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ERA UMA SEXTA-FEIRA, dia do Lashmi Puja. Keshab Chandra Sen havia organizado uma viagem de barco pelo Ganges, para Sri Ramakrishna.
Mais ou menos às quatro horas da tarde, o barco com Keshab e seus seguidores Brahmos, ancorou junto à margem do templo de Kali em Dakshineswar. Os passageiros viram à sua frente, o ghat de banho e o chandni. À sua esquerda, no conjunto de templos, erguiam-se seis templos de Shiva e à sua direita, outros seis templos de Shiva. A torre branca do templo de Kali, o topo das árvores do Panchavati e a silhueta dos pinheiros sobressaíam contra o céu azul de outono. Os jardins entre os dois nahabats estavam cheios de flores perfumadas e ao longo das margens do Ganges, havia fileiras de plantas floridas. O céu azul refletia-se nas águas marrons do Ganges sagrado, associado com as mais antigas tradições da civilização ariana. O mundo exterior parecia suave e sereno e os corações dos devotos Brahmos estavam cheios de paz.
Sri Ramakrishna, em seu quarto, conversava com Vijay e Haralal. Entraram alguns discípulos de Keshab.
Inclinando-se diante do Mestre, disseram-lhe: "Senhor, o barco chegou. Keshab Babu pediu-nos para que o levássemos até lá." Um pequeno bote já estava pronto para conduzi-lo até o barco. Mal entrou na embarcação, perdeu a consciência exterior em samadhi. Vijay estava com ele.
Entre os passageiros estava M. Assim que o bote aproximou-se, todos correram para a grade de ferro a fim de ver Sri Ramakrishna. Keshab estava ansioso para levá-lo a bordo em segurança. Com muita dificuldade o Mestre voltou à consciência do mundo e foi levado para uma cabine. Ainda em estado abstrato, andou mecanicamente, apoiado num devoto. Keshab e outros inclinaram-se, mas ele não estava consciente da presença deles. Dentro da cabine havia algumas cadeiras e uma mesa. Fizeram-no sentar numa delas e Keshab e Vijay em outras duas. Alguns devotos estavam sentados, a maioria no chão, enquanto os outros permaneciam em pé, do lado de fora, olhando pelas janelas e portas. Sri Ramakrishna novamente entrou em samadhi profundo, completamente inconsciente do mundo exterior.
Como a cabine estivesse muito abafada, devido à presença de muita gente, Keshab abriu as janelas. Estava constrangido com a presença de Vijay, uma vez que havia discordado sobre certos princípios do Brahmo Samaj e Vijay havia se separado da organização de Keshab, juntando-se a uma outra sociedade.
Os devotos Brahmos olhavam atentamente para o Mestre. Gradualmente voltou à consciência dos sentidos, mas a intoxicação divina ainda persistia. Dizia a si mesmo, num sussurro: "Mãe, por que Tu me trouxeste aqui? Eles estão cercados e presos. Posso libertá-los?" Será que o Mestre achava que as pessoas ali reunidas estavam fechadas dentro das paredes da prisão do mundo? Será que sua desesperança fez o Mestre dizer essas palavras à Mãe Divina?
Sri Ramakrishna foi gradualmente voltando à consciência do mundo exterior. Nilmadhav de Ghazipur e um devoto Brahmo conversavam sobre Pavhari Baba. Outro devoto Brahmo disse ao Mestre: "Senhor, esses senhores visitaram Pavhari Baba que vive em Ghazipur. É um santo como o senhor." O Mestre mal podia falar, apenas sorria. O devoto continuou: "Senhor, Pavhari Baba mantém uma fotografia do senhor no quarto dele." Apontando para o corpo, o Mestre disse com um sorriso: "Apenas uma fronha."
O Mestre continuou: "Mas não se deve esquecer que o coração do devoto é a morada de Deus. Ele habita, sem dúvida, em todos os seres, mas Se manifesta de forma especial no coração do devoto. Um senhor de grandes terras pode, de vez em quando, visitar todos os lugares de sua imensa propriedade, mas dizem que geralmente só é encontrado numa determinada sala de sua casa. O coração do devoto é a sala de Deus."
"Aquele que é chamado de Braman pelos jnanis, é conhecido como Atman pelos yogis e Bhagavan pelos bhaktas. O mesmo Brahmin é chamado de sacerdote quando faz o culto no templo e de cozinheiro, quando prepara suas refeições. O jnani, trilhando o caminho do Conhecimento, sempre discrimina sobre a Realidade, dizendo: `Isto não, isto não.' Brahman não é nem `isso' , nem `aquilo'. Ele não é nem o universo, nem os seres humanos. Discriminando dessa maneira a mente torna-se estável. Logo ela desaparece e o aspirante entra em samadhi. Esse é o Conhecimento de Brahman. É a certeza firme do jnani de que, somente Brahman é real e o mundo ilusório. Todos esses nomes e formas são ilusórios como um sonho. O que Brahman é, não pode ser descrito. Não se pode nem mesmo dizer que Brahman é uma Pessoa. É essa a opinião dos jnanis, seguidores da filosofia Vedanta."
"Mas os bhaktas aceitam todos os estados de consciência. Consideram o estado de vigília como real, também. Não consideram o mundo ilusório, como um sonho. Dizem que o mundo é uma manifestação do poder e da glória de Deus. Deus criou tudo - céu, estrelas, lua, sol, montanhas, oceanos, homens e animais. Tudo isso constitui Sua glória. Está dentro de nós, em nossos corações. Também, Ele está no exterior. Os devotos mais adiantados dizem que Ele Próprio tornou-se tudo isso - os vinte e quatro princípios cósmicos, o universo e todos os seres vivos. O devoto de Deus quer comer açúcar e não, tornar-se açúcar. (Todos riem)."
"Sabem como o amante de Deus se sente? Sua atitude é: `Ó Deus, Tu és o Amo, eu sou Teu servo. Tu és as Mãe, eu sou Teu filho.' Ou então: `Tu és Pai e Mãe. Tu és o Todo, eu sou a parte.' Ele não gosta de dizer: `Eu sou Brahman'."
"O yogi quer realizar o Paramatman, a Alma Suprema. Seu ideal é a união da alma individual com a Alma Suprema. Retira a mente dos objetos dos sentidos e procura concentrar-se no Paramatman. Por conseguinte, no primeiro estágio de sua disciplina espiritual, retira-se para um lugar isolado com atenção concentrada, pratica meditação numa postura estável."
"Mas a Realidade é una e a mesma. A diferença está apenas no nome. Aquele que é Brahman é, na verdade, Atman, e também, Bhagavan. É Brahman para os seguidores do caminho do Conhecimento, Paramatman para os yogis e Bhagavan, para os amantes de Deus."
O barco navegava para Calcutá, mas os passageiros com os olhos fixos no Mestre e com os ouvidos nas suas palavras impregnadas de néctar divino, estavam inconscientes de todo movimento. Dakshineswar com seus templos e jardins, havia ficado para trás. Os remos batiam nas águas do Ganges, criando um som murmurante, mas os devotos estavam indiferentes a tudo isso. Encantados, olhavam para o grande yogi, a face iluminada por um sorriso divino, o semblante irradiando amor, os olhos brilhando de alegria - um homem que a tudo renunciara por Deus e que não conhecia nada a não ser Deus. Incessantes palavras de sabedoria fluíam de seus lábios.
Mestre: "Os jnanis, que seguem a filosofia não-dualista da Vedanta, dizem que os atos de criação, preservação e destruição, o próprio universo e todos os seres vivos, são manifestações de Shakti, o Poder Divino. Se discriminarmos, veremos que tudo isso é ilusório como um sonho. Só Brahman é a Realidade, tudo o mais é irreal. Mesmo a Própria Shakti não tem substância, como um sonho."
"Mas embora vocês discriminem toda a vida, a não ser que estejam estabelecidos em samadhi, não poderão ir além da jurisdição de Shakti, mesmo que digam: `Estou meditando' ou `Estou contemplando', ainda assim, estariam no domínio de Shakti, dentro de Seu Poder."
"Assim Brahman e Shakti são idênticos. Se aceitarem um, têm que aceitar o outro. É como o fogo e seu poder de queimar. Se virem o fogo, têm que reconhecer também, seu poder de queimar. Não podem pensar em fogo, sem seu poder de queimar, nem podem pensar no poder de queimar, sem o fogo. Não se pode conceber os raios de sol sem o sol, nem se pode conceber o sol sem os raios."
"Como é o leite? Ó, vocês dizem que é algo branco. Não podem pensar em leite sem sua brancura e também, pensar na brancura sem pensar no leite."
"Assim, não se pode pensar em Brahman sem Shakti, ou em Shakti sem Brahman. Não se pode pensar no Absoluto sem o Relativo, ou no Relativo sem o Absoluto."
"O Poder Primordial está sempre em ação . Está sempre criando, preservando e destruindo, como um jogo. Este Poder é chamado Kali. Kali é na verdade, Brahman e Brahman é de fato, Kali. É uma e mesma Realidade. Quando pensamos n'Ela como inativa, quer dizer, não engajada na criação, preservação e destruição, A chamamos Brahman, mas quando Ela está ocupada nessas atividades, A chamamos Kali ou Shakti. A Realidade é uma e a mesma: a diferença está em nome e forma."
"É como a água, chamada em diferentes línguas por nomes diferentes, como `jali', `pani' e assim por diante. Há três ou quatro ghats no lago. Os hindus bebem água num lugar, chamam-na `jal'. Os muçulmanos num outro lugar, chamam-na `pani'. E os ingleses num terceiro lugar, `water'. Os três nomes denotam uma e mesma coisa, a diferença está somente no nome. De algum modo, alguns dirigem-se à Realidade como `Alá', alguns como `Deus', alguns como `Brahman' ou `Kali', e outros por nomes como `Rama', `Jesus', `Durga', `Hari'."
Keshab (sorrindo): "Descreve-nos, senhor, de quantas maneiras Kali, a Mãe Divina, brinca neste mundo."
Mestre (com um sorriso): "Ó, Ela brinca de diferentes modos. É somente Ela que é conhecida como Maha-Kali, Nitya-Kali, Shmasana-Kali, Raksha Kali e Shyama-Kali. Maha-Kali e Nitya-Kali estão mencionadas na filosofia tântrica. Quando não existia nem criação, nem o sol, a lua, os planetas e a terra e quando a escuridão estava envolta na escuridão, então a Mãe, a Sem Forma, Maha-Kali, o Grande Poder, era una com Maha-Kali, a Absoluta."
"Shyama-Kali tem um aspecto um tanto terno e é adorada pelos chefes de família hindus. É doadora de Graças e Dissipadora do medo. O povo adora Raksha-Kali, a Protetora, quando ocorrem epidemias, fome, terremotos, seca e enchente. Shmasana-Kali é a Encarnação do poder de destruição. Habita nos crematórios, cercada de cadáveres, chacais e terríveis espíritos femininos. Da boca sai um fluxo de sangue, em Seu pescoço está dependurado um colar de cabeças humanas e em Sua cintura, um cinto feito de mãos humanas."
"Depois da destruição do universo, no final de um grande ciclo, a Mãe Divina armazena as sementes para a próxima criação. Ela é como a senhora mais velha de uma casa, que tem um pote onde guarda os diferentes utensílios para o uso doméstico. (Todos riem)."
"Ó sim! As donas de casa têm jarros como esses, onde guardam `espuma do mar' , pílulas azuis, sementes de pepino, de moranga e de cabaça etc. Elas as tiram quando têm necessidade. Assim também, depois da destruição do universo, minha Mãe Divina, a Encarnação de Brahman, guarda as sementes para a próxima criação. Depois da criação, o Poder Primordial mora no próprio universo. Traz à existência esse mundo fenomenal e o penetra. Nos Vedas a criação está ligada à aranha e sua teia. A aranha produz a teia de si mesma e permanece nela. Deus é quem contém o universo e ao mesmo tempo, O que está contido nele."
"É Kali, minha Mãe Divina, negra? Ela parece negra porque está sendo vista à distância, mas quando intimamente conhecida, Ela não o é mais. O céu parece ser azul ao longe, mas se for visto de perto, vemos que não tem cor. A água do oceano é azul à distância, mas quando chegamos perto e a pegamos, vemos que é incolor."
O Mestre, intoxicado pelo amor divino, cantou:
É Kali, minha Mãe Divina, realmente negra?
Desnuda da cor mais negra,
Ilumina o Lótus do Coração. ...
O Mestre continuou: "Escravidão e Liberação são ambas de Sua construção. Por Sua maya, as pessoas mundanas ficam enredadas em `mulher e ouro', mas por Sua graça atingem a liberação. Ela é chamada a Salvadora, Aquela que remove a escravidão que prende uma pessoa ao mundo."
Em seguida, o Mestre cantou a seguinte canção , com sua voz melodiosa.
No movimentado mercado do mundo, Ó Shyama, Tu és as pipas flutuantes.
Alto, voam ao sabor do vento da esperança, presas pela linha de Maya.
Suas estruturas são esqueletos humanos, sus velas são feitas dos três gunas.
Mas todo seu trabalho curioso é meramente para ornamento.
Mas no barbante das pipas. Tu passaste pasta de manja do mundanismo.
A fim de tornar cada fio mais cortante e forte.
Em cem mil papagaios, um ou dois no máximo ficam livres;
E Tu ris e bates palmas, Ó Mãe, observando-os!
Sob ventos favoráveis, diz Ramprasad, os papagaios afrouxados serão rapidamente
Levados para o infinito, atravessando o mar do mundo.
O Mestre disse: "A Mãe Divina é sempre brincalhona e esportiva. Este universo é o Seu jogo. Tem vontade própria e deve ter sempre Sua própria diretriz. Está plena de felicidade. Dá liberação a um em cem mil."
Um devoto Brahmo: "Mas senhor, se Ela quisesse, poderia dar liberação a todos. Por que então, Ela nos mantém ligados ao mundo?"
Mestre: "É Sua vontade. Quer continuar brincando com os seres criados. No jogo de esconde-esconde aquele que está correndo pára, quando os jogadores tocam a `vovó'. Se todos a tocarem como poderá o jogo continuar? Isso a desagrada. Seu prazer é o de continuar o jogo. Daí o poeta dizer:"
Entre cem mil papagaios, somente um ou dois no máximo, ficam livres;
Então Tu ris e bates palmas, Ó Mãe, observando-os!
"É como se a Mãe Divina dissesse à mente humana, confidencialmente, com um piscar de olhos: `Vá e goze o mundo.' Como pode alguém censurar a mente? A mente só pode se desapegar do mundanismo se, por Sua Graça, Ela a faz voltar para Si mesmo. Só então, ela se torna um devoto aos pés de Lótus da Mãe Divina'." Então Sri Ramakrishna, tomando sobre si, por assim dizer, as agonias de todos os chefes de família, cantou queixando-se à Mãe Divina.
Mãe, essa é a tristeza que amargamente aflige o meu coração:
Que embora Tu sejas a Mãe e eu esteja alerta,
Haja assalto em minha casa.
Muitas e muitas vezes prometo chamar-Te.
Mas quando a hora da oração chega, eu me esqueço;
Agora vejo que tudo é Tua mágica.
Como Tu nada deste, assim Tu recebeste, nada.
Devo eu ser censurado por isso, Ó Mãe? Se Tu tivesses dado
Com certeza Tu terias recebido
Das Tuas próprias dádivas, eu teria dado a Ti.
Glória e vergonha, amargura e doçura são apenas Tuas:
Esse mundo nada mais é do que Teu jogo.
Por que então, Ó Abençoada, Tu provocas tanta comoção nele?
Ramprasad diz: Tu me deste essa mente.
E com olhar sabedor,
Tu mandas, ao mesmo tempo, ir gozar o mundo.
E assim vagueio abandonado por Tua criação,
Afugentado pelo olhar mau de alguém
Tomando o amargo pelo doce.
O irreal pelo Real.
O Mestre continuou: "Os homens estão iludidos por Sua maya e apegaram-se ao mundo."
Diz Ramprasad: "Tu me deste essa mente."
E com um olhar sabedor.
Tu mandas ao mesmo tempo, ir gozar o mundo.
Devoto Brahmo: "Senhor, não podemos realizar Deus sem renúncia completa?"
Mestre (com uma risada): "Claro que podem! Por que deveriam renunciar a tudo? Estão bem como estão, seguindo o caminho do meio - como o melado, parte sólido, parte líquido. Conhecem o jogo de cartas `nax' ? Tendo obtido o número máximo, fico fora do jogo. Não posso mais me divertir. Vocês, contudo, são muito espertos. Alguns conseguiram dez pontos, outros seis e uns, cinco. Vocês conseguiram o número correto: portanto, não estão fora como eu. O jogo continua. Ora, essa é boa! (Todos riem)."
"Conto-lhes a verdade: não há nada de errado com vocês, pelo fato de estarem no mundo, mas devem dirigir a mente para Deus, senão, não serão bem sucedidos. Façam seu dever com uma mão e com a outra, segurem Deus. Quando o trabalho estiver terminado, segurem Deus com ambas as mãos."
"Tudo é questão de mente. Escravidão e liberação estão somente na mente. A mente tomará a cor com a qual a tingirem. É como as roupas brancas que acabaram de chegar da lavanderia. Se as mergulharem em tintura vermelha, ficarão vermelhas. Se mergulharem em tinta azul ou verde, ficarão azuis ou verdes. Tomarão somente a cor da tintura na qual as mergulharem, qualquer que seja. Já repararam que se lerem um pouco em inglês, logo começarão a dizer palavras inglesas: `Foot fut it mit?' Então calçam botas e assobiam uma melodia e assim por diante. Tudo vai junto ou, se um erudito estuda sânscrito, imediatamente vai começar a recitar versos sânscritos. Se se relacionarem com más companhias, começarão a falar e pensar como seus amigos. Por outro lado, quando estiverem em companhia dos devotos, apenas falarão e pensarão em Deus."
"A mente é tudo. O homem de um lado, tem a esposa e de outro, a filha. Mostra afeição por ambas, de modo diferente, mas a mente é uma e a mesma."
"Escravidão está na mente e liberação, também. Um homem é livre, se pensar livremente: `Sou uma alma livre. Como posso ficar ligado, quer more na floresta ou no mundo? Sou filho de Deus, Rei dos Reis. Quem pode me prender?' Se for mordido por uma cobra um homem pode libertar-se do seu veneno dizendo enfaticamente: `Não há veneno em mim'. Do mesmo modo, repetindo com resolução e determinação, `Não sou ligado, sou livre', uma pessoa torna-se realmente livre."
"Uma vez uma pessoa deu-me um livro dos cristãos e pedi-lhe que o lesse para mim. Só falava de pecado. (A Keshab). Pecado é também a única coisa que se ouve falar no seu Brahmo Samaj. O pecador que diz constantemente, `Estou ligado, estou ligado', só consegue mesmo é estar ligado. Aquele que diz, dia e noite, `Sou um pecador, sou um pecador', realmente torna-se um pecador."
"Uma pessoa deve ter uma fé tão ardente em Deus, que possa dizer: `O que? Tenho repetido o nome de Deus e o pecado ainda pode permanecer em mim? Como posso ser ainda um pecador? Como posso estar apegado?' "
"Se um homem repete o nome de Deus, seu corpo, mente e tudo o mais tornam-se puros. Por que razão uma pessoa deveria falar só de pecado e de inferno e de coisas assim? Diga pelo menos uma vez: `Ó Senhor, sem dúvida fiz coisas erradas, mas não as repetirei'. Tenha fé em Seu nome."
"Sri Ramakrishna tornou-se intoxicado pelo amor divino e cantou":
Se apenas pudesse morrer repetindo o nome de Durga.
Como podes Tu, Ó Abençoado,
Impedir minha liberação,
Por mais pecador que eu tenha sido ...
Então disse: "À minha Mãe Divina orava apenas por puro amor. Ofereci flores aos Seus Pés de Lótus e orei a Ela: `Mãe, aqui está Tua virtude, aqui está Teu vício. Toma-os ambos e concede-me somente puro amor por Ti. Aqui está Teu Conhecimento, aqui está Tua ignorância. Toma-os ambos e dá-me somente puro amor por Ti. Aqui está Tua pureza, aqui está Tua impureza. Toma-as ambas, Mãe, e concede-me somente puro amor por Ti. Aqui está Teu dharma, aqui está Teu adharma. Toma-os ambos, Mãe, e concede-me somente puro amor por Ti'."
(Aos devotos Brahmos): "Ouçam agora uma canção de Ramprasad":
"Venha, vamos dar uma volta, Ó mente, até Kali, a Árvore que concede todos os desejos.
E ali embaixo Ela colhe os quatros frutos da vida.
De suas duas esposas, Desapego e Mundanismo.
Traz apenas o Desapego no seu caminho para a Árvore,
E pergunte a seu filho Discriminação a respeito da Verdade.
Quando você vai aprender a permanecer, Ó mente na morada da Bem-aventurança
Com Pureza e Corrupção de cada lado?
Só quando você tiver encontrado a maneira de
Manter essas esposas em harmonia sob o mesmo teto,
Você verá a incomparável forma da Mãe Shyama.
Afugente instantaneamente de sua vida, seus pais, o Ego e a Ignorância.
Se a ilusão puxá-lo para sua toca.
Corajosamente agarre-se à pilastra da Paciência.
Amarre ao poste da Despreocupação, as cabras do vício e virtude,
Matando-as com a espada do Conhecimento, se elas se rebelarem.
Mantenha à distância os filhos da Mundanismo, sua primeira esposa.
E, se não atenderem, afogue-os no mar da Sabedoria.
Diz Ramprasad: Se você fizer o que digo
Pode apresentar com bom resultado, Ó mente, ao Rei da Morte.
Ficarei bem satisfeito com você e a chamarei de minha querida."
Por que não se é capaz de realizar Deus nesse mundo? O Rei Janaka teve tal realização. Ramprasad descreveu o mundo como uma simples `estrutura de ilusão', mas amando os pés sagrados de Deus, então -
Este mundo é mesmo uma mansão de alegria.
Aqui posso comer, beber e ficar feliz.
O poder de Janaka era incomparável
O que lhe faltou do mundo ou do Espírito?
Gozando tanto um, quanto o outro.
Que bebeu leite de uma xícara cheia até a borda!
"Mas não se pode ser um Rei Janaka de uma hora para outra. Janaka, no início, praticou na solidão muitas austeridades."
"Mesmo que se viva no mudo, deve-se ficar na solidão de vez em quando. Será de grande ajuda a um homem, afastar-se da família, morar sozinho e chorar por Deus, mesmo por três dias. Se pensar em Deus um dia somente, em solidão, quando tiver tempo livre, isso também lhe fará bem. As pessoas derramam um jarro de lágrimas por sua esposa e filhos. Mas quem chora por Deus? De vez em quando deve-se retirar para a solidão e praticar disciplina espiritual a fim de realizar Deus. Vivendo no mundo e sufocado pelos seus inúmeros deveres, o aspirante, no primeiro estágio de sua vida espiritual, encontra muitos obstáculos no caminho da concentração. Quando as árvores da calçada são ainda novas, têm que ser cercadas, do contrário, serão destruídas pelo gado. A cerca é necessária enquanto a árvore for pequena, mas pode ser retirada, quando o tronco estiver grosso e forte. Então a árvore não será danificada, mesmo que um elefante seja amarrado a ela. A doença do mundanismo é semelhante à febre tifóide. No quarto desse tipo de paciente, há um grande jarro d'água e outro, de gostosos pickles. Se desejar curá-lo deve removê-lo desse aposento. O homem do mundo é como esse paciente de febre tifóide. Os diversos objetos de prazer são o grande jarro d'água e o desejo de gozá-los é a sua sede. O simples pensamento dos pickles dá água na boca; você não tem que trazê-los para perto. Ele já está cercado por eles. A companhia de mulher é o pickles. Daí ser necessário o tratamento na solidão."
"Pode-se voltar ao mundo depois de se ter atingido discriminação e desapego. No oceano do mundo há seis crocodilos: luxúria, raiva etc. Não há nada a temer se passar açafrão no corpo antes de entrar na água. Discriminação e desapego são o açafrão. Discriminação é o conhecimento do que é real e o que é irreal. É a realização de que só Deus é a real e eterna Substância e que tudo o mais é irreal, transitório, impermanente. Deve-se cultivar intenso fervor por Deus. Deve-se sentir amor por Ele e ser atraído para Ele. As gopis de Vrindavan sentiram a atração de Krishna. Deixe-me cantar uma canção para vocês":
"Escuta! A flauta ressoou lá no bosque.
Devo voar para lá porque Krishna espera na estrada.
Digam amigas, vocês vêm ou não?
Para vocês, o meu Krishna é somente um nome vazio
Para mim. Ele é a angústia do meu coração.
Vocês ouvem as notas de Sua flauta, somente com seus ouvidos,
Mas Ó, eu as ouço no fundo de minha alma.
Escuto Sua flauta chamando: `Radha, venha'!
Sem você o bosque está despojado de encanto."
O Mestre cantou com lágrimas nos olhos e disse a Keshab e outros devotos Brahmos: "Não importa se aceitem ou não, Radha e Krishna, mas por favor, aceitem a atração que um sentia pelo outro. Tentem criar em seu coração o mesmo desejo ardente por Deus. Anelo é tudo o que vocês necessitam para realizá-Lo." Gradualmente a maré baixa começou. O barco aumentou a velocidade até Calcutá. Passaram sob a Ponte Howrath e avistaram o Jardim Botânico. Pediram ao capitão para ir um pouco mais rio abaixo. Os passageiros estavam encantados com as palavras do Mestre e a maioria tinha perdido a noção do tempo e de quanto haviam navegado.
Keshab começou a servir arroz empapado e coco raspado. Os convidados puseram a comida nas dobras da roupa e logo começaram a comer. Todos estavam muito felizes. O Mestre observou, entretanto, que Keshab e Vijay estavam constrangidos e ficou ansioso para reconciliá-los.
Mestre (a Keshab): "Olhe. Ali está Vijay. Sua briga parece-se com a de Shiva e Rama. Shiva foi o guru de Rama. Apesar de brigarem, logo fizeram as pazes, mas as caretas dos fantasmas, seguidores de Shiva e os sons incompreensíveis dos macacos, seguidores de Rama, não terminaram (Gargalhada). Essas brigas têm lugar, mesmo entre os próprios parentes e amigos íntimos. Rama não lutou contra seus próprios filhos, Lava e Kusa? Assim também, vocês devem ter notado como a mãe e sua filha, morando juntas e tendo o mesmo objetivo espiritual, observam jejum em separado nas terças-feiras, cada uma com sua própria crença, como se o bem-estar de uma, nada tivesse a ver com o da outra. Mas o que beneficia uma, beneficia a outra. Assim também, vocês têm uma sociedade religiosa e Vijay pensa que deve ter a sua, também. (Risada). Penso que tudo isso é necessário. Enquanto Sri Krishna, Ele mesmo um Deus Encarnado, brincava com as gopis em Vrindavan, pessoas criadoras de problemas como Jatila e Kutila apareciam em cena. Podem perguntar o porquê disso. A resposta é que um jogo não pode se desenvolver sem pessoas criadoras de problemas. (Todos riem). Não há graça sem Jatila e Kutila. (Gargalhada)."
"Ramanuja postulou a doutrina do Não-dualismo Qualificado. Mas seu Guru era um puro não-dualista. Estavam em desacordo um com o outro e refutavam mutuamente seus argumentos. É o que sempre acontece. Para o mestre, porém, o discípulo é muito íntimo."
Todos desfrutavam a companhia e as palavras do Mestre.
Mestre (a Keshab): "Você não estuda a natureza das pessoas antes de torná-las seus discípulos e por isso, elas se afastam de você."
"Todas as pessoas são semelhantes, mas suas naturezas são diferentes. Algumas têm sattva em excesso, outras muito rajas e ainda outras, um excesso de tamas. Já reparou que os bolos conhecidos como puli têm a mesma aparência, mas são feitos de ingredientes muito diferentes. Uns têm leite condensado, outros coco e outros, somente sementes de kalai fervidas. (Todos riem)."
"Sabem qual é a minha atitude? Da minha parte como, bebo e vivo feliz. O resto a Mãe Divina conhece. Na verdade há três palavras que me incomodam: `guru', `mestre' e `pai'."
"Há somente um Guru, que é Satchidananda. Só ele é o Instrutor. Minha atitude em relação a Deus é a de um filho para com a mãe. Podemos conseguir milhões de gurus humanos. Todos querem ser instrutores, mas quem quer ser discípulo?"
"É extremamente difícil ensinar os outros. Um homem só pode ensinar se Deus Se revela a Ele e lhe dá a ordem. Narada, Shukadeva e sábios como eles receberam tal autorização de Deus e Shankara também a teve. A não ser que Deus ordene, quem ouvirá suas palavras?"
"Sabe como as pessoas de Calcutá ficam agitadas com tanta facilidade? O leite sobe e ferve enquanto existir fogo debaixo dele. Apague o fogo e tudo ficará parado. As pessoas de Calcutá gostam de sensações. Podemos vê-las cavando um poço num certo lugar. Dizem que querem água, mas se encontram uma pedra desistem; recomeçam a cavar em outro lugar. Aí talvez encontrem areia; desistem de novo. Recomeçam então, num terceiro lugar e assim vai. Isso, porém, não aconteceria se um homem apenas imaginar que tem o mandato de Deus."
"Deus revela-Se a uma pessoa e fala. Só então ela pode receber Seu comando. Quão poderosas são as palavras de tal mestre! Podem remover montanhas. Mas, simples conferências? O povo as ouvirá por alguns dias e as esquecerá logo. Nunca agirá somente por simples palavras."
"Em Kamarpukur há um pequeno lago chamado Haldarpukur. Certas pessoas costumavam sujar as margens todos os dias. Outras iam de manhã para se banharem, xingavam essas pessoas em voz alta, e na manhã seguinte, encontravam a mesma situação. O aborrecimento não tinha fim. (Todos riem). Os aldeões do local, por fim, informaram as autoridades. Um policial foi avisado e colocou um aviso, na margem, dizendo: `Proibido causar aborrecimentos'. Isto bastou para que os transgressores parassem imediatamente. (Todos riem)."
"Para ensinar alguém, deve-se ter autorização, senão, ensinar torna-se um engodo. Um homem que, por sua vez, é um ignorante, começa a ensinar os outros - como um cego guiando um outro cego! Em vez de fazer o bem, esse ensinamento é prejudicial. Depois da realização de Deus, obtém-se a visão interior. Só então, poderá diagnosticar uma doença espiritual e dar instrução."
"Sem a delegação de Deus, um homem torna-se iludido. Diz para si mesmo: `Estou ensinando às pessoas.' Essa vaidade advém da ignorância, pois somente uma pessoa ignorante pensa que é ela quem faz. Um homem realmente libera-se em vida, se sentir: `Deus é O que faz. Só Ele está fazendo tudo. Eu não faço nada.' Os sofrimentos e preocupações do homem surgem unicamente do pensamento persistente de que é ele quem faz."
"Vocês falam de fazer bem para o mundo. É o mundo uma coisa pequena? E, quem são vocês, digam-me, para fazerem bem ao mundo? Primeiro realizem Deus, vejam-n'O por meio de disciplina espiritual. Se Ele lhes conferir poder, então podem fazer bem aos outros, do contrário, não."
Um devoto Brahmo: "Devemos, senhor, abandonar nossas atividades até que realizemos Deus?"
Mestre: "Não. Por que deveriam? Devem-se empenhar em tais atividades como contemplação, cantar Suas glórias e outras devoções diárias."
Brahmo: "E nossos deveres mundanos - deveres ligados a ganhar dinheiro e assim por diante?"
Mestre: "Sim, pode fazê-las, também, desde que necessitem delas para viver. Ao mesmo tempo devem orar a Deus na solidão, com lágrimas nos olhos a fim de que possam executar aquelas obrigações de uma forma desinteressada. Devem dizer-Lhe: `Ó Deus, diminui minhas obrigações do mundo cada vez mais, senão, Ó Senhor, acho que Te esquecerei, envolvido em tantas atividades. Posso pensar que estou fazendo um trabalho desinteressado, mas no final, acaba sendo egoísta.' Pessoas que dão muitas esmolas ou distribuem comida para os pobres, caem vítimas do desejo de nome e fama."
"Sambhu Mallick uma vez falou em construir hospitais, dispensários e escolas, estradas, reservatórios públicos etc. Eu lhe disse: `Não se desvie de seu caminho para cuidar desses trabalhos. Execute apenas aqueles que se apresentam e que são de muita necessidade - execute-os com desapego.' Não é bom ficar envolvido em muitas atividades. Isso pode fazer com que se esqueça de Deus. Vindo ao templo de Kalighat alguns talvez gastem todo o seu tempo dando esmolas aos pobres. Não têm tempo para ver a Mãe no santuário interior. (Risada). Em primeiro lugar, faça tudo para conseguir ver a Mãe Divina, mesmo que tenha que abrir caminho entre a multidão. Então, pode ou não dar esmolas, como quiser. Você pode dar aos pobres o quanto satisfaça o seu coração, se assim sentir vontade. O trabalho é somente um meio de realização de Deus. Por conseguinte, disse a Sambhu: `Suponha que Deus apareça diante de você; então Lhe pediria para construir hospitais e ambulatórios para você?' (Risada). Um amante de Deus jamais diz isso, mas sim: `Ó Senhor, dá-me um lugar nos Teus Pés de Lótus. Mantenha-me sempre em Tua companhia. Dá-me sincero e puro amor por Ti'."
"Karmayoga é na verdade, muito dura. No Kaliyuga é extremamente difícil fazer os rituais prescritos nas escrituras. A vida de um homem está hoje em dia, centrada somente na comida. Ele não pode executar muitos ritos, conforme as escrituras. Suponhamos que uma pessoa esteja com febre. Se for tentada uma cura demorada, com remédios antiquados, demorará muito e sua vida pode acabar-se. Não aguenta a espera. Hoje em dia a mistura drástica `D.Gupta' é a indicada. No Kaliyuga o melhor remédio é a Bhakti Yoga, o caminho da devoção - cantar as glórias do Senhor e a oração. Só o caminho da devoção é a religião para esta época."
(Aos devotos Brahmos): "O seu, também, é o caminho da devoção. São realmente abençoados porque cantam o nome de Hari e as glórias da Mãe Divina. Gostei de sua atitude. Não dizem que o mundo é um sonho como os não-dualistas. Vocês não são Brahmajnanis como eles: são bhaktas, amantes de Deus. Que vocês O considerem uma Pessoa, também é bom. Vocês são devotos. Certamente O realizarão se O chamarem com sinceridade e dedicação."
O barco ancorou em Kayalaghat e os passageiros prepararam-se para desembarcar. Quando saíram, viram que a lua cheia já havia surgido. As árvores, os edifícios e os barcos do Ganges estavam banhados pelo suave luar. Chamaram uma carruagem para o Mestre e M. e alguns devotos entraram. O Mestre perguntou por Keshab que chegou perguntando sobre as medidas tomadas para o regresso do Mestre a Dakshineswar. Em seguida inclinou-se profundamente e despediu-se de Sri Ramakrishna.
A carruagem atravessou o bairro europeu da cidade. O Mestre apreciou as belas mansões em ambos os lados da rua, muito bem iluminadas. Subitamente disse: "Estou com sede. O que se pode fazer?" Nandalal, sobrinho de Keshab, parou a carruagem defronte ao India Club e subiu para pedir água. Conseguiu e o Mestre perguntou se o copo havia sido bem lavado. Assegurando-se que isso havia sido feito, bebeu a água.
Enquanto a carruagem andava, o Mestre pôs a cabeça para fora, olhando com uma alegria infantil, as pessoas, os veículos, os cavalos e as ruas, tudo inundado pelo luar. De vez em quando ouvia as senhoras européias cantando ao piano. O Mestre estava muito feliz.
A carruagem chegou à casa de Surendra Mitra, um grande devoto do Mestre, a quem ele afetuosamente, chamava Surendra. Não estava em casa.
As pessoas da casa abriram uma das salas no andar térreo para o Mestre e sua comitiva. A carruagem tinha que ser paga. Se Surendra estivesse lá, certamente o faria. O Mestre disse a um dos devotos: "Por que não pede às senhoras da casa para pagar? Elas certamente sabem que Surendra nos visita em Dakshineswar. Não sou um estranho para elas." (Todos riem).
Foram buscar Narendra que vivia nessa parte da cidade. Nesse meio tempo Sri Ramakrishna e os devotos foram convidados para ir à sala de visitas no andar de cima. O chão estava coberto por um tapete e um lençol branco. Algumas almofadas estavam espalhadas. Na parede havia um quadro a óleo especialmente pintado para Surendra, em que Sri Ramakrishna mostrava a Keshab a harmonia entre o cristianismo, islamismo, budismo, hinduísmo e outras religiões. Vendo o quadro Keshab havia dito, certa ocasião: "Abençoado seja a pessoa que teve a idéia de pintá-lo."
Sri Ramakrishna conversava alegremente com os devotos, quando Narendra chegou. Isto fez o Mestre ficar duplamente feliz. Disse ao jovem discípulo: "Hoje fizemos uma viagem de barco com Keshab. Vijay e outros devotos Brahmos estavam presentes. (Mostrando M.). Pergunte a ele o que eu disse a Keshab e Vijay sobre a mãe e a filha fazendo jejum na terça-feira, cada uma por sua conta, embora o bem-estar de uma fosse o bem-estar de outra. Disse, também, a Keshab que, encrenqueiros como Jatila e Kutila eram necessários para dar sabor ao jogo. (A M.). Não é verdade?"
Era tarde. Surendra ainda não havia retornado. O Mestre tinha que voltar ao templo e chegou uma carruagem para levá-lo. M. e Narendra saudaram-no e despediram-se. A carruagem de Sri Ramakrishna partiu para Dakshineswar, percorrendo as ruas iluminadas pelo luar.
1791 Nascimento de Chandra Devi.
1814 Khudiram estabelece-se em Kamarpukur.
1835 Peregrinação de Khudiram a Gaya.
1836 Nascimento de Sri Ramakrishna, 18 de fevereiro, mais ou menos às 5:15 da manhã.
1845 Cerimônia do cordão sagrado de Sri Ramakrishna.
1850 Ramkumar abre sua escola em Calcutá.
1852 Sri Ramakrishna vem para Calcutá.
1853 Nascimento da Santa Mãe, 22 de dezembro.
1855 Fundado o templo de Kali em Dakshineswar. Hriday em Dakshineswar. Sri Ramakrishna é nomeado sacerdote do templo de Vishnu e em seguida, do templo de Kali.
1856 Morte de Ramkumar. Realização de Deus e o primeiro estado de intoxicação divina de Sri Ramakrishna.
1857 Tratamento de Sri Ramakrishna sob a orientação de Gangaprasad.
1858 Haladhari torna-se sacerdote em Dakshineswar. Sri Ramakrishna vai para Kamarpukur.
1859 Casamento de Sri Ramakrishna.
1860 Volta a Dakshineswar. Visão de Mathur.
1861 Morte da Rani Rasmani. Encontro com Brahmani. Prática tântrica sob a orientação da Brahmani. Loucura divina pela segunda vez.
1863 Fim da prática tântrica. Encontro com o Pundit Padmalochan. Chandra Devi vem viver em Dakshineswar.
1864 Prática de Sri Ramakrishna do vatsalya bhava sob a orientação de Jatadhari. Prática do madhur bhava. Iniciação em sannyas por Tota Puri.
1865 Akshay substitui Haladhari. Totapuri deixa Dakshineswar.
1866 Sri Ramakrishna no plano advaita durante seis meses. Doença. Prática do islamismo.
1867 Sri Ramakrishna em Kamarpukur. A partida da Brahmani.
1868 Peregrinação. Encontro com Gangama.
1870 Peregrinação com Mathur. Sri Ramakrishna no Colootola Harisabha. Visita a Kalna e Navadvip.
1872 Primeira visita da Santa Mãe a Dakshineswar. O Shodasi Puja.
1874 A Santa Mãe de novo em Dakshineswar.
1875 A primeira visita de Sri Ramakrishna a Keshab Chandra Sen.
1877-78 Relacionamento com Keshab. Terceira visita da Santa Mãe a Dakshineswar.
1879 Começa a chegada dos discípulos.
1880 Última visita a Kamarpukur. Encontro com Rakhal e Narendranath.
1881 Demissão de Hriday. Encontro com Rakhal e Narendranath.
1882 Visita ao Pundit Vidyasagar. A Santa Mãe novamente em Dakshineswar.
1884 Morte de Keshab. Encontro com Pundit Shashadhar. Gopal Ma. A Santa mãe vem viver definitivamente em Dakshineswar.
1885 Última visita a Panihati. Doença e mudança para Syampukur. Ligação com Dr. Sarkar. Mudança para Cossipore.
1886 Tratamento em Cossipore. Organização dos discípulos. Mahasamadhi. 16 de agosto, dois minutos depois de uma hora da manhã.