo com o teste decisivo: será que a pessoa consegue FAZÊ-LA? E essa ação exige prática.

     Os dublês do cinema que não praticam primeiro se machucam. O mesmo acontece às donas de casa.

     A segurança não é realmente um assunto popular. Porque esta normalmente é acompanhada por: "Tenha cuidado" ou "vá devagar", as pessoas sentem que lhes estão impondo restrições. Porém, há outra forma de abordar isto: se a pessoa tem realmente prática, sua capacidade e destreza são tais que não têm de "ir devagar" nem de "ter cuidado". O movimento seguro em alta velocidade só se torna possível com a prática.

     A capacidade e destreza devem ser desenvolvidas para acompanharem a velocidade da época em que vivemos. E isto é conseguido com a prática.

     Uma pessoa pode treinar os olhos, o corpo, as mãos e os pés até que, com a prática, estes ficam como que "sabendo". Ela já não precisa "pensar" para acender o fogão ou estacionar o carro: simplesmente o FAZ. Em qualquer atividade, muito do que se passa por "talento" é realmente apenas prática.

     Sem analisar cada movimento que alguém executa ao fazer alguma coisa e depois fazer esse movimento vez após vez, até ser capaz de fazê-lo com rapidez e precisão sem sequer pensar nele, uma pessoa pode estar preparando o terreno para ter acidentes.

     As estatísticas tendem a confirmar que as pessoas que menos praticam são as que têm a maioria dos acidentes.

     O mesmo princípio se aplica aos ofícios e profissões que usam principalmente a mente. O advogado que não se exercitou, inúmeras vezes nos procedimentos do tribunal pode não ter aprendido a mudar de tática mental com a rapidez suficiente para rebater as voltas que um caso dá e assim o perde. Um corretor da bolsa novato e sem prática poderia perder uma fortuna em questão de minutos. Um vendedor inexperiente que não ensaiou como vender coisas pode morrer de fome por falta de vendas. A resposta certa é praticar, praticar e praticar!

     Às vezes uma pessoa se dá conta de que não consegue aplicar aquilo que aprendeu. Se assim for, a falha se deve ao estudo incorreto, ao professor ou ao texto. Uma coisa é ler as instruções e outra coisa, às vezes totalmente diferente, é tentar aplicá-las.

     Às vezes, quando uma pessoa não está chegando a nenhum lugar com a prática, ela tem de jogar o livro fora e começar da estaca zero. Um exemplo disto era o que se passava no campo da gravação de som para filmes; se a pessoa seguisse os textos do operador de som, não conseguia fazer com que o canto de um pássaro soasse melhor do que uma sirene de nevoeiro - e é por isso que em alguns filmes não se consegue perceber aquilo que os atores dizem. O bom operador de som teve de desenvolver tudo sozinho, para conseguir fazer seu trabalho. No entanto, dentro do mesmo campo do cinema, existe a situação totalmente contrária a esta: há vários textos sobre iluminação cinematográfica que são excelentes: se forem seguidos com exatidão, obtém-se uma bela cena.

     É lamentável, especialmente numa sociedade técnica de alta velocidade, que nem todas as atividades estejam adequadamente tratadas em textos compreensíveis. Mas isso não deveria fazer ninguém parar. Quando existem bons textos, valorize-os e estude-os bem. Quando não existem, junte todos os dados disponíveis, estude-os e desenvolva o resto.

     Porém, a teoria e os dados só florescem quando aplicados, e aplicados com prática.

     Uma pessoa corre riscos quando aqueles que a cercam não praticam seus ofícios até conseguirem realmente FAZÊ-LOS. Existe uma enorme diferença entre "suficientemente bom" e a habilidade e destreza profissionais. O espaço entre uma coisa e outra é atravessado com a prática.

     Leve as pessoas a olhar, estudar, compreender e depois fazer. E quando elas souberem isso bem, faça com que pratiquem, pratiquem, pratiquem, até conseguirem fazê-lo como um profissional.

     Há muita alegria na habilidade, na destreza e em mover-se rapidamente: só com a prática é que isso pode ser feito com segurança. Tentar viver num mundo de alta velocidade com pessoas lentas não é muito seguro.

O caminho para a felicidade é melhor percorrido
com companheiros competentes.

18  Respeite outras religiões

    

Respeite as crenças religiosas dos outros.

     A tolerância é uma boa pedra angular sobre a qual construímos as relações humanas. Quando olhamos para os massacres e sofrimentos causados pela intolerância religiosa ao longo da história do ser humano até os tempos modernos, podemos ver que a intolerância é uma atividade bastante contrária à sobrevivência.

     A tolerância religiosa não quer dizer que a pessoa não possa expressar suas próprias crenças. Mas significa que procurar minar ou atacar a fé e as crenças religiosas dos outros tem sido sempre um caminho direto para os conflitos.

     Desde os tempos da Grécia antiga que os filósofos discutem uns com os outros sobre a natureza de Deus, do ser humano e do Universo. As opiniões das autoridades têm seus fluxos e refluxos: neste momento estão na moda as filosofias do "mecanicismo"41 e do "materialismo"42 - que remontam ao tempo do Egito antigo e da Grécia antiga: estas procuram afirmar que tudo é matéria e não veem que, por mais perfeitas que sejam suas explicações da evolução, estas explicações ainda não excluíram os fatores adicionais que poderiam estar em jogo e que poderiam estar simplesmente se servindo de coisas como a evolução. Nos dias de hoje, estas são as filosofias "oficiais" e até são ensinadas nas escolas. Elas têm seus próprios fanáticos que atacam as crenças e religiões dos outros: o resultado disso pode ser a intolerância e a discórdia.

     Se nem as mentes mais brilhantes desde o século V a.C., ou antes disso, foram capazes de chegar a um acordo quanto ao assunto da religião ou da anti-religião, esta é uma arena de combate entre indivíduos em que seria melhor não entrar.

     Deste mar de discórdias emergiu um princípio brilhante: o direito de acreditar naquilo que uma pessoa escolher.

     A "fé" e a "crença" não se rendem necessariamente à lógica: nem sequer se pode dizer que são ilógicas. Podem ser coisas completamente diferentes.

     O conselho mais seguro que se poderia dar a alguém sobre este assunto é aquele que simplesmente afirma o direito de a pessoa acreditar naquilo que escolher. Uma pessoa é perfeitamente livre de apresentar suas próprias crenças para que sejam aceitas. A pessoa está em risco quando tenta atacar as crenças dos outros, e mais ainda quando ataca os outros e procura lhes fazer mal por causa das suas convicções religiosas.

     O ser humano, desde o alvorecer da espécie, tem encontrado grande consolo e alegria nas suas religiões. Até mesmo os "mecanicistas" e "materialistas" de hoje se parecem muito com os sacerdotes do passado enquanto espalham seus dogmas.

     As pessoas sem fé são um grupo muito triste. Poderíamos lhes dar alguma coisa em que ter fé. Mas quando as pessoas têm crenças religiosas, respeite-as.

O caminho para a felicidade pode tornar-se
conflituoso quando não se respeitam
as crenças dos outros.

19  Tente não fazer aos outros aquilo que você não gostaria que lhe fizessem

     Entre muitos povos, em muitas terras e através de muitas épocas, tem havido diferentes versões do que é conhecido como "A Regra de Ouro"43. O título acima é uma formulação dessa regra que está relacionada com os atos prejudiciais.

     Só um santo poderia passar através de toda uma vida sem nunca prejudicar alguém. Porém, só um criminoso faz mal àqueles que o cercam sem pensar duas vezes.

     Completamente à parte dos sentimentos de "culpa", "vergonha" ou "consciência", coisas que podem ser bastante reais e bastante más, também acontece ser verdade que o mal que alguém faz aos outros pode voltar para si mesmo.

     Nem todos os atos prejudiciais são reversíveis: uma pessoa pode cometer um ato contra outra que não possa ser deixado de lado, nem esquecido. O assassinato é um ato desse tipo. Pode-se calcular como uma violação grave de quase qualquer um dos preceitos neste livro poderia se tornar um ato prejudicial irreversível contra outra pessoa.

     Arruinar a vida de outra pessoa pode estragar a vida do próprio ofensor. A sociedade reage - as prisões e os manicômios estão cheios de pessoas que fizeram mal a seus semelhantes. Mas há outras penalidades: quer a pessoa seja pega ou não, cometer atos prejudiciais contra os outros, especialmente quando são ocultados, pode fazer com que ela própria sofra mudanças severas em sua atitude para com os outros e para consigo mesma, sendo que todas estas são mudanças infelizes. A felicidade e a alegria de viver desaparecem.

     Esta versão de "A Regra de Ouro" também é útil como um teste. Quando persuadimos alguém a aplicá-la, essa pessoa pode obter uma realidade do que seja um ato prejudicial. Isto lhe dá a resposta sobre o que é prejudicial. A questão filosófica a respeito do que é uma má ação, a discussão sobre o que é errado é respondida imediatamente numa base pessoal: você gostaria que isso lhe acontecesse? Não? Então deve ser uma ação prejudicial e, do ponto de vista da sociedade, uma ação errada. Esta regra pode despertar a consciência social. Pode então permitir que cada um deduza o que deveria fazer e o que não deveria fazer.

     Numa época em que algumas pessoas não sentem quaisquer restrições à prática de atos prejudiciais, o potencial de sobrevivência do indivíduo desce para um nível muito baixo.

     Se você conseguir persuadir as pessoas a aplicarem isto, terá dado a elas um preceito por meio do qual podem avaliar suas próprias vidas e, em alguns casos, terá aberto a porta para que elas se juntem de novo à raça humana.

O caminho para a felicidade esta fechado
para aqueles que não se refreiam
de cometer atos prejudiciais.

20  Tente tratar os outros como você gostaria que eles o tratassem

     Esta é uma versão positiva de "A Regra de Ouro".

     Não fique surpreso se alguém parece se ressentir quando lhe dizem para "ser bom". No entanto, o ressentimento pode nem sequer vir da idéia de "ser bom": pode ser devido à pessoa ter realmente um mal-entendido sobre o que isso significa.

     Uma pessoa pode entrar em muitas confusões e opiniões contraditórias sobre o que poderia ser o "bom comportamento". A pessoa poderia nunca ter percebido - mesmo que o professor percebesse - por que recebeu na escola a nota que lhe deram por "comportamento". Ela poderia até ter recebido ou assumido dados falsos a esse respeito: "As crianças deveriam ser vistas, mas não ouvidas", "ser bom significa ficar quieto".

     No entanto, há uma forma de esclarecer tudo isto de uma maneira completamente satisfatória para a pessoa.

     Em todas as épocas e na maioria dos lugares, a Humanidade tem respeitado e reverenciado certos valores. Estes são chamados virtudes44. As virtudes têm sido atribuídas aos sábios, aos homens sagrados, aos santos e deuses. Essas virtudes têm marcado a diferença entre um bárbaro e uma pessoa culta, entre o caos e uma sociedade decente.

     Não é absolutamente necessário ter um mandamento divino ou fazer uma pesquisa tediosa nos grandes tomos dos filósofos para se descobrir o que é o "bem". Pode ocorrer uma auto-revelação sobre o assunto.

     Quase todos podem deduzir o que é isto.

     Se uma pessoa pensasse sobre a maneira como gostaria de ser tratada pelos outros, ela desenvolveria as virtudes humanas. Apenas pense em como você gostaria que as pessoas o tratassem.

     Provavalmente você gostaria, antes de tudo, de ser tratado de um modo justo: não gostaria que mentissem a seu respeito ou que o condenassem com dureza ou falsamente. Certo?

     Provavelmente gostaria que seus amigos e companheiros fossem leais: não iria querer que eles o traíssem.

     Poderia querer que o tratassem com espírito esportivo, que não o enganassem nem ludibriassem.

     Poderia querer que as pessoas fossem corretas nos negócios com você. Poderia querer que elas fossem honestas com você e não o tapeassem. Certo?

     Voeê poderia querer ser tratado com amabilidade e sem crueldade.

     É possível que quisesse que as pessoas mostrassem consideração pelos seus direitos e sentimentos.

     Quando você estivesse para baixo, poderia gostar que os outros fossem compassivos.

     Ao invés de levar uma bronca, provavelmente você quereria que os outros mostrassem autocontrole. Certo?

     Se tivesse quaisquer defeitos ou limitações, ou se cometesse um erro, você poderia querer que as pessoas fossem tolerantes, e não críticas.

     Você iria preferir que as pessoas, ao invés de se concentrarem em censurar e castigar, estivessem dispostas a perdoar. Correto?

     Poderia querer que as pessoas fossem benevolentes com você, não más ou mesquinhas.

     Possivelmente desejaria que os outros acreditassem em você e não duvidassem continuamente.

     Provavelmente preferiria ser tratado com respeito e não insultado.

     Possivelmente quereria que os outros fossem bem-educados com você e também que o tratassem com dignidade. Certo?

     Você poderia gostar que as pessoas o admirassem.

     Quando fizesse alguma coisa por elas, possivelmente você gostaria que as pessoas lhe agradecessem. Correto?

     Provavelmente gostaria que os outros fossem amigáveis com você.

     De algumas pessoas você poderia querer amor.

     E, acima de tudo, você não quereria que essas pessoas apenas fingissem estas coisas, você quereria que elas fossem bastante verdadeiras em suas atitudes e que agissem com integridade.

     Possivelmente você poderia pensar em mais coisas. E existem os preceitos contidos neste livro. Mas no que está escrito acima, você tem o resumo do que chamamos de virtudes.

     Uma pessoa não precisa dar grandes asas à imaginação para reconhecer que se ela fosse tratada dessa maneira regularmente pelas pessoas à sua volta, sua vida existiria num nível agradável. E é de se duvidar que uma pessoa acumulasse muita animosidade contra aqueles que a tratassem assim.

     Há, então, um fenômeno45 interessante funcionando nas relações humanas. Quando uma pessoa grita com outra, a outra tem um impulso para gritar com ela em resposta. Uma pessoa é tratada mais ou menos como trata os outros: de fato, damos o exemplo de como deveríamos ser tratados. A é desagradável para B, então B é desagradável para A. A é amigável com B, logo B é amigável com A. Com certeza você tem visto isto acontecendo continuamente. Jorge odeia todas as mulheres, por isso as mulheres tendem a odiar Jorge. Carlos age duramente com todas as pessoas, por isso os outros tendem a agir duramente com Carlos - e se eles não se atrevem a fazê-lo abertamente, eles podem nutrir em seu íntimo um impulso oculto para agir muito duramente com o Carlos, se alguma vez tiverem uma oportunidade para isso.

     No mundo irreal da ficção e dos filmes, vemos vilões bem-educados, com bandos incrivelmente eficientes e heróis solitários que são verdadeiros broncos46. Na vida real não é assim: os verdadeiros vilões normalmente são bastante rudes e seus seguidores ainda são piores. Napoleão e Hitler foram traídos a torto e a direito pelos seus próprios homens. Os verdadeiros heróis são os indivíduos com a fala mais mansa que você alguma vez viu e são muito educados com seus amigos.

     Quando temos a sorte de conhecer e falar com os homens e mulheres que ocupam as posições mais altas de suas profissões, nos ocorre uma observação, feita com frequência, de que eles são as pessoas mais simpáticas que já encontramos. Essa é uma das razões pelas quais chegaram tão alto: a maioria delas tenta tratar bem os outros. E aqueles que as rodeiam, em resposta também tendem a tratá-las bem e até lhes perdoam os poucos defeitos que tenham.

     Em resumo: uma pessoa pode determinar por si mesma quais são as virtudes humanas, simplesmente reconhecendo a maneira como ela própria gostaria de ser tratada. E com isso, creio que você concordará, ficam resolvidas quaisquer confusões quanto ao que é realmente o "bom comportamento". Este é muito diferente de estar inativo, sentado imóvel, com as mãos no colo e sem dizer nada. "Ser bom" pode ser uma força muito poderosa e ativa.

     Há pouca alegria na solenidade sombria e reprimida. Quando, em tempos passados, algumas pessoas fizeram parecer que a prática da virtude exigia um tipo de vida severa e triste, elas tendiam a sugerir que todo o prazer vinha de ser perverso: nada poderia estar mais longe da realidade. A alegria e o prazer não vêm da imoralidade! Muito pelo contrário! A alegria e o prazer só aparecem nos corações honestos: os corações imorais levam vidas incrivelmente trágicas, cheias de dor e sofrimento. As virtudes humanas têm pouco a ver com a tristeza. Elas são o lado brilhante da vida.

     O que você acha que aconteceria se uma pessoa tentasse tratar os outros à sua volta com:

justiça,
lealdade,
espírito esportivo,
correção,
honestidade,
amabilidade,
consideração,
compaixão,
autocontrole,
tolerância,
disposição para perdoar
benevolência,
confiança,
respeito,
cortesia,
dignidade,
admiração,
amizade,
amor
e o fizesse com integridade?

     Poderia levar algum tempo, mas você não acha que muitos outros então começariam a tentar tratá-la da mesma forma?

     Mesmo levando em conta os lapsos ocasionais - as notícias que fazem uma pessoa sair de si, o ladrão a quem se tem de dar uma paulada na cabeça, o maluco dirigindo devagar na faixa para veículos rápidos quando uma pessoa está atrasada para o trabalho - deveria ser bem evidente que uma pessoa se elevaria para um novo nível de relações humanas. O potencial de sobrevivência da pessoa aumentaria consideravelmente. E certamente ela teria uma vida muito mais feliz.

     Uma pessoa pode influenciar a conduta dos outros ao redor dela. Se ainda não está fazendo isso, pode tornar essa tarefa muito mais fácil se simplesmente escolher uma virtude por dia e se especializar nela durante esse dia. Fazendo assim ela acabaria praticando todas as virtudes.

     Além do benefício pessoal, uma pessoa pode participar, por pouco que seja, do começo de uma nova era para as relações humanas.

     A pequena pedra, jogada em um lago, pode provocar ondulações até a margem mais distante.

O caminho para a felicidade
torna-se muito mais brilhante
ao aplicar o preceito:
"Tente tratar os outros como
gostaria que eles o tratassem".

21  Floreça e prospere

Floreça47 e prospere48.

     Às vezes, certos indivíduos procuram esmagar uma pessoa, procuram desdenhar das suas esperanças e sonhos, seu futuro e da própria pessoa.

     Por meio da ridicularização e de muitas outras maneiras, alguém que tem más intenções contra uma pessoa, pode tentar causar seu declínio.

     Seja por que razão for, os esforços para melhorar, para ser mais feliz na vida, podem se tornar o alvo de ataques.

     Às vezes é preciso lidar com essas coisas diretamente. Mas existe uma maneira de longo alcance para tratar do assunto que raramente falha.

     O que, exatamente, tais indivíduos estão tentando fazer? Estão tentando derrubar o outro.

     Eles devem achar que essa pessoa é perigosa para eles de alguma forma: que se ela subisse na vida, poderia ser uma ameaça para eles. Portanto, esses indivíduos tentam, de várias maneiras, diminuir os talentos e capacidades dessa pessoa.

     Alguns loucos até têm um plano geral do tipo: "Se A tiver mais sucesso, A poderia ser uma ameaça para mim; logo, eu tenho de fazer tudo o que posso para que A tenha menos sucesso". Parece que nunca lhes passa pela cabeça que as ações deles poderiam transformar A num inimigo, embora antes ele não o fosse. Isto pode ser classificado como uma maneira quase certa para tais loucos se meterem em problemas. Alguns fazem isto apenas por preconceito ou porque "não gostam de alguém".

     Mas, seja qual for a maneira como tentam fazer isto, o verdadeiro objetivo deles é fazer com que o seu alvo cresça menos e fracasse na vida.

     A verdadeira maneira de lidar com uma situação assim e com tais pessoas, a verdadeira maneira de derrotá-las é florescer e prosperar.

     Sim, é verdade que tais pessoas, ao ver que você está melhorando sua sorte, podem ficar frenéticas e atacar com mais força. A coisa a fazer é lidar com elas, se for preciso, mas sem desistir de florescer e prosperar, porque é isso que elas querem que você faça.

     Se você florescer e prosperar cada vez mais, tais pessoas vão entrar em apatia em relação a isso: elas podem desistir completamente do assunto.

     Se nossas metas na vida valem a pena, se são realizadas com alguma atenção aos preceitos dados neste livro, se florescermos e prosperarmos, sem dúvida chegaremos à vitória. E, esperançosamente, sem fazer mal a um único fio de cabelo desses indivíduos.

E este é o meu desejo para você:
floresça e prospere!

22  Epílogo

    

     A felicidade reside no envolvimento em atividades que valham a pena. Mas existe somente uma pessoa que pode dizer, com toda a certeza, aquilo que a fará feliz - ela mesma.

     Os preceitos dados neste livro, na realidade são as margens da estrada: violá-los seria fazer como o motorista: que se joga para fora da estrada - o resultado pode ser a destruição daquele momento, de um relacionamento ou de uma vida.

     Somente você pode dizer para onde vai a estrada, visto que cada pessoa fixa suas próprias metas para o momento, para o relacionamento ou para uma fase da vida.

     Às vezes, alguém pode se sentir como uma folha arrastada pelo vento ao longo de uma rua suja, ou pode se sentir como um grão de areia preso num único lugar. Mas ninguém disse que a vida era uma coisa calma e ordenada: não é. Nós não somos uma folha esfarrapada, nem um grão de areia: nós podemos, em maior ou menor grau, desenhar o nosso mapa e seguí-lo.

     Alguém pode sentir que agora as coisas estão de tal forma que é tarde demais para fazer algo a respeito, que a estrada do passado está tão estragada que não há possibilidade de desenhar uma estrada futura que venha a ser diferente: existe sempre um ponto na estrada a partir de onde se pode traçar um novo caminho. E tentar seguí-lo. Não existe uma única pessoa viva que não possa começar de novo.

     Podemos dizer, sem o mínimo receio de contradição, que os outros podem zombar de alguém e procurar, por vários meios, empurrá-lo para fora da estrada e tentar de várias formas levá-lo a uma vida imoral: tais indivíduos fazem isso para atingir objetivos pessoais e, se lhes dermos ouvidos, acabaremos em tragédia e tristeza.

     É claro que poderemos ter perdas ocasionais ao tentar aplicar este livro e ao fazer com que ele seja aplicado. Mas deveríamos simplesmente aprender com essas perdas e seguir adiante. Quem disse que a estrada não tem buracos?

     E ainda assim ela pode ser percorrida. Portanto, as pessoas podem cair: isso não quer dizer que elas não possam se levantar de novo e continuar em frente.

     Se mantivermos as margens na estrada, então não erraremos muito. A verdadeira animação, felicidade e alegria vêm de outras coisas, não de vidas destruídas.

     Se conseguir que outros sigam pela estrada, você mesmo será suficientemente livre, para dar a si próprio a oportunidade de descobrir o que é a verdadeira felicidade.

O caminho para a felicidade é uma estrada
de alta velocidade para aqueles que
sabem onde estão as margens.
Você é o motorista.
Boa viagem.

    

    

     Tudo que você tem que fazer é manter o Caminho para a Felicidade fluindo na sociedade. Como um bálsamo suave que se espalha sobre um mar revolto, a calma se espalhará cada vez mais longe.

     As ações e a conduta dos outros afetam a sua própria sobrevivência. O Caminho para a Felicidade inclui ajudar seus amigos e conhecidos.

     Comece por seus amigos mais próximos e conhecidos que influenciam a sua sobrevivência. Dê-lhes um livro "O Caminho para a Felicidade" e vários exemplares adicionais, de modo que eles também possam espalhar a calma mais além.

     Este livro está disponível também no formato de bolso, em pacotes de 12 unidades. Existem descontos especiais para escolas, grupos cívicos, organizações governamentais e empresas, assim como outros programas que permitem que indivíduos e grupos republiquem este livro para distribuição geral.

Para mais informações contate
The Way to Happiness Foundation:
www.thewaytohappiness.org
Podem ser obtidos mais exemplares deste livro de:
Editora da Ponte: (11) 5081-6711

Notas de Rodapé:

1 Às vezes as palavras têm vários significados diferentes. As definições dadas nas notas de rodapé deste livro indicam apenas o significado das palavras conforme são usadas no texto. Se, neste livro, encontrar algumas palavras que não conhece, consulte um bom dicionário.
2 sobrevivência: O ato de se manter vivo, de continuar a existir, de estar vivo.
3 felicidade: um estado de bem-estar, contentamento, prazer; uma existência alegre, animada e sem perturbações; a reação de uma pessoa quando lhe acontecem coisas boas.
4 caótica: que tem o caráter ou a natureza de estar em desordem ou confusão total.
5 imoral: que não é moral; que não segue boas práticas de conduta; que não faz o que está certo; que não tem qualquer idéia do que é a conduta correta.
6 moderado: que não chega a extremos; que não exagera nas coisas; que controla as suas ânsias.
7 desencorajar: aconselhar alguém a não fazer ou não continuar alguma coisa, geralmente por considerá-la errada, difícil, inútil, etc. Contribuir para que uma ação, atividade, movimento, não se concretize, desenvolva, propague, etc.
8 promíscuo: que tem relações sexuais eventuais, aleatórias.
9 ambiente: aquilo que rodeia uma pessoa; as coisas materiais à nossa volta; a área onde se vive; as coisas vivas, os objetos, os espaços e as forças com que se vive, quer estejam próximos ou distantes.
10 materialista: baseada na opinião de que só existe a matéria física.
11 evolução: a teoria muito antiga de que todas as plantas e animais se desenvolveram a partir de formas mais simples e que foram modelados pelo ambiente, ao invés de serem planejados ou criados.
12 moral: capaz de distinguir a conduta correta da incorreta; que toma decisões e atua a partir dessa compreensão.
13 preceitos: regras ou declarações que aconselham ou estabelecem um princípio ou princípios, ou um curso de ação relacionado com uma conduta; instruções emitidas como uma regra ou regras de conduta.
14 obrigação: a condição ou o fato de dever algo a outra pessoa, em troca de objetos, favores ou serviços recebidos.
15 honrar: mostrar respeito por; tratar com consideração e cortesia.
16 conciliação: um ajuste de diferenças em que cada um dos lados cede em algum ponto enquanto mantém outros, chegando assim a um acordo mútuo.
17 exemplo: alguém ou algo que merece ser imitado ou duplicado; um padrão; um modelo.
18 influenciar: produzir um efeito sobre alguém ou algo.
19 influência: o efeito resultante.
20 verdade: aquilo que está de acordo com os fatos e observações; respostas lógicas resultantes do exame de todos os fatos e dados; uma conclusão baseada na evidência, não influenciada pelo desejo, autoridade ou preconceitos; um fato inevitável, sem importar como se chegou a ele.
21 mentira: declaração ou informação falsa apresentada deliberadamente como sendo verdadeira; falsidade; tudo aquilo que tem como objetivo enganar ou dar uma impressão errada.
22 assassinato: a morte ilegal de um (ou mais) ser humano, por outro, especialmente quando realizada com premeditação (intenção prévia de fazê-lo).
23 escárnio: ato de zombar de alguém ou de alguma coisa, de troçar ou escarnecer; o que é objeto de troça ou zombaria.
24 propaganda enganosa: espalhar idéias, informações ou rumores para fazer avançar uma causa própria e/ou prejudicar a causa de outra pessoa, muitas vezes sem levar em conta a verdade; o ato de fazer circular mentiras na imprensa, no rádio e na televisão para que uma pessoa seja condenada assim que for ao tribunal; o ato de prejudicar com falsidades a reputação de alguém para que essa pessoa não seja ouvida. (Propagandista: uma pessoa que faz, produz ou pratica propaganda.)
25 implacável: que não é suscetível de ser acalmado ou abrandado; impiedoso.
26 inflexível: duro; que não cede; que não desiste; algo que não se quebra; persistente; que recusa qualquer outra opinião; que não se rende a nada.
27 tirânico: o uso do poder absoluto, cruel e injusto; esmagador; opressivo, duro; severo.
28 aristocracia: governo exercido por um pequeno número de indivíduos com privilégios, posições ou patentes especiais; domínio por uma pequena elite que está acima das leis gerais; um grupo que, por nascimento ou posição, considera-se "superior a todos os outros", que pode fazer ou aplicar leis aos demais, mas que não se considera afetado por elas.
29 boa vontade: disposição favorável para qualquer pessoa ou coisa. Tradicionalmente, "ter boa vontade" significa que manifesta disposição de ajudar alguém.
30 proteger: preservar do mal; defender; socorrer.
31 moral: a atitude mental e emocional de um indivíduo ou de um grupo; sentimento de bem-estar; vontade de seguir em frente, uma sensação de existência de um propósito comum.
32 vandalismo: a destruição maldosa e deliberada da propriedade pública ou privada, especialmente algo que seja belo ou artístico.
33 obrigação: um dever, contrato, promessa ou qualquer outra exigência social, moral ou legal que obrigue uma pessoa a seguir ou a evitar um certo curso de ação; a sensação de dever alguma coisa a alguém.
34 diligente: que se aplica com energia ao estudo ou ao trabalho; que faz as coisas de forma ativa e empenhada; o oposto de ser ocioso e não realizar nada.
35 ajuda social: bens ou dinheiro dados por uma instituição do Estado às pessoas por estas terem necessidade disso ou por serem pobres.
36 seguro desemprego: quantia ou auxilio que o Estado concede a desempregados.
37 produção: o ato de completar alguma coisa; terminar uma tarefa, projeto ou objeto que e útil ou valioso, ou que simplesmente vale a pena ser feito ou possuído.
38 competente: capaz de fazer bem aquilo que faz; eficiente; hábil na sua atividade; estar à altura das exigências das suas atividades.
39 incompetência: ausência de conhecimentos, ignorância; incapacidade para desempenhar convenienientemente uma tarefa ou um cargo; que está sujeito a cometer grandes erros ou enganos; inabilidade.
40 praticar: exercitar ou executar algo repetidamente de modo a adquirir ou aperfeiçoar uma habilidade.
41 mecanicismo: O ponto de vista de que toda a vida é apenas matéria em movimento e que pode ser totalmente explicada pelas leis físicas. Apresentado por Leucipo e Demócrito (460-370 a.C.), que podem tê-lo obtido da mitologia egípcia. Os defensores desta filosofia pensavam que tinham de negligenciar a religião por não conseguirem reduzida-la à matemática. Foram atacados pelos interesses religiosos e estes por sua vez, atacaram a religião. Robert Boyle (1627-1691), que desenvolveu a lei de Boyle na Física, refutou essa filosofia ao colocar a questão quanto à natureza poder ou não ter um plano, como por exemplo na matéria em movimento.
42 materialismo: qualquer de um grupo de teorias metafísicas que veem o universo como formado por objetos sólidos tais como as pedras, muito grandes ou muito pequenas. Estas teorias tentam explicar coisas como a mente, dizendo que estas podem ser reduzidas a coisas físicas ou aos seus movimentos. O Materialismo uma idéia muito antiga.
43 "A Regra de Ouro": se bem que seja considerada pelos cristãos como cristã, e se encontre no Novo e no Antigo Testamentos, muitas outras raças e povos falaram dela. Também aparece nos Analectos de Confúcio (séc. V e VI a.C.) que ele próprio citava de obras mais antigas. Encontra-se também em algumas tribos primitivas. Sob uma ou outra forma aparece nas obras de Platão, Aristóteles, Isócrates e Sêneca. Durante milhares de anos tem sido mantida pelo ser humano como um padrão de conduta ética. As versões dadas neste livro têm, no entanto, uma nova formulação, pois nas versões antigas esta era considerada idealista demais para ser aplicada. Esta versão pode ser posta em prática.
44 virtudes: as qualidades ideais da boa conduta humana.
45 fenômeno: fato ou acontecimento que se pode observar.
46 bronco: uma pessoa com um comportamento grosseiro e desajeitado, pouco culta.
47 florescer: estar num estado de atividade e produção; ter uma influência crescente; ser bem-sucedido; estar visivelmente indo bem.
48 prosperar: alcançar sucesso econômico; ter êxito naquilo que se faz.