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Crianças muito pequenas podem e aprendem a ler palavras, sentenças e parágrafos, exatamente da mesma maneira que aprenderam a ouvir palavras, sentenças e parágrafos.
Uma vez mais, os fatos são simples - belos, porém simples. Já afirmamos que os olhos enxergam, mas não são capazes de entender, e os ouvidos escutam, mas não podem igualmente compreender.
Só o cérebro é capaz de interpretar as mensagens que recebe.
Quando o ouvido capta ou seleciona palavras ou mensagens, essa percepção auditiva é desmembrada numa série de impulsos eletroquímicos e enviada ao cérebro, que não os escuta propriamente, mas os reúne e interpreta em termos do significado da palavra.
Exatamente da mesma maneira, quando os olhos captam uma palavra escrita ou uma mensagem, essa percepção visual é desmembrada numa série de impulsos eletroquímicos, e enviada ao cérebro que entende, mas não "vê."
O cérebro é um instrumento mágico.
Tanto a trajetória visual quanto a auditiva, atravessam o cérebro onde ambas mensagens são interpretadas pelo mesmo processo cerebral.
Se por algum motivo a criança só pudesse ter uma capacidade, esta deveria ser a da leitura, sem nenhuma sombra de dúvida.
Ela é a base para todo o conhecimento formal e uma grande parte do informal. Este capítulo irá tratar das coisas básicas para ensinar seu bebê a ler. Os pais que desejarem maiores informações sobre os princípios de como ensinar leitura a crianças bem novas, devem ler Como Ensinor seu Bebê o Ler (Artes e Ofícios Editora Ltda.).
Os materiais usados para ensinar seu filho a ler são extremamente simples. Todo o material deve ser feito em papel cartão grosso e rígido, a fim de resistir ao manuseio nem sempre cuidadoso.
Você precisará de um bom estoque de cartolina grossa cortada em tiras de 10 por 60 cms. Se possível Compre-as já cortadas no tamanho certo. Isso irá lhe economizar o tempo que seria gasto cortando papéis, o que é mais demorado do que escrever palavras.
Você também irá precisar de um pincel atômico de ponta de feltro grossa e vermelha. Compre a mais grossa possível. Quanto mais espessa for a letra, melhor será.
Agora escreva cada uma das palavras nas tiras de cartolina. Faça as letras com 7 cm de altura. Use letras minúsculas, exceto no caso de nomes próprios, que, é claro, começam com letra maiúscula. Caso contrário, use sempre letras minúsculas, já que é assim que elas irão aparecer nos livros.
Certifique-se de que suas letras sejam muito grossas. O traço deve ter aproximadamente 1,5 cm de largura, ou mais. A intensidade é muito importante para que a criança possa enxergar a palavra.
Escreva de forma clara e precisa. Use letra de fôrma e nunca cursiva. Deixe uma margem de 1,5 cm ao redor de cada palavra. Isso dará um espaço para seus dedos, ao segurar o cartão.
Às vezes as mães ficam muito sofisticadas e utilizam normógrafos para fazer seus cartões. Isso resulta em letras muito bonitas, entretanto o tempo dispendido é enorme.
Lembre-se de que seu tempo é precioso.
As mães têm que dividi-lo melhor do que em qualquer outra profissão. E necessário desenvolver um sistema rápido e eficiente de preparar os cartões, porque você vai precisar de muitos deles.
Letra clara e legível é bem mais importante do que perfeição. As mães, com freqüência, descobrem que os pais gostam de participar do programa de leitura e são capazes de fazer ótimos materiais.
Sejam consistentes com o tamanho de suas letras. A visão da sua criança precisa dessa consistência e confiabilidade para funcionar bem. Isso é de grande valia para ela.
Os materiais, no início, são feitos com letras vermelhas grandes e grossas e progressivamente vão diminuindo até chegar ao tamanho normal, em letras pretas. De início elas são grandes por causa da imatura trajetória visual, que não é capaz de enxergar letrinhas, mas que cresce através do uso. À medida que o canal visual vai amadurecendo, o tamanho da letra pode e deve ser reduzido.
As letras grandes são usadas inicialmente pela simples razão de serem facilmente visíveis. Elas são vermelhas porque essa cor atrai as crianças. Para começar, você pode preferir comprar o material já pronto. O estojo "Como Ensinar Seu Bebê a Ler" pode ser obtido escrevendo-se para:
Uma vez que vocês tenham começado a ensinar seu filho a ler, verão que o mesmo vai esgotar o material muito depressa. Não importa o quanto a gente enfatize isso, os pais sempre ficam impressionados com a velocidade de aprender das crianças.
Há muito tempo, nós descobrimos que é melhor iniciar muito adiante deles. Por este motivo, faça pelo menos 200 palavras antes de começar a ensinar seu filho. Assim você terá um estoque adequado e disponível para ser usado, quando necessário.
Caso contrário, você estará sempre para trás. A tentação de continuar mostrando as mesmas velhas palavras, repetidamente, é bastante grande. Se a mãe cair nesta tentação, as conseqüências serão desastrosas para o seu programa de leitura.
Um erro que as crianças não aceitam é ver as mesmas palavras, seguidamente, quando elas deveriam ter sido substituídas há muito tempo.
Seja esperta - esteja adiantada no preparo dos materiais e conserve-se assim. E, se por algum motivo ficar para trás nessa preparação, não mostre as palavras velhas repetidamente.
Simplesmente suspenda o programa por uns dias ou uma semana, até ter sido capaz de fazer material novo e organizado, e aí comece de onde parou.
A preparação do material pode e deve ser divertida. Se você estiver preparando cartões para o próximo mês, será assim. Só que, se estiver tentando fazer o que vai ser apresentado na manhã seguinte, não vai ser tão agradável.
Comece na frente, fique na frente, pare e organize-se se preciso for, mas jamais mostre materiais velhos seguidamente.
Vamos fazer uma breve revisão dos princípios para uma boa instrução:
Resumo: Ingredientes Básicos Para Uma Boa Instrução
O caminho que você deverá percorrer para ensinar seu filho é relativamente simples e fácil. Não importa se você está começando com um recém-nascido ou uma criança de quatro anos, ele é sempre o mesmo.
Primeira etapa | Palavras simples |
Segunda etapa | Pares de palavras |
Terceira etapa | Frases |
Quarta etapa | Sentenças |
Quinta etapa | Livros |
A primeira etapa consiste em ensinar seu filho a ler usando quinze palavras inicialmente. Quando ele já tiver aprendido essas quinze palavras, estará pronto para passar ao vocabulário propriamente dito.
Comece em uma hora do dia em que sua criança esteja descansada, receptiva e de bom humor.
Use a parte da casa que tenha o menor número de distrações possíveis, tanto do ponto de vista auditivo quanto visual; por exemplo, não ligue o rádio ou qualquer coisa que faça muito barulho. Use um canto do aposento sem muita mobília ou objetos que possam distrair a visão do seu filho.
Agora começa a diversão. Simplesmente segure a palavra mamãe, um pouco além do seu alcance e diga claramente a ele: "Isso quer dizer Mamãe."
Não dê à criança nenhuma descrição. Não há necessidade de maior elaboração. Não dê mais do que um segundo.
Em seguida, mostre-lhe a palavra papai e com o mesmo entusiasmo diga: "Isso quer dizer Papai."
Mostre-lhe mais três palavras como fez com as duas primeiras. Não peça à criança para repetir as palavras àmedida que você ensina. No fim da quinta, dê-lhe um grande abraço e beijo e demonstre todo o seu afeto.
Repita isso três vezes, durante o primeiro dia, da maneira já explicada. As sessões devem ter um intervalo mínimo de meia hora entre elas.
O primeiro dia está terminado, e você acaba de dar o primeiro passo para ensinar a sua criança a ler. (Até aqui você investiu no máximo três minutos.)
No segundo dia, repita a sessão básica três vezes. Acrescente um novo grupo de cinco palavras. Este novo grupo deve ser mostrado três vezes no decorrer do dia, como o primeiro, totalizando seis sessões.
Ao fim de cada sessão diga à criança o quanto ela foi bem e quanto é inteligente. Demonstre o seu orgulho. Diga-lhe que você a ama demasiadamente. É prudente demonstrar o seu amor com abraços e expressões físicas de carinho.
Não a chantageie ou recompense com balas, biscoitos ou algo parecido. Na velocidade com que ela aprende, em breve você não teria recursos financeiros suficientes para continuar recompensando-a deste modo e estaria, igualmente, prejudicando a sua saúde. Além do mais, biscoitos não são uma recompensa à altura de uma tarefa tão importante, comparados ao seu amor e carinho.
A criança aprende com a velocidade da luz, e se você mostrar-lhe as palavras mais do que três vezes ao dia, ficará entediada. Se você mostrar o cartão à criança por mais de um segundo, perderá sua atenção.
No terceiro dia, acrescente um conjunto de cinco palavras novas.
Agora, você estará ensinando a seu filho três grupos de cinco palavras cada, três vezes ao dia. Você e seu filho estarão tendo umtotal de nove sessões espalhadas durante o dia, totalizando somente alguns minutos.
As primeiras quinze palavras que você ensinar à sua criança serão compostas de palavras gostosas e comuns ao seu meio ambiente. Estas palavras devem incluir os nomes dos parentes próximos, animais de estimação, objetos da casa, atividades e comidas favoritas. É impossível incluir uma lista exata dessas quinze palavras, porque elas vão variar de acordo com as preferências de cada um.
O único sinal de alerta em todo o processo é o tédio.
Nunca entedie a criança. Ir muito devagar pode ser pior do que ir muito depressa
Lembre-se de que este bebê inteligente poderá estar aprendendo o inglês, suponhamos, neste momento. Portanto, não o aborreça. Pense na coisa maravilhosa que você conseguiu. Sua criança acabou de conseguir o feito mais difícil de todo o processo da leitura; e talvez não seja exagerado dizer que no processo da aprendizagem, já que a leitura constitui a sua maior base.
Com a sua ajuda ela conseguiu duas coisas extraordinárias:
Uma palavrinha acerca do alfabeto. Por que não começamos ensinando o alfabeto às crianças? A resposta a essa pergunta é de enorme importância.
É uma premissa básica de ensino que devemos começar com o que é concreto e sabido, daí passando ao desconhecido e, por último, ao que é abstrato.
Nada poderia ser mais abstrato para um cérebro de dois anos do que a letra a. É um tributo à genialidade das crianças que elas sejam capazes de aprender isso em qualquer época.
É óbvio que se um menino de dois anos fosse capaz de argumentar com lógica, ele já teria esclarecido esta situação com os adultos, há muito tempo.
Se assim fosse, quando mostrássemos a letra "a", ele poderia perguntar: "Por que esta coisa se chama `a'?"
E nós, o que poderíamos responder?
"Bem, é um a porque ... bem ... ora, você não vê que é um `a', porque precisamos inventar ... um símbolo para aletra `a'. E também a inventamos para ... ah ..."
Finalmente, a maioria de nós diria certamente: "É um `a' porque eu sou maior do que você. Por isso é um 'a'!"
E esta seria uma razão tão boa quanto qualquer uma, para explicar porque um "a" é um "a".
Felizmente, nós não temos que ensinar isso às crianças porquanto elas talvez não fossem capazes de entender historicamente porque o "a" é "a", elas entendem que nós somos maiores, e esta razão é suficiente.
Voltando ao assunto, elas conseguiram, de alguma maneira, aprender essas vinte e seis abstrações visuais, e o que é mais, as vinte e seis abstrações auditivas que as acompanham.
Isto não só totaliza cerca de cinqüenta e duas combinações possíveis de som e imagem, como um número quase infinito delas.
E elas aprendem tudo isso, apesar de só ensinarmos aos cinco ou seis anos, quando aprender já está ficando cada vez mais difícil.
Graças a Deus nós não tentamos ensinar estudantes de Direito, médicos ou engenheiros por meio de tais abstrações, caso contrário, sendo adultos, eles jamais seriam capazes de sobreviver a elas.
A diferenciação visual que seu filho conseguiu, na primeira etapa, é muito importante.
Ler letras isoladas é difícil, uma vez que ninguém jamais comeu, um a ou pegou um a para abrir e descobrir de que é feito. É possível descascar uma banana, pegar uma bola, vestir uma camisa, ou abrir um livro. Enquanto as letras que compõem a palavra "bola" são abstratas, a bola não, permitindo mais facilmente aprender "bola" do que simplesmente a letra b.
Estas duas razões tornam as palavras mais fáceis de serem lidas do que as letras.
As letras do alfabeto não são unidades de leitura e escrita mais do que sons isolados são componentes de unidades de audição e fala. Palavras são unidades de linguagem. As letras estão para a palavra, como o barro, a madeira e a pedra estão para a construção de edifícios. Os tijolos, vigas e pedras são os verdadeiros elementos na construção da casa.
Muito mais tarde, quando a criança já puder ler bem, ensinaremos então o alfabeto. A essa altura ela será capaz de entender porque o homem precisou inventar o alfabeto e para que necessitamos das letras.
Começamos ensinando uma criança pequena a ler palavras usando o seu nome, os nomes de seus país e as palavras relacionadas ao seu "eu". Essas são as primeiras coisas que a criança aprende - sobre sua família e seu corpo. Seu mundo começa de dentro e vai devagarinho voltando-se para o exterior, como bem o sabem os educadores.
Há alguns anos, um especialista em desenvolvimento infantil, bastante inteligente, expressou através de letras mágicas algo que iria melhorar demais a Educação. Estas letras eram V.A.T. - visual, auditivo e tátil. Foi dito que as crianças aprendiam através de uma combinação da visão (V), audição (A) e tato (T). No entanto, as mães sempre disseram coisas como: "Esse porquinho foi ao mercado e esse outro ficou em casa," levantando os dedões para que a criança pudesse ver (visão), falando alto para que ela pudesse ouvir (audição), e apertando os dedões para que ela pudesse sentir (tato).
De qualquer modo, nós agora estamos prontos para dar as palavras relativas ao seu "eu."
Você agora deve acrescentar duas novas categorias de palavras para ter um total de cinco séries ou vinte e cinco palavras divididas em cinco categorias. Estas novas séries devem consistir de palavras do vocabulário do seu "eu."
Aqui está ao método que você deve usar a partir deste ponto para acrescentar novas palavras e retirar as conhecidas.
Simplesmente retire uma palavra por dia que já tenha sido ensinada por cinco dias, e substitua-a por uma nova, em cada categoria. Os primeiros três grupos já foram vistos durante uma semana e portanto você já pode substituir, em cada um deles, uma palavra velha por uma nova. Depois de cinco dias, retire uma palavra velha de cada uma das cinco categorias que você está mostrando. Daí por diante você deverá acdicionar uma palavra nova por grupo, a cada dia.
As mães descobriram que, se vocês escreverem a lápis no verso do cartão a data em que foram apresentadas, poderão facilmente ver as que estão sendo ensinadas há mais tempo e assim aposentá-las.
Em resumo, você estará ensinando vinte e cinco palavras por dia, divididas em cinco categorias de cinco palavras cada. Sua criança estará vendo cinco palavras novas por dia ou uma em cada grupo, e cinco serão aposentadas diariamente.
Evite mostrar duas palavras juntas começando com a mesma letra. Cabelo, caspa, e cabeça começam com "c" e portanto não devem ser ensinadas consecutivamente. Ocasionalmente a criança pode pensar que caspa é cabelo porque ambas começam com "c" e são semelhantes na aparência. As crianças que já aprenderam todo o alfabeto, estão mais sujeitas a cometer esse erro do que aquelas que não o conhecem. Sabê-lo, causa um pouco de confusão para as crianças. Ao ensinar a palavra água, por exemplo, as crianças podem reconhecer o a, seu velho amigo, e exclamar a em vez de água.
De novo, temos que nos lembrar que a regra máxima é não aborrecer a criança. Se ela estiver entediada, há um sério perigo de você estar indo muito devagar. Ela deve estar aprendendo muito depressa e reagindo para que você ande mais rápido.
Se tudo correr bem, você dará em média cinco palavras novas por dia. Podem até ser dez. Se for esperta e entusiasmada o suficiente, seu filho poderá aprender até muito mais.
Quando ele tiver dominado as palavras relativas ao seu "eu" você pode passar para a etapa seguinte no processo da leitura. Ele agora tem duas das mais difíceis fases, já ultrapassadas. Se teve sucesso até agora, será difïcil impedi-lo de ler por muito mais tempo.
A essa altura, tanto os pais quanto a criança já encaram o jogo da leitura como uma coisa bastante agradável e que lhes dá prazer. Lembre-se de que você está criando em seu filho o amor pelo saber que irá multiplicar-se por toda a sua vida. Mais corretamente, você estará reforçando uma gana de aprender que não poderá ser negada, mas certamente poderá ser deturpada e desperdiçada na criança através de canais negativos. Jogue com alegria e entusiasmo. Agora está na hora de acrescentar nomes de objetos comuns ao meio-ambiente da criança.
O vocabulário "do lar" consiste nas palavras que designam os objetos encontrados em casa tais como: "cadeira" e "parede".
O vocabulário "do lar" é em verdade dividido em vários sub-vocabulários. Estes são objetos, alimentos, animais, e grupos de "ação."
A essa altura, a criança já deve 'ter' um vocabulário de vinte cinco a trinta palavras. E aqui que devemos resistir à enorme tentação de ensinar-lhe as mesmas coisas repetidamente. Resista a esta tentação. Seu filho achará isso aborrecido. As crianças adoram aprender palavras novas e detestam revisar as velhas. Você poderá ficar tentado a testá-la. Por favor, não faça isto. Testar a criança sempre produz tensão por parte dos pais, e ela irá perceber isso bem depressa. Seu filho poderá associar tensão e mal estar com aprendizagem.
Mostre-lhe o quanto você o ama e respeita, a cada oportunídade.
Essa lista deve ser aumentada ou diminuída para refletir o meio - ambiente e coisas da família que são únicos a ela.
Agora, continue a alimentar a fome de saber do seu filho com as palavras que indicam "posse".
Palavras que indicam posse (coisas que pertencem à criança)
Como nos sub vocabulários anteriores, essas listas devem ser modificadas para melhor refletir as coisas que sua criança possui e aquelas de que mais gosta. Obviamente, isso irá variar de acordo com a idade, tenha ela um ou cinco anos.
Ela irá aprender as palavras da mesma maneira que vem fazendo até agora. Essa lista pode constar de dez a cinqüenta palavras, dependendo da escolha de pais e filhos.
A relação de palavras de leitura, (que aqui já deve ser de aproximadamente cinqüenta) foi até agora composta simplesmente de substantivos. A próxima categoria, do vocabulário do meio ambiente, vai refletir ação, e assim iremos apresentar os verbos pela primeira vez.
Para ter mais graça, quando for ensinar, a mãe poderá efetuar a ação descrita, por exemplo, pulando, e dizer: "A mamãe está pulando." Então ela faz a criança pular e diz: "Você está pulando." Agora a mamãe mostra a palavra para a criança e diz: "Esta palavra quer dizer pulando." E assim ela apresenta todas as palavras que indicam "ação". A criança vai adorar esta parte, porque estará participando ativamente junto com sua mãe (ou pai) e estará aprendendo também.
Quando seu filho tiver aprendido as palavras básicas do seu ambiente, estará apto a ir adiante.
A esta altura ele deverá estar lendo mais de cinqüenta palavras e vocês dois deverão estar adorando. Devo falar de duas coisas antes de passarmos à próxima etapa que será o começo do fim do processo de aprendizagem da leitura.
Se os pais ensinarem que ler é uma coisa agradável, (como idealmente deve ser) e não um dever ou obrigação (que não constitui um bom motivo) então tanto pais quanto os seus filhos devem estar divertindo-se imensamente com as sessões diárias.
John Ciardi, no seu artigo já mencionado, disse acerca da criança: "... se ela recebeu amor (o que basicamente significa que os pais e a criança honestamente brincaram juntos) ..." Essa é uma excelente definição de amor - brincar e aprender com sua criança - e deveria estar sempre presente na mente dos pais que estão ensinando os seus filhos a ler.
O próximo ponto a ser lembrado é a eterna curiosidade das crianças acerca de palavras escritas e faladas. Se a criança demonstra interesse por uma palavra, seja qual for a razão, então seria sensato anota-la e incorporá-la à sua leitura. Ela aprenderá bem rápido qualquer palavra que tenha despertado a sua curiosidade.
Portanto, se a criança perguntar: "Mamãe, o que é rinoceronte?" ou "O que quer dizer microscópico?" será prudente dar as respostas cuidadosamente e ir depressa escrever as palavras, acrescentando-as ao seu material de leitura.
Seu filho ficará muito contente e orgulhoso ao constatar que está aprendendo coisas que partiram de sua curiosidade natural.
Uma vez que a criança tenha adquirido um vocabulário básico de leitura será capaz de juntar duas palavras para fazer pares de palavras (combinação de dois substantivos) e frases (mais do que a combinação de dois substantivos).
Essa é uma importante etapa intermediária entre palavras simples e sentenças completas. Os pares de palavras criam uma ponte entre os componentes básicos da leitura - substantivos - e a próxima unidade - a sentença. E claro que a capacidade de ler um grupo de palavras relacionadas, chamado sentença, será o próximo grande objetivo. Entretanto, essa fase intermediária de pares de palavras e frases curtas ajudará a criança a progredir em pequenos passos e chegar ao nível seguinte.
Agora, a mãe revê o vocabulário de seu filho e determina que pares de palavras podem ser feitos usando as que já foram ensinadas individualmente. A mãe vai precisar muito depressa de palavras adicionais, que acrescentem significado às palavras simples já ensinadas, para formar pares de palavras que tenham sentido.
Uma categoria simples, bastante fácil de ensinar, é a de cores principais:
Estas palavras podem ter um pequeno quadrado com a cor apropriada, no verso do cartão. A mãe pode ensinar o nome e então virar o cartão e realmente mostrá-la à criança.
Crianças novinhas são capazes de aprender isso bem depressa e adoram demonstrar o quanto sabem, dizendo o nome de todas as cores que reconhecem, por todos os lugares. Depois que tiverem aprendido os nomes das cores mais comuns, você poderá ensinar-lhes uma enorme variedade de tons e matizes como (índigo, cobre, prateado, dourado, castanho, verde-oliva, verde-abacate e etc ...)
Uma vez que as cores simples tenham sido ensinadas, a mãe poderá fazer o seu primeiro grupo de pares de palavras como:
Cada uma dessas duas palavras, separadamente, tem a grande vantagem de já ter sido aprendida pela criança. O par contém dois elementos básicos, que deixam a criança satisfeita. O primeiro é que ela está vendo uma palavra que já conhecia, e o segundo é que apesar de conhecer as duas palavras em separado, ela agora pode vê-las combinadas, formando uma nova idéia. Isso é muito emocionante. Abre as portas para o entendimento da magia da palavra escrita.
À medida que a mãe for progredindo dessa forma, sentirá a necessidade de acrescentar outros "modificadores" de palavras. Esses serão melhor ensinados em pares como opostos;
Novamente, dependendo da idade e experiência de sua criança, você poderá ou não apresentar estas palavras com uma figura atrás do cartão que ilustre a idéia. "Pequeno" e "grande" são idéias muito simples para uma criança pequena. Que criança não é capaz de saber se um de seus irmãos recebeu alguma coisa "maior" do que a dela? Nós, adultos, percebemos isto como abstrações, e elas o são, mas a criança é capaz de entendê-las rapidamente se forem apresentadas de maneiralógica e direta. Estas idéias estão relacionadas ao seu dia-a-dia, e são de certa forma, próximas ao seu coração.
Agora podemos apresentar os pares de palavras:
É muito simples pular dos pares de palavras para frases. Ao fazermos isso, o salto é dado ao acrescentarmos ação aos pares de palavras, criando uma pequena sentença básica.
Mesmo com um vocabulário básico de cinqüenta a setenta e cinco palavras, as combinações possíveis são inúmeras. Existem três maneiras excelentes de ensinar frases simples, e a mãe sensata não usará somente uma, mas todas as três.
1. Aproveitando os cartões já prontos, faça alguns com a palavra "está." Sente-se e junte cinco cartões com nomes (de pessoas ou animais) e cinco de "ações." Selecione um de cada e terá uma frase. Leia-a para seu filho. Agora, deixe a criança escolher um de cada para fazer a sua frase. Leia a frase para ela e, juntos, façam de três a cinco frases. Aí guardem os cartões. Lembre-se de mudar constantemente os substantivos e verbos para manter a emoção da brincadeira.
2. Usando seus cartões de 10 x 60 cms, faça um grupo de cinco frases. Você terá que diminuir o tamanho da letra a fim de colocar três ou quatro palavras em um só cartão. Agora, faça suas letras com 5 em vez de 7 cms de altura. Ao fazer isso não misture tudo. Deixe espaço em branco suficiente para que cada letra possa "respirar." Mostre-lhes três vezes ao dia por cinco dias (ou menos). Então,acrescente duas novas frases diariamente e retire duas conhecidas. Seu filho as aprenderá mais rapidamente, portanto você tem que estar pronta para seguir em frente o mais depressa possível.
3. Faça um simples livro de frases. Este deve ter cinco sentenças com uma ilustração para cada uma delas. O livro deve ter 20 x 45 cms com as letras medindo 5cm cada. A página com a ilustração deve vir separada e em seguida ao texto. É uma boa idéia fazer do seu primeiro livro um simples diário de suas atividades.
São apreciados por todas as crianças que têm a sorte de ter uma mãe que dispõe de tempo para fazê-los. Cada um começa modestamente com dez páginas, lidas duas ou três vezes ao dia pela mãe, por alguns dias. Aí ela mostra um novo capítulo que utiliza o mesmo vocabulário básico.
Esses maravilhosos diários feitos em casa são uma maneira muito prática e real de exibir todas as fotos que a mamãe vem acumulando por todos estes anos.
Em verdade, as frases que acabamos de mencionar são igualmente sentenças simples. Só que agora a criança está pronta para o passo mais importante depois de ser capaz de diferenciar palavras simples. Agora ela pode lidar com frases inteiras que expressem um pensamento mais completo.
Se nós só pudessemos entender frases que já tivessemos visto antes, nossa leitura seria muito limitada. Todo o mistério de um livro reside no fato de descobrirmos o que ele tem a nos dizer de novo, que nunca vimos antes.
Reconhecer palavras isoladas e saber que elas representam um objeto ou uma idéia é uma etapa básica na aprendizagem da leitura. Poder saber que quando as palavras são usadas em uma frase significam uma idéia mais complicada, é também um passo importante e vital.
Agora podemos usar as mesmas técnicas utilizadas quando começamos a ensinar as frases. Aqui, no entanto, nós vamos além de três palavras. Em vez de escolher cinco substantivos e cinco verbos para compor a sentença: "Mamãe está Comendo" nós agora acrescentamos cinco objetos e apresentamos: "Mamãe está comendo uma banana."
Nessa fase, precisamos de cartões com os artigos "a," "um," "uma," "ou" e etc. Eles não precisam ser ensinados separadamente, pois a criança os aprenderá no contexto da frase onde eles tem um propósito e fazem sentido. Fora do contexto, eles não representam nada de interessante para as crianças.
Elas já usam o "a" ou "um" corretamente quando falam e portanto são capazes de entender que não são palavras isoladas. É vital para a leitura que as crianças possam reconhecê-los e lê-los como palavras separadas, mas não é necessário que saibam defini-las. Da mesma forma, todas as crianças aprendem a falar corretamente antes mesmo de conhecer as regras gramaticais. Além do mais, quem desejaria ter que explicar o que é um artigo mesmo para uma criança de dez anos? Portanto, não o faça. Assegure-se somente de que ela possa lê-lo.
Quando você tiver feito sentenças de quatro palavras usando as três técnicas descritas na terceira etapa (frases) então você poderá acrescentar os modificadores - adjetivos e advérbios - que dão vida própria à frase:
Uma vez mais, quando você acrescenta novas palavras, precisa diminuir um pouco o tamanho da letra. Agora reduza as letras para 4 cm. Deixe espaço suficiente para cada palavra e, se preciso for, faça os cartões com mais de 45 cm.
Se você estiver brincando de fazer frases com sua criança, você já terá notado que ela adora construir aquelas que são ridículas ou absurdas.
Isto deve inspirar-lhe a fazer o mesmo. É triste constatar que nossa educação formal foi tão monótona e estéril que, sem pensar, nós evitamos usar o humor quando ensinamos. Nós fomos tão constantemente lembrados para não ser "tolos" ou "agir de forma ridícula" que pensamos ser contra a lei ter prazer em ensinar ou aprender. Isso é a essência do absurdo, porque alegria é aprender e aprender é divertido. Quanto mais nos divertimos neste processo, tanto mais estaremos aprendendo.
Uma boa sessão de inventar frases normalmente encontra a mãe e a criança cada uma querendo ser melhor que a outra, criando combinações engraçadas que terminam em cócegas, abraços e muito barulho.
Uma vez que cada sentença criada e escrita nos cartões é baseada em palavras simples, que você já ensinou cuidadosamente antes, é provável que seu filho vá passar por muitas delas muito depressa.
Será sensato limitar o vocabulário a cinqüenta palavras e usá-las no maior número possível de frases que você e seu filho sejam capazes de criar. Desta maneira, a criança realmente vai ter reforçada a sua aprendizagem. Sua confiança vai crescer tanto que será capaz de ler uma nova sentença, não importando a maneira como foi apresentada.
A essa altura, você ainda estará mostrando-lhe materiais. Você estará lendo as frases e os livros, em voz alta, para ela. Dependendo de sua idade, linguagem adquirida e personalidade, sua criança pode estar dizendo palavras em voz alta, oulendo sentenças para você, naturalmente. Se isto for espontâneo, está muito bem. Entretanto, a mãe não deve pedir que leia junto. Nós iremos discutir este ponto detalhadamente no próximo capítulo.
Quando você passar de frases de quatro palavras para cinco ou mais, verá que, sem dúvida, vai começar a faltar espaço nos cartões de 10 x 60 cm ou nos livros de 20 x 45 cm.
Agora, por evolução, você tem que fazer três coisas:
Comece por reduzir um pouquinho o tamanho. Você não quer diminuir muito porque, senão, a criança terá dificuldade para ler. Tente letras de 2,5 cm. Use-as por algumas semanas. Se não parecer criar problemas, então você poderá aumentar o número de palavras. Se você já estiver utilizando frases de cinco, pode passar para seis. Conserve, no entanto, a letra em 2,5 cms. Continue com frases de seis palavras por mais um pouco. Se tudo correr bem, então reduza o tamanho da letra para 2,3 cm.
A regra a ser lembrada neste período é que não se pode reduzir o tamanho da letra e aumentar o número de palavras ao mesmo tempo.
Primeiro reduza o tamanho e depois de um tempo aumente a quantidade de palavras.
Estas duas coisas devem ser conseguidas gradativamente. Lembre-se de que a sentença nunca pode ser clara ou grande demais, mas que é possivel ser pequena ou muito confusa. Nesse processo, você não quer ir muito depressa.
Se reduzir o tamanho da letra ou aumentar o número de palavras muito rápidamente, você verá a atenção da criança decair. Ela poderá começar a olhar para o lado, ou na sua direção porque o cartão ou a página estão complexos demais para o seu entendimento. Se isso acontecer, simplesmente volte ao tamanho de letra anterior ou ao número de palavras que você estava usando antes disso e verá que seu entusiasmo retornará. Fique nesse nível por um bom tempo, antes de tentar nova modificação.
Você não precisa realmente mudar o tamanho ou a cor das palavras simples. Em verdade, nós descobrimos que é mais fácil para a mãe e para o filho conservá-las grandes.
Entretanto, quando você estiver fazendo livros com letras de 2,5 cm ou seis palavras em uma página, nós recomendamos que mude de vermelho para preto. À proporção que as palavras tornam-se menores, o preto permite um maior contraste e uma página mais legível.
Agora, preparamos o cenário para a última e mais emocionante das fases - o livro. Nós já temos meio caminho andado ao criar livros com pares de palavras, livros de expressões e livros de sentenças. Essas etapas constituem somente a base, a próxima será a substância.
O caminho já foi aberto, portanto, mãos à obra.
Agora seu filho está pronto para ler um livro apropriado e de verdade. Realmente, ele já leu inúmeros feitos em casa, completou todas as palavras simples e em pares, e já viu todas as frases que irá encontrar no seu primeiro livro.
Esta cuidadosa preparação garantirá o sucesso deste, e de muitos outros que estão por vir.
Sua capacidade de lidar com palavras grandes, simples e em pares, frases e sentenças, já foi estabelecida. Agora ele tem que enfrentar a letra pequena e um grande número de palavras em cada página.
Quanto menor a criança, mais desafiante será esta etapa. Lembre-se de que você já o ensinou a ler e ao mesmo tempo, aumentou a sua capacidade visual, do mesmo modo que o músculo cresce pelo uso.
Se você estiver diminuindo o tamanho da letra muito depressa e assim mostrando uma que ela não é capaz de ver com facilidade, você terá um claro indício do tamanho ideal ao chegar à terceira e quarta etapas do seu programa.
As palavras usadas são as mesmas e só diferem pelo fato de diminuir um pouco a cada passo, e de você poder ver claramente se a criança está aprendendo mais depressa do que sua visão pode permitir.
Como exemplo, suponhamos que a criança tenha completado com sucesso a terceira e a quarta etapas lendo com facilidade palavras de 5 cm, porém tenha dificuldade em ler as mesmas palavras no livro propriamente dito. A resposta a isso é simples. As letras são muito pequenas. Nós sabemos que a criança pode ler as palavras de 5 cm com facilidade. Agora a mãe simplesmente prepara palavras adicionais e frases simples usando 5 cm. Escolha palavras simples e imaginativas e frases que provoquem alegria a seu filho. Depois de fazer isto por dois meses, volte ao livro e às suas letrinhas.
Lembre-se de que se o tamanho for muito pequeno você também poderá ter problema para ler.
Se a criança tiver três anos quando você chegar à letra de 2,3 cm do livro, você certamente não ficará retida neste ponto. Se seu filho tiver menos de dois anos, quando chegar ao livro, é quase certo que você vai precisar criar livros adicionais com letras de 2,5 e 5 cm para ele. Está bem. Tudo é leitura, e leitura de verdade faz amadurecer o crescimento do cérebro mais do que qualquer outra coisa.
Os pais agora precisam escolher o livro que vão usar para ensinar sua criança a ler. Procure um que tenha vocabulário semelhante ao que você já ensinou em palavras simples e em pares de palavras e frases. A escolha do livro a ser adotado é muito importante. Deve preencher os seguintes requisitos:
Infelizmente, no momento, poucos livros impressos preenchem todos estes requisitos. Exemplos de livros criados pela Better Baby Press com estas condições em mente são:
Entretanto, um ou dois livros não serão suficientes para manter saciada a alegria e a fome de saber do seu filho, e você precisará de muitos deles. Portanto, a mais simples maneira de manter o seu filho satisfeito a essa altura é comprar livros impressos, bonitos e bem escritos, e refazê-lo com as letras do tamanho que a criança precisa. Aí a mãe pode corta.r as gravuras e montá-las no livro feito por ela.
Às vezes será preciso simplificar o texto para acompanhar a capacidade de leitura de seu filho. Ou você poderá encontrar livros com belas ilustrações e um texto tolo e repetitivo que iria cansar a sua criança. Nesse caso, escreva outro texto com um vocabulário mais sofisticado e frases estruturadas de maneira mais madura.
O conteúdo do livro é vital. Seu filho vai querer ler pelo mesmo motivo que os adultos procuram um livro. Ele quer ser entretido e receber novas informações - de preferência, os dois. Ele vai gostar de livros bem escritos, como os de aventura, contos de fada e mistérios. Há um mundo maravilhoso de ficção já escrito ou esperando a sua vez. A criança também vai gostar de não-ficção. Livros que contam a história de pessoas famosas ou animais são muito populares entre as crianças pequeninas.
Talvez a regra mais fácil a ser seguida seja: você acha o livro interessante? Caso contrário, seu filho de três anos também não vai sentir muito interesse por ele;
É muito melhor que você lhe dê materiais mais difïceis, obrigando-o a um maior esforço, do que livros muito bobinhos e enfadonhos.
Lembre-se das seguintes regras:
Uma vez que você tenha completado as etapas acima, estará pronto para começar o livro com sua criança.
Sente-se e leia o livro para ela. Talvez ela queira ler algumas palavras em vez de você. Se fizer isso espontaneamente, muito bem. Isso vai depender muito da sua idade e personalidade. Quanto mais nova a criança, menos ela desejará ler em voz alta. Nesse caso, você lê e ela segue junto.
Leia de maneira natural, com entusiasmo e voz expressiva. Não há necessidade de apontar cada palavra à medida que lê. Sua criança, no entanto, poderá querer fazer isto. Se desejar, muito bem, desde que não diminua o seu ritmo.
Leia o livro duas ou três vezes ao dia, por alguns dias. Cada livro terá a sua própria vida útil. Alguns estarão prontos para a prateleira em poucos dias enquanto outros serão exigidos por muitas semanas.
Seu filho agora começará a sua própria biblioteca. Uma vez que você tenha aposentado um livro, ele vai para a estante. A criança poderá lê-lo depois, sozinha, quantas vezes desejar.
À medida que esta maravilhosa biblioteca vai aumentando, crescem igualmente o prazer e o orgulho de seu filho. A essa altura, ele vai começar a levar o seu livro predileto a todos os lugares para onde for.
Enquanto outros meninos ficam aborrecidos no carro, esperando na fila do supermercado, ou sentados num restaurante, esse garoto tem os seus livros, os velhos amigos que ele adora e relê muitas vezes, e também os novos pelos quais ele espera ansiosamente toda semana.
A essa altura é impossivel dar-lhe livros demais. Ele os devorará. Quanto mais tem, tanto mais quer. Num mundo onde trinta por cento das pessoas de dezoito anos, no sistema escolar americano, forma-se sem poder ler os seus próprios diplomas, ou rótulos de produtos, o problema de manter a criança abastecida de livros é o certo.
Existem três níveis de compreensão no processo de aprendizagem da leitura. À proporção que a criança vai conquistando cada um deles, vai demonstrar alegria a cada nova descoberta. A alegria que Colombo sentiu ao descobrir o Novo Mundo não pode ter sido maior do que a experimentada por elas em cada um desses níveis.
Naturalmente, o primeiro prazer é a satisfação de descobrir que as palavras têm um significado. Isso é como decifrar um código secreto que compartilha com os adultos. Ela vai simplesmente adorar.
O próximo ponto é que as palavras que lê podem ser usadas em conjunto e assim ser mais do que meros rótulos para os objetos. Esta é uma revelação nova e fascinante.
A última descoberta que ela faz, pode ser a que os pais irão notar com mais freqüência. A maior delas é que o livro representa mais do que a simples alegria de decifrar os nomes secretos dos objetos. Muito além, transforma uma infinidade de palavras em comentários sobre coisas e pessoas. De repente, e com grande alegria, o grande segredo explode sobre a criança e o livro está de fato falando com ela, e com mais ninguém. Quando a criança se dá conta disso, (e isso não acontece necessariamente até que tenha lido muitos livros) nada será capaz de detê-la. Ela agora vai ser uma leitora em todo o sentido da palavra. Será capaz de entender que as palavras que conhece podem ser reorganizadas para expressar idéias inteiramente diferentes. Ela não precisa mais aprender uma nova categoria de palavras cada vez que ler alguma coisa.
Que grande descoberta! Poucas coisas na vida poderão ser comparadas a isso. Agora ela pode conversar com um adulto sobre um novo assunto de cada vez, simplesmente, ao pegar um livro.
Todo o conhecimento humano está à sua disposição. Não só o conhecimento dos que a cercam, na sua comunidade, como o de outros que elas jamais conhecerão. Mais do que isso, as crianças poderão aproximar-se de pessoas que viveram há muitos anos, em outras eras.
Começou o poder de controlar o seu futuro, como veremos, através da sua capacidade de ler e escrever. Porque o homem tem sido capaz de escrever e ler, nos foi possível passar para outros, séculos depois, e em lugares remotos, o conhecimento adquirido. O conhecimento humano é cumulativo.
O homem é homem essencialmente porque pode ler e escrever.
Isto é verdadeiramente importante para seu filho, quando aprender a ler. A criança poderá, a seu próprio modo, contar-lhe sobre a sua grande descoberta, a não ser que você, mãe, não consiga ver. Se ela o fizer, ouça com atenção, respeito e amor. O que ela tem a lhe dizer é muito importante.